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Sintaxe da oração e do período

A sintaxe é a parte da gramática que estuda a estrutura da frase, analisando as funções


que as palavras desempenham numa oração e as relações que estabelecem entre si. A
sintaxe estuda também as relações existentes entre as diversas orações que formam
um período.

A oração se encontra dividida em:

termos essenciais;
termos integrantes;
termos acessórios.

Os termos essenciais da oração são o sujeito e o predicado.

Os termos integrantes da oração são o objeto direto, o objeto indireto, o predicativo


do sujeito, o predicativo do objeto, o complemento nominal e o agente da passiva.

Os termos acessórios da oração são o adjunto adnominal, o adjunto adverbial e o


aposto.

Sujeito e predicado

Sujeito e predicado são os termos essenciais da oração. Enquanto o sujeito é aquele ou


aquilo de que(m) se fala, o predicado é a informação dada sobre o sujeito.

Uma forma fácil de detectar esses termos nas orações é perguntando quem? e/ou o
que?

Exemplo 1:

Os estudantes organizaram a homenagem.

Quem organizou a homenagem? Os estudantes, logo esse é o sujeito da oração.

O que foi feito? Organizaram a homenagem, logo esse é o predicado da oração.


Núcleo do Sujeito

O sujeito das orações pode ser formado por mais do que uma palavra. Nesses casos, o
núcleo é a palavra principal, a que tem mais significado para o sujeito. Lembre-se que
o verbo deve concordar com o sujeito.

Exemplos:

O discurso foi modificado.

No exemplo acima, o núcleo do sujeito “o discurso” é “discurso”.

Os formandos e os professores empenhados organizaram a festa.

Nesse exemplo, o núcleo do sujeito “Os formandos e os professores” é “formandos” e


“professores”.

Tipos de sujeito e predicado

Os sujeitos podem ser:

Determinado - quando é identificado na oração.

Indeterminado - quando não é identificado na oração.

Inexistente - orações com verbos impessoais.

Os sujeitos determinados, por sua vez, dividem-se em: simples, composto e oculto.

Sujeito simples: tem apenas um núcleo. Exemplo: O paciente foi atendido.

Sujeito composto: tem mais do que um núcleo. Exemplo: Mousses e brownies são os
meus doces preferidos.

Sujeito oculto, implícito, elíptico, subentendido ou desinencial: quando é identificado


pela desinência verbal. Exemplo: Andamos a tarde toda.

Sujeito indeterminado. Exemplo: Opinam sobre tudo.

Sujeito inexistente. Exemplo: Amanheceu.


Os predicados podem ser:

Verbal - quando o verbo indica ação. Exemplo: Terminei mais cedo.

Nominal - quando o verbo indica estado. Exemplo: O patrão foi atencioso.

Verbo-Nominal - quando o verbo indica ação e estado. Exemplo: Cheguei atrasada (o


mesmo que dizer “Cheguei e estava atrasada”).

Predicação verbal: se refere ao tipo de relação que ocorre entre um verbo e os seus
complementos na formação do predicado.

Quando o predicado indica uma ação é formado por um verbo transitivo ou por um
verbo intransitivo, sendo chamado de predicado verbal. Quando o predicado indica
um estado, conferindo uma característica ao sujeito, é composto por um verbo de
ligação, sendo chamado de predicado nominal.

Assim, quanto à predicação, os verbos podem ser classificados em verbos transitivos,


verbos intransitivos e verbos de ligação.

Verbos transitivos

Verbos transitivos são verbos que necessitam, obrigatoriamente, de complementos


verbais para que seu sentido fique completo. Ligam-se assim a um objeto direto e/ou
objeto indireto.

Verbos que transitam o seu sentido para um objeto direto são chamados de verbos
transitivos diretos. Através do objeto direto podem indicar o quê ou quem.

Verbos que transitam o seu sentido para um objeto indireto são chamados de verbos
transitivos indiretos. Através do objeto indireto podem indicar de quê, de quem, para
quê, para quem, em quê e em quem.

Verbos que transitam o seu sentido tanto para um objeto direto como para um objeto
indireto são chamados de verbos transitivos diretos e indiretos. Através dos dois
objetos, podem indicar simultaneamente o quê ou quem, bem como de quê, de quem,
para quê, para quem, em quê e em quem.

Exemplo de verbo transitivo direto: empurrar

Eu empurrei...

O quê? o carrinho.

Quem? o garoto.

Eu empurrei o carrinho.

Eu empurrei o garoto.

Exemplo de verbo transitivo indireto: duvidar

Eu duvidei...

De quê? das suas afirmações.

