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Curso de Avaliação e

Intervenção Gerontológica
Cognos Formação e Desenvolvimento Pessoal

Manual do Formando

Módulo 3: A Prevenção e reabilitação do idoso -


actividades de estimulação cognitiva

Cognos- Formação e Desenvolvimento Pessoal


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A Prevenção e reabilitação do Idoso – Actividades de estimulação
cognitiva

Conteúdos:

Linhas orientadoras para a identificação e reconhecimento da prevenção e


reabilitação cognitiva do idoso e planeamento de actividades de estimulação
cognitiva.

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Objectivo Geral

No final deste módulo, os formandos deverão ser capazes de


promoverem a prevenção e reabilitação cognitiva do idoso. Deverão ainda
saber planear actividades de estimulação cognitiva.

O formando deverá dedicar 6 horas de estudo para este módulo.

Conteúdos do módulo

 Prevenção Cognitiva em Gerontologia.


 Gerontopsicomotricidade.
 Reabilitação Cognitiva
 Métodos e Técnicas de Reabilitação.
 Estimulação Cognitiva – Actividades.

Objectivos Específicos

No final deste módulo, os formandos deverão ser capazes de:

 Identificar as diferenças entre prevenção e reabilitação.


 Conceber um plano de actividades de prevenção.
 Identificar e reconhecer a importância da estimulação cognitiva.
 Conceber um plano de actividades de reabilitação cognitiva.

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Indice

1. Prevenção Cognitiva em Gerontologia 5


1.1. Gerontopsicomotricidade 6
2. Reabilitação Cognitiva – função neuroanatómica 15
2.1. As relações cérebro-comportamento 15
3. Reabilitação Cognitiva – Visão Global 18
3.1. A cognição 18
3.2. A reabilitação da cognição 19
4. Métodos e técnicas de reabilitação 20
5. Estimulação Cognitiva – Actividades 22
5.1. Estabelecimento de um plano de acção 22
5.2. O cérebro e as suas capacidades preferenciais 25
5.3. Exemplos de actividades de estimulação cognitiva 28
Verificações de conhecimentos 41
Proposta de correcção de conhecimentos 42
Bibliografia 44

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1 – Prevenção Cognitiva em Gerontologia

Já abordamos no módulo 1, a importância da avaliação cognitiva e a


utilização dos testes para obtenção de um diagnóstico.
Segundo Val der Linden et al. (2003, in Abreu et al., 2006) as avaliações
neuropsicológicas devem ser integradas com as actividades rotineiras, para
se entender a natureza da influência específica dos défices nas actividades
do quotidiano.
As investigações actuais têm evidenciado um maior interesse sobre
estudos relacionados com a memória e os seus sistemas, a atenção e os
sistemas perceptivos, na tentativa de compreender os diferentes
transtornos observados na clínica. De acordo com Abreu et al., (2006) as
descrições das relações entre o cérebro e comportamento relativamente às
capacidades cognitivas e a sua apresentação sob a forma de
comportamento comprovaram as relações entre elas e as regiões
específicas.
A plasticidade cognitiva e neuronal estão presentes no curso da vida
do adulto.
Para tal, é imprescindível trabalhar no sentido de prevenir possíveis
défices cognitivos, para evitar mais tarde reabilitar. Embora exista uma
maior prevalência de doenças crónicas nos idosos, no entanto, não significa
que o envelhecimento acarrete necessariamente a manifestação das
doenças. Os profissionais e os familiares podem e devem utilizar estratégias
que permitam prevenir o aparecimento de défices cognitivos através da
utilização de técnicas e estratégias ao nível cognitivo.
É objectivo da Gerontologia Social, preparar as pessoas para que
enfrentem o processo de envelhecimento com a melhor capacidade
funcional possível, quer dizer, um envelhecimento dotado de capacidades
psicomotoras que permitam uma adequada qualidade de vida. Baseado
nesta finalidade, teve origem a Gerontopsicomotricidade que pela sua
importância na prevenção da deteroração das capacidades psicomotoras e
cognitivas, passaremos a abordar de uma forma breve.

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1.1 Gerontopsicomotricidade

Definição:
“...técnica no farmacológica incorporada a los protocólos de
intervención gerontológica. El objectivo específico de esta disciplina seria la
aplicación de programas estimulácion psicomotriz dirigidos al anciano para
retarsar el deterioro psicobiológico asociado al envejecimento y que impiden
el mantenimiento de independencia funcional... “(Nunez e González, 2001,
p.225).
Como tal, a gerontopsicomotricidade tem como papel preponderante,
a prevenção e manutenção das capacidades do indivíduo idoso. Sendo que
este deve ser visto num todo biopsicossociocultural, encarando o indivíduo
numa visão holística, e tendo como objectivo a procura constante de
melhorar ao máximo a qualidade de vida. Tendo em conta que há
condicionantes específicas do envelhecimento, que têm a sua origem nos
factores psicobiológicos e sócio-económicos do ser humano são estes
factores que conduzem num grau com maior ou menor relevância a:
invalidez, dependência e marginalização do idoso.
O envelhecimento acarreta transtornos e limitações que culminam na
maioria dos casos em incapacidades que afectam de forma global o
indivíduo, sendo que as principais áreas são, segundo Nunez e Gonzalez
(2001):
a) Sensoriais: perda de agudez sensorial, auditiva e táctil;
b) Neurovegetativas: transtornos de regulação de temperatura,
pressão sanguínea;
c) Neuromotoras: alterações da motricidade fina e global com inibição
cortical;
d) Cognitivas: transtornos da memória a longo prazo e da orientação
espácio-temporal;
e) Psíquicas: sintomatologia depressiva e transtornos psicoafectivos.

