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SEGURO RURAL

12a edição

Rio de Janeiro
2016
É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, ou de partes dele,
sob quaisquer formas ou meios, sem permissão expressa da Escola.

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da FUNENSEG

E73s Escola Nacional de Seguros. Diretoria de Ensino Técnico.


Seguro rural/Supervisão e coordenação metodológica da Diretoria de Ensino Técnico;
assessoria técnica de Bruno Kelly. – 12. ed. – Rio de Janeiro: Funenseg, 2016.
128 p.; 28 cm

1. Seguro rural. I. Kelly, Bruno. II. Título.

0015-1609 CDU 368.5(072)

REALIZAÇÃO

Escola Nacional de Seguros


SUPERVISÃO E COORDENAÇÃO METODOLÓGICA

Diretoria de Ensino Técnico


ASSESSORIA TÉCNICA

Bruno Kelly – 2016/2015/2014


CAPA

Coordenadoria de Comunicação Social


DIAGRAMAÇÃO

Info Action Editoração Eletrônica


A
Escola Nacional de Seguros promove, desde 1971, diversas
iniciativas no âmbito educacional, que contribuem para um
mercado de seguros, previdência complementar, capitalização
e resseguro cada vez mais qualificado.

Principal provedora de serviços voltados à educação continuada, para


profissionais que atuam nessa área, a Escola Nacional de Seguros
oferece a você a oportunidade de compartilhar conhecimento e
experiências com uma equipe formada por especialistas que possuem
sólida trajetória acadêmica.

A qualidade do nosso ensino, aliada à sua dedicação, é o caminho


para o sucesso nesse mercado, no qual as mudanças são constantes
e a competitividade é cada vez maior.

Seja bem-vindo à Escola Nacional de Seguros.


4 SEGURO RURAL
Sumário

1 UMA BREVE VISÃO DO AGRONEGÓCIO


Agronegócio
9
12
Os Principais Segmentos do Agronegócio 12
Importância do Agronegócio 13
Oportunidades 13
Pontos Fortes do Agronegócio Brasileiro 13
Pontos Fracos do Agronegócio Brasileiro 14
O Potencial do Agronegócio 15
Crédito Rural para a Agricultura Comercial 16
Fixando Conceitos 1 17

2 CRONOLOGIA NO SETOR DE SEGURO RURAL


Cronologia
19
21
CNSA – Companhia Nacional de Seguro Agrícola 22
FESR – Fundo de Estabilidade do Seguro Rural 23
Receitas do FESR 23
Obtenção da Garantia do FESR 24
COSESP – Companhia de Seguros do Estado de São Paulo 24
PROAGRO – Programa de Garantia da Atividade Agropecuária 25
Síntese Histórica 25
PROAGRO Mais 27
Aliança do Brasil 27
Fixando Conceitos 2 29

3 POLÍTICA AGRÍCOLA
MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento)
31
33
Missão 33
Uma Parceria Histórica com o Agronegócio 33
Resseguradoras 34
SUSEP – Superintendência de Seguros Privados 34
Principais Legislações em Vigor 35
Normas que Atualmente Regem o Seguro Rural 35
Fixando Conceitos 3 37

4 RISCO RURAL
Instrumento de Proteção ao Produtor Rural
39
41
Operação do Seguro Rural 41
Mensuração do Risco 41
Produção 42
Distribuição dos Prêmios 43
Sinistralidade do Seguro Agrícola 44

SUMÁRIO 5
Conceitos 45
Rural e Agrícola 45
Custeio, Produção, Rendimento e Índice 45
Safra e Safrinha 46
Zoneamento Agrícola 46
Riscos 47
Riscos Não Correlacionados 48
Riscos Correlacionados 48
Riscos Intermediários 49
Premissas 50
Redução do Risco 50
Reconhecimento de Riscos Não Seguráveis 51
Capacidade Financeira 51
Características dos Riscos Seguráveis – Riscos Rurais 51
Lei dos Grandes Números 52
Acidental 52
Mensurável 52
Independente 52
Provável 53
Viável 53
Mecanismos de Transferência do Risco 53
Diversificação 53
Franquia 53
Redução do Prêmio 54
Cosseguro 54
Resseguro & FESR 54
Consórcio 55
Fixando Conceitos 4 57

5 RAMOS DO SEGURO RURAL


Modalidades do Seguro Rural
61
63
Seguro Agrícola 63
Seguro de Granizo × Seguro Multirrisco 63
Seguro de Animais 66
Seguro Pecuário 66
Seguro Aquícola 66
Seguro de Benfeitorias e Produtos Agropecuários 67
Seguro de Penhor Rural 67
Seguro de Florestas 67
Seguro de Cédula do Produto Rural – CPR 67
Seguro de Vida do Produtor Rural 69
Fixando Conceitos 5 71

6 SEGURO RURAL
6 OS DESAFIOS DO AGRONEGÓCIO
Gargalo Logístico
73
75
Sistema Tributário 75
Controle Sanitário 76
Incremento da Competitividade 76
Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) 77

7 EXPERIÊNCIAS INTERNACIONAIS
Contexto Histórico
79
81

TESTANDO CONHECIMENTOS 85

ESTUDOS DE CASO 89

ANEXOS 93
Anexo 1 – Modelo de Proposta de Seguro Agrícola 95
Anexo 2 – Lei 10.823, de 19 de dezembro de 2003 97
Anexo 3 – Circular SUSEP 261, de 9 de julho de 2004 103
Anexo 4 – Resolução CNSP 95/02 107
Anexo 5 – Resolução CNSP 46/01 109
Anexo 6 – Resolução CNSP 50/01 113
Anexo 7 – Circular SUSEP 286, de 21 de março de 2005 115
Anexo 8 – Decreto 5.782, de 23 de maio de 2006 117
Anexo 9 – Lei Complementar 137, de 26 de agosto de 2010 119

GABARITO 125

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 127

SUMÁRIO 7
8 SEGURO RURAL
1
UMA BREVE VISÃO
DO AGRONEGÓCIO

Após ler esta unidade, você deve ser capaz de:


• Compreender a importância do agronegócio para o país e para a sociedade.
• Conhecer quais os principais segmentos do agronegócio.
• Identificar quais os pontos fortes e fracos do agronegócio brasileiro.
• Entender os principais obstáculos à ampliação das exportações.
• Identificar o que é o crédito rural.

UNIDADE 1 9
10 SEGURO RURAL
O
Brasil tem uma inegável vocação agrícola, e alguns analistas apontam,
inclusive, que seremos o maior país agrícola do mundo em um prazo
de até dez anos. Isto posto, é fácil perceber que o agronegócio
brasileiro é uma atividade próspera, segura e rentável. Com um clima
diversificado, chuvas regulares, energia solar abundante e quase 13% de toda
a água doce disponível no planeta, o Brasil tem 388 milhões de hectares
de terras agricultáveis férteis e de alta produtividade, dos quais 90 milhões
ainda não foram explorados.

O agronegócio é, hoje, a principal locomotiva da economia brasileira e


responde por um em cada três reais gerados no país.

O Brasil situa-se, no contexto mundial atual, como celeiro mundial em termos


de agronegócio. O país possui 22% das terras agricultáveis do mundo,
além de elevada tecnologia utilizada no campo, dados estes que fazem
do agronegócio brasileiro um setor moderno, eficiente e competitivo no
cenário internacional.

