Você está na página 1de 16

Modelo de petição inicial de ação

de desconstituição de débito c/c


ação indenizatória por danos
morais
RECOMENDAR5COMENTAR

Publicado por Rafael Siqueira

há 2 anos

4.983 visualizações

EXMO SR. DR. JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO


ESPECIAL CIVEL DA XXX- RJ
XXX, brasileira, divorciada, sem união estável, professora,
portadora da carteira de Identidade nº XXX, expedida pelo
IFP/RJ, inscrita no CPF nº xxx, residente e domiciliada na
xxxx, na cidade de xxxx, RJ, CEP: xxxx, vem, perante Vossa
Excelência, por meio de seu advogado que a esta subscreve,
com endereço profissional na Avenida Treze de Maio, nº 23,
sala 1936, Centro, Rio de Janeiro/RJ, CEP: 20031-007, local
que indica para receber as intimações e notificações de praxe,
conforme artigo 287 do NCPC , propor a presente:
AÇÃO DE DESCONSTITUIÇÃO DE DÉBITO C/C AÇÃO
INDENIZATÓRIA POR DANOS MORAIS
em face da CLARO S/A, CNPJ 40.432.544/0001-47, situada
na Rua Florida, nº 1970, Cidade Moções – São Paul/SP CEP:
04565-001, pelos motivos abaixo aduzidos.
1 - DOS FATOS
Em 10 de Julho de 2015, a Autora foi surpreendida com a
ligação da Ré que a informou que havia um débito em nome da
Autora a respeito de uma linha telefônica xxxx, desde fevereiro
de 2015, no valor de R$90,00 (noventa reais) na qual nunca a
mesma nunca recebeu.
Ocorre que a Autora desconhece a citada cobrança, assim como
qualquer débito em seu nome, visto que somente possui e uma
linha de prestação de serviços com a empresa Ré.

Destarte, a Autora explicou que não tinha mais uma linha da


Ré em seu nome, e que, portanto, devia se tratar de uma
fraude.

A Autora fez conforme orientação informou o


ocorrido através dos protocolos abaixo, e contestou a
cobrança mais uma vez. Em resposta a Ré informou o
número da linha que constava em nome da Autora, e
solicitou que esta enviasse para um e-mail da Ré:
cópia de documentos de identificação, comprovante
de residência, autenticados com reconhecimento de
firma, juntamente com declaração de próprio punho
com duas assinaturas com informação de não
reconhecimento da linha.
PROTOCOLOS
DATA
2015423446888
11/07/2015
201507311611079415
31/07/2015 ANATEL
2015434196229
02/09/2015
2015434203107
02/09/2015
2015434199478
02/09/2015
Posteriormente, a Autora recebeu em sua residência,
comunicado de cobrança do débito com a ameaça de inclusão
de número de CPF nos cadastros restritivos ao crédito. (doc.
Em anexo).

Código da Conta

Valor em aberto
Vencimento

000000264993288

R$141,89

10/09/2015

Tenha-se presente que a Autora ficou pensando sobre


o caso, e diante da fraude, a Ré não passou-lhe
confiança para que lhe enviasse cópias de seus
documentos, e além disto pagar por autenticação,
reconhecimento de firma, e deste modo realizou novo
contato informando que não poderia enviar a
documentação solicitada, e arcar com o ônus de
provar que não contratou a linha.
No entanto, a Autora não conseguiu qualquer elucidação ao
caso em tela por parte da Ré, que ainda ameaçou a Autora de
incluir o seu número de CPF nos cadastros restritivos ao
crédito, e após a Autora retrucar a informação.

Diante do caso ora apresentado, e uma vez tendo informado o


problema a empresa a Ré, sem qualquer solução, a Autora
recorre a este juízo no sentido de ter os seus direitos
assegurados.