A psicomotricidade tem como plano de acção: desenvolver actividades


que permitam ao indivíduo em primeiro lugar, ter consciência das alterações
fisiológicas e motoras que se adquirem no decorrer do processo de
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envelhecimento a chamada consciência corporal; bem como prepará-lo
através de exercícios práticos para restabelecer o seu equilíbrio, tendo como
objectivo facilitar o seu quotidiano, que se prende com o ajuste da resposta,
ao estímulo recebido com um adequado processamento da informação.
Deve-se sempre fomentar as actividades cognitivas e motoras, bem
como a capacidade relacional do indivíduo tentando neutralizar: os
processos de degradação motora; diminuição das capacidades cognitivas,
perceptivas e sensoriais; bem como os transtornos psico-afectivos.

É de grande importância manter o indivíduo no seu meio social, com a


melhor integração possível, relevando a sua independência funcional e a sua
auto-estima, permitindo-lhe dentro das suas capacidades ter um papel activo
na sociedade.
Em suma: procurar uma velhice com melhor idade funcional, dotada de
capacidades psicomotoras, que lhes permitam ter um envelhecimento com a
máxima qualidade de vida.
A partir da idade adulta ou meia-idade, deve-se estabelecer exercícios
de movimento estruturados sob os princípios da integração sensório-
perceptivo-motor bem precisos e adaptados em função dos diferentes níveis
de desenvolvimento dos idosos (Barros, 2006).

O objectivo da intervenção terapêutica é maximizar o nível de


desempenho da pessoa e minimizar o grau de confusão mental, assim como
desenvolver estratégias de manuseamento do comportamento, que
também orientam o cuidador.
As intervenções têm de ser continuamente adaptadas às mudanças
das condições do paciente e directamente focadas em situações de vida
diária, com o objectivo de conseguir obter uma eficácia de curta prazo, tudo
isto devido à natureza progressiva das doenças degenerativas.

É de extrema importância a elaboração de programas que promovam


a manutenção de capacidades sensório-perceptivas, das funções executivas
tais como: a memória, a atenção, concentração, linguagem/pensamento,
praxia e capacidades visuo-construtiva da população idosa. Assim,
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estaríamos a prevenir e a fomentar a independência e autonomia desta
população, promovendo ainda, a socialização entre eles, evitando o
isolamento que não raras vezes acontece.

Vamos dar alguns exemplos de um programa de intervenção, com


exercícios que têm como objectivo a estimulação das capacidades
psicomotoras e cognitivas num grupo de idosos de um Centro de Dia.

Descrição das actividades

A planificação de actividades pressupõe a ocupação do idoso e o seu


envolvimento nas mesmas, para que possa sentir prazer na sua realização,
entusiasmando-se pela participação e consciencializando-se que pode dar o
seu contributo no desenvolvimento das actividades propostas, desfazendo a
imagem pré-concebida de que os idosos são inúteis e inactivos.

Estas actividades foram programadas para passar um dia na Quinta de


Santo Inácio – Avintes, Vila Nova de Gaia.
Alertamos para o facto de termos que ter em atenção, as faculdades
psicomotoras e cognitivas dos idosos.

Actividade 1 – “Percurso Selvagem”

A actividade consiste em percorrer um caminho pedestre com


obstáculos, com a duração de 20 minutos, terminando com o “Jogo da
pontaria no chão”. Este trajecto tem início na entrada da quinta, passando
pela Zona Africana (2) – Felinos (3) – Zona Australiana (7) – Aves Aquáticas e
de Zonas Húmidas (8) – Pequenos mamíferos (5) e terminando no Parque das
Merendas (9) onde se realizará o jogo. Ao longo do percurso estarão
colocadas barreiras com cerca de 20 cm de altura, pretendendo-se que os
idosos passem por cima destas. Também serão colocados pinos, tendo os
idosos que os contornar e setas com indicações do percurso a seguir. À
medida que se vai passando pelos diferentes locais, pede-se aos idosos para
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identificarem os animais que estão a observar. O “jogo da pontaria no chão”
consiste em desenhar um círculo no chão e colocar o idoso a uma distância de
cerca de 3m desse círculo, fornecendo-lhe uma bola. A finalidade é que o
idoso acerte com a bola no círculo. Uma vez concretizada esta tarefa,
desenham-se mais círculos para o lado direito, para o lado esquerdo e atrás.

Figura 2 – Percurso pedestre da Quinta de S. Inácio

Objectivos:
 Desenvolvimento de capacidades físicas e intelectuais;
 Estimular a função cognitiva, a coordenação visuo-motora, a
lateralidade, o equilíbrio, a organização espaço-temporal, e a
motricidade fina;
 Contribuir para a melhoria do estado de saúde, nomeadamente
ao nível da capacidade cardio-respiratória, tempo de reacção e
força muscular;
 Fomentar as relações inter-pessoais.

Importância: neutralizar a diminuição das capacidades motoras.

