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TÍTULO: DIMENSIONAMENTO DE POSTE DE CONCRETO COM SE«√O
CIRCULAR, UTILIZADO EM REDE DE DISTRIBUI«√O
AUTOR: Francisco Lourenço da Silva

1. OBJETIVO

Estabelecer par‚metros tÈcnicos para subsidiar a padronizaÁ„o dos critÈrios para


dimensionamento de postes de concreto com seÁ„o circular padronizados para uso em
Redes de DistribuiÁ„o da Eletropaulo.

2. CONSIDERA«’ES

Os postes de concreto para utilizaÁ„o em Redes de DistribuiÁ„o de Energia ElÈtrica da


Eletropaulo s„o padronizados atravÈs das normas:

• ABNT - NBR ñ 8451 ñ Postes de Concreto Armado para Redes de DistribuiÁ„o de


Energia ElÈtricas ñ EspecificaÁ„o;
• ABNT - NBR ñ 8452 ñ Postes de Concreto Armado para Redes de DistribuiÁ„o de
Energia ElÈtricas ñ PadronizaÁ„o;
• Eletropaulo ñ NTE ñ 109-0 ñ EspecificaÁ„o TÈcnica ñ Postes de Concreto Armado;
• Desenho MP-01-01 ñ Postes de Concreto Armado SeÁ„o Circular; e
• Desenho MP-01-07 ñ Postes Especiais ñ Concreto Armado SeÁ„o Circular

3. ESFOR«OS MEC¬NICOS

Os postes de concreto armado s„o construÌdos para suportarem os esforÁos horizontais e


verticais transmitidos pela rede e equipamentos neles instalados, bem como esforÁos
excepcionais por cargas acidentais e cargas de vento.
Os esforÁos referentes ao peso da rede e seus equipamentos s„o obtidos junto a
especificaÁıes e fabricantes e com relaÁ„o ‡s cargas de vento podemos considerar os
valores apresentados abaixo com vento m·ximo em ·reas urbanas ‡ velocidade de 60km/h.
Considerar a press„o do vento em corpos de formato cilÌndricos com aproximadamente
17daN/m2 e em corpos de formato plano aproximadamente 27daN/m2.

Press„o do Vento nas Estruturas


Standard Handbook for Electrical Engineers

80,0
75,0
70,0
Press„o na Estrutura (daN/m2)

65,0
60,0
55,0
50,0
45,0
40,0
35,0
30,0
25,0
20,0
15,0
10,0
5,0
0,0
10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Velocidade do Vento (km/h)

Corpos CilÌndricos Corpos Planos

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AUTOR: Francisco Lourenço da Silva

3.1. ESFOR«OS VERTICAIS

Os EsforÁos Verticais no poste s„o cargas que atuam no sentido paralelo ao eixo do poste,
porÈm normalmente distantes desse eixo o que acarreta em esforÁos de compress„o e
flex„o do poste atravÈs de trÍs situaÁıes b·sicas:

3.1.1. Peso da Rede

O peso da Rede È constituÌdo por peso dos condutores (considerando a parcela de peso do
cabo), peso dos isoladores, peso das cruzetas, peso das ferragens, peso do eletricista,
press„o do vento na ·rea da seÁ„o mais desfavor·vel, etc.
O valor total destes pesos independem de ‚ngulos em planta existente na Rede.
A seguir apresentamos um dos in˙meros exemplos destes esforÁos e a conseq¸ente
resultante de carregamento transferida para o poste.

Pc Pc Pc 1
3 d3 2 d1

d2

Pe

RHa

A B

RVa Pcz MF
d7
d5
d6

RHc C Pmf
MF

d4

RVc

ObservaÁ„o: A parcela do peso do cabo depende da configuraÁ„o da rede, caso o poste


analisado faÁa parte de v„os contÌnuos devemos considerar o peso do cabo como sendo o
valor do V„o Regulador x peso/metro do cabo, caso o poste analisado seja final de linha
considerar o valor igual a V„o Regulador x peso/metro do cabo / 2 e na situaÁ„o particular
de ponto mec‚nico deve ser considerado a express„o (V„o Regulador1 x peso/metro1 do
cabo + V„o Regulador2 x peso/metro2 do cabo) / 2 no caso dos V„os Reguladores e pesos
dos cabos serem diferentes.

