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CENTRO DE paS-GRADUÁÇ~O EM PSICOLOGIA APLICADA

INSTITUTO DE SELEÇ~O E ORIENTAÇ~O PROFISSIONAL


FUNDAÇ~O GETULIO VARGAS

TESTE DAS PIRÃMIDES COLORIDAS


Padronização do novo modelo

MARIA VAS GRAÇAS SOBREIRA LEAL

FGV/ISOP/CPGPA
Praia de Botafogo, 190 - Sala 1108
Rio de Janeiro - Brasil
CENTRO DE POS-GRADUAÇ~O EM PSICOLOGIA APLICADA
INSTITUTO DE SELEÇ~O E ORIENTAÇ~O PROFISSIONAL
FUNDAÇ~O GETULIO VARGAS

TESTE DAS PIR~MIDES COLORIDAS


PADRONIZAÇ~O DO NOVO MODELO

Por

MARIA VAS GRAÇAS SOBREIRA LEAL

Dissertação submetida como requisito parcial


para a obtenção do grau de

MESTRE EM PSICOLOGIA

Rio de Janeiro, dezembro de 1978


Ao P~06e.-6-6011

Fllanc.o Lo PJtUÜ Se.mi.n'éJúo


c.o m admÃ..llaç.ão.
v.

S UMA R I O

Este trabalho tem por objetivo introduzir em nosso


meio, o Teste das Pirâmides Coloridas.em seu novo modelo, basea
do no segundo manual alemão "Der Farbpyramidentest" de Robert
Heiss, Petra Halder e Diether Hoger, editado na Alemanha em
1975.

Uma breve introdução i dedicada ao estudo da cor,


uma vez que o teste se propõe estabelecer relações entre cores
e traços de personalidade.

r descrita a evolução histórica pela qual o Teste


das Pirâmides Coloridas passou, ati chegar a sua forma atual.

Uma pesquisa foi realizada i fim de apresentar uma


padronizaçio brasileira do teste. A amostra foi constituida de
400 sujeitos, masculinos e femininos na fai~a etiria de 15 a
21 anos.
vi.

S U M M A R Y

This work aims at introduci~g in our environment


the Color Pyramid Test in its new mode] which is based upon the
second manual "Der Farbpyramidentest R ~J Robert Heiss, Petra
Halder and Diether Hoger, published in Giermany in 1975.

A brief introduction is dewoted to the study Df


colar since the test proposes to establish relationships between
colors and personality features.

It is described the historical evolution which tije


Colar Pyramd Test has passed throngh ~lIItil it reaches thepresent
formo

A research was carried out in order to present a


Brazilian standardization. The Sample was -composed of 400
subjects, masculine and feminine, aged between 15 and 21 years.
I N D I C I[

Agradetimentos -------------------------- iv
Sumirio --------------------------------- v
Summary --------------------------------- vi

1. INTRODUÇAO ----------------------------------------- 01

2. COR COMO OBJETO DE ESTUDO -------------------------- 05

2.1 -.Biologia ------------------------------------- 12


2.2 - Estética ------------------------------------- 16
2.3 - Simbologia ----------------------------------- 19
2.4 - Psicologia ----------------------------------- 22

3. RELAÇAO COR-AFETIVIDADE ---------------------------- 32

4. HISTORICO DO TESTE DAS PIRAMIDES (t;lDllORIDAS - .. ------- 38

4.1 - Primeiro Manual Alemão ----------------------- 40


4.2 - Manual Americano ----------------------------- 47
4.3 - Manuais Brasileiros -------------------------- 62
4.4 - Segundo Manual Alemão ------------------------ 64

5. NOVO MODELO DE HEISS E HALDER ---------------------- 69

5.1 - Método --------------------------------------- 69

- Material ----------------------------------- 69
I ns t ru çõe s - -- -- -- - - -- ----,---- ----- - -- --- -- 69
- Confecção do Relatório ------------------- 72
- Comp u ta ç ã o ,- - - - - - - - - - - - -,-- -- .. - - - - - - - - - - - - - 72
5.2- Pesquisas --------------------------------- 81

- Relativas à serie de 14 cores ----------- 81


- Concernente às variãveis das matizes ---- 86
- Sobre a diferença entre PB e PF --------- 88

5.3 - Interpretação ----------------------------- 91

- Cores ----------------------------------- 91
- Sindromes ------------------------------- 101
- Características Formais ----------------. 106
- Fórmula Cromãtica ----------------------- 110
- Pirâmides Feias ------------------------- 111

5.4 - Modelo Diagnóstico ------------------------ 119


- PrincTpios de Aplicação Pritica --------- 119

6. ETAPAS DA PESQUISA ------------------------------ 127

6.1 - Tradução do Material ---------------------- 127


6.2 - Pre-teste --------------------------------- 127
6.3 - Aplicação Experimental -------------------- 130
6.4 - Caso Exemplo ------------------------------ 132
6.5 - Discussão e Conclusão --------------------- 135

7. BIBLIOGRAFIA ------------------------------------ 139

8. TABELAS ----------------------------------------- 143


1. INTRODUÇJl:O

o fenômeno da cor' sempre exerceu sobre o homem um


grande fascínio. t antiga a sua preocupação em reproduzir o colo
rido da natureza em tudo que o rodeia: artefatos, vestuário, de-
coraçao etc. Há nisso um profundo sent.ido psicológico.

Uma das necessidades básicas do homem é a exteriori-


zação de suas energias e a sua integração com as cores lhe ofere
ce uma oportunidade de canalizar essa energia num sentido cons -
trutivo e satisfatório.

Os artistas bizantinos, por exemplo chegaram ao ex-
tremo'refinamento nas combinações das cores. Pintores como Vero-
nesse praticaram a mais radical identificação da luz nas cores;
Vicent Van Gogh deu a seus quadros sensações cromáticas deslum -
brantes que correspondem a intensas cargas emotivas; George
Seurat, tinha a habilidade de multiplicar a vibração luminosa em
suas pinturas pela justaposição de pinceladas de cor.

Com o 'desenvolvimento tecnológico surgiram novas des


cobertas relacionadas com a cor e o homem mergulhou seu cotidia-
no em um cromatismo intenso, que regula e orienta suas ações. Ele
a utiliza numa relação direta com as exigências do campo que ex-
plora, seja na área da educação,medicina, psicologia, indústria,
decoração, trânsito e outras.

Isto torna o estudo da cor uma necessidade, conside-


rando as amplas oportunidades que ela oferece "A cor, como enti-
dade categorial, é um fenômeno do tipo ótico (por enquanto). Se-
gundo Ronchi a ótica, considerada como o estudo geral do fenôm~­
no da visão, nao é um capítulo da física, nem da fisiologia ou
da psicologia: a ótica é uma ciência complexa que necessita e
valoriza as contribuições destas três ciências básicas. Ou, em
outras palavras, no processo está sempre uma fase física, uma fi
siológica e uma psicológica." (31)
2.

"A cor· é uma realidade fí-s:Íi!nD .... psicológica, um fenôme


no sensitivo e perceptivo assumindo urna ffunção real no ambiente
psíquico através de um processo fisio~co que responde a um
estímulo físico definido. Troland defin.e <ii cor na "Optical Society
of America" (1922) nos seguintes termOE:: "Cor é o termo geral p~
ra todas as sensações originadas da atlwii<dade da retina do olho
e os mecanismo nervosos (neurológicos). rre,la implicados. Esta ati.
vidade, é, num indivíduo normal, umanE5~osta específica a uma
energia luminosa com ondas de certo co~imento e de certo inte~
sidade ••. A cor não pode ser identifica~ com ou reduzida a ter-
mos puramente fisiológicos; é fundamentaTImente uma categoria ps~
cOlógica" (31).

Mesmo já existindo uma vasta e antiga bibliografiaso


bre os problemas relacionados com as e~iências subjetivas de
cores e sua relação com traços de pers~lidade, só a partir do
começo do século os psicólogos se conce:rrt1lf'aram mais ativamenteso
bre o que a cor poderia significar para ~ indivíduo, e quais os
sentimentos que ela suscita. Mas a pre~ação ainda era meramen
te com a catalogação das cores e com o ~~udo de seu significado
fenomenológico e simbólico nas diversas ~wlturas e grupos étnicos.

"Atualmente a psicologia se :D.mJteressa pelo substrato


do símbolo, ou sej a, a vivência da cor, cnl que a cor desperta den
tro do indivíduo. Por aquilo que estárnErnIDs sujeito a socializa-
ção e a interferências tradicionais, e~icas e culturais. Int~
ressa-se ela pela vivência afetivo-emo~m~l, por aquilo que deu
origem do símbolo e pela fonte energéti~ de que o símbolo é uma
função." (31)

Com base nas relações entre ~ personalidade e a cor


como estímulo afetivo, "surgiram estudos !psicológicos como de
Pfister, Furrer,' Rorschach, Graves, Hevn:nf", Levinski, Aschuler,
Schachtel, Brick, Kouwer e muitos outros"". (31)

Testes psicológicos foram cms:truidos baseando-se na


interpretação das cores" alguns conhecitlm: como: "Diálogo das co
3.

res de Simão Goldman" (14), "Luschert-e5tt, Farbspielgeltest de


Frieling, Farbsternstest de Seyfrield" TIeste do Simbolismo das co
res de Obonai e Matsnota," (31) e o TeEti"e das Pirâmides colori -
das de Max Pfister, que será objeto de estudo deste trabalho.

Em geral estes testes, derrtlm do exame da personali-


dade, se enquadram na classificação de TI'cnicas Projetivas, cuja
característica principal é a ambiguida~ da tarefa que se propõe
do sujeito e a situação de liberdade q~ o permite elaborar res-
postas a sua maneira. Em consequência::tmU'r-se uma margem quase i!!,
finita de respostas que são submetidas ~ interpretações subjeti-
vas do examinador.

A subjetividade da interprettcrção destas técnicas, aI


vo principal de críticas relativas ãs~gências de exatidão e
nitidez no diagnóstico psicológico, temdíminuido cada vez mais
pelo fato de estar sendo introduzida uma computação quantitativa
para vários testes projetivos. Uma prov.B disto é o teste das Pi-
râmides Coloridas que tem todos os atr..il:i:ut!os de uma técnica pro-
jetiva, mas, com dimensões de estimulo fiem definidos e processos
fidedignos de avaliação.

oTPC é um teste onde o sujED~o nao tem consciência


das dimensões em que está sendo avaliadID~ mas ao mesmo tempo
suas respostas são definidas rigorosamentte e sem ambiguidade. E~
ta característica o distingue entre os '~~ros testes normalmente
utilizados para este fim.

Como técnica diagnóstica "o 'IlPC foi elaborado para


apreender a estrutura afetiva da personEnidade e, mais particu -
larmente sua labilidade e pertubação; n~) é uma técnica de ava -
liação da personalidade em seu sentido .~plo. No entanto, sua
apreensao da afetividade individual permi.:í:tre o acesso a essa re-
gião da personalidade e alguns conhecimerrtos da estr.utura da mo-
tivação (impulsos). As inferências a se:m.m derivadas poderão, en
tretanto, incluir uma descrição do modo ~: extensão do potencial
de experiência e respostas do suj ei to,·'::f:ãG bem quanto a estrutu
e elaboração do seu sist~ma de tensão em:~ional" (16).
4.

Toda esta análise e interpretação está fundamentada


em tratamento estatístico desde a sua primeira apresentação em
1951, quando o grupo de Freiburg, chefiado por R. Heiss e H.
Hiltman, resolveu padronizar o Teste das Pirâmides Coloridas do
suiço Max Pfister.

Após longa prática com o TPC e baseando-se em pesqui


sas, o grupo de Freiburg representado poF R. Heiss e P. Halder
em 1975, introduziu modificações ao TPC ~uanto a aplicaç~o e ava
liação. A fundamentação teórica permanece a mesma, mas o método
é agora mais claro e fidedigno enriquecemdo a parte referente a
conclusões diagnósticas.

o trabalho aqui apresentado tem por objetivo introdu


zir em nosso meio estas modificações e ~presentar uma pesquisa
com amostra brasileira, não interessando> a discussão do problema
da validade e fidedignidade, do TPC, pelliD fato dessas já estarem
devidamente comprovadas em pesquisas anteriores. A finalidade
deste estudo é atualizar e proporcionar ~ aperfeiçomento de um
instrumento de avaliação tão importante clentro do diagnóstico da
personalidade.
5.

2. COR COMO OBJETO DE ESTUDO

Ainda nao se compreende perfeitamente o mecanismo pe


lo qual urna cor é "vista" e reconhecida corno tal. A pergunta do
tipo "corno vemos as cores" dá origem a várias teorias na busca
de urna resposta.

Não é do interesse deste trabalho fazer um levanta -


mento exaustivo dessas teorias. Mas sim, numa pequena amostra de
las, evidenciar os problemas e controvérsias que ainda envolvem
o estudo da cor.

"O homem é capaz de discriminar entre cerca de


7.500.000 cores diferentes quando se variam conjuntamente a ln -
tensidade, comprimento de onda e a pureza da luz que atinge o
olho. Entretanto, se variarmos apenas o comprimento de onda sua
percepção apresentará cerca de 128 discriminações no espectro Vl
sível." (9)

"O fato de que um máximo de apenas três comprimentos


de ondas seja necessário para reproduzir qualquer cor no espec -
tro visível sugere urna base para a explicação da discriminação
visual. Ao invés de ter que se supor um número idêntico de clas-
ses de unidades receptoras e de comprimentos de onda discriminá-
veis, basta supor a existência de três. Este ponto de vista foi
emitido pela primeira vez por Thomas Young em 1807 e foi enfáti-
camente confirmado por Hermann von Helmholtz em sua importante
obra"Handbuch der Physiologischen Optik"em 1861. A teoria das
três cores ou tricromática se baseia na suposição de que todos
os cones da retina sensíveis à cor reagem a todos os comprimen -
tos de onda em algum grau, porém um grupo é mais sensível aos
comprimentos de onda longos, um segundo grupo aos comprimentos
de onda médios e um terceiro aos comprimentos de onda curtos. A
concepção de Helmhotz sobre as curvas de "excitação" para ·os
três tipos de mecanismos é apresentada na figura 1.
6.

1 . ~--t--t-====t==::::-:::::P==r=

3
Vm La Am Vd Az Vi

Fig. 1 As três curvas hipotéticas de excitação cle Helrriholtz para os três ti-
pos de fibra nervosa: n9 1 para a sensí~ ao vermelho, n9 2 para a
sensível ao verde e n9 3 para a sensíve1ao violeta.
FONTE: Day, R.H. Percepção Humana - Livros Técmlicos e Científicos Ltda 1972
RJ.

Pesquisas posteriores sugeriram que a ~se da sensibilidade di-


ferencial ao nível dos receptores retinlianos se situa nos mate-
riais fotossensíveis contidos nos três EPUpos de cores. Assim,
a "separação" inicial da multidão de canprimentos de onda que
incidem sobre o olho ocorre na retina; ttFês classes distintasde
mecanismo receptor estão sintonizadas em comprimentos de onda
longos, medios e curtos. Em termos psiomfffsicos, três comprime!:!,
tos de onda, quando misturados, são suficiente para .reproduzir
todas as cores vis{veis." (9)

"A "teoria do contraste" do ifisiologista Hering po~


tula que a "púrpura visual" (uma substâm'ia contida nos bastone
tes da retina e também conhecida como "rodopsina") é descorada
sob a influência das cores vivas e se r~onstitui quando expos-
ta a cores escuras - que a "luz" tinha e:ffeito catabólico (des -
trutivo), ao passo que a treva tinha efefito anabólico (constru-
tivo). Segundo Hering, o branco submetia a púrpura visual ao c~
tabolismo e a destruia; por outro lado o preto provocava o ana-
bolismo e devolvia a púrpura visual ao 9EU estado original. Ve-
rificou-se que os mesmos efei tcs ocorrem cmn o vermelho-verde e
com o amarelo-azul, resultando um "efeit® de contraste" aplicá-
vel a todas as cores em ~ermos de sua clalridade ou obscuridade. (19)
7•

Outra teoria célebre é a de Goethe, o qual estava


consciente ·da "multiplicidade e indeterminação" das cores. A-
t'riburí isso ao fato de que a união da luz e das sombras se pr~
d~z de manelra desigual e irregular. A maior ou menor intensi
dade de luz e das sombras pode gerar "muitas variações de co-
res " .

"Ao mesmo tempo, foi ele o primeiro a indicar, na


distinção entre as cores do "lado positivo" e as do "lado ne-
gativo", um caminho para a determinação mais exata do efeito
psicológico. A união das cores "amarelo, amarelo-avermelhado
(laranja) e vermelho-amare~o Cmínio, cinabre)" cria, conforme
assinalado, uma disposição "ativa, vivamente esforçada". Por
outro lado, o outro grupo de cores "azul, vermelho-azul e azul-
vermelho" causa uma sensaçao "irriquieta, sensível e nostálgi-
ca" .

O efeito produzido, de acordo com Goethe, pelo pri


meiro grupo de cores é - como 'se diria hoje - estimulante. O
efeito que ele atribui às cores do "lado negativo" é mais com-
plexo. Estas excitam na medida de em que causam "intranquili-
dade e nostalgia", mas conduzem simultaneamente a uma maior sen
sibilidade.

De acordo com a terminologia atual, pOder-se-ia a-


firmar que Goethe fez uma distinção entre um grupo de cores
que causam um efeito extensivo ("ativo, vivo"), expansivo ("es
forçado, aspirante") e aqueles grupos de cores que embora te-
nham um efeito excitador C"irriquieto, nostálgico"), resultam
em efeitos introversivos e menos firmes ("sensíveis").

A constatação de Goethe reside na compreensão do


fato de que os dois grupos de cores originam estados de excit~

ção distingllíveis e qualitativamente diversos, que ele caracte


rizou como cores positivas ou negativas, respectivamente. Ide~

tificou esta diferença de modo descritivo e fenomenológico.


8.

o ponto de vista desta te:oria de cores se torna cla


ro, somente quando se compreende que~ as cores constituem ene~

gias reais, embora não se tenha atribwrndo nenhum sentido cien-


tífico ã palavra "energia".

Este ponto de vista se d8$Ü~ca sempre na descrição


individual das diversas cores. Assi~ o' amarelo tem a caracte
rística de um "efeito entusiasmante "" <Dl vermelho-amarelado"cre~
ce em energia" e para o amarelo-verme:nJ]m € determinado que "o
lado ativo se encontra em seu nível de energia mais elevado e
não é de se espantar que os seres hu~ms enérgicos, de boa
saúde e rudes gostem particularmente ~1:a cor". Quanto ao
vermelho, todavia (purpúreo), Goethe Ef-nrma que "esta cor con-
tém, em parte, a afetividade e a pote'Irdialidade de todas as co
res". Também a cor verde e o grupo de ~es do lado negativo,
ou seja, azul-vermelho e vermelho-azt.iil 5.aO descritas de acordo
com seus efeitos energéticos. É atribrull~ também ao verde um
efei to hanmnioso e equilibrado. A c~,erização desta cor é
conhecida pela frase: "Não se pode, nem se quer ir mais adian-
te". Contudo, com o azul começa, aqu.eTIait irradiação energética
da cor. O azul, diz Goethe, é, na sua Cl};!ualidade de cor "em
sua máxima pureza como que um nada exditt•.arnte". Aqui cabe en-
tretanto, salientar que "excitante" nã:ID deve ser compreendido
em seu sentido atual de agradável, maE mo sentido de estimulan
te.

A forma energética básica ~ manifesta igualmente,


segundo Goethe, no vermelho-azul e no ~~l-vermelho. Também no
vermelho "produz algo ativo, embora si1íl:viado no lado negativo".
Sua excitação é bem diferente daquela~rcida pelo vermelho -
amarelo. Ele acredita que há um desejID de ir sempre adiante
com esta cor, porém sem avançar ativamnntre, como no caso do
vermelho-amarelo, mas no intuito de e~trar um ponto que pe~

mita descansar". Esta energia dividida~ no fundo, atinge seu


ponto mais aI to na cor azul-vermelho. '''Esta intranquilidade a~

menta com a elevação contínua e se pode aÍirmar que um papel


de parede da cor azul-vemelho mui to p,I..I:rol~ e saturado deve ser
um tipo de presença ins~portável". Ac:m:scenta, muito maldosa-
9•

:ltente, que o aI to clero se apossou desta cor "ambiciosa,nos de


graus de uma subida incessante, a púrpura cardinalícia". No
entanto, a liturgia católica considera o roxo a cor da penitê~
cia e o roxo dos cônegos tem este sentido.

Ao se acrescentar esta descrição fenomenológica s~


plementar ã distinção principal entre"as cores positivas e ne-
gativas, torna-se claro que Goethe baseou seu sistema em duas
formas energéticas dos efeitos provocados pelas cores. Enqua~
to, considera o verde como o ponto de harmonia e equilíbrio do
sistema cromático, vê as cores do lado positivo como conduto -
res de uma energia estimulante que procura rumos extremos, co-
meçando já pelo amarelo a atingir seu ápice no vermelho-amare-
lo (e no vermelho). Ao passo que as cores do lado negativo são
compreendidas como as represen~antes de uma energia intranqui-
lizante e concentrada internamente. Esta também começa pelo
azul e aumenta via azul-vermelho até o vermelho-azul, no qual
alcança sua potência mâxima." .(16)

Aqui cumpre assinalar, em poucas palavras, que as


inter-relações ou contraste de cores nas teorias das cores fo-
ram frequente e exaustivamente levados em consideração. Isso
já decorria do fato de que as cores podem ser misturadas, que
as misturas de cores produzem outras cores e que esse fenômeno
é tão válido para o pintor, para a manipulação de cores tanto
para a percepção das mesmas. Elaborou-se então, a teoria das
cores complementares e contrastantes e falou-se também,das mlS
turas aditivas e substantivas de cores.

Essas pesqulsas se ocupam exclusivamente de uniões


de cores, de acordo com Sp.u verdadeiro objetivo e não têm na-
da a ver, diretamente, com estados afetivos. Mas é inegável
que nas investigações deste tipo surgem fenômenos tais como
contraste e similaridade, desarmonia e harmonia - fatos que
também desempenham um papel relevante na vida afetiva.

As cores nao sào somente inter-relacionadas, elas cons


10.

tituem ainda, um todo estrutural. Foram feitas tentativas de


fixar este fato em ensaios sempre renovados e quase todas as
teorias desenvolveram um sistema de cores. f de conhecimento
geral que Helmholtz escolheu o triângulo de cores como a expre~
sao dessa entidade sistemática, ao passo que Hering classifi-
cou as cores vivas no círculo das cores e mostrou o sistema das
cores vivas e apagadas no corpo color~do e Rungen e Itting te~
taram expressar isso por meio de uma esfera de cores. Para o
propósito deste estudo, essas pesquisas são apenas significan~
tes na ~edida em que mostram, que o fenômeno da cor é identifi
cável em vários planos e dimensões. Pode-se seguramente dis-
tinguir três dimensões:

- a cor como cor unica, como tonalidade delineada;


as uniões e síndromes de cores, nas quais as co-
res vizinhas, complementares e contrastantes de-
vem ser distinguidas;
- o complexo total da cor que mostra a relação in-
terna entre todas as cores na forma de um siste-
ma fechado. (16)

"De acordo com Southall o estudo da cor é essencl.-


alm:mte psico16gico. 'Do ponto de vista da psicologia, as cores não
são propriedades nem dos objetos luminosos nem das radiações
luminosas mas são conteúdos da consciência, definidos pela
qualidade da visão'. Discutindo sobre os aspectos psico16gi -
cos da visão, chama atenção para poucos fenômenos nos quais a
cor como energia difere da cor como sensação.Já tem sido nota-
do que as pessoas não respondem a estimulação luminosa da mes-
ma maneira. O olho está longe de ser um simples meio de respo~
ta. '

Além do mais, não existe, finalmente uma relação


mensurável entre energia luminosa e sensação de cor. f impos-
sível medir certos comprimentos de'onda ou intensidade e esta-
belecê-las como estímulo fixo sempre para o mesmo olho. Qual,
por exemplo, é a diferença entre preto e branco ou entre cin-
11.

za e branco? - pode ser respondido satisfatoriamente so


Isto nao
mente em termos de luz ou reflexo. Branco não é sinônimo de
luz clara nem preto de luz tênue ou mesmo ausência total de luz.

Existem muitas peculiaridades da visão que não po-


dem ser respondidas somente em termos de energia luminosa. O
olho humano não consegue distinguir e .separar os elementos que
compoem uma tonalidade dominante. Quando várias notas são to-
cadas. de uma vez no piano, um ouvido treinado pode identificar
cada uma. Mas quando raios de luz são misturados, o olho ve
somente um resultado. Ito significa que o olho dá pouca aten-
ção a composição física das cores, só o resultado final é per-
cebido". (2)

Entre as dimensões implicadas na resposta do sujei


to ao estímulo colorido, algumas se destacam, por sua contri -
buição ao esclarecimento dessa. são elas: a função biológi -
ca, as propriedades estéticas, os valores simbólicos e os sig-
nificados psicológicos.

Estas dimensões serão vistas isoladas neste traba-


lho apenas com o objetivo didático,pois na realidade elas po-
dem atuar simultaneamente na reação às cores.
12.

2.1 - BIOLOGIA

Não existe ainda uma fundamentação adequada pa-


ra as variáveis biológicas envolvidas no processo de respostas
à cor, empiricamente parece que tais variáveis podem influen -
ciar o processo perceptual envolvido. "t: bem conhecido que as
cores servem de ·indícios para ambos os comportamentos: de ne-
gaçao e procura de alimentos em vários organlsmos. Como tam-
bém servem de importante sugestão na resposta-excitação no cru
zamento e comportamento reprodutor.

Outra evidência para o uso da cor como função bio-


lógica determinada vem como um produto dos estudos de estampa-
gem, Heiss (1954, 1956 e 1957) foi também capaz de mostrar que
drogas tais como meprobamete e nembutal tendem a modificar e
em alguns instantes anular a estampagem original. Numa exten-
sao deste trabalho Hill (1961) demonstrou que a preferência de
cor numa simples c~iação de pintinhos podem ser modificadas
por um estimulante (meratram) ou um depressivo (frenquel)" (29) .

"Um recém-nascido no desenvolvimento de sua capac~


dade visual distingue a princípio somente contrastes, isto
ê, "claridade" e "escuridão"; a seguir vem a habilidade de di~
tinguir movimento e, depois, contorno e forma. O reconhecimen
to da cor é o último destes desenvolvimentos" (19).

"Alguns estudiosos afirmam que só após os seis pr!


meiros meses a criança começa a distinguir as cores primárias.
Em crianças maiores o gosto pelo amarelo decresce e contínua di
minuindo com os anos. O vermelho e o azul são cores favoritas duran
te a infância e mamtém também uma constância através da vida .
A ordem na infância é vermelho, azul, verde, violeta, laranja
e amarelo. Com a maturidade a ordem se transforma para azul,
vermelho, verde, violeta, laranja e amarelo.

A preferência de cor ê qu~se idêntica nos adultos


de ambos os sexos e em pessoas de todas as nacionalidades e cre
dos." (2)
13.

Tem-se pesquisado muito também o problema da combi


naçao de cores. E um notável pesquisador neste campo é J. P.
Guilford, segundo o qual "Existe alguma evidência que qualquer
diferença pequena ou grande em uma tonalidade resulta em malor
satisfação do que diferenças médias. Esta tendência é mais
forte para a mulher do que para o homem". En~ão uma pessoa e~

tá mais· propensa a ver harmonia' em cores que estão intimamente


relacionadas, ou naquelas às quais são opostas - e nao em ou-
tras relações. Ou seja, as pessoas baseiam as combinações de
cores em: cores intimamente relacionadas ou em cores comple -
mentares" (2)

"Jaensch, em seu livro "Eidetic Imagery" , menClona


a diferença entre a predominância da luz do sol em regiões tr~
picais e a diminuição do mesmo nas regiões polares. Uma inten
sa luminosidade requer uma adaptação ao sol e pode ser acompa-
nhada por uma forte pigmentação na área fóvea da retina. Ge-
ralmente as pessoas desta região são tipicamente morenas, pos-
suindo olhos e cabelos escuros'. A preferência natural é pelo
vermelho e todas as tonalidades quentes. Esta predileção -
e
provávelmente devido a processo fisiológico de acomodação a lon-
gas ondas de luz. O oposto ocorre com pessoas de tez clara
com olhos aZU1S e cabelos louros, que devem possuir uma pigme~

tação diferente na retina de seus olhos. A predileção pela cor


-
e geralmente azul e verde.

Como suporte para teoria de Jaensch, tem sido obseE


vado que o fator que decide a preferência de cor parece ser a
luz do solou a falta dela. A influência do tamanho do dia
no crescimento das plantas e no ciclo sexual dos animais suge-
re que os sentidos e reaçoes do homem à cor pode ter similar -
mente uma base biológica. Outro pesquisador tem colocado a hi
pótese que pode existir uma relação entre maior funcionamento
ativo das glândulas endócrinas durante as estações do ano on-
de o dia é maior". (2)

O fato da p~eferência pelá azul aumentar com o enve


14.

lhecimento da pessoa tem inspirado expla,na,ções. Os fluidos dos


olhos humanos produzem no cristalino uma cor amarelada com a
idade. As lentes dos olhos de uma criança podem absorver la
por cento de luz azul, enquanto que um homem adulto absorve 8S
por cento. Logo, um tipo de acomodação acontece.

Outra questão colocada ~ a relação entre a alimen-


tação e a discriminação de cores. Em um trabalho com crianças
mexicanas, em uma escola, foi observado a preferência por co-
res simples, tais como: vermelho, amarelo, verde e azul quando
havia deficiência de cálcio. Quando a alimentalçãó era corrigi
da as preferências de cores mudavam em direção de uma melhor
discriminação e uma apreciação mais refinada das cores (2).

