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central desta perspectiva é o pensar humano e todos os processos baseados no conhecimento

- atenção, memória, compreensão, recordação, tomada de decisão, linguagem etc. Moldar o


comportamento do paciente através da reflexão para adequá-lo à realidade pelo
questionamento retórico e a reorganização de crenças. A perspectiva cognitivista se dedica
assim à compreensão dos processos cognitivos que influenciam o comportamento - a
capacidade do indivíduo de imaginar alternativas antes de se tomar uma decisão, de descobrir
novos caminhos a partir de experiências passadas, de criar imagens mentais do mundo que o
cerca - e à influência do comportamento sobre os processos cognitivos - como o modo de
pensar se modifica de acordo com o comportamento e suas consequências. Logo, nota-se que
apesar de fortemente influenciada pelo Comportamentalismo, posto que técnicas terapêuticas
envolvem, na maioria das vezes, a planificação de metas de condicionamento operante, a
Psicologia Cognitivista retoma o modelo convencional das demais correntes psicológicas por
afirmar a existência de uma dicotomia entre processos mentais e comportamentais, ainda que
reconhecendo uma interdependência entre eles.

A perspectiva evolucionista

A perspectiva evolucionista procura, inspirada pela teoria da evolução, explicar o


desenvolvimento do comportamento e das capacidades mentais como parte da adaptação
humana ao meio ambiente. Por recorrer a acontecimentos ocorridos há milhões de anos, os
psicólogos evolucionistas não podem realizar experimentos para comprovar suas teorias, mas
contam somente com sua capacidade de observação e com o conhecimento adquirido por
outras disciplinas como a antropologia e a arqueologia.[10]

A perspectiva cultural

Já em 1927 o antropólogo Bronislaw Malinowski criticava a psicologia - na época a psicanálise


de Freud - por ser centrada na cultura ocidental. Essa preocupação de expandir sua
compreensão do homem além dos horizontes de uma determinada cultura é o cerne da
perspectiva sociocultural. A pergunta central aqui é: em que se assemelham pessoas de
diferentes culturas quanto ao comportamento e aos processos mentais, em que se
diferenciam? São válidos os conhecimentos psicológicos em outras culturas? Essa perspectiva
também leva a psicologia a observar diferenças entre subculturas de uma mesma área cultural
e sublinha a importância da cultura na formação da personalidade.[10]

A perspectiva social

A Psicologia Social é composta por diversas teorias e práticas, sendo que, de forma geral, seu
ensino nos cursos de graduação em Psicologia também não apresentam uma congruência de
diretrizes. Em discussões mais calorosas a respeito do tema sobressai a busca por uma forma
de atuação com compromisso social, o que acaba desencadeando à procura por teorias e
metodologias de intervenção social[20].

Seu início se deu nos Estados Unidos no período pós-guerra, já em nosso país o
desenvolvimento desta foi condicionado por um conjunto de determinações históricas que
condicionaram seus fundamentos e suas características. O contexto histórico no qual surgiu a
sistematização dos estudos dos fenômenos psicossociais (I Guerra Mundial) impulsionou a
necessidade de compreender as crises pelas quais a sociedade estava passando, seus pontos
de ruptura e reconstrução, e impacto sobre os indivíduos da mesma.

A força da pesquisa do viés pragmático e seus procedimentos experimentais chegou a seu


ponto mais forte durante a segunda Guerra Mundial. O intuito da psicologia social norte-
americana na época era encontrar fórmulas de adequamento individual perante a sociedade.
Em toda América Latina, incluindo o Brasil, foi possível notar as influências norte-americanas
nos estudos, pesquisa e formação de profissionais da área da psicologia social, porém, apenas
na década de 60 foi fundada a Associação Latino-Americana de Psicologia Social (ALAPSO),
cujas atividades, inicialmente, tomaram a psicologia social norte-americana como referencial.

A criação da ABRAPSO (Associação Brasileira de Psicologia social, 1980), ocorreu a partir da


mobilização de pesquisadores brasileiros, como um ato de rompimento com a psicologia social
norte-americana. Ela abre uma vertente da psicologia social no Brasil, cujas pesquisas se
voltam para o debate sobre problemas sociais, econômicos e políticos[21].

Segundo o cientista Gustave Le Bon, a psicologia social possui uma proposição básica de
entendimento, sendo que os indivíduos que compõem um grupo, por mais distintos que sejam
no caráter individual, passam a compartilhar ideais e tomam suas atitudes baseadas em uma
mente coletiva, puramente distinta de suas crenças e diretrizes individuais[22].

Uma série de experimentos importantes para a Psicologia Social foram os experimentos de


conformidade de Solomon Asch, de 1951. Considerado um dos pais da psicologia social, Asch
dedicou grande parte de sua carreira ao estudo da influência que os outros podem ter em
nosso comportamento, com uma série de pesquisas que visavam provar que os indivíduos
tendem a submeter-se a pressão de um grupo.

As cartas usadas no experimento. A carta da esquerda é a linha de referência e a da direita


mostra as três linhas para comparar

Os experimentos consistiam em unir um grupo de pessoas em que todos os participantes,


exceto um, eram cúmplices do pesquisador. Algumas linhas eram mostradas a eles, e o
pesquisador pedia que cada um indicasse duas linhas do mesmo tamanho. Embora a resposta
correta fosse muito evidente, os cúmplices selecionavam a linha que era visivelmente menor
como se fosse a opção correta, fazendo com o que o sujeito que estava de fato sendo avaliado
sentisse uma forte pressão do grupo para responder a mesma opção. Asch constatou que a
maioria dos sujeitos experimentais acabou trocando sua resposta, entretanto, quando dados a
opção de responder de forma privada, o número de pessoas que escolheram a linha errada

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