Você está na página 1de 64

FATEC

Tecnologia em Fabricação Mecânica

RM

“Resistência dos Materiais” 1ª parte

- CIS -
Resistência dos Materiais – 1ª parte

1- Definições gerais:

A Resistência dos Materiais (ou Mecânica dos sólidos) é


o ramo da Mecânica aplicada que:

- Estabelece fórmulas onde são considerados os


efeitos internos dos corpos, produzidos pela ação de
forças externas.

- Seu campo de investigação está limitado, aos sólidos


e materiais de aplicação usual na engenharia e
tecnologia.
cis 2
Resistência dos Materiais – 1ª parte

- A ResMat estuda e estabelece as relações entre as


cargas externas aplicadas e seus efeitos no interior dos
sólidos.

- Por não considerar que um corpo seja idealmente


rígido, como na mecânica, a ResMat fundamenta o
estudo da deformação dos corpos.

- As deformações, embora de pequena grandeza, são de


maior interesse na aplicação dos materiais.

cis 3
Resistência dos Materiais – 1ª parte

- A ResMat é uma ciência mais tecnológica, considerada


semi-empírica, e muitas de suas fórmulas e coeficientes
foram e são obtidos em laboratórios.

As fórmulas da RM resolvem, de modo geral, as duas


classes de problemas:

I) Problemas de dimensionamento

II) Problemas de verificação

cis 4
Resistência dos Materiais – 1ª parte

I) Problemas de dimensionamento:

Conhecido os esforços atuantes; então, calculam-se as


deformações.

Deduz-se as dimensões, forma e o material para


resistir em melhores condições, com segurança e
máxima economia.

cis 5
Resistência dos Materiais – 1ª parte

II ) Problemas de verificação

Conhecidas as dimensões, forma e material de um


sólido, pretende-se avaliar os máximos esforços atuantes
(cargas) que podem atuar, com segurança , desde que
deduzidas também as deformações produzidas.

cis 6
Resistência dos Materiais – 1ª parte

Classificação das peças quanto a configuração de uso:

- Peça:
É todo corpo sólido capaz de receber e transmitir forças.

- Estrutura:
É todo conjunto de peças devidamente associadas.

cis 7
Resistência dos Materiais – 1ª parte

Geometria das peças:

i) Peça de formato barriforme:


Possui dimensão l >> b, h.

ii) Peça em forma de placa ou superficial:


as dimensões b x l >>h.

iii) Peça na forma de um bloco ou volumétrica:


as dimensões l x b x h são significativas ou semelhantes.
cis 8
Resistência dos Materiais – 1ª parte

Classificação de cargas e esforços:

Cargas – são forças externas que atuam no corpo.

Esforços – são forças desenvolvidas internamente no


corpo que tendem a resistir às cargas.

Deformações – são as mudanças das dimensões


geométricas e da forma do corpo solicitado pelos
esforços.

cis 9
RM – Esforços Solicitantes

Tipos de cargas:

I – Cargas estáticas:
São cargas aplicadas lentamente e que permanecem quase
constante depois que atuam no corpo.
Exemplo: Cabo mantendo uma luminária pendurada, Carga
aplicada ao corpo de prova em um ensaio de tração, etc.

cis 10
RM – Esforços Solicitantes

II – Cargas repetidas:
São cargas aplicadas com grande número de vezes, dentro de um
limite de tempo definido.
Exemplo: Cargas aplicadas em uma biela de uma máquina, aos
trilhos de uma ferrovia durante a passagem de um trem, etc.

cis 11
RM – Esforços Solicitantes

III – Cargas de impacto:


São as cargas aplicadas em um corpo em um período
relativamente curto.
Exemplo: Carga de um bate-estacas, martelo de um prensa
excêntrica, etc.

cis 12
Resistência dos Materiais – 1ª parte

2 – Tipos de Estruturas (Vigas)


As estruturas planas são classificadas conforme o
seu equilíbrio estático, em:

- Estruturas Hipoestáticas;

- Estruturas Isostáticas e

- Estruturas Hiperestáticas.

cis 13
Resistência dos Materiais – 1ª parte

- Estruturas Hipoestáticas:
Essas estruturas são instáveis quanto à estaticidade.
A classificação hipoestática é devido ao fato de que o seu
número de incógnitas ser inferior ao número de equações
da estática.