O presente litígio trazido à apreciação de V. Exa., está gerando


inúmeros desconfortos e transtornos à autora, portanto, vem
através desta via judicial buscar a justa reparação pelo dano
moral sofrido e pleitear a medida necessária para dar fim ao
indevido abalo de crédito promovido pela ré.

2 - DA FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO E DA


RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA:
O código de Defesa do Consumidor no seu art. 20, protege a
integridade dos consumidores
Art. 20. O fornecedor de serviços responde pelos
vícios de qualidade que os tornem impróprios ao
consumo ou lhes diminuam o valor, assim como por
aqueles decorrentes da disparidade com as indicações
constantes da oferta ou mensagem publicitária,
podendo o consumidor exigir, alternativamente e à
sua escolha:
§ 2º São impróprios os serviços que se mostrem
inadequados para os fins que razoavelmente deles se
esperam, bem como aqueles que não atendam as
normas regulamentares de prestabilidade.
A Carta Política da República, no seu art. 37, § 6º, levante o
Princípio da Responsabilidade Objetiva, pelo qual o dever de
indenizar encontra amparo no risco que o exercício da
atividade do agente causa para terceiros, em função do
proveito econômico daí resultante, senão vejamos:
Art. 37, § 6º. As pessoas jurídicas de direito público e
as de direitos privado prestadoras de serviços
públicos responderão pelos danos que seus agentes,
nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o
direito de regresso contra o responsável nos casos de
dolo ou culpa. (grifei).
Neste sentido, estabelece o art. 14 do Código de Defesa do
Consumidor que:
Art. 14. O fornecedor de serviços responde,
independentemente da existência de culpa, pela
reparação dos danos causados aos consumidores por
defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como
por informações insuficientes ou inadequadas sobre
sua fruição e riscos.
Assim, é insofismável que a Ré feriu os direitos da
consumidora ao agir com total descaso, desrespeito e
negligência, interrompendo injustificadamente, sem relação
alguma com a consumidora, os serviços de ordem essencial,
configurando má prestação de serviços, o que causou danos de
ordem domiciliar, social e profissional, que está sendo
impedida de se comunicar por meio de seu principal meio de
comunicação, qual seja, telefonia móvel, pois nem todos os
seus contatos, possuem linha da Ré, caracterizando assim, a
falha na prestação de serviços.
Deste modo, amparado pela lei, doutrina e jurisprudência
pátria, a consumidora deverá ser indenizada pelos danos que
lhe forem causados.

3 – DO DANO MORAL
Vislumbra-se no caso em tela, a conduta abusiva da Ré em
impor um débito ao qual a Autora não deu causa, visto que é
um despropósito haver cobrança por prestação de serviços
inexistente, agindo assim a Ré de forma desleal e contrária
ao código de proteçâo e defesa do consumidor, consoante
disciplina os arts. 4º, III, 39, III, IV, V, VI, e XII, todos deste
diploma legal.
Nesse lanço, são vedadas as obrigações iníquas, injustas,
contrárias a equidade; abusivas, que desrespeitem valores da
sociedade ou que ofendam o princípio da boa fé objetiva, como
a falta de cooperação, de lealdade, quando frustra a legítima
confiança criada pelo consumidor e a equidade, ou seja, a
justiça do caso concreto.

Destarte, diante do caso concreto e da violação de tais


princípios, requer a aplicação da medida cabível, não podendo
deste modo, a Autora arcar com os erros da Ré, assumindo
uma obrigação excessivamente onerosa, vez que não é
possuidora de dessa linha telefônica fixa da Ré.

Diante dos fatos acima relatados, mostra-se patente a


configuração dos danos morais sofridos pela Autora, na qual
está sendo cobrada por um serviço de telefonia não contratado.