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Considerando os pesos envolvidos:

Pcn = Peso dos Condutores (parcela de peso do cabo + press„o do vento) + Peso dos
Isoladores e acessÛrios
Pcz = Peso da Cruzeta + press„o do vento
Pmf = Peso da M„o Francesa + press„o do vento
Pe = Peso do Eletricista (procedimento de resgate em caso de acidente)

Considerando-se as dist‚ncias de aplicaÁ„o dos pesos:

d1 = Dist‚ncia horizontal do 1∫ Isolador atÈ o ponto de apoio B


d2 = Dist‚ncia horizontal do 2∫ Isolador atÈ o ponto de apoio B
d3 = Dist‚ncia horizontal do 3∫ Isolador atÈ o ponto de apoio B
d4 = Dist‚ncia horizontal entre o ponto de apoio C atÈ o ponto de apoio B
d5 = Dist‚ncia vertical entre o ponto de apoio C atÈ o ponto de apoio B
d6 = Dist‚ncia horizontal do centro de gravidade da M„o Francesa atÈ o ponto de apoio B
d7 = Dist‚ncia horizontal do centro de gravidade da Cruzeta atÈ o ponto de apoio B

Todos estes esforÁos s„o transmitidos ao poste (ponto A e ponto C) atravÈs das Cintas e
M„o Francesa.

MF = EsforÁo Resultante da M„o Francesa para equilibrar o ponto B

Temos ent„o quatro ReaÁıes de Apoio no poste:

RHa = Resultante Horizontal no ponto A


RVa = Resultante Vertical no ponto A
RHc = Resultante Horizontal no ponto C
RVc = Resultante Vertical no ponto C

Pelos princÌpios da Est·tica (Mec‚nica Geral) temos trÍs equaÁıes de equilÌbrio:

ΣRH = 0 (SomatÛria das Resultantes Horizontais iguais a zero)


ΣRV = 0 (SomatÛria das Resultantes Verticais iguais a zero)
ΣM = 0 (SomatÛria das Resultantes de Momentos iguais a zero)

Como temos quatro incÛgnitas que s„o as reaÁıes de apoio e apenas trÍs equaÁıes de
equilÌbrio, concluÌ-se que a estrutura apresentada È hiperest·tica e a resoluÁ„o da mesma È
atravÈs do processo de an·lise de compatibilidade das deformaÁıes.
Como temos na estrutura apresentada trÍs materiais distintos, sendo dois homogÍneos
(madeira, aÁo) e um heterogÍneo (concreto armado) e a magnitude das forÁas e muito
pequena em relaÁ„o ‡ resistÍncia dos materiais, podemos admitir de modo simplificado que
a somatÛria dos momentos em relaÁ„o ao ponto B È igual a zero considerando-se que a
cruzeta È uma viga que est· apoiada no ponto A e B (considerar apenas os esforÁos
verticais e momentos no sentido anti-hor·rio como valores negativos):

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ΣMB = (RVa x d4) ñ (Pc3 x d3) ñ (Pcz x d7) ñ (Pc2 x d2) ñ (Pmf x d6) + (Pc1 x d1) = 0

Conhecendo-se os valores dos pesos da rede e as dist‚ncias padrıes em funÁ„o da classe


de tens„o, desta equaÁ„o podemos obter o valor de RVa:

RVa = {(Pc3 x d3) + (Pcz x d7) + (Pc2 x d2) + (Pmf x d6) ñ (Pc1 x d1)} / d4

Como RVa + RVB = (ΣPcn + Pcz + Pmf + Pe), determinamos assim tambÈm o valor de RVB:

RVB = (ΣPcn+Pcz+Pmf+Pe) - [{(Pc3 x d3)+(Pcz x d7)+(Pc2 x d2)+(Pmf x d6) ñ (Pc1 x d1)} / d4]

