Carcanholo
Prefácio
Eleutério F. S. Prado
Professor da USP
EDUFEE
Vitória (ES)
2012
© 2012 Reinaldo A. Carcanholo.
Equipe técnica:
Revisão de texto: Manoel de Souza Miranda
Projeto de Editoração Eletrônica:
PrintVix - Serviços Integrados de Comunicação
Projeto gráfico da capa: Denise Pimenta
Projeto gráfico do texto e normalização:
Eugenia Magna Broseguini Keys (CRB6a/MG408-] iS)
Lucileide Andrade de Lima do Nascimento (CRB6a/MG309-ES)
Conselho Editorial:
Cleonara M. Schwartz, Eneida Maria Souza Mendonça, Giancarlo
Guizzardi, Gilvan Ventura da Silva, Glícia Vieira dos Santos, José
Armínio Ferreira, Maria Helena Costa Amorim, Sandra Soares
Delia Fonte, Sergio Henriques Saraiva, Wilberth Claython Ferreira
Salgueiro.
Catalogação na Publicação
C265m
Carcanholo, Reinaldo Antônio.
Marx, Ricardo e Smith: sobre a Teoria do Valor Trabalho / Reinaldo A.
Carcanholo; prefácio Eleutério F. S. Prado.__Vitória: Edufes, 2012.
248 p. : i l . ; 15x21 cm
Inclui referências ao final dos capítulos.
ISBN 978-85-7772-122-1.
CDU 33
Eleutério F. S. Prado
Professor da USP
S U M Á R IO
APRESENTAÇÃO
SOBRE A LEITURA
R Í C A R D I A N A D E M A R X ........................ 1 6
SOBRE O TRABALHO
PRODUTIVO EM MARX.................... 3 7
RICARDO E O FRACASSO
DE UMA TEORIA DO VALOR............ 8 1
UMA INTERPRETAÇÃO
ANTI-RICARDIANA DA TEORIA
DO VALOR DE ADAM SMITH.......... 1 1 4
II
São os seguintes os aspectos da teoria de
Ricardo indispensáveis, segundo nossa opi
nião, para entender a leitura que os autores
de orientação ricardiana fazem de Marx: a
particular forma como Ricardo concebe as
categorias de riqueza, excedente e valor; a
relação que existe entre os conceitos de va
lor e riqueza; e o papel do trabalho na teoria
ricardiana do valor.
Se comparado com o de Smith, o conceito
de riqueza em Ricardo é muito elementar,
quase ingênuo. Para aquele, como sabemos,
a riqueza, na sociedade em que a divisão
social do trabalho se encontra avançada,
consiste numa relação social de domínio:
a propriedade de determinada mercadoria
confere a seu titular, se o seu objetivo é a
troca, a capacidade de comprar determina
da quantidade de trabalho alheio. É justa
mente essa quantidade que mede a magni
tude de riqueza (ou valor) representada por
2Cf. Sm ith (1 9 8 1 ,
aquela mercadoria.2 p. 18). Para
um a m elh or
Ao contrário de Smith, se observarmos o ca com p reen são
pítulo XX dos Princípios de Ricardo, veremos do con ceito
de riq u eza
que a compreensão que ele tem de riqueza em Smith,
é diretamente extraída do pensamento cor veja tam bém
Carcanholo
rente (RICARDO, 1982, p. 189-195). Para ( 1 9 9 1 , p. 193 ).
ele, a riqueza é concebida fisicamente; está
constituída, na verdade, pelo conjunto hete
rogêneo de bens úteis. Daí se deriva o fato de
que o excedente ricardiano é material, físi
20 Reinaldo A. Carcanholo
REFERÊNCIAS
2
TRO NACIONAL
DE ECONOMIA
POLÍTICA, 12.,
2007, São Paulo.
A n a is.... São
Paulo: SEP, 2007.
Tam bém em:
CARCANHOLO,
S O B R E O T R A B A L H O R. A. 0 trabalh o
produtivo na
P R O D U T IV O E M M A R X 17 te o ria m arxista
In: COLÓQUIO
INTERNACIONAL
2.1 INTRODUÇÃO MARX E ENGELS,
5., 2007, Cam
Nosso objetivo aqui é não só esclarecer a pinas. A n ais....
perspectiva de Marx sobre o tema18, expres Cam pinas: CE-
MARX, 2007.
sa em diferentes textos seus, mas avançar
(dentro do possível) na precisão da catego
ria, de maneira coerente com a nossa par ,8Que é a
persp ectiva de
ticular interpretação da teoria marxista do Rubin (198 0).
valor e sem violentar a perspectiva geral de
Marx sobre o assunto.19
19A grad eço a
Claus Germ er
Em uma primeira aproximação, poucos p o r ter opin ado
duvidariam em afirmar que, para a teoria sob re alguns
a sp ectos d este
marxista, trabalho produtivo é aquele que texto.