A Magna Carta em seu art. 5º consagra a tutela do direito à


indenização por dano material ou moral decorrente da violação
de direitos fundamentais, tais como a intimidade, a vida
privada e a honra das pessoas:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de


qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e
à propriedade, nos termos seguintes:
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao
agravo, além da indenização por dano material, moral
ou à imagem;
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a
honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a
indenização pelo dano material ou moral decorrente
de sua violação;
Outrossim, o art. 186 e o art. 927, do Código Civil de 2002,
assim estabelecem:
“Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária,
negligência ou imprudência, violar direito e causar
dano a outrem, ainda que exclusivamente moral,
comete ato ilícito.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187),
causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.”
Também, o Código de Defesa do Consumidor, no seu art. 6º,
protege a integridade moral dos consumidores:
Art. 6º - São direitos básicos do consumidor:
VI – a efetiva prevenção e reparação de danos
patrimoniais e morais, individuais, coletivos e
difusos.
É importante frisar, que a Ré é reincidente em problemas de
cobrança indevida, conforme pode ser comprovado pelas
reportagens veiculadas pelos meios de comunicação nacional
das decisões judiciais, bem como, junto ao “sítio” do Tribunal
de Justiça do Rio de Janeiro.

5 - DO QUANTUM INDENIZATÓRIO:
No que concerne ao quantum indenizatório, forma-se o
entendimento jurisprudencial, mormente em sede de dano
moral, no sentido de que a indenização pecuniária não tem
apenas cunho de reparação de prejuízo, MAS TAMBÉM
CARÁTER PUNITIVO OU SANCIONATÓRIO, PEDAGÓGICO,
PREVENTIVO E REPRESSOR: a indenização não apenas
repara o dano, repondo o patrimônio abalado, mas também
atua como forma educativa ou pedagógica para o ofensor e a
sociedade e intimidativa para evitar perdas e danos futuros.

Impende destacar ainda, que tendo em vista serem os direitos


atingidos muito mais valiosos que os bens e interesses
econômicos, pois reportam à dignidade humana, a intimidade,
a intangibilidade dos direitos da personalidade, pois abrange
toda e qualquer proteção à pessoa, seja física, seja psicológica.
As situações de angústia, paz de espírito abalada, de mal estar
e amargura devem somar-se nas conclusões do juiz para que
este saiba dosar com justiça a condenação do ofensor.

Conforme se constata, a obrigação de indenizar a partir do


dano que a Autora sofreu no âmbito do seu convívio domiciliar,
social e profissional, encontra amparo na doutrina, legislação e
jurisprudência de nossos Tribunais, restando sem dúvidas à
obrigação de indenizar da Promovida.

Assim sendo, deve-se verificar o grau de censurabilidade da


conduta, a proporção entre o dano moral e material e a média
dessa condenação, cuidando-se para não se arbitrar tão pouco,
para que não se perca o caráter sancionador, ou muito, que
caracterize o enriquecimento ilícito.

Portanto, diante do caráter disciplinar e desestimulador da


indenização, do poderio econômico da empresa promovida,
das circunstancias do evento e da gravidade do dano causado à
autora, mostra-se justo e razoável a condenação por danos
morais da Ré num quantum indenizatório de R$ 15.000,00
(quinze mil reais).
6 - DOS PEDIDOS:
- Diante do exposto, requer a Vossa Excelência que se digne
em:

a) Determinar a citação da requerida no endereço supracitado,


na pessoa de seu representante legal na forma dos
artigos 18 e 19 da Lei 9.099 de 1995, sob pena de revelia;
b) Condenar exemplarmente a Ré a pagar à autora o valor de
R$ 15.000,00 (quinze mil reais), a título de indenização por
danos morais, face aos transtornos experimentados, não
somente em caráter punitivo, bem como, em caráter
preventivo-pedagógico.
c) Determinar o cancelamento da linha xxxxx, objeto da causa
de pedir, e consequentemente, de TODO E QUALQUER
DÉBITO EM NOME DA AUTORA, bem como, ABSTER-SE DE
ENVIAR novas cobranças, ou impor qualquer outra sanção,
sob pena de multa a ser arbitrado por este Douto Juízo no caso
de descumprimento;

d) A inversão do ônus da prova de acordo com o art 6º, VIII da


lei 8078/90 ante a verossimilhança das alegações e da
hipossuficiência técnica da autora.
e) Seja a empresa ré condenada a abster-se de incluir o nº do
CPF da Autora nos cadastros restritivos ao crédito, sob pena de
multa diária a ser arbitrada por este juízo;

7 - DOS MEIOS DE PROVA.