PorÈm em nossa simplificaÁ„o o valor de RVB È apenas a componente vertical resultante do


esforÁo da M„o Francesa (MF)

Utilizando as dist‚ncias de fixaÁ„o da


MF M„o Francesa tg α = (d5/d4)
RVB
α
RHB

Deste modo, tg α = (RVB / RHB) = (d5/d4) ∴ RHB = RVB x d4 / d5

Portanto a M„o Francesa gera uma resultante Horizontal no ponto B que È resistida pelo
ponto A com mesma intensidade, porÈm com sentido oposto |RHa| = |RHB|.
A mesma M„o Francesa transfere as reaÁıes do ponto B para o poste no ponto C com os
mesmos valores de |RHB| = |RHc| e |RVB| = |RVc|.
ConcluÌmos ent„o que o peso da Rede È tranferido e suportado pelas cintas no ponto A e C
e a M„o Francesa gera tambÈm resultantes horizontais no ponto A e C com mesma
intensidade, porÈm com sentidos opostos (forÁa bin·ria) resultando em Momento na altura
de fixaÁ„o da cruzeta igual a:

MA = (RHa x d5)

3.1.2. Peso de Equipamentos

Os equipamentos instalados nas Redes de DistribuiÁ„o tambÈm est„o fixados nos postes e
seus pesos fisicamente encontram-se no centro de gravidade dos mesmos e distantes do
eixo vertical do poste gerando tambÈm esforÁos nos suportes de fixaÁ„o proveniente da
transferÍncia da carga do peso para o eixo do poste acarretando esforÁos de compress„o e
momento.

A seguir apresentamos como exemplo a instalaÁ„o de um transformador em suporte, onde:

Ptr = Peso Total do Transformador + Press„o do Vento

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d1 = Dist‚ncia do Centro de Gravidade do Transformador atÈ o eixo do poste


d2 = Dist‚ncia entre os suportes do transformador
Rh = ReaÁ„o Horizontal resultante

An·logo ao caso do Peso da Rede, o momento gerado na altura de fixaÁ„o do


Transformador (Mt) È igual a:

Ptr
Rh
d2

Rh

d1

Mt = (Ptr x d1) e este momento È transferido para o poste atravÈs dos suportes gerando o
momento bin·rio Rh x d2, portanto temos uma carga momento gerada no eixo do poste, na
altura de fixaÁ„o, igual em mÛdulo a |Rh x d2| = |Ptr x d1|.

3.1.3. Rede em DesnÌvel (Resultante Vertical)

No caso de Redes de DistribuiÁ„o em desnÌvel, podemos ter alÈm do peso considerado no


item 3.1.1. desta RecomendaÁ„o TÈcnica o esforÁo adicional da resultante da Tens„o de
Projeto do cabo que poder· gerar tanto esforÁos de compress„o aumentando o valor da
resultante vertical como tambÈm podendo ocorrer o oposto, com esforÁos de arrancamento
do poste, conforme exemplo genÈrico simplificado apresentado abaixo:
Detalhe 1

Linha do Horizonte
β µ
H1 Cabo H2
Detalhe 2

Poste PL
βn µn

Poste PK
Poste PM
Perfil da Via

L1 L2

Perfil do Projeto

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Considerando:

L1 = Comprimento do v„o anterior ao poste analisado


L2 = Comprimento do v„o posterior ao poste analisado
H1 = DesnÌvel do v„o anterior ao poste analisado
H2 = DesnÌvel do v„o posterior ao poste analisado
Leq = V„o Regulador
T0 = Resultante Horizontal da Tens„o de Projeto no cabo para o V„o Regulador
V1 = Resultante Vertical do peso da Rede referente ao v„o L1
V2 = Resultante Vertical do peso da Rede referente ao v„o L2

A tÌtulo de exemplo, considerando o V„o Regulador do Projeto conforme RT ñ 2.001:

Leq = (ΣLn≥ / Σ Ln)Ω

Com o valor do v„o regulador, e o tipo de cabo a ser utilizado, obtemos o valor da Tens„o
de Projeto na RecomendaÁ„o TÈcnica RT ñ 2.001. Est· Tens„o de Projeto representa o
valor m·ximo da tens„o no cabo que ocorrer· na condiÁ„o mais crÌtica de temperatura e
vento que possa atuar na rede.
A Tens„o de Projeto È a forÁa tangente a curva do cabo junto do ponto de fixaÁ„o (isolador)
e a mesma È decomposta em uma resultante horizontal que È o valor de T0 que ser·
constante em todos os v„os mecanicamente contÌnuos e outra resultante vertical que
representa a parcela do peso do cabo no ponto de fixaÁ„o (isolador).
Deste modo a forÁa Vertical no ponto de fixaÁ„o do cabo È V = (p x Leq)/2, para finais de
linha, v„os isolados ou v„o onde ocorre ponto mec‚nico, sendo p = peso do cabo por metro
+ press„o do vento no mesmo.

Tens„o de Projeto
V
θ
Cabo T0

Na pr·tica TraÁ„o de Projeto = T0, pois o ‚ngulo θ È muito pequeno e no caso de v„os
contÌnuos mecanicamente V = p x Leq

3.1.3.1. Poste Comprimido pela Rede

No caso do poste PL (Detalhe 1), temos um caso particular de desnÌvel na Rede, onde:

β e µ = ‚ngulos da Rede em relaÁ„o a linha do horizonte de ambos os lados considerando


os ‚ngulos abaixo da linha do horizonte em valores positivo

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Vn = V (peso do cabo) + peso do isolador e acessÛrios


T = Tens„o de Projeto = T0
Rc = Resultante dos EsforÁos de compress„o no isolador
p = peso do cabo por metro + press„o do vento

β µ
T T
Vn

Rc

sen β = H1 / (H12 + L12)Ω e sen µ = H2 / (H22 + L22)Ω

Rc = {T x (sen β + sen µ)} + Vn , onde Rc È o valor que dever· ser considerado no lugar do
valor de Pcn indicado no item 3.1.1. quando verificada est· situaÁ„o.

ObservaÁ„o: Postes com carregamento vertical comprimindo sua seÁ„o apresentam


diminuiÁ„o de resistÍncia devido ao efeito de flambagem quando a relaÁ„o do comprimento
em relaÁ„o ‡ seÁ„o È muito grande. Estes par‚metros podem ser aferidos atravÈs da
fÛrmula de Euler, porÈm nos casos de postes de seÁ„o circular para Redes de DistribuiÁ„o
de Energia, mesmo com a reduÁ„o da resistÍncia ‡ compress„o estamos dentro de nÌveis
compatÌveis com as cargas de peso prÛprio do poste mais pesos da rede e esforÁos devido
a ‚ngulos verticais existentes na pr·tica, dispensando a verificaÁ„o de carga crÌtica de
compress„o no poste.

3.1.3.2. Poste Tracionado pela Rede

No caso do poste PM (Detalhe 2) temos outro caso particular de desnÌvel na Rede, onde
temos as mesmas consideraÁıes do caso anterior porÈm no lugar de Rc teremos Rt, onde:

Rt = Resultante dos EsforÁos de traÁ„o no isolador


β e µ = ‚ngulos da Rede em relaÁ„o a linha do horizonte de ambos os lados considerando
os ‚ngulos acima da linha do horizonte em valores negativos.
Rt
T T
β µ

Vn

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Rt = { -T x (sen β + sen µ)} + Vn

Rt È o valor que dever· ser considerado no lugar do valor de Pcn indicado no item 3.1.1.
quando verificada est· situaÁ„o.

Neste caso simplificando a favor da seguranÁa, podemos desprezar o valor de Vn e


considerar o momento da forÁa bin·ria que atuar· nas cintas de sustentaÁ„o da cruzeta
ocorrer· em sentido inverso ao item 3.1.1. e dever· ser tambÈm analisado no projeto a
condiÁ„o de resistÍncia das amarraÁıes e esforÁos de arrancamento dos isoladores.