Temos acompanhado o esforço do Governo Federal no sentido de consolidar


a agricultura brasileira como setor estratégico moderno e competitivo.
Para isso, o governo brasileiro vem lutando, junto aos fóruns internacionais, Comentário
Medidas para o Brasil ter maior produção
pelo acesso ao mercado e redução dos subsídios. Internamente, vem buscando agrícola:
implementar medidas que permitam ao Brasil uma condição produtiva cada
vez maior, como a adoção de crédito com juros fixos, investimento em • adoção de créditos com juros fixos;
• investimento em pesquisa;
pesquisa, fortalecimento da defesa agropecuária, melhoria da infraestrutura
• fortalecimento da defesa agropecuária;
de transporte, portos e armazenagem, e modernização do parque de máquinas • melhoria da infraestrutura de transporte,
e implementos agrícolas. portos e armazenagem; e
• modernização do parque de máquinas
e implementos agrícolas.
O que o Brasil ganha com isso? Muita coisa. A segurança alimentar é, por
exemplo, uma questão estratégica que afeta diretamente a população
brasileira. Temos, hoje, alimentos de qualidade, ofertados durante todo o
ano, e com um custo que não vem sofrendo aumentos significativos nos
últimos anos. Esta é uma das contribuições importantes do agronegócio
brasileiro, com impactos diretos na inflação, na estabilidade econômica
e, consequentemente, no bolso do consumidor. Somam-se a este quadro o
saldo positivo da balança de pagamentos e o impacto do setor no interior do
país, gerando mais empregos e renda. A maioria dos seus 5 mil municípios,
que representam 89% do total dos municípios brasileiros, tem menos de 50
mil habitantes e é altamente dependente do agronegócio.

O setor do agronegócio precisa aproveitar o momento positivo para


consolidar sua imagem na sociedade, por meio de um bem estruturado plano
de comunicação. O maior beneficiário não será o próprio setor, mas a sociedade,
que estará assegurando as bases do desenvolvimento sustentável.

UNIDADE 1 11
AGRONEGÓCIO
O agronegócio envolve toda a cadeia produtiva e de comercialização dos
alimentos e fibras.

Fertilizantes Agricultura Atacadistas


&

Consumidor
Sementes Pecuária Cooperativas

Herbicidas Agroindústria Exportadores


&
Defensivos Energia
Varejistas

Insumos Produção Comercialização

Os Principais Segmentos do Agronegócio


Antes da Porteira Dentro da Porteira Depois da Porteira
Máquinas e Agroindústria
Produção Agropecuária Distribuição
Equipamentos (Processamento)
Sementes → Produção animal → Indústria alimentar → Comércio atacadista →
Calcário
Fertilizantes Lavouras permanentes Indústria de bebidas Refeições industriais C
Rações
O
Defensivos → Lavouras temporárias → Couro e calçados → Fast-food →
Fármacos veterinários N
Combustíveis Horticultura Têxtil e confecções Lojas de conveniência S
Tratores
Colheitadeiras → Fruticultura → Papel e celulose → Restaurantes, hotéis → U
Implementos M
Equipamentos Silvicultura Madeira e móveis Super/hipermercados
I
Máquinas
Motores → Extração vegetal → Álcool carburante → Mercearias → D
Inseminação artificial
O
Ordenha mecânica Borracha natural Bares
Equipamentos de frio R
Fumo e cigarros Padarias E

Óleos e essências Açougues S

→ → → Feiras e sacolões →

Exportação
Serviços de Apoio
Agronômicos, veterinários, P&D, bancos, marketing, vendas, transporte, armazenagem, portos, assistência médica, informação
de mercados, bolsas de mercadorias, seguros, outros.

12 SEGURO RURAL
Importância do Agronegócio
Um dos Setores Mais Dinâmicos da Economia
• representa 23% do PIB brasileiro (2014);
• comporta 37% dos empregos; e
• US$ 1 milhão investido na agropecuária equivale à geração de 202
empregos (IBGE).

Maior Gerador de Divisas do País


• saldo comercial de US$ 80,1 bilhões em 2014; e
• corresponde a 43% do total das exportações brasileiras.

Balança Comercial Brasileira

Exportação por Valor Agregado


2014
12,9%
Semimanufaturados 2,8% Op. Especiais

48,7%
Básicos
35,6%
Manufaturados

Fonte: SECEX/MDIC.

Oportunidades
O agronegócio brasileiro é muito competitivo e oferece grandes oportunidades:

• aumento da produção = desenvolvimento


1. + empregos e renda;
2. + alimentos e fibras;
3. + exportações; e
4. + energia (biocombustíveis).

Pontos Fortes do Agronegócio Brasileiro


• disponibilidade de terras e clima favorável;
• recursos humanos qualificados;
• capacidade de gestão;
• estrutura de comercialização;
• potencial para bioenergia; e
• desenvolvimento tecnológico (diferencial).

UNIDADE 1 13
Disponibilidade de terras
(milhões de hectares)

O cerrado

Área total .................................204


Área agricultável ...................... 137
Pastagem .................................(35)
Culturas anuais ........................ (10)
Culturas perenes e florestas .......(2)
Área disponível ..........................90

Fonte: MAPA/SPC.

Pontos Fracos do Agronegócio Brasileiro


• logística (transporte, armazenagem, portos);
• a questão social;
• desenvolvimento da biotecnologia;
• ação proativa e profissionalização em negociações internacionais; e
• políticas públicas.

Logística
Atual

Ponta da
Madeira

Ferrovias

Nova fronteira
agrícola
Vitória
Santos
Paranaguá
S. F. do Sul
Hidrovias
Rio Grande

Portos

Fonte: MAPA/SPC.

14 SEGURO RURAL
O POTENCIAL DO AGRONEGÓCIO
O agronegócio é potencialmente o maior segmento econômico brasileiro e
mundial.

O Brasil detém terras abundantes, planas e baratas, como são os cerrados,


com uma reserva de 90 milhões de hectares; dispõe de produtores rurais
experientes e capazes de transformar essas potencialidades em produtos
comercializáveis; e detém um estoque de conhecimentos e tecnologias
agropecuárias, transformadoras de recursos em produtos.

Por qualquer ângulo que se analise o mercado, o tamanho que o Brasil adquiriu
no campo do agronegócio é impressionante.

Estes são pontos que reforçam a importância do agronegócio no Brasil, além


de sua grande competitividade, utilização de alta tecnologia e geração de
empregos e riquezas para o país.

Feitas estas considerações, parece racional acreditar positivamente no futuro


da produção brasileira de soja, visto que o Brasil é o único país capaz de
prover o esperado aumento da demanda mundial, por possuir mais de 60
milhões de hectares de terras ainda virgens e aptas para a produção de grãos
apenas no ecossistema do Cerrado. A área cultivada com soja nos Estados
Unidos, Argentina, China e Índia, que, juntos com o Brasil, produzem mais
de 90% da soja mundial, só cresce se substituir outros cultivos – milho,
sorgo e girassol, principalmente. Sua fronteira agrícola, diferentemente do
Brasil, está esgotada.

Estes são pontos que reforçam a importância do agronegócio no Brasil, além


de sua grande competitividade, utilização de alta tecnologia e geração de
empregos e riquezas para o país.

A renda per capita, de aproximadamente US$ 8.800,00/ano, embora baixa


para os padrões “desenvolvidos” e concentrada, vem crescendo ano a ano.

Quanto ao mercado externo, o agronegócio participa com 43% das


exportações brasileiras. Em 2014, as exportações totais foram de
US$ 225 bilhões, e o agronegócio respondeu por US$ 96 bilhões, gerando
um significativo saldo positivo na balança comercial agropecuária. A pauta de
exportações é diversificada, abrangendo o café, complexo soja, carnes, fumo,
suco de laranja, cacau, açúcar e álcool, frutas, flores, hortaliças, madeira,
móveis e compensados, couros e peles, entre outros produtos.

Entre os principais obstáculos à ampliação das exportações estão:

• o protecionismo dos países desenvolvidos;


• o custo Brasil e as deficiências da política comercial brasileira;
• a falta de promoção e de marketing dos produtos brasileiros; e
• a falta de tradição dos empresários.

A possibilidade de crescimento da produção de grãos, fibras, energia, carnes,


frutas, hortaliças, tubérculos, flores e piscicultura é muito grande, tanto sob a
forma de aumento de produtividade quanto pela expansão das áreas cultivadas
em mais de 120 milhões de hectares.

