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RELATÓRIO CRÍTICO-REFLEXIVO DA DISCIPLINA ESTÁGIO

CURRICULAR SUPERVISIONADO

1) DADOS DO ALUNO/CURSO:

Curso: Formação Pedagógica Graduados Não Licenciados -


Física_1A_20192
Instituição: Universidade Cruzeiro do Sul
Nome: Ana Caroline Moreira Mendes
RGM: 22377093
Disciplina: Estágio curricular supervisionado em Física no ensino médio.
Ano/semestre de realização do estágio: 2019/2
Quantidade de horas realizadas: 150 horas

2) CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA :

Nome da escola: Escola Estadual Professor Antônio Marques


Endereço: Av. Minas Gerais, 2273, Centro, Araguari- MG
Dependência administrativa: Pública
Vinculada à Secretaria da Educação
Anos escolares observados: 1º e 2º anos do ensino médio

A escola tem uma ótima estrutura, apresentando-se sempre limpa,


com salas de aula ventiladas e bem iluminadas. A lousa é branca o que
permite um bom trabalho ao professor, prevenindo alergias e problemas
respiratórios. Apresenta um amplo espaço para recreio, com uma cantina
que fornece uma alimentação de qualidade aos alunos.
A instituição apresenta aproximadamente 30 salas de aulas, sala de
professores, quadra de esportes coberta e descoberta, biblioteca, sala de
secretaria, laboratório de informática, banheiro fora e dentro do prédio,
refeitório, sala de diretoria, laboratório de ciências e cozinha.
3) INTRODUÇÃO:

Este relatório baseia-se no estágio curricular em Física no Ensino Médio, na


Escola Estadual Professor Antônio Marques, na cidade de Araguari- MG, a partir das
observações das aulas ministradas pela professora Dra. Vanessa Menezes Martins,
nas turmas de 1º e 2º anos.
O estágio foi realizado no segundo semestre de 2019, no qual foram
observadas e desenvolvidas as bases teóricas dos conteúdos programáticos da
discliplina de Física do 1º e 2º ano. Além da teoria, foram resolvidos exercícios práticos
e atividades experimentais em sala de aula e também foram aplicados trabalhos com
exercícios para estimular o raciocínio lógico e o desenvolvimento em grupo e
individual.
Também houve um acompanhamento quanto a elaboração e aplicação de
avaliações, como provas, simulados e provas de recuperação.
Com relação a base teórica, foram ministradas aulas diretamente na lousa
branca baseadas no livro de Física 1- Mecânica e Física 2- Termologia, óptica e
Ondulatória, dos autores Bonjorno, Clinton, Eduardo Prado e Casemiro, editora FTD.
Quanto a disciplina de Física 1 foram trabalhados os conteúdos de Cinemática
escalar e vetorial, além dos conteúdos de Dinâmica. Em relação a Física 2 foram
trabalhados os conteúdos de Termologia, termodinâmica e óptica.
A professora sempre desenvolveu, junto a teoria, exemplos de exercícios do
livro na lousa, procurando estimular a atividade prática dos alunos, uma vez que a
Física é uma disciplina de exatas, cuja base deve ser mais fortalecida no
desenvolvimento prático do que teórico.
Para tanto, também foram aplicados trabalhos individuais que foram realizados
em casa e trabalhos em grupos realizados em sala de aula, estimulando o raciocínio
lógico e crítico dos alunos, além da capacidade de trabalhar individualmente e em
grupo.