38 Reinaldo A. ( ¡arcanholo
produz mais-valia
Mp
/
D - M . . . (p) . . . M’ - D’
\
Ft
2.2.5 Contabilidade
No que se refere aos gastos de trabalho com
as atividades de contabilidade, Marx mostra
que ocorre o mesmo que com os de compra
e venda: trata-se de gastos improdutivos.
Sustenta também que os meios de trabalho
gastos nessa atividade não transferem seu
valor ao produto, mas constituem deduções
da mais-valia criada nas atividades produti
Reinaldo A. Carcanholo
2 .3 .2 O s s e r v iç o s de e d u c a çã o e saú d e e a
rep rod u ção da força de trabalh o
2.5 Referências
ANTUNES, Ricardo. Os Sentidos do traba
lho. São Paulo: Boitempo, 2000.
BELOTO, Divonzir L. O Capital de comér
cio de mercadorias. 2003. Tese (Douto
ramento em Desenvolvimento Econômico)
- Universidade Federal do Paraná (UFPR),
Curitiba, 2003.
BELUCHE, Olmedo. Os trabalhadores do
Estado e a teoria marxista das classes so
ciais. Marxismo Vivo, n. 6, 2002. Dispo
nible em: <http://www.marxismalive.org/
olmedo6port.html>. Acesso em: 6 fev. 2006.
BÕHM-BAWERK, Eugen von. La conclusión
del sistema de Marx. In: HILFERDING et al.
Marx, Ricardo e Smith: Sobre a Teoria do Valor Trabalho
im portante é a
su a (de Ricardo)
mas a postura smithiana, por anterior, su
crítica aos gere a pobreza do pensamento formal de Ri
au tores que não cardo e o retrocesso que a concepção ingê
distin gu em en tre
v a lo r e riq u eza nua de riqueza, como conjunto heterogêneo
(Princípios, de bens, implicou para o desenvolvimento
cap. XX). Para
Ricardo, a
da economia política crítica.
in trod u ção da
m aq u inaria e No entanto, parece-nos que, apesar da
a divisão do
trab alh o podem
mencionada distinção entre valor e rique
a u m en tar za, a obsessiva busca da mercadoria padrão
a riq u eza
p ro d u zid a por
por Ricardo, e a ideia de valor absoluto que
um d eterm in ad o está associado a ela, relaciona-se com um
con ju nto de inconsciente desejo seu de utilizar o valor
d esen v o lv e
a m esm a como medida da riqueza. Voltaremos a esse
q u an tid a d e de assunto com mais detalhe depois.
trab alh o [...]".
“ L em b rem os
Por ora, fiquemos com a ideia de que, ju s
q u e foi só d ep o is tamente por ser o volume total de riqueza
q u e in iciou (concebida como física) constante, o valor
a re d a çã o da
l a e d içã o d os para Ricardo não pode sofrer alterações
P rin cípios, frente a mudanças nos salários65.
que R icard o se
d eu con ta do
c u rio so e feito Assim, não aceitando o princípio da soma de
das m u d an ça s remunerações de Smith como determinan
sa lariais so b re os
p reço s relativo s.
te do valor e do trabalho comandado como
Pode s e r q u e isso sua medida, que alternativas lhe restavam
ten ha re fo rç a d o
s u a id é ia d e
a Ricardo? Não tinha muitas opções. Nessas
d istin ção ra d ic a l condições, chegar a sustentar que era o tra
e n tre v a lo r e
riq u e za , m as a
balho incorporado o que determina os pre
b u sca d e u m a ços relativos era um passo muito pequeno67.
m e r c a d o ria E isso é o que ele faz já no título da primeira
p a d rã o p e rfe ita
m o stra q u e, seção do capitulo I de Os Princípios:
d ep o is,
c o n tin u o u O valor de uma mercadoria, ou a quan
in tu in d o q u e tidade de qualquer outra pela qual pode
o v a lo r s e ria
ser trocada depende da quantidade re
a m e d id a d a
riq u e za : "Foi lativa de trabalho necessário para sua
só d e p o is d o produção, e não da maior ou menor re
a p a re cim e n to do muneração que é paga por esse trabalho
E n saio
(RICARDO, 1982, p. 43)68.
Marx, Ricardo e Smith: Sobre a Teoria do Valor Trabalho 95
infinitesimal do tempo.
Mas, façamos uma concessão e esqueça
mos essas limitações. Em algo poderíamos
avançar se considerássemos a mercadoria
padrão, mas com uma pequena mudança
na sua definição. Se, ao invés de ser produ
zida sempre com a mesma quantidade de
trabalho, sua produção sofresse alterações
na produtividade do trabalho sempre igual
à média das alterações da produtividade
Reinaldo A. Carcanholo
3.10 Referências
Em resumo:
Para produzir uma unidade de A:
salário
500 hs. de trabalho —> natural = $ 250,00
pago
lucro
capital = $ 200—> natural = $ 60,00
pago
renda
uso de terrenos e
-> natural = $ 40,00
recursos naturais
paga
Total $ 350,00
salário
7hs. de trabalho natural $ 3,50
pago
lucro
capital = $ 10,00 natural $ 3,00
pago
uso de terrenos e renda
recursos natu natural $ 3,50
rais paga
Total $ 10,00
E também:
Como se determina o preço natural dos
meios de subsistência que determinam o
preço natural do salário? Pelo preço na
tural do ‘salário’, do ‘lucro’ e da ‘renda
fundiária’, e esses preços formam o pre
ço natural desses meios de subsistência
e o de todas as mercadorias e assim até
o infinito. Tagarelar com a lei da oferta e
da procura não serve para romper o cír
culo vicioso (MARX, 1980, p. 74).