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Estratégias facilitadoras da actividade:
 Reduzir a altura das barreiras;
 Auxiliar na passagem das barreiras, fornecendo apoio;
 Encurtar a distância dos círculos;
 Desenhar círculos maiores.

Estratégias que dificultam a actividade:


 Aumentar a altura das barreiras;
 Colocar mais obstáculos ao longo do percurso;
 Aumentar a distância dos círculos;
 Desenhar círculos mais pequenos.

Recursos Materiais: Barreiras, pinos, cartões com setas desenhadas, bolas e


paus.

Palavras-chave: lateralidade, equilíbrio, coordenação visuo-motora,


motricidade.

Actividade 2 – “ A que sabe?” “O que será?”

Esta actividade decorrerá em dois momentos: um grupo de dez idosos


irá fazer a discriminação gustativa e o outro fará a discriminação auditiva. Os
dois grupos farão as duas provas.
A concretização da tarefa de discriminação gustativa/paladar consistirá
na prova de frutos tais como: maça, pêra, uva, laranja, morangos, melão,
com os olhos vendados e terão que os identificar.

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Figura 3 – Exemplos de frutas utilizadas para a prova gustativa

A tarefa de discriminação auditiva será realizada solicitando aos idosos


que identifiquem o animal em função do som que emite e escrevam no papel
fornecido. Serão apresentados os seguintes animais: o macaco, a arara, o
cão, o gato e a águia-real.

Objectivos:
 Desenvolver a capacidade sensitiva do paladar;
 Desenvolver a capacidade sensitiva da audição;
 Estimular estas capacidades perceptivo – sensoriais, uma vez que estas
têm um declínio com o avançar da idade.

Importância: diminuir o declínio dos órgãos sensoriais.

Estratégias facilitadoras da actividade:


Prova do Paladar
 Introdução de frutas mais comuns na alimentação;
 Dar pistas sobre a composição do fruto.

Prova Auditiva:
 Introdução de sons mais comuns por exemplo: pássaro, rato;
 Dar pistas sobre o animal.

Estratégias que dificultam a tarefa:


Prova do Paladar
 Introdução de frutos exóticos.

Prova Auditiva
 Introdução de sons reais conjuntamente com sons gravados e pedir
para identificar cada um deles.

Recursos Materiais:
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Prova do paladar: Pratos de plástico, Palitos, Fruta variada,
Guardanapos de papel, Lenços de pano, 2 Mesas e 12 cadeiras.
Prova Auditiva: 2 Mesas e 12 cadeiras, Papel, Canetas, Gravador e CD
com os sons dos animais, 20 fotocópias da ficha de prova auditiva.

Palavras – Chave: Paladar, Audição.

Prova da discriminação auditiva


Nome do utente:

SOM REAL SOM GRAVADO

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Actividade 3 – “Cantinho dos Sentimentos”

Solicitar aos idosos que deixem uma mensagem, através da


representação gráfica ou escrita, que expresse o sentimento destes pelos
animais do Zoo.
Estas mensagens serão fixadas num cartaz na recepção, tendo sido
solicitado a respectiva autorização dos responsáveis da Quinta.

Objectivos:
 Desenvolver a motricidade fina, a destreza e precisão manual e a
coordenação psicomotora;
 Desenvolver as capacidades cognitivas, através da estimulação da
atenção e memória;
 Estimular a criatividade e imaginação através da utilização de técnicas
de expressão, tais como pintura e desenho.

Importância: permitir a expressão de sentimentos.

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Estratégias facilitadoras da actividade:
 Liberdade de escolha para utilização da técnica de expressão
preferida;
 Fornecimento de materiais mais adequados à dificuldade
manual de cada um (ex. fornecer lápis mais grossos, dar
pincéis);
 Auxiliar na execução da tarefa, segurando a mão por exemplo.

Estratégias que dificultam a actividade:


 Pedir para desenharem algo específico;
 Solicitar para fazerem um verso ou poema;
 Introduzir figuras de animais e plantas incompletas que terão
que completar.

Figura 4 – Exemplos de figuras utilizadas para a actividade

Recursos Materiais: Papel, Canetas, Pincéis, Tinta, Canetas de Filtro, Cartaz,


Tesoura.

Palavras – Chave: Criatividade, Imaginação, motricidade fina, atenção,


memória.

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2. Reabilitação Cognitiva – função neuroanatómica

Acontece com frequência que mesmo com programas de prevenção, a


pessoa adquire défices cognitivos.
Além dos possíveis défices, próprios de cada faixa etária,
comprometimentos cognitivos podem provocar limitações funcionais
profundas. Estes traumatismos podem ser decorrentes de traumatismos
cranianos, doenças progressivas e degenerativas, como a demência de
Alzheimer, com maior incidência em idosos e AVC – Acidente Vascular
Cerebral. Perante as alterações neurofuncionais, os défices cognitivos
provocam alterações em várias áreas do desempenho ocupacional. A terapia
pode ajudar o idoso a manter a sua participação nas actividades quotidianas,
preservando a qualidade de vida e aumentando a sensação de bem-estar,
através do desenvolvimento da competência, do controle de si mesmo e do
seu ambiente.
Para optimizar o funcionamento psicológico e social, através de
exploração das capacidades preservadas e de factores que podem ser
susceptíveis à melhoria dos seus desempenhos, uma abordagem da vida
diária beneficia o programa de reabilitação.
Mais do que apenas se tentar melhorar a resposta do paciente com
exercícios ou estratégias mnemônicas externas, o profissional da área deve
elaborar alterações no ambiente, trabalhando a memória e a orientação.
Pretende-se desta forma ajudar os profissionais que actuam nesta área ou
que possam vir a actuar, despertando a atenção para a importância do
conhecimento de neuroanatomia funcional, actualizando a compreensão em
relação aos processos cognitivos e descrevendo os príncipios de tratamento.

