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TORRE DE RESFRIAMENTO
1.- INTRODUÇÃO
1
3.- BALANÇO DE MASSA
Sendo:
mar,s vazão de ar seco ao longo da coluna (constante)
m v,i 1, m v,i vazão de vapor de água contido no ar nas posições “i-1” e “i” na coluna, ou
seja, entrando e saindo do volume de controle considerado.
m ag,i , m ag,i 1 vazão de água líquida nas posições “i” e “i-1” na coluna, ou seja, entrando e
saindo do volume de controle considerado.
m a g ,e m a r,s
6 -
5 -
4 - i
3 - i-1
2 -
1 -
0 -
m a r,e m a g ,s
Fig. 1: esquema da torre de resfriamento
2
Dividindo a equação [1] pela vazão de ar seco, e levando em conta a definição de umidade
absoluta, Eq. [2], obtém - se uma expressão mais simples, que pode ser alternativamente utilizada
para analisar o processo na torre:
m ag,i 1 m ag,i
w v,i 1 w v,i [1a]
m ar,s m ar,s
Utilizando a equação [1] (ou [1a]), acima é possível realizar um balanço da transferência de
massa na torre, sendo necessário, para tanto, calcular a vazão de ar seco e a umidade absoluta do ar,
além de medir a vazão de água.
A vazão de ar que entra na torre é medida numa placa orificio ligada a um manômetro de
coluna de água, cuja escala está diretamente calibrada em termos de vazão [m 3/ h] para ar em
condições padronizadas de temperatura e densidade, indicadas na própria escala. Para determinar a
vazão mássica necessária , pode fazer-se:
Var padrao [m 3 / h] p o , To
m ar seco [kgar seco / h] x [3]
v ar umido [m 3 / kgar seco ] p, T
onde:
3
sendo:
Rar 0,2871382 [kPa m 3 / kg K]
sendo
Para se proceder aos balanços de massa e energia na torre de resfriamento, seja em termos
globais ou nas estações intermediárias (atualmente não operacionais), será necessária a
determinação da umidade do ar. Esta umidade absoluta do ar será obtida a partir de medições das
temperaturas de bulbo seco e bulbo úmido. Para tanto pode-se usar o diagrama psicrométrico
equações ou mesmo softwares de cálculo psicrométrico (veja a página de EM847 na rede). Na
seqüência apresentamos as equações. Os conceitos necessários podem serem encontrados no
livro: Moran & Shapiro, 1993, Cap.12: parágrafos 12.6 a 12.10.
mv
w v,i [2]
mar,s
sendo
m v a quantidade de vapor de água [kg/s] contido numa vazão de ar seco de mar,s [kg/s].
Considerando em que a mistura ar + vapor d’água é uma mistura ideal de gases, podemos também
escrever:
Mvp v
w [7]
Mar par
4
onde:
Mv ,Mar pesos moleculares do vapor de água e do ar, respectivamente, e
p v , p ar pressão parcial do vapor d’água e do ar na mistura
pv
w 0,622 [9]
p total p v
A pressão parcial do vapor de água em cada ponto da torre (entrada, saída, pontos
intermediários, etc) é inicialmente desconhecida. Entretanto, pode-se medir as temperaturas de
bulbo seco e bulbo úmido da mistura e recorrer a outro conceito para obter o valor da umidade: o
de processo de saturação adiabática do ar (o processo de saturação de uma corrente de ar
realizado adiabaticamente, isto é, todo calor latente necessário à saturação do ar é fornecido pelo
ar). Aplicando-se este conceito chega- se à seguinte equação para o cálculo da umidade do ar:
Cp,ar
w ws ( Tbs Tbu ) [10]
hlv
onde:
A uma dada temperatura, o ar pode aceitar uma quantidade máxima de vapor de água
misturada com ele. Diz-se então que o ar está “saturado de vapor de água”. Este estado
corresponde a uma pressão parcial do vapor de água na mistura ar + vapor igual à pressão de
equilíbrio, que varia com a temperatura da mistura.