UNIDADE 1 15
Vantagens competitivas CRÉDITO RURAL PARA A
do Brasil
Atualmente, as lavouras ocupam 55 milhões
AGRICULTURA COMERCIAL
de hectares, a pecuária 220 milhões, e as
florestas cultivadas abrangem 5 milhões O crédito rural procura estimular os investimentos rurais, garantir o valor de
de hectares. Em termos de piscicultura, custeio da produção e comercialização e, consequentemente, favorecer o
o Brasil dispõe da maior reserva de água
doce do mundo e de uma das maiores setor rural, responsável pela produção de alimentos. Além disso tudo, ele
costas marítimas. permite o desenvolvimento de tecnologias que irão promover a melhoria da
produtividade e o aumento da produção de alimentos.

O crédito rural pode ser solicitado por produtores rurais ou empresas


agropecuárias de pesquisa, de produção de mudas e sementes, de inseminação
artificial para bovinos, de serviços mecanizados e outras empresas com
finalidade comercial. Com a demanda do consumidor por alimentos produzidos
de forma mais saudável e com garantia de qualidade, recentemente as
Sugestão de leitura instituições financeiras de crédito rural iniciaram suas operações junto à
atividade específica da agricultura orgânica.
Crédito Rural
www.agricultura.gov.br
As exigências para a obtenção do crédito rural variam de acordo com a
instituição financiadora. Algumas exigências são comuns, como:

• a idoneidade do tomador;
• a elaboração de planos ou projetos com orçamentos;
• a capacidade de execução; e
• um cronograma de desembolso e reembolso do dinheiro tomado.

EM RESUMO

Medidas para o Pontos Fortes Pontos Fracos Principais Obstáculos


Brasil Ter Maior do Agronegócio do Agronegócio para a Ampliação das
Agronegócio Brasileiro Brasileiro Exportações do Brasil

• Adoção de créditos com • disponibilidade de • logística (transporte, • o protecionismo dos


juros fixos terras e clima favorável armazenagem, portos) países desenvolvidos

• Investimento em pesquisa • recursos humanos • a questão social • o custo Brasil e as


qualificados deficiências da política
comercial brasileira

• Fortalecimento da defesa • capacidade de gestão • desenvolvimento da • a falta de promoção e de


agropecuária biotecnologia marketing dos produtos
brasileiros

• Melhoria da infraestrutura • estrutura de • ação proativa e • a falta de tradição dos


de transporte, portos e comercialização profissionalização em empresários
armazenagem negociações internacionais

• Modernização do • potencial para • políticas públicas


parque de máquinas e bioenergia
implementos agrícolas

• desenvolvimento
tecnológico (diferencial)

16 SEGURO RURAL
Fixando Conceitos 1

[1] ANALISE SE AS PROPOSIÇÕES SÃO VERDADEIRAS OU FALSAS E DEPOIS


MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA Anotações:

São considerados insumos na cadeia produtiva do agronegócio:

( ) Fertilizantes.
( ) Atacadistas.
( ) Sementes.
( ) Defensivos.

Agora assinale a alternativa correta:

(a) F,F,F,F
(b) V,V,F,F
(c) V,F,V,F
(d) F,F,V,F
(e) V,F,V,V

[2] ANALISE AS PROPOSIÇÕES A SEGUIR E MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA

Podemos considerar pontos fortes do agronegócio brasileiro o(a)(s):

I) Disponibilidade de terras e clima favorável.


II) Recursos humanos qualificados.
III) Capacidade de gestão.
IV) Logística (transporte, armazenagem, portos).

Agora assinale a alternativa correta:

(a) Somente I e III são proposições verdadeiras.


(b) Somente II e III são proposições verdadeiras.
(c) Somente II e IV são proposições verdadeiras.
(d) Somente I, II e III são proposições verdadeiras.
(e) Somente II, III e IV são proposições verdadeiras.

FIXANDO CONCEITOS 1 17
Fixando Conceitos 1

[3] CORRELACIONE AS COLUNAS ABAIXO E DEPOIS MARQUE A ALTERNATIVA


Anotações: CORRETA

O agronegócio envolve toda a cadeia produtiva e de comercialização dos


alimentos e fibras. Associe insumo, produção e comercialização aos itens a
que se referem:

1) Insumo ( ) herbicidas.
2) Produção ( ) fertilizantes.
3) Comercialização ( ) agricultura e pecuária.
( ) atacadistas.
( ) cooperativas.

Agora assinale a alternativa correta:

(a) 1,1,1,2,2
(b) 1,1,2,3,3
(c) 1,2,1,2,2
(d) 2,2,1,1,1
(e) 2,2,2,1,1

[4] MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA

Com relação à importância do agronegócio podemos dizer que:

(a) É um dos setores mais dinâmicos da economia.


(b) Tem inexpressiva participação no PIB brasileiro.
(c) Concentra-se fortemente nas cidades.
(d) Depende exclusivamente da indústria.
(e) Gera poucos postos de trabalho.

[5] ANALISE AS PROPOSIÇÕES A SEGUIR E DEPOIS MARQUE A ALTERNATIVA


CORRETA

São pontos fracos do agronegócio brasileiro:

I) Logística (transporte, armazenamento, portos).


II) Potencial para bioenergia.
III) A questão social.
IV) Desenvolvimento da biotecnologia.

Agora assinale a alternativa correta:

(a) Somente I é proposição verdadeira.


(b) Somente I e II são proposições verdadeiras.
(c) Somente III e IV são proposições verdadeiras.
(d) Somente I, III e IV são proposições verdadeiras.
(e) Somente II, III e IV são proposições verdadeiras.

18 SEGURO RURAL
2
CRONOLOGIA
NO SETOR DE
SEGURO RURAL

Após ler esta unidade, você deve ser capaz de:


• Conhecer qual a cronologia das ações do Governo e da iniciativa privada no que se refere à
proteção ao segmento rural.
• Conhecer as características básicas da Companhia Nacional de Seguro Agrícola (CNSA).
• Conhecer as características básicas do Fundo de Estabilidade do Seguro Rural (FESR).
• Conhecer as características básicas da Companhia de Seguros do Estado de São Paulo (COSESP).
• Conhecer as características básicas do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária
(PROAGRO).
• Conhecer as características básicas do PROAGRO Mais.
• Conhecer as características básicas da Aliança do Brasil.

UNIDADE 2 19
20 SEGURO RURAL
O
seguro é uma das mais antigas instituições idealizadas pelo Homem
para lidar com eventos incontroláveis, de maneira a reduzir a incerteza
ou o risco presente no mundo real. A grande maioria dos riscos
apresenta consequências econômicas, e são esses riscos e suas consequências
que interessam ao mercado segurador.

Diversos mecanismos criados pelo Homem surgiram com o objetivo de reduzir


o risco, como, por exemplo, diversificação, autosseguro, reservas de crédito,
investimentos em redução da perda ou mecanismos baseados na pulverização
do risco pelo mercado. Entretanto, restam ainda muitas formas de perdas
econômicas que não podem ser evitadas, como, por exemplo, a maior parte
das questões climáticas.

Quando falamos de clima, existem situações cuja probabilidade de perda ou


dano não pode ser reduzida. Tendo em vista esse problema, a transferência
desse risco (ou parte dele) através da contratação de um seguro é uma
das formas mais eficientes de proteção. Atualmente, o seguro se encontra
difundido no mundo todo e em diversos setores da economia, entre eles, o
setor agropecuário.

CRONOLOGIA
A criação da Companhia Nacional de Seguro Agrícola, em 1954, e,
posteriormente, a regulamentação do Seguro Rural, por meio do Decreto-Lei 73,
de 21 de novembro de 1966, representaram as primeiras tentativas de
estruturação desse mecanismo no país. Essa norma criou o Fundo Finalidade do FESR
de Estabilidade do Seguro Rural (FESR), que tem por fim equilibrar o mercado Equilibrar o mercado de Seguro Rural,
de Seguro Rural, minimizando os prejuízos das seguradoras em caso de minimizando os prejuízos das seguradoras
em caso de sinistros abrangentes.
sinistros abrangentes, como secas e geadas, e que está sob administração
do IRB-Brasil Re.