3.2. ESFOR«OS HORIZONTAIS

Os EsforÁos Horizontais s„o oriundos das tensıes resultantes dos cabos quando da
existÍncia de ‚ngulos em planta, finais de linha, tirantes de estaiamento, Rede de Trolebus,
Ramais de LigaÁ„o, etc.
Estes esforÁos, ao contr·rio dos esforÁos verticais, n„o s„o paralelos ao eixo do poste e
geram apenas esforÁos de momentos m·ximos na base do poste junto ao solo e mÌnimos no
ponto de aplicaÁ„o da carga Rn.

3.2.1. V„os mecanicamente contÌnuos

Conforme referido anteriormente as Tensıes de Projeto podem ser obtidas nas RT ñ 2.001
e RT ñ 2.002 e tambÈm podemos considerar a Tens„o de Projeto = T0.

No caso de resultantes horizontais provenientes de ‚ngulos do traÁado em planta da Rede


temos:

Ψ = ‚ngulo da Rede verificado em planta


T0 = TraÁ„o de Projeto
Hy = Resultante dos esforÁos parciais no plano horizontal na direÁ„o longitudinal da Rede
Hx = Resultante dos esforÁos parciais no plano horizontal na direÁ„o transversal da Rede
Hn = Resultante Horizontal que atuar· no poste
T0 T0 T0

Hy
T0

Hx
ψ
Hn = Σ Hx
T0
Hy Hx = Resultante por Condutor
T0 T0 T0

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Quando temos uma mudanÁa de direÁ„o da Rede podemos determinar o valor da resultante
pela lei dos cossenos.

T1
Ψ = ‚ngulo interno entre T1 e T2
R 1/2
R = [ T1≤ + T2≤ + (2 x T1 x T2 x cos Ψ)]
T2

PorÈm considerando o alinhamento das cruzetas na bissetriz do ‚ngulo Ψ e todas as


Tensıes de Projeto = T0, quando os v„os s„o mecanicamente contÌnuos, garantimos que o
poste n„o sofrer· esforÁos de torÁ„o e que as somatÛrias das resultantes Hy se anulam e
dessa forma temos apenas a resultante Hx em cada condutor, onde:

Hx = T0 x 2 x (1 + cos Ψ) Resultante por condutor de mesma bitola

Hn = n x Hx , onde Hn È a resultante total na horizontal que atuar· no poste, sendo n o


n˙mero de condutores.

3.2.2. Ponto Mec‚nico

No caso particular de ponto mec‚nico, poder„o ocorrer valores de Tens„o de Projeto


diferentes em cada lado da estrutura, pois o V„o Regulador anterior ao ponto mec‚nico
pode ser diferente do V„o Regulador posterior ao ponto mec‚nico e neste caso teremos que
utilizar a equaÁ„o dos cossenos apresentada anteriormente e com o resultado da diferenÁa
de Hy deve-se projetar o estaiamento da cruzeta para compensar as diferenÁas de tensıes
mec‚nicas na estrutura.

T1 T1 T1

Hy1
T1

Hx
ψ
Hn = Σ Hx

T2
Hy2
Hx = Resultante por condutor

T2 T2 T2

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Outro caso particular ocorre nos finais de linha ou derivaÁıes cujo ‚ngulo em planta seja
inferior a 120∞, onde o comportamento da estrutura equivale a um ponto mec‚nico com
tens„o em apenas um dos lados, nestes casos o valor de Hn = n x To

3.2.3. TransferÍncia de ForÁas Horizontais para topo do poste

Quando temos diversas ForÁas Horizontais aplicadas em diversas alturas, precisamos


transferi-las para o ponto virtual de aplicaÁ„o de esforÁos horizontais no topo do poste com o
valor da ForÁa Horizontal Resultante que seja equivalente aos diversos momentos
provocados pelas diversas forÁas Horizontais existentes.