Outra função biológica da cor é notada nas experl-


ências de laboratório, provando ser um valioso auxiliar para
averiguação de determinados microrganismo, proporcionando me
lhor visualização pe bact~rias e virus.

"Investigação realizada por cientistas cromotera -


peutas confirmam que:

Luz verde Acaba com as larvas das moscas e bezouros


Luz vermelha Estimula as funções orgânicas do homem. Fa
vorece a marcha da catapora, sarampo e es-
carlatina. Torna as plantas mais vigoro -
sas
Luz azulada Acaba com as plantas
Luz anilada Possuí poder analgésico
Excesso de cor rrBla Favorece indigestão, gastrite, úlceras gá~
amarela tricas
Excesso de cor azul Favorece a pneumonla, tuberculose pulmonar
e pleurisia
Variações de cor verde Favorece as doenças mentais e nervosas
Variações de cor vermo Favorece as doenças do coração e reflexos na
pressão arterial
A cor azul Ajuda contra doenças de olhos, ouvidos, na
riz e pulmões
15.

A cor vermelha Ajuda contra doenças do estomago, fígado e


baço
A cor verde Ajuda contra doenças do sistema nervoso e
aparelho digestivo
A cor amarela e Produzem enjôo quando o interior de um veí
a cor café culo, especialmente avião, é pintado nes-
sas cores
Cores alegres Estimulam o apetite
Cores suaves Estimulam o repouso". (10)

o homem se volta instintivamente para o uso da cor


a qual o seu organismo melhor se adapta. Para sentir menos ca
lor nas regiões quentes ou no verão, acentua-se o uso de rou-
pas brancas, amarelas, azuis e verdes de tonalidades claras,c~

res estas que refletem os raios solares. O inverno requer a


utilização do preto, de tonalidades escuras do azul, do cinze~
to e marrom etc, porque estas cores absorvem mais calor.

"As experiências que envolvem as pessoas obrigadas


a contemplar o vermelho puro durante períodos variáveis de te~
po, mostram que esta cor é de efeito decididamente estimulante
no sistema nervoso - a pressão arterial se eleva e a resplra -
ção e as batidas cardíacas se aceleram. Logo, o vermelho é de
efeito "excitante" sobre o sistema nervoso especialmente sobre
o ramo simpático do sistema neuro vegetativo. Por outro lado ,
a idêntica exposição ao azul puro tem efeito inverso - a pres-
são desce, e o ritmo cardíaco e a respiração diminui. Logo o
azul escuro é de efeito "calmante" e atua principalmente atra-
vés do ramo parassimpâtico do sistema neuro vegetativo". (19)
16.

2.2 - ESTtTICA

"Enquanto as funções biolID:.gií~as proporcionam ener-


gias para a satisfação dos impulsos pYimários como procura de
alimento, acasalamento, defesa etc. enwn:1!vendo comportamentos
pré-determinados, as respostas eliciada$ pelos aspectos estéti
cos da cor tendem a ser mais diferenc~s e variadas estando
em maior proporção vinculadas às expe~ncias do sujeito~ Uma
pintura pode transmitir uma disposição JPX3:ra a excitação ou a-
quiescência, elação ou depressão, tão ~ quanto outros esta -
dos. Pode-se também transcender estas dimensões e baseando-
se nas cores da pintura, ignorando totaRmente seu conteúdo for
mal, descrevê-la em termos de idiota om inteligente, delicada
ou grosseira, nítida ou misteriosa.

É obvio que as característi~ complexas de um tr~


balho de arte não são inteiramente det~nadas pelas cores u-
sadas na sua composição. Ainda que a CIDIr' pareça representar a
multiplicidade de emoções, elas podem geF' confundidas com ou-
outras características formais.

A função estética de uma ~ pode também ser envol


vida suscitando associação mediada par ~mtro senso de modali-
dade. Isto é provavelmente o que conrJlllJllde associações apren-
didas com funções biológicas. Um exempli~ notável produzido por
experiências sinestésicas é a associaçãm de cor e música
(Karwoski e Odbert, 1938)." (29)

A variedade de fenômenos c~cidos como sineste -


sia das cores são mui tos. As tonalidades; do espectro podem ser
associados com linhas, formas, figuras . , ]etras, números e pal~
vras. Elas podem relacionar valores, od:lImres ou sons e até mes
mo sensaçoes orgânicas e cutâneas.

"Francis Galton, há noventa ãDIllOS atrás, escreveu


"Inquiries Into Human Faculty" e estabeTI.eceu ele mesmo com o
primeiro investigador sério do fenômeno.. Gal ton notou que suas
17.

"associações às cores" nao mantiam comum acordo. Insistiu que


as associações de cores experimentadas eram inteiramente inatas
e eram a maioria delas não explicáveis~ Além disso suas pesqui
sas o levaram acreditar que a sinestesia era hereditária e se-
guia as leis da hereditariedade. Quase sempre as curiosas as-
sociações são descobertas nos primeiros anos e persistem, sem
mudança durante toda a vida da pessoa~ É difícil, pois, atri-
buir associações às memórias da infância ou alguma experiência
definitiva, às quais poderiam ter servi.do de base para eias"(2)

"Tem sido notado que é raro> uma cor sozinha mediar


propriedades estéticas. Tipicamente se vê uma cor em combina -
ção com outras. Mesmo quando uma cor s<o;zinha predomina provo -
cando estados afetivos, ela o faz tendo como pano de fundo ou-
tras cores.

As combinações de cor, as qwais, são importantes c~


mo mediadoras de impressões estéticas, saro aquelas que envolvem
contrastes. Tais combinações poderão s~r vistas como equilibr~
das, desequilibradas, cheias de stress ~m tensão. A apresenta-
ção de integração será obtida pela mis~~a das cores~(29)

"Com referência a área pub.l:ii.~itária, vários fatores


se conjugam para determinar a cor exata ~ue -
sera a portadora da
expressividade mais conveniente a cada :tipo específico de men-
sagem para um produto a ser consumido om um serviço a ser utili
zado. Na realidade, a especificidade dacqjuilo que será anuncia-
do tem intima conexão com a cor utiliza~, quer seja para trans
mitir a sensação de realidade, quer para eausar impacto." (10)

Os adultos e principalmente (Q)S. mais idosos preferem


comprar objetos que se apresentam com a ~mbalagem azul. O indi
víduo mais jovem prefere cores fortes, o vermelho, por exemplo.

Uma pesquisa foi realizada e~ são Paulo por Farina


e o Departamento de Relações Públicas e FFopaganda da Escola de
Comunicações e Artes da Universidade de ".sRo Paulo. Nesta inves
18.

tigação, procurou-se obter respostas diretas do consumidor qua~

to a preferências das cores em si. liA amostra foi constituída


1.000 pessoas, de 21 a 40 anos de ambos os sexos (50% cada) sol
teiros e casados (50% cada), de nível colegial e superior. Ana
lisando os resultados chegou-se a conclusão, de que as co~s ver
melha e azul e suas nuanças, são as mais preferidas na faixa jo-
vem, enquanto o.verde, o magenta, o marrom e variações da esca-
la do cinza são preferidos por homens mais adultos, e o verde,
o azul, o roxo e suas nuanças pelas mulheres adultas. É inte-
ressante notar que nenhuma pessoa se sentiu inclinada a respon-
der o porquê de sua preferência ou detestação para uma determi-
nada cor." (10)

"Qualquer técnica que procure quantificar respostas a


cor terá que lidar com os efeitos confusos da combinação de cor
e não será útil tentar evitar estes efeitos uma vez que eles na
sua complexidade podem estar repletos de informações recolhidas
nas respostas indíviduais do sujeito. Este complexo efeito es-
tético pode ser de considerável importância, talvez mais do que
o significado simbólico das cores, os quais no passado tem rece
bido maiores atenções".(29)
19.

2.3 - SIMBOLOGIA

o valor simbólico dos estímulos dependem


primeir5!
mente das experiências do sujeito, mas também do significado sim
bólico dos estímulos dentro do contexto cultural.

"Em todas as culturas as cores se manifestam como


símbolo. Na antiguidade, as quatro cores: vermelho, amarelo
preto e branco aparecem como símbolo dos elementos e dos humo -
res h umanos: ".
verme Ih o como a cor d a luz e d o sangulneo, amare-
lo como a cor do fogo e do cOlérico, preto representa a terra e
a.bilis preta do melancólico, branco é o símbolo da água e do
muco do fleugmático.

Como todos os simbolismos,o das cores é também ambí


gui e de múltiplo sentido. Com o decorrer do tempo, sob a in -
fluência das civilizações e na passagem da claridade do sol me-
ridional para a luz mais filtrada das regiões setentrionais, as
significações mudaram tambêm. Desse modo, as cores não são ap~
nas símbolos de coisas distintas, elas significam igualmente o-
postos, gerando contradições proporcionadas ~s vezes pelos mes-
mos significados. O vermelho é conhecido como cor violenta da
revolução, mas ao mesmo tempo representa as características hu-
manas da cruz vermelha. Apesar do preto ser considerado geral-
mente como a cor da morte e do luto, o branco aparece como si-
nal de luto na India e na China. Alguns simbolismos são de na-
tureza religiosa ou política, como também podem representar uma
posição ou status. O amarelo representa o império japonês, o
vermelho era reservado a nobreza da era ·medieval, o violeta ain
da hoje é a cor dos cardeais da igreja católica e o branco a cor
do papa".(16)

A expressa0 pura do valor simbólico da cor aparece


naqueles sistemas os quais associam significados que provém si~
plesmente da aparência das propriedades dos objetos ou do com -
portamento simbolizado. Um exemplo é o uso da cor no campo da
prevenção de acidentes. Isto pode demonstrar uma tomada de cons
2 O•

ciência do valor das cores na realidade diária. A associação


Brasileira de Normas T~cnicas (ABNT) emitiu normas sobre o uso
das cores na segurança do trabalho, a fim de que ao longo de um
processo educacional induza o indivíduo a reações automáticas e
instantâneas. Urna síntese dessas normas:

" Sensação visual Utilização


.
Azul Controle e equipamentos el~tricos
Lar.anja Parte móvel externa mais perigosa de máqui-
nas
Vermeiho Equipamento de proteção contra incêndio
Verde Caixa de socorro de urgência, avisos, bole-
tins
Branco Faixas indicativas de sentido de circulação
Preto Coletor de resíduo". (10)

Quanto ao comportamento simbolizado pode-se ver na


cultura de nosso
..
pals o emprego na linguagem corrente, de sensa-
ções visuais para definir estados emocionais ou situações vivi-
das pelo indivíduo. É comum se ouvir frases corno estas: a si-
tuação ficou preta; fulano está roxo de raiva; sorriu amarelo ;
branco de susto ou vermelho de vergonha.

Outra fonte a considerar para o significado das co-


res ~ fornecida pelo folclore. Embora tal fonte de informação
possa não ter o suficiente respeito científico, urge apontar que,
muitas investigações geralmente encontram o núcleo da verdade
em
.
mUltos
/ ..
estereotlpos populares. Dentro de seu sistema de sim
bolos encontra-se o vermelho representando o amor, o azul leal-
dade, o preto o luto, o branco a pureza e o amarelo a inveja.

• - • I.
Do mesmo modo que a lnterpretaçao de sonhos slmbol~
cos, o simbolismo das cores sao raramente constantes e sem ambi
guidade. Seu conteúdo pode depender de uma história transitó -
ria ou de eventos culturais. TendQ em vista o que se procede e
..
impossível falar de um simbolismo das cores geral ou que tenha
urna validade universal.
21.

"Independente desta ambiguidade e contradições, o


simbolismo das cores fornece uma primeira indicação de que as
cores estão em uma relação estreita com a dimensão afetiva da
vida e da experiência humana. Ainda que os valores simbólicos
individuais das cores não representem diretamente afetos e se~
timentos, tais como o amor, luto, ira, inveja, etc., simboli -
zam entretanto, processos e acontecimentos de forte teor afeti
vo: a morte, 9 martírio, a revolução". (16)

..,
22.

2.4 - PSICOLOGIA

Existem v~rias mane1ras de mostrar que h& uma rel~


çao est~vel entre cor e personalidade. Um dos mais destacados
objetos de interesse e estudo nesta ârea tem sido o problema de
preferência de cor, as conotações e as concomitâncias de tais
preferê·ncias. As avaliaçoes disponíveis sobre a relação entre
a preferência de cor e afeto suportam a tese de que a resposta
a cor pode ser vista como objeto útil de informação para a des
crição da personalidade.

"Em 1930 Jaensch., observando a diversidade de rea -


ções diante do estímulo cromâtico, classificou os sujeitos em
tipos integrados e desintegrados: os primeiros malS sensíveis
ao vermelho e ao amarelo (por ele ,chamadas cores quentes) os
últimos mais sensfveis ao azul e ao verde (frias, chamadas por
ele )I! (31)

I~ickers - Ovsiankiria chega a conclusão de que os


sujeitos que preferem as cores quentes, são caracterizados por
uma relação muito íntima com o mundo percebido : são respecti-
vos e abertos a influências exteriores. Submergem por assim
dizer no ambiente social. são calorosos, sugestionâveis e af~
tivos. Suas funções mentais são râpidas. Na relação sujeito-
objeto a ênfase cai no objeto. Os que preferem as cores frias
tem uma atitude distante do mundo. Tem dificuldade de adapta-
çao espontânea. No plano emocional sao frios e reservados. Na
relação sujeito-objeto o acento cai no sujeito~ (31)

"Entre os experimentos de laboratório, Hevener (1936),


se encontra entre os pioneiros na tentativa de descobrir por
métodos experimentais o estado afetivo ou disposição provoca -
das em observadores por v~rias cores e formas. Ela apresentou
uma série de desenhos para um grupo de estudantes onde era pe-
dido para marcar em uma lista de adjetivos aqueles os quais e-
ram apropriados para desenhos coloridos. Ela encontrou que o
azul pareceu representa~ dignidade, tristeza e ternura enquan-
to o vermelho representou alegria, inquietação e agitação.
23.

Lewiski (1938) usou luzes coloridas para iluminar


os quartos de 50 estudantes sendo 25 masculinos e 25 femininos
e pediu-lhes para descrever os sentimentos experimentados com
as diferentes iluminações. O azul e verde foram descri tas corro
muito agradáveis e frias; laranja e amarelo como irritantes e
juntas com o vermelho estimulantes; violetas como depressão e
vermelho como cor quente.

Outra fonte de dados tem sido o estudo experImen -


tal com crianças. Alschuler e Hattiwick (1943) estudaram 150
crianças em idade pré-escolar em oito diferentes grupos. Re-
gistros eram feitos diariamente para cada criança durante um
ano sobre suas produçõ'es como pinturas, desenhos com crayon, e.§.
baços de moldes para trabalhos, fotos de trabalhos com argila
etc, bem como o registro de seu desenvolvimento social e dados
de anamnese. A análise estatística e os estudos de caso indi-
caram que o uso da cor dava informações sobre a vida emocional
da crlança. Vermelho foi encontrado como sendo a cor preferi-
da durante a idade pré-escolar quando a criança age mais impul
sivamente. O interesse pelo vermelho decrescia quando maior
controle emocional era obtido. O vermelho estava associado com
sentimentos de afeição e amor ou (ilustrando os significados bi
polar associados com a cor) sentimentos de agressão e ódio.
Azul foi associado com uma direção para o controle; verde com
o funcionamento de um determinado controle e mostrando grandes
reações emocionais; laranja com emoções equilibradas tais como
simpatia e cordialidade; e preto com intensa ansiedade ou medo.

Bricks (1944) também relatou experiência com 200


crianças na idade de 3 a 15 anos as quals foram observadas du-
rante 2 anos. Em suas aulas de artes era permitido pintar e
desenhar o que elas desejassem. As interpretações da persona-
lidade foram então baseadas no conteúdo sequencial da pintura
de cada criança. As crianças usaram diferentes capes em dife-
rentes situações. Cores foscas e pretas eram usadas em esta -
dos de ansiedade e depressão; marrom aparecia em períodos des-
critos como regressivos; amarelo e vermelho apareciam como
expressa0 de hostilidad~ e agressão em conflitos emocionais a-
gudos.
24.

Urna metodologia refinada foi usada no estudo feito


por Wexner (1954). Ela preparou urna lista de 164 adjetivos e
pediu a juízes que escolhessem palavras que referissem a dis-
tintas combinações de disposições. Grupos de palavras foram
escolhidas referindo a doze combinações de disposições e foram
selecionados 94 estudantes nos quais se pediu para selecionar
melhor com cada tipo de combinaçao de,disposições. Observou
que o vermelho foi mais frequentemente associado com excitação-
estimulação; laranja com tumultuado-atordoado-irritado; amare-
lo com alegre-jovial-festivo; azul com segurança-conforto e ca
rinhoso-calmo; violeta com dignidade-magestoso; preto com pod~

roso-forte-dominador. Várias combinações de. disposições indu-


zem múltiplas associações de cores, isto ê cores eram selecio-
nadas com igual frequência para assentar como combinação disp~
sição. Isto era o caso para vermelho, marrom, azul, preto e
violeta em relação com proteção-defesa; para o azul e o verde
em relação com calmo-pacífico-sereno; para o vermelho, laranja
e preto em relação com desafiante-obstinado-hostil; e para pr~
to e marrom em relação com desanimado-abatido-infeliz-melancó-
lico.

O estudo de Wexner foi ~eplicad6 por Murray e


Deabler (1957) usando amostras de assistentes de enfermagem,pa
cientes psiquiátricos e estudantes. Demonstraram também gran-
de relação entre cor e disposições. Tennenbaum e Osgood(1957)
apresentaram um trabalho em que demonstraram a aplicação de uma
técnica de diferencial semântico e envolvida a atribuição de
significado de cor em diferentes objetos. Diferenças signifi-
cativas foram encontradas entre as cores para uma classifica -
ção de variiveis não avaliativas enquanto interações entre co-
res e objetos eram encontradas como sendo significantes para
classificação de variiveis tendo propriedades avaliativas." (29)

"Gilbert Brighouse medindo reações humanas sob lu-


zes coloridas, testou respostas musculares entre centenas de
estudantes. Ele encontrou que as reações eram 12% mais ripi -
das do que o normal sob a luz vermelha"e verificou também res
postas retardadas sob a luz verde. (29)
25.

Outro 'notável investigador sobre o significado PS!


quiátrico da luz e da cor é Félix Deutsch, um físico Deutsch
escreve: "Cada açao da luz tem na sua influência componentes
físicos e psiquicos. Cada componente e individualmente tera-
pêutico, mas juntos proporcionam um sadio desenvolvimento em
grandes circunstâncias".

~ comum observar que a disposição do homem é muda-


da pelo ambiente, feio e bonito, tempo ensolarado e tempo chu-
voso. As cores ambientais provocam reações diversas, de depres-
são e elação e o sistema vascular, pulso, pressão, sangHinea,
tensão nervosa e muscular, geralmente é afetado. Estas res-
postas a coloração são sutis e refinadas e não seguem leis uni
versais, segundo Deutsch. "Na estimaçao destas reaçoes, as
quais podem também serem chamadas de emocionais e secundaria
mente ~nstram manifestações orgânicas, pode-se confiar apenas
exclusivamente naquelas testadas individualmente e o que mui-
tas vezes não é fácil de determinar a validade.

Deutsch na sua prática tem encontrado a influência


da cor na'mudança da pressão sangliinea. Entre os exemplos ci-
tados está o de uma paciente que sofria de ataques de fra~za,
respiração ofegante, sensação de pressao sobre o peito. Quan-
do foi admitida, sua pressão estava 245/125, e a terapia médica
nao tinha produzido nenhuma mudança em seus registros. Quando
foi colocada em um quarto verde por curtos períodos, ã seguin-
te redução na pressão sangilinea se manifestou:

Primeira sessao:
.....
250/130 ,. depois 210/125
Segunda sessão : 245/130 depois 205/120
Terceira sessão: 240/125 depois 205/120
Quarta sessao 220/120 ; depois 195/110
Quinta sessao 210/115 depois 210/110
Sexta sessão 200/110 depois 180/180
Setima sessão 195 depois 180

". -
No curso das outras sessoes a pressao sangulnea se
26.

manteve em 180. E a paciente relatou estar se sentindo bem.

Deutsch acredita que a açao biolôgica se manifesta


apôs a estimulação de cor. Existe uma n=ação total do organismJ com
a participação do aparelho psíquico. Isto pode ser notado na
aplicação daquelas cores que usualmente tem efeito relaxante e
outras com efeito estimulante e excitante.

Sumarizando suas conclusões Deutsch colocou quatro


pontos:

1 - A cor causa açao reflexa sobre o sistema vascular somente


através dos sentimentos e emoções;

2 - O- efeito alcançado não é específico para uma ou certas co-


res. Cores quentes podem acalmar uma pessoa e excitar ou-
tras, o mesmo acontecendo com as cores frias;

3 - Irradiação com luzes vermelha ou verde pode produzir uma ele


- - li. _ .
vaçao na pressao sangulnea e uma aceleraçao no reglstro do
pulso. Ou o oposto pode acontecer dependendo da situação
psicolôgica individual;

4 - Uma sensaçao orgânica não ôptica para a cor está longe de


ser provada. Entretanto a resposta que se segue a uma exp~

sição a cor pode ter um efeito orgânico". (2)

"Outro modo de atribuir significação às cores ê a-


través da definição de grupos de critérios com patologias conhe
cidas. Se tais grupos podem ser diferenciar significativamente
nas suas respostas ou preferências para algumas cores, então p~
de-se argumentar que tais cores são atrativas para membros de
um grupo· por causa de seus particulares traços de organização .
Um estudo feito por Warner (1959) usando a tabela de cores de
Munsell que considera as dimensões de tonalidade, brilho e satu
ração das cores, produziu alguns resultados positivos. Os su-
jeitos estudados eram uma amostra de 120 esquisofrênicos catatô
27.

nicos, 60 maníacos, 60 depressivos· e 60 neurÓticos ansiosos.Foi


encontrado que os neuróticos ansiosos preferiam o verde quando
comparado com o amarelo forte, mais do que qualquer outro gru-
po e que os neuróticos também preferiam as cores mais brilhan -
teso Nenhuma diferença significativa ocorreu para o vermclho no
final do espectro". (29)

"De acordo com Kurt Goldstein "As cores desempe -


nham um importante papel no curso da vida. Cada cor tem uma im
portância especial e juntas ajudam a garantir uma vida normal .
Uma estimulação específica a cor é acompanhada por uma resposta
padrão específica de todo qrganismo". Afirma ainda que a infl~
ência da cor é aumentada nos neuróticos e psicóticos. Relata o
caso de uma mulher que tinha seus sintomas mais pronunciados q~

do usava roupas vermelhas. E o uso de roupas azuis tinha o e-


feito oposto, ajudava-a restaurar o equilibrio quase ao normal.

Segundo Goldstein, "o vermelho é excitante para a


atividade e favorável para determinadas reações emocionais; o
verde cria condições de meditação e de desempenho da tarefa. O
vermelho pode servir para produzir um background emocional de
onde as idéias e as ações podem emergir; no verde estas idéias
poderão ser desenvolvidas e as ações executadas." (2)

"A relação entre cor e insanidade é muito sutil. O


paciente pode aceitar ou rejeitar certos tons dependendo do ti-
po de psicose que lhe afetou.

Débeis mentais quando recebem os estímulos das co-


res, frequentemente escolhem o vermelho. O verde tem sido esco
lhido por muitos casos de infantilismo psico-sexual e por um
..
n~

mero razoável de meninas débeis-mentais. Pacientes, quase sem


exceçao, que sofrem um processo de regressão, ou falham ao ten-
tar alcançar o progresso do desenvolvimento infantil, escolhem
o amarelo. Isto é verdade particularmente para o grupo esqui-
zofrênico.
28.

Eric P. Morse coloca que as pessoas com disturbios


mentais se consideram constantemente expostas ao perigo. "E a
diferença entre saúde mental e doença mental consiste em última
instância como a conduta ê manejada. O indivíduo normalmente e
quilibrado quando se depara com problemas enfrenta-os e se a-
dapta, enquanto o doente mental manifesta diferentes modos de
fuga. Percebendo este fato entende-se porque existe uma acro-
.
mapsia na histeria e uma menor escolha das cores nesta ordem
violeta, verde, azul e finalmente vermelho. Entretanto, ao la-
do destas experiências encontra-se geralmente pacientes histéri
cos, especialmente nas psiconeuroses com estados de ansiedade
uma predileção pelo verde, simbolizando um já mencionado méca -
nismo de fuga. A expressão das emoçoes é reprimida, os impul -
sos de ódio e agressão tão bem quanto desejos sexuais. Por es-
ta mesma razão não se surpreende que o vermelho é a cor de esco
lha dos maníacos e hipomaníacos que tumultuam e exageram a ex-
pressa0 de suas emoções. E ainda não é surpresa que na melanc~
lia e depressão se revele uma escolha de cores enegrecidas. Fi
nalmente o amarelo é visto como a cor da esquizofrenia... O
amarelo é a cor própria e intrínseca de mentes mórbidas. Quan-
do se observa um acúmulo desta escolha pode-se estar certo que
se lida com um profundo disturbio disturbio psicótico". (2)

liA tabela 1:. mostra alguns estudos onde se vê resul-


tados consistentes da relação entre cor e estado disposicionais.
~ necessário lembrar que esta tabela proporciona a descrição ou
nomeação das cores e não suas características físicas. Logo,di~
crepâncias encontradas poderão.refletir diferenças por causa do
material de estímulo .usado.

Todos os estudos descritos até aqui mostraram a evi


dência da proposição de que são consistentes as relações entre
cor e variáveis da personalidade. Também sugeriram que ê possi
vel proporcionar estimativas da relativa força com as quais as
várias cores são associadas com at~ibutos específicos da perso-
nalidade. Nenhum planejamento destes estudos, entretanto, per-
mitiu um teste direto das hipóteses d~ que a associação hierár-
29.

quica entre as cores e atributos da personalidade reflete dife-


renças significativas entre as cores, atributos da personalida-
de e suas interações. Antes de se utilizar respostas de cor c~
mo um diagnóstico é necessário demonstrar a significância de tal
interação. Especificamente, deve ser mostrado que a classific~
ção das diferenças individuais é significante acima e além da
variância daqueles componentes associados com grupos de consis-
tência". (29)
Tabela 1 - Sentimentos Afetivos EnContrados ~ara ~screver Várias Cores

Teórico Ve:rnelho Laranja Arrare10 Verde Azul PÚrpura Preto Branco Marrum
Hevner
(1935) .- . "im
Alegria, -
Dignidade,
paClenCla , tristeza e
agitação ternura
I..ewinski Estimulante, Estimulante, Mais agradá n:pressivo
(1938) quente mais desagra ve1, frio -
dáve1 (ofen=
sivo)

Karwoski, Excitante Excitante Excitante Descansado n:scansado Vigoroso Triste Solene Triste
(1938)
Alschu1er Afetivo, a- Te~rado , Controlado Dirigido, Intenso,
(1943) rror, agres- erroçoes emocional - para desig ansiedade,
são, ódio !rente nar contro
- medo
le
Schachtel
(1943)
Fonnidáve1,
excitante ,
Entusiasrro ,
delícia
Sereno,ani-
mação, in~
.
explosivo ja

Bricks Hosti1ida - Hostilida - ~pressão


(1944) ~, agres - de2,agres -
sao sao
Kouver Ativo Alegre Juvenil Social Desagradá- Triste, de- Espírito, n:sagradâ-
(1949) intenso ve1, tris- sagradâve1, puro ve1
te incerto
Napoli Controlado, Segurança, Otimista , Evasã~, de-
(1951> errocional - direção depressão, pressao, rre
rrente profundo do -
-~_._----

w
o
Teórioo I Vernelho Laranja Amarelo Verde Azul . Púrpura Preto Branoo Marrom

Wexner (1954) I Exc~tan.te


Estlmulante
I per:=ur~ção Aninado, j o-
angustla,der vial,feliz
Seguro,oon-
fortável
Digni fi can-
te, magesto
Poderoso,
forte, au-
rotado sensível so toritário

Murray (1957) IExcitante, Animado, SegurD, Sensível, Melancólioo ,


estimulante, j'ovial, 'confortá- confortante infeliz,
hostil, feliz ve 1 , ca.lrro , desanimado,
poderoso, Pacífico, de se sperc3:!2.
forte, sereno çado
autoritário,
rebelde
I
Hofstatter Forte, ati- Feliz Jovem, mau, Forte, ple- Vigoroso Profundo, IVazio I Satisfeito
(1958) vo, v.i.goro- refrescante no, hábil, forte, há-
bil, velho,
so profundo. triste
Schaie (1961) I Protetor, e~ Excitante , Excitante, Confortável, Digno, rra- Hostil, po- Agradável, Seguro,
deroso, for confortante
citante, ix>- estimulante estimulante, sensível,s~ gestoso confortá-
te, autori'=-
deroso, for- jovial, fe- guro, agra- tário, abati:. vel
do, pertur-
te, autorit~ liz, agradá dável bado, digni-
rio, estimu- vel fi cante , re-
primido, ma-
lante jestoso, ffi2-
lancó li 00 , ir!
feliz

w
Fonte: SCHAIE', R. & HEISS, R. Color and personality. A Manual for the Color Pyramid testo Berne Switzerland, ~

Ed. Hans Huber, 1964.


32.

3 - RELAÇAO COR - AFETIVIDADE

A afetividade é uma área parcial marcante da perso-


nalidade que, desde tempos históricos, foi descrita segundo de-
terminados sentimentos (prazer, aversão, medo, ira, etc.).