Protesta por todos os meios de prova admitidas em direitos,
documental, testemunhal, depoimento pessoal da requerida,
sob pena de confesso.

8 - DO VALOR DA CAUSA.
Dá-se a causa o valor de R$ 15.000,00 (quinze mil reais)

Nestes termos,

P. Deferimento.

Local e data

Rafael Siqueira Leite

OAB/RJ nº 189.991
Ação declaratória de inexistência
de débito c/c indenização por
danos morais
RECOMENDAR23COMENTAR
2

Publicado por João Beltrão & Advogados

há 4 anos

97,8K visualizações

EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA


CÍVEL DA COMARCA DE JOÃO PESSOA - PARAÍBA
JUSTIÇA GRATUITA
(10 espaços)
FERNANDA XXXXXX XXXXXXXX
xXXXXXXX, brasileira, casada, comerciante, inscrita no CPF
sob o nº XXX. XXXX. XXX-XX, residente e domiciliada na Rua
XXXXXXXXXXXXXXXXXX, vem, através de seu procurador
infra assinado, conforme instrumento procuratório em anexo
(doc. 01), cujo endereço parar receber intimações e
notificações de estilo é a
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX, perante
Vossa Excelência, com fulcro na Constituição Federal,
no Código de Defesa do Consumidor e no Código de Processo
Civil, ajuizar a presente Ação declaratória de inexistência
de débito c/c indenização por danos morais em face
de TNL PCS S/A - Operadora “Oi”, sociedade anônima
fechada inscrita no CNPJ sob o nº 05.423.963/0001-11,
podendo ser encontrada e citada no St Setor Comercial Norte
S/N – Asa Norte, Brasília – DF, CEP 70713900, de acordo com
as razões fáticas e jurídicas a seguir expostas.
1. DOS BENEFÍCIOS DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA
GRATUITA
A nossa Carta Magna assegura às pessoas o acesso ao
Judiciário, senão vejamos:
“CF/88 – Art. 5º - LXXIV - o Estado prestará assistência
jurídica integral e gratuita aos que comprovarem
insuficiência de recursos”.

Neste caminho, a Lei 1.060/50 também garante a assistência


judiciária à parte processual, verbis:
“Art. 4º. A parte gozará dos benefícios da assistência
judiciária, mediante simples afirmação, na própria petição
inicial, de que não está em condições de pagar à custa do
processo e os honorários de advogado, sem prejuízo próprio
ou de sua família”.

