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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS


PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO

Disciplina: Desenvolvimento urbano e sustentabilidade


Docente: Dra. Daniella Maria dos Santos Dias
Discente: Juliana Coelho dos Santos
Texto: PRADO, André Luiz. Desenvolvimento urbano sustentável: de paradigma a mito. In:
Oculum Ensaios: Revista de Arquitetura e Urbanismo, vol. 12, n. 1, Campinas, pp. 83-97,
Janeiro-Junho 2015. Disponível em: <http://periodicos.puc-
campinas.edu.br/seer/index.php/oculum/article/view/2714>. Acesso em: 01 jul. 2019.
Data: 02/07/2019

Resumo do texto
1. Introdução
O autor ressalta que a ideia de “desenvolvimento sustentável” tem ocupado um lugar
de destaque no campo das discussões urbanas, razão pela qual busca entender este conceito
em relação ao planejamento das cidades e, ainda, a quem ele serve e para quais propósitos.
Dentre as razões que justificam a eficiência do termo em estudo, o autor destaca as
seguintes: 1) os pressupostos do “desenvolvimento sustentável” em prol de ideais nobres e
altruístas; 2) a sua imprecisão e generalidade; e 3) a evolução dos sistemas de comunicação.

2. Desenvolvimento sustentável
Segundo o autor, o conceito de “desenvolvimento sustentável” passou a ter
notoriedade a partir do documento “Nosso Futuro Comum”, de 1988, elaborado pela
Organização das Nações Unidas (ONU) - também conhecido como “Relatório Brundtland”. O
referido relatório definiu o conceito de “desenvolvimento sustentável” de forma imprecisa e
genérica, o que permitiu a consolidação de um consenso em torno do termo.
O tripé conceitual do “desenvolvimento sustentável”, segundo o autor, é formado por
três dimensões, a saber: econômica, ambiental e social. Apesar de se tratar de dimensões
distintas e que constantemente entram em conflito, o autor demonstra que foi possível
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conciliar essas ideias, pois, como dito, o conceito de “desenvolvimento sustentável” é aberto e
vago.
Contudo, o autor constrói uma crítica em torno das disputas teóricas voltadas à
legitimação de diversas interpretações acerca do conceito em estudo, pois provocaram um
processo de esvaziamento científico do termo, o que, por sua vez, permitiu que agentes e
grupos sociais de fora do campo ambiental fizessem uso deste conceito para atender aos seus
propósitos.

3. Desenvolvimento urbano sustentável

O conceito de “desenvolvimento urbano sustentável” é, para o autor, uma contradição


em termos, pois tenta conciliar dois pensamentos antagônicos, a saber: o crescimento da
cidade aliado à ideia de “sustentabilidade”. O ponto de contato entre ambos surgiu a partir do
conceito geral de “desenvolvimento sustentável” e das pressões relacionadas à questão
ambiental, momento em que surge o consenso de que o desenvolvimento urbano também
deveria se pautar na noção de “sustentabilidade”.
Assim sendo, o “desenvolvimento urbano sustentável”, para o autor, incorpora as
questões ambientais, desde que não comprometam o desenvolvimento urbano. Entretanto, a
aplicação do “desenvolvimento sustentável” ao planejamento urbano, que resultou na noção
de “desenvolvimento urbano sustentável”, ampliou as contradições do termo original.
Esse conceito, segundo o autor, também demonstra o verdadeiro sentido da chamada
“modernização ecológica”, que consiste no conjunto de estratégias, com viés neoliberal, que
visam resolver o impasse da questão ambiental sem considerar sua relação com os problemas
sociais. A “modernização ecológica” possui relação direta com a ideia de “gestão racional dos
recursos naturais”, engendrada na matriz da eficiência do “desenvolvimento urbano
sustentável”, e, do mesmo modo, também está relacionada à ideia de “cidades sustentáveis”.

4. Considerações finais

À guisa de conclusão, o autor ressalta que, a despeito da inegável importância do


conceito de “desenvolvimento sustentável”, é necessário compreender que este também
consiste em uma tentativa de minimizar a degradação ambiental causada pelos processos
produtivos, sem ter a pretensão de reformulá-los. Além disso, defende que a ideia de “cidade
sustentável”, em sua essência, continua tendo a mesma formulação de décadas atrás.
Desse modo, o autor entende que, no âmbito do planejamento urbano, o
“desenvolvimento sustentável” está cada vez mais distante, deslocando-se da condição de
paradigma à de mito.
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