"A psicologia histórica já. descreveu em sua teoria


dos temperamentos, tipos de pessoas marcadas a partir da estru-
tura afetiva: o sangllineo como o tipo de uma afetividade' mais a
legre, muito móvel e superficial; o melancólico como o tipocon-
trastante de humor triste, com afetos profundos e duradouros; o co-
lérico como o tipo de uma afetividade forte com desenvolvimento
repentino de grande irritabilidade e finalmente o fleumático que
mostra possuir afetos circunspectos lentos e persistentemente fra
coso

As classificações dos tipos de temperamento tanto


as mais antigas como mais recentes, tais como os desenvolvidos
por Kretschmer, mostram formas organizacionais da experiência ~
fetiva global. Em cada um desses tipos é descri ta uma forma. res_
pectiva da experiência e comportamento afetivo que aparece co-
mo a dominante e orientadora. O caráter real que distingue es-
tes tipos provêm do fato que, a longo prazo, toda personalidade
demonstra afetiva e repetidamente urna reação corno forma básica
tal corno a fâcil e móvel acessibilidade do tipo sang~ineo ou o
modo de reação irritadiço e violento do colérico etc. KrestsclIDEr
identifica também características de níveis mais elevados corno
fundamentais: "ciclodérmica" é o nome pelo qual ele designa a
emotividade mais ocilante e dependente da disposição e "esquis~
dérmica" a acessibilidade determinada pela irritabilidade,abruE
ta, mudando entre os polos de apatia e excitação.

Por outro lado, criticou-se com razão que estas co-


rno todas as tipologias são apenas parcialmente exatas. De um
lado, há tipos mistos, por outro, o sangllineo mostra ocasional-
mente reações melancólicas, o colérico poderá ter reações sur-
preendentemente mansas" o ciclotímico' ostentar um comportamento
33.

excitado e o esquizotímico, se conduzir calorosamente e ajustado


a atuação. A personalidade individual se situa apenas em medida
ma10r ou menor dentro dos limites dos tipos.

A afetividade individual tem mobilidade, ela segue


uma certa norma mas poderá igualmente, afastar-se da mesma. Is-
so é válido até para aquelas personal~dades rígidas e afetivamen
te fixas que se mostram preponderantemente anormais. Mesmo nos
estágios afetivos da psicose-maníaco-depressiva ou da esquizofr~
nia, onde se encontram intercaladamente rio prirreiro caso, períodos di-
versos da reação afetiva ou, ainda, a apatia embrutecida, outras
formas reativas podem surgir como elementos estranhos.

Quando se distingue afetos individuais, fala-se por


exemplo de susto, prazer, compaixão~ etc., estes não são nada mris
do que respostas diversas a estímulos qualitativamente variados.
A experiência ensina que a predisposição afetiva a estímulos di-
versos tem conformações distintas em personalidades diferentes .
Aqui pode-se falar de pre-disposições afetivas diversas.

-
No entanto, a reaçao afetiva que se manifesta sempre
de forma momentânea depende, tambêm, naturalmente da intensidade,
amplitude e persistência de um estímulo. O mans.o poderá, quando
devidamente importunado, reagir iradamente e o fleumático, por
sua vez, pode chegar a urna mobilidade extrema. Isso não impede,
de modo algum, que os afetos particulares do indivíduo determi -
nem por sua vez o estímulo.A mosca na parede, por exemplo, que
constitui motivo de divertimento para alguns, será motivo de ir-
ritabilidade para outros." (16)

Ao mesmo tempo que se constata a complexidade que en-


volve o estudo da afetividade, deve-se notar o desenvolvimento da
psico16gia na busca de métodos mais adequados para sua pesquisa.
A relação entre as cores e os traços de personalidade tem trazi-
do urna importante contribuição para a compreensão do comportamen
to afetivo.

'Uung definirtdo os tipos psicológicos em dois grupos


34.

conforme a predominância dos fatores de introversão e extrover -


são, confere ao tipo pensador e azul, ao tipo sensitivo o verde,
ao tipo sentimental o vermelho e ao tipo intuitivo o amarel~!(17)

Dingemans atribui conforme a classificação tipológi-


ca de Sheldon: "ao grupo vicerotônico o amarelo, ou seja um tem-
perame~to assimilador, terreno e exuberante. Ao grupo somatôni-
co a cor vermelha, um temperamento sangUíneo, agressivo e pródi-
go. Ao grupo cerebrotônico, a cor azul, recolhimento". (31)

...
Luscher propos uma tipologia baseada na combinação de
dois elementos básicos de comportamento: 'atividade-passividade
e autonomia-heteronomia, resultando em quatro tipos psicológicos:
heterônomo-passivo (azul), autônomo-passivo (verde), autônomo-a-
tivo (vermelho) e heterônomo-ativo (amarelo)." (31)

"A afetividade individual é complexa e alguns dos tes


tes que procuram identificá-la são os chamados testes de cores.
Estes partem do princípio de que as cores são a expressa0 mais
imediata e aparentemente mais adequada dos afetos e que a área a
fetiva do sujeito se revela na impressionabilidade pelas cores e
na capacidade de reagir as mesmas.

- ~ . ~
As cores nao sao representantes lnequlvocas dos afe-
tos. Igualmente não se supõe que a cor ou respectivo matiz mlnu
ciosamente circunscrito seja a expressão inalterável de um deteE.
minado afeto. A cor isolada nunca representa um único afeto, a-
penas aponta para uma direção afetiva distinguível das demais. A
cor como única é uma abstração; somente um raras e destacadas si
tuações uma cor explodira na vista - da mesma forma que o afeto,
nitidamente delineado e isolado é fenômeno relativamente raro
As cores aparecem sempre em conjunto com outras cores na realida
de e se destacam, além do mais sobre um fundo.

o fato das cores se reunlrem em síndromesde cores,


de todas elas serem classificáveis em sistemas cromáticos, e no
fato da existência de afetos, afetos ~elacionados e uma afetivi-
35,

dade global, há inicialmente, apenas uma ana10gia formal. Entre


tanto, ao tomar como ponto de partida, o fato indiscut!vel ~ que
as cores sempre foram consideradas como representantes mais ade-
quadas da expressão da vida afetiva, esta analogia adquire uma
significação mais profunda. Sendo mesmo provável que as s!ndro-
mes de cores exprlmam e representem uma conjunção afetiva, como
alguns pesquisadores já afirmaram, em alguns grupos cromáticos.

É fato conhecido na psicologia, que uma personalida-


de individual é caracterizada, pela manifestação de determinadas
síndromes afetivas associadas e que se:r.mw:re reaparecem. Outros-
sim, é uma experiência evidente e compreendida por todos que es-
tados afetivos isolados que se experimem1ta como nervoso, acolhe-
dor, agressivo etc. estão geralmente relacionados com outros es-
tados isolados. O nervosismo, por exeIll]p'lo se associa quase sem-
pre com a sensibilidade reservada ou moóéstia, e a agressividade
frequentemente, com a irritabilidade e a falta de contato.

Ao falar da afetividade de 1llllIIa personalidade, concei


tua-se um sistema parcial da personalidade, dotado de maior ou
menor grau de estabilidade ou labilidade~ equilíbrio ou tensão
etc. Se entretanto, a correlação entre cor·e afeto for geralmeg
te válida, torna-se poss!vel a hipótese de que uma afetividade
global em sua feição sistemática, pO'.$sa ser mostrada em uma
multiplicidade cromática especificadamemtre desenvolvida que obe-
deça a certos princ!pios sistemáticos.

Tais reflexos, no entanto, ~vem permanecer no terr~

no da teoria ou mesmo da especulação se mao forem encontrados


meios que confirmem estes postulados hiJlX01téticos através de pro-
4' •
vas emplrlcas.

O caminho que conduz os fat~ acima relacionados ao


desenvolvimento de um teste parece bemC1JITto. Mas 9 verdadeiro
obstáculo e os problemas cr!ticos não s,e situam na "invenção" do
teste, mas na questão de saber que face ~ área afetiva foi atin
gida e, de modo· geral como definir as .diimensões da afetividade e
distingu!-las para o ins'trumento de test(f'.
36.

Há ainda um problema adicional que já se manifestou


em grande estilo nas pesquisas do diagnóstico da inteligência.
Como se sabe existem instrumentos malS diversos para medir a i~
teligência. Contudo, o diagnóstico da inteligência não nos en-
sina o que ela vem a ser, nem como poderia ser definida, qual
sua posição na personalidade etc.

Deve-se salientar, de modo idêntico, que já existi-


am conhecimentos precedentes e uma noção de inteligência. So-
mente com base nesses conhecimento, que tiveram suas raízes na
psicologia geral e nas investigações diferenciais, o desenvolvi
mento dos testes de inteligência específicos se tornou possível.

Um problema semelhante pode ser assinalado para o


teste de cores, se estes testes pretendem descobrir, de modo g~

ral, a estrutura afetiva e a posição desta área. Surgirã,entr~


tanto, um problema específico relacionado com a área afetiva e
dizendo respeito, ademais ã estrutura da personalidade. Compa-
rada com a inteligência, a área afetiva demonstra uma estrutura
que encerra um problema especial. Enquanto o comportamento i~

teligente embora sujeito a um desenvolvimento se manifesta como


um fator relativámente constante. O comportamento afetivo, ao
contrário, se caracteriza por uma mobilidade e variedade que se
afiguram como traços principais. O que se denomina na vidadiã
ria mudança de disposição e dos sentimentos e na vida anormal,a
modificação repentina da disposição, substituição de reações,p~
dendo ir até a transformação total da personalidade, reflete em
resumo, a dinâmica afetiva, como uma das caracterIsticas marcan
tes da afetividade.

.~

A maioria dos testes de cores geralmente nao se pre~

cupam com este componente. Basta para seus propôsitos que pos-
sam dar'uma imagem do comportamento afetivo. A maior ou menor
mobilidade dos afetos já era conhecida 'desde antiguidade, como
já foi dito, por tipos de temperamento e Kretschmer mostrou bem
a distinção entre o comportamento esquisotímico e o ciclotímico
na forma de movimento e dinâmica diferente em cada caso. Para
37.

a psicanálise, a dinâmica afetiva, que ela liga a dinâmica dos


instintos, tornou-se então um campo de pesquisa inesgotável.

Este problema vem se impondo já há muito tempo ao


diagnóstico da personalidade; todavia, uma vez percebido, tor-
nou-se malS insistente a cada passo. Ele apresenta uma dificul
da de especial, em relação a elaboração de um teste de afetivida
de, na medida em que este teste deve englobar também esta dinâ-
mica ..

o Teste das Pirâmides Coloridas, tenta resolver es-


te problema através do cálculo do "Indice de Labilidade", méto-
do que será explicado detalhadamente mais adiante. Assim, da
mesma forma que o teste de inteligência mede esta, sem definí -
la com exatidão, dispõe-se agora de um instrumento que mede e
determina a faixa de labilidade - e isso quer dizer a dinâmica
afetiva - e a torna mais clara, mas não afirma nada sobre o seu
real sentido." (16)

Sabe-se entretanto, que a dinâmica afetiva, mobili-


dade, capacidade de adaptação e, finalmente a perturbação afeti
va geral são engiobadas no TPC. E tem-se sobretudo, um meio de
distinguir entre a estrutura afetiva medi~nte normal,e determi
nas ainda, transições.

Não há dÚvida de que está sendo tentado aqui o en-


quadramento sistemático de um problema cuja significação
..
sera
dificilmente subestimada. A dinâmica afetiva não é apenas o fa
tor que distingue a personalidade normal da anormal, ela e im-
portante para todo o comportamento da personalidade e possui si,g
nificação central para a estrutura da personalidade.
38.

4 - HISTORICO DO TESTE DAS PIRAMIDESCOLORIDAS

Em 1948, Max Pfister, psicólogo suiço publicou


um trabalho intitulado "Ensaio de Psicodiagnóstico", onde apr5:,
sentava como material uma folha branca com o desenho de uma pi
râmide e etiquetas coloridas, perfazendo um total de 24 tonali
dades diferentes criando assim, a forma básica do teste das
Pirâmides Coloridas. A referida pirâmide (figura 2), repre -
sentava um modelo de 15 quadrados de 2,5 cm 2 cada, dimensão i
dêntica·a de cada etiqueta colorida, e os quadrados foram ar-
ranjados em forma de triangulo. A subida em forma de escada,
da base de 5 quadrados, até o topo com um único quadrado suge-
re a imagem de uma pirâmide. Como instruções, Pfister dizia
aos examinandos: "Você tem aqui uma quantidade de papeizinhos
coloridos. Escolha as cores que quiser, as que sejam do seu
-
agrado e va colocando-as sobre esta folha de papel, de modo a
formar uma pirâmide colorida. Você terá liberdade de modifi -
car ou trocar as cores quantas vezes quiser, até que a figura
....
esteja a seu gosto. Quando voce tiver terminado a tarefa, co-
laremos os papeizinhos nos seus lugares. Não precisa apres-
sar-se. A prova nao depende de tempo. " (15)

Nos primórdios de suas investigações Pfister tinha


chegado a algumas conclusões, que ainda hoje são consideradas
válidas. Referem-se sobretudo ao valor sintomático das cores
e suas relações com estados ou reações emocionais corresponde~
teso Já nesta ocasião, foram feitas certas considerações em
torno dos valores de posição, sobre o modo de colocação e so-
bre os aspec~os formais das configurações assumidas pelas co-
res em sua disposição na estrutura das pirâmides.
39.

Figura 2 - Modelo da Pirâw.ide que serve de base para confecção


da cartela.
40.

4.1 - PRIMEIRO MANUAL ALEMAO

Em 1951, o Teste das Pirâmides Coloridas foi publi


cado pela prlmelra vez, pelo grupo da Universidade de Freiburg,
Alemanha, chefiado por Robert Heiss e Hildegard Hiltmann, que
introduziu algumas modificações com o objetivo de reduzir as
influências acidentais e aumentar a f~dediguidade do teste.Con
servaram as instruções propostas por Pfister, acrescentando,p~
...
rem, a necessidade de fazer constar do material colorido, eti-
quetas em quantidade suficiente para permitir ao indivíduo a
confecção de uma'pirâmide de cor única ou mesmo com o emprego
de uma só tonalidade. O material colorido deveria ter portan-
to, pelo menos 15 papeizinhos de cada tonalidade. Outra modi-
ficação foi o aumento do numero de pirâmides a serem executa -
das. Ao invés de executar apenas uma pirâmide, como propunha
Pfister, propuseram a execução de três pirâmides, porque a ex
periência comprovou que o aumento da tarefa a executar em mui-
to beneficiaria aa conclusões diagnósticas não só em termos de
segurança e validade, como tambêm em termos intrtnsecos visto
que permitiria um maior "desdobramento da personalidade".

Os inovadores do método recomendavam também que ,de


início, o examinando não deveria ter conhecimento que a prova
constaria de três pirâmides; somente após ter ele executado a
primeira, poderia ser informado da execução das duas subseque~
teso A nao ser em excessiva demora na execução da primeira pi
râmide, é que o examinador, excepcionalmente, faria alusão as
duas restantes.

Além dos cuidados necessários a aplicação de qual-


quer teste de personalidade, há uma recomendação importante no
que se refere a iluminação. A luz natural, luz solar parece
ser mais indicada, evitando-se, porém, o brilho ou incidência
de raios solares sobre o material colorido. Outro fator a ser
...
considerado é o tempo. Geralmente a duração média da prova e
entre 10 a 15 minutos, podendo ainda em condições normalS se
estender até uma hora. O examinador deverá estar a par de al-
41 .
.
~'

guma deficiência visual sobretudo aquelas que possam lesar a vi


são cromática (daltonismo, ambliopia, etc.)

MtTODO

- Levantamento de dados

Terminada a aplicação, inicia-se o levantamento dos


dados. Conta-se as cores e as tonalidades empregadas na cons-
trução das pirâmides, separadamente. Para maior facilidade
...
convencionou-se atribuir números e letras,à diferentes areas
que constituem o esquema padrão (Fig. 2). Soma-se os valores
obtidos para cada cor (independente das variações das tonalida
des) no conjunto das três pirâmides. Confere-se em uma tabela
de valores percentuais, o valor percentual das somas nos dife-
rentes grupos de cores e anota-se na folha, no espaço corres -
pondente aos valores percentuais (Fig. 3).

- F5rmula Cromitica

Proporciona informações importantes a respeito da


frequência da escolha das cores, preferência por determinadas
tonalidades, valores significantes em termos percentuais, fór-
mula do processo de aplicações das cores e de sua incidência na
sequência ordinária das três pirâmides.

A fórmula compõe-se de quatro algarismos e conven-


cionou-se denominar Constância Absoluta ao prlmelro algarismo
ã esquerda, que representa a incidência de determinada cor nas
três pirâmides; algarismo de constância relativa ao segundo e
ao terceiro, cores (ou cor) que aparecem apenas em uma pirâmi-
de; algarismo de variabilidade; finalmente o quarto o número de
cores rejeitadas pelo examinando: algarismo de ausência.

A fórmula cromática ~ considerada um dos fator~s


mais estáveis do teste no que se refere a informação sobre as
características. que fundamentam a per~onalidade do sujeito, co
mo no tocante a fidedigrridade e constância de· suas conclusões
diagnósticas.
42.

- Slndrome Cromãtica

são grupos de cores que se acham direta ou indireta


mente relacionadas com características psicológicas ou psicopa-
tológicas e traduzem significações não somente em caso de pert~
bações emocionais, mas também entre indivíduos normalS.

As cores que formam uma síndrome sao geralmente em


número de três.

Síndrome da normalidade: agrupamento formado pela


combinação de zul, vermelho e verde. É a cor de preferência
dos adultos normalS.

Síndrome de estímulo - tríade formada pelas cores :


vermelho, amarelo e laranja. Trata-se de cores consideradas ex
citantes.

Síndrome Incolor: composta pela combinação do pre-


to, branco e clnza, ocupam os últimos lugares na ordem de pref~
rência dos adultos normais.

- Aspecto Formal

A ordem, o equilíbrio, na disposição dos quadrícu -


los coloridos sobre o esquema base, constitui fator fundamental
para reconhecimento do aspecto formal. Mas isto nem sempre se
verifica. H; casos em que as ~ores são dispostas de maneira ir
regular e mais ou menos ao acaso e a forma se perde numa poli -
cromia indefinível, do ponto de vista estrutural. Pode-se en-
tão distinguir as pir~mides, quanto ao seu aspecto formal, em
dois grandes grupos. Pirâmides Ordenadas e Pirâmedes Desordena-
das.

A - Pirâmides Ordenadas:" obedecem a uma certa ordem


na sua formação. Se subdividem em alguns subgrupos de acordo
com o aspecto formal qu~ adquirem. A~ estrutura são formaç6es

.~.
43.

LEVANTAMENTO DE DADOS
Aspecto Formal
I II III

Fónnula Cromática: CÔI' doniimmte:


, --------------- ----------------
Modo de Execução: Tempo::
---------------- ----------------------
Valores quantitativos e percentuais:

C6res Azul Vermelho Verde Violeta Umv... i Amar. Mar. Pro Br. Ci.

Tons 4 :3 2 1 S 4 3 2 1 S 4 3 2 1 S 3 2 1 S 2. n ~!S,
! ;
2 1 S 2 1 S
;
I
I ;
i ;
II

lU
S
Pere. 0/0 % % % lIk % % % ~o ~/o

Tabela de Freqüência Síndromes Outras Caracteristicas


1) Normal
2) Estímulo
3) Fria
4) Incolor
5) Outras
6)
7)
8)
9)
10)
Síntese: -

Figura 3 M Folha de Levantamento de Dados

FONTE: Villemor, A.F. M P{râmides Coloridas de Pfister M CEPAMRJ,1966


44.

TESTE DAS PIRÃMIDES COLORIDAS


Folha do Protocolo
Nome: ................................................... I da de :
Sexo: .........• Nacionalidade: .. : ..... Est.Civil: ... ~ .... ..
Data de aplicação: ......... Aplicador: ....... Avaliador: .... .
Caracteristicas pessoais do examinando: ....•••..•..•••.•.•...
·............................................................................. .
·.......................................................................... .
·................................................................................. .

I II III
NQ Cor Obs. NQ Cor Obs. NQ Cor Obs.

Figura 4 - Folha de Protocolo


FONTE: Villemor, A.F. ~ Pirâmides Coloridas de Pfister - CEPA-RJ,1966
45.

mais evoluídas, mais elaboradas, caracterizado por um entrosa-


mento original de cores que dão ao trabalho final um aspecto de
tridimensionalidade ou de disposiçao espacial facilmente reco -
nhecível. Podem também ser divididas em subgrupos de acordo com
o aspecto formal que adquirem: estrutura simétrica, estrutura
em manto, estrutura em escada e estrutura assimétrica dinâmica.

B -Pirâmides Desordenadas: se caracterizam pela


ausência de uma organização na colocação das cores. Se classi-
ficam em diferentes subtipos, cujo valor significativo apresen-
ta algumas variaç8es: tapetes puros, tapete~ desequilibrados,
....
tapetes furados e tapetes com lnlClO de ordem.

- Processo de Execução

Refere-se não somente à maneira de abordar a tarefa,


como também ao processo que se desenvolve progressivamente na
colocação das etiq.uetas coloridas sobre o esquema-base da pirâ-
mide, até a sua cobertura.

Pode-se distinguir quanto ao modo de execuçao dois


grandes grupos: - o primeiro constituído por aqueles que se a-
plicam à tarefa de maneira ordenada e contínua; o segundo, pe-
los que, distanciados de qualquer princípio sistematizado, e-
xecutam o teste de maneira desordenada ou descontínua.

Como uma variante do processo de execução tem-se o


modo de colocação das etiquetas coloridas, que se divide em dois
processos típicos de preenchimento dos quadrículas, geralmente
adotados pelos examinandos: 1) Colocação ascendente,ou seja da
base para o ápice da pirâmide. ~ o tipo de colocação mais fre-
quente entre os adultos. 2) Colocação descendente, ou seja do
ápice para a base da pirâmide. ~ o tipo mais frequente em cri-
anças.

Ao executar as suas pirâmides o sujei to é levado mui


tas vezes a fazer trocas no que se refere a aplicação das cores.
46.

Todas as trocas sao anotadas, inclusive a o~dem de colocaçio,c~

mo também todas as observações do comportamento verbal e nao


verbal do sujeito (Fig. 3).

- Pirâmides Feias

A título de experiência este grupo de Freiburg já


incluiu em seu primeiro manual sobre o Teste das Pirâmides Colo
ridas, o estudo das chamadas Pirâmides Feias.

Por Pirâmides Feias entendem-se aquelas que foram


aplicadas após a execuçio da série comum e quando se pedia ao
sujeito que escolhess~ as cores que mais lhe desagradasse econs
tituísse uma Pirâmide Feia. A experiência demonstrou que as
pessoas, em geral, na confecção dessas piramides, tendiam a uti
lizar cores que desprezavam no emprego da série inicial. Outras
entendiam que o feio seria a desorganização e daí recaíram com
frequência, nas formações do tipo tapete.

A experiência adquiriu importância por garantir que


há irrefutável escolha de cores na execução do teste, e por le-
vantar hipóteses sugerindo novas pesquisas que Vleram enrique -
cer o conteúdo diagnóstico do teste.
47.

4.2 - MANUAL AMERICANO

Em 1964, Robert Heiss colaborou com K. Warner Schaie


na edição de "Color and Perso.nality" como manual de língua ln-
glesa, baseado principalmente nas pesquisas e investigações am-
pliadas por Schaie, mas seguindo ainda os velhos princípios fun
damentáis.

Esta ediçao em inglês, não pode ser vista como uma


versao ou como uma condensação do primeiro manual alemão,outro~
sim, ela representa uma integração do trabalho com o TPC condu-
zido por Heiss e o grupo de Freiburg com resultados experimen -
tais, procedimentos e pontos de vista de outro autor e seus a-
lunos.

Todas as modificações, supressoes e adições realiz~


das por Schaie basearam em sua experiência com muitas centenas
de aplicações no TPC em sujeitos americanos .

..
METODO

Conservando o mesmo material utilizado pelo grupo


de Freiburg, as modificações introduzidas dizem respeito a téc-
nica de aplicação e consequentemente a interpretação.

o examinador após apresentar a cartela onde está de


senhada a pirâmide e as etiquetas coloridas lhe dá instruções pa
ra fazer uma piramide bonita. O mesmo pedido é feito para ou-
tras duas. Terminada e registrada a terceira pirâmide bonita o
examinador dâ as instruções para que construa uma pirâmide feia
e assim sucessivamente até que se obtenha três pirâmides feias.

Serão descritos nos próximos parágrafos apenas as


inovações introduzidas por Heiss e Schaie quanto ao levantame~
to de dados e interpretação·. Afora estas modificações os auto
res segulram com uma certa fidelidade o manual alemão.
48.

- Levantamento de Dados

Após finalizar a aplicação do teste, o procedimento


de contagem se inicia com a avaliaç~o das frequ~ncia das esco -
lhas das cores. As figuras 5 e 6 ilustram as folhas de regis -
tro de um caso exemplo e as instruções orientam seu preenchime~
to.

- Instruções

a) Anotação das escolhas para as 24 tonalidades.

Na primeira pirâmide bonita o número de escolha pa-


ra cada tonalidade está na linha da coluna I na tabela de fre -
qu~ncia para pirâmides bonitas. Encontrando-se também nesta ta
bela coluna II e III para o registro respectivo das tonalidades
escolhidas na segunda e terceira pirâmide. f utilizado o códi-
go numérico de Munsell para a diferenciação de cada tonalidade.
(Figura 71

b) Anotação das escolhas para cada grupo de cor.

Somando todas as entradas para cada cor em cada co-


luna I, II e III tem-se um subtotal para cor em cada pirâmide .
Exemplo: a soma das entradas na coluna I, provenientes da li-
nhas 11,'12, 13, 14 dará o subtotal para o vermelho na primeira
pirâmide. O próximo passo será somar todos os subtotais e o re
sultado será a soma final de vermelho para as tr~s pirâmides bo
nitas. O total de entradas para as tr~s pirâmides deve checar
com 45 colunas.

c) Anotação da Síndrome Cromática - além da anotação das tr~s


síndromes, normal, estímulo e acromática uma nova síndrome
foi proposta~ a do dinanismo formada pelas cores: amarelo,
verde e marrom.

As instruções descritas nqs parágrafos de a até ~,


são as mesn~s para o registro das pir~mides feias.
49.

TESTE DAS PIRÂMIDES COLORIDAS


Folha de Registro
Nome: J. D. Idade: 14 anos
Nível de instrução: 19 grau
Aplicador: KWS

Pirâmedes Bonitas

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Fórmula de Sequência Nível


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Pirâmides Feias

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61

62
63 2 2

vTi 2. 2

71 1 I 4
72 2 2

Ma 1 l 6

Rr> 8 1 Z

r.i 9 I 1

Pr u l J S

Fórmula de f:equência Nível Síndrome"s


CA. CR V A N E D J
2 2l 16 12 I

Figura 6
Fonte: SCHAIE, R. & HEISS, R. Color and Personality. A Manual for
the Color Pyramid test. Beme Switzerland, Ed. Hans Huber,
1~64.
51.

Anostra CÔdigo Nome Valor ArrPstra. CÔdigo Narre Valor


da da da Munse11 da da da Munse11
Cor Cor Cor Cor Cor Cor

11 verme1ho 2.5 R 51 azu1 10 B


1 7/10 1 6/6

12 vermelho 2 5 R 52 5 B
4/15 ,6/8

13 vermelho 3 5 R 53 5 PB
3/12 ~/10

14 venre1ho 2.5 RP 54 7.5 PB


4 2/8. 2/12

21 Laranjal 2.5 YR 61 vio1eta1 10 PB


3/14 8/4

2.5 YR 62 vio1eta2 5RP


7/16 4/12

5 Y 63 vio1eta 5RP
3 '2/4
8/14

2.5 Y 71 2.5 YR
8/12 4/6

41 verde 2.5 G:f 72 marron 2.5 YR


1 2
8/12 3/4

42 verde 2 7.5 G:f 8 branco N 9.5


7/10

43 verde 3 2.5 G 9 cinza 5 Y


5/10 7/2

2.5 G O preto N1
2/4

Figura 7
Fonte': SCHAIE, R. & HEISS, R. Co1or and personality. A Manual for the
Co1or Pyramid teste Berne SWitzer1and, Ed. Hans Huber, 1964.
52,

. - ~ ~
d) Avallaçao das cores caracterlstlcas do TPC.

Certas afirmações preliminares sobre as caracterís-


ticas de um perfil individual pode ser feita proveniente dos es
cores brutos registrados. O primeiro ffi311ual alemão sugere que os esco
res brutos das cores e tonalidades podem ser transformados em
percentagens para iniciar a interpretação, e muitos estudos ale
mães relatam seus resultados em termos de porcentagens. Desde
~

que o numero de respostas envolvidas para qualquer


~.
serle das
três pirâmides deva ser 45, os americanos não vêem grande vanta
gem na transformação percentual. Preferem usar os escores bru-
tos diretamente ou comparâ~los com dados normativos expressados
em escores padrões.

- Classificação das Cores

A frequência das cores de acordo com sua preferên -


cia ou rejeição pode ser visualizada através de uma listagem hi~
rârquica de escolhas. Exemplo:

Pirâmides Bonitas Pirâmides Feias


Vermelho 9 Vermelho 9
Verde 7 Laranja 7
Azul 6 Azul 7
Laranja 5 Verde 6
Amarelo 5 Marrom 6
Marrom 4 Preto 5
Cinza 4 Violeta 2
Violeta 3 Branco 2
Preto 2 Cinza I
Branco O Amarelo O

45 45
53.

A inspecção da classifi"cação de cores bonitas mostra


a formação de um primeiro grupo contendo vermelho, verde e azul
que foram escolhidas com grande preferência; um segundo grupo ,
inclui laranja, amarelo, marrom e cinza com uma preferência re-
lativa, e um terceiro grupo onde o violeta e preto tiveram uma
frequência quase inexpressiva e o branco foi inclusive evitado.
Uma de~crição similar pode ser dado p~ra as pirâmides feias.