Verifica-se, pois, do cotejo dos dispositivos legais acima


transcritos, com a declaração de hipossuficiência financeira,
que a promovente tem direito e requer os benefícios
da JUSTIÇA GRATUITA, pois não possui condições para,
arcar com as custas do processo em comento.
2. DOS FATOS
A promovente foi cliente da demandada durante alguns anos
até que decidiu mudar de operadora e em 05/06/2014 foi a
uma loja da Claro, comprou um Chip e realizou a portabilidade
da Oi para a Claro (vide documento em anexo), ocasião em que
foi informada que não haveria necessidade de cancelar o plano
da Oi, pois assim que fosse concluída a operação, o
cancelamento seria automático.
Registre-se que a partir da data que comprou o chip, a autora
não realizou mais ligações pela Oi, até porque nem funcionava
mais, uma vez que a demandante recebeu um chip provisório
da Claro enquanto a operação fosse finalizada.
No dia 11/06/2014 ocorreu de fato a portabilidade, mas a
autora se surpreendeu no dia 11/07/14, eis que chegou uma
fatura no valor de R$ 111,34 (cento e onze reais e trinta e
quatro centavos) e decidiu ligar para o numero da Oi (*1057 –
Protocolo nº 201400112661342) para relatar tudo, ocasião
em que Vera (funcionária) confirmou a portabilidade e disse
que iria passar para o setor do cancelamento e, quando a
promovente falou com o atendente, este informou que não
havia sido concluída a portabilidade por parte da Oi.
Irresignada, após uma longa ligação recebeu a informação do
funcionário da Oi que iria determinar ao setor competente para
tentar realizar novamente o cancelamento, para finalizar a
operação, mas a verdade é que até o presente momento não foi
feito, uma vez que as cobranças (faturas mensais em anexo) e
ligações telefônicas da Oi, que muitas vezes ocorrem em
situações constrangedoras, continuam, o que acarreta stress,
perda de tempo e de dinheiro à promovente.

Eis, portanto, os fatos.

3. APLICAÇÃO DO CÓDIGO DE DEFESA DO


CONSUMIDOR
No caso em apreço é indiscutível a aplicação do CDC, uma vez
que toda a técnica de manejo da portabilidade e suas vertentes
é de responsabilidade exclusiva das operadoras de telefonia,
sendo os consumidores partes hipossuficientes no que se refere
à técnica deste tipo de serviço.
Apesar de o CDC ser favorável aos consumidores, em face da
outorga da hipossuficiência técnica e econômica, o que se
percebe do caso é que todas as provas estão nos autos,
restando apenas a este nobre julgador analisá-las, determinar o
procedimento de praxe e dar total procedência à ação.
Assim, considerando os fatos e provas existentes nos autos,
requer-se a aplicação do Código de Defesa do Consumidor ao
presente caso, mais precisamente dos Arts. 2º, 3º, 6º, 14º,
dentre outros.
3.2 DA DECLARAÇÃO DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO
Pela narrativa dos fatos se percebe que a promovente está
supostamente em débito há 03 (três) meses com a parte
demandada, o que é inverídico, haja vista que desde Junho do
corrente ano efetuou a portabilidade, não sendo mais cliente
da “Oi”.

Além disso, a própria funcionária confirmou que por


culpa exclusiva da promovida não foi concluída a
portabilidade pela Oi, o que certamente é a causa de todas as
cobranças indevidas.
Registre-se que a promovida vem cobrando da autora o valor
total de R$ 211,28 (duzentos e onze reais e vinte e oito
centavos) referentes aos meses de Junho, Julho e Agosto – em
anexo, inclusive a demandante corre o risco de ser inscrita
negativamente nos órgãos de proteção ao crédito

Desse modo, requer-se a Vossa Excelência (1) a declaração de


inexistência de débito das cobranças até então feitas pelas
promovida (em anexo) e também (2) das que por ventura
vierem posteriormente ao ajuizamento da presente ação,
julgando totalmente procedente a ação.

3.3. DA INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS


Nobre Juiz, conforme exposto nessa peça, a promovida além de
cobrar valores de forma incorreta, persistiu no erro e ficou
ligando diversas vezes para a promovente, cobrando tais
valores, enquanto a autora explicava que já tinha feito a
portabilidade e que a Oi deveria ter finalizado a operação, que
era sua obrigação contratual.

Além das cobranças, a promovente teve que ligar para a Oi


explicando o motivo, por várias vezes e, antes mesmo de iniciar
qualquer conversa, ao solicitar o número de protocolo das
ligações, algumas ligações caíram.