De acordo com essa sistemática, as seguradoras que operam com Seguro


Rural devem, obrigatoriamente, contribuir para o Fundo de Estabilidade do
Seguro Rural – FESR –, em função do resultado positivo em cada exercício nas
modalidades garantidas pelo Fundo, segundo os seguintes percentuais:

I) Seguros Agrícola, Pecuário, Aquícola e de Florestas – 30%; e


II) Seguro de Penhor Rural – 50%.

Em caso de catástrofe abrangente, o FESR cobre o prejuízo causado pelo


elevado número de indenizações concentradas que devem ser pagas.

Na área privada, a Companhia de Seguros do Estado de São Paulo (COSESP),


criada em 1969, que opera, basicamente, em São Paulo e no Paraná, representa
um dos poucos exemplos de sucesso nesse segmento. No setor público, em
1973, foi criado o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (PROAGRO),
que tinha por objetivo eximir o produtor das obrigações financeiras do crédito
rural, caso houvesse quebra de produção em decorrência de eventos naturais.

Assim, o PROAGRO não segurava toda a produção, mas tão somente o valor
correspondente ao crédito de custeio contratado junto ao agente financeiro,
o que o tornava uma espécie de “Seguro de Crédito”, protegendo mais os
agentes financeiros do que os produtores. Além disso, por se tratar de um

UNIDADE 2 21
programa de Governo, não estava sujeito às demais regras do Seguro Rural.
Historicamente, o PROAGRO foi alvo de denúncias de fraude, além de ser
financeiramente inviável, uma vez que o volume total de prêmios arrecadado,
na grande maioria dos anos, era insuficiente para cobrir os custos das
indenizações, havendo necessidade de aporte financeiro. Além disso, devido
à dificuldade de fiscalização e aos constantes entraves burocráticos, grande
número de indenizações não foi honrado, o que levou o programa ao
descrédito.

Em 1991, o PROAGRO foi reformulado, entrando em uma nova fase. A partir


de 1995, os preços cobrados aos agricultores e as coberturas do programa
passaram a ser calculados com base no zoneamento agrícola. Isto permitiu a
regionalização das datas de plantio e a consequente redução e diferenciação,
por cultura, do valor do prêmio.

Além disso, procedeu-se à retirada dos sinistros causados pela seca (apontada
como principal risco da agricultura brasileira) dos eventos cobertos pelo
PROAGRO, o que, por um lado, contribuiu para a redução do preço da
cobertura ao agricultor, mas, por outro lado, levou à diminuição do interesse
pela adesão ao programa.

Em 2 de outubro de 2002, o Poder Executivo, por meio da Exposição de


Motivos MAPA 31 EMI/PL/MF/SEGURO RURAL, apresentou uma minuta
de projeto, dispondo sobre a subvenção econômica ao prêmio do Seguro
Rural, que recebeu, na Câmara dos Deputados, a denominação de PL 7.214,
de 2002, que se tornou, no Senado, o PLC 68, de 2003, e, finalmente, foi
convertido na Lei 10.823, de 19 de dezembro de 2003.

Foi aprovado e sancionado, no final de 2010, pelo presidente da República,


Importante o Fundo de Catástrofe, o qual substituirá o Fundo de Estabilidade do Seguro
Ressalte-se que esse novo fundo, o Fundo Rural (FESR), com benefícios para o mercado e os agricultores.
de Catástrofe, apesar de sancionado,
ainda depende de regulamentação para
Através desse novo fundo, a responsabilidade pela cobertura de riscos
iniciar suas operações.
catastróficos passará a ser, subsidiariamente, da União, sendo permitido ao novo
fundo contratar para si proteção no mercado internacional de resseguros.

CNSA – COMPANHIA NACIONAL


DE SEGURO AGRÍCOLA
Em 1954, acompanhando todos os trabalhos desenvolvidos pelo Governo de
São Paulo, que, àquela altura, já ensaiava operações com cana-de-açúcar e
café, o Governo Federal elabora instrumentos legais, possibilitando a criação da
Companhia Nacional de Seguro Agrícola, visando fomentar o desenvolvimento
do Seguro Agrícola no país.

A CNSA era uma empresa de economia mista, cujas ações pertenciam ao


Banco do Brasil (sócio principal, com cerca de 45%), seguradoras privadas
(20%) e autarquias federais (35%). A CNSA não executou projeto algum.

22 SEGURO RURAL
FESR – FUNDO DE ESTABILIDADE Atenção
DO SEGURO RURAL O Fundo de Estabilidade do Seguro Rural
está em vias de ser extinto. Isso acontecerá
quando da regulamentação do Fundo de
Em 1966, é dissolvida a Companhia Nacional de Seguro Agrícola e criado Catástrofe.

o FESR – Fundo de Estabilidade do Seguro Rural –, com a finalidade de dar


suporte financeiro ao sistema brasileiro de Seguro Agrícola quando houvesse
perdas catastróficas. Seriam fontes de receita do fundo as operações que
apresentassem resultados superavitários nos Ramos Agrícola, Florestal e de
Penhor Rural. Além disso, seria realizada uma complementação com recursos
da União.

O Fundo de Estabilidade do Seguro Rural – FESR – foi criado pelo Decreto-Lei


73, de 21 de novembro de 1966, tendo como gestor o IRB-Brasil Re.

São também finalidades do FESR garantir o equilíbrio das operações agrícolas


no país e atender à cobertura suplementar dos riscos de catástrofe inerentes
à atividade rural.

O exercício do FESR é de 1o de julho a 30 de junho do ano subsequente.

As sociedades seguradoras e o IRB-Brasil Re recuperam do FESR a parcela de


seus sinistros retidos quando esta se situa entre 100% e 150% dos prêmios
puros ou é superior a 250% dos prêmios puros. A faixa de 150% a 250%
pode ser amparada por um contrato de resseguro, uma vez que não é coberta
pelo FESR. Modalidades garantidas
pelo FESR
Para fins de cálculo de recuperação, são considerados créditos aos prêmios • S e gur o Agr íc ola (Cus t eio, p ela
Resolução CNSP 50/01);
ganhos as comissões de resseguro recebidas pelas sociedades seguradoras • Seguro Pecuário;
nas operações garantidas pelo FESR. • Seguro Aquícola;
• Seguro de Florestas; e
• Seguro de Penhor Rural.

Receitas do FESR
As receitas do fundo têm as seguintes origens:

• excedentes do máximo admissível tecnicamente como lucro nas operações


de Seguros Agrícola, Pecuário, Aquícola, de Florestas e Penhor Rural; e

• crédito especial da União, quando necessário, para a cobertura de


deficiência operacional verificada no exercício anterior.

UNIDADE 2 23
Obtenção da Garantia do FESR
As sociedades seguradoras que operam com o FESR devem apresentar ao seu
gestor, com antecedência mínima de 90 dias do início do exercício, plano de
operações com as seguintes informações mínimas:

• relação das regiões e culturas em que pretendam atuar em cada exercício


do fundo, observando, obrigatoriamente, as orientações do zoneamento
agrícola do Ministério da Agricultura e Abastecimento ou instituições
oficiais de pesquisa, caso as operações incluam o Seguro Agrícola; e

• programa de resseguro relacionado a cada uma das modalidades


selecionadas para atuação.

A garantia do FESR está condicionada à aprovação, pela SUSEP, das condições


contratuais e Nota Técnica Atuarial (NTA) para cada exercício. O material
deverá ser encaminhado com antecedência mínima de 90 dias do início do
exercício.
Atenção
Já foi sancionada pela presidência da A aprovação da NTA fica condicionada à apresentação da cobertura de
República a lei que institui o Fundo de resseguro. Para fins de custeio das despesas administrativas, deve ser
Catástrofe, em substituição ao FESR. considerado, na NTA, o percentual de 10% dos prêmios emitidos ou até 20%
Esse Fundo, porém, ainda depende
de regulamentação para iniciar suas se devidamente justificado.
operações.