De quem? de você.

Eu duvidei das suas afirmações.

Eu duvidei de você.

Verbos intransitivos

Verbos intransitivos são verbos que conseguem transmitir o sentido completo de uma
ação, sem transitar a conclusão da ação verbal para um objeto direto e/ou um objeto
indireto, não necessitando desses complementos verbais.

Exemplo de verbo intransitivo: nascer

Eu nasci.

Ela nasceu.

O neném vai nascer.


Verbos de ligação

Verbos de ligação são verbos que não transmitem ações, mas sim um estado. Ligam
uma característica ao sujeito.

Exemplo de verbo de ligação: ser

Eu sou simpática.

Ele é inteligente.

Nós somos estudiosas.

Outros verbos de ligação: estar, andar, ficar, parecer, permanecer, continuar,...

Predicativo

É o termo da oração que funciona como núcleo nominal do predicado. A função do


predicativo é atribuir uma característica ao sujeito ou ao objeto; no primeiro caso,
temos o predicativo do sujeito e no segundo, predicativo do objeto.

Predicativo do sujeito é o termo do predicado que tem a função de atribuir uma


qualidade ao sujeito. Essa função é feita por meio de um verbo que pode ou não ser de
ligação. Nesse caso, a função do verbo é informar algo relacionado ao sujeito.

O papel do predicativo do sujeito numa sentença pode ser desempenhado por um


adjetivo, substantivo, numeral, advérbio ou pronome.

Ex: A modelo é desastrada.

Sujeito = A modelo

Verbo de Ligação = é

Predicativo = desastrada

O sofá está sujo.

Sujeito = o sofá
Verbo de Ligação = está

Predicativo = sujo

Predicativo do objeto: Diferente do predicativo do sujeito, o predicativo do objeto é


um termo que atribui uma característica ao objeto.

Exemplo:

As professoras deixaram as crianças satisfeitas.

Objeto direto = as crianças

Predicativo do objeto = satisfeitas

Complemento verbal: Objeto Direto e Indireto são complementos que têm a função
de completar e, assim, dar sentido às orações cujos verbos são transitivos. Por esse
motivo, eles são chamados de complementos verbais.

Enquanto o objeto direto não é acompanhado necessariamente por preposição ("o


livro" e "as frutas"), no objeto indireto o uso da preposição é obrigatória ("ao colega"
e "ao vendedor").

Preposição: liga palavras (liga dois termos da oração numa relação de subordinação
donde, geralmente, o segundo termo subordina o primeiro)

Conjunção: liga orações

Complemento nominal: É o termo que completa o sentido de uma palavra que não
seja verbo. Assim, pode referir-se a substantivos, adjetivos ou advérbios, sempre por
meio de preposição.

Confira a seguir alguns exemplos:

Cecília tem orgulho da filha.

substantivo complemento nominal

Ricardo estava consciente de tudo.


adjetivo complemento nominal

A professora agiu favoravelmente aos alunos.

advérbio complemento nominal

Saiba que:

O complemento nominal representa o recebedor, o paciente, o alvo da declaração


expressa por um nome. É regido pelas mesmas preposições do objeto indireto. Difere
deste apenas porque, em vez de complementar verbos, complementa nomes
(substantivos, adjetivos) e alguns advérbios em -mente.

Voz verbal: A voz verbal indica se o sujeito gramatical é agente ou paciente da ação
expressa pelo verbo. Existem três vozes do verbo ou vozes verbais no português: a voz
ativa, a voz passiva e a voz reflexiva.

Voz ativa

O verbo está na voz ativa quando o sujeito gramatical é o agente da ação, ou seja,
quando o sujeito gramatical pratica a ação verbal.

Exemplos:

Mariana leu o livro.

A avó fez o almoço.

O professor corrigiu as provas dos alunos.

Voz passiva

O verbo está na voz passiva quando o sujeito gramatical é o paciente da ação, ou seja,
quando o sujeito gramatical sofre a ação verbal, praticada pelo agente da passiva.

Exemplos:

O livro foi lido por Mariana.

Leu-se o livro.
O almoço foi feito pela avó.

Fez-se o almoço.

As provas dos alunos foram corrigidas pelo professor.

Corrigiram-se as provas.

Existem dois processos distintos de formação da voz passiva: o analítico e o sintético.

Voz passiva analítica

É formada por um verbo auxiliar (normalmente o verbo ser), mais o particípio de um


verbo transitivo, seguindo quase sempre a estrutura: sujeito paciente + verbo auxiliar +
particípio + preposição + agente da passiva.

Exemplos:

A dança foi coreografada por ela.