Na determinação da umidade de saturação utiliza-se então a equação geral [9], mas a
pressão de vapor de água deve ser a correspondente à pressão de equilíbrio:
5
p v,s
w s 0,622 [9a]
p total p v,s
A pressão de equilíbrio, p v,s , pode ser lida nas tabelas de equilíbrio de água líquida +
vapor (Moran & Shapiro, 1993), tendo a temperatura como dado de entrada. Ou também pode
ser calculada com a correlação de Antoine (Reid, Prausnitz and Sherwood, 1977), dada abaixo:
B
ln p v,s A [11]
TC
onde:
p v,s [mm hg] pressão de vapor de saturação à temperatura Tbu [K ]
A 18,3036
B 3816,44 [11a]
C 46,13
Deve-se levar em conta que na torre o ar está atuando como um “transportador” de vapor de
água. Conseqüentemente, a sua massa não se modifica ao longo da coluna, mas a massa de vapor de
água na mistura aumenta devido à evaporação da água. A massa de vapor de água na entrada, em
pontos intermediários (medição não realizada atualmente) e na saída da torre será calculada para os
valores correspondentes de temperaturas de bulbo seco e bulbo úmido (utilizando as equações 2 e
10, transcritas abaixo, e os procedimentos recém descritos). Assim:
Cp
m v,i w i m ar seco e w ws Tbs T bu [14]
h lv
6
3.3 - Determinação da vazão de água
Com estas considerações, o balanço de primeira lei num volume de controle genérico (entre a
entrada e a saída da torre, por exemplo) fica reduzido a:
mar,s (h ar,s,i 1 w i 1h v,i 1 ) mag,ih ag,i mar,s (h ar,s,i w ih v,i ) mag,i 1hag,i 1 [15]
sendo:
m ag, i 1 m ag, i
h ar umido, i 1 h ag, i 1 h ar umido, i h ag,i [16a]
m ar,s m ar,s
Observar que nas entalpias acima definida, adotou-se como nível de referência, no caso
da água, água em fase líquida a 0C; e no caso do ar, fase gás a 0C.
7
6.- ANÁLISE TERMODINÂMICA DO PROCESSO
Numa torre de resfriamento a água entra aquecida e o ar à temperatura ambiente. Vamos nos
ater nesta análise às torres que operam em contra-corrente, água descendo e ar subindo. À medida
que desce, a água se resfria; o ar, `medida em que sobe, se umidifica e aquece. Em algum ponto da
torre a água líquida e o ar igualam suas temperaturas: este é o “ponto de estrangulamento” (“pinch
point”) da torre; a partir deste ponto as temperaturas do ar e da água ficam muito próximas, ou seja,
é o ponto em que a torre pára de operar.
Para analisar a operação de transferência de massa, entre as fases líquido e gás em contato, é
útil imaginar uma gota d’água, à temperatura T água, rodeada por uma camada de ar que também está a
Tágua,. A água que evapora da gota transforma-se em vapor nesta camada e depois “migra” para a
corrente de ar na torre. Identifica-se então a “força motriz” do processo de transferência de massa
como:
isto é, a diferença entre a umidade do ar a uma condição ideal de saturação à temperatura da água e
a umidade do ar na condição em que ele se encontra no fluxo principal na torre. Em termos
energéticos, essa mesma força motriz seria:
força motriz termodinâmica do processo = (har umido saturado, Tagua har umido )
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Fig. 2: diagrama do potencial de entalpia do processo.
9
Fig. 3: esquema da torre de resfriamento HILTON.
10
7.- EQUIPAMENTO
A torre de refrigeração HILTON, mostrada num diagrama esquemático na FIG.3, consiste numa
coluna retangular (com o lado da frente transparente) contendo pilhas de bandejas perfuradas de
alumínio expandido, como material de recheio. A água aquecida, a ser resfriada, é distribuída no topo da
torre, e escoa em direção à parte inferior em contracorrente com o fluxo de ar, que entra através de um
“plenum”.
A torre possui um conjunto de resistências para aquecimento da água e um soprador para
insuflar o ar na mesma. Também possui um tanque de alimentação de água de nível constante, que
garante uma vazão permanente. Para evitar que gotas de água sejam arrastadas pela corrente de ar, há
um elemento de retenção (colméia) na parte superior.
As temperaturas nos termopares são lidas em um indicador digital de temperatura e uma chave seletora,
localizados na lateral direita do equipamento. Na FIG. 4 está indicada a posição dos termopares e seu
número na chave seletora.
1. Encha os dois reservatórios dos termopares de bulbo úmido com água destilada.
2. Feche a válvula do sistema de drenagem de água, localizada no lado esquerdo do tanque de coleta de
água, na base.
3. Feche a válvula de controle do fluxo de ar, no painel de instrumentos.
4. Verifique se as chaves elétricas das resistências e do motor elétrico, localizadas na parte posterior da
torre, estão na posição OFF.
5. Verifique se os quatro interruptores do sistema de aquecimento estão desligados (luz do piloto
apagada)
6. Feche a válvula de controle da pistola psicrométrica no painel de instrumentos (não operacional
atualmente).