COSESP – COMPANHIA DE SEGUROS


DO ESTADO DE SÃO PAULO
Em 1969, é criada a Companhia de Seguros do Estado de São Paulo, uma
seguradora do governo estadual que herdou toda a experiência da Secretaria
de Agricultura desse estado e cuja formatação foi incentivada por uma forte
regulamentação do setor.

É a seguradora com a mais longa história de Seguro Agrícola no país, com uma
experiência única no ramo, e é uma empresa de economia mista. O Conselho
Nacional de Seguros Privados aprovou a criação de várias seguradoras estatais
para trabalhar com Seguro Agrícola.

No início, as operações da COSESP eram amparadas pelo governo do Estado


de São Paulo. Atualmente, tal respaldo é buscado junto ao FESR e ao mercado
ressegurador. A longevidade dessa companhia deve-se, em grande parte,
a fatores como a limitação geográfica de sua atuação e a inexistência de
coberturas amplas em regiões onde as lavouras apresentassem riscos que a
empresa não tivesse condições de avaliar com segurança.

Com base nessa política de atuação, que perdurou por 27 anos, a seguradora
decidiu expandir-se, passando a abranger um maior número de culturas,
riscos e regiões. Em termos gerais, a experiência da COSESP apresenta como
características principais forte base agronômica, alto custo operacional e alta
sinistralidade.

24 SEGURO RURAL
A seguradora já não vinha operando de forma significativa desde 2004
quando sofreu grandes prejuízos pela sinistralidade, e recentemente o governo
do Estado de São Paulo conseguiu autorização da Assembleia Legislativa do
Estado para a venda da seguradora.

PROAGRO – PROGRAMA DE
GARANTIA DA ATIVIDADE
AGROPECUÁRIA
Síntese Histórica
O Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (PROAGRO) foi instituído
pela Lei 5.969, de 11/12/73, com a finalidade de eximir o produtor rural do Importante
O PROAGRO não é um seguro, mas tão
cumprimento de obrigações financeiras relativas a operações de crédito rural,
somente um programa do Governo
quando da ocorrência de perdas das receitas esperadas, em consequência Federal.
de fenômenos naturais, pragas e doenças que atingissem bens, rebanhos e
plantações.

A criação do PROAGRO foi motivada pelos seguintes fatos:

• ausência de um mecanismo de proteção contra perdas da produção


agropecuária decorrentes de causas naturais fortuitas, com consequente
descapitalização e crescente endividamento dos produtores;

• fracasso na tentativa de implantação de um Seguro Rural capaz de proteger


o agricultor dos (riscos de) prejuízos causados por fenômenos naturais
fortuitos. A Companhia Nacional de Seguro Agrícola (CNSA), criada em
1954 com essa finalidade, foi extinta em 1966 sem ter conseguido atingir
seus objetivos;

• existência de modelos, em outros países, onde o governo concede créditos


ou assume despesas advindas de perdas de produção; e

• necessidade de institucionalizar um mecanismo de garantia das operações


de crédito rural que pudesse ser usado em substituição às garantias reais
ou fidejussórias usualmente exigidas pelo sistema bancário.
Curiosidades
Muito embora o Programa tenha sido
A administração do PROAGRO coube (e ainda cabe) ao Banco Central do Brasil, criado em 1973, por diversas circunstâncias
segundo normas aprovadas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), e os sua implantação somente foi possível
em 01/01/75, com a regulamentação
recursos financeiros eram provenientes da taxa do adicional (prêmio), fixada em d i v u l g a d a p e l a R e s o l u ç ã o 3 0 1,
1% ao ano sobre o saldo devedor do empréstimo rural (custeio e investimento), de 09/10/74, pela Circular 241, de 23/12/74,
de verbas do Orçamento da União e de outros recursos alocados. e pela Carta-Circular 128, de 24/03/75.

UNIDADE 2 25
A Lei Agrícola (Lei 8.171, de 17/01/91), regulamentada pelo Decreto 175, de
10/07/91, e pela Resolução 1. 855, de 14/08/91, instituiu o Conselho Nacional
de Política Agrícola e modificou as regras do Programa (fase a partir da qual
se denomina PROAGRO NOVO), com destaque para a possibilidade de se
enquadrar em atividades não financiadas e a restrição de o enquadramento
aplicar-se apenas às operações de custeio (exclusão das de investimento).

Essa regulamentação traduziu a preocupação em tornar o PROAGRO


autossuficiente, de forma que os adicionais arrecadados em cada safra
suportassem as despesas apuradas no mesmo período.

No que se refere às fontes de recursos, passou-se a considerar os resultados


das aplicações financeiras dos saldos existentes, e a participação do Tesouro
Nacional ficou limitada aos casos em que a disponibilidade do Programa não
fosse suficiente para cobrir os prejuízos, quando da ocorrência de adversidades
climáticas generalizadas.

Nesse sentido, foram elevadas as alíquotas dos adicionais, e as normas do


PROAGRO foram simplificadas com o claro objetivo de reduzir custos.

Entretanto, o regulamento não cuidou de institucionalizar fluxos de


informações que permitissem o acompanhamento sistemático das receitas e o
controle dos riscos assumidos, dificultando sobremaneira a gestão financeira
do Programa.

Como as medidas adotadas não surtiram os efeitos desejados, em 31 de


agosto de 1994, o CMN aprovou a Resolução 2.103, reduzindo a abrangência
do Programa e instituindo mecanismos de controle mais eficientes.
Entre as modificações, destacam-se a vigência da cobertura após a emergência
da planta, a obrigatoriedade de orçamento analítico e de seu enquadramento
integral, a exigência de maior responsabilidade técnica nos empreendimentos
assistidos e a automação no recolhimento de receitas e dos registros de
comunicação de perdas, permitindo melhor acompanhamento e segurança
nos procedimentos.

Outro ponto a destacar foi a substituição do mecanismo de promover rebates


no valor da cobertura, quando verificadas indenizações anteriores, por
bonificações concedidas aos produtores que comprovassem bom desempenho
nas safras anteriores.

A adesão ao PROAGRO é facultativa, e, atualmente, as alíquotas do adicional


variam de acordo com a atividade (de 1,2% para o custeio pecuário até 11,7%
para o custeio do cultivo de sequeiro do arroz, feijão, aveia, centeio, cevada,
trigo e triticale). Nos empreendimentos em que não for prevista a prestação
de assistência técnica, as alíquotas são acrescidas de dois pontos percentuais,
por serem considerados de maior risco.

Em função do desempenho do produtor, a cobertura do PROAGRO, quando


devida, corresponde a, no mínimo, 70% e, no máximo, 100% do limite de
cobertura (calculado excluindo-se dos recursos comprovadamente aplicados
– financiados e próprios – as perdas não amparadas e as receitas produzidas
pelo empreendimento).

26 SEGURO RURAL
Os eventos causadores de perdas são comunicados formalmente pelo
produtor ao agente do Programa, responsável pela solicitação de perícia, que
é executada por empresas de assistência técnica, profissionais autônomos ou
pertencentes ao próprio quadro da instituição financeira.

Cabe ao agente examinar o pedido de cobertura, avaliando-o no prazo de


15 dias úteis, contados do recebimento do laudo pericial. O produtor não
satisfeito com a decisão tem o direito de recorrer à Comissão Especial de
Recursos (CER), a quem compete julgar, em única instância administrativa, os
recursos interpostos ao PROAGRO.

PROAGRO MAIS
Buscando aperfeiçoar o Programa, o Banco Central do Brasil, gestor
do PROAGRO, publicou a Resolução 3.234 do Banco Central do Brasil, Curiosidades
através da qual foi criado o subprograma PROAGRO MAIS. A intenção Faz parte dos planos do Governo Federal
transferir a responsabilidade da gestão
dessa nova iniciativa é respaldar os produtores par ticipantes do
do PROAGRO, do Banco Central, para um
PRONAF (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar). dos dois ministérios ligados diretamente
A novidade proposta pelo novo Programa é a indenização de 100% do ao setor primário: seja o da Agricultura,
custeio da lavoura garantida, acrescida de uma reposição de parte da receita Pecuária e Abastecimento, seja o de
Desenvolvimento Agrário.
líquida esperada.

