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Público Alvo
(indicar o grupo para o qual Alunos do 6° ano do Ensino Fundamental
omaterial didático foi
desenvolvido: professores,
alunos, comunidade...)
APRESENTAÇÃO
A elaboração do presente material didático tem como finalidade o desenvolvimento
de atividades que serão implementadas no Colégio Eleodoro Ébano Pereira, com os alunos
do 6º ano do Ensino Fundamental. Tal proposta tem por objetivo o fomento do gosto pela
leitura literária na escola, bem como a apresentação de uma reflexão sobre o porquê de
tanto desinteresse por parte dos educandos quanto ao ato de ler. Constantemente, colegas
professores emitem opiniões e afirmações de que seus alunos não interpretam e nem
compreendem os textos que leem e, principalmente, não demonstram prazer e interesse
pela leitura.
Faz-se necessário então, algumas considerações pertinentes para entender este
processo. Ao ser introduzida na escola, a criança já traz consigo uma experiência
linguística que é literária; pois, ainda quando pequenina, já ouve histórias contadas pelos
adultos, através da voz da mãe, do pai ou dos avós; contando fábulas, contos de fadas,
histórias inventadas e até mesmo ouvindo as cantigas de ninar. O trabalho escolar com o
texto literário infantil poderia dar continuidade a essa experiência. Entretanto, isso é, na
maioria das vezes, desprezado no decorrer do processo da aprendizagem. A apresentação
dos textos literários, em sala de aula, é feita com total desconsideração pela sensibilidade;
desconhece-se que a oralidade é a fonte da literatura infantil e que as crianças, antes da
alfabetização, iniciaram um contato literário mediado por um leitor que transmitia
oralmente o que lia.
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MATERIAL DIDÁTICO
Como ponto de partida, o estudante será estimulado pelo prazer de ler, através de
uma metodologia lúdica, de conquista e envolvimento; buscando desenvolver nos alunos o
gosto e a fruição da leitura literária, através da arte de contar história.
A sala de aula é um espaço privilegiado para o fomento do gosto pela leitura e sua
fruição. Contudo, faz-se necessário o preparo do professor em conhecer os recursos
técnicos que possam lhe auxiliar, e também, a sensibilidade no momento do trabalho com o
texto literário. Este deveria guardar a característica lúdica e emocionante que mexesse com
a sensibilidade da criança.
Sobretudo, é através da literatura infanto-juvenil, nosso objeto de estudo, o viés
que favorece a aprendizagem, estimula o imaginário e a fantasia que fazem parte do
universo da criança. Estudos mostram que as histórias preferidas de crianças de diversas
idades, refletem os conflitos emocionais e as fantasias particulares, que elas experimentam
em diversos momentos da vida. A criança possui predileção pelo belo e encontra nos livros
que ela gosta, o alimento adequado para os anseios e necessidades da sua alma
(SANDRONI E MACHADO, 1998).
Para a execução das atividades aqui elencadas, serão utilizadas diversas estratégias
de leitura, as quais possibilitarão ao educando, a percepção daquilo que os livros trazem de
bom, ideias novas, histórias surpreendentes e cativantes; neste sentido, é preciso fazê-lo
pensar sobre o lido, espantar-se com o maravilhoso, estar atento ao que cada leitura
despertou; pois o apego pelos livros é algo que se vai adquirindo aos poucos, numa
conquista permanente.
Primeiramente, a professora buscará conhecer seus alunos, procurando descobrir
sobre o que já leram, seus gostos e preferências, qual é a história de que mais gostaram de
ler, o que mais lhes chamou a atenção; numa conversa bem informal, sem cobranças, tudo
com o intuito de descobrir qual a sua predileção e o que mais lhes agrada no instante que
estão de posse de um livro; oportunizando ao aluno que fale livremente, sobre suas
impressões de leitura, as fantasias, emoções, reações, comoções e lembranças; cenas de
livros que ficaram gravadas em sua memória e que gostariam de relatar.
Após constatadas as preferências e quais os contatos prévios que os alunos já
obtiveram com os livros; os estudantes serão conduzidos, em visitas às bibliotecas da
escola e da pública municipal – num primeiro momento, farão a visita à biblioteca da
escola onde estudam; em seguida, à biblioteca pública municipal, em virtude de estar
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localizada próximo à escola que estudam. Nesse contato, os alunos ficarão bem à vontade
com os livros e que estes sejam apresentados a aqueles de forma simpática, descontraída e
afetuosa; os estudantes poderão manuseá-los, folheá-los, observando as capas, os títulos, os
desenhos, as ilustrações; enfim, as intenções de leitura.
