Carlos Coimbra
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Um Homem Raro
Governador Geraldo Alckmin
Secretário Chefe da Casa Civil Arnaldo Madeira
O Menino do Coro
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Aos 12 anos, sofri um acidente grave e quebrei
a perna. Tive que fazer uma operação para co-
locar pino e foi um acontecimento. Foi a primei-
ra vez que uma operação desse tipo foi realiza-
da em Campinas. Fiquei quatro meses engessado
em casa, deitado na cama, lendo revistinhas e
vendo filmes num projetor Paté Baby de 8 mm,
que meu pai havia comprado e eu até hoje guar-
do como lembrança. Só pensava em voltar aos
filmes e aí descobri o que ia me ajudar a ter di-
nheiro e facilitar minha entrada no cinema. Fui
ser baleiro. Ficava com aquela caixa cheia de
doces e chocolates, que ia oferecendo ao públi-
co. Circulava pela platéia e podia assistir aos fil-
mes. Trabalhei durante três anos nessa função e
vi muitos filmes duas, três, dez vezes, porque os
filmes de sucesso eram repetidos e ficavam mais
tempo em cartaz, para atender a demanda do
público, que queria vê-los. Vi dez vezes um fil-
me que me produziu uma impressão muito for-
te e só mais tarde descobri que era um clássico -
Do Mundo Nada se Leva, de Frank Capra.
Na era do rádio
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É uma coisa interessante porque o filme, roda-
do em 1955 - quando eu tinha o quê? 25, 26
anos - é obra de principiantes. Todos os que fize-
ram o filme estavam estreando. Eu, como dire-
tor; o Konstantin, como produtor. Nossa equipe
era formada por nós e mais duas pessoas - o
Konstantin era o diretor de fotografia, havia um
italiano, o Hélio Coccheo, que era assistente de
câmera, e o quarto era outro italiano que aju-
dou o Konstantin a levantar a produção e virou
uma espécie de faz-tudo, quebrando todos os
galhos no set.
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Primeiros Passos
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Mais tarde, já adulto, quando freqüentava o
cineclube, no Rio, comecei a me interessar por
livros de cinema. O meu preferido era um que
se chamava ABC do Cinema, com informações
básicas sobre bastidores e tecnologia. Virou uma
Bíblia para mim. Todas essas leituras e mais to-
dos os filmes que vi me levaram ao Armas da
Vingança e, quando eu disse que não entendi
porque me deram o Saci de direção, não é verda-
de. Eu até entendi, porque aquele era o filme
de um garoto aplicado que queria mostrar que
sabia fazer cinema. O filme tem muita coisa que
vi nos filmes dos outros, muita coisa que achei
que seria bonita. Poderia dizer que é um filme
metido a besta, que se pretende artístico e que
até descuida da história e dos personagens. Já
contei como surgiu o Armas da Vingança. O
Konstantin (Tkaczenko), entusiasmado com o
sistema de cotas que o produtor Heládio Fagun-
des desenvolveu para fazer Luzes nas Sombras e
Cavalgada da Esperança, começou a lançar cotas
para um filme que ele pretendia produzir. E o
Konstantin, porque achava que eu tinha bom
conhecimento técnico, me propôs que dirigisse.
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Eu, muito inconseqüente, topei e assim surgiu
aquele filme que foi, como já expliquei, uma
aventura de estreantes.
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E a co-produção era a seguinte - o sujeito deu
as latas de negativos e financiou as cópias e o
lançamento do filme. Konstantin me explicou
a situação. Era uma loucura - mas eu estava em-
polgado e o conhecia. Topei e foi aí que o Kons-
tantin, que também estava empolgado com o
fenômeno O Cangaceiro, me propôs que filmás-
semos a história do cangaceiro paulista. Era o
Dioguinho. Quando ele iniciou sua vida de cri-
mes, o Lampião estava no auge e o Dioguinho
passou a ser chamado de Lampião paulista.