1 A = $ 350,00
1 B = $ 10,00
s = $ 0,50
Para sabermos o preço em trabalho da mer
cadoria A, basta calcularmos quantas ho
ras de trabalho podem ser compradas com
$ 350,00. Para isso, basta dividir 350 por
0,50 e o resultado é 700 horas. Assim, o
preço natural da mercadoria A, medido em
trabalho (chamado de p reço real) é:
1 B = 20 hs. de trabalho
(ou 20 horas de trabalho c o m a n d a d o o u e x ig id o )
Onde:
Va = valor de A ou trabalho comandado
pela mercadoria A.
Vg = valor dos salários pagos na produção
da mesma mercadoria.
V l = valor dos lucro.
V r = valor da renda.
E também:
[...] (SMITH, RC) atribui o lucro do capita
lista ao fato mesmo de este não ter pago
parte do trabalho adicionado à mercado
ria ... Desse modo reconheceu Smith a
verdadeira origem da mais valia (MARX,
1980, p. 58).
4.11 Referências
BENETTI, Cario. Valor y distribución. Ma
drid: Saltés, 1978. 236p.
BLAUG, Mark. História do pensamento
econômico. Lisboa: Publicações Dom Qui-
xote, 1989. 837p. Título original: Economic
theory in retrospect.
CARCANHOLO, Reinaldo A. O valor, a ri
queza e a teoria de Smith. Análise Econô
mica, Porto Alegre, ano 9, n. 15, p. 183-
205, 1991.
CARTELIER, Jean. Excedente y reproducci
ón: la formación de la economía política clá
sica. México: Fondo de Cultura Económica,
cl981. 364p.
Reinaldo A. Carcanholo
D A A P A R Ê N C IA
(OBSERVAÇÕES SOBRE CRÍTICAS À
TEORIA SMITHIANA DO VALOR: UMA
VISÃO ANTI-RICARDIANA)102
102Texto original
elaborad o
em 1994. A teoria smithiana do valor não encontrou
Publicado em:
CARCANHOLO, R. nos'seus dois mais importantes críticos (Ri
: A. A dam Smith,
prision eiro
cardo e Marx) um tratamento adequado:
da aparência: houve, da parte deles, uma incompreensão
o b serv açõ es
críticas à teoria sobre ela. Em particular, as críticas marxis
sm ithiana do
valor: um a visão
tas, longe de prestarem uma sustentação à
anti-ricardiana. própria teoria de Marx, serviram e servem
R e v is ta R a ízes,
Cam pina Grande,
à postura ricardiana, durante um tempo,
ano 14, n . l l , p. amplamente representada naqueles autores
3 7 -6 4 ,1 9 9 5 .
que, sentindo-se incomodados com a con
Marx, Ricardo e Smith: Sobre a Teoria do Valor Trabalho
PARTE 1: A CRÍTICA DE
MARX A ADAM SMITH
Nesta parte do capítulo analisamos as crí
ticas formuladas por Marx (1980b; 1983;
1985) à teoria do valor de Smith que apare
cem nas Teorias da Mais-Valia, com umas
poucas referências a obra O Capital (1980a;
1981). Na verdade nos concentraremos não
em todas, mas só em uma parte delas: nas
que não consideramos adequadas.
Nosso ponto de partida é, por um lado, a
interpretação que temos sobre a teoria smi
thiana exposta nos capítulos anteriores e,
também, a própria teoria marxista do valor,
que consideramos muito superior à de Smi
th (1983), e tão capaz de explicar a realida
de capitalista quanto incompreendida por
seus críticos. Em outros lugares expusemos
nossa interpretação sobre ela.
