INTRODUÇÃO
As estruturas dos seres vivos e suas respectivas funções estão intimamente integradas de forma
a manter o meio interno constante, dentro de certos limites. Essa tendência à estabilidade do meio
interno dos organismos é o que se denomina homeostase (do grego: hómoios = de mesma natureza;
stásis = estabilidade).
Vamos, a partir deste módulo, explorar um pouco mais a anatomia e a fisiologia animal
considerando as seguintes funções e interações entre elas:
respiração: dessa função participam as estruturas relacionadas com as trocas gasosas com o
meio externo;
regulação: dessa função participam as estruturas relacionadas com o controle dos processos
internos do corpo envolvendo os sistemas nervoso e endócrino.
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ALIMENTOS E NUTRIENTES
Nutrição pode ser definida como o conjunto de processos que vão desde a ingestão do alimento
até a sua assimilação pelas células. A nutrição envolve, portanto, a digestão das moléculas orgânicas
que compõem os alimentos e a absorção, pelas células corporais, dos produtos resultantes. A espécie
humana tem nutrição heterotrófica, pois ela se alimenta à custa de outros organismos, e é onívora (do
latim omnis, tudo, e voros, comer), pois sua alimentação é variada, constituindo-se tanto de produtos de
origem animal como de origem vegetal.
Os tipos e as quantidades de alimento que ingerimos compõem a dieta, que precisa conter
carboidratos, lipídios, proteínas, sais minerais, vitaminas e água. Essas substâncias, chamadas
genericamente de nutrientes, constituem as fontes de energia e de matéria-prima para o
funcionamento de nossas células.
TIPOS DE NUTRIENTES
As proteínas que ingerimos fornecem grande parte dos aminoácidos que nossas células utilizam
para a fabricação de suas próprias proteínas. Uma vez que essas substâncias são os principais
constituintes estruturais de nosso corpo, costuma-se dizer que proteínas são nutrientes plásticos.
Carnes, ovos, soja e feijão, entre outros, são alimentos ricos em proteínas.
Glicídios (carboidratos) e lipídios são nutrientes orgânicos cuja principal função é fornecer
energia às células; por isso, eles são chamados de nutrientes energéticos. Alimentos ricos em
glicídios são o mel (contém glicose), o açúcar de cana (contém amido). Alimentos ricos em lipídios são
a manteiga, o toucinho e as carnes gordas, que contêm glicerídios sólidos (gorduras), além das
sementes de plantas como o amendoim e a soja, ricos em glicerídios líquidos (óleos).
Sais minerais são nutrientes inorgânicos que fornecem elementos químicos importantes como
cálcio, fósforo, ferro e enxofre, entre outros. Exemplo de sais minerais são os cloretos (de sódio, de
cálcio, de magnésio, férrico etc.) e os fosfatos (de cálcio, de magnésio etc). O cálcio é um elemento
químico de fundamental importância, por participar da estrutura dos ossos e de reações químicas
essenciais ao funcionamento das células. O ferro, presente na hemoglobina do sangue, é responsável
pelo transporte de gás oxigênio para as células. O fósforo faz parte das moléculas de ATP,
responsáveis pelo fornecimento de energia a todas as reações químicas fundamentais à vida.
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A água, embora não seja propriamente um nutriente, é fundamental à vida: todas as reações
químicas vitais ocorrem no meio aquoso do interior das células. Além de ser ingerida na forma líquida, a
água também é ingerida quando nos alimentamos, pois faz parte da composição da maioria dos
alimentos.
• Nutrientes essenciais
O organismo humano é capaz de sintetizar grande parte das substâncias de que necessita, pela
transformação química dos nutrientes ingeridos como alimento. Determinadas substâncias nutritivas,
porém, não são produzidas pelo nosso corpo, que as obtém prontas no alimento. É o caso das
vitaminas, como já mencionamos. Substâncias desse tipo são genericamente denominadas nutrientes
essenciais. Além das vitaminas, outros exemplos de nutrientes essenciais são certos aminoácidos que
nossas células não conseguem produzir, sendo por isso, denominados, aminoácidos essenciais.
As células humanas são incapazes de fabricar oito dos vinte tipos de aminoácidos que compõem
as proteínas (isoleucina, leucina, valina, fenilalanina, metionina, treonina, triptofano e lisina); recém-
nascidos, além desses oito, também não conseguem sintetizar histidina. Os aminoácidos essenciais aos
seres humanos devem ser obtidos a partir da ingestão de alimentos ricos em proteína. As principais
fontes alimentares de aminoácidos essenciais são a carne, o leite, os queijos e outros alimentos de
origem animal. Alimentos de origem vegetal geralmente são deficientes em um ou alguns aminoácidos
essenciais. Pessoas vegetarianas, entretanto, poderão obter todos os aminoácidos essenciais se
fizerem a combinação correta dos vegetais utilizados na alimentação.
O organismo humano precisa receber um fornecimento constante de energia para manter suas
atividades vitais. A energia que supre nossas necessidades metabólicas é obtida por meio da
respiração celular, processo em que moléculas orgânicas são oxidadas, liberando grande parte da
energia que contêm.
A energia contida nos alimentos é geralmente medida em quilocalorias (kcal). Um grama de gordura,
por exemplo, é capaz de liberar, durante a respiração celular, uma quantidade de energia equivalente a 9,5
kcal. Um grama de glicídio ou de proteína, por sua vez, liberam em torno de 5 kcal.
A quantidade de energia que uma pessoa em repouso gasta para manter suas atividades vitais
constitui sua taxa metabólica basal. A quantidade de energia necessária à realização de todas as
atividades do organismo constitui a taxa metabólica total. Essas taxas são expressas em calorias
consumidas por unidade de tempo.
A taxa metabólica basal é semelhante em indivíduos de mesma faixa etária. A taxa metabólica
total, entretanto, varia de acordo com as características e o grau de atividade de cada um. A taxa
metabólica basal de uma pessoa jovem é cerca de 1.600 kcal por dia. A taxa metabólica total pode estar
em torno de 2.000 kcal por dia, se a pessoa levar uma vida sedentária, ou em mais de 6.000 kcal por
dia, se ela for um atleta.
• Reservas energéticas
Parte das moléculas orgânicas que ingerimos é convertida inicialmente em glicose e, em seguida,
em glicogênio. Este é um polissacarídio formado por centenas de moléculas de glicose unidas em
sequência. O glicogênio é armazenado no interior das células dos músculos e do fígado. Uma pessoa
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bem alimentada geralmente armazena glicogênio até suprir as necessidades energéticas de um dia. Os
excessos são transformados em gordura e armazenados no tecido adiposo.
Uma dieta pobre leva o organismo a utilizar suas substâncias de reserva. Em primeiro lugar, é
utilizado o glicogênio; quando este se esgota, o organismo passa a utilizar a gordura armazenada nas
células adiposas. Uma pessoa bem alimentada tem estoque de gorduras suficiente para algumas
semanas.
A quantidade mínima de alimentos que uma pessoa adulta necessita ingerir deve ser suficiente
para fornecer, em média, cerca de 1.300 kcal/dia. Essa dieta calórica mínima é denominada dieta
protetora; se a pessoa ingerir menos do que essa quantidade, passará a apresentar sintomas de
subnutrição. Além do conteúdo energético, a dieta deverá fornecer também os diferentes tipos de
nutrientes essenciais ao bom funcionamento do organismo. Chama-se dieta balanceada aquela que
fornece a uma pessoa adulta a quantidade de energia de que ela necessita (aproximadamente 3.000
kcal/dia), distribuída entre 50% e 60% de glicídios (carboidratos), 25% e 35% de gorduras e 15% e 25%
de proteínas.
A dieta balanceada varia em composição e valor calórico de acordo com a idade e o grau de
atividade da pessoa. A boa nutrição consiste em combinar variedade e quantidade adequadas de
alimentos à idade e ao grau de atividade física de cada um. Embora os conhecimentos básicos e o bom
senso sejam suficientes para que uma pessoa saiba alimentar-se bem, nutricionistas e médicos são os
profissionais mais capacitados para orientar a dieta de pessoas muito gordas ou muito magras, sinais
de que a alimentação pode não estar adequada às suas necessidades.
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CAPÍTULO
2 SISTEMA DIGESTÓRIO
ANATOMIA
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FISIOLOGIA DA DIGESTÃO
A digestão é a transformação de alimentos em moléculas simples que podem ser absorvidas pela
célula. Isso é realizado por processos mecânicos e químicos.
a) Insalivação (boca).
b) Quimificação (estômago).
c) Quilificação (intestino).
DIGESTÃO BUCAL
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A saliva, secretada por três pares de glândulas salivares (parótidas, submandibulares e
sublinguais), contém água, íons e a enzima amilase salivar ou ptialina. A água umedece o alimento. A
ptialina transforma amido em maltose.
A língua direciona o bolo alimentar para a faringe e o esôfago. A faringe é um conduto pequeno
que abre-se a traqueia, por onde o ar da respiração entra. Quando o alimento se dirige ao esôfago, a
epiglote fecha a entrada da traqueia, e, quando o ar entra ou sai pela traqueia, a epiglote fecha a
entrada do esôfago.
O esôfago é um tubo muscular que liga a faringe ao estômago. Nele, não há digestão, apenas
secreção de muco. O bolo alimentar progride por contrações chamadas movimentos peristálticos,
sucessivas ondas de contração do tubo digestório que empurram o bolo alimentar além do esôfago até
o intestino grosso.
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A principal enzima do suco gástrico é a pepsina, uma protease (enzima que digere proteínas)
produzida na forma inativa de pepsinogênio. Pela ação do ácido clorídrico, o pepsinogênio transforma-
se em pepsina e começa a quebrar as ligações químicas entre certos aminoácidos das proteínas
(principalmente tirosina e fenilalanina). A proteína é então fragmentada em moléculas menores, os
peptídios.
Observe que se a pepsina fosse produzida em sua forma ativa ela promoveria a digestão
das proteínas do interior das células responsáveis por sua própria produção.
Além da pepsina, há no suco gástrico uma pequena quantidade da enzima lipase, com pouca
atuação sobre os lipídios — o grau de digestão dessas moléculas no estômago é praticamente nulo.
Existe também uma enzima — a renina — encontrada em mamíferos de pouca idade, que
determina a coagulação do leite, facilitando a ação da pepsina.
A digestão dura de duas a quatro horas, formando-se uma massa ácida branca e
pastosa: o quimo. Ao processo de formação do quimo denominamos quimificação.
A simples visão do alimento ou a percepção de seu odor ou até mesmo a imagem que
formamos dele pode estimular a secreção gástrica. Além de um estímulo nervoso, há um
controle hormonal da secreção: o contato do alimento com a parte final do estômago ativa suas
células a produzirem um hormônio, a gastrina. Este, lançado no sangue, passa a estimular todo o
estômago na fabricação do suco gástrico.