2.1. As relações cérebro-comportamento

Um dos objectivos da neurociência cognitiva é o de identificar, seja em


condições normais ou patológicas, um fenómeno representado pela
actividade de um conjunto de células neuronais, a função correspondente de
um determinado desempenho cognitivo ou de um comportamento.

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Não está no âmbito deste módulo fazer uma descrição pormenorizada
de neuroanatomia, mas iremos de uma forma breve, tentar associar os
fenómenos aos conhecimentos das funções integradoras das conexões
entre os neurónios corticais, que parecem ter, efectivamente, papel central
nas actividades cerebrais e, consequentemente, na compreensão das acções
humanas imprescindíveis à reabilitação cognitiva.
As correlações anatomofuncionais associaram estruturas cerebrais às
actividades cognitivas (Abreu et al., 2006).

O lobo temporal é responsável pelas:


 Percepções visual e auditiva complexa;
 Memória;
 Modulação da emoção;
 Análises visuoperceptivas complexas.
As funções cognitivas reduzidas ou alteradas produzem défices na
percepção: sonora, cinestésica, de tempo, na memória auditiva e na
memória espacial (áreas de associação e de integração).

O lobo frontal é responsável pelo julgamento, raciocínio e crítica;


aspectos de memória e atenção; planeamento.
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As funções cognitivas alteradas estão relacionadas à intenção, praxia,
falta de iniciativa para o acto motor, diminuição do tónus de vigília.

O lobo parietal pode ser subdividido, de acordo com a diferenciação


das funções, em parietal esquerdo – nomeação, leitura, escrita, cálculo,
identificação digital, nomeação por confronto visual. No parietal direito –
percepção espacial e corporal, praxia para vestir, percepção visual. Nas
funções cognitivas alteradas ou reduzidas (à direita ou à esquerda)
encontram-se dificuldade na sintese espacial, alterações no esquema
corporal, desorientação temporo-espacial dos acontecimentos, lateralização
selectiva da atenção.

O lobo occipital está associado ao campo visual, percepção de cor,


percepção do movimento, análise espacial.
As funções cognitivas alteradas comprometem a função visual e as
agnosias (processamento de imagens de faces e imagens oníricas).
A percepção como reconhecimento de uma informação do ambiente
e/ou meio interno, é a base da cognição. O processamento é rápido e faz-se
pelos sentidos (visão, audição, tacto, olfacto, e propriocepção) (Abreu et al.,
2006).

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3. A Reabilitação Cognitiva - Visão global

3.1. A Cognição

Habitualmente, a cognição é considerada como uma função cortical


que pode ser dividida em subfunções distintas, tais como:
 Orientação;
 Memória;
 Atenção;
 Organização visuomotora;
 Raciocínio;
 Função executiva,
 Planeamento;
 Solução de problemas.

Em termos conceptuais, a cognição é tida como a capacidade do sujeito


adquirir e utilizar a informação, com o fim de adaptar-se às exigências do
meio ambiente. A capacidade para adquirir uma informação envolve
competências para processar a informação ou a capacidade para entender a
nova informação, organizá-la, assimilá-la e integrá-la com experiências
anteriores. Quer dizer, as funções cognitivas incluem o uso espontâneo de
estratégias eficientes de processamento, as competências para aceder ao
conhecimento prévio quando for necessário e a consciência da própria
capacidade cognitiva. O conceito actual de cognição que é aceite pela
comunidade científica engloba capacidades de processamento da
informação, aprendizagem e generalização.
Desta forma, uma disfunção cognitiva pode afectar a capacidade
funcional em todas as áreas da vida diária. As tarefas individuais podem ser
desempenhadas de forma ineficiente. Nas situações sociais, as disfunções
cognitivas podem interferir na capacidade da pessoa idosa para entender e
integrar de forma precisa todas as partes de uma situação. A pessoa pode
ser incapaz de decidir o que fazer primeiro, o que o priorizar ou como
separar uma tarefa por passos. Pode ser dispendido demasiado tempo,
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processando pormenores não essenciais. Para além disso, uma pessoa
cognitivamente comprometida pode ter dificuldades em manter uma
recordação de acontecimentos anteriores e associar informações
relacionadas entre si.

3.2. A Reabilitação da Cognição

A reabilitação cognitiva é “ um processo em que as pessoas com lesão


cerebral cooperam com profissionais de saúde, familiares e membros da
comunidade mais ampla para tratar ou aliviar deficiências cognitivas
resultantes de dano neurológico. O objectivo da reabilitação é capacitar
pacientes e familiares a conviver, lidar, contornar, reduzir ou superar as
deficiências cognitivas” (Wilson, 2003, p.315).
A intervenção tem como objectivo melhorar a capacidade no
processamento de informação, aumentando o volume da informação que
pode ser trabalhada, à medida que aumenta a capacidade da pessoa em
utilizar estratégias cognitivas.
A reabilitação cognitiva consiste, essencialmente, em estratégias
desenvolvidas e aplicadas em técnicas cognitivas, primeiramente para a
restauração clínica de funções e depois para a compensação de funções,
com o objectivo de minimizar os défices de atenção, de linguagem, de
processamento visual, memória, raciocínio e resolução de problemas, além
das funções executivas.
As áreas de actuação clínica multidisciplinar engloba profissionais de
várias áreas: neuropsicologia, psicologia clinica, educação especial, terapia
ocupacional.