Como veremos a seguir, Marx tem frente a
Smith (1983) uma atitude contraditória. Ao
mesmo tempo em que subestima sua teoria
158 Reinaldo A. Carcanholo
iguais
q u an tid ad es de
a teoria de Smith dentro de suas próprias
trabalh o têm concepções. Atribui a Smith seu próprio en
sem pre o m esm o
valor".
foque e depois vai nele buscar hesitações,
inseguranças, confusões, ambiguidades e
107Por exem plo: contradições. Não há a isenção de buscar a
“[...] Smith,
atrav é s de
coerência e as intenções do autor criticado.
su a obra, ao
e sc la re c e r Observem-se as próximas citações. A pro
realm en te os
fatos, co n sid era pósito de um aspecto da análise smithiana
a q u an tidad e de
tra b a lh o con tid a
de salário, Marx diz:
no pro d u to com o
v a lo r e elem en to Assim, Smith permite que sua teoria cor
que d eterm in a reta - a de ser o valor da mercadoria de
o v a lo r (MARX,
1980b, p. 53). terminado pela quantidade de trabalho
nela contida - anule, ou antes, paralise,
contrabalance sua ideia errada de o salá
rio, como elemento constitutivo do valor,
determinar o valor da mercadoria (MARX,
1983, p. 657).
noNa v erd a d e
, Sm ith co n segu e Contrasta totalmente esta opinião com
a 'p ro eza'
de, d efin ido
aquelas emitidas nas Teorias da Mais-valia.
seu preço Aqui a análise é profunda, aguda, precisa.
natural (com
sim ilarid ad e A crítica é adequada e perfeita: “nenhum
ao con ceito
de p reço de
deles desvendou a diferença entre preço de
produ ção produção e valor”110. Lamentavelmente essa
m arxista), d efin ir
v a lo r com o igual diferença é pouco conhecida ou entendida,
àqu ele.
pois até hoje, mesmo depois de Marx a ter
Marx, Ricardo e Smith: Sobre a Teoria do Valor Trabalho
Finalmente:
Assim, de acordo com a própria exposi
ção de Smith, se as mercadorias urbanas
e rurais fossem vendidas na proporção da
quantidade de trabalho que cada uma en
cerra em face da outra, seriam vendidas
por seus valores (MARX, 1983, p. 664).
é totalmente estranho
b a lh o c o r p o r if i c a d o ”
ao pensamento de Smith, especialmente se
com isso estivermos sugerindo, como está
fazendo Marx, a ideia de magnitude do va
lor.
Se formulássemos a Smith a pergunta:
é certo ou errado que, no capitalismo, a
quantidade da mercadoria que compra de
terminada quantidade de trabalho (vivo) foi
produzida com quantidade inferior de tra
balho (“trabalho materializado”)?; e, se além
do mais, o obrigássemos a responder, ob
viamente a resposta seria positiva: é certo.
Mas ai nao estaríamos entendendo a teoria
de Smith, mas engessando-a aos limites,
fronteiras e determinações nossas; não a
estaríamos expressando adequadamente.
O que já deve ter ficado claro para quem
conhece nossa pesquisa sobre Smith é que,
para ele, todo trabalho é pago, embora exis
ta lucro e embora, por isso, a compra de
trabalho vivo se faça com mercadoria que se
produziu com menos quantidade de traba
lho. Isso não foi percebido por Marx.
Mas, Marx prossegue:
[...] assim descobre ele (Smith, RC) (pa
rece-lhe) que na troca entre capital e tra
balho assalariado, entre trabalho mate
rializado e trabalho vivo, de imediato se
ab-roga a lei geral, e as mercadorias (pois
trabalho também é mercadoria ao ser
comprado e vendido) não se trocam na
proporção das quantidades de trabalho
que representam. Daí conclui que o tem
po de trabalho não é mais a medida ima
176 Reinaldo A. Carcanholo
PARTE 2: A CRÍTICA DE
RICARDO NOS PRINCÍPIOS
A crítica de Ricardo a Adam Smith começa
cedo. Já o próprio título da seção I do capí
tulo I (Sobre o Valor) dos Princípios envolve
uma crítica à teoria do valor de Smith:
O valor de uma mercadoria, ou a quan
tidade de qualquer outra pela qual pode
ser trocada, depende da quantidade re
lativa de trabalho necessário para sua
produção, e não da maior ou menor re
muneração que é paga por esse trabalho
(RICARDO, 1982).
I
tre as mercadorias, embora os valores délas
(preço medido em trabalho comandado) se
modifiquem com um sentido inverso ao da
quela. O que ocorre é que um aumento ou
redução da taxa de salário provoca uma di
minuição ou incremento (respectivamente)
no preço real (medido em trabalho coman
dado) de todas as mercadorias. Os valores
relativos só se modificarão como resultado
de uma alteração da taxa de salário, devido
ao efeito indireto provocado pela necessida
de de nova uniformização da taxa de lucro.
Vejamos:
Suponhamos que um trabalhador rece
ba 1 bushel de trigo como pagamento de
uma semana de trabalho, quando o pre
ço do cereal é de 80 xelins cada quarter,
e que se lhe pague 1 Vi bushel quando o
preço cai a 40 xelins. Suponhamos ain
da que ele consuma Vá bushel de trigo
por semana em sua casa, e que troque
o resto por outros bens, tais como com
bustíveis, sabão, velas, chá, açúcar, sal
etc. Se os % de bushel que lhe sobram,
num caso, não lhe proporcionam o mes
mo volume daquelas mercadorias que
lhe proporcionavam Vá bushel, no outro
caso, terá o trabalho aumentado ou di
minuído em valor? Aumentado, deveria
dizer Adam Smith, já que seu padrão é
o trigo, e o trabalhador recebe mais trigo
por uma semana de trabalho. Diminuí
do, deveria dizer o mesmo Adam Smith,
‘porque o valor de uma coisa depende do
poder de compra de outros bens que a
posse desse objeto confere’, e o trabalho
tem um menor poder de adquirir esses
outros bens (RICARDO, 1982, p. 47).