Nº de incógnitas < Nº de equações

cis 14
Resistência dos Materiais – 1ª parte

- Estruturas Isostáticas:
A classificação isostáticas é quando a estrutura tem o seu
número de incógnitas igual ao número da equação da
estática.

Nº de incógnitas = Nº de equações
cis 15
Resistência dos Materiais – 1ª parte

- Estruturas Hiperestática:
A classificação Hiperestática é quando a estrutura tem o
seu número de incógnitas superior ao número da equação
da estática.

Nº de incógnitas > Nº de equações


cis 16
Resistência dos Materiais – 1ª parte

3 – Reações de Apoios

Os esforços reativos que atuam nas estruturas


dependem da forma com que estas estruturas são
apoiadas.

Um apoio reage à direção em que faz restrição ao


deslocamento.

cis 17
Resistência dos Materiais – 1ª parte

Em função do comportamento, para as estruturas


planas, os apoios podem ser classificados em:

I - Apoio simples móvel;

II - Apoio simples fixo;

III – Engastamento.

cis 18
Resistência dos Materiais – 1ª parte

I – Apoio simples móvel:


Esse tipo de apoio oferece apenas uma força reativa. Isto
é, restringe o movimento de translação somente na
direção normal ao plano de apoio.
Representação gráfica na Figura I.

cis 19
Resistência dos Materiais – 1ª parte

Para movimento paralelo ao solo, ou de rotação,


este tipo de apoio não oferecerá nenhum tipo de
restrição.

Exemplo:
No mecanismo biela-manivela da Figura IA, em
uma posição de repouso, o pistão funciona para
a biela como um apoio simples móvel.

cis 20
Resistência dos Materiais – 1ª parte

..

cis 21
Resistência dos Materiais – 1ª parte

II – Apoio simples fixo:


Um apoio simples fixo é aquele que oferece
restrições em duas direções: na direção normal e
na direção paralela ao plano de apoio.
Representação gráfica na Figura II.

cis 22
Resistência dos Materiais – 1ª parte

Um exemplo de apoio fixo é uma dobradiça.


Pois, em uma porta, uma dobradiça permite, apenas,
que a porta gire em torno da parede (a parede para a
porta é o solo).

Na Figura IA, a manivela está apoiada no ponto A.


Este apoio é um apoio simples fixo; o único
movimento permitido é o movimento de rotação em
torno do apoio. Qualquer movimento de translação
sofre restrição.
cis 23
Resistência dos Materiais – 1ª parte

Em uma gangorra, como mostra a Figura IIA, o apoio


da barra é feito de maneira que o comportamento é o
de um apoio simples fixo.
O único movimento permitido é o de rotação.

cis 24
Resistência dos Materiais – 1ª parte

III – Engastamento:
Este tipo de apoio impede a translação em
qualquer direção, e também a rotação, através de
um contramomento, que bloqueia a ação do
momento solicitante.

cis 25
Resistência dos Materiais – 1ª parte

A Figura IIIA mostra uma escada que possui seus


degraus em balanço. Note-se que uma das
extremidades de cada degrau está livre e a outra
está engastada na viga que sustenta a escada.

cis 26
Resistência dos Materiais – 1ª parte

4 – Tipos de Carregamentos
Os esforços de ação que atuam nas estruturas
podem ser classificados em forças ou momentos:
a) Forças concentradas

cis 27
Resistência dos Materiais – 1ª parte

Diz-se que uma força é concentrada quando se


considera que ela é aplicada em um único ponto.

Uma força concentrada é representada por um


vetor cujo tamanho representa a intensidade da
força; a direção representa a direção da força e o
sentido, o sentido da força.

cis 28
Resistência dos Materiais – 1ª parte

b) Cargas distribuídas

Seja uma força linearmente


distribuída onde a função
de distribuição é q(x).