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4. Métodos e Técnicas de Reabilitação

As técnicas de reabilitação são aplicadas a três tipos de disfunções:


atenção, linguagem e memória (Abreu et al., 2006).
Segundo Prigatano (2003, in Abreu et al., 2006) existem três tipos de
treino cognitivo que facilitam a reabilitação:
 Uso de compensação para contornar o défice;
 Uso de substituição por meios alternativos para resolver
problemas;
 Retreino das funções cognitivas específicas lesadas.

Estes princípios podem ser aplicados em quatro passos (Farina et al.,


2002):

1. Concentrar a atenção para reduzir confusão cognitiva;


2. Promover a consciência dos défices e de capacidades
remanescentes por meio de aconselhamento individual e em grupo;
3. Consciencializar a pessoa e os seus familiares da necessidade do
uso de estratégias compensatórias e treinar a sua actuação no
quotidiano;
4. Fazer treino cognitivo e de capacidades sociais.

Segundo Sohlberg e Mateer (2001, in Abreu et al., 2006), existem três


abordagens essenciais à reabilitação cognitiva:

1. A abordagem de estimulação geral, em que o treino cognitivo é


administrado sem orientação teórica específica, supondo-se que qualquer
estimulação terá resultados de melhoria;
2. A abordagem de adaptação funcional, em que os exercícios são
efectuados apenas num contexto funcional de situações de vida quotidiana.
3. A abordagem de processo específico, em que uma ampla base
teórica permite, a partir de uma avaliação neuropsicológica inicial, organizar
de forma hierárquica exercícios das funções mais simples às mais complexas,
de forma a facilitar a reorganização funcional.
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A utilização das abordagens existentes na literatura relativamente
ao tratamento dos défices cognitivos, são segundo Wheathey (1999, in
Abreu et al., 2006) as seguintes:

- A abordagem adaptativa – dá enfoque às capacidades que estão


relativamente preservadas, desenvolvendo estartégias de forma a
compensar as capacidades prejudicadas. As actividades terapêuticas são
funcionais, trabalhando com tarefas quotidianas;
- A abordagem de remediação, ou transferência de treino, em que são
trabalhados défices cognitivos específicos. As actividades estão viradas para
o treino de capacidades cognitivas específicas, habitualmente avaliadas por
testes neuropsicológicos padronizados, por exemplo, a memória, a qual
vamos dar exemplos de exercícios de reabilitação cognitiva, mais à frente;
- A abordagem com ênfase no processo, enfatiza a necessidade do
terapeuta de adaptar de forma contínua o tratamento de acordo com as
mudanças no estado do paciente e no ambiente. A intervenção guia o
paciente através da sequência: detecção, discriminação e geração de
hipóteses durante a execução das actividades terapêuticas;
- A abordagem com ênfase no tratamento multicontextual, trabalha
factores externos (contexto ambiental, natureza da tarefa) e factores
internos(estratégias de processamento e características do paciente). O
objectivo é desenvolver uma estratégia particular, projectada e executada
em vários ambientes para aumentar a probabilidade de transferência da
aprendizagem, com uma variedade de tarefas motoras.;
- A análise comportamental aplicada, tem sido utilizada como uma
reeducação das capacidades funcionais, utilizando abordagens
comportamentais de modelação, extinção e reforço;
- A teoria de integração sensorial, tem sido utilizada em pessoas com lesões
cerebrais.

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5. Estimulação Cognitiva – Actividades

5.1. Estabelecimento de um plano de acção

Obviamente, que não chega apenas fazer testes e observações. Após


a identificação das dificuldades e a partir do momento em que possuimos o
diagnóstico, é o momento de investir as nossas energias. Pode-se então
elaborar um plano de estimulação.
A estimulação deve ser muito frequente. Podemos propor exercícios
durante o banho, na hora da alimentação, etc. Estes devem ser efectuados
por pessoal qualificado, mas é também importante a formação através do
fornecimento de material apropriado para outros elementos que lidam com
este tipo de pessoas, essencialmente doentes de Alzheimer, familiares,
auxiliares, entre outros. Os programas de estimulação podem ser
efectuados individualmente mas também em grupo.
São inúmeros os exercícios de estimulação. Na realidade, tudo o que
nos envolve pode ser um instrumento de estimulação. O treino quotidiano
pode compreender actividades da vida corrente, como a leitura de revistas e
jornais, ouvir as notícias. Pode-se também utilizar o dicionário para para
encontrar o significado das palavras e de livros ilustrados para estimular a
percepção. Igualmente importante são os jogos, estes são meios
particularmente benéficos para estimular. Por exemplo, tendo em conta a
fase em que um doente de Alzheimer se encontre, este pode jogar às cartas,
aos dados, ao xadrez, etc. Pode ainda fazer palavras cruzadas, quebra-
cabeças ou participar em jogos de conhecimentos. Estes jogos ajudam a
conservar a vivacidade de espirito e o sentido de observação; estimulam a
memória, permitem utilizar o julgamento e manter o contacto com os outros
(Phaneuf, 2010).