5.13 Referências
CARCANHOLO, Reinaldo A. O valor, a ri
queza e a teoria de Smith. Análise Econô
mica, Porto Alegre, ano 9, n. 15, p. 183-
205, 1991.
CARTELIER, Jean. Excedente y reproduc
ción: la formación de la economía política
clásica. México, Fondo de Cultura Económi
ca, cl981. 364p.
DOBB, Maurice. Teorías del Valor y de la
distribución desde Adam Smith. Buenos
Aires: Siglo XXI, 1976. ©1973.
MARX, K. O Capital. Rio de Janeiro: Civili
zação Brasileira, 1980a. Livros 1, 2 e 3, v. 4.
MARX, K. O Capital. Rio de Janeiro: Civili
zação Brasileira, 1981. Livro 3, v. 6.
Marx, Ricardo e Smith: Sobre a Teoria do Valor Trabalho
A D A M S M IT H : O V A L O R E
A T E O R IA D A D E T E R M IN A Ç Ã O
n3Texto original
D A T A X A D E L U C R O 113
elaborad o
em 199 6 .
P u blicado em:
CARCANHOLO, R. Desde a principal obra de Ricardo (1982),
A. D eterm inação
in equ ívoca
Os P r in c íp io s , passando por Marx e até nos
do v a lo r e da sos dias, a teoria do valor de Smith (1983)
d istrib u ição
em Sm ith ln: tem, sido alvo de críticas tão fortes e tão am
ENCONTRO
NACIONAL DE
plamente aceitas que, no mínimo, fizeram
ECONOMIA com que se reduzisse a atenção dos novos
POLÍTICA, 2.,
19 9 7 , São Paulo.
leitores sobre as suas particularidades e ca
Anais... São racterísticas. Sua importância deve ter sido
Paulo: SEP, 19 9 7.
p .19 2 -2 0 9 . menosprezada e a correta relação dela com
as teorias de Marx e de Ricardo fica neces
sariamente incompreendida.
Marx, Ricardo e Smith: Sobre a Teoria do Valor Trabalho 207
Pi = XiPi + Si
P 2 = X2P 2 + S 2
Marx, Ricardo e Smith: Sobre a Teoria do Valor Trabalho
Onde:
de D m itriev
( 1 9 7 7 ), em b ora
valor de uma unidade da mercadoria pro
an te rio re s ao duzida no setor 1 (bens de consumo dos
livro de Sraffa
(1 9 7 6 ) criam trabalhadores), se eleve proporcionalmente.
um a b arreira Vejamos: se a taxa de salários era 4 uni
a um a m elh o r
d ivulgação, p o r dades de bens de consumo, o valor de 800
seu excessivo
a p e go à
unidades desses bens era igual a 200 horas
linguagem de trabalho comandado; tendo baixado a
form al
m atem ática (e taxa de salário de 4 para 2 unidades, o valor
isso, m esm o
ten do em vista
daqueles bens será de 400 horas; uma re
su a com paração dução à metade da taxa de salário, implica
com Sraffa). É
v erd a d e que
portanto numa elevação ao dobro do valor
m uitos d os tem as dos bens de consumo dos trabalhadores.
ali tratad o s
en con tram
dificu ld ad es de 14. Assim sendo, dado o novo valor dos
se r trabalh ad o s
sem form u lação
bens de consumo, a uniformidade da taxa
m atem ática de lucro só será alcançada com uma altera
(é isso q u e faz
recom end ável ção no valor do setor 2 (não proporcional a
o esforço dos
in teressa d o s
redução da taxa de salário). A partir dessa
que não nova estrutura de valores (preços naturais
ten ham m aior
fam iliaridade reais - em trabalho comandado), ficará es
com essa
lin gu agem ) e por
tabelecida uma nova estrutura de preços
isso tam b ém o relativos (agora não proporcionais ao traba
caráter con fuso
do p rim eiro
lho contido mas, exclusivamente, ao traba
capítu lo dos lho comandado).
Princípios de
Ricardo (19 8 2 ).
Mas, de tod as 15. Admitindo-se que r seja o fator de alte
as m an eiras, há
em D m itriev
ração do valor do setor 2 e que seria possí
( 1 9 7 7 ) um vel calcular algébricamente sua magnitude,
excessivo apelo
à m atem ática, teríamos assim solucionado o sistema de
com o se ela,
p o r si, d efin isse
preços naturais reais e o de preços relati
e o ca rá te r de vos do sistema. Evidentemente, o valor de
científico. Por
certo é o que
r depende, entre outras coisas, da taxa de
dizem alguns dedução.
dos epígrafes
escolh id o s p o r
ele p ara o seu 16. Passemos então, ao cálculo dos preços
prim eiro ensaio,
por
em condições de existências de 2 setores e
de lucros positivos.