4) PERFIL DOS PROFESSORES

Este estágio foi acompanhado pela professora Dra. Vanessa Menezes Martins,
graduada em Física- licenciatura pela Universidade Federal de Uberlândia (2003-
2007), mestra em Física pela Universidade Federal de Uberlândia (2007-2009),
doutora em Física pela Universidade Federal de Uberlândia (2009-2013) com
doutorado sanduíche na universite de Caen Basse Normandie na França (2012-2013)
e pós-doutorado na Universidade Federal de Maringá (2014). Também foi professora
substituta do Instituto de Física da Universidade Federal de Uberlândia no Campus
Monte Carmelo, além de atuar em escolas da rede pública e privada no ensino médio
e fundamental.
Como pode-se observar a professora Dra. Vanessa apresenta um extenso
currículo, com vasto conhecimento em pesquisa e educação. O estágio no ensino
médio ao lado dela durou 150 horas, o que me possibilitou uma grande aprendizagem.

5) PRÁTICA PEDAGÓGICA DOS PROFESSORES

A professora utilizou uma metodologia tradicional e inovadora,


procurando sempre atuar como uma intermediadora no processo de educação.
Utilizou como material didático a lousa branca, livros de Física, atividades
extras aplicadas na forma de trabalhos individuais e em grupo e também
atividades experimentais.
Ela sempre adotou uma postura centralizadora, buscando trazer a
atenção dos alunos para as suas aulas e sempre que necessário impondo o
respeito aos mesmos.
Algumas vezes houveram situações em que os alunos se dispersavam
e outras em que acabaram faltando o respeito com a professora e por isso
foram encaminhados à diretoria a fim de que os pais tomassem conhecimento
do problema para que fosse resolvido.
No entanto, na maioria das vezes houve uma relação de parceria entre
aluno e professor.
Os alunos sempre me respeitaram como estagiária, reconhecendo a
minha posição quando eu substituía a professora e a auxiliava nas atividades
de classe e nas aplicações de provas avaliativas.
A professora juntamente com a escola adota uma prática de educação
inclusiva, atendendo e compreendendo as limitações dos alunos especiais,
além de aplicar atividades e fornecer condições de educação que estejam de
acordo com as limitações de cada um. Temos como exemplo disso, alunos
especiais que desenvolviam atividades diferentes do resto da turma, ou seja,
atividades que estavam de acordo com o seu grau de desenvolvimento.
Outro exemplo de educação inclusiva observado foi durante a aplicação
de provas, em que alunos com transtorno de ansiedade podiam fazer as
avaliações fora da classe evitando assim um sentimento de fobia.
Logo a prática desenvolvida mostrou-se de acordo com a teoria de
Vygotski que diz que o ambiente, as suas influências, seu grau de organização
é fundamental para o desenvolvimento das crianças. Além de ser levado em
consideração o grau de aprendizado e conhecimento de cada aluno
(VYGOTSKI, 1997).
Diante de todas as atividades desenvolvidas também foi possível
verificar a teoria de Mantoan, segundo o qual é na escola em que o professor
deve se basear no processo de desenvolvimento de seus alunos, para então
montar de forma adequada o seu projeto pedagógico (MANTOAN, 2003).
Dentre algumas atividades desenvolvidas em sala de aula pela
professora, podemos destacar duas: a que exemplifica o princípio da inércia e
o experimento das lâminas bimetálicas.

6) FOCO 1
Neste item iremos discorrer sobre uma das atividades realizadas com os
alunos que se refere ao princípio da Inércia.
A atividade foi desenvolvida com os alunos das turmas do 1º ano do
ensino médio e refere-se a Primeira Lei de Newton. É um experimento simples
e de baixo custo e consegue demonstrar o princípio da inércia.
Os materiais utilizados foram:
 Uma carta de baralho;
 Uma moeda;
 Um copo de plástico;
Primeiramente, a carta de baralho foi colocada sobre a boca do copo,
que foi posicionado sobre a mesa. A moeda foi colocada em cima da carta, no
seu centro.
Em seguida, a professora puxou a carta com alta velocidade. Neste
momento, o que pôde ser observado foi que a moeda permaneceu em repouso,
enquanto a carta foi puxada rapidamente e, consequentemente, caiu no fundo
do copo.
Após o experimento, a professora reafirmou toda a teoria que existe por
detrás dele. Nela podemos confirmar a Primeira Lei de Newton (Lei da Inércia),
segundo a qual um corpo tende a permanecer em seu estado de equilíbrio se
nenhuma força está atuando sobre ele. Portanto, se um corpo (moeda) estava
em repouso, ele tende a permanecer em repouso, mas se ele estava em
movimento, então, ele tende a permanecer em movimento retilíneo uniforme,
pois não há nenhuma variação da velocidade (HALLIDAY & RESNICK, 2008).