Então, a força total da distribuição (Q) é a soma de


todas as forças ao longo da distribuição.

cis 29
Resistência dos Materiais – 1ª parte

Desta forma, a força resultante de distribuição é a


integral da função q(x) ao longo de L, conforme
expressão
𝐋 𝐋

𝐐= 𝐪(𝐱) 𝐝𝐱 → 𝐐= 𝐪 𝐝𝐱 → 𝐐 = 𝐪. 𝐋
𝟎 𝟎

E a posição desta força


resultante, com relação à
distribuição, é o centro de
gravidade da distribuição.

cis 30
Resistência dos Materiais – 1ª parte

- Exemplo de Carga uniforme distribuída

cis 31
Resistência dos Materiais – 1ª parte

Uma força é distribuída quando sua aplicação em um


corpo é feita em mais do que um ponto.

Observação:
Para o cálculo das reações de apoio, a carga uniforme
distribuída é substituída por uma força concentrada
equivalente Q igual a área da figura geométrica da
carga e que passa pelo seu centroide: Q = q . L

cis 32
Resistência dos Materiais – 1ª parte

- Exemplo de Carga uniformemente variável

cis 33
Resistência dos Materiais – 1ª parte

Observação:
Para o cálculo das reações de apoio, a carga
uniforme variável é substituída por uma força
concentrada equivalente Q igual a área da figura
geométrica da carga e que passa pelo seu
q.L
centroide: Q =
2

cis 34
Resistência dos Materiais – 1ª parte

c) Momento concentrado

cis 35
Resistência dos Materiais – 1ª parte

5 – Classificação de vigas

A) Simplesmente apoiadas

cis 36
Resistência dos Materiais – 1ª parte

B) Bi-engastada (fixa)

C) Engastada - Apoiada

cis 37
Resistência dos Materiais – 1ª parte

D) Em balanço

E) Em balanço nas extremidades

cis 38
Resistência dos Materiais – 1ª parte

6 – Cálculo das reações nas vigas

Equações de equilíbrio estático (forças aplicadas


em um plano):

∑Fx = 0, ∑Fy = 0 e ∑M = 0

cis 39
Resistência dos Materiais – 1ª parte

Exemplo 6.1
Calcular as reações nos apoios da viga.
Desprezar o peso da viga.

cis 40
Resistência dos Materiais – 1ª parte

Solução

1º passo - Diagrama de Corpo Livre (D.C.L.)

cis 41
Resistência dos Materiais – 1ª parte

2º passo - Calcular as reações de apoio

∑ Fx = 0 → RAx = 0

∑MA = 0, 200 + 100 . 1 + 160 . 1,5 – RB . 2 = 0 → RB = 270 kgf

∑Fy = 0, RAy – 100 – 160 + 270 = 0 → RAy = -10 kgf

cis 42
Resistência dos Materiais – 1ª parte

Observação:
Nenhum momento é transmitido por uma junta
articulada, apenas as forças horizontais e verticais são
transmitidas.

cis 43
Resistência dos Materiais – 1ª parte

Exemplo 6.2
A barra da figura é uma viga onde estão colocadas as
cargas localizadas.
Determinar, para esta situação, as reações que os apoios
oferecem.

cis 44
Resistência dos Materiais – 1ª parte

Solução
Já vimos que: o apoio móvel oferece uma reação cuja
direção é perpendicular ao solo e que o apoio fixo oferece
uma reação que pode ser decomposta em uma
componente horizontal e outra vertical.

1º passo - Diagrama de Corpo Livre (D.C.L.)

cis 45
Resistência dos Materiais – 1ª parte

2º passo - Calcular as reações de apoio


Condições de equilíbrio:
∑FH = 0 → RHB = 0

∑FV = 0 → RA + RVB + 3tf – 8tf = 0 → RA + RVB = 5tf

∑MA = 0 → 8tf . 2m – RVB . 4m – 3tf . 6m = 0 → RVB = - 0,5tf

RA + RVB = 5tf → RA = 5tf - (- 0,5 tf) → RA = 5,5tf

Resultado:

cis 46
Resistência dos Materiais – 1ª parte

Exemplo 6.3
A barra da figura está sujeita aos esforços indicados.
Determinar as reações dos apoios que a equilibra.

cis 47
Resistência dos Materiais – 1ª parte

Solução
1º passo - Diagrama de Corpo Livre (D.C.L.)
Determinar a resultante da força distribuída, antes de
calcular as reações de apoio.