Marx, Ricardo e Smith: Sobre a Teoria do Valor Trabalho 217
Sejam:
Sa = ta x a de salário
Sa = taxa de salário com dedução igual a zero
Insistamos num aspecto: essas taxas de sa
lário correspondem ao salário pago em bens
do setor 1, por hora de trabalho.
Evidentemente:
Sa > Sa
Onde:
ai A = «IikA + â i s A + 3 h, A
Valores de uso > „ _ , _ , „ (3)
a i B = a 2KB + a 2SB + a 2LB
Onde:
5. Observemos que
ai A < ãiA
pois os salários totais, em bens do setor 1,
serão agora menores do que antes da dedu
ção e o sistema, supõe-se, está em equilí
brio.
Assim, o número de horas trabalhadas no
setor 1, agora é menor do que antes.
Sendo:
S = o número de horas totais trabalhadas,
S^= o número de horas trabalhadas no setor 1
S2= o número de horas trabalhadas no setor 2
s = Sl + $ 2 = Sl + S2
?c
Si < Si S2 > S2
Marx, Ricardo e Smith: Sobre a Teoria do Valor Trabalho
ãiA Sa 1 + Td
como
Si _ a .A
Si ãiA
temos que
Si
1 + Tc
Pi = X, Pi + Sl +li
Preços reais > , (4)
v Pz = X2 P 2 + S2 + h * v
Seja:
Da mesma maneira:
<i2KB a21B
XiPl = 12 .
Sb Sb
111A = <1is A + a :s 15
ü2sB =: Hi A — a is A
Marx, Ricardo e Smidi: Sobre a Teoria do Valor Trabalho
3 2 sB
— Sa
7. A magnitude de Pi
Conforme assinalado no item 6,
Pi = Si + S2, e como S = Si + S2 ,
Pi = S
8. Cálculo da magnitude de P 2 .
Seja P2 a produtividade (“bruta”) do traba
lho no setor 2.
a) Quando Ta = o (isso significa que o lu
cro é nulo) podemos escrever:
então
Reinaldo A. Carcanholo
a li
no entanto P2 =
então
aiB S a
Sa
e, como vimos no item a, pz = -------
1- x
Substituindo o valor de Sa ;
Mas, por outro lado:
Então,
azB Sa (l + Td)
S2 1 - X2
e 826 1 + Td a2B
— = S2------- = P2
1 - X2
Sa
; como Sa
então:
Marx, Ricardo e Smith: Sobre a Teoria do Valor Trabalho 225
p, = e Si = Pi (l - x,)
a. A — a. A
'• P' = =7:----- Y . Como p,
Pi(l - x.J Sa
a. A
p, =
f 1- x, 1 Sa
a.A Logo P' -
1 Sa J 1 - Xi
§ a = Sa ( l + Td) e P1- 1- X.
Sa (l + Td) a! A
então Oi = — ---------- • Mas p> = ——
K 1 - x, Si
Logo
a. A Sa —1------
-----= + Td
Si 1 - x,
a. A
---------—
„ -----------------
1+ Ta
Sa 1 - X.
226 Reinaldo A. Carcanholo
Portanto: 0 „ 1- x.
Si = r i ------
1 + Td
Pi = X1P1 + Si + li
P2 = X2P2 + S2 + I2
a2sB
r = ------
a2SB
82 8 , ausB
N = ---- , onde s» = ——
Sb S 2
_ a2sB azsB
Como *■=— — > a.sB=----
a 2sB r
M
N = — .r
8 U .S J> j
~sT
aB =p,
Mas, com vimos: a2SB [ver item (6)]
N = Pí.r
x zP2.r
230 Reinaldo A. Carcanholo
P| = s (cf. item 7)
r»2 - o
P S2 -1----
+^ (cf. item 8)
1 —X2
f, Li2 e L2.
Li.r _ L,2.r
X i P i . r + Si x 2P 2 . r + S2 ’ 'C”
L i.r / \
L 2 .r = ——-------— (x 2P 2 .r + S2)
X i P i . r + Si '
Desenvolvendo e fazendo:
A = P 2 . Xi Pi
B = P 2 . S l - X 2P 2 .S l- X 2P2.S2
C = - ( S j + S1 .S 2) ,
teremos:
A .r 2 + B .r + C = O118
B + -Jb 2 - 4 A C
r =
2A
118Para m aior facilid ad e o b se rv e m o s que:
x,P,x2P2r‘+Llx2P2ri=^XiPlrJx2P2rj+^LirJx2P2r|=
=x2P2r XiPir+Lir =x2P2r P,-Si =x2P2S2r
232 Reinaldo A. Carcanholo
a) li = Si .Td , e
b) h = Sí.Td.