Parte da água e dos sais (e também o álcool e alguns medicamentos, como a aspirina) são
absorvidos no estômago. O restante do bolo alimentar (quimo)passa para o intestino delgado, onde
ocorre a maior parte da absorção.
DIGESTÃO INTESTINAL
O intestino delgado tem um papel importante na digestão e também na absorção das partículas
digeridas. A passagem do quimo para o duodeno é regulada por um esfíncter, o piloro, que separa o
estômago do intestino delgado. Relaxamentos desse esfíncter permitem a passagem de pequenas
porções de quimo ácido para o duodeno.
Três sucos digestivos atuarão conjuntamente no intestino delgado para finalizar a digestão dos
alimentos: suco pancreático, suco entérico e bile (veja a Figura).
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A digestão dos alimentos no
intestino delgado corre com a
participação de enzimas
produzidas pelo pâncreas e
pela parede intestinal. A bile,
produzida no fígado, é
fundamental para a digestão
de lipídios.
• Ação da Bile
A bile é um líquido esverdeado produzido no fígado. Não contêm enzimas digestivas. É rica
em água e sais de natureza alcalina. E armazenada na vesícula biliar, onde é concentrada para
posterior liberação no intestino delgado. A ação da bile no processo digestivo é física. Agindo
como um detergente, ela atua na emulsificação das gorduras, por meio da redução da tensão
superficial existente entre as moléculas lipídicas.
Isso promove a formação de pequenas partículas. A superfície de exposição das partículas
às lipases aumenta consideravelmente, favorecendo, assim, a ação dessas enzimas e agilizando
a digestão dos lipídios.
Outra função atribuída à bile é auxiliar na alcalinização do quimo ácido proveniente do
estômago, favorecendo a ação das enzimas pancreáticas e enterícas.
• O suco pancreático
O pâncreas é uma glândula de função dupla. Possui uma porção endócrina (seus
produtos são encaminhados diretamente para o sangue), produtora de hormônios, e outra porção
exócrina (os produtos são encaminhados por um ducto ao tubo digestório), produtora de
importantes enzimas digestivas.
O pâncreas secreta o suco pancreático, uma solução alcalina formada por sais (dentre eles o
bicarbonato de sódio), água e diversas enzimas, cujas principais são:
tripsina e quimotripsina, duas proteases que desdobram as proteínas em peptídios. Essas
enzimas são liberadas pelo pâncreas na forma inativa de tripsinogênio e quimotripsinogênio,
respectivamente;
lipase pancreática, que atua na digestão de lipídios (triglicerídios);
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amilase pancreática, que atua sobre o amido, transformando-o em maltose;
diversas peptidases, que rompem ligações peptídicas existentes nos peptídios da digestão
proteica, levando à liberação de aminoácidos;
desoxirribunuclease e ribonuclease, que atuam respectivamente no DNA e no RNA contido
no alimento, liberando os nucleotídeos componentes desses ácidos.
ATENÇÃO
O tripsinogênio liberado pelo pâncreas é ativado transformando-se em tripsina pela ação
de uma enzima produzida pelas células da parede do intestino delgado, a enteroquinase. Essa
enzima atua separando uma pequena porção do tripsinogênio, liberando a tripsina e um pequeno
fragmento peptídico. Uma vez formada, a própria tripsina ativa mais moléculas de tripsinogênio.
O quimotripsinogênio é ativado pela tripsina, liberando-se a quimotripsina, que também
atuará na digestão de proteínas.
O suco entérico
O suco entérico é produzido pelas células da parede do intestino delgado. Em sua composição
existem muco e enzimas que deverão completar a digestão dos alimentos. As principais enzimas
presentes são:
sacarase, que atua na digestão da sacarose, liberando glicose e frutose;
lactase, que atua na lactose, desdobrando-a em galactose e glicose;
maltase, que atua nas moléculas de maltose formadas na digestão do amido, liberando
moléculas de glicose;
nucleotidases, que atuam nos nucleotídeos formados na digestão dos ácidos nucléicos,
liberando pentoses, fosfatos e bases nitrogenadas;
peptidases, que atuam nos peptídios, levando à liberação de aminoácidos.
NÃO ESQUEÇA
As enzimas do suco pancreático, bem como as do suco entérico, atuam em meio
alcalino (pH ao redor de 8,0). Essa condição é favorecida pela secreção de bicarbonato de
sódio por parte do pâncreas e pela existência de sais contidos na bile produzida pelo
fígado.
No intestino delgado, a mistura de alimento, enzimas pancreáticas, entéricas e o muco forma uma
pasta líquida conhecida pelo nome de quilo. Ao processo de formação do quilo denominamos
quilificação.
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A superfície do intestino delgado é muito aumentada em função da presença das vilosidades
(dobras da mucosa) e das microvilosidades (dobras da membrana plasmática das células da mucosa).
Aminoácidos e monossacarídeos são absorvidos e recolhidos pela corrente sanguínea. Já os
ácidos graxos são absorvidos pela circulação linfática.
O intestino grosso é um tubo sem microvilosidades, com regiões denominadas ceco, colos
ascendente, transverso, descendente e sigmóide, reto e ânus.
O colo ascendente e o colo transverso absorvem água, transformando o quilo em massa fecal ou
fezes. As fezes são armazenadas no colo descendente, no sigmóide e no reto. Nelas estão pigmentos
biliares (como a bilirrubina e biliverdina). A bilirrubina e a biliverdina são produtos da hemoglobina,
degradada no fígado, que dão a cor característica das fezes.
Algumas das bactérias nela presentes produzem vitamina K e vitaminas do complexo B, que são
absorvidas. As fezes deixarão o intestino grosso pelo ânus, por meio da egestão, finalizando o processo
de nutrição.
REGULAÇÃO DA DIGESTÃO
Sabemos que a secreção de alguns sucos digestivos pode ser iniciada por diferentes
estímulos, por exemplo, visuais e olfativos, de tal maneira que podemos salivar ou produzir suco
gástrico apenas vendo um alimento ou sentindo seu cheiro. Mas, associada ao controle nervoso,
há também uma ação hormonal de regulação, que tanto estimula quanto inibe a secreção dos
sucos digestivos.
A chegada de alimento ao estômago faz
com que células da sua mucosa produzam um
hormônio, a gastrina, a qual, por via sanguínea, é
levada às glândulas gástricas, estimulando-as a
produzir suco gástrico.
Saindo do estômago, o quimo acidificado
estimula a parede do duodeno a produzir um
hormônio, a secretina. Ela é levada pelo sangue
ao pâncreas e o estimula a liberar o suco
pancreático no duodeno. O mesmo quimo, rico em
gorduras, também estimula a parede do duodeno
a liberar outro hormônio, a colecistocinina, que vai
provocar fortes contrações na musculatura lisa da
vesícula biliar, permitindo a liberação da bile.
A enterogastrona é outro hormônio da
mucosa duodenal que, levada pelo sangue ao
estômago inibe sua motilidade e secreção. Essa inibição ocorre com a passagem de uma porção
do quimo pelo piloro. Quando esse alimento deixa o duodeno, esvaziando-o parcialmente, cessa a
produção de enterogastrona, e o estômago, agora não mais inibido, reinicia a motilidade,
deixando passar nova porção de quimo para o duodeno e reiniciando o ciclo.
LEITURA
FUNÇÕES DO FÍGADO
O fígado não atua apenas na digestão. Ele é um dos órgãos mais importantes e versáteis do
nosso corpo. Funciona como um complexo laboratório químico e realiza diversas funções vitais ao
organismo, tais como:
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retira o excesso de glicose do sangue, armazenando-a na forma de glicogênio e devolvendo-a
depois ao sangue, de acordo com as necessidades do organismo;
armazena diversas vitaminas (vitaminas A, D e B12);
pode transformar o excesso de glicídios e proteínas em lipídios, que serão depois armazenados
no tecido adiposo do organismo;
fabrica várias proteínas do sangue (albumina, fibrinogênio, etc);
faz a desaminação (retirada de nitrogênio) dos aminoácidos para que possam ser
queimados ou transformados em glicídios ou lipídios; a desaminação produz amônia, um
composto muito tóxico, que se transforma prontamente em ureia (substância menos tóxica);
a ureia é lançada no sangue e eliminada pelos rins;
fabrica os demais aminoácidos do corpo, a partir dos aminoácidos essenciais;
tem ação desintoxicante, inativando substâncias prejudiciais ao organismo;
destrói glóbulos vermelhos ―velhos‖, removendo-os da circulação; a hemoglobina desses
glóbulos é transformada em pigmentos de cor parda, que são eliminados pela bile e
determinam a cor parda das fezes.
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Sacarose Intestino Delgado Sacarose Glicose + Frutos
Aminopeptidase Intestino Delgado Oligopeptídeos Aminoácidos
Erepsina Intestino Delgado Oligopeptídeos Aminoácidos
Monoglicerídeos
Lipase Entérica Intestino Delgado Lipídios Ácidos Graxos e
Glicerol
Exercícios
QUESTÕES DE MÚLTIPLA ESCOLHA
01. (Unirio–RJ) O alimento é movido ao longo do trato gastrointestinal por um processo proveniente
da contração da camada muscular circular; a onda progride e espreme o alimento para baixo e/ou
para a frente de maneira semelhante à saída de creme dental de um tubo. Tal processo de
motilidade denomina-se:
a) peristalse.
b) digestão.
c) absorção.
d) homeostase.
e) secreção.
02. (Vunesp–SP) No processo digestivo, as moléculas orgânicas devem ser quebradas em moléculas
mais simples para que possam ser absorvidas. Dentre elas, o amido é um carboidrato:
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03. (PUCC–SP) Se uma pessoa apresentar distúrbios na secreção gástrica, ela terá dificuldades,
principalmente, na digestão de:
a) amido.
b) sacarose.
c) lactose.
d) proteínas.
e) gorduras.
04. (UFRO) Os itens abaixo, que relacionam diferentes estruturas do sistema digestório com suas
respectivas funções, estão corretos, exceto:
a) dentes – mastigação e trituração.
b) estômago – produção de bile.
c) língua – deglutição e paladar.
d) intestino – digestão e absorção.
e) esôfago – condução do alimento da faringe ao estômago.
05. (UNIP–SP) Se houver paralisação da produção de bile no fígado, haverá distúrbio na digestão de:
a) proteínas.
b) açúcares.
c) aminoácidos.
d) gorduras.
e) polipeptídios.
06. (Cesgranrio–RJ) O esquema abaixo apresenta partes do sistema digestório humano com órgãos
numerados de I a V.
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a) I e armazenada no órgão II.
b) I e secretada para o órgão IV.
c) I e contém enzimas que digerem as gorduras.
d) II e armazenada no órgão I.
e) II e secretada para o órgão IV.