Aquilo já era coisa passada - nossa história é
situada em 1800 e alguma coisa - mas o Kons-
tantin achou que haveria interesse nacional e
internacional pelo cangaceiro paulista. Me con-
venceu. Fomos atrás do delegado, o Dr. João
Amoroso Netto, que havia escrito um livro sobre
Diogo da Rocha Figueira, o Dioguinho. O Kons-
tantin comprou os direitos e eu comecei a traba-
lhar no roteiro, contando a história desse ho-
mem que iniciou sua vida de crimes ao matar o
sedutor de sua sobrinha. Com o tempo, o Dio-
guinho se revelou, cada vez mais, um bandido
cruel. Sua ruindade se tornou uma coisa lendá-
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ria e foi a história desse homem que resolve-
mos contar.
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Capítulo IV
A fama de faz-tudo
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São filmes sobre personagens que enfrentam a
adversidade, que têm de ser fortes, que são leva-
dos ao limite. E, em todos os três - estou falan-
do de Armas da Vingança, Dioguinho e Crepús-
culo de Ódios - os heróis têm de fazer justiça
para salvar a honra. São todos acusados injusta-
mente e até o Dioguinho, que era um crimino-
so, que matou muitos homens, foi levado a isto,
não era uma escolha. Talvez você tenha razão
quando diz que era o que estava acontecendo
comigo. Eu também era levado, não tinha esco-
lha. Ia fazendo os filmes que podia, mas tem
outra coisa. Quando comecei a fazer cinema,
houve uma campanha muito forte para levan-
tar o cinema nacional e eu participei dela, em
muitas reuniões e até passeatas pelas ruas do
Rio. O resultado foi que saiu uma lei de prote-
ção assinada pelo presidente Getúlio Vargas,
instituindo um certo número de dias de obriga-
toriedade para exibição da produção brasileira.
Me lembro que estava no Catete, com toda a
classe cinematográfica, quando ele assinou a
famosa lei do oito por um.
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Para cada oito filmes estrangeiros que coloca-
va no circuito, o exibidor estava obrigado a
exibir um nacional. Era pouco e logo passamos
a brigar pelo aumento do número de dias da
obrigatoriedade. Aquilo me marcou muito.
Quando comecei a fazer cinema, tive, desde o
começo, uma diretriz. Queria fazer filmes para
o público, que levassem multidões aos cinemas.
Pensava que o cinema nacional só podia se de-
senvolver e conquistar seu público dialogando
com os espectadores brasileiros. Naquela épo-
ca, filme brasileiro era sinônimo de fracasso. Só
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as chanchadas faziam sucesso, mas eu não que-
ria aquilo, nunca fiz chanchada na minha carrei-
ra. Não era preconceito, talvez fosse, porque o
que eu queria eram histórias fortes, não aque-
las tramas que costuravam os números musi-
cais nas chanchadas da Atlântida. Sempre achei
que o cinema mais sério também precisava de
público, dependia dos espectadores para se
garantir. E acho que era um pensamento cor-
reto, pois não havia a Embrafilme para finan-
ciar a produção. Era o produtor que colocava o
dinheiro dele e a continuidade de trabalho, a
garantia de que a gente conseguiria fazer
novos filmes, ou não, dependia do retorno na
bilheteria. Foi uma fase de muitos produtores
de um filme só, porque se o filme afundasse na
bilheteria o cara podia dizer adeus ao dinheiro
dele e à carreira.
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Capítulo V
A descoberta do sertão
Memória do cangaço
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Thalma e eu percebemos que podíamos querer
humanizar a figura de Lampião, mas ele era,
como se diz no cinema americano, maior do que
a vida e pertence à lenda. Por isto, resolvemos
começar o filme numa feira e eu filmei numa
feira de verdade, onde o cantador cego puxa o
fio das histórias sobre Lampião e se inicia o rela-
to sobre a vida dele, desde garoto até à morte,
cercado pelas volantes - as forças da polícia e do
Exército. No fim, volta o cantador, na feira, para
provar que, a despeito de toda tentativa de
humanização, o personagem tem esse lado
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mítico.