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Regras a seguir para a estimulação

A ter em conta

É necessário solicitar a capacidade de atenção da pessoa, tentar


preservar as capacidades que restam, sem nunca lhe criar stress e nem a
colocar em situação embaraçosa. Muitas vezes a pessoa tem dificuldade
em responder a questões directas devido ao stress de ser questionado e
a dificuldade de evocação livre. Podem ajudá-lo utilizar questões
indirectas ou indícios.

A estimulação pode fazer-se com a ajuda de exercícios simples ou


situar-se num quadro de actividades mais complexas. Independentemente
do meio utilizado é necessário ter em conta as seguintes regras (Phaneuf,
2010):

 Os exercícios devem reflectir o enorme respeito pela dignidade


da pessoa;
 É importante escolher exercícios e actividades de acordo com as
capacidades do doente. Se utilizarmos exercícios simples, podem aborrecê-
lo e levá-lo a sentir –se inferiorizado;
 Quando isso é possível, estas actividades e estes exercícios
devem ser propostos para grupos mais homogéneos para que os sujeitos
continuem interessados. Se algumas pessoas estão mais avançadas na sua
doença, a sua participação será menos atenta, daí menos motivante para os
outros;
 É necessário estimular as diversas capacidades: a memória a
curto prazo, a memória episódica e processual, a capacidade de reconhecer
os rostos ou as coisas, analisá-las e classificá-las, identificar as semelhanças e
as diferenças, bem como a percepção do espaço e do tempo, a linguagem e
as trocas, a criatividade, o cálculo, a afectividade. Ou seja, as capacidades do
cérebro direito e esquerdo;
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 Recorda-se que uma só actividade pode estimular várias
capacidades diferentes ao mesmo tempo. Por exemplo, a profissional pede à
pessoa para classificar os elementos de uma lista de compras e a seguir
pergunta onde fazia as suas compras, o que comprava habitualmente, para
quem, o que preferia comprar, entre outras. Esta actividade pode tornar-se
muito proveitosa;
 Quando propomos uma actividade devemos ter em conta que a
pessoa está limitada e, muitas vezes, não está consciente disso. Não gosta
de ver a sua auto-imagem diminuída. Se perder a sua auto-estima, perde
também a sua auto-confiança e torna-se incapaz de progredir. A intervenção
deve reforçar a confiança nas suas possibilidades. Devem ser eliminadas as
pressões e, reforçar o esforço e o sucesso;
 É necessário escutar a pessoa, procurar entender o que ela
procura dizer aquando de uma conversa e ajudá-la, mas sem a substituir
automaticamente no que pode dizer ou fazer. É muito importante respeitar
as suas capacidades;
 A alternância dos exercícios intelectuais, de interacção social e
físicos permite uma estimulação mais ampla das diversas faculdades. Não se
trata de querer criar relações entre os participantes, mas levar a pessoa a
integrar-se num grupo e de ser estimulada pela presença dos outros;
 Os exercícios devem servir para fazer emergir a emotividade
através das lembranças da vida, uma vez que a pessoa não vive só no meio
intelectual e não é somente uma memória;
 Todos os exercícios de estimulação, mesmo os que são feitos de
forma informal, devem ser acompanhados de notas, indicando de uma
forma sumária os resultados e os exercícios que parecem mais difíceis, a fim
de os repetir quando for possível;
 Existem certas actividades de estimulação mnenésica que
podem ser realizadas durante os cuidados, por exemplo, pode ser pedido à
pessoa durante o banho que nomeie palavras que começem pela letra P,
entre outros.

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5.2. O cérebro e as suas capacidades preferenciais

No cérebro são identificadas localizações particulares, como já


referimos acima.
São utilizadas áreas definidas para cada uma das capacidades
humanas, quer pelo cérebro direito quer pelo esquerdo. Este órgão
funciona de forma global numa colaboração constante entre as diferentes
áreas que o compõem. Estimulação diversa desencadeia trocas entre os
componentes do cérebro. Certos exercícios que estimulam um ou outro dos
hemisférios cerebrais reúnem a linguagem, o cálculo, o reconhecimentos das
palavras, dos locais e do tempo.

Os dois hemisférios do cérebro e as suas capacidades são:

Hemisfério esquerdo Hemisfério direito


Pensamento: Pensamento:
-lógico; -intuitivo;
-analítico; -global;
-técnico; -sintéctico;
-sequencial. Simultâneo.

Resolução de problemas, ordem, Criatividade, desenho, pintura,


classes, cálculos, termos, palavras, música, reconhecimento dos rostos,
planificação, organização, relações,espiritualidade,
administração compreensão empática

Nota: fazem –se trocas regulares entre os dois hemisférios

Vamos de seguida dar alguns exemplos de exercícios de estimulação


do hemisfério esquerdo:

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Exercício 1

- Reconstitua as seguintes palavras:


1 – UE
2 - APALARV
3 – OELHOC
4 – AESM
5 – QRUAOT
6 - AACR
Exercício 1
7 – ARFGO
8– - IZNAR
- ReconstituaIZNARas seguintes palavras:
1 – UE
Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
2 - APALARV
3 – OELHOC
Reconstitua
4 – AESM os provérbios
5 – QRUAOT
- Filho6tal- AACR
tal pai
- Longe7 –seARFGO
devagar vai
- Ladra8que cão morde não
- IZNAR

Exercício 2

- Vai comprar uma camisola. Esta custa 30 euros. Paga com duas notas
de 20 euros. Que troco deve receber?