As capas dos cadernos foram enfeitadas pelas crianças.

Os pacientes serão atendidos pelo médico logo que possível.

Exemplo de conjugação na voz passiva analítica:

Verbo vender no pretérito perfeito do Indicativo:

(Eu) fui vendido

(Tu) foste vendido

(Ele) foi vendido

(Nós) fomos vendidos

(Vós) fostes vendidos

(Eles) foram vendidos


Notas:

Além do verbo ser, existem outros verbos auxiliares que, embora menos frequentes,
podem formar a voz passiva analítica, como os verbos estar, ficar, andar, viver,…

Normalmente é utilizada a preposição por, ou suas formas contraídas (pelo, pela,


pelos, pelas), para a formação da voz passiva analítica.

Voz passiva sintética

É formada por um verbo transitivo conjugado na 3.ª pessoa do singular ou do plural


mais o pronome apassivador se, seguindo quase sempre a estrutura: verbo transitivo +
pronome se + sujeito paciente.

Exemplos:

Vendem-se limões.

Cantam-se canções.

Finalizou-se o acordo.

Voz reflexiva

O verbo está na voz reflexiva quando o sujeito gramatical é ao mesmo tempo agente e
paciente da ação, ou seja, quando o sujeito gramatical pratica e sofre a ação verbal. É
formada por um verbo na voz ativa mais um pronome oblíquo reflexivo (me, te, se,
nos, vos, se), atuando como objeto. A voz reflexiva pode ser recíproca, ou seja, quando
há dois sujeitos que praticam a ação um no outro.

Exemplos:

A menina penteia-se todos os dias.

O cozinheiro feriu-se com a faca.

Nós olhamo-nos no espelho.

Eles olharam-se longamente antes de se abraçarem.

Pedro e Bianca amam-se muito.


Exemplo de conjugação reflexiva:

Verbo sentar no presente do Indicativo:

(Eu) sento-me

(Tu) sentas-te

(Ele) senta-se

(Nós) sentamo-nos

(Vós) sentai-vos

(Eles) sentam-se

Agente da passiva: é o termo que indica quem ou o que executa a ação de um verbo
na voz passiva. Esse termo vem sempre depois de preposição. Vem regido comumente
da preposição "por" e eventualmente da preposição "de".

Compare as orações na voz ativa e passiva:

João comprou a vitamina.


A vitamina foi comprada por João.

Nas orações acima, o verbo comprar aparece na voz ativa (comprou) e na voz passiva
(foi comprada). Na oração 2, por João é o agente da passiva.

A voz passiva é formada por sujeito paciente + verbo auxiliar + verbo principal no
particípio + agente da passiva:

Sujeito paciente: a vitamina

verbo auxiliar: foi

Verbo principal no particípio: comprada

Agente da passiva: por João


Locução adjetiva: é um conjunto de duas ou mais palavras que, juntas, atuam como
um adjetivo, caracterizando um substantivo.

As locuções adjetivas são formadas maioritariamente pela preposição de mais um


substantivo:

de criança;

de pai;

de mãe;

de morte;

de leite;

Exemplos de locuções adjetivas

Qual é o seu escalão de idade?

Está sendo feito o tratamento de águas da chuva.

A higiene da boca é muito importante.

Relação entre locuções adjetivas e adjetivos

escalão de idade = locução adjetiva

escalão etário = adjetivo

águas da chuva = locução adjetiva

águas pluviais = adjetivo

higiene da boca = locução adjetiva

higiene bucal = adjetivo


Locução adverbial é um conjunto de duas ou mais palavras que, juntas, atuam como
um advérbio, alterando o sentido de um verbo, de um adjetivo ou de um advérbio.

Exemplos de locuções adverbiais

O livro está à esquerda do computador.

Meu pai foi caminhar na praia pela manhã.

Em silêncio, os alunos prosseguiram seus estudos.

Tudo, sem dúvida, se resolverá!

De modo algum você poderá contar com minha participação.

Ele comeu em excesso.

Quem sabe se tudo não acabará bem.

As locuções adverbiais são, maioritariamente, iniciadas por uma preposição. Além da


preposição, são normalmente formadas também por um substantivo, adjetivo ou
advérbio.

As locuções adverbiais podem ser classificadas em locuções adverbias de lugar, de


tempo, de modo, de afirmação, de negação, de intensidade e de dúvida.

O adjunto adnominal e o adjunto adverbial são termos acessórios da oração.


Contribuem para a compreensão da mensagem, mas não são indispensáveis. Assim,
podem ser retirados sem alterar a estrutura sintática da oração.