08. (UFSE) Tripsna, pepsina e ptialina são enzimas digestivas produzidas, respectivamente, no:
10. (PUC–SP) A enzima I, produzida no II, atua sobre III, exibindo maior atividade em pH IV.
As lacunas I, II, III e IV ficariam preenchidas de maneira correta, respectivamente, por:
a) tripsina, pâncreas, proteína, alcalino.
b) pepsina, estômago, proteína, neutro.
c) ptialina, duodeno, amido, ácido.
d) lipase, fígado, gordura, alcalino.
e) amilase, pâncreas, amido, ácido.
11. (FCC–SP) Se, por uma razão qualquer, não mais ocorresse síntese de gastrina numa
pessoa, qual das substâncias abaixo não continuaria a ser digerida normalmente?
a) sacarose
b) lactose
c) gordura
d) amido
e) proteína
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12. Nessa figura estão representadas glândulas do sistema digestório cuja enzima típica atua
sobre um substrato que resulta num produto.
A alternativa que mostra a relação correta entre o substrato e seu respectivo produto é:
a) amido e maltose.
b) gorduras e ácidos graxos.
c) lactose e galactose.
d) peptídeos e aminoácidos.
e) sacarose e glicose.
13. (PUC–RS) Muitas aves utilizam-se de alimentos duros, como grãos. Para esse tipo de
alimento, os mamíferos necessitam desenvolver um aparelho mastigador formado por dentes
fortes. Nas aves esse aparelho mastigador foi substituído por uma zona do tubo digestório
denominada:
a) intestino.
b) cloaca.
c) moela.
d) esôfago.
e) bico.
14. (UFMG) Um indivíduo fez, uma refeição da qual constavam, basicamente, três substâncias:
A, B e C. Durante a digestão ocorreram os seguintes
a) lípide, proteína, carboidrato.
b) proteína, carboidrato, lípide.
c) lípide, carboidrato, proteína.
d) carboidrato, lípide, proteína.
e) proteína, lípide, carboidrato.
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As enzimas que atuam, respectivamente, nas etapas 1, 2 e 3 são:
a) tripsina – pepsina – peptidases.
b) tripsina – erepsina – pepsina.
c) pepsina – peptidases – tripsina.
d) pepsina – erepsina – tripsina.
e) pepsina – tripsina – peptidases.
Alimentos
Tubos de ensaio adicionados pH
I Pão 12,0
II Pão 7,0
III Carne 3,0
IV Carne 7,0
V Arroz 12,0
VI Arroz 3,0
VII Ovo 12,0
VIII Ovo 7,0
Os tubos de ensaio mantidos a 37oC e após 10 horas observou-se digestão do alimento apenas
no tubo III. Com base nesses dados, é possível concluir que a enzima utilizada e o órgão de onde
foi retirada são, respectivamente:
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a) amilase pancreática e intestino.
b) maltase e estômago.
c) tripsina e intestino.
d) ptialina e boca.
e) pepsina e estômago.
Como resultado dessa experiência, espera-se que a proteína presente na clara de ovo seja
digerida apenas no(s) tubo(s):
a) I.
b) II.
c) I e II.
d) I e III.
e) III e IV.
QUESTÕES 18 E 19
18. (UFBA)
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A figura anterior ilustra aspectos da função digestiva do homem.
Em relação ao controle da função digestiva, pode-se concluir:
(01) Substâncias reguladoras do processo digestivo atingem órgãos-alvo via circulação
sanguínea.
(02) A ação do HCl se restringe ao controle da produção de hormônios.
(04) A produção de HCl é controlada pela sua própria concentração.
(08) A ação dos hormônios produzidos pelas células glandulares do intestino delgado é
simultânea à formação do suco gástrico.
(16) A colecistoquinina regula a produção do suco entérico.
(32) A enterogastrona é produzida na mucosa duodenal que, levada pelo sangue inibe a
motilidade e secreção do estômago.
20. (UFBA) A variação na atividade catalítica de duas enzimas, em função do pH, está registrada
no gráfico abaixo.
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Com base no gráfico e em características e propriedades das biomoléculas envolvidas, pode-se
dizer:
(01) Pepsina e tripsina são enzimas que atuam no processo digestivo.
(02) In vivo essas duas enzimas devem atuar em um mesmo ambiente.
(04) A pepsina e a tripsina, bem como os substratos sobre os quais atuam, pertencem à mesma
classe de macromoléculas.
(08) Essas enzimas mantêm uma atividade ótima numa larga escala de pH.
(16) O efeito do pH sobre a atividade dessas enzimas revela que a pepsina atua no meio
citossólico.
(32) A reação catalisada pela pepsina é reversível em função do pH.
(64) A atividade enzimática é uma expressão funcional da informação genética.
GABARITO
01. A; 05. D; 09. D; 13. C; 17. A;
02. A; 06. A; 10. A; 14. C; 18. 01, 04 e 32;
03. D; 07. D; 11. E; 15. E; 19. 02 e 08;
04. B; 08. B; 12. A; 16. E; 20. 01, 04 e 64.
CAPÍTULO
SISTEMA RESPIRATÓRIO
3
ANATOMIA
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b) Pulmões – Bronquíolos;
dentro destes
estão: Alvéolos Pulmonares.
• Fossas Nasais
As fossas nasais possuem dois orifícios anteriores chamados de narinas e dois orifícios
posteriores às coanas; as coanas comunicam as fossas nasais com a boca e, consequentemente, com
a faringe.
No interior das narinas encontramos, além da mucosa nasal ou pituitária, pelos e vasos
sanguíneos.
Essas estruturas têm por finalidade:
a) aquecer o ar;
b) umidecer ou umidificar o ar;
c) purificar ou depurar o ar.
Sendo assim, o ar tem que chegar até os pulmões totalmente purificado, umidificado e aquecido.
• Faringe
• Laringe
O limite da faringe com a laringe é determinado pela glote, orifício de passagem do ar inspirado e
expirado.
A glote se fecha durante a deglutição por meio de uma cartilagem, que é a epiglote, que funciona
como uma válvula.
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• Traqueia
• Brônquios
A traqueia divide-se, na sua porção inferior, em dois ramos, que são os brônquios. Estes
penetram nos pulmões por uma abertura chamada de hilo pulmonar e se ramificam inúmeras vezes,
formando ramos cada vez mais finos chamados de bronquíolos, por sua vez, terminam em pequenas
cavidades na forma de bolsas ou de sacos, que são os alvéolos pulmonares, já dentro dos pulmões.
• Pulmões
São dois órgãos situados na caixa toráxica e separados um do outro por um espaço chamado de
mediastino. É neste espaço que se encontram vários órgãos, como o coração, a traquéia, o esôfago,
vasos sanguíneos etc.
Os pulmões têm a forma de uma pirâmide, cuja base côncava, está apoiada sobre o músculo
diafragma, e cujo vértice está em relação com a primeira costela.
O pulmão direito é maior que o pulmão esquerdo e está dividido por um sulco, que se bifurca em
três lobos (ou compartimentos); a bifurcação do sulco é observada na face externa.
O pulmão esquerdo está dividido por um sulco, em dois lobos. Os lobos pulmonares são
formados pela reunião de partes menores chamadas de lóbulos. Nestes lóbulos é que penetram as
últimas ramificações dos bronquíolos, cada pulmão é envolvido por uma dupla membrana chamada
pleura.
FISIOLOGIA DA RESPIRAÇÃO
1. Movimentos Respiratórios
– INSPIRAÇÃO
– EXPIRAÇÃO
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2. Trocas gasosas
O ar que penetra nos pulmões contém Nitrogênio, Oxigênio e Gás Carbônico em percentuais
que diferem daqueles percentuais desses mesmos gases do ar que sai dos pulmões.
Pela tabela apresentada, nota-se que não há absorção do N2 ao nível dos alvéolos pulmonares:
todo o nitrogênio que entra, sai.
Porém a quantidade de O2 que entra é maior do que a que sai; logo, o O2 é absorvido. Já a
quantidade de CO2 que sai é maior do que a que entra; de onde se conclui que o organismo elimina no
ar expirado o CO2 formado ao nível dos tecidos.
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A difusão do O2 num sentido e a difusão do CO2 no outro sentido se faz em função das Pressões
Parciais dos mesmos nos dois meios, que são: o Sangue e o Interior dos Alvéolos.
Hematose – é a transformação do sangue venoso (rico em CO2) em sangue arterial (rico em
O2), ao nível dos alvéolos pulmonares.
O sangue que chaga aos alvéolos, vem do coração e é rico em CO2; já o sangue que sai dos
alvéolos, volta ao coração, rico em O2.
Esta troca de gases ocorre porque o O2 é muito concentrado nos alvéolos, e isto força a sua
difusão para dentro dos capilares sanguíneos. Ao nível dos alvéolos pulmonares, a pressão de O2 é de
100 a 120mm/Hg. Quando o O2 atinge o sangue, ele penetra na hemácia e se combina com a
hemoglobina, formando um composto instável chamado de oxihemoglobina.
Cada molécula de hemoglobina (Hb) combina-se, por uma ligação fraca, com 4 moléculas de O2.
Hb + 4 O2 Hb (O2)4
As células dos tecidos retiram o O2 que lhes chega sob a forma de oxihemoglobina. Este O2 é
utilizado no metabolismo das células, formando-se CO2, que é lançado no sangue.
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O sangue venoso vai transportar o CO2 para os alvéolos pulmonares onde vai encontrar uma
maior pressão desse gás e em função disso, ocorrerá a eliminação do CO2 para o exterior.
• Transporte do CO2
O CO2 é transportado de vários modos:
a) 7% dissolvido no plasma.
b) 23% sob a forma de Carbohemoglobina nas hemácias.
c) 70% sob a forma de íons Bicarbonato, no plasma.
A maior parte do CO2 (70%) reage com o H2O, sob a ação catalisadora de uma enzima que é
Anidrase Carbônica, dando H2CO3 (ácido carbônico) que, por ser um ácido fraco, dissocia-se em íons H+
e HC 3 (bicarbonato).
Os íons bicarbonatos passam para o plasma e são transportados por ele.
NOTA
Monóxido de Carbono (CO) é um gás bastante tóxico; quando ele polui o ar atmosférico e nós o
inspiramos, ele se combina também com a hemoglobina e forma um composto bastante estável,
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chamado de Carboxihemoglobina; com isso, a hemoglobina deixa de conduzir o oxigênio às células e
o indivíduo se intoxica, podendo até morrer por falta total de O2 (Anóxia).
O CONTROLE DA RESPIRAÇÃO
ACIDOSE E ALCALOSE
RESPIRATÓRIAS
A CAPACIDADE PULMONAR
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intensa que seja, não permite um esvaziamento completo dos pulmões, sobrando sempre neles um
certo volume de ar residual, cerca de 1,2 a 1,5 litro.