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Não agüentávamos mais comer aquela carne. E
aí, um dia, eu fui procurar uma locação. Precisa-
va de um cemitério, mas queria um especial, bem
característico. Encontrei o que procurava. Pare-
cia uma igrejinha, um cemitério pequenininho
no agreste. Disse: ‘Vamos filmar aqui.’ E come-
çamos a montar o set. Me chamaram a atenção
alguns buracos no chão, perto das sepulturas.
Quis saber o que era e um daqueles sertanejos
me explicou que eram buracos de tatu, que eles
escavavam para comer as carnes dos cadáveres,
que era o alimento deles. Me deu um embrulho
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no estômago. Os tatus comiam os mortos e nós
comíamos os tatus. Daquele dia em diante, proibi
terminantemente que fosse servido aquele tipo
de carne. Se não tivesse outra, a gente comia só
mistura, mas tatu nunca mais.
Santo humor!
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Minha maior dificuldade no Santo, você sabe
qual foi? Não foi filmar, não. A filmagem foi
tranqüila. Éramos uma equipe coesa, com profis-
sionais de alta qualidade. Meu problema foi a
montagem. Porque o riso tem - como é que vou
dizer? - uma dinâmica. Charles Chaplin era mui-
to bom nisso. Sabia que a piada tem um tempo
e que, se ele for ultrapassado, perde a graça.
Foi o que me fez sofrer na montagem do Santo,
pois a montagem é um processo lento. Você vê
o filme muitas vezes, avalia as tomadas, analisa
as melhores combinações entre elas. E o proble-
ma é que quando você vê muitas vezes um filme,
principalmente se for uma comédia, ele vai per-
dendo a graça. Você vai perdendo a capacidade
de avaliar. Foi o que ocorreu na montagem do
Santo. Foi-se aquele elemento que torna o humor
imprevisível e divertido. Montei o filme inteirinho,
de cabo a rabo, e aí fiz uma projeção particular.
Para minha surpresa, já que estava tão confiante,
achei aquilo uma tremenda chatice. E voltei à sala
de montagem para fazer tudo de novo. A filma-
gem do Santo Milagroso foi, talvez, a mais fácil
da minha carreira, mas, em contrapartida, nenhum
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outro filme me criou tantos problemas na edição.
Tenho um vídeo do filme, mas faz tempo que não
o vejo.
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O Santo Milagroso ganhou até prêmios - foi o
melhor filme no Festival de Santa Rita do Passa
Quatro, eu ganhei o prêmio de montagem no
Festival de Juiz de Fora e o filme também foi
premiado pelo Júri Municipal de Cinema, com o
troféu Cidade de São Paulo. Procurei durante
muito tempo as locações. Queria uma cidade
pequena, com uma igreja bem provinciana,
numa pracinha sem postes de fiação elétrica.
Filmamos além de Itapecerica da Serra, toman-
do uma estradinha que vai para o sul, numa cida-
dezinha chamada Juquitiba.
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Já contei que sempre fui fã das comédias do Frank
Capra, que não eram só para rir, mas tinham toda
uma dimensão social. Mas no caso do Santo fui
mais influenciado pela comédia italiana.
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Vingança de boiadeiro
Tempo de excesso
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Até pelo prestígio da produção com a chancela
da Metro, conseguimos reunir em Madona de
Cedro o maior elenco de minha carreira. Não,
talvez eu esteja exagerando, porque no Indepen-
dência ou Morte também conseguimos reunir
grandes nomes. Mas no Madona, pela primeira
vez, eu tinha a disposição todos aqueles mons-
tros sagrados do teatro, da televisão e do cine-
ma. Foi uma guerra de egos, cada um tentando
mostrar que era melhor do que o outro, mas
nada que não desse para administrar. Gostei
muito daquela guerra.
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É sério e muito fiel, acho até que fiel demais, ao
romance do Callado. Está aí uma crítica que se
pode fazer ao Madona - a fidelidade excessiva
ao espírito e à letra de um romance pode ter
seus inconvenientes. Só que ninguém fez essa
crítica. O que houve foi uma coisa irracional, um
ódio que só posso entender como produto da
animosidade criada pela crescente importância
do Massaini, depois do prêmio em Cannes.