O adjunto adnominal atribui uma característica a um substantivo.

O adjunto adverbial expressa uma circunstância.

Adjunto adnominal: Aquele doce delicioso foi comido rapidamente.

Adjunto adverbial: Aquele doce delicioso foi comido rapidamente.


Adjunto adnominal: Ontem, o meu carro novo enguiçou.

Adjunto adverbial: Ontem, o meu carro novo enguiçou.

Na oração, o adjunto adnominal localiza-se próximo de um substantivo, conferindo-


lhe uma qualidade ou atributo.

O adjunto adnominal pode ser representado por:

artigos;

adjetivos;

locuções adjetivas;

pronomes adjetivos;

numerais adjetivos.

Exemplos de adjunto adnominal:

Meu vestido preto rasgou!

Aquela menina bonita é minha sobrinha.

Você tem quinze mensagens novas.

O pai e a mãe nunca discutiram.

O primeiro currículo lido foi o selecionado.

Estou recolhendo a água da chuva.

Meu avô sente uma grande dor de rim.

O adjunto adverbial indica uma circunstância e pode estar localizado no início, no


meio ou no fim da oração. É maioritariamente representado por advérbios e locuções
adverbiais.

Os adjuntos adverbiais são classificados de acordo com a circunstância que expressam:

adjunto adverbial de afirmação;

adjunto adverbial de negação;


adjunto adverbial de causa;

adjunto adverbial de lugar;

adjunto adverbial de tempo;

adjunto adverbial de intensidade;

Exemplos de adjunto adverbial:

Eu vou, sem dúvida, estar presente na reunião.

Minha mãe nunca fumou.

Fale lentamente para que ele consiga entender.

Fui correr na praia de manhã.

Meu filho vai para o colégio a pé.

Almoço neste restaurante frequentemente.

O texto foi escrito a caneta.

Verbo pronominal: Os verbos pronominais são verbos que vem acompanhados de


pronome oblíquo (me, te, se, nos, vos, se).

Exemplos:

condoer-me
pentear-te
sentar-se
zangarmo-nos
abraçar-vos
lembrarem-se
Orações coordenadas assindéticas: As Orações Coordenadas são orações
independentes, ou seja, não há relação sintática entre elas. As Orações Coordenadas
Assindéticas são caracterizadas pelo período composto justaposto, ou seja, não são
ligadas através de nenhum conectivo (conjunção).

Exemplos:

Chegamos na praia, nadamos, jogamos, comemos.

Pegou a chave, abriu a porta, suspirou fundo.

Não tem vontade de comer, estudar, sair.

Orações coordenadas sindéticas: As Orações Coordenadas Sindéticas são


caracterizadas pelo período composto ligadas por meio de uma conjunção
coordenativa.

Nesse caso, as orações, dependendo dos conectivos, podem ser: Aditivas,


Adversativas, Alternativas, Conclusivas e Explicativas.

Aditivas
Os conectivos que coordenam as orações aditivas são: e, nem, não só, mas também,
mas ainda, como, assim.

Exemplos:
Chegamos à praia e nadamos.

Não faz nem deixa ninguém fazer.

Gosta de ficar em casa, como também gosta de sair.

Adversativas
Os conectivos que coordenam as orações adversativas são: e, mas, contudo, todavia,
entretanto, porém, no entanto, ainda, assim, senão.

Exemplos:
Eles queriam sair, porém estava chovendo.

Seu mau feitio, no entanto, deixou todos desanimados.

Trabalha, mas nunca guarda dinheiro.


Alternativas
Os conectivos que coordenam as orações alternativas são: ou, ou… ou; ora…ora;
quer…quer; seja…seja.

Exemplos:
Ora gosta de vestidos, ora gosta de sapatos.

Fale agora ou cale-se para sempre.

Vou falar com ele, quer você queira, quer não.

Leia Conjunções: e, mas, ou, logo, pois, que, como, porque.

Conclusivas
Os conectivos que coordenam as orações conclusivas são: logo, portanto, por fim, por
conseguinte, pois, então, consequentemente.

Exemplos:
São adolescentes, logo irão namorar.

Cheguei atrasada, portanto terei que aguardar que chamem-me novamente.

Tirou o bolo do forno agora mesmo, então não o pode comer já.

Explicativas
Os conectivos que coordenam as orações explicativas são: isto é, ou seja, a saber, na
verdade, porque, que, pois.

Exemplos:
Descemos do carro porque o trânsito estava parado.

Ela não atende o telefone, ou seja, ela não quer saber de nós.

Ela não sabe da novidade, pois não disse nada.

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