- Vai à mercearia e compra meia dúzia de ovos caseiros. Estes custam 3


euros a dúzia. Quanto deve pagar?

- Comprou uma revista que lhe custou 2 euros e setenta cêntimos.


Pagou com uma moeda de 2 euros e uma de 1 euro. Quanto deve
receber de troco?

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Exercícios do hemisfério direito

Por que número ou letra substitui o ponto de interrogação?

?
24, 27, 30
15, 18, 21
3, 6, 9, 12

15
5
? 20

1+3
A, B, C D, E, ?
4+3

?+3
= 15 G, H, I ?, K, L

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5.3. Exemplos de estimulação cognitiva

Existem inúmeros exercícios de estimulação cognitiva, estes devem


ser ajustados a cada elemento e/ou grupo.
Vamos neste módulo dar alguns exemplos da memória adaptados
(Phaneuf, 2010) .

Exercício 1 – A memória a curto prazo e o hemisfério direito: o


reconhecimento e as semelhanças.

1.1.
Pede-se à pessoa que olhe para o quadro, depois tapa-se.

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Que algarismo está a vermelho nestas colunas?

1.2
Olhe para estas figuras geométricas, de seguida tapamos.

6 9 5
4
4

3
8 1
47

Que forma geométrica está repetida duas vezes?

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Exercício 2 – A memória a longo prazo: a memória semântica

Para cada uma das fotos, identifique que pessoa é um bebé, uma menina,
uma mulher jovem, uma senhora e uma mulher idosa.

Exercício 3 – A memória a longo prazo: a memória semântica ( o


reconhecimento, a discriminação e o procedimento)

Vai ter que cozinhar. Quais são os objectos de que não se servirá?

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Exercício 4 – A memória a longo prazo: a memória processual
Pretende fazer uma sopa de legumes. Por que ordem faria estas operações?

1. Juntar um chávena de arroz.


2. Juntar um litro de caldo.
3. Juntar sal e ervas aromáticas.
4. Cortar os legumes em juliana.
5. Juntar os legumes.
6. Alourar a cebola.
7. Escolher/limpar/descascar os legumes.

Atenção: Existem várias respostas possíveis

Exercício 5 – A classificação da memória: o hemisfério esquerdo e a


memória semântica

É fornecida à pessoa uma lista de artigos que ela tem que comprar na
mercearia, na peixaria, no talho, ou numa loja de pronto-a-vestir para
homem. Pede-se para distribuir por quatro grupos diferentes de acordo com
as suas semelhanças.

Sardinha Cachecol Coelho


Gravata Frango Filetes de pescada
Ameixas Sumo de laranja Camarões
Pão Camisa Cenouras
Alface Chouriço Tomate

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Exercício 6 – Estimulação da memória: o hemisfério esquerdo e a
memória semântica.

6.1. Faça as seguintes adições.

15 + 27 + 10 + 25 - 25 = ______ 7c + 3€ + 87c + 10c – 1€ = ___

6.2. Tem 30 segundos para assinalar com um risco todas os C da lista a


seguir
BRCATYCVCDUIPCRFZQWCRTYCJKLCACDCVEMCPK
LBAAXECNTMCBCPJHCBCEDZATZAV

6.3. Identique as palavras

a) que se referem a animais


cão, gato, rocha, cadeira, vestido, mesa, nuvem , coelho, martelo,
rato, cabelo, janela, faca, leão, livro.
b) que se referem a alimentos
Pão, lâmpada, serrote, camisa, casaco, alface, arroz, tapete, revista,
peixe, boné, leite, café, sofá, maçã, candeeiro, rosa, cenoura, porta-
retratos, tomate, camisa.

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Exercício 7 – A estimulação do hemisfério esquerdo

Associe o termo da esquerda ao (termo ou expressão) que lhe


corresponde na colina da direita

 Pantufa  Jornal
 Jóia  Andar pela praia
 Imprensa  Adorno
 Enciclopédia  Aparelho de fotografia
 Câmara  Órgão
 Fígado  Calçado confortável
 Passeio  Recolha de conhecimentos
humanos

Exercício 8 – A estimulação do hemisfério esquerdo


Que cores deveriam aparecer para completar a série?

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A que horas se deveria colocar o ponteiro para completar a série?

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Exercício 9 – A estimulação do hemisfério direito: discriminação e a
emotividade

É o aniversário de uma pessoa de quem gosta. O que poderia escolher


de agradável para lhe oferecer?

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Exercício 10 – A estimulação do hemisfério direito: o reconhecimento
e a associação

Das pessoas abaixo, quem chamaria para:


 fazer pão;
 trazer uma carta;
 cozinhar;
 cuidar de si;
 para construir uma casa;
 ensinar

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Exercício 11 – A memória no sentido amplo e a linguagem

1 – Indique os antónimos (contrários) das seguintes palavras:


 Chorar;
 Bonito;
 Frio;
 Branco;
 Dia;
 Longe;
 Duro;
 Partir.

2 – Indique os sinónimos das seguintes palavras:


 Felicidade;
 Receio;
 Tristeza;
 Alumiar.

