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Colatina, 2019
Ciclo ar-padrão: Otto
Prof. Otávio Favoretti do Nascimento
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<otavio.favoretti@gmail.com>
Análise de ar-padrão
• Em um motor de combustão
interna de quatro tempos, o pistão
executa quatro cursos distintos:
➢Curso de admissão;
➢Curso de compressão;
➢Curso de potência;
➢Curso de escape.
• A Figura 1 fornece um diagrama
pressão-deslocamento tal qual
poderia ver em um osciloscópio
(transdutor piezelétrico) Figura 1 – Diagramas pressão-volume para um motor
de combustão interna alternativo. Fonte: Adaptado
Prof. Otávio Favoretti do Nascimento de SHAPIRO (2011). 3
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Análise de ar-padrão
• Um estudo detalhado do • Outras características também
desempenho de um motor de deveriam ser levadas em
combustão interna alternativo consideração no estudo dos
levaria em conta muitos motores de combustão interna
aspectos. Isto incluiria o alternativos, tais como:
processo de combustão que ➢Transferência calor gases no
ocorre dentro do cilindro e os cilindro e as paredes dos
efeitos da irreversibilidade cilindros;
associados ao atrito e a
gradientes de pressão e ➢Trabalho ao carregar o cilindro;
temperatura. ➢Trabalho ao retirar produtos da
combustão.
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Análise de ar-padrão
• Devido a grande complexidade, a ➢Uma quantidade fixa de ar
modelagem precisa dos motores modelado como gás ideal é o FA;
de combustão interna é realizada ➢Processo de combustão substituído
por meio de simulação por uma fonte externa de calor;
computacional.
➢Não existem processos de
• São necessárias simplificações para admissão e descarga;
poder conduzir as análises
termodinâmicas elementares dos ➢Todos os processos são
motores de combustão interna. internamente reversíveis.
• Um procedimento consiste em • Embora a análise ar-padrão
empregar uma análise do ciclo de simplifique a análise, esta pode ser
ar-padrão com os seguintes diferir bastante daquelas em
elementos: motores reais.
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Ciclo de Ar-padrão idealizados
• Para motores de combustão • Ciclo Otto: Adição de calor a
interna alternativos, três ciclos volume constante;
aderem ao ciclo de ar-padrão • Ciclo Diesel: adição de calor a
idealizados : pressão constante;
➢Ciclo Otto; • Ciclo Dual: adição de calor a
➢Ciclo Diesel; volume constante seguido da
➢Ciclo Dual. adição de calor a pressão
constante.
• Esses ciclos se diferem um do
outro somente conforme se da o
processo de adição de calor:
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Ciclo de Ar-Padrão Otto
• Considera que a adição de calor
ocorre instantaneamente enquanto o
pistão se encontra no PMS.
• O ciclo Otto é mostrado na Figura 2
consiste em quatro processos
internamente reversíveis:
➢Processo 1-2: compressão
isoentrópica do ar (PMS → PMI);
➢Processo 2-3: transferência de calor a
volume constante;
➢O processo 3-4: expansão
isoentrópica;
Figura 2 – Diagramas 𝑝 − 𝑣 e 𝑇 − 𝑠 do ciclo de
➢Processo 4-1: processo de volume ar-padrão Otto. Fonte: Adaptado de SHAPIRO
constante na qual calor é rejeitado. (2011).
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Ciclo de Ar-Padrão Otto
• Nos diagramas da Figura 2, o ➢A área 1-4-a-b-1 da Figura 3 o
eixo das abscissas trazem calor rejeitado por unidade de
propriedades extensivas – massa.
volume e entropia –
propriedades estas que
dependem da massa do fluido
ativo (sistema), e portanto do
tamanho do motor.
• Observações ao diagrama T-s:
➢A área 2-3-a-b-2 na Figura 3
representa o calor fornecido por
unidade de massa. Figura 3 – Diagrama 𝑇 − 𝑠 do ciclo de ar-padrão
Otto. Fonte: Adaptado de SHAPIRO (2011).
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Ciclo de Ar-Padrão Otto
• Observações em relação ao
diagrama p-v da Figura 4:
➢A área 1-2-a-b-1 no diagrama p-v
representa o trabalho fornecido
por unidade de massa na
compressão;
➢A área 3-4-b-a-3 representa o
trabalho realizado por unidade de
massa no processo de expansão.
➢As áreas das figuras podem ser
interpretadas como trabalho
líquido obtido, ou de modo
equivalente, o calor absorvido. Figura 4 – Diagrama 𝑝 − 𝑣 do ciclo de ar-padrão
Otto. Fonte: Adaptado de SHAPIRO (2011).
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Análise do ciclo
• As transferências de energia • O trabalho líquido do ciclo é expresso por:
podem ser obtidas pela
simplificação do balanço de 𝑾𝒄𝒊𝒄𝒍𝒐
=
𝑾𝟑𝟒
−
𝒘𝟏𝟐
= 𝒖𝟑 − 𝒖𝟒 − 𝒖𝟐 − 𝒖𝟏
sistema fechado através da 𝒎 𝒎 𝒎
consideração de que as variações
de energia cinética e potencial • Alternativamente, o trabalho líquido pode
podem ser ignoradas. O resultado ser calculado como o calor líquido
são: adicionado:
𝑾𝒄𝒊𝒄𝒍𝒐 𝑸𝟐𝟑 𝑸𝟒𝟏
= − = 𝒖𝟑 − 𝒖𝟐 − (𝒖𝟒 − 𝒖𝟏 )
𝒎 𝒎 𝒎
• V1 = V4 e V2 = V3.
𝑇4 𝑉3 k-1 1
= =
𝑇3 𝑉4 𝑟 𝑘−1
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Efeito da taxa de compressão no desempenho
• Analisando o diagrama 𝑇 − 𝑠
novamente na Figura ao lado,
pode-se concluir que a eficiência
térmica aumenta com o aumento
da taxa de compressão.
• Aumento da taxa de compressão
muda o ciclo de 1-2-3-4-1 para 1-
2’-3’-4-1.
• Temperatura média de
fornecimento de calor é maior no
último ciclo e ambos tem o mesmo Figura 5 – Diagrama 𝑇 − 𝑠: efeito variação
processo de rejeição de calor. temperatura na eficiência térmica. Fonte:
Adaptado de SHAPIRO (2011).
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Efeito da taxa de compressão no desempenho
• O aumento da taxa de • Rearrumando:
compressão do ciclo também é
apresentado de maneira
simples, através do
desenvolvimento em base de ar • Sabe-se que:
padrão frio. Para 𝑐𝑣 constante,
temos:
Logo,
1
η= 1 −
𝑟 𝑘−1
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Efeito da taxa de compressão no desempenho
• A eficiência térmica do ciclo ar-
padrão é uma função da taxa de
compressão (r) e de K;
• Quanto maior a taxa de
compressão, maior será a eficiência
térmica do MCI;
• Altas taxas de compressão podem
ocasionar a possibilidade de
ocorrência de auto-ignição ou
detonação, estabelecendo um
limite superior para a taxa de
compressão nos motores com
ignição por centelha. Figura 6 – Eficiência térmica ciclo de ar-padrão
frio Otto. Fonte: Adaptado de SHAPIRO (2011).