A escolha dos valores e sua ordem classificatória sig


nificam pouco, a não ser, quando são comparados com dados norm~
.
t~vos,
...-
a~entao, pode-se dizer quando um dado sujeito reagiu a-
baixo ou acima em direção a uma cor.

I - A distribuição espectral da escolha da cor - -


e
uma outra mane~ra de organizar as respostas do sujeito. Se tem
observado que as respostas dos sujeitos normais se dividem ~­

gualmente entre cores quentes e frias. No exemplo,a distribui-


ção espectral é a ,seguinte:

Pirâmides Bonitas
Cores Quentes Cores Frias
Vermelho Laranja Amarelo Verde Azul Violeta
955 7 6 3
Marrom Branco Cinza Preto
4 o 4 2
Total 23 Total 23

Pirâmides Feias

Vermelho Laranja Amarelo Verde Azul Violeta


970 672
Marrom Branco Cinza Preto
6 2 1 5
Total 24 Tota:). 21
54.

11 - Cores ordenadas de acordo com a ordem de sequê~


cia. Esta fórmula identifica a consistência com a qual cada cor
é escolhida em cada série das três pirâmides. Uma ordenação de
acordo com a incidência de ocorrência pode ser feita. Exemplo:

Pirâmides Bonitas Pirâmides Feias


CA CR V A CA CR V A
5 3 1 1 2 4 3 1
vm ma Vl br vm la vi am
la ci vd az br
am pr ma Cl
vd pr
az

Pode ser notado que o sujeito mostra uma consisten-


te preferência por amarelo, laranja, vermelho, verde e azul des
de que estas cores aparecem em todas as pirâmides bonitas. Es-
te primeiro dígito, sob qual a escolha das cores ocorrem durante
o teste. O segundo e o terceiro dígitos indicam a instabilida-
de ou movimento da escolha da cor pelo Sujeito. Um dígito al-
to na Constância Relativa (CR) indica movimento em direção a es
tabilidade da escolha e por outro lado índice alto em Variabili
da de (V) movimento contr~rio a estabilidade. O Gltimo dígito,
ausência (A) indica a falha do Sujeito em lidar com as cores e
um alto dígito implicaria em uma constrição da capacidade de
captar e~tímulos externos.

111 - Comparação das respostas das pirâmides boni -


tas e feias. Existem v~rias maneiras de se fazer este exame
comparação da ordem hierárquica da escolha das cores; compara -
ção da distribuição espectral; contraste das fórmulas de sequê~
cia; interpretação das diferenças entre frequência de escolha de
cores e tonalidades individuais tão bem quanto diferenças de es
cores totais.

Scores das cores: Total 20


Venrelho I..a.ranja Amarelo Verde Azul Violeta Marrom Branco Cinza Preto
O -2 5 1 -1 1 -2 -2" 3 -3
55.

Scores D das tonalidade: Total = 38

-1

vi br ci pr
a
+1 -2 +3 -3

Scores D da fórmula de sequência


CA CR V A
3 -1 ~2 O

Os escores D significam a diferença entre o escore


total de uma pirâmide feia.

Os escores positivos D refletem uma grande atração


enquanto os negativos indicam grande rejeição das respectivas va
riáveis.

- Diferença entre os escoresdaspi~~midés feias e bonitas

~ de ·se esperar a obtenção de diferentes escores das


cores entre as pirâmides feias e bonitas, uma vez que as instru
ções foram diferentes. Entretanto, um individuo ajustado, que
tenha prestado atenção as instruções, espera-se que seus escores
quando comparados com uma amostra apropriada permaneçam consta~
tes nas pirâmides bonitas e feias. Isto nem sempre acontece e
várias hipóteses foram formuladas para interpretar as dif~nças
e o significado dos resultados obtidos nas pirâmides feias:

Nas pirâmides feias o Sujei to expressa mais os aspectos inco~


cientes de sua estrutura emocional e dá informàções sobre as
respostas afetivas latentes, reservadas mas que podem se ex-
ternalizar à qualquer momento.

- Nas pirâmides bonitas o Sujeito e~pressa a estrutura emocio -


nal consciente
56.a

Comparação Gráfica.

Depois que os resultados brutos forem convertidos em


resultados ponderados, decis, um perfil das cores pode ser ob-
tido quando indicarmos a posição de cada cor no gráfico (Heiss,
Honsberg and Kar1, 1955).

Decis vm la am . Vd az vi ma br ci pr
8-10
6-7

1-3

Para esta finalidade os resultados são divididos em


quatro categorias: acima da média (deci1 8-10); média alta
(deci1 6-7); média baixa (deci1 4-5) e abaixo da média (deci1 1-3).
~ traçado um perfil das pirâmides bonitas e feias com cores di-
ferentes para facilitar uma visâo melhor e mais rá~ida das ten-
dências.

A superposição das duas linhas seria o ideal pois o


indivíduo estaria assim identificado plenamente consigo mesmo.

o escore expresso em decil, nas pirâmides bonitas ,


exprime a instensidade da preferência pelas cores e o que estas
psicologicamente significam, assim também, nas pirâmides feias
o decil indica a menor ou maior intensidade com que determina -
dos componentes da personali~ade são rejeitados.

- Significação das Pirâmides Feias

Com a introdução das Pirâmides Feias acrescentou


se ao TPC novas significações. "Mas o que revelam as pirâmides
Feias? Os estudos permitem, atualmente emitir as seguintes hi-
póteses:

a) TIesvendam de modo espe~ia1 o lado inconsciente da


personalidade. (Heiss, '1955)
56.h

Mas oDserva Heiss. "Ainda não podemos afirmar


de
modo definitivo que aspecto da personalidade revelam as pirâmi-
des feias. Com muita probabilidade pode dizer-se que projetam
características de personalidade mais ocultas, diretamente me-
nos visíveis e que não emergem em situações normais". CHeiss
1955)

b) Segunda hipótese: "Nas pirâmides bonitas apare-


ce prefer~ncia a face, a configuração atual e nas feias b aspe~
to latente do indivíduo.

Mas pode também ocorrer o inverso, isto é, que some~


te nas feias apareça a forma atual da personalidade, enquanto
nas bonitas apareça ainda a personalidade não atual". CHeiss,
1955)

c) As pirâmides feias denotam preferentemente atitu


des superadas.

d) A mais recente opinião sobre o tema, englobando


o essencial das hipóteses é de Schaie: As pirâmides feias, se-
gundo ele, informam sobre fenômenos emocionàis:

- conscientemente rejeitados.

- ou que não encontram oportunidade de se manifest!


rem nas situações habituais. CSchaie, 1964)

Interpretação: As pirâmides feias devem ser inter-


pretadas em relação as bonitas.

A importância das pirâmides feias consiste, no est~


do atual das pesquisas, na revelação das tensões interdinâmicas
e do grau de estabilidade da personalidade.

Diferenças acentuadas nas duas aplicações denotam i!!.


constância no comportamento. Quanto maior a semelhança , maior
57.

a constância. De nossa experiência, escreve Heiss (1955), pen-


samos poder concluir:

19) Que:

a) Contrastes acentuados entre tonalidades claras


e escuras revelam tensaes mais ou menos intensas.

b) Quociente de contraste elevado, isto é, o índi-


ce resultante da divisão da porcentagem de cada cor bonita pela
porcentagem da mesma nas pirâmides feias, evidencia igualmente
tensaes da personalidade.

c) Valores ou índices mais chegados deixam entre -


ver tensaes mais débeis.

d) Ausência de contraste, maior estabilidade.

29) Elevadas diferenças na forma, de modo a falta -


rem numa série tonalidades muito escolhidas na outra, acompanh~
das, frequente vezes, de mudança na técnica de construção, en-
contram-se em protocolos de pessoas com forte inquietude inter-
dinâmica.

39) Se as duas séries patentearem quadro igualmente


mutável em extremo, estaremos em presença de um quadro de ten-
são interna, pOdendo ir até a anormalidade. A cor em que se ve
rifica o contraste é reveladora nesses casos.

A malor parte das pessoas apresenta contraste em co


res isoladas." (34)

"A variabilidade do índice das cores denota malor ou


menor inconstância do núcleo da personalidade. Assim, se nas
pirâmides bonitas o azul, vermelho e preto aparecem com valores
elevados, que se diluem nas feias ,devemos admitir ser efeito de
componentes insOtáveis da personalidade.
58.

Cuidadosa análise das percentagens das cores forne-


cem a chave das tensões. Assim, muitas vezes aparecem sin~s de
hiper sensibilidade dos estímulos, angústia, inibição, adaptabi
lidade nas pirâmides bonitas e, nas feias, características opo~
tas. O medo tem como "background"a agressão; a inibição, a fa,!
ta de capacidade inibitória; a hiper sensibilidade aos estímu -
los, certa indiferença aos excitantes;a ~apacidade de adapta -
çao, dificuldade de ajustamento.

Em suma: uma característica oculta a oposta. A di


ficuldade consiste em saber, nesses casos, at& que ponto essas
características camufladas, reprimidas ou sublimadas se manifes
tàm nas reações. A experiência comprovou que esses traços apa-
recem em determinadas situações. Conclui-se dali que as pirâmi
des feias proporClonam uma visão mais profunda da personalida -
de." (18)

- Significação psicolSgica das cores

Em todos os manuais ê dado uma explicação quase e-


xaustiva da significação psicoldgica de cada cor, tendo o ma-
nual americano máior fundamentação científlca.

Resumindo o que Schaie e Heiss (1964) encontraram em


seus padrões estatísticos no TPC:

Vermelho Na média: sensibilidade e abertura aos estímulos;


reação imediata e pronta aos excitantes, respos -
tas impulsivas à situação, se não for controlado.
Acima da média: emocionalidade extrovertida e im
pulsiva, características de impulsos explosivos
incontrolados.
Abaixo da média: excitabilidade e intensidade d~
reações pouco desenvolvidas, deficiente capacida-
de de expressão das disposições psíquicas.

Laranja Na média: alegria, ext~oversão expontânea, sensi


59.

bilidade pronunciada e calorosa. Sentimentos mo-


derados e assimiláveis.
Acima da. média: relação exgeradamente afetiva com
o mundo exterior, sensibilidade desenvolvida, lns
tintos orais pronunciados.
Abaixo da média: indica certo grau de recura ou
repressao de emoções.

Amarelo Na média: aponta para o lado da extroversão ati-


va para a esfera menos instintiva e impulsiva do
que laranja, facilidade no contato, modalidade ra
cional e objetiva de adaptação áo ambiente. Ener
gia, força ,violência, atividade e excitabilidade.
Acima da média: tendência extrovertida pronunci~
da, debilidade de ressongncia emocional, incons· -
tgncia no comportamento, intolerância. Tendência
a racionalizar e a intelectualidade para fugir das
tens·ões.
Abaixo da média: inabilidade na expressão das ne
cessidades impulsivas de forma recional e sociali
lizada.

Verde Na média: aspectos regulados e homeostático da e


mocionalidade. Sensibilidade e estímulos inter -
nos e a habilidade de interiorizar experiências e
mocionais. Tendência a uma estrutura egocêmriOa,
defensiva e autônoma.
Acima da média: hipersensibilidade para estímu -
los internos e externos. Maior intensidade das
reações e motivações emocionais, suscetibilidade
aguda e angústia, como consequência de um exemplo
autocontrole.
Abaixo da média: redução da sensibilidade e limi
tada habilidade no estabelecimento das relações
inter-pessoais significativas.
60.

Azul Na média: emoti vidade . regulada e controlada, freia


e orienta em face dos estímulos externos, ordena
e elabora as impressões de conteúdo psíquico.
Acima da média: supercontrole da emotividade, su
pressão dos sentimentos, ostentação de polida dis
tância acompanhadas de fórmulas convencionais es-
tereotipadas.
.
Abaixo da média: função reguladora interna mais
ou menos descontrolada, sinal de pertubação neuró
tica.

Violeta Na média: introversão, labilidade emocional não


especifica, intranquilidade, ansiedade e tensão.
Acima da média: desajustamento emocional, inade-
quaçao pessoal, imaturidade e instabilidade.
Abaixo da média: tendência a evitar enSlmesmamen
to e intranquilidade.

Marrom Na média: perseveraçao, função estabilizadora,r~


sistência passiva. Embotamento emocional e falta
de insigt e empatia.
Abaixo da média: reduzida capacidade de resisté~
cia diminuída a estabilidade interna e a segurança
na afirmação pessoal.

Branco Na média: vazio interior, carência afetiva, fuga


de situações comprometedoras emocionalmente e in-
troversão.
Acima da média: saturação afetiva, traços esqulz~
frênicos, perda de contato com a realidade.
Abaixo da média: carece de significação.

Cinza Na média: atitude introversiva, função neutrali-


zadora, amortecedora com enfraquecimento e repre~

são das necessidades.e reações afetivas.


Acima da média: sintoma de repressão e rejeição
ou recusa de sentimentos com traços neuróticos.In
61.

segurança ligado a out~os sinais de labilidade.


Abaixo da média: abertura e delibitação de meca-
nismos repressivos. A ausência desta cor é desti
tuída de importância.

Preto Na média: introversão, repressão natural, fator


de inibição das motivações e reações emocionais,
das excitações externas e das descargas emotivas.
Acima da m~dia: inibiçao e bloqueio, tendência a
sentimento de inferioridade e incapacidade supre~

são e repressão emocional, depressão ou conduta


anti-social, autística.
Abaixo da média: predomina o caráter emocional i
mediato e capacidade inibitória e repressiva fra-
ca.
62.

4.3 - MANUAIS BRASILEIROS

Fernando de Villemor Amaral, Irmão Henrique Jus-


to e Theodorus Van Kolck, três estudiosos do TPC no Brasil, pu-
blicaram manuais seguindo basicamente o primeiro manual alemão
(Der Farbpyramidentest , nach Max Pfister - Hei$,R. e Hil~ ,
H. 1951)

Uma inovação introduzida por estes autores é a uti-


lização de um recurso de informações, ou seja, um inquérito a-
pós o término do teste. Este inquérito pode ser obtido median-
te a exibição das três pir&mides completas e, versa sobre as
preferências ou aversões que possam surgir através da observa-
ção comparativa feita pelo próprio Sujeito.

Algumas perguntas propostas são as seguintes:

Qual das três pirâmides gosta mais?


Porque prefere tal pirâmide, devido as cores ou as formas1
De qual gosta menos ou não gosta? Porque?
Qual a cor preferida? Porque?
Quais as outras cores que lhe agradam?
Qual a cor mais feia? Porque?
Há outras cores feias?
Informar sobre o motivo das trocas de cores. Interessa se
feitas devido a cor ou para melhorar o conjunto, a forma?
Porque são feias as pirâmides? Devido a cor ou forma?
Está satisfeito com o trabalho? Quer fazer mais alguma?
Houve, ultimamente, algo de particular importância em sua vi
da?

f recomendado que as perguntas devam ser formuladas


de modo a não sugerir determinada resposta e em linguagem que es-
teja de acordo com o nível sócio-cultural do examinando •

. Uma adaptação relacionada à técnica de aplicação


foi apresentada por Vilfemor Amaral (1966) no livro "Pirâmides
63.

Coloridas de Pfister", quando o sistema original de colagem das


etiquetas coloridas do esquema base da pirâmede foi substituído
pelo método de encaixe. Esta adaptação pode ser feita pelo pr~
prio examinador, pois constitui-se um trabalho de cartonagem.

"O esquema base da pirâmide deve ser transportado ~


ra uma folha de cartolina de cor neutra (marfim) e transformado
numa espécie de cartela, cujas dimens6es devem obedecer rigoro-
samente as que foram padronizadas pelo grupo de Freiburg. De
acordo com um dos quadrados que compõem o esquema da pirâmide ,
far-se-á uma pequena fenda que permita' a. introdução do pedúnc~
lo das etiquetas coloridas.

As etiquetas coloridas devem ser colocadas em ambas


as faces de um quadrículo de plástico transparente e consisten-
te, com as dimensões padronizadas das etiquetas coloridas, isto
é, 2,5 cm 2 X 2,5 cm 2 . A parte inferior destas etiquetas será
constituída por u~ pendúnculo que permitia sua fácil inserção na
fresta ou fissura da cartela ,esquema. O sistema de ~olagem d~

pIa - verso e reverso do quadrículo plástico - dá maior conti -


nuidade cromática ao mostruário, facilita grandemente o rnanuselO
das cores e torna mais resistente e durável o material." (35)

Segundo o autor, o processo de encaixe oferece grag


de segurança para o Sujeito que executa o trabalho livremente ,
sem se p'reocupar com a deslocação das etiquetas aplicadas. Pa-
ra o examinador a segurança parece-lhe ainda maior, pOlS pode
manusear as cartelas, recobrí-Ias, como recomenda a técnica de
aplicação, sem maiores cuidados, deixando o trabalho de inter -
pretação e anotação para ser feita posteri,ormente se assim o de
sejar.
64.

4.4 - SEGUNDO MANUAL ALEMAo

o manual do TPC foi apresentado em sua segunda edi-


çao em 1975 por Robert Heiss e Petra Halder com a colaboração
de Dieter Hoeger. O teste foi totalmente revisado. Um número
considerável de trabalhos de' pesquisa foi avaliado, e desenvolvi
da uma ·nova metodologia para ap'licação e computação.

Dois estggios marcaram o inIcio de sua transforma -


çao. Em 1955, quando ampliando o escopo do procedimento foi a-
crescentado o teste de contraste com três pirâmides feias do te~
te inicial, modificando as instruções de uso. Em 1958, Michel
reduziu as opções de cores de 24 para 14 matizes ,chegando a
conclusão de que estas tonalidades escolhidas são as únicas, no
uso clínico, que tem precedido gerar maiores influências quando
interpretadas independentemente do grupo de cor no qual elas es
tava, contidas. Em virtude dessas modificações, a computação,
avaliação e os valores normativos foram reelaborados.

Durante seu desenvolvimento, mais de duas décadas ,


o TPC sofreu' diversas modificações, em virtude da experiência
deste longo período e tendo como base pesquisas empIricas cont!
nuadas.
. ,. .
Portanto apresenta~se agora baseado em prlnClplOS malS
firmes, logo mais exato e fidedigno. Atendendo melhor as exi -
gências que se faz, quando se pretende apresentar um bom instru
mento diagnóstico que realmente aumente os conhecimento sobre a
personalidade.

- Caracterização Geral

Conforme já é conhecido, o TPC é um teste seletivo,


e atualmente ele exige que o sujeito faça 90 escolhas no total.
O examinador poderá escolher entre 14 (antigamente 24) mati,zes ,

cada grupo de 15 escolhas, que serão reunidas em uma pirâmide.


Após três pirâmides formadas como "pirâmides bonitas" de acordo
com a primeira instrução a segunda inatrução mudará solicitando
do examinador que forme '''pirâmid.e feias".
65.

A escolha continua totalmente livre podendo o exami


nando escolher as matizes como quizer, dar preferência a cer-
tas cores e evitar outras, poderá escolher continuamente uma só
cor trocar de cor.

Do espectro colorioo utilizado anteriormente foram


escolhidos 14 matizes: duas nuanças.de vermelho, azul e viole
ta, além das seguintes cores: amarelo, laranja, marrom,branco,
cinza e preto (Fig. 8). Esta seleção compreende as cores Vl-
vas marcantes, bem como as apagadas e deveria representar o es-
pectro colorido total, na medida do possível.

liA computá'ção do relatório do teste será efetuada


em quatro estágios para o teste inicial (pirâmides bonitas) tão
bem como para o teste de contraste (pirâmides feias) resultanqo
daí as seguintes categorias de medição:

1 - Quais foram as matizes escolhidas e a m=dida em


que aparecem.

2 - Amplitude e continuidade e variação da escolha,


conforme a escolha ,ou alternada das matizes' nas três pirâmides
ou aceitação das mesmas.

3 - Nível e configuração das síndromes.

4 - Determinação do índice de labilidade que indica


rã a relação entre o teste inicial e o de contraste.

Estes resultados quantitativos serão extraídos de


cada teste e caracterizados em uma' folha de avaliação. Eles
proporcionarão algumas informações sobre a escolha mais freque~
te de cores mais raras que outras e a omissão de algumas confor
me for o caso. Indicam ainda, a maior ou menor fai~a de esco -
lha de cores dos examinandos como também a variabilidade do com
portamento seletivo. A continuidade ou mudança de cores sera
..
determinada pará cada teste (inicial e de contraste).
66.
Matiz Valor Nome do Abre-
t1W1sell Matiz .
vlaçao -
2.5R vermelho·l vm l
7/10

5R vermelho 2 vm 2
4/15

2.5YR laranja 2 la
7/16
- -- ~

-,-,---

2.5Y amarelo 2 am
8/2

2.5GY verde 1 vd l
8/2

2.5G verde 3 vd 3
5/10

5B azul 2 aZ2
6/8

7.5PB azul 4 aZ 4
2/2

5RP violeta 2 V1
2
4/12

5RP violeta 3 V1
3

2.YR marrom 1 ma
4/6

N9.5 branco br .

5Y cinza ci
7.2

preto pr
.1 Nl

Figura 8 Cores Padronizadas do TPC


FONTE: Heiss; Halder, P; Hõger, D. Der Farbpyramidentest -
Hans Huber - Bem, 1975
67.

..
ra
Da mesma forma, o índice de labilidade caracteriza-
a variabilidade do comportamento seletivo. Indicará com que
intensidade o candidato reage as instruções mudadas do teste e
como modifica suas escolhas de cores de acordo com as mesmas ,
isto é, como evita as cores escolhidas no teste inicial, esco _
lhe aquelas que evitou naquela ocasião ou modifica sua reaçao
apenas ,limitadamente.

Estes quatro resultados quantitativos já revelam aI


go sobre o comportamento do candidato em relação ao material do
teste.

De acordo com o princípio da escolha livre é ofere-


cido uma margem bem ampla, entre os limites da qual as ,escolhas
podem oscilar e as diversas configurações (formações, estrutu -
ras) podem se manifestar. Ao trabalhar com o teste verifica-se
que esta margem é utilizada na maioria dos casos, embora exis -
tam alguns (pirâmi'des monocromáticas) nos quais' ela é estrei ta-
da.

Ao passo que, as imagens coloridas podem varlar e


expressar a situação afetiva mais ou menos oscilante do candida
to, a análise e computação formais asseguram que dentro de tal
variação, os fatores predominantes e marcantes aparecerão. Na
prática o diagnóstico mostra então que a configuração contínua
e repetida, no caso, a forma básica da afetividade, faz sua ap~
rição. Evidentemente, esta forma básica, poderá ser mais ou me
nos estável ou instável, contudo isso não altera o fato de que
o teste enfoca as características repetidas, que determinam des
se modo, a forma básica da afetividade. Surge assim, no quadro
de um fundo móvel, o nível de disposição característico e típi-
co do candidado assim como as características excitadoras igua!
mente específicas.

Entretanto, como se exige uma série de escolhas que


se movimentam n,uma faixa de reação 'de 14 tons, há uma garantia
que se destacará entre estas variantes, aque~a que será seguid~
68.

mente a mais marcante para o sujeito~ Uma prova disto é a cons


tatação, surpreendente no início, que as pirâmides feias naore-
sultam em "negativos perfeitos" das bonitas . . Nota-se sempre
que aparecem, de fato, muitas variantes novas no teste de con-
traste, mas que, de modo geral, estas pirâmides também mostram
frequentemente, uma semelhança superficial reconhecível com as
bonitas. Isso indica somente, que muito embora o candidato mo-
difique seu comportamento seletivo devida as novas instruções do
teste, ele mantém seu comportamento seletivo típico até certo
ponto, uma vez que certos traços predominantes, já manifestados
nas pirâmides bonitas se repetem. (16)

o capítulo posterior, completará esta breve introdu


çao ao novo modelo do teste proporcionando maior clareza quanto
as modificações as quais este instrumento de avaliação foi obj~
to.
69.

5. NOVO MODELO DE ~EISS E HALDER *

5.1 MtTODO

- Material

o material do teste ~ compQsto de etiqu~tas coloridas,


cartelas com modelo da pirâmide, formulário do relatório e comp~
tação.

2
As etiquetas coloridas medem 2,5 em e sao fornecidas
em 14 matizes diferentes. Cada matiz contará com 15 etiquetas no
mínimo. Estes matizes representam uma seleção da série original
de 24 matizes (Heiss & Hiltmann, 1951; Schaie & Heiss, 1964).

Os índices dos matizes foram adotados da s~rie de 24


cores e, são por essa razão, descontínuos nas cores verde, azul e
violeta. Figura 8. A série de 14 cores foi escolhida entre as co
res selecionadas, de modo relativamente arbitrário por Pfister,de
acordo com crit~rios da teoria de testes para fidegignidade e va
lidade, tendo sido considerada, igualmente, a representatividade
fatorial (Michel 1958/59).

A cartela segue modelo original, figura 2. O formulá


rio de relatório e computação se apresentam modificados devido ~s
inovações introduzidas quanto a instrução e avaliação. Figuras 9
elO.

- I:nstruções

Após os cuidados necessários para aplicação de um te~


te, as etiquetas coloridas devem ser colocadas em frente ao Sujei
to, em ordem arbitrária, não separadas por matiz. E a primeira
instrução deve ser:

* Este capítulo está baseado no livro Der Farbpyramidentest,(16),


capítulos 6 e 1.
70.
Nome: __E_,_D_,_M_._ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __

TESTE DAS PIRAMIDES COLORIDAS 19- sexo: _F 'l-lV"".l


Jdade' - - ZJ:t __
'" Inst.: ---.....
\' .-: '.Ie Grau

Apl icador: Rosiris Cata: 17/11/76

PB

Estrutura Manto Estrutura Manto Tapete Puro

vml.vm2 la am vdl vd3 az2 az4 v12 v13 ma br c1 pr


f 3 12
11 11
'+
111 1 1 1 l' 1 2 1 1 2 1 1
2
S 1 4 1 1 24 2 1 O 1 2 1 1
6 O
C la
7 3 3 5 4 4 4 4 3 '+ lIl!- '+ 4
, 6 I 3 1 5

"
111
3 5 7

. 6 2 7
S
O 6 9 o O o O O O la 1 (J) O 19
,
C 3 6 4 1+ 3 8
'+ 6 la 4 3 '+ '+ 3 ;

'fR'.L \1m2 lo em vdl vd3 ez2 az4 v12 v13 m3 bJr c1 pr

PF

Forrração Camada Est, Ass. Dj nâmi ca

Figura 9
71.
TESTE DAS PIR~MIDES COLORIDAS
Avaliação

Frequência dos tons das côres

vml vm2 la am vdl vd3 az2 az4 vi2 vi3 ma br c1 pr


7 3 3 5 4 4 10 4 4 3 4 4 4 4
Indica da
4 6 10 4 '='
" 4 4 3 3 5 4 4· 3 8 labil1dade
3 3 7 1 1 O 6 1 1 3 O O 1 4 31 I
SINORCJ1ES
Aspecto formal

S1ndrone de Sindrome de PB ~trutura Manto PF I.;strutura Simétrica


Estímu10 Abafamento
vm2+1a+arn+vdl v13+ma+c1+pr Estrutura Manto Formação Carrada
0+1+4+1 =6 0+1+1+1 =3 Tapete Puro FStr~Ass.Dinâmica
PB
C· 2 c- 3'

6+9+0+0 = 15 10+1+0+19 = 30
PF
C· 7 c- 6

Sindrome Sindrome
Fõrmula Cromãtica
Normal Contra-normal
vm2+vd3+az.4 vrnl+vdl+c1

0+1+2 =3 6+1+], = 8 CA CR V A
P8
c· 2 c .. 6 PB 1 2 9 2
6+0+0 = 6 0+0+0 PF 2 1 2 9
C· 4· C· 3

Caracteristicas especiais
S1ndrome Incolor
br+c1+pr ... '
PB 2+1+1= 4 C· 4

PF 0+0+19 = 19 C· 5 r
10-..._

Figura 10
72.

- "Escolha as cores que malS lhe agradem e coloque-as


nesta cartela construindo pirâmide bonita. Poderá utilizar as co
res como quizer e fazer as trocas que desejar. Disporá de todo o
tempo que precisar".

- Para a segunda e terceira pirâmide basta repetir:


"Complete outra vez uma cartela de modo que o resul-
tado lhe agrade e lhe pareça o mais bonito possível".

Para as pirâmides feias as instruções corresponderão:


"Escolha as cores que não lhe agradem e coloque - as
nesta cartela construindo uma pirâmide feia. Poderá utilizar as co
res como quizer e fazer as trocas que desejar. Disporá de todo o
tempo que precisar.

Para a segunda e terceira pir.âmides feias as instru


ções serao análogas às das pirâmides bonitas.

- Confecção do relatório

"Quando o sujeito estiver satisfei~o com a pirâmide por


ele construída, apresentará a mesma ao examinador para que seja a-
notada no relatório. O formulário de relatório contém seis pirâmi
des em miniatura, nas quais, as pirâmides compostas serão anotadas,
usando as abreviações dos matizes constantes na figura 8.

Após a anotação o examinador devolve as etiquetas col~


ridas do material do Sujeito para que as ]possibilidades de escolha
continuem as mesmas.

- Computação

Quatro grupos de características serao cqmputadas:

- A frequência dos matizes e s~ndromes.


-" As conformações das pirâmides: ..
- As -fórmulas , de sequência ou cromáticas.
"

- A relação entre pirâmides bonitas e feias.


73.

