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ARTIGO: Treinamento para operações de alta complexidade

A Polícia Militar da Bahia, através da Companhia de

Operações Especiais (COE) do Batalhão de Polícia de Choque

(BPChq), criada por Decreto Governamental na década de 80 e

instalada na Antiga Fazenda Caji, no município de Lauro de Freitas-

BA, onde funciona até os dias de hoje, possui em seu quadro

organizacional, efetivo de policiais militares especializados que

compõe o BPChq, policiais voltados para atender ocorrências de

alta complexidade em todo o estado da Bahia, além de demandas

emanadas exclusivamente do Alto Mando Institucional. Para isso, e

com o fito de dar uma resposta especial à sociedade, em

ocorrências críticas, esse efetivo é submetido a um treinamento

específico e critérios para permanecer no exercício da atividade.

Policiais militares se alistam para entrar na COE

voluntariamente — não há obrigatoriedade ou qualquer

recrutamento. Entretanto, todos que desejam entrar na COE, tem

que concluir com êxito o Curso de Operações Policiais Especiais

(COPES). A seleção é rigorosa e exige alto condicionamento físico

e mental, avaliados por uma série de testes físicos e técnicos, nos

quais cerca de 80% dos candidatos são eliminados. Depois desta


fase, são finalmente admitidos como membros da COE,

imediatamente dando início ao treinamento junto com o resto da

equipe e estando sujeitos a um estágio probatório, onde serão

avaliados sua convivência com o grupo, presteza nas ações tático-

policiais e desempenho nos treinamentos ministrados.

O processo de gestão e resolução adequada de situações

críticas que envolvam: resgate de reféns, desativação de artefatos

explosivos, busca e captura de infratores em locais de difícil acesso

e operações de contraterrorismo é baseado no tripé: suporte

logístico apropriado; protocolos operacionais e policiais com

capacitação e habilitação específicas. Portanto, as intervenções

especializadas na Gestão de Eventos de Alto Risco requerem

profissionais que foram treinados e testados em situações

extremas. Assim, se tornam aptos a serem excelentes na promoção

das liberdades e dos direitos fundamentais em todo o território

baiano.

Durante os treinamentos do COPES, os policiais militares

passam por duas fases. Na primeira fase (rural), participam de

aulas práticas e teóricas sobre patrulha rural, sobrevivência e

operações na água (mar), em montanhas (chapada diamantina) e

nos biomas cerrado, caatinga e mata atlântica. Já na segunda fase

(urbana), participam de instruções para atendimento de ocorrências


envolvendo bombas e artefatos explosivos, ações táticas especiais,

atividades em altura, gerenciamento de crises, direitos humanos,

patrulhas urbanas, tiro de precisão (sniper), ações contraterrorismo,

operações helitransportadas, paraquedismo policial, dentre outras.

Sendo assim, a finalidade é: capacitar profissionais de

segurança pública para a realização de atividades e missões que

exijam alto desempenho técnico, tático, físico e psicoemocional, ou

seja, profissionais em condições de integrar grupos de operações

especiais / intervenções táticas e operar em ocorrências policiais de

alta complexidade e alto risco de perda de vidas, aplicando

conhecimentos, habilidades e atitudes relacionados à doutrina de

Operações Especiais.

Finalizando, entendemos que o equacionamento de

ocorrências críticas, suscetíveis de conseqüências mais sérias ou

trágicas, notadamente aquelas de alta complexidade e alto risco,

exige um tratamento estratégico e doutrinário para permitir posturas

administrativas e operacionais baseadas numa racionalização

técnica, de forma a eliminar o improviso no enfrentamento desses

problemas conjunturais graves no campo de Defesa Social do

Estado da Bahia, possibilitando soluções positivas, através de uma

resposta imediata e acertada, sempre com base no Uso

Diferenciado da Força e no respeito aos Direitos Humanos.

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