Mesmo com essas mudanças, não se deve cometer o erro de denominarem


“segurados” os participantes do PROAGRO, tampouco considerar o Programa
uma iniciativa de seguros.

ALIANÇA DO BRASIL
A Companhia de Seguros Aliança do Brasil é uma sociedade anônima, resultado
da tomada de controle, por parte do Banco do Brasil, da Seguradora Aliança
da Bahia. Criada em 1997, tem seu foco voltado para produtos do setor de
Seguros de Vida e Ramos Elementares, sendo uma seguradora importante no
mercado, atuando em todo o país e oferecendo seus produtos nas agências
do Banco do Brasil.

A atuação da Aliança se restringe à cobertura dos financiamentos concedidos


pelo Banco do Brasil para as culturas de algodão, arroz, milho e soja.
Há, ainda, o produto conhecido como BB Agrícola. Trata-se de um seguro
que cobre vários riscos até o nível de custeio da produção, com o prêmio de
seguro financiado junto com o orçamento da lavoura.

Os seguros da Aliança não são vendidos no varejo, sendo somente


acoplados aos financiamentos do banco.

UNIDADE 2 27
28 SEGURO RURAL
Fixando Conceitos 2

[1] MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA


Anotações:
Sobre o PROAGRO – Programa de Garantia da Atividade Agropecuária –,
podemos afirmar que:

(a) A adesão ao PROAGRO é facultativa, e, atualmente, as alíquotas do


adicional variam de acordo com a atividade.
(b) Tem atuação sobre catástrofes generalizadas.
(c) Com a extinção da CNSA, criou-se o PROAGRO Novo.
(d) Trata-se do maior programa de seguro privado já operado no país.
(e) Utiliza experiências apenas de seguradoras nacionais.

[2] ANALISE AS PROPOSIÇÕES A SEGUIR E DEPOIS MARQUE A ALTERNATIVA


CORRETA:

I) Em 1966, é criado o FESR – Fundo de Estabilidade do Seguro Rural –, e


extinta a Companhia Nacional de Seguro Agrícola.
II) A Companhia Nacional de Seguro Agrícola foi criada em 1954, como
uma empresa de economia mista, para fomentar o desenvolvimento do
Seguro Agrícola no país.
III) O FESR – Fundo de Estabilidade do Seguro Rural – foi criado para dar
suporte financeiro sempre que o sistema tivesse prejuízos.
IV) Inicialmente, a Companhia de Seguros do Estado de São Paulo foi criada
para operar nos estados de São Paulo e Paraná.
V) O FESR – Fundo de Estabilidade do Seguro Rural – tem, como uma de
suas fontes de receita, um percentual dos resultados superavitários das
operações de seguro nos Ramos Agrícola, Pecuário, Aquícola, de Florestas
e Penhor Rural.

Agora assinale a alternativa correta:

(a) Somente I é proposição verdadeira.


(b) Somente III e IV são proposições verdadeiras.
(c) Somente I, II e V são proposições verdadeiras.
(d) I, II, III e IV são proposições verdadeiras.
(e) I, II, III e IV são proposições falsas.

FIXANDO CONCEITOS 2 29
Fixando Conceitos 2

[3] MARQUE A ALTERNATIVA QUE PREENCHA CORRETAMENTE A(S) LACUNA(S):


Anotações:
O Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (PROAGRO) foi instituído
pela Lei 5.969, de 11/12/73, com a finalidade de eximir o produtor rural do
cumprimento de obrigações financeiras relativas a operações de crédito
__________________, quando da ocorrência de perdas das receitas esperadas,
em consequência de fenômenos __________________, pragas e doenças que
atingissem bens, rebanhos e plantações.

(a) financeiro / sazonais


(b) industrial / ocasionais
(c) comercial / artificiais
(d) rural / artificiais
(e) rural / naturais

[4] MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA

Para que as seguradoras possam ter a garantia do Fundo de Estabilidade


do Seguro Rural, é preciso que elas operem com alguns ramos de seguro.
Um deles é o:

(a) Seguro de Automóvel.


(b) Seguro Incêndio.
(c) Seguro Aeronáutico.
(d) Seguro de Vida.
(e) Seguro Pecuário.

[5] ANALISE SE AS PROPOSIÇÕES SÃO VERDADEIRAS OU FALSAS E DEPOIS


MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA

Em relação ao Fundo de Estabilidade do Seguro Rural (FESR), pode-se afirmar


que suas receitas têm as seguintes origens:

( ) Excedentes do máximo admissível tecnicamente como lucro nas operações


de Seguro Agrícola, Pecuário e outros.
( ) Crédito especial da União, quando necessário, para cobertura de
deficiência operacional verificada no exercício anterior.
( ) As receitas dos Seguros de Vida realizados no campo.
( ) As receitas provenientes dos lucros dos Seguros de Crédito à Exportação.

Agora assinale a alternativa correta:

(a) V,F,F,F
(b) V,V,F,F
(c) V,V,V,F
(d) V,V,V,V
(e) F,V,V,V

30 SEGURO RURAL
3
POLÍTICA
AGRÍCOLA

Após ler esta unidade, você deve ser capaz de:


• Entender qual a real função do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
• Entender qual a função das resseguradoras e da SUSEP em relação ao agronegócio brasileiro.
• Conhecer as principais legislações em vigor.

UNIDADE 3 31
32 SEGURO RURAL
MAPA (MINISTÉRIO DA
AGRICULTURA, PECUÁRIA
E ABASTECIMENTO)
Missão
Formular e implementar políticas para o desenvolvimento do agronegócio,
integrando os aspectos de mercado, tecnológicos, organizacionais e
ambientais para o atendimento aos consumidores do país e do exterior,
promovendo a segurança alimentar, a geração de renda e emprego, a redução
das desigualdades e a inclusão social.

Uma Parceria Histórica com o Agronegócio


Estimular o aumento da produção agropecuária e o desenvolvimento do
agronegócio, com o objetivo de atender ao consumo interno e formar
excedentes para exportação. Essa é a missão institucional do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), que tem como consequência a
geração de emprego e renda, a promoção da segurança alimentar, a inclusão
social e a redução das desigualdades sociais.

Para cumprir sua missão, o MAPA formula e executa políticas para o


desenvolvimento do agronegócio, integrando aspectos mercadológicos,
tecnológicos, científicos, organizacionais e ambientais para o atendimento aos
consumidores brasileiros e do mercado internacional. A atuação do ministério
baseia-se na busca de sanidade animal e vegetal, da organização da cadeia
produtiva do agronegócio, da modernização da política agrícola, do incentivo às
exportações, do uso sustentável dos recursos naturais e do bem-estar social.

A infraestrutura básica do MAPA é formada pelas áreas de política agrícola


(produção, comercialização, abastecimento, armazenagem e indicadores de
preços mínimos):

• produção e fomento agropecuário;


• mercado, comercialização e abastecimento agropecuário;
• informação agrícola, defesa sanitária (animal e vegetal);
• fiscalização dos insumos agropecuários;
• classificação e inspeção de produtos de origem animal e vegetal;
• pesquisa tecnológica, agrometeorologia, cooperativismo e associativismo
rural;
Importante
• eletrificação rural; e
O Minis t ér io p ossui uma e x tens a
• assistência técnica e extensão rural. ramificação de empresas que dão suporte
às suas ações. São exemplos de empresas
Uma das inovações da atual gestão do MAPA foi a criação de câmaras setoriais vinculadas ao MAPA: Companhia Nacional
de Abastecimento (Conab), Empresa
das diversas cadeias produtivas do agronegócio (carne, leite, avicultura, Brasileira de Pesquisa Agropecuária
açúcar e álcool, fruticultura, entre outras). Elas reúnem representantes do ( Em b r ap a), I n s t i t u t o N a c i o n a l d e
Governo e do setor privado para debater e propor políticas públicas para o Meteorologia (Inmet), entre outras.
agronegócio brasileiro.