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Capítulo X
Corisco e Dadá
Georgia Gomide
joga terra por cima e cai num pranto descontro-
lado sobre o túmulo da mulher amada que truci-
dou. É uma coisa impressionante. Sou um cara
franzino, controlado, tranqüilo. A violência da
cena é tão grande que eu me pergunto como
foi possível, como consegui? E aí chego à conclu-
são de que não é diretor de cinema o cara que
não consegue fazer uma coisa que é o oposto
dele. Como diretor você tem de entender o ou-
tro, de se colocar na cabeça do outro. É duro,
mas é o lado fascinante da profissão.
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No Brasil, a gente não filma pelo dinheiro nem
pela glória. Filma para contar histórias que te-
nham a nossa cara, para tentar entender os ou-
tros e, ao fazê-lo, terminar entendendo quem é
você mesmo. Uma cena dessas, que você faz, é
uma violência que tem um efeito bumerangue.
Ela volta e te coloca a questão - por que fiz? Por
que me incomoda? E é assim que você vai se
descobrindo.
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Já A Marcha, que tinha Pelé como ator e um
ótimo elenco, acho que não tem tanta força dra-
mática, embora também seja bonito, com aquela
marcha de protesto dos escravos fugidos, no
momento em que a escravidão estava se acaban-
do. Montar filmes foi sempre uma grande satis-
fação para mim. E eu sempre gostei de ver os
filmes ganhando vida própria, tomando forma
na moviola, os meus e os dos outros, também.
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Capítulo XII
Independência ou Morte!
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Capítulo XIII
A maldição do Zodíaco
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Sempre gostei muito dos filmes de Alfred Hitch-
cock. E sempre quis fazer um filme de suspense.
Cheguei à conclusão de que estava maduro para
encarar o projeto. Seria naquele momento ou
nunca. Comecei a desenvolver a história das pes-
soas que vão morrendo misteriosamente, por-
que há um assassino entre elas. Mostrei para o
meu irmão, o Sérgio, e ele sugeriu que eu relacio-
nasse as mortes aos signos do zodíaco, o que
me pareceu uma ótima idéia. Procurei o Omar
Cardoso, que era o maior astrólogo do Brasil,
para me dar assessoria.
Brasileiro gosta tanto de horóscopo que eu achei
que estava fazendo um grande negócio. Naquele
tempo, a Embrafilme era a grande financiadora
do cinema brasileiro e eu fiz o que nunca havia
feito antes. Fui ao Rio, pessoalmente, mostrar o
projeto de Signo de Escorpião à diretoria da
Embrafilme, que me antecipou parte do dinhei-
ro da produção. Anos depois, na época do (ex-
presidente Fernando) Collor, todos pintaram a
Embrafilme como o maior antro de corrupção,
mas no meu caso o que houve foi uma antecipa-
ção da verba da produção, para ser recuperada
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na bilheteria. Todo o dinheiro que me antecipa-
ram, eu devolvi com as rendas do Iracema, qua-
tro anos depois.
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O elenco de Signo de Escorpião
A ironia foi que, quando Signo virou um filme
de horóscopo, eu recorri logo ao papa do horós-
copo no Brasil, o Omar Cardoso, que era o maior
astrólogo da época e, para muita gente, é o
maior astrólogo que o País já teve. O Omar mora-
va num sítio em Campinas. Fui lá e falei com ele.
Omar ficou entusiasmado, achou a idéia fabu-
losa. Me levou para conhecer o sítio, no qual
havia montado um estúdio, onde produzia mate-
rial para mais de 50 jornais e não sei quantas
rádios do Brasil inteiro.
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Wanda Cosmo em Signo de Escorpião
Fiquei impressionado quando vi umas dez pes-
soas numa mesa, separando cartas que eram tira-
das de dois sacos enormes. Ele explicou que era
a correspondência que recebia de todos os can-
tos dos Brasil. Era um mundo de gente pedindo
que fizesse horóscopo. Se eu ainda tinha algu-
ma dúvida sobre o potencial de Signo de Escor-
pião, acho que perdi ali.