A hemoglobina tem afinidade diferenciada com o oxigênio de acordo com a concentração desse
gás. Quando a concentração de O2 é alta, a hemoglobina tende a se unir fortemente a esse gás, mas
quando a concentração de O2 diminui, a afinidade da hemoglobina ao oxigênio também diminui e esse
gás é liberado (dissociado) com mais facilidade da molécula de hemoglobina.
Essa relação entre a afinidade da hemoglobina e a concentração de oxigênio é mostrada em uma
curva que se chama curva de dissociação do oxigênio da hemoglobina.
Nos pulmões, onde o teor de oxigênio é elevado, a hemoglobina fica 98% saturada com oxigênio.
Nos tecidos a hemoglobina fica apenas 70% saturada, significando que liberou 28% do oxigênio que
estava ligado a ela.
A hemoglobina pode liberar sua reserva de O2 para tecidos que estão metabolicamente muito
ativos, como a musculatura no exercício. Nesses casos, a taxa de respiração celular aumenta, o que
provoca maior liberação de gás carbônico. Este reage com a água formando ácido carbônico, que se
difunde e causa redução do pH no meio. Essa redução do pH induz a hemoglobina do sangue a liberar
o oxigênio, que pode ser usado na respiração celular propiciando a manutenção da alta atividade
muscular durante o exercício. A redução do pH, portanto, provoca diminuição da afinidade da
hemoglobina pelo oxigênio, deslocando a curva de dissociação da hemoglobina mais para a direita,
como mostra o gráfico a seguir:
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POLIGLOBULIA COMPENSADORA
Exercícios
QUESTÕES DE MÚLTIPLA ESCOLHA
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01. (Cesgranrio–RJ) Nos esquemas a seguir, o sistema respiratório humano está sendo
representado e neles são localizadas suas principais estruturas, tais como: vias aéreas
superiores, traqueia, brônquios, bronquíolos, bronquíolos terminais e sacos alveolares, que se
encontram numeradas.
Indique:
a) se somente I for correta.
b) se somente II for correta.
c) se somente I e II forem corretas.
d) se somente I e III forem corretas.
e) se I, II e III forem corretas.
02. (UnB) Assinale a alternativa que apresenta uma estrutura comum ao sistema respiratório e
digestivo:
a) brônquios
b) faringe
c) pulmão
d) esôfago
e) laringe
03. (PUC–RJ) Para permitir a correta compreensão do mecanismo respiratório do homem, o professor
construiu o aparelho ilustrado na figura 1. Em seguida, demonstrou o seu funcionamento (figura
2), possibilitando o entendimento da entrada e saída do ar, bem como as partes do modelo,
relacionando-as com o sistema respiratório.
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Nas opções, indique a quais estruturas do sistema respiratório correspondem respectivamente: a
extremidade livre do tubinho, o balão de borracha, a membrana de borracha da base e o frasco
sem fundo (figura 1):
a) Nariz, brônquio, peritônio e abdome.
b) Narina, bronquíolo, diafragma e alvéolo.
c) Nariz, alvéolo, peritônio e caixa torácica.
d) Narina, pulmão, diafragma e caixa torácia.
e) Narina, brônquio, diafragma e abdome.
04. (PUC–RJ) Na figura 2 do exercício 3 encontramos situações (I), (II) e (III) representando o
mecanismo respiratório. Escolha a alternativa que explique o que está ocorrendo:
a) (II) Expiração, porque (P1) está maior que (P2).
b) (II) Inspiração, porque (P1) está menor que (P2).
c) (III) Inspiração, porque (P1) está menor que (P2).
d) (III) Expiração, porque (P1) está maior que (P2).
e) (II) Inspiração, porque (P) está menor que (P2).
05. (UFRN) Durante a respiração, quando o diafragma se contrai e desce, o volume da caixa torácica
aumenta, por conseguinte a pressão intrapulmonar:
a) diminui e facilita a entrada de ar.
b) aumenta e facilita a entrada de ar.
c) diminui e dificulta a entrada de ar.
d) aumenta e dificulta a entrada de ar.
e) aumenta e expulsa ar dos pulmões.
06. (PUC–PR) A maior parte do gás carbônico eliminado pelas células no seu metabolismo é
transportado no sangue:
a) combinado com a hemoglobina.
b) pelas hemácias.
c) na forma de íon bicarbonato dissolvido no plasma.
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d) combinado com íons hidrogênio.
e) pelos leucócitos.
07. (UFRS) A velocidade dos movimentos respiratórios aumenta quando, no sangue, a concentração:
a) da ureia aumenta.
b) da carboemoglobina diminui.
c) de CO2 é alta.
d) da oxiemoglobina é elevada.
e) da carboemoglobina permanece constante.
A ordem em que essas etapas se realizam, a partir do momento em que um indivíduo inspira ar do
ambiente, é:
a) I II II.
b) II I III.
c) II III I.
d) III I II.
e) III II I.
10. (UFBA) O gráfico a seguir expressa o efeito do aumento da concentração de CO2 no ar inspirado
sobre a fisiologia respiratória de diversos animais, em condições experimentais.
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As informações do gráfico e o conhecimento de processo, relacionados à respiração, permitem
dizer:
(01) A respiração é controlada pelo sistema nervoso, de modo involuntário, em diversos níveis da
escala evolutiva.
(02) Animais terrestres são mais sensíveis ao acúmulo de CO2 no ar inspirado do que animais
aquáticos.
(04) Alterações no sangue, provocadas pelo nível crescente de CO2 inspirado, desencadeiam um
aumento do volume respiratório.
(08) As peculiaridades das respostas dos diversos animais são mais evidentes em baixas
concentrações de CO2.
(16) As concentrações de CO2 no ar inspirado correspondem à totalidade desse gás no sangue
circulante.
(32) A reação dos organismos ao aumento do CO2 no ar inspirado integra os sistemas
respiratório, circulatório, nervoso e muscular.
GABARITO
01. E 02. B 03. D 04. C
05. A 06. C 07. C 08. C
09. C 10. 01, 04 e 32
CAPÍTULO
4
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SISTEMA CIRCULATÓRIO
O Sistema Circulatório Humano é do tipo fechado, em que o coração impulsiona o sangue que
circula através de vasos, voltando novamente ao coração, que novamente o impulsiona.
Com a finalidade de circular o sangue, levando-a à intimidade dos tecidos, o Sistema
Circulatório consta de:
a) Sangue.
Artérias e arteríolas
b) Vasos sanguíneos Veias e vênulas
Capilares
VASOS SANGUÍNEOS
Os vasos sanguíneos são tubos de calibre variável. Podem ser divididos em artérias, arteríolas,
capilares, vênulas e veias.
Artérias - são vasos que saem do coração (Eferente). Conduzem sangue arterial, exceto artéria
pulmonar, do coração para os tecidos do corpo. Envolvidas por tecido muscular e elástico, suportam a
pressão do sangue em seu interior. Capazes de contrair e distender, pulsam no ritmo e na intensidade
do coração. Conforme se distanciam do coração, as artérias ramificam-se em arteríolas. As arteríolas
são artérias bastante finas que se ramificam em capilares. Os capilares são tão finos que permitem a
troca de gases e nutrientes entre célula e corrente sanguínea. Por apresentarem pequeníssimo
diâmetro, obrigam o sangue a fluir mais lentamente, o que facilita as trocas entre eles e as células.
As Veias são vasos que conduzem o sangue venoso do corpo ao coração (aferentes), com
exceção das veias pulmonares. São envoltas por músculos mais finos que os das artérias e recebem o
sangue das vênulas sob baixa pressão. Como o fluxo em seu interior é sempre contínuo, as veias não
pulsam. É a movimentação do tecido muscular ao seu redor que faz o sangue retornar ao coração. As
veias apresentam válvulas que se fecham após a passagem do sangue impedindo que haja refluxo.
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A ascensão do sangue deve-se ao trabalho dos músculos do esqueleto. Quando esses músculos
se contraem, as veias que estão próximas se comprimem, impulsionando o sangue. Como as veias
possuem válvulas que só se abrem no sentido da volta ao coração, fica garantido o fluxo neste sentido.
Na porção arterial do capilar, a pressão do sangue é maior que a pressão osmótica do plasma. Essa diferença
de pressões determina a saída de água contendo substâncias dissolvidas. Na porção venosa do capilar, a
pressão do sangue é reduzida, tornando-se menor que a pressão osmótica do plasma.
Há, então, retorno de fluido para o interior do capilar.
CORAÇÃO
O coração é um órgão musculoso que se encontra no tórax entre os dois pulmões e sobre o
diafragma. O espaço entre pulmões onde está localizado o coração denomina-se mediastino.
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• Endocárdio - camada mais interna, contínua com a dos vasos sanguíneos.
A fibrilação ventricular é outra doença cardíaca decorrente de isquemia no coração. Neste caso,
diferentes partes do ventrículo passam a contrair sem ritmo, perdendo a capacidade de bombear o
sangue adequadamente.
A isquemia decorrente da arteriosclerose da artéria cerebral provoca o acidente vascular
cerebral isquêmico. Dependendo da região do encéfalo que for afetada pela falta de irrigação
sanguínea, podem ocorrer manifestações clínicas, como paralisia de um dos lados do rosto e/ou do
corpo, perda da fala, dentre outras, até mesmo a morte.
Não há uma causa única para as doenças cardiovasculares, mas sabe-se que existem fatores
que aumentam a probabilidade de sua ocorrência. São os chamados fatores de risco cardiovascular,
cujos principais são: hipertensão arterial, colesterol alto, tabagismo, diabetes melito, sedentarismo,
obesidade, hereditariedade e stress.
ANATOMIA DO CORAÇÃO
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O coração possui quatro cavidades (duas Aurículas ou Átrios e dois Ventrículos), separadas
por válvulas.
A Válvula Tricúspide separa o Átrio Direito do Ventrículo Direito. Esta localização impede que o
sangue reflua do Ventrículo Direito para a Aurícula Direita.
A Válvula Mitral ou Bicúspide separa o Átrio Esquerdo do Ventrículo Esquerdo, impedindo o
refluxo do Ventrículo Esquerdo para a Aurícula Esquerda.
As válvulas existentes no orifício da saída das Artérias Pulmonares e Aorta são chamadas de
Sigmoides ou Semilunares.
Na figura localize as válvulas e cavidades do coração.
Observe a seguir que o sangue chega ao coração no Átrio Direito, trazido pelas veias Cavas
(Superior e Inferior). Daí, vai para o Ventrículo Direito, passando pela Válvula Tricúspide. No átrio
esquerdo o sangue chega pelas veias pulmonares e passa pela válvula mitral para o ventrículo
esquerdo.