Na sequência, os alunos já poderão fazer a escolha dos livros que gostariam de ler.
A professora fará a retirada dos livros escolhidos pelos alunos; e de posse dos mesmos,
então, serão levados para a sala de aula, para a leitura. Além disso, estarão à disposição dos
alunos, vários títulos da literatura infanto-juvenil, a exemplo de: A fada que tinha ideias; A
verdadeira história dos três porquinhos; Histórias de fadas; Contos de Grimm; As
aventuras de Alice no País das Maravilhas; Minhas memórias de Lobato; O fantástico
mistério de Feiurinha; Carta errante, avó atrapalhada, menina aniversariante; entre
outras obras. Durante o período em que os estudantes estiverem procedendo as leituras,
diversas estratégias serão utilizadas, como por exemplo: leitura silenciosa, leitura em voz
alta, expressiva, compartilhada com os alunos; deixar livre ao aluno que queira ler para os
demais colegas de classe. Pretende-se estabelecer um contato prazeroso e lúdico com a
literatura, de maneira que esta possa mexer com a sensibilidade do aluno; com o livro em
suas mãos (do estudante), o instante há de ser de magia e encantamento para ele. O
enfoque desse trabalho será com vistas a criar uma verdadeira “oficina literária”, em que os
horizontes de expectativas, do educando, sejam ampliados.
Concomitante às aulas de leitura, a professora contará algumas histórias aos alunos,
as quais estarão adequadas à faixa etária dos mesmos. O propósito dessa iniciativa é a do
encantamento do aluno, que ele tenha prazer em ouvir uma história bem contada e que seu
imaginário possa ser aguçado no instante em que estiver ouvindo a narrativa. Para tanto, no
momento da contação da história, a professora estará caracterizada de acordo com a
personagem principal da narrativa que irá contar; a exemplo se for uma história que tenha
fada ou bruxa, a professora utilizará vestimentas características de uma bruxa ou de uma
fada (chapéu, vassoura, varinha mágica, capa, etc.), tal iniciativa servirá para divertir e
encantar o aluno, prendendo sua atenção no momento em que estará ouvindo a narrativa, e
mais do que isso, a história que ele ouvirá, ficará marcada em sua vida, nutrindo e
aguçando sua imaginação de leitor .Contudo, alguns fatores ainda, deverão ser
considerados para o sucesso da narrativa. O primeiro passo consiste em escolher bem o que
será contado; é preciso saber se se trata de um assunto cativante, bem trabalhado, se é
original, se demonstra riqueza de imaginação e se consegue agradar os ouvintes. A
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Atividades que serão realizadas a partir das histórias lidas e/ou contadas:
No momento em que o estudante termina de ouvir uma história, esta permanece
viva em sua mente, nutrindo a sua imaginação criadora. Portanto, é recomendável que se
façam atividades de enriquecimento com os alunos; pois a história funcionará como agente
desencadeador da criatividade e imaginação.
Há vários tipos de atividades que poderão ser desenvolvidas, tais como: a
dramatização; pantomima; desenhos; recortes; colagens; construção de maquetes; criação
de pequenos livros ilustrados.
quanto tempo necessitarão para os ensaios, é preciso proporcionar um tempo para que as
equipes se organizem para o momento da encenação.
A orientação da professora, no momento desta atividade, será necessária aos
alunos; no que tange à utilização dos recursos como: gestos, expressão facial e corporal,
movimentos, entonação de voz, etc. Outro recurso a ser utilizado é a caracterização dos
alunos, vestimentas, acessórios e maquiagens para a teatralização; para tanto, será
organizado pela professora e pelos alunos da turma um “baú do teatro” com roupas,
fantasias, acessórios, maquiagens e quinquilharias, para a caracterização dos personagens
das histórias encenadas. Finalmente, para esta atividade de dramatização, a professora de
artes deverá ser consultada, a fim de conceder também possíveis orientações aos alunos.