UNIDADE 3 33
RESSEGURADORAS
O Instituto de Resseguros do Brasil foi criado em 1939, no governo do
presidente Getúlio Vargas. Naquela época, a atividade de resseguro no país
era feita quase totalmente no exterior, de forma direta ou por intermédio de
companhias estrangeiras que operavam no Brasil. A necessidade de favorecer
o aumento da capacidade seguradora das sociedades nacionais, para a
retenção de maior volume de negócios em nossa economia, tornava urgente
a organização de uma entidade nacional de resseguro.

A abertura do resseguro brasileiro aos players internacionais foi um avanço


e representa uma excelente perspectiva para a comercialização de Seguros
Agrícolas no Brasil. Não devemos ser, porém, excessivamente otimistas.
Em que pese a entrada de novos parceiros no mercado de resseguro, os
problemas estruturais brasileiros ainda existem e continuarão a existir
mesmo com os novos resseguradores: falta de dados históricos confiáveis,
pouca cultura do seguro por parte do agricultor nacional, altas despesas
administrativas das seguradoras e a inexistência de uma participação estatal
mais significativa, que não desaparecerão com a simples abertura do mercado.
Não existem no mundo mitos resseguradores operando efetivamente no
Seguro Agrícola e a maioria dessas companhias já operava no Brasil através de
contratos automáticos ou facultativos. Com a abertura do mercado, em um
primeiro momento, poucas mudanças acontecerão com o passar do tempo,
porém o mercado deve se desenvolver e se tornar mais consistente.

A carteira de Resseguro Rural, conforme a retenção, subdivide-se em:

• carteiras com pouca atratividade ao mercado interno (Cessão ao IRB-Brasil


Re/Resseguradoras + mercado externo):
– Agrícola; e
– Animais.

• carteiras atrativas ao mercado interno (Cessão ao IRB-Brasil Re/Resseguradoras


+ retrocessão mercado segurador brasileiro + mercado externo):
– Florestas; e
– Penhor Rural.

SUSEP – SUPERINTENDÊNCIA
DE SEGUROS PRIVADOS
É o órgão responsável pelo controle e fiscalização dos mercados de seguro,
Previdência Privada Aberta, capitalização e resseguro. Autarquia vinculada
ao Ministério da Fazenda, ela foi criada pelo Decreto-Lei 73, de 21
de novembro de 1966, que também instituiu o Sistema Nacional de
Seguros Privados, do qual fazem parte o Conselho Nacional de Seguros
Privados – CNSP, o IRB-Brasil Resseguros S.A. – IRB-Brasil Re, as sociedades
autorizadas a operar em seguros privados e capitalização, as entidades de
Previdência Privada Aberta e os corretores habilitados. Com a edição da Medida
Provisória 1.940-17, de 06/01/2000, o CNSP teve sua composição alterada.

No ramo de Seguro Rural, a SUSEP tem as mesmas funções exercidas junto


às demais carteiras: controle e fiscalização do mercado. Para que possa ser
comercializado, um Seguro Rural deve possuir um número de registro junto
à SUSEP.

34 SEGURO RURAL
Prestar atendimento à população, de maneira geral, também cabe a essa
instituição. Produtores rurais que não se sentirem atendidos corretamente ou
que apresentem qualquer outro tipo de queixa a fazer devem a ela recorrer.

PRINCIPAIS LEGISLAÇÕES EM
VIGOR
Normas que Atualmente Regem o Seguro
Rural
• Decreto-Lei 73/1966 (alterado pela Lei Complementar 126/2007) – prevê
isenção tributária para o Seguro Rural.
• Resolução CNSP 46/2001 – dispõe sobre o Seguro Rural e o Fundo de
Estabilidade do Seguro Rural – FESR –, sua administração e controle por
seu gestor, e dá outras providências.
• Resolução CNSP 50/2001 – dispõe sobre a participação do IRB-Brasil
Resseguros S.A. na garantia de que trata o Capítulo IV da Resolução CNSP
46, de 12 de fevereiro de 2001, e dá outras providências.
• Resolução CNSP 95/2002 – altera a Resolução CNSP 46, de 2001, para
incluir o Seguro de Vida do produtor rural, quando este estiver vinculado
a crédito rural, e o Seguro de CPR como modalidades do Seguro Rural;
portanto, com isenção de IOF.
• Projeto de Lei 7.214/2002 – dispõe sobre a subvenção econômica ao
prêmio do seguro e cria o Conselho Interministerial do Seguro Rural.
• Lei 10.823/2003 – regulamenta a subvenção econômica ao prêmio do
Seguro Rural e dá outras providências.
• Circular SUSEP 261/2004 – dispõe sobre o Seguro de Cédula de Produto
Rural – CPR – e dá outras providências.
• Circular SUSEP 268/2004 – disponibiliza as novas condições contratuais
do plano padronizado do Seguro de Florestas e dá outras providências.
• Decreto 5.121, de 29 de junho de 2004 – regulamenta a Lei 10.823/03 e
autoriza o Governo Federal a subvencionar o prêmio do Seguro Agrícola.
É preocupação do referido Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro
Rural promover a universalização do acesso ao Seguro Rural, bem como
estabelecer esse seguro como instrumento para a estabilidade da renda
agropecuária. Também reduz as taxas de participação do produtor na
garantia oferecida contra eventos frustrantes que venham impedir o
sucesso do empreendimento agropecuário.
• Circular SUSEP 286/2005 – dispõe sobre o Seguro Pecuário e o Seguro
de Animais.
• Circular SUSEP 305, de 3 de novembro de 2005 – dispõe sobre o Seguro
de Benfeitorias e Produtos Agropecuários.
• Circular SUSEP 308/2005 – dispõe sobre o Seguro de Penhor Rural e dá
outras providências.
• Decreto 5.514/2005 – aprova os percentuais e valores máximos da
subvenção ao prêmio do Seguro Rural.
• Carta-Circular SUSEP/DETEC 02/2006 – dispõe sobre Condições
Contratuais do Plano Padronizado de Seguro de Florestas.

UNIDADE 3 35
• Resolução CGSR 11, de 4 de julho de 2006 – altera o Regulamento do
Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural.
• Circular SUSEP 360/2008 – estabelece, altera e consolida os arquivos
de dados a serem encaminhados à SUSEP pelas sociedades seguradoras,
sociedades de capitalização, entidades abertas de Previdência
Complementar, autorizadas a atuar no país, e Caixa Econômica Federal
(Caixa).
• Circular SUSEP 379/2008 – dispõe sobre alterações das Normas Contábeis
a serem observadas pelas sociedades seguradoras, resseguradoras,
sociedades de capitalização e entidades abertas de Previdência
Complementar, instituídas pela Resolução CNSP 86/2002.
• Circular SUSEP 385/2009 – dispõe sobre alterações das Normas Contábeis
a serem observadas pelas sociedades seguradoras, resseguradoras,
sociedades de capitalização e entidades abertas de previdência
complementar, instituídas pela Resolução CNSP 86/2002.
• Circular SUSEP 387/2009 – inclui parágrafo único ao art. 6o da Circular
SUSEP 379, de 19 de dezembro de 2008.
• Lei Complementar 137/2010 – institui o Fundo de Catástrofe, de 26 de
agosto de 2010.