Marx, Ricardo e Smith: Sobre a Teoria do Valor Trabalho
Vejamos:
(cf. seção
a) Sabemos que li = Pi(l - x.) - Si 6.5, item
10)
Pi (l - x.) = Si (l + Td)
1. = Si ( l + Tc) - Si
portanto li = Si Td
b) Da mesma maneira, temos que:
P2 ( l - X í) = S2 ( l + Td)
l2 = S2.Td
Valores > Vi = Xí Vi + V fi + Mi
de Marx > V 2 = X2 V 2 + V f 2 + M 2
234 Reinaldo A. Carcanholo
Onde:
Pj é o valor total da produção na
V 1= j setor 1,
Si
“ *.. fn é o capital variável do setor 1, e
1 + Id
Demonstração de que: V fi + M i = S i :
xrfi = ------
V Sl e ™ = -------
Mi 11
1 + Td 1 + Td
en tão V fi + M i = S i
V f 2 + M i = S2
M i li
Td
V fi Si
9. A re s p o s ta d a p e rg u n ta a n terio r é n e g a
tiv a e isso p elo segu in te: a s o m a dos p reços
de p ro d u çã o (ou p reço de p ro d u çã o total)
d eve ser ig u a l à som a dos v a lo re s (ou v a lo r
total). Isso n ão ocorre, n a q u ele caso, com o
p o d em o s m ostrar:
co m o v ,= r r ^ e
P . + P 2 P , + P 2 .r
então Vi + V 2 - - ——- * _ ~ , Se r * 1
1 + Id 1 + ld
Pi = Vi(l + Td)
P 2 = V2(l + Td) (cf. seção 6.7, item 3)
se X2 = x, -> r=1
se X2 > x. r > 1
Marx, Ricardo e Smith: Sobre a Teoria do Valor Trabalho
X2
e quanto maior — , maior sera r;
Xi
se X2 < xi -» r<1
1 - Xi c 1 - X 2Si Pi ( l - X.)
Si = P i------ Si = l 2 ------ logo — = —.?----- \
1 + Td ’ 1 + Td ’ g S2 Pz ( i - x.)
Si
Substituindo — pela expressão anterior,
temos S2
i i _ Z i t1~ * j ou
l2 " P 2 * ( l - x.)
Jl _ A t1 ~ Xl)
Pl p 2 (1 - X2)
2 e, dessa forma r = 1,
^
b se > x, . —> — 11> — 12,
Pi P í
e seria necessário elevar o preço do setor 2
para que se alcançasse a uniformidade da
taxa de lucro; assim r > 1,
c) se X2 < Xi, pela razão inversa r < 1
6. Em resumo, podemos dizer que o preço
natural real da produção líquida anual de
pende da quantidade de horas de trabalho
dedicadas ã produção, da taxa de dedução
(que altera salário e modifica a capacidade
de certo produto de comprar trabalho - este
é seu efeito direto) e da relação entre as
composições orgânicas do capital. Uma al
teração na taxa de dedução, além do mais,
provoca um efeito indireto sobre o preço na
tural real. Uma elevação dela, por exemplo,
ao reduzir salários, vai favorecer mais aque
le setor com baixa composição orgânica,
rompendo a uniformidade da taxa de lucro.
Se o setor 2 tiver maior composição orgâni
ca que o setor 1 (x2> x.), o valor de r deverá
reduzir-se. Se, ao contrário, xi > Xi , r deverá
aumentar. Uma redução na taxa de dedução
provocará efeito contrário. Esse efeito indire
to das modificações na taxa de dedução foi
demonstrado por Ricardo, nos Princípios.