No início do desenvolvimento do teste foram anota


das características adicionais, tais como a ordem em que as pi
râmides foram compostas, de cima para baixo ou vice-versa. O nú
mero de substituições ou trocas e o tempo gasto para cada pirª
mide foram igualmente consignados. Descobriu-se, no entanto,que
não podiam ser encontradas hipóteses suscetíveis de formulação
para estas características. Isso se aplica também à considera
çao das composições nas pirâmides, ã distribuição das matizes e
aos contrastes assim criados nas mesmas, de grande importância
para su~ avaliação estética. A identificação simultânea das du
as características matiz e estrutura se revelou, com tudo impo~
sível metodologicamente. Por esse motivo=- as freqt1ências dos ma
tizes utilizados são atualmente computadas como valor global e
as conformações, ou seja, as distribuições dos mesmos matizes
na pirâmide são calculadas e consideradas separadamente na ln
terpretação atual.

- Computação das ~regH~ncias dos matizes

As frequências dos matizes em cada pirâmide serão


anotadas na part~ central do formulário do relatório, figura 9,
somando-se a seguir, o valor total das tmês pirâmides da série
"bonita" e da série "feia", respectivamerntte. Pare:; cada série de
pirâmides serão registrados 45 matizes, ~espectivamente.Como se
devem prever diversas freqt1ências dos matizes, os totais das
freqt1ências de cada matiz serão convertidlos em valores padrão,
tendo sido adotados por melhor adequação» os valores introduzi
dos por Bosler (1969). Os valores C padrã-o valerão:X = 5; S = 2.

Consequentemente, os valores de 4 a 6 serão avalia


dos como sem destaque. Os valores até 3 Dnclusive assim como os
de 7 ou mais devem ser considerados como ~suscetíveis de inter
pretação. Tabela 2a e 2b

- Computação das sindromes

Durante o desenvolvimento do TPC foram propostas e


examinadas diversas síndromes e modalidades de computação das
74.

mesmas, figura 10. Análises experimentais e fatoriais confirma


ram inicialmente as síndromes abaixo:

- Síndromes de Estímulo
- Síndrome de Abafamento
- Síndrome Normal
- Síndrome Contra-Normal"
- Síndrome Incolor.

Os valores das síndromes ser~o obtidos pela adição


dos valores brutos, cujo total será convertido em valores C. Pa
ra interpretação dos valores C, valerá o mesmo princípio aplica
do aos matizes. Tabela. 3.

A - Síndrome de estímulo e abafamento

O valor da síndrome de estímulo consiste nos qua-


tro matizes vermelho 2, laranja, amarelo e verde 1. Este valor
será calculado para as ambas as séries de pirâmides:

vm 2 + la + am + vd 1 = valor de estímulo

Além do valor de estímulo, aquelas cores consider~


das de abafamento ou repressivas violetas, marron, cinza e pr~

to, das séries pirâmides "bonitas" e "feias" terão sua importâ!!,


cia;

vi 3+ ma + ci + pr = valor de abafamento

Consequentemente, há um conjunto de quatro valores


para s!ndromes de estímulo e abafamento, cada um dos quais será
ponderado em relação aos outros:

Valor de estímulo ----------- Valor de abafamento


Série bonita Série bonita

Valor de estímulo ----------- Valor de abafamento


Série f,eia Série feia
75.

B - Síndrome Normal e Contra-Normal

As cores escolhidas com maior frequência são conside


radas como cores padrão: vermelho 2, verde 3 e azul 4. As análi
ses fatoriais das frequências seletivas mostraram que estas mati
zes, se manifestam muito em um fator bipolar, cujo polo oposto
se situ~m as matizes vermelho 1, verd~
1 e cinza. Por esta razão,
um valor equivalente poderá ser oposto (em contrapartida) ao va
lor das cores padrão:

vm 2 + vd 3 + az 4 = valor normal
vm 1 + vd 1 + ci = valor contra-normal.

Aqui também há um conjunto de quatro valores a serem


ponderados cada um em relação dos demais:

Valor Normal -------------- Valor Contra-Normal


Série bonita Série bonita

Valor Normal -------------- Valor Contra-Normal


Série feia Série feia

C - Slndrome Incolor

Consiste nas cores acromáticas ou cores apagadas:


branco, cinza e preto.

br + ci + pr = valor incolor. Este valor é ponde-


rado também para série bonita e série feia.

- As conformações das Pirâmides

Para a formação de uma pirâmide "bonita" ou "feia" a


disposição das cores escolhidas desempenha um papel importante.

A fim de levar em conta este fator de evidente impo~

tância para o comportamento seletivo, foram elaborados, origina!


mente, categorias diferenciadas para a classificação das confor
mações. Conforme assinalado, não é possível considerar as confor
76.

mações em relação pom a seleção das cores, devido a multiplicid~


de das variantes.

Inicialmente, partiu-se de 12 categorias e transiçõ$


suplementares CSchaie & Heiss, 1964). No entanto, a esta diferen
ciação exata não correspondem hipóteses interpretativas igualme~
te diferenciadas, de modo que, uma consideração mais global se a-
figurou conveniente.

As conformações poderão ser avaliadas, primordial-


~ente quanto a seu grau de estruturação e a amplitude da influ~n
cia de princípio de ordenação. A identificação das característi-
cas de conformação não poderá, sem dúvida, ser conseguida com a
mesma objetividadefrTestrita do registro das características das
cores.

Tr~s grupos de conformações diferentes, podem ser


distinguidos convenientemente:

- Tapetes
- Camadas
- Estruturas.

A - Os Tapetes - são conformações nas quais os mati


zes sao alinhados desordenadamente e que não deixam antever nenhu
ma interfer~ncia de princípio de ordenação ou simetria. Quase to
das as 14 cores são usadas. Se alguns matizes, se manifestam mais
frequentemente haverá, normalmente elementos estruturais, que já
constam da utilização de matizes id~nticos para os ângulos da pi
râmide ou extremidades de uma fila horizontal. Em sua caracteriza
ção pode se distinguir tapetes com início de equilíbrio e tapetes
desequilibrados. Nos primeiros, haverá um ajuste mais cuidadoso
dos matizes contíguas quanto a nuança e à claridade, nos segundos,
fortes contrastes claro-escuro ou concentrações irregulares de ma
tizes id~nticos.

As pirâmides 1 e 2 da figura 11 sao exemplos de um ta


pete com início de equilíbrio e de outro desequilibrado.
77.

B - As Camadas - sao formações que apresentam as fi


leiras horizontais da pirâmide separadas pelas cores. Para isso,
pode ser utilizada um matiz por fila, o mesmo matiz pode apare-
cer em diversas filas e finalmente, combinações de vários matizes
poderão ser colocados em uma fila. Neste último como é importa~
te que as cinco camadas das pirâmides fiquem separadas de tal ma-
.
neira que a utilização dos mesmos matizes não cause conexoes a-
lém da~ camadas.

Se uma camada é formada de diversas cores, será de


signada como camada simétrica.

As pirâmides 3 e 4 da figura 11 sao exemplos de cama


da horizontal e camada simétrica.

c - As Estruturas - aqui o Sujeito leva em conta a


forma triangular quando constroi sua pirâmide. Não haverá, pois,
apenas uma simetria dentro de uma camada, como matizes individu-
ais que formam triângulos, cujo eixo corresponde ou está paral~
lo com aquele da cartela. Haverá uma estrutura dita assimétrica,
quando os triângulos formados dentro de uma pirâmide nao forem i-
sósceles e seus eixos não estiverem paralelos com o eixo da pirâ
mide, poder-se-á falar em estrutura assimétrica e distingui-la da
conformação de tapete.

As pirâmides 5 e 6 da figura 11 sao exemplos de es


trutura simétrica e assimétrica, respectivamente.

Entre as formações estruturadas duas outras formas


especiais são muito importantes: manto e escada.

Há uma pirâmide manto quando as bordas das pirâmides,


com ou sem base, forem da mesma matiz. Haverá uma pirâmide escada
quando se tratar de uma camada como que fazendo um ângulo de 60%
com a base da mesma. A ilustração 7 e" 8 da figura 11 mostra uma
pirâmide manto e outra de ,escada.
78.

1. Tapete com início de equilibrio 2. Tapete desequilibrado

3. Camada horizontal ~. Camada simétrica

-6. !Estrutura assim.etrica dinâmica


5. Estrutura simétrica

7. Estrutura IIBI1.to 8. Estrutura escada


Figura 11 - Exemplos de Conformações
79.

Finalmente, a pirâmide monocromática ê outra forma es


pecial, cuja conformação dispensa comentários.

Obviamente, há uma série de formas mistas de classi-


ficação difícil. Mas estas deixam também transparecer o grau que
se tentou adotar e obedecer os princípios de ordenação e estrutu
raçao.-
- Fõrmúla de SeqDência ou Cromãtica

A fórmula de seqUência agora, serã calculada, separ~


damente, tanto para as pirâmides bonitas como para as feias. A s~
ma final de cada seqüência deverá resultar em 14, embora a análi
se relacionada a cada variável (CA, CR,V e A) não tenha se altera
do.

- Relação entre Pirâmides Bonitas e Pirâmides Feias

O registro da discrepância entre as séries das pir~


mides bonitas e feias indica algumas dificuldades. A freqUência s~
letiva do matiz nas duas séries, comparada com a norma e a dife
rença de uma cor entre as duas séries devem ser consideradas em
medida igual.

Diversas sugestões concernentes à computação tem si


do feitas por Heiss, Honsberg & Karl (1955), Schaie & Heiss(1964).
Mas o cálculo do Índice de Labilidade segundo Bosler (1969) par~
ce por ora a melhor solução, porque permite um número máximo de
informações sem operações matemáticas complicadas. Para o cálculo
do tndice de Labilidade as diferenças dos matizes são elaboradas
(em valores C) tomadas como valores absolutos e somadas.Figura 10.

A objeção que pode ser feita ao fndice de Labilidade


ê que a utilização de valores C causa o nivelamento de variantes
extremas. A fórmula do índice e:
CB -- CF = fndice de Labiliclade
80.

- Outras Caracteristicas

Uma série de características especiais merece ser re


gistrada igualmente. Trata-se, quer de características de
.obser-
vação, quer de características cuja significância não pode ser de
lineada mais exatamente por enquanto, mas com hipóteses interes
santes em casos isolados.

- Escolhas
o
O:

Bosler (1969) constatou que a ausência de uma cor nas


duas séries de pirâmides, isto é, as chamadas escolhas ~, consti
tuf uma característica importante na diferença entre amostragens
aleatórias de pessoas normais e neuróticas, sendo que as escolhas
~ são significativamente malS freqüentes em grupos de pacientes.
Comparativamente, a ausência de cores acromáticas é ainda mais fre
qUente e a ausência de cores cromáticas nas duas séries é parti
cularmente notável.

- O tempo - o tempo gasto com a seleção dos matizes e


a formação da pirâ~ides indica, quando for extremamente curto a
possível inautencidade da escolha e, caso seja muito longo, a in
segurança e a falta de convicção no julgamento próprio.

- A freqüência das trocas - amtigamente, a quantida


de, o tipo e a colocação das etiquetas coloridas era registrado
de modo muito detalhado. Não foi possível obter hipóteses inter-
pretativas diferenciadas, de modo que a ação das trocas pôde so
mente ser interpretada, em linhas gerais como um comportamento de
teste que permite conclusões análogas concernentes ao comportamen
to decisório. Conexões e recomeços são muito normais e até apon-
tam para uma verdadeira decisão seletiva. Oontudo, se não houver
nenhuma correção, nem mesmo hesitações, ou idO contrário, se forem
extremamente numerosas (conforme duráção do teste), estas deverão
ser registradas.
81.

5.2 PESQUISAS

- Relativas a série de 14 cores

Desde o desenvolvimento do TPC, foi realizado um


..
nu
mero quase ilimitado de pesquisas. No escopo deste trabalho serão
mencionadas apenas aquelas pesquisas que apresentem um interesse
objetivo para o desenvolvimento das recomendações atualmente váli
das sobre a interpretação.

Após alguns anos de experiência com o TPC,começou-se


a observar que alguns sujeitos pareciam prestar mais atenção à di
mensão brilho-escuro de certas tonalidades (principalmente as to
nalida?es vm 4 , vd 4 e ma 2 ) do que a saturação, a qual foi a base
do agrupamento original das cores. Então uma redução dos números
das cores foi advogada, levando a uma modificação do teste aplica
do na época, reduzindo o material de 24 tons para l4,Michel(1959).

o estudo de Michel (1959) consistia em 14 cores sen


do dois vermelhos (vm e vm 2 ), dois marrons (mal e ma ), dois ver
1 2
des (vd 2 e vd ), um violeta (vi ), um laranja (la ), um amarelo
3 3 l
(am 2 ), dois azuis (az 2 e az 4 ) e os tons acromáticos branco, cinza
e preto. Estas tonalidades foram consideradas como únicas no uso
clinico que, tem parecido gerar maiores inferências quando inter-
pretadas independentemente no grupo de cor no qual elas estavam
contidas. Embora um leve aumento na fidedignidade possa de fato
ocorrer existe também algumas desvantagens na redução do
..
numero
de variáveis.
Resultados experimentais com o grupo de 14 tonalida-
des sugerem que mudanças no número de estímulo tem efeitos relati
vamente limitados sobre grupos diferentes. Já na primeira edição
do manual' do TPC (Heiss e Hiltmann, 1951), um experimento foi re
latado no qual um grupo modificado de 24 tonalidade foi usado. Pe
quenas mudanças nas respostas ocorreram e os autores concluíram
que diferentes grupos de tonalidades poderiam dar resultados simi
lares tanto quanto aqueles que consistem numa amostra represent~

tiva do espectro de cor.


82.

Hoeger determinou em um estudo anterior (1968) os


valores dimensiona"is da " excitação", "valência" e "potência" das
cores do TPC. Utilizou o sistema de Munsell, por que este siste
ma também tinha sido empregado em outras pesquisas com especifi-
cações precisas de cores. E resumidamente chegou aos resultados:

- O "efeito de potência" de uma cor se revela, prl-


mariamente, depender de modo quase inversamente proporcional, da
claridade de uma cor e, secundariamente da saturação, sendo im-
possível determinar uma forma de relação uniforme e válida para
todas as cores.

- O "efeito de valência" de uma cor parece depender


de todas as três carac'terísticas: em relação direta com a satura
ção, sendo que o efeito da valência cresce com a saturação, ain
da que não seja em proporcionalidade inequívoca, da claridade e
da matiz. No caso de uma claridade média, nota-se uma redução de
valência. Cores misturadas, tais como laranja, amarelo-esverdea-
do, azul - verde, violeta, sendo a claridade igual, são classifi
cados como de valência menor.

- O "efeito de excitação" de uma cor cresce com a


sua saturação; no entanto o grau de acréscimo depende do matiz. )/
_ • o • / o
Da mesma forma como no efeito da valenc la ,os matlzes misturadcis 'i
ocupam uma posição especial. Com uma saturação idêntica, as co
res misturadas são sentidas como mais excitantes do que as cores
"puras" e, ao mesmo tempo, mais desagradáveis.

A qualidade de impressão das cores exibidas no TPC


foi determinada por Hoeger (1968) com oS valores dimensionais já
citados. Para sua classificação, foi utilizada a forma completa
do diferencial de impressões que abrange 18 escalas (Ertel,1965a,
pago 45), sendo que os dois pares de conceitos "claridade - escu
ridão" e "cl'areza - opacidade" tiveram de ser substituídas, por
que teriam sugerido uma descrição inteiramente superficial na
classificação das cores. Assim, foram trocados pelas parelhas con
ceituais "beleza - feiura" e "amável' - inamistoso".
83.

Serviram como sujeitos, 100 estudantes, (53 homens


e 47 mulheres) que classificaram as cores duas vezes, a um inte~
valo aproximado de quatro semanas. A luz do dia foi escolhida p~
ra iluminação, por corresponder as condições de realização nor
mal do TPC.

Os valores constantes nas tabelas - são os valores


médios das sequências dos dois testes e devem refletir uma esti-
mativa numericamente bem exata. Dispersões dos valores - indivi-
duais ao redor destes valores médios são, em média, na dimensão
"excitação" de S = 1,35 (valor máximo: S = 1,9; valor
.
mlnJJIlO:
~

S = 0,8) na dimensão valência, de S = 1,35 (valor máximo: S=2,1;


valor mínimo: S = 0,8) e na potência, S = 1,3 (valor máximo: S =
1,7; valor mínimo S = 0,7).
T A BE L A
Valores Dimensionais das Cores da Série do TPC para
"excitação", valência" e "potência" (Valores Médios de duas se
quências de testes a um intervalo aproximado de quatro semanas;
N = 100)1'"

COR EXCITAÇÃO VAL~CIA POTtNCIA


Vermelho 1 4,4 4,8 5,7
Vermelho 2 3,2 2,5 2,8
Laranja 3,0 3,7 3,6
Amarelo 3,6 3,8 3,7
Verde 1 4,0 4,9 4,8
Verde 3 4,1 3,0 3,5
Azul 2 4,1 3,6 5,0
Azul 4 4,9 2,5 3,3
Violeta 2 4,7 4,1 3,4
Violeta 3 5,5 5,2 3,9
Marron 5,9 4,3 4,3
Branco 4,9 4,0 4,6
Cinza 5,9 5,5 5,5
Preto 5,5 4,8 2,9

*1 - Valores mnnéricos baiXos significam uma aonfonnação mais nítida do p)lo


dimensional positivo, portanto, um efeito excittador, agradável ou potente.
84.

o gráfico 1 mostra a posição das cores do TPC nopl~


no formados pelas dimensões "Excitação" e "Potência". Em relação
ao efeito excitador, vermelho 2, laranja e amarelo ocupam os pri
meiros lugares, enquanto as cores violeta 3, preto, marron e cin
za transmitem uma impressão de abafamento bem nítida. Vermelho 2,
azul 4 e preto demonstram o efeito de potência mais intensivo,ao
passo que vermelho 1, cinza, azul e verde 1 parecem relativamen-
te "fracos". Em relação à dimensão de potência, todas as cores
estãó deslocadas na direção do pólo positivo. Nota-se, especial
mente, a ausência de cores de pouca qualidade de potência e efei
to excitante ao mesmo tempo. Esta unilateralidade não representa,
nenhuma particularidade da gama de cores exibidas durante o tes
t~ TPC, mas é, pelo visto bem específica das cores. As cores que
devem demonstrar pequeno efeito de potência, devem estar pouco
saturadas. Por outro lado o decréscimo da saturação está ligada
com um efeito excitador reduzido. Aqui se manifesta uma distri
buição necessariamente unilateral das cores no espaço formado p~
las três dimensões das sensaçoes, justamente o sistema dimensio
nal à base do efeito cromático. Desse modo, não está atendida u-
ma das condições prévias básicas para as pesquisas de análise fa
torial que costumam partir de um dos perfis de polaridades nor
mais em outros casos.
E

2,5

3,0 .la

3~5 .am

vdl' 4,0
• az 2
.vml
- P --~~--~~--~~--~--~~~~~--~~~~~--+P
5,5 5,0 4,0 3,5 3,0 2,5
.vi 2
br. .
5,0 • az 4

5,5 ..pr

.ci .ma
6,0
Gráfico 1 '-E
85.

o gráfico 2 mostra as posições do plano formado pelas


dimensões de "Valência e "Potência".

+v
2,0

2,5 4%'4· • vm2

3,0 ~m3

-' 3,5
aZ2· .1a
amo
br. 4,0
"~2
.-ma
+P
4,0 3,li 3,0 2,5
• vml • pr
5,0
.vi 3
.ci 5,5

6,0

Grafico 2 -v

Aqui se verifica, como também nas amostras aleatórias


detalhadas de cores, que, o polo positivo da dimensão de valência
tem maior ocupação: em conjunto as cores tem, antes um efeito a-
gradável. Outrossim, a maior ocupação do ~imeiro e terceiro qu~
drante sugere a dependência comun das dimansões "Valência" e tIpo
tência" da saturação cromática.

A maioria dos trabalhos mais anftigos foram ainda rea


lizados com a série de 24 cores. Somente nos princípios dos anos
60, houve uma utilização,maciça da série del4 cores. As desvan
86.

tagens consideráveis da série de 24 cores levaram Michel a uma mo


dificação do teste, pela redução do material já exibido.

D~s matizes mais difíceis a distinguir, reteve-se


um apenas (laranja, amarelo). Outros matizes tenham valores extre
mos em relação à claridade, de modo que sua diferenciação em mati
zes distintos era·, oticamente difícil e sem sentido do ponto de
vista fatorial (verde 4 e preto, vermelho 4 e violeta 3,violeta 1
e cinza). Destes matizes reteve-se, igualmente, um: de cada par.
As primeiras pesquisas de validação também foram empreendidas por
Michel (1958).

- Concernentes às variáveis dos matizes

Michel comparou os valores obtidos em diversos que~

tionários, tais como neuroticismo, extraversão - introversão, com


o TPC. Verificou qué os candidatos com maiores seleções de verme
lho 1 e verde 3 indicavam menores valores neuróticos. Por outro
lado, candidatos com alta freqfiência seletiva de violeta 2 e 3
apresentavam maiores valores neuróticos. Os candidatos com meno
res valores neuróticos indicavam também uma síndrome normal mais
elevada nas pirâmides bonitas. Quanto ã dimensão extraversão - in
troversão, verificou-se que os neuróticos extrovertidos escolhem
com maior .freqüência vermelho 1, verde 1 e marron nas pirâmides
bonitas e azul 2 nas feias. Os introvertidos, por outro lado pr~

ferem azul 4 nas pirâmides bonitas.

Prystav (1969) e Holzheurer (1970) empreenderam pe~

quisas de análise fatorial e fórmulas com regressões múltiplas,


nas quais as variáveis do TPC funcionavam como previsores dos fa
tores da personalidade identificados com base em questionários(I~
ventário de personalidade e Escala de ansiedade). Os resultados
destes trabalhos confirmam, até certo ponto, as hipóteses de in
terpretação do TPC. Nos dois casos sao encontradas regressões múl
tiplas com Rc de 0,40 e 0,65.
87.

Os resultados individuai$ nao podem ser todos meneio


cionados aqui. No entanto, eles são parcialmente contraditórios ,
sobretudo no tocante a indagação sobre a interpretação das pirâmi
des feias em sentido idêntico ou oposto ã interpretação das pir~
mides bonitas.

Além da pergunta se dados de questionário constituem


variáveis de critério apropriadas, pod~-se ainda fazer a objeção
a essa~ análises de que, as síndromes encontradas, com o auxílio
de regressões múltiplas, em uma pequena amostra aleatória, nao
'possa ter uma significância muito além da amostra.

Parece mais adequada a fórmula dedutiva para.a for-


mação de possíveis síndromes: partindo de hipóteses interpretati
vas existentes nas cores individuais é elaborada uma computação
aditiva ou mais complexa capaz de identificar, um traço de pers~

nalidade que possa ser circunscrita. Selg mostrou um exemplo des


te procedimento, calculando a síndrome:

(verde 3 + azul 4) - (laranja + violeta 2 + branco +


marron) na suposição de que o lado esquerdo contenha característi
cas da estabilidade emocional, adaptação e equilíbrio, ao passo
que o lado direito' consista de indícios de perturbação, instinti~
vidade e redução do controle. Ele pôde mostrar que um peso exces
sivo do lado direito e, portanto, um valor negativo é discrimina
tivo para comportamentos agressivos e anti-sociais.

Wegener (1960) verificou que em processos terapêuti-


cos favoráveis a síndrome de estimulação, sindrome normal, o ver
de I e verde 3, assim Como os algarismos da Constância Absoluta e
Ausência indicam um aumento enquanto a síndrome de abafamento e a
síndrome incolor, sobretudo o cinza e o preto, diminuem. Nas pirâ
mides feias, manifesta-se uma seqfiência em direção contrária.

Além do movimento em sentido contrário dos matizes


que diminuem nas pirâmides bonitas e aumentam nas feias, e vice-
versa, afigurou-se aqui um fenômeno que parece ser típico de pe~
quisas seq6enciais: o número das cores escolhidas diminui em ca
da repetição do teste. Isto pode ser um mero efeito de repetição,


88.

porque se pode imaginar que a maior familiarização com o teste e


acompanhado por maior segurança e disposição para a reação ao tes
te.

- Relativas às Diferenças entre as Pirâmides Bonitas e Feias

Dois problemas devem ser resolvidos nas investiga-


ções relativas às pirâmides feias:

- encontrar uma forma de computação econômica que processe e con


tenha um máximo de informações ao mesmo tempo;

- esclarecer em quals fórmulas interpretativas das pirâmides feias


pode ser encontrada uma base de validação.

A primeira publicação concernente às pirâmides feias


foi de autoria de HEISS, HONSBERG & KARL (1955), que fizeram pro
postas provisórias r.elativas à computação e interpretação das pi
râmides feias.

As diversas formas de computação, tais como os "Núme


ros de Mudança" (Karl, 1954), "Método Gráfico de Computação"(Hon~
berg,(1955), "D-Score lt de Schaie (Schaie & Heiss, 1964) foram ex~

minados e testados quanto à sua aproveitabilidade. O índice de la


bilidade desenvolvido por Bosler (1969) demonstrou ter um maior
grau de fidedignidade e pertinência diagnóstica e ao mesmo tempo
mais econômica do que as outras fórmulas de computação. Em rela
ção ao problema da interpretação das pirâmides feias, deve ser
mencionado, em primeiro lugar, a investigação realizada por Hou~
(1963). Esse autor comparou em um estudo, os testes de normais,
psiconeuróticos, organoneuróticos com e sem sintomas psicopatoló-
gicos e chegou a conclusão de que, no grupo em que se pode supor
a maior tendência repressiva, isto é, a dos organoneuróticos, se
manifestam características opressivas nas pirâmides feias, enqua~
to, nos psiconeuróticos, o desvio da norma se revela nas pirâmi-
des bonitas.
89.

Esperava-se, originalmente, ao introduzir as pirâmi


des feias que nelas se manifestassem a imagem negativa das plram~

des bonitas. No entanto, esta expectativa foi logo desfeita{Heiss,


Honsberg & Karl, 1955). As mesmas matizes sao escolhidas, de modo
geral - até certo ponto - nas duas séries ~o mesmo teste ou evita
das nas duas séries.

Também a relação estatística ~ntre as duas séries de


pirâmides (r = 0,19), calculada por MicheL, indica que a relação
pecíproca esperada não é claramente delineada.

Como as pirâmides feias não representam uma simples


repetição negativa das pirâmides bonitas, @ermanece a especulação
sobre o tipo de informações novas e adiciomais que elas fornecem.
Hipóteses, tais como a suposição de que as; pirâmides feias expri-
mem uma faceta inconsciente ou reprimida ~ personalidade, são di
fíceis de verificar ou falsificar. Os ensa~os empíricos anteriores
objetivando uma validação no sentido de uma coordenação ponto-por-
ponto proporcionaram apenas resultados muiitro contraditórios.

Michel, por exemplo, (1958), w,erificou um quadro in


trovertido nas pirâmides feias de extrovertidos e um q~adro extra
vertido nas pirâmides feias dos introverti&os.

Bosler (1969) realizou divers~s análises fatoriais


das frequências seletivas de cores para "ammas as séries de pirâmi
des em conjunto. Verificou que as mesmas m~~izes, porém da outra
série de pirâmides respectiva, se fixaram em diversos fatores bi
polares. Bosler tirou as consequências dessles resultados e propôs
o cálculo das síndromes, abrangendo as sínmromes feias, sendo que
as seleções de cores das pirâmides feias sãiQ introduzidas no cál
culo com significância recíproca:

Por exemplo:

Estimulação = (cores excitantes (PB) + core~ de abafamento (PF) -


'(cores de abafamento (PÉ) + C'í'0reS excitantes (PF).
90.

Assim, um candidato será 'considerado estimulado se


escolher cores estimulantes nas pirâmides bonitas e cores de aba-
famento nas pirâmides feias.

Bosler propõe também uma computação detalhada para a


síndrome normal, porque as análises fatoriais mostraram as uniões
de cores vermelho 1, verde 1 e cinza no pólo contrário às cores
normais:

Síndrome normal: (PB: azul 4 + verde 3 + vermelho 2 + PF: verde 1+


vermelho L + cinza) -
(PB: vermelho 1 + verde L + cinza + PF: .verme
lho 2 + azul 4 + verde 3).

Pesquisas pormenorizadas e validações cruzadas em re


lação à aplicabilidade das síndromes ampliadas faltam ainda. No
entanto, pelo menos no tocante à síndrome de estimulação, uma cor
relação mais elevada com valores de extroversão se manifesta esta
tisticamente na forma ampliada, em oposição à forma simples que
abrange apenas pirâmides bonitas.

Ainda neste caso, uma computação recíproca dos valo-


res extraídos das pirâmides feias tenha levado a uma melhor vali
dação, outros resultados individuais frequentemente dispersos in
dicam que uma interpretação análoga seria natural. Por exemplo,em
uma das análises fatoriais de Bosler (1969), a síndrome incolor
das pirâmides feias se fixa, junto com o índice de labilidade, no
mesmo pólo de um fator.

A diferença global entre as pirâmides bonitas e fe-


ias, identificada numericamente no índice de labilidade,tornou-se,
conforme mostrado por Bosler, a característica confiável e útil
do TPC. Esse autor pôde demonstrar que o índice de labilidade . é
mais influenciado pela variável neurótico-não-neurótico. Os neuró
ticos demonstram um índice de labilidade significativamente mais
elevado do que as pessoas normais. Dá mesma forma que o índice de
labilidade dos candidatos com instrução secundária é mais elevado
do que os dos testados com instrução primária ..
91.

o
índice de labilidade é também afetado pelo sexo
dos candidatos, sendo que as mulheres evidenciam um índice mais
elevado do que os homens.

5.3 Interpretação

As relações de interpretação indicadas aqui, são em


cada c~so, os valores básicos das 'características do teste, sendo
que sua especificação depende da totalidade da ligação destas.

o fundamento para o desenvolvimento das hipóteses i~


ter.pretativas foram, no começo da pesquisa do TPC características
individuais e detalhadas. Partindo desta base, as investigações
foram ampliadas de casos clínicos individuais para grupos que se
sobressairam à população total por características psíquicas. As
hipóteses interpretativas que são consideradas como verificadas,
podem ainda variar,de uma característica para outra.