MOVIMENTOS DO CORAÇÃO
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Quando os Atrios estão em Sístole, os Ventrículos estão em Diástole, pois, neste momento, o
sangue está fluindo das Aurículas para os Ventrículos.
Quando os Ventrículos estão em Sístole, as Aurículas estão em Diástole, pois neste momento,
as válvulas Tricúspide e Mitral estarão fechadas impedindo o refluxo sanguíneo e o sangue é lançado
nas Artérias pulmonar e Aorta.
CIRCULAÇÃO SANGUÍNEA
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OBSERVE O ESQUEMA
Embora seja regulado pelo sistema nervoso, o coração não depende dele para se contrair. Na
aurícula direita, próximo à entrada da cava superior, existe um aglomerado de células cardíacas que
formam o nódulo sinal-atrial (nodo sinusal), responsável pela geração dos estímulos elétricos que
promovem a contração do miocárdio. Os impulsos propagam-se, promovem a contração simultânea das
aurículas e estimulam o nódulo atrioventricular. Esse nódulo transfere os impulsos para o feixe
atrioventricular (feixe de His), cuja fibras originam a rede de Purkinge, que propaga os impulsos para os
ventrículos.
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ATENÇÃO
Frequência cardíaca é o número de vezes que o coração bate por minuto. Entre as pessoas
jovens e saudáveis, a frequência média é de 70 batidas por minuto (bpm). Abaixo de 60 bpm,
ocorre a bradicardia e acima de 110 bpm surge a taquicardia.
A frequência cardíaca é regulada pelo nervo vago e pelos nervos simpáticos cardíacos. O
vago é o nervo parassimpático que libera acetilcolina no coração, provocando diminuição da
frequência cardíaca, enquanto os nervos simpáticos liberam adrenalina, aumentando a
atividade do coração.
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A CIRCULAÇÃO LINFÁTICA
A diferença de pressão na parte do capilar que conduz o sangue arterial é maior que a diferença
no lado venoso. Assim, a quantidade de líquido que sai do capilar é superior à quantidade que volta.
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Exercícios
QUESTÕES DE MÚLTIPLA ESCOLHA
01. (UFF–RJ) No sistema circulatório, as trocas gasosas entre o sangue e os tecidos ocorrem no nível
de:
a) vênulas.
b) capilares.
c) arteríolas.
d) linfáticos.
e) alvéolos.
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06. (FEEQ–CE) O coração funciona como uma bomba. Nos mamíferos, o sangue com baixo teor de
oxigênio é enviado aos pulmões. Por outro lado, o sangue oxigenado nos pulmões é mandado
para os vários setores do organismo. Assinale a opção correta entre as abaixo apresentadas.
a) O sangue que sai do ventrículo esquerdo é enviado aos pulmões para a oxigenação.
b) O átrio direito recebe sangue das veias cavas e o envia para o organismo.
c) As veias pulmonares levam o sangue oxigenado para o átrio esquerdo.
d) O ventrículo direito recebe o sangue oxigenado e o envia para o organismo.
e) A aorta sai do ventrículo direito e transporta sangue oxigenado.
( ) veia pulmonar
( ) pequena circulação
( ) artéria pulmonar
( ) grande circulação
( ) coronária
A correta sequência numérica da segunda coluna, de cima para baixo, de conformidade com a
primeira, é:
(A) 2, 5, 4, 3, 1.
(B) 1, 3, 4, 5, 2.
(C) 5, 3, 2, 4, 1.
(D) 4, 2, 3, 1, 5.
(E) 1, 4, 2, 3, 5.
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09. A figura a seguir mostra o coração de um mamífero.
11. Numere a segunda coluna de acordo com a primeira e assinale a alternativa que apresenta a
ordem correta.
1. Conduzem o sangue do coração para as diversas partes do corpo.
2. Permitem a grande irrigação sanguínea com todas as células do corpo.
3. Coletam o sangue das diversas partes do corpo e conduzem-no de volta ao coração.
( ) Veias
( ) Artérias
( ) Capilares
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a) 2, 1, 3
b) 2, 3, 1
c) 3, 1, 2
d) 3, 2, 1
e) 1, 3, 2
13. (UFSC) Examine o esquema abaixo e indique a(s) proposição(ões) correta(s), no que diz
respeito à circulação do sangue no corpo humano:
(01) O sangue, passando pelas veias cavas, chega ao coração, rico em CO2.
(02 O sangue, passando pela artéria pulmonar, sai do coração e vai ao pulmão, onde sofre
hematose.
(04) O sangue, passando pela veia pulmonar, chega ao coração, saturado de O2.
(08) O sangue, saindo do coração pela artéria aorta, circula pelo corpo, passando pelos rins,
onde sofre filtração.
(16) O sangue, uma vez filtrado nos rins, circula e entra no coração pela aurícula direita.
(32) O sangue, ao circular pelos diferentes tecidos do corpo, executa a função de transportar
gases, nutrientes e produtos de excreção.
14. Durante os primeiros 4.700 anos da história escrita da humanidade, desconhecia-se o fato mais
elementar sobre o sangue – que ele circula. Foram Willian Harvey (1578-1657) e Marcello
Malpighi (1628-1694) que, no século XVII, demonstraram esse fato.
O conhecimento sobre a importância evolutiva dos sistemas circulatórios sua estrutura e as
funções orgânicas a eles relacionadas permite afirmar:
(01) O fato do sangue circular atende à necessidade de distribuição de substâncias às diversas
partes do organismo.
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(02) A manutenção da corrente sanguínea dentro de artéria, capilares e veias caracteriza
sistema circulatório fechado.
(04) O sistema circulatório foi fundamental para o sucesso evolutivo dos animais pluricelulares.
(08) As funções exercidas através do sistema circulatório prescindem da presença de células no
sangue.
(16) Um sistema circulatório aberto dispensa a presença de uma estrutura propulsora do sangue.
(32) A presença de pigmentos sanguíneos está associada à função protetora do sistema
circulatório.
15. Símbolo da própria vida, ele é um músculo que funciona como uma paciente e econômica bomba
hidráulica.
A cada minuto, envia 5 a 6 litros de sangue para todos os órgãos do corpo humano.
(WIZIACK, In: Veja, p. 120)
GABARITO
01. B 09. D
02. B 10. D
03. A 11. C
04. E 12. C
05. A 13. 01, 02, 04, 08, 16 e 32
06. C 14. 01, 02 e 04
07. D 15. 01, 16 e 64
08. A
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CAPÍTULO
SISTEMA URINÁRIO
5
ANATOMIA
- Rins
Cálices
- Sistema Pielo-calicial
Bacinetes
Ureteres
- Vias Urinárias Bexiga
Uretra
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OS RINS
Os rins têm cor vermelha-escura, em forma de grão de feijão e cada um deles mede pouco mais
de 10cm de comprimento. Localizam-se na parte posterior da cavidade abdominal, logo abaixo do
diafragma, um de cada lado da coluna vertebral. Nessa posição, estão protegidos pelas últimas costelas
e também por uma camada de gordura.
O rim possui uma cápsula fibrosa envolvente, que protege sua região mais externa, o córtex
renal. A parte mais interna é a medula renal. Na região do córtex renal estão localizados os néfrons,
estruturas microscópicas responsáveis pela filtração do sangue e pela remoção das excreções. Cada
rim apresenta mais de 1 milhão de néfrons. Na medula renal localizam-se tubos provenientes dos
néfrons, os dutos coletores de urina.
Os ureteres são tubos que conduzem a urina da pelve renal à bexiga urinária. Sua parede é
formada por três camadas de tecido: uma camada mucosa interna, uma camada intermediária de
musculatura não estriada e uma camada externa fibrosa. Cada ureter parte da pelve de um dos rins,
descendo pela parede posterior do abdome desembocando na parte lateral posterior da bexiga
urinária. Ureteres realizam movimentos peristálticos, que facilitar a condução da urina em seu interior.
A bexiga urinária é uma bolsa de parede musculosa localizada na cavidade pélvica.
A bexiga dos homens posiciona-se imediatamente à frente do reto; nas mulheres, entre a bexiga
e o reto, localiza-se o útero. A função da bexiga é armazenar a urina, que flui continuamente dos
ureteres, até sua eliminação do corpo. A bexiga de uma pessoa adulta tem capacidade para armazenar
cerca de 300 mL de urina.
A uretra é o canal que sai da bexiga e conduz a urina para fora do corpo.
A uretra feminina é pequena e, diferentemente da uretra masculina, é exclusiva do sistema
urinário. Ela abre-se para o exterior entre os lábios menores, logo abaixo do clitóris. No homem é mais
longa, passa por dentro do pênis e desemboca na glande.
ESTRUTURA DO RIM
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FISIOLOGIA DO SISTEMA URINÁRIO
A função dos rins é filtrar o sangue, dele removendo a ureia, sais, ácido úrico e outras
substâncias que estejam em excesso no organismo. O sangue a ser filtrado chega ao rim pela artéria
renal, que se ramifica muito no interior do órgão, originando grande número de pequenas artérias,
denominadas arteríolas aferentes. Cada uma dessas arteríolas penetra na cápsula renal de um néfron,
onde se ramifica, formando um enovelado de capilares, o glomérulo renal.
Formação da urina
O sangue proveniente das artérias renais penetra nos capilares do glomérulo sob alta pressão
(entre 70mm Hg e 80mm Hg), o que força a saída de líquido sanguíneo para a cápsula renal. Esse
líquido que composição química semelhante à do plasma sanguíneo, com a diferença de que não
possui células nem moléculas de proteínas e de lipídios; devido ao seu tamanho, essas moléculas são
incapazes de atravessar as paredes dos capilares glomerulares. Diariamente, passam pelos rins de
uma pessoa quase 2.000 L de sangue, formando-se cerca de 160 L de filtrado glomerular.
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No decorrer do trajeto do filtrado glomerular pelo túbulo contorcido proximal, ocorre reabsorção
dessa solução, de grande parte da água e de outras substâncias, as quais retornam ao sangue dos
capilares do néfron.
Essa reabsorção é um processo ativo, em que há dispêndio de energia por parte das células do
túbulo renal. Em condições normais, toda a glicose, todos os aminoácidos, todas as vitaminas e grande
parte dos sais presentes no filtrado glomerular retornam ao sangue. No caso de alguma dessas
substâncias estar em concentração anormalmente elevada no sangue, ela não é totalmente absorvida e
parte é excretada na urina. É isso que acontece, por exemplo, com pessoas portadoras de diabetes
melito; a alta concentração de glicose no sangue faz com que parte desse glicídio não seja reabsorvida
pelo túbulo renal, sendo eliminada na urina.