11
8 (bulbo úmido)
estação 6 9 (bulbo seco)
13
entrada água pistola psicrométrica:
aquecida 5 10 (bulbo úmido)
11 (bulbo seco)
3
posterior: 14
entrada água da rede 2
1
6 (bulbo úmido)
7 (bulbo seco)
estação 0
12
Procedimento de partida:
1. Abra a válvula de suprimento de água (torneira localizada atrás da torre), e deixe encher o tanque de
nível constante até que se perceba que há fluxo através do dreno do tanque de nível constante.
2. Abra a válvula de controle do fluxo de água no painel de instrumentos, até que marque no rotâmetro
uma altura de 25 cm. Aguarde até observar a água passando através das bandejas da torre. Verifique
se para o fluxo indicado ainda há fluxo através do dreno do tanque de nível constante (para
assegurar que a vazão a través da coluna é constante, deve estar sempre sendo descarregada parte da
água de alimentação pelo dreno).
3. Deixe a água encher o tanque coletor na base da torre e passar através do sistema de “overflow”
para o dreno, este “overflow em U” deve ser sempre mantido cheio de água para impedir que o ar
que entra pela base retorne pelo tubo de drenagem.
4. Abra a válvula do tanque na base da torre; para esvazia-lo, ajuste a válvula de drenagem de água de
modo que a mesma cubra o elemento sensível do termopar que mede a temperatura da água na saída,
este termopar deve ficar sempre submerso na água.
5. Ligue ambas chaves de força localizadas atrás da torre.
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6. Ligue o ventilador . O fluxo de ar pode ser ajustado com dois dispositivos: seja diminuindo a entrada
de ar no ventilador ou pelo “by -pass” alocado na tubulação, antes da placa - orifício. Comece com
uma vazão de ar de 350 m3/h.
7. Ligue os aquecedores de água (todos).
Testes
Mantendo a vazão de água constante ao longo da torre, realize três testes para diferentes fluxos
de ar, começando por uma vazão de 350 m3/h. Para os testes sucessivos ajuste a vazão de ar de modo a
obter um “ponto de estrangulamento” de funcionamento da torre em direção a sua base.
Em cada um dos testes terá que efetuar as medições indicadas na PLANILHA em anexo.
Acompanhe seus resultados com a carta psicrométrica em anexo.
Umidade do ar na entrada
O ar que é aspirado pelo soprado é o ar do ambiente; a medição de suas temperaturas de bulbo úmido
e seco deve ser realizada com o psicrômetro disponível no laboratório. Este ponto de medição é o que
podemos chamar de ESTAÇÃO ZERO (talvez fosse mais apropriado estabelecer a Estação Zero como
o ponto do escoamento mais próximo da placa de orifício, pois o soprador aquece o ar. Verifique a
possibilidade). O psicrômetro que temos no laboratório tem dois termômetros e uma ventoinha:
1. Molhe a gaze do termômetro de bulbo úmido e ligue a ventoinha que assopra ar para os bulbos dos
termômetros.
2. Quando a termperatura de bulbo úmido estiver estável, pode-se fazer sua leitura assim como a
temperatura do termômetro de bulbo seco.
13
Se a vazão de água se altera durante o teste, mudando a condição de funcionamento da torre,
o teste não terá validade. Então, durante cada um dos testes verifique sempre que o rotâmetro indica
o mesmo valor.
Procedimento de parada
9.- RELATÓRIO
BIBLIOGRAFIA
Bennett, C.O. and Myers, J.E.; “Fenômenos de Transporte de Quantidade de Movimento Calor e
Massa “, Edit. McGraw - Hill do Brasil Ltda., 1978.
Jones, W.P.; “Engenharia de Ar Condicionado”.
Kreith, F.; “Princípios da Transmissão de Calor”, Edit. Edgard Blücher Ltda.1977.
Moran, M.J. and Shapiro, H.N.; “Fundamentals of Engineering Thermodynamics”, John Wiley &
Sons, Inc., 1993.
Reid, Prausnitz and Sherwood; “The Properties of Gases and Liquids” , Edit. McGraw-Hill Book
Co., 1977.
Stoecker, W.F.; “Refrigeration and Air Conditioning”, Edit. McGraw Hill , 1981.
Threkeld, J.L.; “Thermal Environmental Engineering”; Edit. Prentice Hall Inc.
Treybal, R.E.; “Mass Transfer Operations”; Edit. McGraw Hill Kogakusha Ltda., 1980.
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