Destaca-se, ainda, que esses dissabores se deram por várias


vezes, haja vista que o problema não foi
solucionado, persistindo até o presente momento, pois
no dia 03/09/2014 a promovente recebeu novamente uma
fatura cobrando valores indevidos.
É cediço que a reparabilidade do dano moral, alçada ao plano
constitucional, no artigo 5º, incisos V e X da Carta Política, e
expressamente consagrada na lei substantiva civil, em seus
artigos 186 c/c 927, exige que o julgador, valendo-se de seu
bom senso prático e adstrito ao caso concreto, arbitre, pautado
nos princípios da razoabilidade e proporcionalidade, um valor
justo ao ressarcimento do dano extrapatrimonial.
O dano moral causado à autora deve ter a sua reparabilidade
plena, de molde a compensar os valores atingidos pelo evento
danoso, servindo também de desestímulo à prática de atos
ilícitos semelhantes, encontrando amparo desde a
nossa Carta Magna até à profusa legislação infra-constitucional
(Art. 927, CC e Art. 5º, inc. V, X da Constituição
Federal), verbis:
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar
dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.

CF, “art. 5º, inciso X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem
das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente
de sua violação”.
O novel Diploma Civil, em seu art. 186, também assegura a
devida reparação pelos danos causados:

“Art. 186 – Aquele que, por ação ou omissão voluntária,


negligência, ou imprudência, violar direito, ou causar
prejuízo a outrem, fica obrigado a reparar o dano”.

Pois bem, Douto Julgador, no caso em comento não há a


mínima dúvida de que a promovente sofreu danos morais em
razão de uma falha na prestação do serviço pela promovida Oi.

E uma vez verificado o dano, prevalece o princípio da


responsabilidade objetiva, na qual se entende ser do
fornecedor de serviço, o dever de sanar o prejuízo sofrido pelo
consumidor.

Desta forma, resta patente que a superveniência do sentimento


de frustração, impotência e injustiça, assim como o
constrangimento que foi imposto (cobranças indevidas,
inclusive durante o expediente de
trabalho), ultrapassaram o liame entre o mero aborrecimento
e a ocorrência de uma lesão, ficando caracterizado o dano
moral, que como já mencionado, reclama a devida reparação.
Vejamos o entendimento jurisprudencial a respeito do tema:

RECURSO INOMINADO. CONSUMIDOR. AÇÃO DE


INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS.
CONSUMIDOR. PORTABILIDADE NÃO
CONCLUIDA. COBRANÇAS INDEVIDAS. DANOS
MORAIS CONFIGURADOS. QUANTUM INDENIZATÓRIO
MANTIDO. Sustentou o autor que em abril/2012 recebeu a
proposta para efetuar a portabilidade das linhas 9956 6256 e
9846-0636 para a requerida, no valor mensal de R$ 49,90.
Todavia, a portabilidade não foi concretizada sob a alegação
de que seria necessário que o consumidor se dirigisse até
estabelecimento da requerida. Assim, o demandante solicitou
o cancelamento do seu pedido, consoante números de
protocolos que constam à fl. 07. Ocorre que, em que pese o
pedido de cancelamento, teve o autor seu nome foi inscrito em
órgão de proteção de crédito, fl. 04. Diante de tais alegações,
cabia à demandada, ora recorrente, comprovar a origem dos
débitos que originaram a inscrição negativa, o que não logrou
fazer. Também não trouxe aos autos comprovação do efetivo
uso das linhas ou de que os protocolos informados não
existem, mediante telas do sistema, tampouco o áudio dos
protocolos informados. No que tange aos danos morais, estes
decorrem do indevido cadastramento do nome do
demandante junto a órgão de devedores, o que gera o
chamado dano moral puro que prescinde da comprovação do
efetivo prejuízo. Em relação ao quantitativo
indenizatório fixado em R$ 6.780,00, tem-se que não
comporta redução, pois de acordo com os princípios
da razoabilidade e proporcionalidade, bem como
porque de acordo com os parâmetros adotados pelas
Turmas Recursais em demandas análogas. RECURSO
IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA. (Recurso Cível Nº
71005024617, Segunda Turma Recursal Cível, Turmas
Recursais, Relator: Roberto Behrensdorf Gomes da Silva,
Julgado em 27/08/2014)
(TJ-RS - Recurso Cível: 71005024617 RS, Relator: Roberto
Behrensdorf Gomes da Silva, Data de Julgamento:
27/08/2014, Segunda Turma Recursal Cível, Data de
Publicação: Diário da Justiça do dia 01/09/2014).