A análise da interpretação será iniciada com o estu


do das cores ou matizes que constituem um bom começo para se che
gar ao diagnóstico, psicológico. Porque, somente através do estudo
comparativo sistematizado entre todas as variáveis do teste (co-
res, síndromes, aspectos formais, etc.) poderá se chegar a um
diagnóstico consciencioso, psicologicamente válido para determina
ção da estrutura da personalidade.

- Interpretação das Cores

- Vermelho 1

Desde cedo, verificou-se nas pesquisas com a série,de


24 cores que o vermelho 1 sobressai quanto a sua significância psi
codiagnóstica, do vermelho 2. Pesquisas exclusivamente voltadas
para o desenvolvimento deixam supor que a variante mais infantil
do vermelho 2 se manifesta no vermelho 1, porque esta matiz foi
encontrada, de modo geral, com maior frequência nas crianças e
92.

adolescentes do que nos adultos. Também nas crianças retardadas ou


grupos clinicamente anormais com uma tendência nítida para a agi-
tação, foram achados resultados concernentes ao vermelho 1 que in
dicam que uma receptividade intranquila e mais lábil, e uma im-
pressionabilidade pouco persistente, se expressam no vermelho 1.
Isso está relacionado com uma disposição reativa imediata, com
uma tendência a reações espontâneas, m~tivadas pelo instante, com
pouca inclinação para a elaboração de experiências e reflexão.

Esta caracterização de vermelho 1 também pode ser


completada por meio das qualidades de impressão determinadas para
esta cor: o vermelho não ocupa um lugar de destaque nas dimensões
de 'valência e excitação, mas somente na dimensão de potência, on
de, se verifica que vermelho 1 é experimentado decididamente como
não-potente; seu efeito emoci?nal é pouco intensivo, pouco enfáti
co e pouco persistente. Antigamente, o vermelho 1 foi classifica-
do na síndrome de estimulação. Investigações posteriores demons
tram que o vermelho 1, quanto a seu efeito excitador, é bem infe
rior às demais cores estimulantes. Por essa razão, o vermelho 1
não está mais incluído na síndrome de estimulação, a partir dos
trabalhos de Michel (1958).

Nas análises fatoriais do comportamento seletivo ve


rificou-se, que o vermelho 1 surgia quase sempre no polo oposto
às cores "normais", vermelho 2, verde 3 e azul 4. De acordo com
uma sugestão feita por Bosler, o vermelho 1 é hoje computado com
peso negativo na síndrome normal e deixou de fazer parte da sín
.drome de estimulação.

- Vermelho 2

Com a idade, vermelho 1 perde sua importância e é .r~


legado ao segundQ plano, na idade adulta, dando-se maior preferê~
cia ao vermelho 2. Por essa razão, concluiu. se que o vermelho 2 re
presentava melhor, a forma de volta para o exterior, mais adequ~
da para os adultos. O vermelho 2 representa a receptividade geral
a estímulos externos e indica a medida da excitação afetiva. Ao
93.

mesmo tempo, a impressionabilidade pelo ambiente indicada ê mais


forte e intensiva, mas também, mais tranquila e estável do que
no vermelho 1. Uma ausência muito nítida de vermelho 2 indica, i
nibições ou afastamento dos acontecimentos e ambientes. Possivel
mente, o vermelho 2 poderá também ser interpretado como um con-
tra-indicador de tendências neuróticas. A dissociação muito cla
ra do vermelho 2 para o vermelho 1 é v~rificada também na avalia
ção d~s qualidades de impressão das matizes. O vermelho 2 está
sendo classificado como agradável, excitante e potente. ~ uma
; das escolhas mais frequentes nas pirâmides bonitas, o que se ma
nifesta igualmente na classificação de valência positiva.

O vermelho 2 entra tanto na síndrome normal quanto


na sindrome de estímulo e em ambas é computado positivamente.

- laranja

Nas investigações, a cor laranja foi encontrada de


modo bem marcante em amostras aleatórias de delinquentes. Selg po
de confirmar essa verificação posteriormente, computando laranja
positivamente em uma síndrome típica para delinquentes. Outros re
sultados demonstraram que o laranja deve ser considerado como
uma forma de receptividade passiva que parece antes orientada
por uma necessidade difusa. Há, portanto,.a presença de uma for
ma específica de excitabilidade que, contrariamente ao vermelho
2, é menos estimulável por fontes externas e mais centrada nas
.necessidades particulares e imediatistas do indivíduo.

O laranja sera mesmo experimentado como malS exci


tante do que o vermelho 2, porém, menos persistente (menos pote~
te) e menos agradável. Como outras cores secundárias, ela ocupa
também uma posição intrinsecamente contraditória no TPC. Assim ,
manifestou-se, na história do TPC, de vez em quando, em "síndro-
mes de pertubação" ou associações similares. Ao mesmo tempo, su~
giu, em casos isolados, como indicador de uma capacidade variá
vel para experiências.
94.

Devido à sua impressão fortemente excitadora, dese~


penha, naturalmente, um papel importante na síndrome de estimul~
ção. Contudo, as análises fatoriais da frequência seletiva nao
~

deixam entrever outras associações mais estreitas a outras Sln


dromes ou aos pólos opostos das mesmas.

- Amarelo

Junto com outras matizes, o amarelo foi computado em


uma chamada síndrome de impulso por ocasião de uma investigação
de Karl, porque sua relação com a motivação de desempenho e sua
volta afetiva para o exterior com objetivo muito mais. definido
sao evidentes. A excitabilidade e receptividade estão aqul tam
bém representadas, como no vermelho 2 e laranja, porém menos in
tensivas e persistentes do que no vermelho 2 e menos difusas do
que no laranja. Mas,antes estreitadas e, eventualmente, com fina
lidade mais específica. Em seu efeito emocional, o amarelo será
experimentado de modo menos excitante do que o laranja e verme
lho 2, porém, tão persistente e agradável quanto o laranja.

Foi discutido o problema da conveniência de incorp~


rar o amarelo a uma síndrome normal, o que seria possivelmente
justificado em virtude da saturação do matiz. No entanto, a cla~
sificação de valência separa claramente as demais cores normais,
e a frequência seletiva média do amarelo também não alcança aqu~
las do vermelho 2, verde 3 e azul 4, que são cores mais escolhi
das, nas pirâmides bonitas.

Entretanto, o amarelo é computado positivamente na


síndrome de estimulação. Finalmente, as análises fatoriais das
frequências seletivas não fornecem outros pontos de referência
para computação adicional do amarelo.

Verde 1

Pe~o fato de ser também ~a cor secundária, o ver


de I apresenta, por sua vez, alguns problemas·relacionados às hi
95.

póteses interpretativas. De acordo com Michel, o verde 1 foi in


corporado à síndrome de estimulação. Isso parece justificado na
medida em que esta cor, mesmo comparada com as demais cores esti
mulantes, é sentida corno a mais excitadora. No entanto, seu efei
to excitante, corno o do vermelho 1, e relativamente reduzido, a
cor é sentida corno pouco persistente e constitui, junto com o
vermelho 1 e cinza, o pólo oposto às cores "normais", tanto nas
análises fatoriais das reações seletivas, quanto nas qualidades
de impressão.

o vermelho 1 e verde 1 sao ambos interpretados como


indicadores de receptividade, porém de caráter superficial e pou
co persistente. Seguindo o exemplo da signif icân'cia do verde 3,
o verde 1 poderá, hipoteticamente, ser considerado como a varian
te mais sensível do vermelho 1, mais dirigido para os sentimen
tos do que os afetos. Sob esse ponto de vista, o verde 1 foi tam
bêm relacionado com possíveis referências ao tipo e modo da dis
ponibilidade para contatos. No caso de urna acentuação de verde 1,
haveria, portanto, urna tendência à imediação, acompanhada, porem,
de passividade e pouca persistência do contato emocional. Como
pólo oposto às cores normais, o verde 1 e enquadrado negativamen
te na síndrome normal e computado positivamente na síndrome de
estimulação.

- Verde 3

Há resultados detalhados relativos a significância


de verde 3. Antigamente, o verde 3 foi interpretado corno "sinal
de integração", "sensibilidade madura", "equilíbrio entre o mun
do exterior e o interior", etc. O acento fundamental em seu sen
tido positivo como característica oposta ao neuroticismo, labili
dade, pertubações de contato, pôde ser confirmada. Ate aqui, p~
rece justificado considerar o verde 3, genericament~, como est~

bilizador e ajustador bem-sucedido das forças. Uma especificação


adicional referente à sensibilidade .aumentada e capacidade de e~
tabelecer contatos pode ser elaborada,.secundariamente,na medida
em que a estabilidade emocional representara·condição previa
96.

para capacidade de" estabelecer contatos.

o verde 3 é classificado como moderadamente excitan


te, persistente e agradável. Isso pode ser considerado como a
confirmação da função equilibradora entre a excitação e o abafa
mento desempenhada pelo verde 3. Os que preferiram o verde 3 se
revelaram, durante as investigações, como menos neuróticos e
mais auto-conscientes, sendo sua adaptação ao mundo exterior mais
realista (Michel).

Verde 3 é constituinte da síndrome normal, mas nao


aparece na síndrome de estimulação (positivamente, nem negativ~
mente), de acordo com sua função equilibradora. Nos relatórios de
teste em que o lado estimulativo ou abafador predomina, o verde
3 pOderá assumir uma função equilibradora.

No caso extremo, um bom aumento de verde 3 pode re


presentar uma sensibilização excessiva ou, no caso de ausência
do lado estimulativo, indicar um processo interno possivelmente
hipersensível, isolado do ambiente exterior e subjetivo.

- Azul 2

O azul 2 pertence ã série das cores secundárias. Co


mo estas, compreende uma parte excitadora.,. que dilui sua signifi
cância de certo modo. Nas investigações voltadas exclusivamente
para o desenvolvimento, o aumento das matizes azuis claras pôde
ser interpretado da seguinte maneira: aO.conservar o teor inter
pretativo do azul 4, parece que a signifi«!~ância do azul 2 poderá
ser modificada, convergentemente, de modo que o controle, se pa~

sa de estreito para mais elástico, mas, talvez, mais frágil. 1:,


portanto, lícito supor que o azul 2, coma> o verde 3, possa assu
mir uma função equilibradora.

Nas análises fatoriais das freqfiências seletivas e


naquelas da qualidade de impressão, o azmJl 2 se manifesta, em
conjunto com outras cores" com menor efeiitJD de. potência e efeito
97.

de excitação moderado. O azul 2 tem pouco efeito excitante, nao


é experimentado persistentemente, não pertence a nenhuma comp~
tação de síndrome, o que vem confirmar sua posição neutra.

- Azul 4

Nos princípios da pesquisa do TPC, o azul 4 era tí-


pico da "volta para o próprio mundo interior", da "retirada para
a própria pessoa", da "volta para o próprio universo de experi~n
cias", p·ortanto, da introversão, pura e simplesmente. Esta forma
de introversão leva ao controle dos afetos, i fiscalização e fre
nagem da descarga da excitação. Nos casos extremos, a "volta p~
ra dentro" poderá l.r até um isolamento autístico do mundo exte
rior ..

O azul 4 foi computado em síndromes de abafamento ou


de introversão mais antigas. Nas investigaçeos farmacológicas com
tranquilizantes, o azul 4 se destacava mais nitidamente.

Entretanto, nas investigações da qualidade de sens~


ção, verificou-se. que o azul 4, em comparação com outras cores,
não é sentido como "abafador" na medida esperada. Por esta razão,
não está enquadrado na síndrome de abafamento calculada atualmen
te. Atualmente, parece mais conveniente considerar o azul 4 como
uma indicação da função controladora e reguladora, que poderia
ser interpretada como abafamento da capacidade de experi~ncia,em
casos extremos somente. Uma descarga de excitação não será imp!:.
dida, mas traçada primordialmente.

O azul 4 apóia, portanto, a síndrome de abafamento,


sem atingir o acento negativo da mesma.

A manifestação maior de um tipo ajustado, controla-


do, no azul 4 se depreende, também,.de seu enquadramento positi
vo, como terceira cor, na síndrome normal.

Alem da imp~essão mais abafadora, o azul 4 gera tam


98 ..

bém aquela de alta potência, é classificado como agradável e se


situa, portanto, na mesma área dimensional das outras cores nor
mais: vermelho 2 e verde 3.

- Violeta 2 + Violeta 3

As matizes do violeta também constituem cores secun


dárias singularmente equívocas. No violeta 2, sobretudo, a carac
terística ambígua se torna clara. Antigamente, o violeta foi con
i siderado como representante de uma agitação endógena e se fize-
ram referências aos diferentes tipos de exteriorização dessa ln
tranqfiilidade e labilização interiores, que podem ser tanto si
. -
nais de perturbação como indícios de tendências de desenvolvime~
to. P~lo menos, as investigações da qualidade de impressão do
violeta 2 confirman a significância equívoca do mesmo, já que e~
cerra componentes excitadores e inibidores em número aproximada-
mente igual. A posição especial das tonalidades de violeta se re
vela também nas análises fatoriais da freqt1ência seletiva. As ma
tizes do violeta se fixam, freqUentemente em um fator, em conju~

to num pólo. Os resultados mais antigos, nos quais o violeta 3


era escolhido pre~erencialmente por grupos clinicamente anormais,
são confirmados pela verificação da posição especial do violeta.
O violeta 3 é classificado como nitidamente abafador, entre ou
tras. Isso torna compreensível porque, das duas tonalidades, ao
violeta 3 é atribuída a significância malS negativa. Uma "agita
ção interna" terá mais dificuldade em encontrar possibilidades
de escoamento no caso de um abafamento mais forte. No violeta 3,
a intranqUilidade, que se manifesta também no violeta 2, é acom-
panhada de forte abafamento e dá um acento mais negativo àquela
cor.

Algumas vezes, as tonalidades de violeta foram reú-


nidas com laranja, branco e outras cores em"síndromes de pertuE
bação" ou semelhantes. Geralmente, estas síndromes se compõem
de matizes equívocas e são difíceis de identificar. A classific~
ção da qualidade.de sensação do violet~ 3 resulta, conveniente -
mente, em sua incorporação na síndrome de abafamento.
99.

- Marrom

o marron foi considerado como o "representante de uma


força de resistência psíquica ou representa a auto-afirmação e a
capacidade de execução. A composição cromática é urna mistura de
laranja e preto. A representatividade psíquica do marron partici
pa da maneira de sentir egocêntrica, e orientada por urna necessi
dade, dá. mesma forma que o laranja. Acrescenta-se ainda a acen
tuação abafadora, não apenas ótica, mas também manifesta nos va
lores de sensibilidade do marron e que torna a atitude receptiva
menos flexível, mas, antes, fixa, obstinada e teimosa. Do lado
positivo, pOde-se afirmar que o marron representa também uma e-
nergia vital, sobretudo, quando os demais sinais de perturbação
forem reduzidos.

Em virtude de sua classificação, o marron é compu-


tado corno não-excitante na síndrome de abafamento.

- Branco

Nas primeiras investigações do TPC, o branco apar~


cia, junto com o violeta, preferencialmente em relatórios de es
quizofrênicos e em outros grupos clínicos.

As causísticas individuais levaram ã suspeita de que


. o branco seja o representante de urna descarga de excitação, sendo
que esta pode se expressar tanto em agressões diretas corno atr~
vês da desinibição da seqüência de idéias. A investigação das qu~
lidades de sensibilidade do branco trouxeram o resultado surpreen
dente de que o branco aparece corno a cor mais clara no lado neg~

tivo da dimensão de excitação, sendo, portanto, sentido mais corno


abafador. Possivelmente, o acento deve ser deslocado, pelo fato
de que se trata, no branco, de urna tentativa de inibição que, no
entanto, não resiste a excitação mais forte. Na medida em que o
branco é, a expressão de urna ausência de controle e ajuste e, em
virtude da ausência de uma regulagem.integradora, deve ser consi-
derado como potencial explosivo, a avaliação do quadro total se
100.

reveste, mais uma vez, de grande importância. Outrossim, entra


na síndrome incolor, que foi inicialmente destacada de modo ex
clusivamente ótico, das cores do espectro. As cores incolores
formam também em análises fatoriais das freqfiências seletivas o
pólo de um chamado fator "incolor" e são compostas do cinza,
branco e preto.

- Cinza

O cinza representa um abafamento da excitação, que


ostenta, claramente, a característica da passividade. Reserva ,
evasivas hábeis, evitação de envolvimento afetivo, mas, também,
traços de insensibilidade, apatia e indiferença podem ser indi-
cados por esta cor. O cinza, junto com o vermelho 1, é classifi
cado como a cor aparentemente menos persistente. Também é clas-
sificado como a cor menos excitante e e sentido como a mais de
sagradável de todas as matizes do TPC. Portanto, o cinza parece
ser sentido, ainda'mais do que. as outras cores incolores, como
nao-cor, no que diz respeito a seu valor afetivo.

o cinza se encontra, junto com o vermelho 1 e verde


1, quanto a seus valores de sensibilidade, diretamente oposto
às cores "normais" que aparecem, no tocante às dimensões de va
lência e potência. Por essa razão, o cinza é também computado ne
gativamente na síndrome normal. Além disso, e incorporado no
conjunto de cores de abafamento e aparece ainda, na síndrome in
coloro

- Pre to

Em oposição ao cinza, que tem uma característica cla


ramente passiva, a tendência para bloqueio e inibição de afetos
que transparece no preto é mais fácil de compreender. Do ponto
de vista dos valores de sensibilidade, o preto, como cor satura
da, é também sentido mais potentemente do que o cinza. O preto é
a forma mais inéisiva, mas também mais· ativa, do abafamento.
' ..

It'BLlOTEC'
~U.ACAO GETULIO VAIII6Al
101.

A indisposição depressiva é deduzível secundariamente da forte


inibição afetiva, no caso de acentuação do preto.

Em análises fatoriais das freqüencias seletivas, o


preto se ençontra, frqUentemente, nas proximidades das cores
normais, com as quais tem a alta saturação em comum. Outrossim,
o preto não é sentido, comparativamente ,como. extremamente desa-
gradável. O acento positivo que o preto pode receber em certos
relatorios como estabilizador, torna-se compreensível. O preto
é incluído no conjunto de cores abafadoras e enquadras na sín
drome incolor.

- Sindromes

- Siridrome :de Estimulo e Sindrome de Abafamento

A síndrome de estímulo ê a síndrome mais antiga das


pesqu1sas de TPC,tendo sua significação confirmada, por numero
sas investigações durante os trabalhos de desenvolvimento. De-
pois dos estudos de Michel (1958), sofreu apenas ligeiras :modi-
ficações, com a substituição do vermelho 1 pelo verde 1. A con-
firmação dessa decisão foi obtida nas investigações de Hoeger,
nas quais o verde 1 se revelou como mais excitante. O aumento
das cores estimulantes deve ser considerado como acentuação da
excitação e aumento do impulso. Esta elevação está sempre acom-
panhada por uma volta mais pronunciada para o mundo exterior e
maior receptividade das sensações ambientais. No entanto, as co
res estimulantes não exprimem apenas maior abertura, mas indi-
cam também uma excitabilidade. Nas investigações mais recentes,
delineia-se uma relação com a concepção psicofisiológica da ati
vaçao COrtmann, 1974).

A significação de uma síndrome de estímulo diminuí-


da não se pode esboçar inequivocamente, porque a composição do
grupo é importante para uma determinação mais precisa. Uma con-
formação uniformemente baixa pode ser considerada, de modo bem
102.

geral, como uma redução da estimulação. Caso apareçam apenas una


ou duas matizes, a ausência das demais indicará que a redução
da estimulação será um resultado do estreitamento e concentra
ção em determinadas formas da estimulação.

Conforme Michel (1958) e Bosler (1969) puderam mos


trar, as cores estimulantes nas pirâmides bonitas têm uma certa
afinidade com a dimensão extroversão-introversão, já que os ex
trovertidos demonstraram a preponderância das cores estimulantes
sobre as de abafamento. Outros esboços de um diagnóstico classi
ficados pelo TPC indicam resultados muito promissores no teste
de separação dos extrovertidos dos introvertidos por meio de pi
râmides previamente aprontadas, de cores claras e estimulantes
ede outras mais escuras, de efeito abafador (Reinhardt, 1970).

Conforme revelado pela computação, a sindrome de es


tímulo consiste, em sua forma completa, do conjunto das cores
estimulantes verdadeiras e das matizes abafadoras.

Com o decorrer do tempo, a composição das cores de


abafamento foi modificada diversas vezes. Durante anos, sobret~

do o azul 4, confirmado por uma investigação psicofarmacológic~


fez parte do conjunto dessas cores. AtuaLmente, no entanto, com
base nas investigações sobre as qualidades de impressão d~s co
res, sao reunidas somente aquelas cujo efeito abafador se mani
festou mais nitidamente.

Quanto ã sua significação, este conjunto de cores


deve ser visto como em pólo oposto à estimulação. Há uma afini-
dade com o pólo de introversão.

A sensaçao de abafamento, a proteção contra o exte


rior, a retirada forçada ou passiva do mundo emocional exterior
são representados pelas cores de abafamento. Da mesma forma co
mo no lado oposto, há de se levar em conta quais e quantas são
as cores individuais que formam o conjunto.
103.

Ambos os lados têm uma relação importante com a


condição disposicional, sendo que o lado de estimulação deve
rá ser associado à disposição alegre e o lado de abafamento, à
disposição triste e depressiva. Antes de urna associação autom~
tica, contudo, devem ser consideradas, também, outras caracte
rísticas possíveis, indicadoras de pertubações psíquicas.

- Sindrome Normal e Sindrome Contra-Normal

A síndrome normal foi constituída das cores mais


escolhidas: vermelho, verde e azul mais saturado. Essas mati
zes (vermelho 2, verde 3, azul 4) não foram escolhidas apenas
nas pirâmides bonitas, mas se manifestam também em arranjo do
teste modificado, como as de maior preferência. Na investig~
ção da qualidade sensível desses matizes, eles foram classifi
cados como igualmente agradáveis e potentes, de acordo com seu
alto grau de saturação.

Cogitou-se de incorporar a quarta cor l:Ésica, o amar~


lo, a esta síndrome, o que foi também sugerido, em parte, por
análises "fatoriais (Antons, 1970)~ No entanto, a combinação
tripla se revelou mais estável, em contraste com a qual o ama-
relo também perde em freqüência seletiva.

A medida em que as três cores normais foram esco


lhidas indica até que ponto um ajuste emocional à norma ocorre
ou é tentado apenas.

As cores contranormais: vermelho 1, verde 1 e cin


za se revelaram, tanto com respeito às suas freqüências seleti
vas, quanto em relação às suas qualidades sensíveis, como o pó
lo oposto às cores "normais". são classificadas corno pouco a-
gradáveis e fracas.

Na interpretação, essas cores contranormais


devem ser, necessariamente, igualadas, na dimensão: normal-anor
mal, ao pólo contrário negativo: perturbado ou desajustado, do
• 104.

ponto de vista de qualidade ou de valor. Valores elevados das


cores "contranormais" indicam uma experiência específica e di
vergente; se isso deve também ser interpretado corno uma pertur
bação psíquica é assunto a ser estudado em outras característi
caso

Uma elevação da síndrome normal poderá indicar, em


casos extremos, uma adaptação excessiva forçada, sobre~udo, lo
gicamente, quando manifestada nas pirâmides bonitas.

o aumento das cores contranormais indica, conforme


assinalado, uma experiência psíquica fora do padrão, cuja in
terpretação somente poderá ser feita em fases ulteriores.

Assim como em todas as demais síndromes, é impor


tante não perder de vista como a síndrome foi formada, isto é,
quantas e quais são as matizes que constituem a síndrome em ca
da caso.

- A Sindrome Incolor

De vez em quando, o marrom foi também incluído na


síndrome incolor, contrastando com as cores do espectro. O fun
do interpretativo das cores individuais assim como a análise
dimensional das freqüências seletivas mostram o branco, cinza
e preto antes como uma unidade. No entanto, essas matizes sao
relativamente bem distintas em sua qualidade de impressão e o
único ponto que elas têm em comum é o fato de serem classifica
das como não-excitantes.

Suas características comuns no nível interpretati-


vo consiste, no caso de uma seleção excessivamente freqUente,
em urna indicação de perturbação psíquica. A síndr~me e, porta~
to, um índice de extensão da perturbação psíquica, cuja especi
ficação resultará da ponderação d~s cores individuais na sín-
drome.
105.

Spreen (1955) encontrou uma maior seleção das cc


res incolores nos neuróticos, nas investigações de Bosler as
cores incolores aparecem em conjunto com o índice de labilida
de confirmado como índice de perturbabilidade no mesmo pólo de
um fator, em uma análise fatorial das pirâmides feias.

Uma diminuição ouausênc~a das cores incolores nas


pirâmides bonitas não tem grande significância.

Em virtude do entrecruzamento das síndromes inco


lor e de abafamento nas matizes cinza e preto, um desequilí
brio entre a estimulação e o abafamento corresponderá muitas
vezes a indícios simultâneos de uma perturbação psíquica pela·
síndrome incolor.

- Outras Sindromes

Já se fez referência à possibilidade de se forma


rem síndromes "ad hoc", derivadas dedutivamente da signific~
ção das cores individuais e representando combinações muito es
pecíficas. Lischke (1969) constituiu, seguindo o exemplo de
Selg (1968) uma síndrome da forma:

(laranja + violeta 2 + violeta 3 + branco) - (verde 3 + a-


zul 4),
reunindo, no conjunto de cores à esquerda, a estimulação, in ~
tranqUilidade,perturbação psíquicas e tendências à desinibi
ção, subtraindo do mesmo verde j e azul 4 como índices da esta
bilidade, maturidade e controle. Em uma investigação de alunos
de escola correcional, esta síndrome se fixou em conjunto num
fator formado por variáveis de observação e comportamento que
indicaram agressividade motora e verbal. Lutschke definiu esse
fator, em contraste com outros fatores de agressividade, co
mo o fator da "agressividade associaI", confirmada nas entre-
vistas e pela documentação.
106.

- Caracteristicas Formais

Na interpretação das características formais dev~


se levar em conta que várias das mesmas estão diretamente ou
indiretamente inter-relacionadas.

Conseqllentemente, no caso de determinadas confor


mações, a faixa seletiva poderá abranger apenas áreas limita-
das que, por sua vez, poderão exercer influências sobre a di
ferença formal entre as pirâmides feias e bonitas. Dando um
exemplo a seguir: no caso da construção preponderante de ta
petes em uma ou nas duas .séries de pirâmides, isso significa
que estão send~ usadas muitas - provavelmente todas - as mati
zes em todas as pirâmides. Na fórmula seqllencial, aparecerá,
pois uma larga faixa seletiva no caso de uma elevada constân-
cia seletiva. Como o número dos papeizinhos a serem selecion~
dos foi fixado em 45, a distribuição uniforme das cores sele
cionadas levará a poucas seleções extremas e é bem provável
que as exclua inteiramente. Assim, os valores C não se afasta
rão muito de 5 e mesmo se isso acontecer em uma das séries de
pirâmides, há poucas perspectivas de que as diferenças dos va
lores C entre as pirâmides bonitas e feias alcancem valores
elevados. E, assim, o valor do índice de labilidade também só
pode ser baixo. Verifica-se, portanto, que existe uma relação
entre conformações de tapete, via uma larga faixa seletiva, e
um baixo índice de labilidade, permitindo a manifestação uni
direcional (interpretativamente falando) em três característi
cas distintas.

Em outras conformações, essa ligação entre faixa


seletiva, constância seletiva e índice de labilidade não pode
ser demonstrada com o mesmo rigor. No entanto, é possível afir
mar que uma larga faixa seletiva em pelo menos uma série nao
deixa prever um elevado índice de labilidade. Uma faixa sele
tiva estreita, quando aparece nas duas séries, conduz, na maio
ria dos casos, aos mais elevados índices de labilidade. No ca
O . ... • • •
so extremo, contudo, a,s escolhas Õ reduzem? l.ndl.ce de labl.ll.
dade.
107.

Por esse motivo, o comporta~ento seletivo pode ser


situado em uma dimensão, por exemplo como os seguintes extremos:
escolha não-diferenciada e desinteressada, envolvimento poucoaf~
tivo no teste, que pode ser originado por oposição, medo,incerte
za, de um lado e decisões firmes, tomada de posição emocional cla
ra em relação ao material de estímulo, que pode ser excessiva e
~ "d a.
r1g1

o fenômeno freqUente da redução do número de cores


escolhidos na repetição das investigações pode significar, pelo
menos, a confirmação a suposição de uma segurança crescente no
comportamento seletivo. Nessa ocasião, pode-se verificar, muitas
vezes, até em um só teste uma escolha mais restrita, uma transi
ção do tapete ou camada para a estrutura. Também a redução do nú
mero das cores escolhidas, a ser retido no intervalo teste-rete~

te nas investigações seqüenciais, é um argumento em favor dessa


hipótese.

- Conformações

Uma referência interpretativa bem delineada nao p~


de ser indicada para todas as conformações distintas de tapetes,
variantes de camadas e tipos de estrutura. Excetuando-se as con
formações especiais, todos os demais tipos de conformações podem
ser considerados como colocados em um continuum que se estende
do desestruturado e bastante disforme até o altamente estrutura
do. E, ate o presente, apenas a hipótese interpretativa da form~
çao pode ser indicada de modo unidimensional correspondente. As
variantes da interpretação somente podem ser deduzidas em rela-
ção ã motivação do comportamento seletivo diferenciado ou não-di
ferenciado.