No olho do furacão
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No Ceará fez grande sucesso de público, mas só
lá. Em São Paulo e no Rio, fez bilheteria medío-
cre. Como se trata de um filme de muita ação,
escolhi as locações para mostrar o que havia de
mais bonito em Fortaleza.
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Com aquilo, não faria nada. Não tinha dinheiro
meu para investir, porque havia perdido tudo
em Signo de Escorpião, e não queria perder a
data redonda. Iracema poderia ficar pronto a
tempo de pegar carona nas comemorações do
centenário da morte de José de Alencar. Pressio-
nado, sentindo que não poderia fazer o filme,
vendi 20% da minha participação na produção
para um distribuidor. Consegui filmar, mas na
fase de finalização fiquei de novo a zero e aí só
me restou vender mais 10% do Iracema para
exibidores de São Paulo, a empresa Serrador.
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No final, sobravam só 40% do filme, mas não
eram meus. Por lei, ainda havia a parte dos donos
das salas, que foi a que me comeu mais dinhei-
ro. Restaram uns 30%10%, que eu para quitar a
dívida que ainda tinha com a Embrafilme, por
causa de Signo de Escorpião. Ao contrário do
meu filme com Omar Cardoso, Iracema foi um
estouro de bilheteria e deu um ótimo retorno
para os investidores.
A Televisão
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Artesãos e autores
por Paulo Emílio Salles Gomes
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Filmografia comentada
1957 - Dioguinho
Direção e montagem de Carlos Coimbra, com Hélio
Souto, John Herbert, Norma Monteiro e José Police-
na.
Cinebiografia de Diogo da Rocha Figueira, o famoso
Dioguinho, que iniciou sua carreira no crime ao assas-
sinar o homem que seduziu sua sobrinha. Chamado
de ‘Lampião paulista’, Dioguinho foi, caracteristica-
mente, um personagem rural de São Paulo. Foi o pri-
meiro filme colorido de Coimbra.
“O segundo filme já foi mais difícil. Teve mais
limitações do que o primeiro, mas tem coisas
bacanas. Como era de época, usei uma locação
linda, a Casa do Bandeirante. E foi o primeiro
filme que montei. Só que, como o produtor era
americano, o copião foi enviado para os EUA,
onde o meu primeiro corte sofreu algumas modi-
ficações”.
1958 - Crepúsculo de Ódios
Direção, roteiro e montagem de Carlos Coimbra, com
Luigi Picchi, Aurora Duarte, Carlos Zara, Norma Mon-
teiro, Léo Avelar e José Lima.
Aventura rural centrada numa trama de vingança.
Teve um título alternativo – Nas Garras do Destino.
“Minha primeira filha, a Carmem Flávia, nasceu
enquanto fazia este filme e é a lembrança mais
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notável que guardo dele. Foi um filme compli-
cado, porque lá pelo meio o dinheiro acabou e
ficamos meses parados. A história mais diverti-
da é que, a precariedade era tanta, que usáva-
mos uma charretinha para transportar a equipe
e os equipamentos. Quando a charretinha que-
brou, o filme danou-se”.
1981 - Os Campeões
Direção e montagem de Carlos Coimbra, roteiro de
Coimbra e Tony Correia, com base num argumento
do próprio Correia, que também é ator, com Arman-
do Bógus, Marcelo Picchi, Monique Lafond, Tamara
Taxman, José de Abreu e Moacir Deriquén.
Aristocrata português de passagem pelo Brasil liga-
se a carioca que vende enciclopédias e sonha ser pi-
loto de automobilismo.
“Não vou ser louco de dizer que este filme é
bom, porque não é verdade. É uma comédia
romântica boba e um filme de aventuras ape-
nas passável, mas acho que as cenas de corridas
apresentam um padrão técnico muito bom e isto
é um mérito num cinema como o brasileiro, que
não dispõe de muitos recursos para filmar esse
tipo de ação”.
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