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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA – UCB

ESCOLA DE EDUCAÇÃO, TECNOLOGIA E COMUNICAÇÃO


CURSO DE LETRAS
LITERATURA E ENSINO DE LEITURA – 2º /2019
PROF.ª MSC LÍVILA PEREIRA MACIEL

Práticas de Leitura na Infância e na Vida Adulta

RELATÓRIO DE PESQUISA

Aluno(s):
Déborah Braga UC17201676
Letícia Rabelo Leite UC17200172
Letícia Machado Santana UC17200914
Mateus de Oliveira Pinto UC17201491
Luís Eduardo Ramos UC17202835

Taguatinga, DF
2019
INTRODUÇÃO
O estudo realizado tem por objetivo verificar a contribuição da literatura infantil no
desenvolvimento de hábitos de leitura na vida adulta dos indivíduos. Quando o assunto é
a formação da criança, um dos principais pontos considerados é a prática da leitura, sendo
esta considerada um grande contribuinte para o desenvolvimento social, cognitivo e até
mesmo emocional da criança. A literatura, nesta fase inicial da vida, não apenas funciona
como um entretenimento ou fonte de conhecimento para o seu leitor, ela também pode
construir as bases e os interesses do adulto que virá a se formar. Deste modo, sendo a
infância um período crucial para o desenvolvimento dos seres e seus hábitos, é possível
também considerar a inserção da literatura na infância como ferramenta para tal.
Diante disso, surgem diversas questões a serem consideradas, uma vez que essa prática
de leitura pode ser introduzida e incentivada de diferentes modos, seja através das
instituições familiares, escolares ou através de outros meios e pessoas. Olhando para essas
questões, a presente pesquisa visa não só desvendar como essa prática se deu na infância
de diversos indivíduos, como também relacionar esse aspecto à existência ou não de uma
prática de leitura na vida adulta e quais são os enfoques das leituras realizadas por esses
adultos atualmente.

RESUMO:

De fato, a leitura de textos literários na infância possui grande influência para a formação
do jovem adulto. O que se lê transforma o ser humano, uma vez que ele, de certa forma,
passa por experiências advindas da literatura, uma vez que “a identidade [...] não é fixa,
mas instável. [...] Nós a construímos ao longo da vida vivida, pensada, sonhada,
compartilhada” (CADEMARTORI, 2010, p.53) e, por fim, lida.
Por isso, os hábitos de leitura dos jovens adultos, muitas vezes, são condicionados pela
leitura durante a infância, conforme ficou evidente na pesquisa aqui realizada. O período
da infância, onde a criança está em pleno desenvolvimento, é quando os livros literários
devem ser introduzidos no seu dia a dia. Desta forma, ela tem a oportunidade de ter
contato com os mais diversos livros e histórias, constrói uma empatia por circunstâncias
à sua volta. Assim como “livros inesquecíveis, aqueles que nos causam impacto na
juventude, e ainda nos reservam prazer e surpresas ao serem lidos muitos anos depois,
fizeram parte da nossa formação de conceitos, ordenaram certas vivências, mas,
sobretudo, nos fascinaram” (CADEMARTORI, 2010, p.84), o leitor passa a ter apreço
pela leitura e a torna cada vez mais presente em sua vida.
O impacto deixado por esses “livros inesquecíveis” permanecem na alma humana, assim
como para Bachelard a infância também permanece na alma humana, “uma infância
imóvel, mas sempre viva [...], mas que só tem um ser real nos instantes de iluminação, ou
seja, nos instantes de sua existência poética” (BACHELARD, 2009, p.94). Portanto, os
adultos que liam quando criança têm uma bagagem poético-literário desde então, podendo
dar suporte para o hábito da leitura durante suas vidas. A imaginação e a memória estão
intimamente ligadas, cabendo à infância o papel de ligar o real ao imaginário.
Desta forma, quando mantido o hábito da leitura, outros gêneros textuais passam a ser
introduzidos e explorados no cotidiano do leitor. Aqui, livros técnicos tornam-se cada vez
mais frequentes, adequando-se à realidade do leitor, mas os gêneros como contos e gibis
devem ser valorizados por marcarem o início deste hábito de leitura, conforme os
entrevistados na nossa pesquisa apontaram.

