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Carolina Kuhn Novakoski1, Guilherme Abud Lima1, Marcelo Giulian Marques1, Eder Daniel
Teixeira1, Eliane Conterato1, Alba Valéria BrandãoCanellas2
(1) Instituto de Pesquisas Hidráulicas – UFRGS (IPH – UFRGS, Brasil (2) Eletrobras FURNAS.
carolkn04@gmail.com, guilherme.abud@ufrgs.br, mmarques@iph.ufrgs.br, Eder.teixeira@ufrgs.br,
eliconterato@gmail.com, alba@furnas.com.br
RESUMO:
Os vertedouros em degraus têm por objetivo dissipar grande parte da energia de montante
ainda na calha, durante a queda d’água. A bacia de dissipação por ressalto hidráulico, implantada a
jusante do vertedouro fica com o objetivo de dissipar a energia restante. O presente trabalho tem por
objetivo a análise da influência do nível de jusante nas pressões médias observadas junto ao fundo
de uma bacia de dissipação por ressalto hidráulico, instalada a jusante de um vertedouro em
degraus. O modelo físico onde foram medidos os dados de pressão está instalado no Laboratório de
Obras Hidráulicas (IPH/UFRGS). Para o presente estudo, foram analisadas as distribuições de
pressão média junto ao fundo do canal, obtidas através de ensaios realizados com dois níveis de
jusante distintos. Esses níveis foram selecionados de forma que um correspondesse a um ressalto
hidráulico livre e o outro a um ressalto afogado.
ABSTRACT:
Stepped spillways have as its aim to dissipate the most part of the upstream energy still in
the chute, during the waterfall. The stilling basin by hydraulic jump installed downstream of the
spillway has to dissipate the remaining energy. This article presents an analysis concerning the
influence the downstream level has at mean pressures at a bottom of a stilling basin by hydraulic
jump installed downstream a stepped spillway. The physical model where the pressure data were
obtained is installed in the Hydraulics Laboratory (Laboratório de Obras Hidráulicas -
IPH/UFRGS). In order to develop the present study, the mean pressure distribution at the channel
bottom was analyzed through data obtained by tests made with two different downstream levels.
One of the levels selected corresponds to a free hydraulic jump and the other corresponds to a
submerged hydraulic jump.
[2]
[3]
Onde
é a pressão média adimensionalizada;
é a pressão média na posição x;
é a altura conjugada lenta;
S é a submergência;
é a posição adimensionalizada e x é a posição real a partir do início da bacia de dissipação;
é o nível de jusante.
Figura 1.- Pressões médias adimensionalizadas obtidas por Mees et al (2011) comparadas com as pressões
obtidas por Meirelles (2004) (fonte:Mees, 2008)
MATERIAIS E MÉTODOS
Metodologia experimental
As pressões médias foram medidas em 20 pontos distintos ao longo da bacia de dissipação. Para
as medições foram utilizados transdutores da marca Sitron (SP96), 10 dos mesmos com faixa de
trabalho entre -1,5 a 3 m.c.a. e o restante com faixa de trabalho de -1,5 a 1,5 m.c.a. Para evitar erros
associados a efeitos de distorção do sinal devido à instalação de mangueiras que conectam o
transdutor com o fundo do canal, a ligação dos mesmos foi feita através de um suporte roscável que
permite a colocação do transdutor diretamente sob o fundo do canal como indica a figura 4.
Foram realizados ensaios com dois níveis de jusante distintos. Para cada nível foram ensaiadas
cinco vazões. As vazões escolhidas foram de 40, 60, 80, 100 e 110 l/s. Dos níveis de jusante
selecionados, um corresponde a um ressalto livre e o outro à um ressalto submerso. Para que o
ressalto hidráulico seja considerado livre é necessário que o nível de jusante (Tw) seja igual à sua
altura conjugada lenta, dessa forma, o início do ressalto ocorre junto ao pé do vertedouro, no
começo do trecho reto da bacia de dissipação. Para que o ressalto possa ser considerado submerso, o
nível de jusante deve ser maior do que a altura conjugada lenta, o que faz com que o ressalto tenha
seu início no paramento inclinado em degraus. Nesse segundo caso, o nível de jusante foi escolhido
de forma que a submergência (equação 3) fosse igual a 1,2. A tabela 1 apresenta as características
do ressalto hidráulico para cada vazão ensaiada e a tabela 2 apresenta os níveis de jusante
associados, também, à cada vazão ensaiada. As figuras 5 e 6 apresentam a formação do ressalto
hidráulico livre e afogado, respectivamente, para a vazão de 80 l/s.
Para a análise da distribuição longitudinal das pressões ao longo da bacia de dissipação a partir
dos dados coletados no modelo físico, foram utilizadas as adimensionalizações propostas por
Teixeira (2003). As equações 4 e 5 apresentam as equações propostas pelo autor para a
representação da pressão média e da posição adimensional em relação ao ponto de encontro da
calha do vertedouro com o trecho reto da bacia, respectivamente
[4]
[5]
Onde
é a pressão média adimensionalizada
é a pressão média na posição x
é a altura conjugada lenta
é a altura conjugada lenta
S é a submergência
é a posição adimensionalizada e x é a posição real a partir do início da bacia de dissipação
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Figura 7.- Valores brutos de pressão média para todos os ensaios realizados
CONCLUSÕES
Com a análise da distribuição longitudinal das pressões médias, foi possível chegar à
algumas conclusões. A pressão média apresenta valores altos no ponto mais próximo ao final da
calha do vertedouro em degraus, independentemente da vazão ou da submergência analisada.
Depois disso é observada uma brusca redução nos valores de pressão média de cerca de 1.( - ),
seguida de um novo aumento com o acréscimo da distância em relação ao início da bacia de
dissipação. Nota-se que esse aumento é observado até a posição aproximada de 8(yl-yr) onde há
estabilização das pressões na bacia
Através das análises realizadas também foi possível fazer algumas relações entre as
variáveis envolvidas:
os valores de pressão média são mais elevados para submergências maiores;
para números de Froude maiores as pressões médias observadas são menores;
para um mesmo número de Froude, as curvas representantes das pressões médias
relativas à cada submergência se agrupam aproximadamente na posição de 4 (yl-yr).
REFERÊNCIAS
Mees, A. A.; Marques, M. G.; Conterato, E. C. (2011). Análise das Pressões Médias em um
Ressalto Hidráulico a Jusante de Vertedouro em Degraus. In.: XIX Simpósio Brasileiro de Recursos
hídricos, Maceió, Brasil.
Souza, P. E. de A. (2012). Bacias de Dissipação Por Ressalto Hidráulico Com Baixo Número de
Froude – Análise das Pressões Junto ao Fundo da Estrutura. Dissertação (Mestrado) - De
Partamento de Hidráulica e Sanemaneto Ambiental, Universidade Federal do Rio Granade do Sul,
Porto Alegre.