Na alça néfrica ocorre principalmente reabsorção da água do filtrado, que vai se tornando cada
vez mais concentrado. As células da parede do túbulo contorcido distal absorvem ativamente dos
capilares próximos substâncias indesejáveis, como ácido úrico e amônia, lançando-as na urina em
formação. Ao fim do percurso pelo túbulo do néfron, o filtrado glomerular transformou-se em urina, um
fluido aquoso, de cor amarelada e que contém predominantemente ureia, além de quantidades menores
de amônia, ácido úrico e sais. A partir dos 160 L de filtrado glomerular produzidos diariamente nos rins
de uma pessoa forma-se apenas 1,5 L de urina. Portanto,
mais de 98% da água do filtrado são reabsorvidos durante o trajeto pelo túbulo do néfron. Os
capilares que reabsorvem as substâncias úteis dos túbulos renais originam-se pela ramificação da
arteríola eferente, pela qual o sangue deixa a cápsula renal. Esses capilares reúnem-se posteriormente,
originando uma vênula que desemboca na veia renal, que leva o sangue para fora do rim, em direção
ao coração.
Esquema que ilustra a função do néfron, aqui representado simplificadamente, bem como a rede
capilar, representada como um único vaso. Em seqüência, ocorrem a filtração glomerular, a reabsorção
de substâncias úteis no túbulo contornado proximal, a reabsorção de água na alça de Henle e a
eliminação ativa de excreções no túbulo contornado distal. A tabela mostra as principais substâncias
envolvidas em cada um desses processos.
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Regulação da reabsorção de sódio
O balanço de líquidos no corpo está intimamente ligado à presença e quantidade do íon sódio
(Na+) no sangue. Quando ingerimos alimentos salgados, aumenta a taxa sanguínea de sódio, o que
provoca aumento da concentração do sangue. Centros nervosos do hipotálamo, conhecidos como
centros da sede, detectam esse aumento de concentração e causam a sensação de sede. Se a pessoa
beber líquidos, a água diluirá o sangue, baixando sua concentração aos níveis normais.
O volume sanguíneo, porém, aumenta, situação que deve ser imediatamente corrigida para que
não haja aumento da pressão arterial. O restabelecimento do volume sanguíneo a seu nível normal é
conseguido pela diminuição na produção de ADH, que resulta em maior eliminação de água na urina.
A quantidade de sódio no sangue é controlada pelo hormônio aldosterona, secretado pelo córtex
da glândula adrenal. Quando a quantidade de sódio no sangue baixa, aumenta a secreção do hormônio
aldosterona, que atua sobre os túbulos contorcidos distais e sobre os ductos coletores, estimulando a
reabsorção de sódio do filtrado glomerular. A secreção
do hormônio aldosterona, por sua vez, é regulada pela enzima renina e pelo peptídio
angiotensina. Se a pressão sanguínea diminui, ou se a concentração de sódio no sangue aumenta, os
rins liberam renina no sangue.
A renina é uma enzima que catalisa a formação de uma proteína sanguínea chamada de
angiostensina a partir de um precursor denominado angiostensinogênio, presente no sangue e
produzido pelo fígado. A angiotensina causa diminuição do calibre dos vasos sanguíneos, o que
provoca aumento da pressão arterial, estimulando a secreção de aldosterona. Esta, por sua vez, induz
um aumento na reabsorção de sódio pelos rins.
O coração também interage com o sistema urinário atuando na regulação da pressão arterial.
Quando o volume de sangue aumenta, por exemplo, pela ingestão de grande quantidade de água, há
uma expansão maior dos átrios cardíacos, o que induz o coração a liberar um hormônio conhecido
como peptídio natriurético atrial (PNA). Esse hormônio, sintetizado principalmente por células do
átrio, inibe a secreção de sódio e o fluxo de urina. O PNA também antagoniza a ação vasoconstritora da
angiotensina e de outras substâncias vasoconstritora, reduzindo a pressão arterial.
A reabsorção de água pelos rins está sob controle do hormônio antidiurético, também
conhecido pela sigla ADH. Esse hormônio é sintetizado no hipotálamo (uma região de encéfalo) e
liberado pela parte posterior da glândula hipófise. O ADH atua sobre os túbulos renais, provocando
aumento da reabsorção de água do filtrado glomerular.
Quando bebemos pouca água, o corpo se desidrata e a tonicidade do sangue aumenta. Certas
células do encéfalo percebem a mudança e estimulam a hipófise a liberar ADH. Como consequência, há
maior reabsorção de água pelos túbulos renais. A urina torna-se mais concentrada e a quantidade de
água eliminada diminui.
A ingestão de grandes quantidades de água tem efeito inverso. A tonicidade do sangue diminui,
estimulando a hipófise a liberar menos ADH. Em consequência, é produzido maior volume de urina mais
diluída.
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UREOGÊNESE
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COMPOSIÇÃO DA URINA
Um adulto elimina, em média, 1,5 a 2,0 litros de urina em 24 horas. A urina é um líquido amarelo,
graças a um pigmento chamado de urobilina, e ácido.
Em 1,0 litro de urina há mais ou menos, 950cm3 de água (950g de água), 20 a 25g de ureia, 0,5 a
0,6g de ácido úrico, 10 a 12g de NaCl e 4 a 10g de outros sais minerais. Também encontramos traços
de colesterol na urina.
Já vimos que, quando há lesão glomerular ou quando o organismo não está funcionando bem, os
rins podem eliminar substâncias úteis, como, por exemplo, a glicose, albumina, sangue etc. Dá-se o
nome de glicosúria à eliminação de glicose pelos rins; dá-se o nome de albuminúria à eliminação de
albumina pelos rins; dá-se o nome de hematúria à eliminação de sangue pelos rins.
NÃO ESQUEÇA
1. Quando a pressão sanguínea ao nível dos rins cai acentuadamente, algumas células renais
produzem um hormônio chamado renina, que é lançado no sangue.
A renina estimula a transformação de uma proteína plasmática chamada angiotensinogênio, em
angiotensina. A angiotensina, por sua vez, estimula a glândula adrenal (ou supra-renal) a lançar
no sangue a aldosterona, que estimulará a reabsorção de Na+ e Cl– ao nível do túbulo contornado
proximal.
O volume circulatório aumentará e a pressão do sangue voltará a níveis normais.
2. Eritropoetina: hormônio produzido pelos rins e que estimula a medula óssea vermelha a produzir
hemácias.
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Exercícios
QUESTÕES DE MÚLTIPLA ESCOLHA
01. (Umesp–SP) Durante o metabolismo celular são produzidas substâncias nitrogenadas tóxicas ao
organismo, que são excretadas. Na espécie humana, a ureia é uma delas. Se compararmos a
concentração de ureia na urina inicial (filtrado glomerular) e na urina que é eliminada, teremos:
a) concentração maior na urina inicial, pois ainda ocorrerá filtração.
b) concentrações iguais, pois a quantidade de ureia é a mesma nos dois líquidos.
c) concentração maior na urina inicial se tivermos ingerido muita água.
d) concentração maior na urina eliminada, pois parte da água que compunha a urina inicial foi
reabsorvida.
e) concentração menor na urina eliminada se tivermos ingerido alimentos salgados.
02. Considere as listas a seguir referentes a estruturas e funções do sistema excretor humano.
I. néfron A. condução de urina para o meio externo
II. bexiga B. produção de urina
III. uretra C. armazenamento de urina
IV. ureter D. condução de urina até o órgão armazenador
04. Três amostras de urina humana foram analisadas e revelaram a seguinte composição:
A um indivíduo normal, poderia(m) pertencer:
a) apenas I.
b) apenas II.
c) apenas III.
d) apenas I e II.
e) I, II e III.
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05. (FCMSC–SP) O sangue de um mamífero, que chega à veia cava inferior, vindo do fígado, contém,
relativamente, grande quantidade de:
a) oxigênio e de ureia.
b) gás carbônico e de ureia.
c) ureia e pequena de gás carbônico.
d) gás carbônico e pequena de ureia.
e) oxigênio e pequena de ureia.
06. (PUC–RJ) A ausência ou disfunção dos rins pode causar a morte devido ao acúmulo de resíduos
altamente tóxicos no sangue. Contudo, essa disfunção pode ser compensada por aparelhos que
realizam a hemodiálise, que farão a filtração dos resíduos:
a) nitrogenados do catabolismo protéico.
b) nitrogenados do anabolismo protéico.
c) nitrogenados do anabolismo glicídico.
d) hidrogenados do anabolismo glicídico.
e) hidrogenados do catabolismo glicídico.
08. (UMC–SP) O líquido que penetra na cápsula de Bowman pode ser chamado:
a) plasma.
b) linfa.
c) soro.
d) ultrafiltrado.
e) sangue.
09. (UFAL) ―No homem, os produtos de excreção, resultantes do metabolismo, chegam ao fígado sob
a forma de ....I.... e, nesse órgão, são transformados em ....II....‖.
Para completar corretamente a frase acima, basta substituir I e II, respectivamente, por:
a) amônia e ureia.
b) ureia e amônia.
c) amônia e ácido úrico.
d) ureia e ácido úrico.
e) ácido úrico e ureia.
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10. (Unifor–CE) Assinale a alternativa da tabela abaixo que identifica corretamente as substâncias
transportadas pelo sangue nos rins (o sinal + indica sangue rico na substância mencionada).
12. (PUC–SP) Em decorrência de baixa ingestão de água pelo organismo, pode-se prever que:
a) diminua a pressão osmótica do sangue.
b) os túbulos renais fiquem mais permeáveis à água.
c) diminua a taxa de hormônio antidiurético liberado na circulação.
d) aumente a secreção de aldosterona e diminua a de hormônio antidiurético.
e) a urina se torne muito diluída.
13. (Unirio–RJ) Um homem com um cálculo renal localizado em um de seus rins, passado algum
tempo, consegue eliminar o cálculo. Até ser eliminado, o cálculo passou sucessivamente pelo:
a) rim, ureter, bexiga e uretra.
b) rim, bexiga, ureter e uretra.
c) rim, uretra, bexiga e ureter.
d) rim, bexiga, uretra e ureter.
e) rim, uretra, ureter e bexiga.
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14. (Acafe–SC) No sistema urinário dos mamíferos o sangue é filtrado no nível da(os):
a) alça de Henle.
b) cápsula de Bowman.
c) túbulos contornados proximais.
d) túbulos contornados distais.
e) glomérulos de Malpighi.
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Dessas informações, pode-se deduzir que a secreção de fator atrial provoca:
a) maior filtração glomerular, formação de mais urina, diminuição da pressão sanguínea.
b) menor filtração glomerular, formação de mais urina, diminuição da pressão sanguínea.
c) maior filtração glomerular, formação de menos urina, elevação da pressão sanguínea.
d) menor filtração glomerular, formação de menos urina, elevação da pressão sanguínea.
e) menor filtração glomerular, formação de mais urina, elevação da pressão sanguínea.