PRÁTICAS DE LEITURA NA INFÂNCIA E NA VIDA ADULTA:

Visando analisar e compreender como a prática de leitura na infância influencia o hábito


de leitura do adulto, fizemos uma pesquisa na Escola Carlos Castello Branco (CAIC),
localizada na região administrativa do Gama - Distrito Federal, com 17 professores. As
perguntas que guiaram a nossa pesquisa foram as seguintes: a. você tinha o costume de
ler quando criança?; b. se sim, quem te incentivou a ler?; c. que tipo de livros você lia?;
d. você acredita que seus hábitos de leitura hoje foram influenciados por suas práticas de
leitura durante sua infância?

Com o objetivo de entender se a prática de leitura na vida adulta está relacionadas com
os hábitos de leitura durante a infância, a pesquisa inicia-se questionando os entrevistados
se estes possuíam o costume de ler quando criança. Apenas 18,8% dos entrevistados
afirmaram que não, enquanto 81,3% dizem ter tido esse hábito.

Dos entrevistados que possuíam o hábito de ler durante a infância 68,8% foram
incentivados a ler por alguém, seja na escola ou em casa. Os outros 31,3% não foram
incentivados.

Dos dezessete (17) entrevistados, 31,3% afirmam ter lido livros de contos durante a
infância, 43,8% deles afirmaram ter lido gibis, enquanto os outros 25% responderam que
faziam outras leituras. Dentre estes outros textos, foram citados como lidos habitualmente
durante a infância as fotonovelas, alguns romances, a bíblia e livros infantis de
conhecimentos gerais e curiosidades. É interessante ressaltar que todos os que leram
livros de contos foram incentivados pela família. Das quinze (15) pessoas que dizem
possuir hábito de leitura atualmente, oito citaram livros literários, enquanto as outras sete
(7) atém-se a leitura de artigos técnicos, científicos e textos de atualização profissional.
Dos 31,3% que não foram incentivados a ler por ninguém, mencionados anteriormente,
18,8% não adquiriram esse hábito ainda na infância. E na vida adulta, 25,04% deles leem
somente textos e artigos necessários à sua profissão ou religião, nunca por lazer. Quando
questionados se acreditavam que seus hábitos de leitura atuais foram influenciados por
seus hábitos de leitura durante a infância, apenas cinco (5) disseram que não.

CONCLUSÃO

A importância da leitura é inquestionável para o desenvolvimento humano. Cada obra


literária tem seu de modo ensinar algo novo ao leitor, seja nas entrelinhas ou de forma
mais objetiva. Este conhecimento atingido pode ser notado como o foco de muitos leitores
hoje em dia.

Com a pesquisa realizada, foi possível notar o equilíbrio que há em relação à leitura
literária e à leitura de textos técnicos dentre os que dizem ter hábitos de leitura atualmente.
Muitas leituras antes voltadas ao prazer no período da infância se perderam, dando espaço
a obras técnicas relacionadas à profissão. Apesar disso, a relação literária da infância às
leituras atuais são confirmadas com a afirmação da grande maioria dos entrevistados.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
BACHELARD, Gaston. A poética do espaço. Trad. Alain M. Mozart, Mário Laranjeira.
São Paulo: WMF Martins Fontes, 2009.

CADEMARTORI, Lígia. O professor e a literatura. Belo Horizonte: Autêntica, 2010.

ANEXOS:

Questionário. Disponível em:


<https://www.survio.com/survey/d/C7J1B5I4G6A1W9F1M>. Acesso em 30 out. 2019.

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