cis 48
Resistência dos Materiais – 1ª parte

2º passo - Calcular as reações de apoio

Condições de equilíbrio:
∑FH = 0 ∑FV = 0 ∑M = 0

cis 49
Resistência dos Materiais – 1ª parte

∑FH = 0 → RHB + 20tf = 0 → RHB = - 20tf

∑FV = 0 → RA + RVB + 3tf – 8tf = 0 → RA + RVB = 5tf

∑MA = 0 → 8tf . 2m - RVB . 4m - 3tf . 6m = 0 → RVB = - 0,5tf

RA + RVB = 5tf → RA = 5tf - (-0,5 tf) → RA = 5,5tf

Resultado:

cis 50
Resistência dos Materiais – 1ª parte

Exemplo 6.4
Determinar as reações dos apoios da viga da figura,
solicitada por torque.

cis 51
Resistência dos Materiais – 1ª parte

Solução
1º passo - Diagrama de Corpo Livre (D.C.L.)

cis 52
Resistência dos Materiais – 1ª parte

2º passo - Calcular as reações de apoio

Condições de equilíbrio:
∑FH = 0 ∑FV = 0 ∑M = 0
∑MA = 0 → 160 kNm - RB . 10m = 0 → RB = 16 kN
∑MB = 0 → 160 kNm - RA . 10m = 0 → RA = 16 kN

Resultado:

cis 53
Resistência dos Materiais – 1ª parte

Exemplo 6.5
Determinar as reações dos apoios da viga da figura,
solicitada por carga paralela ao suporte principal.

cis 54
Resistência dos Materiais – 1ª parte

Solução

1º passo - Diagrama de Corpo Livre (D.C.L.)

cis 55
Resistência dos Materiais – 1ª parte

2º passo - Calcular as reações de apoio


Condições de equilíbrio:
∑FH = 0 → - RAH + 40kN = 0 → RAH = 40 kN
∑MA = 0 → 80 kNm – (RB . 10m) = 0 → RB = 8 kN
∑MB = 0 → 80 kNm – RAV . 10m = 0 → RAV = 8 kN

RA = R2AH + R2AV → R A = 402 + 82 → R A ≅ 41 kN

Resultado:

cis 56
Resistência dos Materiais – 1ª parte

Exemplo 6.6
Determinar as reações de apoio, na viga da figura, pela
ação das cargas uniforme distribuídas.

cis 57
Resistência dos Materiais – 1ª parte

Solução
1º passo - Diagrama de Corpo Livre (D.C.L.)

2º passo - Calcular as reações de apoio


Condições de equilíbrio: ∑FH = 0 ∑FV = 0 ∑M = 0

∑FV = 0 , RA = RB = 24 kN/2 = 12 kN
cis 58
Resistência dos Materiais – 1ª parte

Exemplo 6.7
Determinar as reações de apoio, na viga da figura, pela
ação das cargas uniformemente variável.

cis 59
Resistência dos Materiais – 1ª parte

Solução
1º passo - Diagrama de Corpo Livre (D.C.L.)

2º passo - Calcular as reações de apoio


Condições de equilíbrio: ∑FH = 0 ∑FV = 0 ∑M = 0
∑MA = 0, 12.(2/3).4 – 4RB = 0 → RB = 8kN
∑MB = 0, 4RA – 12.(4/3) = 0 → RA = 4kN
cis 60
Resistência dos Materiais – 1ª parte

Exemplo 6.8
Determinar as reações de apoio, na viga da figura, pela
ação das cargas uniforme distribuída e uniforme variável.

cis 61
Resistência dos Materiais – 1ª parte

Exemplo 6.9
Determinar a reação no apoio A e a força normal na barra
©, conforme a viga esquematizada da figura.

cis 62
Resistência dos Materiais – 1ª parte

Exemplo 6.10
Determinar as reações nos apoios A e B, conforme o
pórtico [viga] esquematizado da figura.

cis 63
Resistência dos Materiais – 1ª parte

Referência Bibliográfica:
BEER, F.P; JONHSTON, E. R. Resistência dos Materiais,
4ª ed. McgrawHill Interamericana, 2006.

cis 64

Você também pode gostar