18. (UEL–PR) Nos casos de hipertensão é recomendável que o indivíduo faça uma dieta ingerindo
alimentos sem sal. Assinale a alternativa que justifica a razão fisiológica dessa recomendação.
a) A redução da concentração de NaCl no plasma sanguíneo provoca um aumento na
produção e eliminação de urina diluída, causando a diminuição do volume de sangue
circulante e consequente diminuição da pressão arterial.
b) A redução da concentração de NaCl no plasma sanguíneo provoca um aumento na
produção e eliminação de urina concentrada, causando o aumento do volume de sangue
circulante e consequente diminuição da pressão arterial.
c) A redução da concentração de NaCl no plasma sanguíneo provoca uma diminuição na
produção e eliminação de urina diluída, causando a diminuição do volume de sangue
circulante e consequente diminuição da pressão arterial.
d) O aumento da concentração de NaCl no plasma sanguíneo provoca um aumento na
produção e eliminação de urina diluída, causando a diminuição do volume de sangue
circulante e consequente diminuição da pressão arterial.
e) O aumento da concentração de NaCl no plasma sanguíneo provoca uma diminuição na
produção e eliminação de urina concentrada, causando o aumento do volume de sangue
circulante e consequente diminuição da pressão arterial.
QUESTÕES 19 E 20
19. Em muitos organismos, as estruturas que livram o corpo de excesso de água e íons estão
também adaptados para livrá-lo dos restos metabólicos.
A ilustração a seguir apresenta a unidade de função do rim, o néfron, e, em destaque, uma célula
da parede do túbulo proximal.
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Em relação a fenômenos celulares relacionados à função excretora, pode-se dizer:
(01) As microvilosidades presentes na face luminal da célula constituem uma estratégia para o
contato intercelular.
(02) Modificações na superfície celular contribuem para a adaptação da célula à sua função.
(04) A presença de mitocôndrias, em grande número, sugere um grande requerimento energético
para a função específica da célula.
(08) O processo de síntese protéica está limitado aos ribossomos mitocôndriais.
(16) A difusão de líquidos entre o lúmen do túbulo renal e os espaços intercelulares é livre.
(32) Proteínas de membrana estão relacionadas a mecanismos de transporte de substâncias.
(64) A atividade nuclear, nessas células, está reduzida à replicação do material genético.
GABARITO
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CAPÍTULO
6 SISTEMA HORMONAL
ENDOCRINOLOGIA
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A) HIPÓFISE OU GLÂNDULA PITUITÁRIA
Situam-se na sela túrcica do osso esfenóide, na base do
crânio. Tem três porções: uma anterior (adeno-hipófise), outra
posterior (neuro-hipófise) e outra intermediária. O hipotálamo,
localizado acima da hipófise, é uma parte do sistema nervoso
central que regula parcialmente a hipófise.
ADENO-HIPÓFISE
2. Tireotrofina (T.S.H.) – hormônio que estimula glândula tireóide a produzir seus hormônios.
NEURO-HIPÓFISE
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2. Ocitocina – sua principal função é promover a contração do miométrio (musculatura uterina) no
momento do parto. Mas também age na amamentação e ajuda o deslocamento dos
espermatozoides durante o ato sexual.
ATENÇÃO
O LOBO INTERMEDIÁRIO
C) GLÂNDULA TIREOIDE
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Localiza-se na parte anterior do pescoço, abaixo da laringe, em frente à traquéia. Tem a forma de
uma letra H. Possui dois lobos ligados pelo istmo.
HORMÔNIOS
2. Calcitonina ou Tireocalcitonina
• Ação – participa do metabolismo do cálcio e fosfato. Aumenta o fosfato sanguíneo e diminui o
cálcio. É hipocalcemiante.
ATENÇÃO
O crescimento da tireoide recebe a denominação de Bócio ou Papo.
Bócio exoftalmico: provocado por distúrbios na produção de T3 e T4;
Tipos
Bócio endêmico: provocado pela falta de iodo na alimentação.
D) GLÂNDULAS PARATIREOIDES
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Localizam-se nas porções laterais da Tireoide e são em número de quatro. Fabricam um
hormônio: o paratormônio.
• Ação – participa do metabolismo do cálcio e fosfato. Aumenta a quantidade de cálcio no sangue e
diminui a de fosfato.
Observe que a Calcitonina e o Paratormônio têm efeitos contrários.
• Deficiência – baixa de cálcio no sangue, levando a alterações na contração muscular, contrações
espasmódicas dos músculos, caracterizando o quadro convulsivo da tetania
(hipoparatireoidismo).
• Excesso – aumento de cálcio no sangue, descalcificação dos ossos, que se tornam porosos e
quebradiços, depósito de cálcio nos rins, osteomalácia, osteoporose(hiperparatireoidismo).
TIPOS DE CORTICOIDES
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Ex.: Andrógenos
A Medula Adrenal fabrica a Adrenalina e Noradrenalina, cujas ações serão estudadas em
Sistema Nervoso. A adrenalina é também chamada de Epinefrina e a Noradrenalina, de
Norepinefrina.
F) PÂNCREAS
O pâncreas é uma glândula mista ou anfícrina. Localiza-se na cavidade abdominal, junto ao
estômago e duodeno. (Figura abaixo)
Deficiência de Insulina: A falta de insulina determina uma doença conhecida como diabetes mellitus
que se caracteriza por elevação da glicose no sangue (hiperglicemia) e, consequentemente,
eliminação de glicose pela urina (glicosúria), pois a quantidade de glicose que chega aos rins é tão
grande que este órgão não consegue reabsorvê-la toda.
Sintomas da doença - Poliúria (muita urina), Polidipsia (sede excessiva) e Polifagia (fome em
excesso).
• Excesso de Insulina - diminui a glicose no sangue, (Hipoglicemia), podendo levar a tonturas,
desmaios; chegando até à convulsão e morte.
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G) GÔNADAS
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REGULAÇÃO DAS GLS. ENDÓCRINAS
Exercícios
• QUESTÕES DE MÚLTIPLA ESCOLHA
01. (Cesgranrio–RJ) O esquema abaixo ilustra a interrelação entre glândulas endócrinas e seus
hormônios, da qual resulta um mecanismo regulador.
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02. (UNEB–BA) Um déficit de água no sangue estimula certas células no hipotálamo que, por sua
vez, levam a hipófise a liberar:
a) ocitocina.
b) adrenalina.
c) secretina.
d) hormônio antidiurético.
e) hormônio luteinizante.
04. (UnB) A ocorrência de apatia e falta de apetite num ser humano, bem como a presença de
dilatação na altura da garganta (bócio), poderão indicar que o mesmo está com hipofunção da
glândula:
a) timo.
b) paratireoide.
c) tireoide.
d) pâncreas.
e) adrenal.
05. (UFRS) Se analisarmos o sangue de uma pessoa em situação de emergência ou perigo, ou num
momento de raiva ou susto, poderemos identificar o aumento do hormônio:
a) tiroxina.
b) corticotrofina.
c) gonadotrofina.
d) ocitocina.
e) adrenalina.
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a) salivar, tireoide, hipófise.
b) pâncreas, hipófise, tireóide.
c) tireoide, salivar, adrenal.
d) salivar, pâncreas, adrenal.
e) pâncreas, adrenal, hipófise.
A e B são respectivamente:
a) glucagon e insulina.
b) insulina e ocitocina.
c) insulina e glucagon.
d) glucagon e hormônio antidiurético.
e) ocitocina e hormônio antidiurético.
08. (Vunesp–SP) Um paciente adulto procurou um endocrinologista porque estava com baixo peso,
metabolismo basal muito alto, nervosismo e globo ocular saliente (exoftalmia). A disfunção
hormonal que poderia ser responsável pelo quadro apresentado pelo paciente envolve:
a) o pâncreas.
b) a paratireóide.
c) a adrenal.
d) a tireoide.
e) a supra-renal.
11. As descobertas científicas deste século despertam tanto interesse e controvérsia quanto a pílula
anticoncepcional. Pesquisas realizadas nas décadas de 1940 e 1950 permitiram sua elaboração,
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a partir da evidência de que determinados hormônios esteróides eram capazes de bloquear a
ovulação em ratas e macacas.
Essa pílula contém certos hormônios:
a) hipofisários que inibem a produção de hormônios ovarianos.
b) hipofisários que estimulam a produção normal de hormônios ovarianos.
c) ovarianos que inibem a produção de certos hormônios hipofisários.
d) ovarianos que estimulam a produção normal de certos hormônios hipofisários.
e) hipofisário e ovarianos que alteram o ciclo menstrual.
12. As funções sexuais femininas são reguladas pelos hormônios: folículo estimulante (FSH),
luteinizante (LH), estrógeno (estradiol) e progesterona. Considere as seguintes afirmações
relacionadas a tais hormônios.
I. Os hormônios folículo estimulante (FSH) e progesterona são produzidos pela adenoipófise.
II. A ovulação ocorre quando o nível do hormônio luteinizante (LH) atinge seu valor mais
elevado.
III. O hormônio progesterona atinge seu valor máximo após a ovulação.
13. Vários fatores interagem no processo de formação e estruturação definitiva dos ossos, sendo muito
importantes a nutrição (vitamina D, cálcio, fósforo) e os hormônios da tireóide e paratireoide. Em
relação a estes fatores, analise as proposições a seguir:
(01) O hormônio calcitonina remove o cálcio do plasma sangüíneo, incorporando-o à matriz
óssea.
(02) O paratormônio remove o cálcio da matriz óssea, levando-o ao plasma.
(04) Um excesso de calcitonina no organismo descalcifica os ossos, tornando-os mais sujeitos a
fraturas.
(08) O paratormônio é responsável pela remoção do cálcio do plasma e por sua incorporação à
matriz óssea.
(16) Os hormônios paratormônio e calcitonina mantêm as taxas de cálcio e fósforo no plasma
sangüíneo, regulando as trocas desses elementos entre a matriz óssea e o plasma.
(32) A produção dos hormônios é controlada pelo mecanismo de feedback ou retroalimentação.
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Sobre elas, assinale as alternativas corretas.
(01) A glândula assinalada em 2 tem dependência com o hipotálamo.
(02) As glândulas 5 e 6 agem no controle da taxa de glicose.
(04) A glândula assinalada em 4 entra em atrofia com o tempo.
(08) A glândula assinalada em 3 exerce influência sobre a produção de leite.
(16) A glândula assinalada em 7 depende de 2.
(32) As glândulas assinaladas em 2, 3, 4 e 6 são exclusivamente endócrinas.
GABARITO
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CAPÍTULO
SISTEMA NERVOSO
7
O Sistema Nervoso Humano tem as seguintes funções:
a) Colocar o indivíduo em relação com o mundo exterior.
b) Promover o relacionamento entre as diferentes partes do organismo.