O mesmo procedimento deverá ser utilizado pela professora e alunos, quando a
representação acontecer por meio da pantomima, a qual se trata de uma encenação de
trechos da história em que os estudantes, no momento atores da situação, expressam-se por
meio de gestos e expressões fisionômicas, utilizando-se apenas de mímicas, sem fazer uso
das palavras; esta atividade é indicada principalmente para reproduzir pequenos trechos do
enredo ou para dar ênfase à expressividade do personagem; os alunos poderão fazer uso da
pantomima, à medida que forem lendo a história e no momento que acharem conveniente a
representação de uma cena marcante ou interessante, até mesmo para imitar um
personagem ou um bicho presente na história lida.
Construção de maquetes:
Outra atividade a ser desenvolvida é a construção de maquetes, que se dará a partir
de uma nova dinâmica de leitura. Numa outra visita à biblioteca da escola, a professora,
juntamente com os alunos, fará a escolha de alguns títulos de livros. Essa seleção deverá
obedecer ao seguinte critério: obras que tenham mais de um volume da mesma história,
isto permitirá que alguns alunos tenham acesso à leitura de um mesmo título, para que a
formação das equipes aconteça a partir das escolhas feitas naquele momento. Ao retornar à
sala de aula, já com os livros escolhidos, os alunos procedem a leitura silenciosa dos
mesmos, todos sentados, dispostos em círculo. Ao término da leitura, a professora
verificará quem leu a mesma história, então agrupará os alunos de acordo com o título do
livro em comum. Formadas as equipes, oportunizar aos alunos que falem sobre o livro lido,
o que acharam da história, se gostaram, de que mais gostaram, se pudessem modificar algo
na narrativa, o que é que modificariam e por que o fariam. Em seguida, propor às equipes
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o trabalho a ser realizado: os grupos deverão escolher uma cena da história que gostariam
de representar numa maquete, decidir os detalhes para a construção da mesma: o que
representarão, os materiais que serão necessários, quem trará o quê, como será feito.
Em outras ocasiões, já utilizei-me dessa atividade na sala de aula; tal estratégia
deu-se no momento em que trabalhei com a leitura infanto-juvenil com alunos do ensino
fundamental, na época tratava-se da quinta série. A construção de maquetes é um recurso
que proporciona grandes resultados por conta do envolvimento e entusiasmo por parte dos
alunos no instante da sua construção. Funciona assim: depois da leitura do livro, os alunos
trazem para a sala de aula materiais sucata, solicitados e combinados previamente, como:
caixinhas vazias, papel de presente usado, macarrão, brinquedinhos, canudinhos, palitos,
areia colorida, serragem, etc. Tal atividade consiste em reproduzir uma cena da narrativa
lida; a professora pergunta à classe de que cena mais gostaram ou o que mais lhes chamou
a atenção no momento da leitura e que gostariam de encenar na maquete. Depois é só fazer
a construção que será realizada em equipe, os componentes chegam a um consenso sobre
que parte desejam representar. Concluído o trabalho, programa-se uma exposição no pátio
da escola e convida-se os alunos de outras turmas para que visitem-na, para a apreciação
dos trabalhos. Os alunos expositores fazem a explanação oral aos visitantes; explicando de
que se trata: nome do livro que leram, por que da escolha do mesmo, o que acharam da
história, se foi interessante, onde conseguiram o livro; enfim, os alunos expositores terão
de recontar a história lida aos visitantes da exposição, falando do porquê da escolha da
cena ora representada na maquete.
Para esta atividade, iniciaremos, com o filme “Alice no País das Maravilhas”,
produzido por Tim Burton, no ano 2010, seu enredo aponta para uma obra fantástica,
porque a personagem Alice passa por vários episódios diferentes, como encolher ou ficar
gigante, transportar-se para um mundo distante (utopia) e quimera. Nas propostas
pedagógicas até aqui mencionadas, as atividades são iniciadas a partir do livro infanto-
juvenil; já nesta, partiremos da narrativa fílmica, pois conforme discorrido anteriormente,
trata-se também de contação de história.
A professora levará o filme para a sala de aula para o mesmo ser visto e assistido
pela turma. Ao término, algumas reflexões deverão ser efetuadas junto aos alunos: se
gostaram da história, por quê, qual a cena mais interessante, o que ocorreu, se as
personagens principais são engraçadas, o que as fazem engraçadas, etc.. Nesse diálogo, a
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professora explicará que tal narrativa trata-se de um Conto de Fadas, e, que antes de se
tornar um filme, a história já estava narrada num livro. Em seguida, a professora apresenta
o livro As aventuras de Alice no País das Maravilhas aos seus alunos e faz a leitura do
mesmo, juntamente com todos.