Fhj

Fhi
Fhj = Fhi x hi
h
h
hi

Transferindo as forÁas horizontais para o ponto de aplicaÁ„o virtual deve-se levar tambÈm
em consideraÁ„o o ‚ngulo em planta destas componentes e atravÈs da soma vetorial (lei
dos cossenos) chegar ao valor resultante da forÁa equivalente que atua no topo do poste.

Fh1
Resultante 1

Resuntante 2
Poste
Fh3
Fh2

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4. DEFINI«’ES DAS CARACTERISTICAS MEC¬NICAS DOS POSTES DE CONCRETO


ARMADO

A seguir apresentamos o diagrama genÈrico de momento fletor conforme definido na norma


ABNT NBR ñ 8451:

MA = F¥x B¥
Valor
B¥ F¥ Tabelado na
NBR - 8452

d A
Rn

H h
L

NÌvel
do Solo
E
MB = 0,70 ME
e
ME = Rn x h

Diagrama de Momento Fletor estabelecido na NBR - 8451

Onde:

L = comprimento do poste
H = altura do poste acima do solo
d = 0,10 metros (dist‚ncia de aplicaÁ„o da resultante dos esforÁos horizontais em relaÁ„o ao
topo do poste)
e = engastamento do poste (e = L/10 + 0,6) unidade metros
h = altura de aplicaÁ„o da resultante dos esforÁos horizontais
Rn = resultante dos esforÁos horizontais

Os tipos de postes s„o identificados pelo seu comprimento e a sua carga nominal (L e Rn) e
a norma prescreve que:

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• Devem suportar cargas excepcionais de atÈ 40% acima da carga nominal sem
apresentar deformaÁıes residuais e/ou trincas permanentes
(Cargas Excepcionais = 1,4 x Rn).
• Carga de ruptura deve ser igual ou superior a 100% acima da carga nominal
(Carga de Ruptura = 2 x Rn).

Cada tipo de poste apresenta seu respectivo diagrama de esforÁos de que por norma o
fabricante deve garantir e cabe ao projetista da rede verificar se o poste calculado est·
dentro do estabelecido por norma.

Como visto inicialmente os postes est„o sujeitos a cargas verticais que normalmente n„o
est„o atuando no eixo do poste e a transferÍncia das mesmas para o eixo adiciona uma
componente de carga momento.
Os postes est„o tambÈm sujeitos as cargas horizontais cujas resultantes rebatidas para o
topo geram momento em relaÁ„o ao engastamento do poste, sendo assim devemos somar
todos os efeitos para obter o Momento Resultante Final e verificarmos se o mesmo est·
compreendido dentro dos limites definido pela norma, como exemplo ilustrativo, temos:

Hn

Vi

Vj

Momentos das Momentos das Momento


Cargas Verticais Cargas Horizontais Resultante Total

Exemplo: Vi + Vj Exemplo: Hn

O Momento Resultante Total deve estar contido dentro dos limites estabelecidos pelas
Normas NBR-8451 e NBR-8452.

6. CONCLUS√O

Para escolher o tipo de poste necess·rio para atender ao projeto, normalmente o


comprimento È definido por gabarito padr„o das alturas e com relaÁ„o ‡ capacidade de
carga do mesmo devemos levar em consideraÁ„o os momentos devido aos esforÁos
verticais e comparar com os valores estabelecidos por norma e quanto aos esforÁos
horizontais devemos levar em consideraÁ„o que as Tensıes de Projeto, estabelecidas
REF: DATA:agosto/03 GERÊNCIA: PLANEJAMENTO E ENGENHARIA ARQ: RT-2.003.DOC
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pelas RecomendaÁıes TÈcnicas RT ñ 2.001 e RT ñ 2.002, s„o condiÁıes m·ximas que


podem ocorrer na Rede e que o carregamento no poste n„o È constante ao longo do tempo,
sendo que o mesmo varia principalmente em funÁ„o das condiÁıes clim·ticas (temperatura
e vento).