Tapetes

As conformações de tapete contêm, geralmente, todas


ou quase todas as matizes disponíveis e mostram, portanto, nenhu
ma preferência cromâtica~ As crianças formam, definitivamente,
108.

mais tapetes do que os adultos. Esses tapetes indicam uma abert~


ra geral, receptividade uniforme, sem envolvimento mais profundo,
que poderá ser motivado por insegurança, nervosismo, assim como
falta de incentivo ou indiferença. Não se deve perder de vista
que, no caso dos tapetes, na suposição de que se trata de verda
deiras escolhas e não produtos acidentais, a harmonização das ma
tizes é'muito importante para o candidato. ConseqUentemente, es
te não tem a tendência para formar relações estruturais maiores,
mas ficará restrito à harmonização na área menor. Isso pode ser
vir de esclarecimento porque os sensíveis, receosos, mas também
os indiferentes depressivos, demonstram esse comportamento sele
tivo e formativo.

Camadas

Na conformação de uma camada, o candidato aceita,pe


lo menos, a estrutura horizontal da cartela. ConseqUentemente,
as camadas podem ser consideradas também na interpretação como
formas intermediárias. Ao analisar a motivação desse comportame~
to seletivo e formativo, deverão ser encontradas em primeiro lu
gar a incerteza e disponibilidade inadequada para ultrapassar de
terminados limites de comportamento. A tendência de oposição ou
falta de incentivo devem constituir motivos tão fortes, porque a
manutenção de uma matiz em toda uma fila significa a procura de
papeizinhos de determinada matiz, o que pessoas pouco motivadas
não costumam fazer.

Estruturas

Nas estruturas, é a construção formal das pirâmides


que se destaca mais do que nas outras formas. O número dos papei
zinhos escolhidos de uma determinada matiz depende, freqUenteme~
te, mais da estrutura escolhida do que da medida de seu valor de
sensibilidade agradável ou desagradável. Aspectos formais predo
minam sobre os da estética das cores puras. Essa última consti-
tui a abordagem mais ingênua da tarefa do teste, verificada tam
bêm em investigações de desenvolvimento especifico, sendo que,
com a idade, os tapetes ~iminuem e as estrutu~as aumentam.
109.

Poder-se-ia considerar a formação da estrutura como a expressa0-


de contatos mais distantes e soberanas com as cores e, portanto,
com as qualidades emocionais. Se as mesmas matizes aparecerem d~

masiadamente acentuadas, isso indicará uma segurança subjetiva


que demonstra, em sua firmeza, estreiteza, e pouco flexibilidade
ao mesmo tempo.

Pirâmides Manto e de Escada

Ambas as estruturas aparecem com maior freqüência


nas amostras aleatórias de neuróticos e candidatos perturbados.
Na pirâmide manto, vale particularmente a predominância da forma
sobre a cor, com concentração especial em poucas matizes.

A pirâmide de escada se destaca pelo fato de despr~


zar a forma praticamente preestabelecida na cartela e girá-la em
aproximadamente 609.

Os dois fatores poderiam ser vistos como uma tenta


tiva do candidato de controlar" e dominar uma relação excessiva
com estímulos emocionais através de uma conformação rígida.

Pirâmides Monocromáticas

A conformação de uma pirâmide monocromática é tam-


bém fora do comum, principalmente nas pirâmides bonitas. Poderá
haver uma grande preferência por uma determinada cor, mas é rara
sua utilização exclusiva. Houve muitas suspeitas de que as pirâ
mides monocromáticas indicassem tendências de ocultação ou uma
outra forma de comportamento de oposição. De fato, a pirâmide mo
nocromática, assim como a policromática, pode representar uma
forma de ocultação.

Outrossim, um candidato poderá, em ambos os casos,


fugir de uma avaliação estética por ele imaginada da maneira mais
fácil. No entanto, não há dúvida de que se trata, no caso das pi
râmides, de uma forma de ocultação, ,gerada mais por insegurança
do que por uma tendência de oposição. ~endo em vista que a pirâ
110.

mide monocromáticâ leva a freqüências seletivas extremas, faixa


reduzida de escolha e um mais alto índice de labilidade, reser
vas adequadas deverão ser observadas na interpretação dessas ca
racterísticas adicionais dessas pirâmides.

- Fórmula Cromãtica

A·fórmula cromática fornece dados sobre:

1. a constincia ou inconst~ncia da seleção.;


2. estreiteza ou amplitude da escolha.

Também para a fórmula cromática vale a tese de que


as hipóteses interpretativas sejam antes deduzidas por analogia
do comportamento no teste. Isso é particularmente válido para a
constincia e mudança do comportamento seletivo, as quais nos de
para com a extraordinária dificuldade decorrente do fato de
que existem, por enquanto, apenas concepçoes muito indefinidas
sobre o nível de comportamento e unidades de comportamento tra
duzidas pelo teste.

A mudança e constincia dentro de uma série de pirâ


mides poderão ser consideradas corno índices de mobilidade, agi-
tação, labilidade, mas também de rigidez e perseverança nas rea
ções. Por mais óbvias que essas hipóteses possam aparecer, a
sua verificação, ultrapassando os limites do diagnóstico indivi
dual, não vence a dificuldade de operacionalizar um critério a-
dequado.

Deve-se lev'ar em conta, em primeiro lugar, que o


TPC encerra ainda outras características geradas, todavia, por
outras configurações de estímulos <índice de labilidade).

Conforme foi assinalado nas conformações, a faixa


média da amplitude seletiva em uma série de pirâmides mostra r~
ceptividade e disponibilidade para estímulos. Nos caos extremos,
outras possibilidades interpretativas também devem ser conside
111.

radas. Sobretudo no caso de uma forte constância seletiva, esta


disponibilidade para estímulos torna-se irrefletida e exprime an
tes indiferença em relação ao ambiente do que envolvimento. A
faixa média da amplitude seletiva pode mostrar ainda uma estrutu
ra emocional diferenciada, mas, no caso extremo, indicará mais
uma estreitamento afetivo e, se houver, simultaneamente, constân
cia seletiva, apontará para a tendência às reações emocionais e~
cessivamente fortes. Uma vez que essa constelação de caracterís
ticas' é acompanhada, freqüentemente, por seleções de cores extre
.. mamente.elevadas ou baixas, essa hip5tese será geralmente confir
mada pela interpretação das síndromes e matizes.

- Pir~mides Feias

Existem duas possíveis abordagens interpretativas


das pirâmides feias:

- a interpretação das pirâmides feias per se;


- a interpretação da diferença entre as pirâmides
bonitas e feias.

- A Interpretação das Pirimides Feias "per se"

A indagação sobre a atribuição eventual do valor


significativo recíproco às variáveis de cor e às síndromes nas
pirâmides feias é a questão sobre a qual continuam a existir as
maiores incertezas na interpretação do TPC. Diversos autores ex
ternaram a opinião, especialmente com base em resultados indivi
duais de estatística de correlações, que as escolhas de cores re
cebem sua significação inversa nas pirâmides feias: assim, o a-
zul 4 indicaria uma falta de controle, branco, uma falta de te~
dência desinibidora, verde 3, integração e estabilidade inadequ~
das da personalidade e, finalmente, o preto apontaria para uma
disposição alegre .

. Por outro lado, não é menor o número de resultados


que sugerem uma interpre~ação análoga das matizes nas pirâmides
112.

bonitasefeias, particularmente, para dar um exemplo, a interpr~

tação das cores incolores nas pirâmides feias.

A simples inversão da significação em uma série de


matizes também não poderia ser realizada sem outros pressupo~
tos. Por exemplo, não está muito claro se o vermelho 1 deve ser
transferido de um pólo para outro, por deslocamento na dimensão
excitação - abafamento ou na dimensão maturidade- infantilidade
da excitabilidade. Uma interpretação inteiramente recíproca pr~
duziria um modelo de personalidade um pouco forçado.

o modelo inicialmente desenvolvido (Heiss,Honsberg


& Karl, 1955) é sempre confirmado nos diagnósticos individuais
até o presente, sobretudo nas investigações de seqüências mais
longas, nas quais foram realizadas 20, 30 e 40 testes que mos
traram um desenvolvimento cronológico de bonito para feio e vi
ce-versa. Este fenômeno observado diversas vezes (Wegener,1960;
Halder, 1968, 1970~ se explica mais facilmente, quando a rela
ção entre as pirâmides bonitas e feias for vista, antes, sob o
aspecto de diferença entre sua latência e atualidade.

Isso significa que aparecem, em uma das duas se-


ries, as disposições iguais do candidato e, na outra,aquelas em
"statu nasciendi."

A instrução pede que o candidato deva formar uma


construção que lhe pareça agradável e, depois, outra desagradá
velo Nos dois casos, são exigidas uma tomada de posição emocio-
nal e a expressão de um relacionamento afetivo. Até aqui,trata-
se apenas de duas variantes distintas de um envolvimento emocio
nal. No jargão psicanalítico, seria então muito fácil atribuir
uma significação semelhante ao que for aceito e rejeitado, no
sentido de que este último se manifestará como reprimido e pos-
sui, assim mesmo, seu valor de localização.

-Investigações empíricas e análises de casos indivi


duais mostram sempre que~ variando indistintamente de um candi-
113.

dato para outro, o quadro predominante da personalidade pode


ser encontrado nas pirâmides bonitas ou nas feias, sem que ex
plicaç5es do tipo "mais profundo, mais latente ou mais oculto"
sejam adequadas.

Uma interpretação independente das pirâmides feias


per se, como representantes de uma parte circunscrita da perso-
nalidade é, portanto, excluída. E a decisão, já adotada no pri~
cípio, de interpretar as pirâmides feias somente em relação com
as bonitas sempre se mostrou acertada.

- A Interpretação da Diferença entre as Pirâmides bonitas e feias

A relação entre as pirâmides bonitas e feias pode


rá ser estabelecida de diversas maneiras:

a) Medida global da mudança em geral (índice de labilidade);

b) Comparação do quadro geral' das pirâmides bonitas com aquele


das feias;

c) Interpretação da mudança das síndromes e matizes entre as


pirâmides bonitas e as feias.

a) Apesar de todas as incertezas nas manipulações das pirâmides


feias, a .medida global da mudança, o índice de labilidade segu~
do Bosler, provou ser a medida mais prática e confiável do TPC.
Infelizmente, ainda não existem, por enquanto, normas bastante
diferenciadas para essa característica, mas~ apenas um valor mui
to global.

Conforme verificado por Bosler (1969), o índice de


labilidade aumenta com o nível de instrução. ~ sobretudo impor
tante do ponto de vista interpretativo, no entanto, que os neu-
róticos e pacientes psicossomáticos acusam um índice de labili
dade mais elevado do que as pessoas normais. Conseqüentemente,a
maior labilidade emocional corresponde ~ um comportamento lábil
mais intenso'e mudanças mais extremas éntre as duas séries de
114.

pirâmides. O neurótico não tende somente para modos de comport~


mento que mudam mais freqUentemente, como também para transi-
ções bruscas,envolvimento emocional extremo e associações esta
belecidas e dissolvidas com a mesma rapidez e ausência de fases
de transição.

Além do fator de fnstrução já mencionado, o índice


de labilidade depende também do sexo dos candidatos, sendo que
as mulheres acusam um índice de labilidade mais elevado do que
os homens.

o efeito recíproco encontrado por Bosler através de


uma análise de variáveis indica, outrossim, que a diferença en
tre os neuróticos e normais se manifesta mais claramente nos
candidatos com pouca instrução do que nos de maiarescolaridade.
Embora o índice de labilidade seja o melhor meio de diferenciar
entre normais e neuróticos de todas as características do TPC,
não convém, portanto, ajustar .essa relação com a dimensão "emo
cionalmente lábil - estável" linearmente ao nível do índice de
labilidade. Isso é particularmente válido para índices de labi
lidade extremamente baixos. Um índice de labilidade muito baixo
ê originado por uma diferença muito pequena entre as pirâmides
bonitas e feias. Como é extraordinariamente raro encontrar a
mesma escolha relativamente estreita, nas pirâmides bonitas e
também nas pirâmides feias relacionadas com as mesmas cores, p~
de-se adotar o princípio de que, em geral, o baixo índice de la
bilidade é acompanhado de uma escolha ampla e não-diferenciada
que conduz a valores totais médios e diferenças nominalmente pe
quenas.

Em virtude disso, as interpretações e reflexões


concernentes ã faixa seletiva extremamente larga podem também
ser aplicadas ao índice de labilidade extremamente baixo: nos
dois casos, não deveria nem poderia haver uma "verdadeira" deci
são de escolha firme e diferenciada. Assim Bosler também pôde
mostrar (1969) que relatórios de TPC com baixo índice de labili
115.

dade possuem pouca fidedignidade e validade em relação as outras


características, pelo que se conclui que a reação ao teste é de
caráter superficial.

Aqui cabe levar em conta que nao é apenas a tendên


cia de oposição aberta ou oculta que possa constituir a causa
da recusa de aceitar a situação do te~te, mas deve-se conside
rar também que a dificuldade do candidato demonstrar um
~

mln~o
.
de capacidade de decisão pode ter raz6es bem diferentes (timi-
dez, nervosismo, depressão, compulsividade, etc.).

b) O resultado das pirâmides bonitas e feias pode


ser considerado em si a expressão de diversos fatores, tais co
mo a medida de adaptação, número de sinais de perturbação, esti
mulação e abafamento, etc. levado em conta. Tal procedimento é
sobretudo conveniente, quando - o que ocorre freqUentemente - u
ma forte acentuação das cores normais nas pirâmides bonitas se
manifesta como umã indicação de adaptação (ajustamento) excessi
va e, pelo contrário, são detectados sinais de perturbação nas
pirâmides feias. Como tais deslocamentos não são refletidos, ne
cessariamente, em um alto índice de labilidade, recomenda-se efe
tuar uma computação de síndromes em ambas as séries e confrontá-
las.

c) A diferença das síndromes e conjuntos de cores


também é importante:
Hoeger (1967) demonstrou que os quatro valores di
ferenciais possíveis das cores excitantes e abafadoras nas pirâ
mides bonitas e feias são mais elevados nos candidatos neuróti
cos do que nos normais.

Estimulação Abafamento
(bonita) (bonita)

Estimulação Abafamento
(feiã) (feia)
116.

Uma leve acentuação das cores estimulantes nas pi


râmides bonitas e uma escolha aumentada de cores abafadoras nas
feias corresponde - conforme se depreende dos valores normais
das cores individuais - às previsões. No entanto, todo desloca
mento maior em qualquer um dos sentidos e todo desequilíbrio que
se manifestar nas quatro síndromes indicarão uma perturbação e
labilização do ~quilíbrio psíquico da' personalidade. Nesse caso,
há de se prever que a presença de tal desequilíbrio correspond~
rá sempre a um índice de labilidade relativamente elevado. Po
der-se-ia adotar a hipótese de que, nos casos em que o comport~
mento lábil se relaciona preponderantemente com as cores estimu
lantes e abafadoras, o índice de labilidade será antes um índi
ce de labilização emocional do que de uma decisão seletiva sim
plesmente diferenciada. Para maior certeza, a síndrome normal
poderá ser aproveitada como fonte de informações adicionais na
comparaçao das síndromes.

No ca'so de escolhas extremamente lábeis, poder-se-


ia elaborar uma hipótese de que se trate aqui de funções instá
veis, mas fortemente dependentes dos dados da situação; partir-
se-á da suposição de que essas funções sejam configuradas de m~
do bem marcante, porém com pouca probabilidade de se manifesta
rem. Não se pode deixar de assinalar que esta hipótese 'escapa
praticamente a toda verificação. Cabe ainda sublinhar que, na
diferença entre as pirâmides bonitas e feias, a constância e va
riabilidade não devem ser vistas da mesma forma sob a qual se
manifestam na fórmula de seqüência: em virtude da instrução mo
dificada, não é a flutuação da função dentro da mesma situação,
mas a excessiva reatividade às modificações situacionais que se
rá apreendida.

Resumo do Problema das Pirâmides Feias

A hipótese de que as pirâmides bonitas mostrem an


tes o quadro normal e atual da situação afetiva da personalida-
de, ao passo que as feias revelem, ao .contrário, sua imagem la
tente, baseia-se na idéia que, nas primeiras, o processo seletivo
117.

se desenrole livre, inocuamente, de acordo com o desejo do can


didato, enquanto, nas segundas, ocorra uma restrição pela exi-
gência da escolha de cores sentidas negativamente e tenha sido
preestabelecida uma situação seletiva forçada (sem liberdade).

Esse conceito seria teoricamente apropriado, se a


prática nao tornasse claro que muitos. candidatos consideram a
" tarefa de formar "pirâmides bonitas" como um desafio à sua cap~
cidade e ressentem mais fortemente a obrigação de um ajuste à
norma d? que no.manuseio relaxado das pirâmides feias.Outrossim,
a prática ensina que não raramente - e isso é válido para o que
acabamos de dizer - a personalidade atual se manifesta nas pir~
mides feias, ao passo que nas bonitas aparece antes uma imagem
ideal ou de fachada.

Essas observações colhidas na prática já indicam


que o problema não foi posicionado corretamente e que as duas
séries não devem ser vistas tão isoladas justamente. Nos casos
individuais não se conseguiu verificar até o presente o valor
de localização (posicionamento) que a variante "bonita" ou "fe-
ia" do comportamento possui; a característica diagnóstica pr~
priamente relevante se situa na grande ou pequena discrepância
entre as duas séries.

Quando se consegue obter uma visão em conjunto das


pirâmides bonitas e feias, será certo que, no caso de um con
traste mais forte~ se deve contar com uma afetividade de vários
níveis e adaptável e, no caso de um contraste extremo, com mu-
danças extremas. Esse contraste será sentido tanto mais como
perturbado, porque não estará mais adequado à situação, mas se
manifestará sob a forma de uma mudança radical da disposição.

Deve-se sempre presumir que ambas as imagens, das


pirâmides bonitas e das feias, tenham uma valência, isto é, se
jam atualizáveis e possam aparecer: Se as duas imagens (ou qu~
dros) se completarem, com uma delas' ocupando mais o segundo pIa
no e a outra o primeiro ou se ambas se ladearem, finalmente, de
118.

modo ambivalente é colocarem a personalidade em um conflito per


manente, poderá talvez ser esclarecido por meio da análise mais
exata das cores e síndromes. Dessa forma, a interpretação deve
...
ra se basear, em todos os casos, nos seguintes pontos: 1) ambas
as variantes sao equivalentes e podem ser atualizadas; 2) o ma
ior ou menor contraste comprova diferença ou os extremos das si
tuações afetivas possíveis; 3) que a pergunta: qual é o estado
atual ou latente e reprimido ou se ambos os estados se avizi-
nham ambivalentemente não pode ser respondida apenas com base
na relação entre o teste inicial e o teste de contraste ou no
índice de labilidade. Muitas vezes, a análise mais precisa das
cores individuais e, sobretudo, dados anamnésicos ou outros po
derão fornecer informàções a respeito.
119,

5.4 - MODELO DIGNOSTICO

A fórmula diagnóstica do TPC nao segue um modelo do


t#oadição, nem um modelo do tipo perfil. Não consiste, também,
em uma série de tarefas ou perguntas distintas, mas abrange rea-
ções seletivas que registram o total de 90 atos de escolhas que
podem ser identificadas em diversos níveis.

No primeiro nível é determinado quais as cores esco-


lhidas e em que medida. Aqui é anotada a configuração de todas
as 28 características de cores.

No segundo nível, determinados grupos de cores sao


reunidos em síndromes experimentalmente e empiricamente consoli-
dadas, tais como as síndromes de estimulação, abafamento, normal,
contra-normal e incolor. Aqui, as reações individuais do primei-
ro nível são reunidas em conjuntos de indícios com maior possibi
lidade de informação.

No terceiro nível, será verificada a amplitude ou es


treiteza da reação' seletiva geral, em relação às duas séries de
pirâmides. Outrossim, será também determinado até que ponto as
reações seletivas permanecem constantes ou oscilantes. As carac-
terísticas do terceiro nível são es'traídas da fórmula de seqUên-
cia, sendo que, sobretudo no tocante à relação com o quatro ní-
vel, o número de ausência de cores desempenha o papel mais impor
tante.

No quarto e último nível, a totalidade de todas as


escolhas é determinada sob o aspecto da estabilidade ou labilida
de. Aqui, o índice de labilidade registra a medida das reaçõe.s
por reação seletiva diferentemente orientada à instrução modifi-
cada (pirâmides "feias").

Todos os quatro níveis estão imbricados. Todos os


quatro se apóiam nas 90 reações
,
seletivas que constituem
. sua ba-
120.

se e são isoladas em nível baixo e reunidas globalmente em nível


mais elevado.

Os índices do TPC sao de tipos distintos: o índice


de labilidade é um valor somado global, semelhante a um valor de
QI. Na fórmula de seqüência, similarmente a um perfil de caract~
rísticas, uma série de sinais é alinhqda, interpretando-se as di
ferenças que se manifestam.

Os quatro níveis de características do TPC e sua in-


ter-relação exigem uma fórmula mais complexa do que contagens
(scores) de somas ou de perfil. Um modelo hierárquico com níveis
de características sobrepostas e mais específicas se aproxima
mais da estrutura do TPC.

tndice de labilidade alto baixo

Faixa de seleção
l~l
larga estreita

Equilíbrio das
1
! ..
deseqmlibradas equilibradas

1~1
síndromes .

Composição de uma poucos matizes constam tocos os


rratizes de llIn3.
síndrome
Sinr~
1
acentuação exces configuração uni
siva de tlIIL rratTz fome de todo.s os
rratizes de llIn3.
sÍI1droJIE

Outras matizes
1
destacado.s -1
nao-destacadas

Fig. 12 - Esquerra dos Níveis de Características do TPC


121.

Os trabalhos de interpretação obedecem, portanto, ao


princípio que serve também de base aos modelos hierárquicos de
personalidade. A partir das características preponderantes que
determinam a linha da personalidade com mais nitidez, pode-se i~

dicar também no TPC uma ordenação que considera os outros resul-


tados em linha descendente.

Não obstante, os resultados do nível inferior nao p~


dem, evidentemente, ser incorporados mecnicamente. O propósitodes
sa ordenação consiste, antes, em mostrar como, por meio dos re-
sultados subseqüentes, as características sobrepostas se imple -
mentarão quanto ao seu conteúdo, mas se diferenciarão e se preci
sarão também no comportamento individual.

Conseqüentemente, a interpretação de um teste indivi


dual deverá orientar-se por este esquema, sendo que a categoria
superior fornece as características mais gerais, ao passo que a
inferior e todas as que seguem permitirão uma interpretação mais
exata, precisa e individual que acaba se estendendo até a avalia
ção e interpretação das formas individuais. ~ óbvio que a preci-
são sempre crescente acarretará modificações. e diferenciaçõesdas
informações gerais.

- Princfpios da Aplicação Pritica

O modelo diagnóstico do TPC, conforme desenvolvimen-


to há pouco, aparece como um esquema estático que indica a rela-
ção estrutural das características e dos níveis das mesmas. Sua
possível aplicação à avaliação e interpretação do TPC deve ser
ilustrado por alguns exemplos práticos de sua utilização.

Os aspectos gerais que tal utilização vem a exigir e


que devem ser considerados serão esbüÇ.ados a seguir~ Há, essen
cialmente, dois aspectos de cunho geral sob os quais se efetua a
avaliação: o va~or da localização de um sinal e as propriedades
das combinações.
122.

- O valor de localização de um sinal

Este princípio significa que um resultado com valor


informativo imediato, ao tornar-se um subvalor de um resultado
em nível mais alto, poderá modificar seu próprio valor informa-
tivo e aquele das características em nível mais elevado.

Ao denominar o valor informativo imediato, o valor-


base, este poderá sempre sofrer modificações no nível imediata-
mente superior ou inferior.

Será indicado a· seguir, com o auxílio de algunsex~


pIos, quais são os efeitos de tais modificações na prática in-
terpretativa: enquanto o nível de seleção CfreqUência) de um
matiz individual não se afasta da média, não é necessário dis -
pensar-lhe atenção especial. Supondo entretanto, hipoteticamen-
te, que o valor de vermelho 2 se situa muito acima da média, is
so permitirá afirmár que um do~ componentes da estimulação e da
recepção de sensações se destaca fortemente.

o valor seletivo do vermelho 2 é incorporado à sín-


drome de estimulação e à normal. Se, por sua vez, um valor sele
tivo médio ou igualmente aumentado dos matizes laranja, amarelo
e verde 1 se juntar ao vermelho 2 elevado na síndrome de estim~
lação, isso resultará em uma síndrome de estimulação dominante
e acima da média. Quando, no caso inverso, as demais cores da
síndrome de estimulação forem formadas em nível abaixo da média
ou mesmo evitadas, toda a síndrome se situará abaixo da média.

No primeiro caso, o valor de localização do verme -


lho 2 será apoiado e no segundo, embora o valor-base seja con -
serva do , perderá parte de sua importância no contexto da síndro
me de estimulação total.

Este exemplo mostra um dos aspectos do valor de lo-


calização: o valor-base de uma característica receberá em nível
123.

mais elevado o apoio ou sofrerá restrições através da.configura-


ção daqueles sinais que tem corno característica um valor infor-
mativo semelhante.

Pode-se imaginar outro caso em que o valor-base de


um sinal será alterado por um valor de localização:

Supõe-se um caso em que a síndrome de abafamento


tenha urna configuração média. Pode-se afirmar, portanto, que se
trata de urna capacidade média de processamento e frenagem de a-
fetos. O valor-base da síndrome é amplo, global e pouco especí-
fi:co.

Agora poderia verificar-se que o valor-médio da sín


drome de abafamento seria originado pela escolha exclusiva, po-
rém sobrelevada do preto. Isso implicaria em que o valor- base
da síndrome: a capacidade normalmente configurada para regular
. afetos, fosse diminuída, porque existe, unilateralmente, uma
tendência para bloqueio de afetos, sem que haja outras possibi-
lidades.

O exemplo acima enfocará o segundo aspecto do valor


de localização: o valor-base de uma característica será especi-
ficado e concretizado em nível inferior, através da configura -
ção das subcaracterísticas (características parciais).

No entanto, isso tampouco determina definitivamente


o valor de localização do valor-base respectivo de um matiz. Em
princípio, essas cogitações e as demais determinações do valor
de localização se repetem nos planos da fórmula de seqüência e
do índice de labilidade.

Aqui pode ficar esclarecido se o alto valor seleti-


vo de um· matiz deve ser atribuído a seleções concentradas em
uma pirâmide ou a reações uniformemente contínuas. Fora disso,
pode-se verificar se o valor-base de um matiz escolhida faz
124.
"

parte de um inventário de reaçoes mais amplo e multidimensional,


ou indica, em conjunto com alguns poucos matizes, de escolha
igualmente elevada, uma disposição reativa estreita.

- Propriedades das Combinações

o procedimento combinatório nos trabalhos diagnósti-


cos consiste na aplicação em grande escala do princípio do valor
, de localização.

o valor-base de uma característica nao recebe apenas


as influincias de outras características afins ou que se encon -
tram ~m um mesmo contexto estrutural, ganhando assim seu valor
de localização específico. Antes cabe, ultrapassando esses limi-
tes, considera~ o conjunto de sinais fornecido pelo teste.

A sugestão de nao avaliar apenas os sinais indivi


duais, mas a totalidade das informações proporcionadas pelo tes-
te na interpretação é um ,recomendação muito geral e feita com
certa freqUincia

o valor de localização de um sinal se produzirá,quan


do características estruturalmente relacionadas (aparentadas) se
modificam reciprocamente. Nas fórmulas de combinações, caracte -
rfsticas serão confrontadas, entre si, em casos individuais, que
se confirmam ou falsificam mutuamente em seu teor de conteúdo
Mais precisamente, a diferença entre o valor de localização e a
propriedade das combinações de um sinal consiste no maior número
de hipóteses psicológicas que representam os pontos básicos de
uma fórmula de combinação.

Ao investigar as síndromes de estimulação e de abafa


mento, baseia-se na suposição de que a estimulação e o abafamen-
to sejam processos antagônicos. Pressupõe-se portanto, nao ape-
nas valores méd~os, como ainda, um equilíbrio entre as duas fun-
-
çoes.

'. '
125.

Assim pode-se, por exemplo, encontrar um valor baixo


da síndrome de abafamento no procedimento isolado. Ao verificar,
todavia, que este é confrontado com um valor de estímulo também
baixo, a interpretação original deverá ser reduzida para uma ca-
pacidade inadequada de regulação dos afetos.

Outra hipótese psicológicà concernente ao TPC se ba-


seia em que uma labilidade emocional se manifesta prepon4erante-
mente em perturbações de regulação, sendo perturbadas quer a rea
, tividade, receptividade às sensações e resposta às mesmas de um
lado, quer o abafamento e inibição do outro.

A nível de características, isso significa que o ín-


dice de labilidade estará sempre confrontado com a rela~ão entre
estimulação e abafamento.

Assim, considerar-se-iam, para dar um exemplo, um aI


to índice de labilidade e um claro desequilíbrio entre a estimu-
lação e o abafamento em um teste como um resultado coerente em
si, porque as duas características se apóiam mutuamente em sua
significação.

Contudo, se fosse encontrado um alto índice de labi-


·lidade em conjunto com valores de síndrome equilibrados em um
teste, dever-se-ia restringir a característica, em seu valor de
localização e levar em consideração aquelas explicações interpr~
tativas não relacionadas com labilidade, ao m~smo tempo. Poder -
se-ia falar de reações muito diversas, decididas talvez de rea -
ções abruptas, que permanecem em conjunto, sob controle.