E mais:

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS


MORAIS. PORTABILIDADE. DANOS MORAIS
CONFIGURADOS. REFORMA DA SENTENÇA. A instituição
ré não se desincumbiu de seu ônus processual quanto à prova
de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do
autor (artigo 333, II, do CPC). - Não tendo comprovado a
empresa telefônica a ocorrência de qualquer das
possíveis excludentes de sua responsabilidade, resta
demonstrada a falha do serviço do próprio
apelante. - A responsabilidade do agente causador do dano
moral opera-se por força do simples fato da violação.
Verificado o evento danoso, surge a necessidade da
reparação, independentemente da prova do prejuízo. -Assim
restam configurados os danos morais experimentados. -O
juiz, ao arbitrar o dano moral, deve pautar-se pela
reprovabilidade da conduta ilícita, pela duração e intensidade
do sofrimento da vítima e, igualmente, pela capacidade
econômica do responsável pela conduta lesiva e pelas
condições pessoais do ofendido, em respeito ao artigo 5º, V,
da CRFB/88. Pelo que verificado dos autos, entendo ser
minorada o valor fixado para a quantia de R$2.000,00 (dois
mil reais), para cada Apelado em observância aos princípios
informadores acima. -Refoma parcial da sentença. DÁ-SE
PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO, NA FORMA DO
ART. 557, § 1º-A, CPC.
(TJ-RJ - APL: 02337765320108190001 RJ 0233776-
53.2010.8.19.0001, Relator: DES. TEREZA CRISTINA
SOBRAL BITTENCOURT SAMPAIO, Data de Julgamento:
06/11/2013, VIGÉSIMA SÉTIMA CÂMARA CIVEL/
CONSUMIDOR, Data de Publicação: 06/12/2013 13:25).

Por fim, comprovado o nexo de causalidade entre a conduta da


promovida e os danos que são presumíveis, requer-se a
condenação da promovida ao pagamento de uma indenização
no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais) a fim de reparar a
autora e desestimular práticas semelhantes, conforme
preconizam as leis.

4. DOS PEDIDOS
Ante o exposto, requer-se a Vossa Excelência o recebimento,
processamento da presente peça postulatória e, ainda:
a) O deferimento do pedido de assistência judiciária gratuita,
na forma legal;
b) A citação da promovida no endereço preambular para,
querendo, apresentar defesa, sob as advertências legais;
c) A inversão do ônus da prova, nos termos do Código de
Defesa do Consumidor;
d) Ao final, a TOTAL PROCEDÊNCIA da presente ação, a
fim de declarar a inexistência do débito dos meses de
Junho, Julho e Agosto de 2014 e também dos que
porventura continuarem a vir;
e) A condenação da promovida ao pagamento de uma
indenização por danos morais no valor de R$ 10.000,00
(dez mil reais) em razão das cobranças – ligações pelo
celular e boletos de cobrança – indevidas;
f) A condenação da promovida em honorários sucumbenciais a
serem fixados na proporção de 20% sobre o valor da causa.
Protesta provar o alegado através de todos os meios de prova
em direito permitidos, bem como a juntada posterior de novos
documentos e demais provas.

Atribui-se à causa o valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais) para


efeitos meramente fiscais.

Termos em que pede e espera deferimento.

João Pessoa, 04 de setembro de 2014.

JOÃO LUIZ LEITE BELTRÃO


OAB/PB 17.275

Você também pode gostar