7. O fato de que a magnitude do produto
novo total em valor (isto é, seu preço na
tural real), que é igual à soma dos salários
e lucros (supomos renda igual a zero), seja
alterada por uma simples modificação na
Marx, Ricardo e Smith: Sobre a Teoria do Valor Trabalho
Exemplo 1
Horas trabalhadas 200.00
Taxa de dedução = 1.00
xl = 0.20
x2 = 0.25
Preços Naturais
PN K s L %
Setor 1 200.00 41.79 80.00 78.21 Tx lucro 64.22
Setor 2 334.31 83.58 120.00 130.73 Tx lucro 64.22
Total 534.31 125.37 200.00 208.95 Tx lucro 64.22
r = 1.0444727
Valores
Taxa de mais-valia = Taxa de dedução = 1.00
, PN K s L
Setor 1 100.00 20.00 40.00 40.00
Setor 2 160.00 40.00 60.00 60.00
Total 260.00 60.00 100.00 100.00
Preços de produção
PN K S L %
Setor 1 97.32 20.33 38.93 38.06 Tx lucro 64.22
Setor 2 162.68 40.67 58.39 63.62 Tx lucro 64.22
Total 260.00 61.00 97.32 101.67 Tx lucro 64.22
Marx, Ricardo e Smith: Sobre a Teoria do Valor Trabalho
Exemplo 2
Horas trabalhadas = 200.00
Taxa de dedução = 0.80
X1 = 0.20
x2 = 0.25
Preços naturais
PN K S L %
Setor 1- 200.00 41.48 88.89 69.63 Tx lucro 53.41
Setor 2 276.51 69.13 111.11 96.27 Tx lucro 53.41
Total 476.51 110.61 200.00 165.91 Tx lucro 53.41
r = 1.036924
Valores
Taxa de mais- valia = Taxa de dedução = 0.80
PN K £ L
Setor 1 111.11 22.22 49.38 39.51
Setor 2 148.15 37.04 61.73 49.38
Total 259.26 59.26 111.11 88.89
Preços de produção
PN K S L %
Setor 1 108.82 22.57 48.36 37.89 Tx lucro 53.41
Setor 2 150.44 37.61 60.45 52.38 Tx lucro 53.41
Total 259.26 60.18 108.82 90.27 Tx lucro 53.41
Exemplo 3
Horas trabalhadas = 200.00
Taxa de dedução = 0.60
xl = 0.20
x2 = 0.25
Preços naturais
PN K S L %
Setor 1 200.00 41.14 100.00 58.86 Tx lucro 41.70
Setor 2 219.43 54.86 100.00 64.58 Tx lucro 41.70
Total 419.43 96.00 200.00 123.43 Tx lucro 41.70
r = 1.028595
246 Reinaldo A. Carcanholo
Valores
Taxa de mais-valia = Taxa de dedução = 0.60
PN K S L
Setor 1 125.00 25.00 62.50 37.50
Setor 2 133.33 33.33 62.50 37.50
Total 258.33 58.33 125.00 75.00
Preços de produção
PN K S L %
Setor 1 123.18 25.34 61.59 36.25 Tx lucro 41.70
Setor 2 135.15 33.79 61.59 39.77 Tx lucro 41.70
Total 258.33 59.13 123.18 76.02 Tx lucro 41.70
Exemplo 4-
Horas trabalhadas = 200.00
Taxa de dedução = 2.00
xl = 0.20
x2 = 0.25
Preços naturais
PN K S L %
Setor 1 200.00 43.09 53.33 103.58 Tx lucro 107.43
Setor 2 631.92 157.98 146.67 327.28 Tx lucro 107.43
Total 831.92 201.07 200.00 430.86 Tx lucro 107.43
r = 1.077143
Valores
Taxa de mais-valja - Taxa de dedução = 1.00
PN K S L
Setor 1 66.67 13.33 17.78 35.56
Setor 2 195.56 48.89 48.89 97.78
Total 262.22 62.22 66.67 133.33
Preços de produção
PN K S L %
Setor 1 63.04 13.58 16.81 32.65 Tx lucro 107.43
Setor 2 199.18 49.80 46.23 103.16 Tx lucro 107.43
Total 262.22 63.38 63.04 135.81 Tx lucro 107.43
Marx, Ricardo e Smith: Sobre a Teoria do Valor Trabalho 247
6.10 Referências
CARCANHOLO, R. A. O valor, a riqueza e a
teoria de Smith. Análise Econômica, Porto
Alegre, ano 9 , n. 15, p. 183-205, 1991.
CARCANHOLO, R. A. O paradoxo da desi
gualdade dos iguais: incompreensões ricar-
dianas sobre os preços de produção. Revis
ta Perspectiva Económica. Vitoria, ano 1,,
v. 1, n. 0, jan. 2000.
CARTELIER, Jean. Excedente y reproduc
ción: la formación de la economía política
clásica. México: Fondo de Cultura Económi
ca, 1981. 364p. ©1976.
DMITRIEV, V. K. Ensayos económicos so
bre el valor, la competencia y la utilidad.
México: Siglo XXI, 1977. ©1904.
DOBB, Maurice. Teorías del valor y de la
distribución desde Adam Smith. Buenos
Aires: Siglo XXI, 1976. ©1973.
MARX, Karl. O Capital. Rio de Janeiro: Di-
fel, 1981.
NAPOLEONI, Cláudio. Smith, Ricardo e
Marx. 3. ed. Rio de Janeiro: Graal, 1983.
©1973.
NAPOLEONI, Cláudio (1977). O Valor na
Ciência Econômica. Lisboa: Presença; São
Paulo: Martins Fontes, 1980. ©1977.
RICARDO, David. Valor absoluto e valor de
troca. In: NAPOLEONI, C. Smith, Ricardo
e Marx. 3. ed. Rio de Janeiro: Ed. Graal,
1983. © 1951.
248 Reinaldo A. Carcanholo
I m p r e s s o e m d e z e m b r o d e 2012
F o n te s : Garamond, Bookman Old Style e Cambria
F o r m a t o : 15 x 21 cm
P a p e l: Supremo 300 g, cor 4/0 (capa) e
Apergaminhado 75 g, cor 1/1 (miolo)
I m p r e s s ã o : off set