Ao terminar a leitura, educadora e educandos farão uma discussão sobre a história
lida, efetuando comparações entre o livro e o filme, dos acontecimentos narrados no
livro/filme com a realidade vivida por eles (alunos), apontando as características físicas e
psicológicas das personagens, fazendo com que os alunos estabeleçam as diferenças e
semelhanças observadas em ambas narrativas.No quadro de giz, a professora poderá anotar
essas semelhanças e diferenças à medida que os alunos irão falando. Depois, um painel
ilustrativo deverá ser montado coletivamente. Esse painel trabalhará a criatividade,
imaginação, percepção e a atenção dos alunos; o mesmo será dividido em duas partes: de
um lado estarão relacionadas as semelhanças e do outro, as diferenças observadas entre a
narrativa literária e a fílmica; se for necessário, deverá ser colocado novamente, alguns
trechos do filme para melhor percepção e análise dos fatos e acontecimentos do enredo. O
mural deverá ser confeccionado com desenhos e/ou gravuras, feitos pelos próprios alunos,
como por exemplo: no momento em que for mencionado os nomes das personagens, os
alunos farão o desenho ou colarão uma gravura que represente a referida personagem e
assim acontecerá até todas as semelhanças e diferenças percebidas pelos alunos serem
anotadas.
O intuito relevante do trabalho ora planejado, tanto no Projeto de Intervenção como
na Unidade Didático-Pedagógica, é desenvolver, junto aos alunos do sexto ano do ensino
fundamental, o gosto e a fruição pela leitura; sem a preocupação do didatismo, da lição de
moral, fazendo do texto um pretexto para se ensinar algum conteúdo; mas sim através de
uma proposta lúdica, pelo prazer de ouvir uma história bem contada, de humor, com
enredo bem imaginado, com pontos emocionantes, com uma narrativa viva, cheia de
surpresas, conflitos incitantes, com expressividade e questionamentos nas entrelinhas.
Nesta perspectiva, estamos organizando uma coletânea de livros da literatura
infanto-juvenil, composta por diferentes obras e autores, inclusive, efetuamos solicitações
junto a algumas Fundações para a doação de exemplares, bem como aquisição de alguns
títulos junto a livrarias (sebos), os quais farão parte da referida coletânea, preparando
assim, uma mini-biblioteca para os alunos envolvidos no presente projeto. A finalidade
dessa iniciativa é de incentivar e motivar os alunos para o hábito da leitura, foco principal
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Referências
ABRAMOVICH, Fanny. Literatura Infantil – gostosuras e bobices. 3.ed. São Paulo:
Scipione, 1993.
ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS. Direção de Tim Burton. Local: Estados Unidos:
Walt DisneyStudios. 2010. DVD (109 min). Sonoro, legenda, color.
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ALMEIDA, Fernanda Lopes de. A fada que tinha idéias. 24.ed. São Paulo: Ática, 1997.
BANDEIRA, Pedro. O fantástico mistério de Feiurinha. 1.ed. São Paulo: FTD, 2001.
CARROLL, Lewis. As aventuras de Alice no País das Maravilhas. 1.ed. São Paulo:
Martins Fontes, 2002.
GRIMM, Jakob e Wilhelm. Contos de Grimm. 2.ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2002.
MEIRELES, Cecília. Problemas da literatura infantil. 3.ed. Rio de Janeiro: Nova
Fronteira, 1984.
PINSKY, Mirna. Carta errante, avó atrapalhada, menina aniversariante. 1.ed. São Paulo:
FTD, 2001.
RICHE, Rosa; Haddad, Luciane. Oficina da Palavra. 1.ed. São Paulo: FTD, 1988.
SANDRONI, Luciana. Minhas memórias de Lobato. 2.ed. São Paulo: Companhia das
Letrinhas, 2002.
SCIESZKA, Jon. A verdadeira história dos três porquinhos. 1.ed. São Paulo: Companhia
das Letrinhas, 2005.
SILVA, Maria B. C. Contar histórias uma arte sem idade. 2.ed. São Paulo: Ática, 1989.
WILDE, Oscar. Histórias de fadas. 1.ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.
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Anexos
Biblioteca do Colégio Estadual Eleodoro Ébano Pereira