Outra hipótese que pode ser confirmada posteriormen-


te sem grandes ~ificuldades estabeleceria que, uma adaptação ex-
cessiva das reações emocionais não será possível, sem que outras
funções ou apenas a flexibilidade das mesmas sejam afetadas. As-'
sim, não causaria espanto se um teste revela, simultaneamente ma
alta escolha das cores normais, outros sinais perturbadores. Des
126.

se modo, a elevada' escolha simultânea de violeta 2 ou 3 indica-


r1a uma inquietação e opressão internas que não seriam percebi-
das do exterior. Ou, então, um número de ausências igualmente e
levado assinalaria que a adaptação excessiva é alcançada sobre-
tudo pelo estreitamento e afastamento do mundo ambiente. Uma
seleção elevada simultânea do cinza também caberia neste quadro.
No entanto, nao obstante a seleção da~ cores normais, houver uma
ausência de outros sinais de perturbação, diminuiria o val.or de
localização que a adaptação excessiva tem no caso específico.E~
ta poderia, por exemplo, estar fixada tão fortemente que seria
impossível mantê-la sem grande dispêndio de forças.
127.

6. ETAPAS DA PESQU1SA

o trabalho aqui apresentado baseou-se, conforme já


foi dito, na última edição do manual alemão 1975, onde os auto -
res Heiss e Halder propondo reformulações ao teste refletem uma
atitude científica, atualizando um instrumento de avaliação de
grande valor para o diàgnóstico da personalidade.

Depois de amplamente utilizado, o teste proporcionou


, dados que geraram novas possibilidades de análise e consequente-
mente novas posições, mantendo-se, entretanto, fiel ao modelo clÍ
nico que o criou.

A padronização brasileira e as inovações do teste ,


objetivo deste estudo, são realizados dentro dos modelos teóri -
cos propostos pelos autores, cuja operacionalidade é testada du-
rante o transcurso da pesquisa, e eficácia, já assegurada na po-
pulação alemã, deverá ser verificada a longo prazo na nossa pop~
lação.

6.1 - TRADUÇ~O DO MATERIAL

Esta etapa compreendeu em linhas gerais, a tradução


do instrumento original, o qual abrangeu: a) Manual do Teste ,
contendo as proposições do novo modelo; instruções para aplica -
ção e avaliação, perfis, tabelas e interpretações dos resultados;
b) Folha de registro e folha de computação.

6.2 - PRt-TESTE

Aplicação piloto - Construída a forma e~perimental ,


iniciou-se o estudo piloto, cujos objetivos foram caracterizados
como:· a) Testar a adequação das nov~s instruções; b) Testar a
adequação da nova forma de registro do~ dados; c) Verificar as
128.

reações ao teste devido as modificações; d) Treinar as estagiá-


rias.

A aplicação piloto foi realizada com 120 adolescen-


tes, masculinos e femininos, na faixa de 15 a 21 anos, durante
os meses de setembro a novembro de 1976 em seis Colégios Públi-
cos do 29 grau da cidade do Rio de Janeiro.

A escolha da amostra partiu da listagem total das


• Escolas Estaduais do 29 grau, procedendo-se ao agrupamento dos
bairros de acordo com o esquema abaixo:

Em cada agrupamento foi selecionada uma escola.

Leb10n
Copacabana
Jardim Botânico
Horto
Flamengo
Catete

Centro
Praça da Bandeira
Tijuca
são GriStóvão
Vila Izabel
Acari

Santa Cruz
Jacarepaguá
Campo Grande
Madureira
Méier
Engenho Velho
129.

Bonsucesso
Bangú
Todos os Santos
Penha

Marechal Hermes
Rocha Miranda
Higienópolis

A relação nominal abaixo, apresenta os colégios soro


teados para a aplicação piloto:

Colégio Estadual Brigadeiro Schorcht - Jacarepaguá


COlégio Estadual Celestino Silva - Centro
Colégio Estadual Carmela Dutra - Madureira
COlégio Estadual Olavo Bilac - são Cristovão
Colégio Estadual Visconde de Mauá - Marechal Hermes
Colégio Estadual Álvares Cabral - Copacabana

A seleção dos adolescentes foi feita aleatoriamente


dentro das turmas de la., 2a., e 3a. série elo 29 grau de cada
colégio. Não foi feito qualquer controle da variável socio-eco~
... .
nom1ca.

- An~lise dos resultados do pri-teste

Dentro dos objetivos propostos para o estudo pilo -


to, os aplicadores observaram:

a) Instruções - houve entendimento adequado por paE


te dos sujeitos.

b) Registro dos dados - a nova maneira de anotação


dos dados foi sentida como mais prática e eficiente quando com-
parada com a antiga forma de registro.
130.

c) Reações do teste - dada a sua forma lúdica, o


teste foi bem recebido, não existindo nenhum caso de recusa ou
resistência quanto a execução.

d) Treino das estagiárias - a aplicação foi feita


por alunas do 59 ano de psicologia que consideraram o trabalho
interessante e de fácil aprendizagem.,

Os resultados numéricos desta aplicação piloto fo~


ram utilizados posteriormente para o dimensionamento da amostra,
da aplicação experimental.

6.3 _. APLICAÇ~O EXPERIMENTAL

- Dimensionamento da amostra:

A escolha de um n de 400 se deve ao fato da


amostra alemã se situar em torno deste número e ser possívelpos
teriormente, urna .comparação dos resultados.

O dimensionamento foi feito considerando os resulta


dos do pré-teste em função dos quais se calculou a variância en
tre 2 ...
(8 1b ) e a variancia dentro (8 ,2). Conhecendo-se estas
2~ .
variâncias utilizou-se a seguinte fórmula (38) para0 cálculodo
n:

n =
131.

Tomou-se para a razão c (custo da seleção do colé -


l
gio) e c (custo da seleção do aluno) o valor 20 e desta forma
2
1
obteve-se:

20 21 5728
n = ------
1 ---~------
0,1870 = 48

Como o resultado de 400 + 48 nao resulta em um núme-


ro inteiro o valor de n foi aproximado para 50, logo, tem- se
; então 8 colégios escolhidos.

Uma tabela de números aleatórios foi utilizada para


selecionar da listagem geral dos Colégios Estaduais, os Colégios
abaixo relacionados, onde se procedeu a aplicação experimental:

Colégio· Estadual Andre Maurois Leblon


Colégio Estadual João Alfredo Vila Isabel
Colégio Estadual Visconde de C<?irú Méier
Colégio Estadual Visconde de Mauá Marechal Hermes
Colégio Estadual Brigadeiro Schorcht Jacarepaguá
Colégio Estadual Central do Brasil Méier
Colégio Estadual Antonio Prado Júnior Tijuca
Colégio Estadual Amaro Cavalcanti Catete.

- Aplicação dos testes

Os testes foram aplicados por doze alunas do 59 ano


de Psicologia, as quais participaram da aplicação piloto.

A aplicação experimental foi realizada com 400 ado -


lescentes, procurando-se obter proporções aproximadamente iguais
entre as subamostras masculina e feminina e sendo considerada a
faixa etária de 15 a 21 anos. A seleção dos alunos foi feita a1~
toriamente dentro das turmas de la., 2a. e 3a. série do 29 grau
132.

de cada cOlégio. Novamente nao foi feito qualquer controle da


variável socio-econômica.

Uma vez concluida a aplicação, efetuou-se o levanta-


mento e codificação dos dados para o processamento em computador.

6. 4 - CASO EXEMPLO

Como o objetivo de esclarecer melhor a nova interpr~

tação, foi escolhido um teste de uma adolescente de 19 anos (fig~


ra ~ ela).

A interpretação se inicia através de uma medida ge-


ral que é o Indice de Labilidade.

Um Indice de Labilidade com um valor de 31 se situa


dentro do valor médio esperado. Mas ao analizar a faixa de sele -
ção dos matizes nas duas séries de pirâmides, percebe-se que a la
bilidade mediana resulta primordialmente de seleções restritas
Este tipo de escolha inicialmente já caracteriza a estreita rea-
ção da examinanda frente a estimulação exterior, ou seja, um alto
número de ausências nas duas séries é mais uma indicação de disp~
nibilidade reativa emocional com indícios de pertubação.

Passando dessas caracteristicas formais para outras


mais específicas, a" análise dos valores das síndromes, confirma
se através da Síndromede Estímulo da PB, com um valor C de 2 a
reduzida exitabilidade da examinanda. Embora a Sfndrome de Estimu
lo das PF se situe um desvio acima da média, C de 7, é confronta-
da com valores controvertidos das Sindromes de Abafamento, princi
palmente pela elevada escolha do preto e violeta , o que eviden" -
3
cia uma clara ambivalência revelada pela alta escolha de cores es
timulantes, vermelh0 e laranja, na Síndrome de Estímulo das PF.
2
133.

A Síndrome da Normalidade indica nas duas séries de


Pirâmides uma redução dos valores normativos e uma acentuação dos
valores contranormativos. O desvio da Síndrome Normal das PB é
mais evidente com um valor C de 2 E analizando a composição desta
síndrome, o quadro se desloca mais para o lado negativo pois veri
fica-se a ausência do vermelho e a reduzida escolha do verde e
2 3
do azu1 , quadro este que é confirmado 'pela ausência total destas
4
ultimas duas cores nas PF.

A Síndrome Incolor nas duas séries apresentam confi-


guração média, embora esta seja conseguida nas PF por uma alta e
ún~ca escolha do preto indicando uma estabilização mediada por
mecanismos repreSS1VOS.

A análise mais .exata dos valores de todas as síndro-


mes, revela que elas são incompletas, representadas, parcialmente,
por poucos matizes.

Trata-se portanto de uma personalidade de cuja per -


cepçao e reação às sensações de origem externas são de intensida-
de e amplitude restritas e ambivalentes. Falta a multiplicidade
das funções psiquicas necessárias para uma reação flexível.

A posição face ao mundo exterior, cautelosa, estrei-


ta e tendo como mecanismo de defesa o isolamento caracteriza sua
tendência reativa. Sobretudo na conservação de poucos matizes, es
colhidos com poucafrequência, de modo relativamente uniforme o
que é revelado pela Fórmula Cromática, CA e CR. Esta fórmula indi
ca ainda através de um alto algarismo de V instabilidade e eXC1-
tabilidade interna e indícios de egocentrismo afetivo.

As conformações consistindo principalmente por e·s-


truturas, que é um aspecto formal incomum nesta faixa etária, se
apresentam como aspectos positivos d~monstrando esforço na busca
de estabilização, adaptação, embora as cores contrastes utiliza -
das revelem conflitos, ansiedades e ten~ões, que permanecem bem
134.

controladas. As Estruturas de Manto confirmam estas característi -


cas pois são construções de personalidades que procuram ocultar
suas inquietações interiores demonstrando uma estabilidade aparen
te, de carater puramente defensivo, à base de acobertamento, exi-
tando qualquer demonstração emocional e ao mesmo tempo impedindo
a atuação de interferências externas.

o quadro da personalidade esboçado até este ponto g~


nha novos contornos quando os matizes escolhidos notadamente aci-
;ma ou abaixo da média forem abrangidos pela interpretação.

Pode-se identificar uma tendência por cores secundá-


rias sobretudo por aquelas contendo componentes excitantes apenas
limitadamente: azu1
2
(c = 10), laranja (c =
10), vermelho (C =10),
l
estas cores representam até certo ponto excitação e controle, agi
tação e abafamento, integração e labilidade. Ao investigar as rea
ções seletivas somente nas P.F a ambivalência se tornará mais cla
ra ainda. Verifica~se que a uma alta escolha do laranja (c = 10),
e um aumento de vermelh0 (c = 6), nãO são confrontadas com escolhas
2
de estabilização como o verde (c = 4), azu1 (c = 3) e que por -
3 4
tanto uma interação flexível com o exterior se afigura dificil.Ao
contrário, a excitação é antes abafada ou bloqueada abruptamente
com o preto (c = 8) e violeta
3
(c = 6) ao invés de ser controlada
adequadamente.

Em resumo, trata-se uma personalidade cujo equili


~

brio emocional é mantido com considerável esforço. A adaptação e


conseguida através do isolamento' e evitação tanto do mundo exte-
rior como da própria vivência subjetiva. A aparente estabilidade
~

é adquirida por meio do controle ~igido de suas emoções, utiliza~


do de atitudes defensivas que geralmente se manifestam por melO
de retira9as prudentes, bloqueio dos afetos e indiferença.

~ visível o esforço em busca de uma estabilização,que


se traduzem como características positivas e, em se tratando de
uma adolescente ~ujeita a influências do seu desenvolvimento pode-
135.

se supor que este quadro geral se transforme, se se dispuser de


condições adequadas para modificá-lo.

6.5 - DISCUSS~O E CONCLUS~O

Inicialmente pensou-se numa comparação dos resulta -


dos desta pesqui~a com aqueles obtidos no manual alemão. A propo~
ta foi abandonada devido a heterogeneidade da amostra alemã quan-
~o a faixa estária, 16 a 65 anos e tamb~m devido ao nível de ins-
trução que foi considerado.

A amostra escolhida para esta pesquisa se destaca so


bretudo pela homogeneidade do grupo que se caracteriza por uma
faixa bem distinta da população, a adolescência.

Um dos primeiros resultados que ofereceu, inicialmen


te, uma idéia geral do comportamento seletivo quanto a escolha
das cores, são os da tabelas la e lb. Avaliando as tabelas, nota -
se independente do sexo, uma preferência na escolha das cores cla
ras e alegres, com exceção do az , (az , am, br, az , vm 2 , la,
4 2 4
vd ) nas pirâmides bonitas. E uma escolha das cores escuras (pr ,
3
vi , ci, az ) nas pirâmides feias como prioridade de classifica
3 4
çao. Uma hipótese explicativa para este fato pode ser atribuida
a consequência das novas ~nstruções do teste. Os sujeitos tendem
a utilizar na construção das pirâmides feias as cores que despre-
zaram na construção das pirâmides bonitas.

Para cada série de pirâmides foram registrados45 mati


zes. Os totais das frequencias de cada matiz foram convertidos em
valores padrão C, que se encontram nas tabelas 2a e ab. Sendo que,
os valores C terão como X= 5 e S = 2. Consequentemente os valo -
res 4 e 6 serão avaliados como valores m~dios e aque~es at~ 3 in-
clusive, assim como os de 7 ou mais deverão obter maiores aten
ções na fase de interpretação.
136,

A análise das Síndromes ê feita através da tabela 3.


Os valores das síndromes serão obtidos pela adição dos valores
brutos, cujo .to~al será convertido em valores C, e tendo como X =
= 5 e S = 2. Para a sua interpretação se seguirá o mesmo princí -
pio aplicado aos matizes, ou seja os valores C de 3 e 7 e os valo
res extremos abaixo e acima respectivamente, serão interpretáveis.

A tabela 4 atrav~s do cálculo percentual das formas


proporciona importantes informações quanto ao modo de expressa0
~scolhido por este tipo de amostra. Ao inspecionar a tabela obser

va-se nitidamente dois aspectos formais predominantes: Tapete Pu-


ro e Formação em Camadas. Em seguida com menores proporções mas
digno de nota, a Formação Simétrica e a Estrutura Assimétrica Di-
nimica. A tabela 4 apresenta ainda algumas construções que nao se
encontram neste novo modelo do teste, tais como: Estrutura em Mo-
'saico, Formação Alternada ou em Ladrilho e Tapete Furado.

A Fórmula Cromática recebeu cálculos adicionais da


mediana e quartis 1 e 3 o que veio enriquecer o seu valor diagnó~
tico. A tabela 5 mostra os resultados destas medidas, onde perce-
,
be-se através de uma análise que os algarismos relacionados a
Ausência de dígitos estão aumentados, quando comparados com os
outros.

E finalmente o Indice de Labilidade, tabela 6, que


se situa entre as melhores e mais novas contribuições ao TPC, es-
clarecendo com que intensidade se caracteriza a variabilidade do
comportamento seletivo.

Embora este trabalho tenha como objetivo principal


apresentar-as transformações pelas quais o TPC passou e realizar
uma pesquisa brasileira originada destas modificações, a experie~
cia com o novo modelo gerou algumas observações.

Comparado
.
com o antigo teste,
. o atual proporciona
maior objetividade quanto aos critérios de a~aliação e interpreta
137.

çao devido a introaução da nota padrão C: para cada tonalidade ,


para cada síndrome e para o cálculo do Indice de Labilidade. A
Fórmula Cromática também aumentou sua estabilidade no que se refe
re a fidedilidade e constância de suas informações com o acrésci-
mo do cálculo da mediana e quartis.

A análise das síndromes e-cores se tornou malS fide-


digna pelo fato .de cada matiz ser analizado separadamente atra -
vés da nota padrão C. Este aspecto merece considerável atenção
,pois apesar do primeiro manual alemão, Der Farbpyramiden - Test ,
oferecer um número maior de tonalidades, a avaliação final consi-
derava tanto para os matizes como para as síndromes o percentual
geral da cor, englobando desta forma todas as informações prove -
nientes dos matizes que possuiam valores diagnósticos distintos e
se perdiam nesta medida geral.

Com a realização das Pirâmides Feias acrescentou-se no


vas significações ao teste, mas não tão objetivas quanto ao cálc~
lo da nota padrão C, pois o que revelam as Pirâmides Feias tempeE
mitido por enquanto o levantamento de algumas hipóteses:

a) '~esvendam de modo especial o lado inconsciente da


personalidade" (Heiss 1954).

b)"Nas Pirâmides Bonitas aparece de preferência a f~


ce, a configuração atual e nas Feias o aspecto latente do indiví-
duo. Mas pode também ocorrer o inverso, isto é, que somente nas
Feias apareça a forma atual da personalidade, enquanto nas Boni -
tas apareça ainda a personalidade não atual". (Heiss 1955).

c) "As Pirâmides Feias informam sobre fenômenos emo -


cionais conscientemente rejeitados ou que não encontraram oportu-
nidade de se manifestarem nas situações habituais." (Schaie 1964).

Geralmente espera-se a obtenção de diferentes resul-


tados entre as Pirâmides Bonii:as e Feias uma vez que as instruções
138.

foram diferentes. Entretanto as pesquisas têm demonstrado que em


indivíduos bem ajustados os resultados permanecem constantes nas
Pirâmides Bonitas e Feias. Mas isto nem sempre acontece e várias
soluções tem sido propostas para explicar estas diferenças, sendo
o cálculo do Indice de Labilidade uma das alternativas.

Aind~ que, o Indice ~e Labilidade seja uma medida gl~

bal da mudança em geral, tem-se conseguido provar, entre as inceE


tezas na interpretações das Pirâmides Feias, um maior grau de fi-
dedignidade, pertinência diagnóstica, sendo também uma medida mais
prática e confiável do que as outras proposições.

Como as Pirâmides Feias nao representam uma ;simples


repetição negativa das pirâmides bonitas, permanece a especulação
sobre o tipo de informações novas e adicionais que elas fornecem.
Hipóteses tais como a suposição de que as Pirâmides Feias exprl-
mem uma faceta inconsciente ou reprimida da personalidade, sao di
fíceis de verificar 'ou falsificar.

Este estudo do TPC está sendo considerado como o iní


cio e o desencadeador de muitos outros. ~ uma perspectiva que se
abre para novas pesquisas sobre as atuais dimensões propostas pe-
lo grupo de Freiburg. Portanto, pretendeu-se aqui apenasproporcio-
nar subsidios para novas investigações neste campo tão complexo
que é o da avaliação da personalidade.
139.

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143.

T A B ELA S
144.

Tabela la

ESCOLHA DOS MATIZES


FEMININO

Matizes Pirâmide Bonita Matizes Pirâmide Feia


X S X S

AZ 2 6,46 4,81 Pr 10,2.7 6,91


Am 5,81 3,67 Vi 3 6,43 4,84

AZ 4 4,2 3 3,40 Ci 3,6.3 4,30

Br 3,75 4,10 AZ4 3,20 3,75

Vrn 2 3,57 3,25 Vd 3,11 4,01


1
La 3,37 2,83 Vrn 2 3,06 4,08

Vrn1 3,Q8 2,75 Ma 2,82 3,06

Ma 2,88 3,06 Vi 2 2,60 2,84

Vd 3 2,72 2,64 Vrn 1 2,54 3,5.6

Pr 2,30 3,43 Vd 3 2,36 3,33

Vd 1 2,19 2,20 La 1,96 3,03

Vi 2 1,81 2,05 Am 1,12 2,!7

Ci 1,59 1,89 Br 1,10 2,5.8

Vi 3 1,24 1,64 AZ 2 0,65 1,49


145.

Tabela lb
ESCOLHA nos MATIZES
MASCULINO

Matizes Pirâmide Bonita Matizes Pirâmide Feia


X S X S

Aro 5,94 4,34 Pr 11., '17 8,0.6


AZ 5 '; 63 4,64 Vi 5,07 4,70
2 3
Br 4,93 4,94 Ci 4,81 7,37
Vd 3 4,03 3,47 AZ4 3,26 4,02

Az 4 3,82 3,82 Vm 2 3,13 5,47

La 3,59. 3,1 Ma 2,86 3,43

Vm 2 3,21 3,12 Vm 2,80 4,56


1
Pr 3,20 4,07 Vi 2 2,46 2,99

Vd 2,13 2,68 Br 2,05 4,07


1
Vm1 2,20 2,54 Vd 3 1,79 2,77

Ma 1,96 2,'57 Vd 1 1,79 3,26

Ci 1,55 2,'38 La 1,45 2,49

Vi 2 1,41 2,:04 Am 1,30 2,57

Vi 3 1,DS 1,60 AZ 2 0,85 1,82


Tabela 2a
Pirâmide Feia - Masculino
FREQU~NCIA ABSOLUTA DE CADA MATIZ

Valor C vffi Vffi la am vd -


V~~-- aZ 2 aZ 4 vi 2 .vi 3 ma br ci pr
1 2 1
1
2
. • '0
1
2
3 ' 3
i O O O O .. .
1 5

O 6
2 l' 7
4 ~ O O' O O O O 1 1 3 1 O 2 8
1 1 1 1 2 '+ 2 1 3 9

2 4 10
5 2· 3 '1 1 2 2 1 3 2 5 3 2 5- 11.
13
3 12
4 4 2 2 '+ :\ 6 3 6 14
5 ·7
6 5 6 3 3 3 3 2 5 '+ 7 4 '+ 8 15
9 16
6 7 6 8 .~ 5 10 . 17
18
8 11 19
7. 7 9 '+ '+ 4 '+ 3 7 S 9 6 Ô 12 . 20
8 la 5 5 8 6 la 7 -7 13 2l
14 22

11 11
23
' 12 24
8 9 5 5 6 6 '+ 9 7 12 8 8 15 25
la 7 10 ' 13 9 16 26
17

27
11 13 6 6 8 7 5 11 8 14 9 10- 18 28
9 12 '.1.4 7 7 9 8 12 9 lS 10 11 19 29
13 20 30 .....
~
21 0'\

10 . 14 15 8 8 la 9 6 13 la " 16 11 12 22 31

la vd 3 az4 ' vi 2 vi ma br' ci pr,


~ ~
am v~ _.~.2 3
Tabela 2a
Pirâmide Bonita - Masculino
FREQUtNCIA ABSOLUTA DE CADA MATIZ

Valor C vm Vm 2 la am vd l vd 3 aZ 2 ... az4- vi vi 3 ma br ci pr


l 2
1
2 O O

3 O O O 1 O O 1 O O O O
1 2 1 2 1 1
4- 1 1 2 3 1 2 3 2 O O 1 2 O 1
2 4- 3 4- 3 1 2

5 5 4-
2 3 3 6 2 4- 5 3 1 1. 2 5 2 3
4- 4- 7 3 5 6 4- 6 4-

7
6 3 5 5 8 4- 6 8 5 2 2 3 7 3 5
4- 6 9 9 6 3 8 6
9
7· 5 6 7 10 5 7 10 7 4- 3 4- 10 4- 7
7 11 8 11 8 5 11 8

9
8 6 8 8 12 6 9 12 9 5 6 12 5 10
9 13 7 10 13 10 13 11
9 7 9 10 14- 8 11 14- 11 6 4- 7 14- 6 12
10 15 15 12 15
10 8 11 11 16 9 12 16 13 7 5 8 16 7 13 ~

....,
~

vm vm 2 la am vd vd 3 aZ aZ4- vi vi 3 ma br ci pr
1 1 2 2
Tabela 2b
,
Pirâmide Feia - Feminino
FREQU~NCIA ABSOLUTA DE CADA MATIZ

Valor C vm1 v m2 la am vd vd 3 aZ aZ vi 2 Vl. ma br ci pr


1 2 4 3
1

2 O
O
1
2
3 O O O O 1 O O 3
4
2 5

3 6
4 O 1 O O 1 O O 1 1 . 4 1 O 1 7
1 2 1 2 1 2 5 2 2 8
9
5 2 3 2 1 3 2 1 3 2 6 3 1 3 10
3 4 4 3 4- 3 7 4 11-
12
8 13
6 4 5 3 2 5 4 5 4 9 4 2 5,. 14
5 6 4 6 6 10 5 3 6 15
7 16
7 6 7 5 3 7 5 2 7 5 11 -6 4 8 17
7 8 8 6 8 6 12 9 18
19
8 8 9 6 4 9 7 3 9 7 13 7 5 10 20
9 10 7 10 8 14 8 11 21
22
9 10 11 8 5 11 9 10 8 15 9 6 12- 23
12 6 12 4 11 9 16 13 24 .....c:.
17 25 co

10 11 13 9 7 13 10 5 12 10 18 10 7 14 26

vm 1 vm 2 la am vd 1 <'d
• 3 aZ
2
aZ V1 vi 3 ma br Cl pr
4 2
Tabela 2b

Pirâmide Bonita - Feminino
FREQUtNCIA ABSOLUTA DE CADA MATIZ

Valor C vm vm 2 la am vd 1 vd aZ aZ 4 vi 2 vi ma br ci pr
1 3 2 3
1

2 O O O
1

1
3 O O O 3 O O 2 1 O O O O ,o
1 1 1 2 3

4 2 2 2 4 1 1 4 2 1 1 1 1 O
5 2 5 3 2 2 1

5 3 3 3 6 2 3 6 4 2 1 3 3 2 2
4 4 7 5 !~ 3

8
6 4 5 5 7 3 4 9 6 3 2 4 5 3 4
5 6 8 la 5 . 6

7
7 6 7 6 9 4 5 11 7 4 3 6 8 4 5
10 5 6 12 8 9 6
8 7 8 7 11 6 7 13 9 5 4 7 10 7
9 8 12 14 la 8 8
15
9 8 la 9 13 7 8 16 11 6 5 9 11 5 9
9 la 14 17 12 la
10 10 11 11 15 8 9 18 12 7 6 la 13 6 11
....
.a:.
Vffi vm 2 la am vd 1 vd aZ 2 aZ 4 vi 2 vi ma br ci pr \D
1 3 3

Tabela 3 StNDROMES

Pirâmide Bonita Pirâmide Feia


Valor EstÍmulo Abafamento Nornal. Contra-Nornal. Incolor EstÍmulo Abafamento Nornal Contra-No:rnal Incolor
.)

O 2- 3
1 4 - 5 0-1 O- 3
2 6 - 8 '0 2' - 3 0-1 O O 5 -10 O 0-4
3 9 -11 1 - 3 4 - 6 2 - 3 1 - 3 1 - 3 11-15 1 - 3 O- 3 5 - 9
4 12-13 4 - 6 7 - 9 4 - 5 4 - 6 4 - 6 16-21 4 -; 6 4 - 7 10-14
5 14-16 7- 9 10-12 6 - 7 7 -10 7 -10 22-26 7 -10 8 -11 15-19
6 17-19 10...12 13-14 8 - 9 11-13 11-13 27-32 . 11-13 12-15 20-23
7 20-21 13-15 15-17 10-12 14-16 14-17 33-37 14-16 16...19 24-28
8 22-24 16-18 18-20 13-14 17-19 18-20 38-42 17-20 20-23 29-33
9 25-26 19-21 21-23 15-16 20-22 21-23 43-45 21-23 24-26 34-38
10 27 + 22 + 24 + 24 + 23 + 24 + 49 + 24 + 30 + 39 +

.....
U1
o


Tabela 4 ..
PERCENTUAL DAS FORMAS

Pirâmide Bonita Pirâmide Feia


Conformações N = 178 N = 222 N = 178 N = 222
M% F % M% F %

Estrutura Simétrica 6,7 4,5 5,4 2,1


" Manto 4,3 3~4 3,4 1,9
" Escada 3,4 3,0 1,5 1,7
" Mosaico 0,7 0,1 0,4 0,4
" Assi. Din"âmica 4,7 5,7 13,5 14,7
Formação Camada 20,8 15,0 15,0 13,5
" Monocromática ,
3'9 5,0 11,4 6,6
" Simétrica 15,2 9,0 7,7 6,9
" Ladrilho 1,5 2,1 0,9 1,7
Tapete Puro 22,6 37,3 13,7 20,1
" Desequilibrado 0,6 0,6 4,7 6,2
" Furado 4,7 3,7 1,8 0,5
" C/início de ordem 7,9 8,9 11,8 18,6
Forma Mista 3,0 "1,7 8,8 5,1

r-
Ol
r-

152.

Tabela 5
F'6RMUIA CROMÁTICA.

Pirâmide Bonita Pirâmide Feia

CA 2,6 2,2
CR 2,6 2,1
V 3,0 2,5
A 3,6 6,1

Quartis

Pirâmide Bonita Pirâmide Feia

Ql Q3 Ql Q3

CA 0,5 6,2 0,8 4,3


CR 1,4 4,4 1,0 3,9
V 1,5 4,5 1,3 4,1
A 1,1 6,8 3,2 8,4

Tabela 6
INDICE DE LABILIfil\DE

x = 32,58 s = 13,13
153.

A dissertação "TESTE DAS PIRÂMIDES COLORIDAS -

PADRONIZAÇÃO DO NOVO MODELO" foi considerada aprovada.

Rio de Janeiro, 12 de dezembro de 1978

Professor Orientador

Membro da Comissão Julgadora

Ruth Nobre Scheeffer


Membro da Comissão Julgadora

1
t

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