O Sistema Nervoso Central é constituído pelo Encéfalo e pela medula espinhal, que são
protegidos por estruturas ósseas. O crânio protege o encéfalo, e a coluna vertebral protege a medula
espinhal.
Internamente, o S.N. Central é revestido por membranas conjuntivas chamadas de meninges, em
número de três:
1 - Dura-mater – membrana externa que fica em contato com a coluna vertebral e com o crânio. É
grossa e fibrosa.
2 - Aracnoide – membrana média. Tem uma vascularização que lembra uma teia de aranha.
3 - Pia-mater – membrana interna; fica em contato com S.N. Central. É rica em vasos sanguíneos.
Líquido céfalo-raquidiano ou Líquor – é um líquido que circula no S.N. Central entre as
meninges; tem função protetora.
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ENCÉFALO
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O Córtex cerebral coordena:
• atividades voluntárias;
• pensamento;
• memória;
• aprendizagem;
• inteligência;
• linguagem.
b) Mesencéfalo – porção média; coordena alguns reflexos visuais e auditivos.
c) Diencéfalo – possui uma cavidade denominada 3º ventrículo, que delimita o tálamo e o
hipotálamo. No 3º ventrículo localiza-se a glândula pineal.
Função – regula a temperatura e coordena os processos emocionais – ira, medo, raiva, choro,
etc.
d) Cerebelo – é o centro do equilíbrio, pois está relacionado com a coordenação dos movimentos e
da regulação do tônus muscular (estado de semicontração dos músculos).
e) Bulbo Raquidiano – comunica o encéfalo com a medula. O Bulbo é o centro da deglutição, da
tosse, do vômito e exerce o controle dos batimentos cardíacos e da respiração.
MEDULA ESPINHAL
Em forma de tubo, se localiza dentro da coluna vertebral. Observe na figura a seguir a localização
da substância cinzenta e da branca na medula.
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SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO (FORMADO PELOS NERVOS CRANIANOS E
RAQUIDIANOS)
Denominamos de nervos cranianos àqueles que nascem diretamente do encéfalo; alguns são
sensitivos, outros são motores e outros são mistos.
• Sensitivos – conduzem impulsos da periferial para o S.N. Central.
• Motores – conduzem impulsos do S.N. Central para a periferia.
• Mistos – conduzem impulsos nos dois sentidos.
Nervos Raquinianos – são aqueles que nascem da medula raquidiana. São em número de 31 a
33 pares e todos são mistos. São eles:
• 8 pares de nervos cervicais;
• 12 pares de nervos dorsais (ou torácicos);
• 5 pares de nervos lombares;
• 5 pares de nervos sacros ou sagrados;
• 1 a 3 pares de nervos coccígeos ou coccigeanos.
É o responsável pelo equilíbrio do meio interno (homeotasia), pois regula a pressão arterial,
temperatura corpórea, contração e relaxamento dos músculos lisos das vísceras, batimentos cardíacos
e atividades involuntárias. O S.N.A. é formado por nervos e gânglios que trabalham sem a participação
da vontade ou da consciência do indivíduo.
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A) SIMPÁTICO
As fibras partem das regiões toráxica e lombar. As fibras pré-ganglionares produzem aceticolina e
as pós adrenalina e noradrenalina.
B) PARASSIMPÁTICO
As fibras partem das regiões craniana e sacra.
Produzem acetilcolina.
AÇÃO NO ORGANISMO
S.N. SIMPÁTICO
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• dilata a pupila (midríase);
• inibe os movimentos e secreções salivares e gastro-intestinais;
• estimula as secreções lacrimais e sudoríparas;
• aumenta a taxa de glicose no sangue (hiperglicemia);
• excitação e ejaculação.
S.N. PARASSIMPÁTICO
ARCO-REFLEXO
É o mecanismo básico do Sistema Nervoso. Corresponde a uma resposta do S.N. Central para
alguma parte do corpo, sem a intervenção da vontade do indivíduo.
COMPONENTES
1) Órgão receptor (sensorial) – recebe os impulsos na periferia do corpo. Este receptor periférico
recebe as sensações, como tato, pressão, olfato, visão, etc.
2) Neurônio sensitivo – é a via aferente, pois leva impulsos nervosos da periferia para o S.N.
Central.
3) S.N. Central – representado pela medula e encéfalo.
4) Neurônio motor – é a via eferente, pois leva impulsos do S.N. Central para a periferia.
5) Órgão efetuador ou efetor – é o que vai efetuar a ação. Se for um músculo, contrai; uma
glândula segrega.
No arco-reflexo simples, o neurônio sensitivo faz sinapse diretamente com o motor. No arco-
reflexo complexo existe entre o neurônio sensitivo e o motor um terceiro, chamado de associativo.
Se você pisar num prego, automaticamente seu pé é retirado. Este reflexo é chamado de reflexo
de defesa e é processado na medula espinhal e pelas partes conscientes do cérebro.
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Exercícios
QUESTÕES DE MÚLTIPLA ESCOLHA
a) medula e cérebro.
b) medula e córtex.
c) medula e hipotálamo.
d) cérebro e medula.
e) cérebro e neurônio.
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02. (Unifor–CE) Qual das alternativas abaixo contém os dados da ação do sistema nervoso simpático
sobre o coração humano?
03. (Fatec–SP) Uma doença degenerativa do cerebelo humano provocará alterações, provavelmente:
a) nos movimentos respiratórios.
b) no equilíbrio do corpo.
c) na memória e no raciocínio.
d) na visão e na audição.
e) nos batimentos cardíacos.
04. (PUCC–SP) Um macaco que tem uma lesão no bulbo (mielencéfalo) apresenta distúrbios:
a) na respiração.
b) na audição.
c) na visão.
d) no sono.
e) na temperatura corporal.
05. (PUC–RJ) Uma pessoa que tenha sofrido lesão no cerebelo não será mais capaz de:
a) lembrar do nome de um amigo.
b) reconhecer a cor de um objeto.
c) sentir o sabor dos alimentos.
d) caminhar em linha reta.
e) fazer associação entre fatos.
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07. (PUC–SP) Ao localizar sua presa, um animal apresenta taquicardia, dilatação de pupila e tremor
geral do corpo. Esse fato se deve à liberação de:
a) adrenalina, pelo sistema nervoso simpático.
b) adrenalina, pelo sistema nervoso parassimpático.
c) acetilcolina, pelo sistema nervoso simpático.
d) acetilcolina, pelo sistema nervoso parassimpático.
e) acetilcolina, pelo sistema nervoso central.
08. (Vunesp–SP) Quando você termina de jogar uma partida de futebol, com 90 minutos de duração,
você nota que há um aumento do número de batidas de seu coração por minuto. O responsável
por isso é o sistema nervoso:
a) somático.
b) autônomo simpático.
c) autônomo parassimpático.
d) periférico.
e) autônomo somático.
09. (Unicamp–SP) Para se observar corpos de neurônios, o melhor seria fazer cortes histológicos
com material colhido a partir de:
a) nervos raquianos.
b) nervos cranianos.
c) massa branca da medula.
d) medula óssea.
e) córtex cerebral.
10. (Cesgranrio–RJ) Em relação à evolução do sistema nervoso dos invertebrados, são feitas as
afirmações abaixo:
I. Ocorre uma centralização e uma cefalização à medida que o animal se torna mais
complexo.
II. A maioria desses animais apresenta tubo nervoso de localização ventral.
III. As medusas são os primeiros animais a terem um controle central de mensagens.
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• QUESTÕES DE PROPOSIÇÕES MÚLTIPLAS
11. Bebidas energéticas são anunciadas pela propaganda quase como um elixir milagroso, que
atenua o cansaço e aumenta a disposição física e mental. Energéticos contêm cafeína, um
estimulante natural que age sobre o sistema nervoso central, promovendo a liberação de
neurotransmissores, entre eles a dopamina, responsável pela sensação de alegria e bem-estar.
Em quantidades elevadas, a cafeína pode causar insônia e alterações na freqüência cardíaca, até
o agravamento de doenças cardiovasculares.
12. O stresse sempre existiu. Ele consiste em uma descarga hormonal que provoca a dilatação das
pupilas, aumenta a freqüência cardíaca, eleva a pressão arterial, eriça os pêlos. Tudo com a
finalidade de preparar o organismo para enfrentar uma situação fora do comum – em geral
perigosa, como fugir de um animal feroz. Passada a situação-limite, o corpo volta para o seu
estado normal. Quando o perigo não se afasta, o stresse torna-se prejudicial.
ISTO É, p. 49
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(08) As supra-renais são as glândulas que regulam o funcionamento de todo o sistema hormonal
em mamíferos.
(16) A dilatação da pupila, em momento de stresse, ocorre como um reflexo voluntário, para
ampliar as chances de defesa.
(32) A resposta orgânica a fatores que geram stresse está na dependência da ação coordenada
de células nervosas.
GABARITO
BIBLIOGRAFIA
LOPES, Sônia Godoy Bueno Carvalho. Bio - Volume 2 - Introdução ao estudo dos seres vivos / Sônia
Godoy Bueno Lopes. – 1ª ed. – São Paulo: Saraiva, 2002.
SILVA JÚNIOR, César da. 1934.; Sasson, Sezar. Biologia 2 – seres vivos: estruturação e função / César
da Silva Júnior, Sezar Sasson – 7ª ed. reform. – São Paulo: Saraiva, 2002.
AMABIS, José Mariano.; MARTHO, José Rodrigues. Biologia dos Organismos – Volume 2 – A
diversidade dos seres vivos e Anatomia e Fisiologia de plantas e de animais / José Mariano
Amabis, José Rodrigues Martho – 2ª ed. Moderna.
LINHARES, Sergio.; GEWANDSNAJDER, Fernando. Biologia Hoje. Volume 2 – Os Seres Vivos / Sergio
Linhares, Fernando Gewandsznajder – 11ª ed. – São Paulo: Ática, 2003.
BRITTO, Elias Avancini de.; FAVARETTO, José Arnaldo. Biologia – Volume 2 – Uma abordagem
evolutiva e ecológica / Elias Avancine de Brito, José Arnaldo Favaretto – 1ª ed. – São Paulo:
Moderna.
UZUNIAN, Armênio.; BIRNER, Ernesto. Biologia – Volume 2 – Armênio Uzunian, Ernesto Birner – 2ª ed.
– São Paulo: Harbra, 2002.
DIAS, Diarone Paschorelli Biologia viva, volume único / Diarone Paschorelli Dias – 1ª ed. – São Paulo:
Moderna, 1996.
ATENÇÃO
Este módulo contém material extraído integralmente da bibliografia acima que inclusive é
indicada para os alunos.
lfa-geraldo-fisiologia 2010