3 – Explique as seguintes expressões:

 Ter mais que fazer;


 Entendem-se como cão e gato;

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 É a ovelha ranhosa;
 Ter um nó na garganta.

4 – Para cada uma das cores seguintes, por favor, nomeie objectos
que a caracterizam (por exemplo, verde-relva):

 Azul;
 Amarelo;
 Vermelho;
 Laranja.

Exercício 12 – A memória e a orientação temporal

1 - Diga que tempo faz para cada uma destas imagens

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2 – Identifique a estação do ano para cada uma destas imagens

3 – Escolha o relógio que indica:

 Uma hora menos dez;


 Dez horas e meia;
 Cinco horas menos cinco;
 Oito horas e vinte e cinco;
 Nove horas menos vinte e cinco;
 Meio dia e um quarto.

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Exercício 16 – A orientação espacial e a memória
Pedro está no seu quarto. Que caminho deve percorrer para ir:
 Do salão para a casa de banho?
 Da casa de banho para a sala de jantar?
 Da sala de jantar para a cozinha?
 Da cozinha para o quarto do Lucas?
 Do quarto do Lucas para o vestiário?

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39
Foram dados alguns exemplos de exercícios de estimulação cognitiva.
É importante que se faça um registo por indíviduo e se vá avaliando os
progressos ou em caso destes não existirem, voltar a insistir nas áreas em
que não houve evolução.
Muito mais haverá a dizer sobre este tema, mas não é possível abordar
mais por limitação de tempo.

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Verificação de Conhecimentos

No fim deste módulo, convidá-lo a fazer esta breve verificação de


conhecimentos. Para isso responda aos exercícios que se seguem. Quando
terminar, poderá consultar as respostas e compará-las com as suas. No final,
pode consultar as páginas sugeridas para consolidar o tema em questão.
Bom trabalho!

1. Indique quais são as funções cognitivas que podem estar associadas ao


lobo frontal e parietal. (ver pág. 15 a 17)

2. Indique quais as subfunções em que a cognição pode ser dividida. (ver


pág. 18 a 19)

3. Qual é o objectivo da reabilitação? (ver pág. 19)

4. O que se pretende com a intervenção na reabilitação cognitiva? (ver


pág. 19).

Veja a proposta de correcção na página 42

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41
Proposta de Correcção

Verifique os seus conhecimentos – pag. 41

1. Indique quais são as funções cognitivas que podem estar associadas ao


lobo frontal e parietal. (ver pág. 15 a 17)

As funções cognitivas associadas ao lobo frontal são o julgamento,


raciocínio e crítica; aspectos de memória e atenção; planeamento.

Relativamente ao lobo parietal este pode ser subdividido, de acordo


com a diferenciação das funções, em parietal esquerdo – nomeação, leitura,
escrita, cálculo, identificação digital, nomeação por confronto visual. No
parietal direito – percepção espacial e corporal, praxia para vestir,
percepção visual. Nas funções cognitivas alteradas ou reduzidas (à direita
ou à esquerda) encontram-se dificuldade na sintese espacial, alterações no
esquema corporal, desorientação temporo-espacial dos acontecimentos,
lateralização selectiva da atenção.

2. Indique quais as subfunções em que a cognição pode ser dividida. (ver


pág. 18 a 19)

A cognição é considerada como uma função cortical que pode ser


dividida em subfunções distintas, tais como: Orientação; Memória; Atenção;
Organização visuomotora; Raciocínio; Função executiva, Planeamento e
Solução de problemas.

3. Qual é o objectivo da reabilitação? (ver pág. 19)

O objectivo da reabilitação é capacitar pacientes e familiares a conviver,


lidar, contornar, reduzir ou superar as deficiências cognitivas.

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42
4. O que se pretende com a intervenção na reabilitação cognitiva? (ver
pág. 19).

O objectivo da intervenção terapêutica é maximizar o nível de


desempenho da pessoa e minimizar o grau de confusão mental, assim como
desenvolver estratégias de manuseamento do comportamento, que
também orientam o cuidador.
As intervenções têm de ser continuamente adaptadas às mudanças
das condições do paciente e directamente focadas em situações de vida
diária, com o objectivo de conseguir obter uma eficácia de curta prazo, tudo
isto devido à natureza progressiva das doenças degenerativas.

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Bibliografia

Abreu, V., Tamai, S., (2006). Reabilitação Cognitiva em Gerontologia. In:


Freitas, E.V. et al. (Org.). Tratado de Geriatria e Gerontologia. 2.ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, pp. 1162-1169.

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Eletronica INFORMATIVO G.R.D. ano VI – Edição 13 – Jan/Jun – Rio de
Janeiro, 2006. [Em linha]. Disponível em
http://www.geocities.com/grdclube/Revista/Gerontinterv.html?20092>

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Gonçalves, J., Nunez, J.(2001). Programa de Gerontopsicomotricidade en


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(Madrid). In: Progressos em Psicomotricidade. Lisboa: Edições FMH, pp
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Phaneuf, M., (2010). O envelhecimento perturbado. A Doença de Alzheimer. 2.


ed.Loures: Lusodidacta.

Wilson, B., (2003). Reabilitação das deficiências cognitivas. In: Nitrini, R.,
Caramelli, P., Mansur, L. Neuropsicologia : das bases anatómicas à
reabilitação. S. Paulo: Clínica Neurológica Hospital das Clínicas – FMUSP.

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