Carregamento %

Zona de Colapso Estrutural


200%
Zona de Alto Risco com ReduÁ„o da Vida ⁄til do Poste
140%
Zona de Carregamento
Excepcional
Rn = 100%

Zona de Trabalho Adequado


Vida
⁄til
Dias Normais Dias Quentes 1 Dias Frios 2 Dias Normais

Rn = Capacidade de Carga Nominal do Poste


Pontos 1 e 2 s„o valores excepcionais m·ximos que podem ocorrer (Tens„o de Projeto)
Dentro da Zona de Trabalho Adequada a vida ˙til do Poste È de aproximadamente 35 anos

Com relaÁ„o ‡ carga horizontal resultante a mesma È conseq¸Íncia da Tens„o de Projeto


que considera o valor m·ximo que pode atuar durante um perÌodo curto de tempo,
comparando-se com a vida ˙til do poste sendo que a norma permite considerar este esforÁo
como excepcional e o mesmo pode atingir atÈ 40% acima do valor da capacidade nominal
Rn.

Sendo assim, considerando o critÈrio de m·xima economia:

Hn = 1,4 x Rn, portanto, para determinar o valor de Rn calculado devemos considerar:

Rn calculado = Hn / 1,4

Os Valores de Rn padronizados na Eletropaulo s„o de 300, 600, 1000, 1500, 1800 e 2500
(daN), portanto o valor do Rn calculado deve ser:

Rn calculado ≤ Rn padronizado

Obviamente todos os procedimentos de dimensionamento do poste est„o atrelados a


condiÁ„o de instalaÁ„o dos cabos em campo obedecendo ‡s tabelas de instalaÁ„o de cabos
que consideram as temperaturas no dia de instalaÁ„o e os valores de flecha e tens„o em
funÁ„o do v„o.

REF: DATA:agosto/03 GERÊNCIA: PLANEJAMENTO E ENGENHARIA ARQ: RT-2.003.DOC


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TÍTULO:
REF:
DATA:agosto/03

CIRCULAR, UTILIZADO EM REDE DE DISTRIBUI«√O


DIMENSIONAMENTO
Momento M·ximo Conforme NBR - 8452 para Postes Comuns de 10,5 metros

8,75
8,50
8,25
8,00
GERÊNCIA: PLANEJAMENTO E ENGENHARIA

7,75
7,50
7,25
7,00
6,75
6,50
6,25
6,00
5,75
5,50

DE
5,25

RT – 2.003
Altura ⁄til (m)

ANEXO I
5,00
4,75

POSTE
4,50
4,25
4,00
3,75
3,50
3,25

DE
3,00
2,75
2,50
2,25
CONCRETO

2,00
1,75
1,50
1,25
1,00
0,75 Poste 300daN Poste 600daN Poste 1000daN
0,50
0,25
0,00
ARQ: RT-2.003.DOC

Página

0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 4500 5000 5500 6000 6500 7000 7500 8000 8500
COM

Momento (daN x m)
14
SE«√O
de
15
AUTOR: Francisco Lourenço da Silva

TÍTULO:
REF:
DATA:agosto/03

CIRCULAR, UTILIZADO EM REDE DE DISTRIBUI«√O


DIMENSIONAMENTO
Momentos M·ximos Conforme NBR - 8452 para Postes Comuns de 12,0 metros

10,00
9,75
9,50
9,25
GERÊNCIA: PLANEJAMENTO E ENGENHARIA

9,00
8,75
8,50
8,25
8,00
7,75
7,50
7,25
7,00
6,75
6,50

DE
6,25
6,00

RT – 2.003
ANEXO II
Altura ⁄til (m)

5,75
5,50

POSTE
5,25
5,00
4,75
4,50
4,25
4,00
3,75
3,50

DE
3,25
3,00
2,75
2,50
CONCRETO

2,25
2,00
1,75
1,50
1,25
1,00 Poste 300daN Poste 600daN Poste 1000daN
0,75
0,50
0,25
0,00
ARQ: RT-2.003.DOC

Página

0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 4500 5000 5500 6000 6500 7000 7500 8000 8500 9000 9500 10000
COM

Momento (daN x m)
15
SE«√O
de
15

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