7) FOCO 2

O segundo experimento foi sobre a lâmina bimetálica, desenvolvida com os


alunos das turmas do 2º ano do ensino médio. Nele foram utilizados os
seguintes materiais:
 Uma lâmina cujas faces são formadas por materiais diferentes (papel-
alumínio);
 Um pegador de madeira;
 Uma vela;

O pegador foi utilizado para fixar a lâmina e colocado sobre a vela com fogo. A
face da lâmina formada pelo alumínio ficou voltada para cima e a face formada por
papel ficou voltada para baixo sobre a vela.
Ao ser aquecido pela vela, o alumínio se dilata mais que o papel que está
voltado para baixo, portanto a lâmina se enrola no sentido anti-horário devido a
diferença de dilatação.
Este experimento demonstrou o processo de dilatação linear de dois materiais
com diferentes coeficientes de dilatação. Neste processo, quando o meio é submetido
a um aumento na sua temperatura com uma variação ΔT, o seu comprimento também
irá sofre uma variação (HALLIDAY & RESNICK, 2008).
Assim, foi possível verificar, que o alumínio cujo coeficiente de dilatação é maior
que o papel, sofreu maior variação em seu comprimento, portanto a lâmina se
encurvou para baixo.
8) CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estágio realizado foi de grande crescimento e amadurecimento


profissional, uma vez que me permitiu trabalhar ao lado de uma professora tão
qualificada para o cargo e poder vivenciar a realidade atual do sistema público
de ensino e o interesse dos alunos pelo processo de educação.
Neste sentido foi possível atuar dentro de sala de aula, onde houve total
respeito dos alunos pelo estagiário. Porém o que se observa é que ainda existe
um grande descaso e desrespeito do aluno pelo professor, que sempre se
dedica em realizar o seu trabalho com excelência, no entanto, os alunos não
reconhecem o seu esforço sendo, muitas vezes, desrespeitosos com o
profissional.
Além disso, também foi observado um grande desinteresse dos alunos
com relação a disciplina de Física, devido as suas dificuldades provenientes da
base matemática.
Acredito que se houvesse mais tempo e disponibilidade de laboratórios
para realização de atividades experimentais, a disciplina se tornaria mais
interessante para a maioria.
Posso concluir, afirmando que foi excelente realizar o estágio na Escola
Estadual Professor Antônio Marques, tida como escola referência na cidade de
Araguari. E poder conviver com a realidade do sistema público e com a relação
aluno professor, me fez reafirmar o interesse de poder atuar no sistema de
ensino brasileiro, podendo contribuir com este da melhor forma possível.

9) REFERÊNCIAS
VYGOTSKI, L. S.(1997). Principios de la educación de los niños
fisicamente deficientes. Em L.S.Vygotski, Obras Escogidas V: Fundamentos de
defectología (pp.59-72). Madrid:Visor
MANTOAN, Maria Teresa Égler. Inclusão Escolar. O que é? Por quê?
Como fazer? São Paulo: Editora Moderna, 2003.
Halliday, D.; Resnick, R. Fundamentos de Física, Mecânica: 8. Ed. Rio
de Janeiro: Editora LTC, 2008.
Halliday, D.; Resnick, R. Fundamentos de Física, Gravitação, Ondas e
Termodinâmica: 8. Ed. Rio de Janeiro: Editora LTC, 2008.

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