Seguro Rural no Brasil

• 1938 – Primeira experiência com o Seguro Rural, com a cultura do


algodão.
• 1939 – Seguro para algodão em São Paulo.
• 1954 – Criação da Companhia Nacional de Seguro Agrícola –
CNSA.
• 1966 – Criação do Fundo de Estabilidade do Seguro Rural –
FESR.
• 1969 – Fundação da Companhia de Seguros de São Paulo –
COSESP.
• 1975 – Lançamento do Programa de Garantia Agropecuária –
PROAGRO.
• 1986 – Aprovação da Tarifa de Penhor Rural pela SUSEP.
• 1988 – Disposição sobre Seguro Agrícola na Constituição Federal.
• 1991 – Lançamento do Novo PROAGRO.
• 1996 – Fundação da Companhia de Seguros Aliança do Brasil.
• 1999 – Fundação da Primeira Operadora de Seguros Rurais do Brasil
(AgroBrasil).
• 2001 – Administração do FESR pelo IRB-Brasil Re.
• 2002 – Aprovação do Seguro Pecuário e de Animais pela SUSEP.
• 2003 – Aprovação da Lei de Subvenção ao Prêmio do Seguro
Rural.
• 2004 – Aprovação, pela SUSEP, do Seguro da CPR.
• 2007 – Quebra do monopólio do IRB/Abertura do resseguro.

36 SEGURO RURAL
Fixando Conceitos 3

[1] MARQUE A ALTERNATIVA INCORRETA:


Anotações:
(a) A SUSEP presta atendimento à população de maneira geral.
(b) O IRB-Brasil Re é o atual gestor do FESR.
(c) A SUSEP também tem como responsabilidade o controle e a fiscalização
do Seguro Rural.
(d) Para que possa ser comercializado, um Seguro Rural não precisa possuir
um número de registro junto à SUSEP.
(e) A missão do MAPA é formular e implementar as políticas para o
desenvolvimento do agronegócio.

[2] MARQUE A ALTERNATIVA QUE PREENCHA CORRETAMENTE A(S) LACUNA(S):

A missão institucional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento


(MAPA) é: “estimular o aumento da produção agropecuária e o desenvolvimento
do _____________, com o objetivo de atender ao consumo interno e formar
excedentes para _____________”.

(a) agronegócio / exportação


(b) setor industrial / importação
(c) setor pesqueiro / exportação
(d) comércio / importação
(e) setor automotivo / exportação

[3] MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA

Com relação ao desenvolvimento do agronegócio em bases sustentáveis,


pode-se afirmar que:

(a) Decorre exclusivamente de investimentos financeiros.


(b) A utilização de tecnologia avançada supre todas as necessidades.
(c) Resulta da sinergia de mudanças tecnológicas e político-institucionais.
(d) Resulta da vontade política da sociedade como um todo.
(e) Decorre de um perfeito acompanhamento das variações climáticas.

FIXANDO CONCEITOS 3 37
38 SEGURO RURAL
4
RISCO
RURAL

Após ler esta unidade, você deve ser capaz de:


• Entender como o seguro pode ser um importante aliado e instrumento de proteção ao
produtor rural.
• Conhecer algumas estatísticas do mercado de Seguro Rural brasileiro, tais como prêmios
e sinistralidade.
• Entender os principais conceitos que norteiam o mercado de Seguro Rural no Brasil.
• Aprender a identificar os riscos correlacionados, não correlacionados e intermediários.
• Conhecer as premissas e características dos riscos seguráveis no Segmento Rural.
• Entender os principais mecanismos de transferência de riscos no Segmento Rural.

UNIDADE 4 39
40 SEGURO RURAL
INSTRUMENTO DE PROTEÇÃO
AO PRODUTOR RURAL
Em todo o mundo, o Seguro Rural é um dos mais importantes instrumentos
de política agrícola, por permitir ao produtor proteger-se contra perdas
decorrentes, principalmente, de fenômenos climáticos adversos, sendo
indispensável à estabilidade da renda dos produtores, à geração de emprego
no campo e ao desenvolvimento tecnológico rural.

É uma atividade abrangente, que cobre não só a agricultura, mas também a


atividade pecuária, o patrimônio do produtor rural, seus produtos, o crédito para
comercialização desses produtos, além do Seguro de Vida dos produtores.

No Brasil, esse seguro cumpre um importante papel social e econômico, pois:


Você sabia
• freia o êxodo rural, permitindo a continuidade das atividades do trabalhador Que o Seguro Rural difere dos outros
R a m o s , t a i s c o m o: V i d a , S a ú d e ,
rural, devido à indenização recebida em caso de sinistro, o que propicia
Roubo, Incêndio, Colisão, pois, nestes
a realização de investimentos produtivos; e últimos, os sinistros podem ser eventos
independentes. Ou seja, a ocorrência de
• minimiza a inadimplência do produtor rural com as instituições financeiras um sinistro não altera as probabilidades
atribuídas à ocorrência de outros. Por
que concedem o crédito rural, porque, mesmo com a ocorrência do sinistro, exemplo, o fato de um segurado ter
haverá recursos para saldar a dívida adquirida. Com isso, o custo do crédito falecido não altera a probabilidade de que
fica reduzido para o produtor, alavancando a produção agrícola brasileira. um outro venha a falecer também.

Já o mesmo não ocorre no Seguro Rural, no


qual o fato de um segurado, por exemplo,
OPERAÇÃO DO SEGURO RURAL ter sua lavoura atacada por certa praga
aumenta a probabilidade de que a lavoura
de um vizinho venha a ser atacada pela
O Seguro Rural, mais especificamente o Seguro Agrícola, é o ramo de seguro mesma praga. Isto também ocorre com
sujeito ao maior número de riscos e é o de maior dificuldade de precificação. outros tipos de eventos danosos, como
seca, chuva excessiva, granizo, geada.

O Seguro Rural possui peculiaridades que o diferem dos demais ramos de


seguros. A principal delas é a ocorrência cíclica dos eventos meteorológicos,
que variam no decorrer dos anos. Com isso, para a precificação correta desse
tipo de seguro e para a mensuração do risco, não bastam conhecimentos
estatísticos e atuariais, mas há, também, a necessidade de utilização de
pesquisas agronômicas.

Mensuração do Risco
Esta mensuração é muito difícil, no Brasil, pela falta de informações históricas.
Por isso, atualmente, utilizam-se experiências dos resseguradores internacionais
instalados no país. Esta prática, contudo, reduz a precisão na taxação das
apólices, devido à utilização de experiências de outros países.

Atualmente, esse problema vem se reduzindo com a utilização de dados


agrícolas e climáticos, pelos órgãos de pesquisa/pesquisadores, e o
desenvolvimento de pesquisas sobre riscos agrícolas nas universidades.

Além disso, a SUSEP passou a solicitar dados estatísticos relativos a cada ano
calendário para que seja possível acompanhar o resultado das carteiras de
Seguro Rural e verificar se as taxas estão adequadas aos riscos assumidos.

UNIDADE 4 41
O Seguro Rural exige grandes investimentos por parte das seguradoras para que
tenham condições técnicas de operar no ramo. Tanto na aceitação do risco quanto
na liquidação de sinistro, algumas culturas necessitam de inspeções individuais,
acarretando o deslocamento de técnicos das seguradoras, instaladas nos grandes
centros, para lugares longínquos, onde se encontram os objetos segurados.
Por esse motivo, são poucas as seguradoras que operam esse seguro.

Para viabilizar suas operações, a maioria das seguradoras contrata empresas


especializadas na aceitação e liquidação de Seguros Rurais, o que pode
tornar os prêmios do seguro superiores aos níveis aceitáveis pelo produtor.
Conclui-se, com isso, que a extensão territorial do Brasil impõe um custo
operacional muito alto às sociedades seguradoras.

Produção
A produção do Seguro Rural (prêmios) vem crescendo em grande escala, como
podemos observar no gráfico a seguir.

Prêmio Emitido Seguro Rural – Brasil (2005-2014)


em milhões de Reais

Fonte: SES – Sistema gerador de estatísticas dos mercados supervisionados do Centro


de Estatística da SUSEP.

No entanto, tal crescimento ainda é pequeno se olharmos o desempenho do


agronegócio. Quando comparamos os prêmios arrecadados com o Seguro
Rural com os do mercado segurador nacional como um todo, verificamos
uma pequena participação desse seguro, como observamos no gráfico a
seguir. Portanto, existe um grande potencial de crescimento.

42 SEGURO RURAL
Participação do Seguro Rural no Mercado de Seguros
(1995-2014)

Sugestão de leitura
Distribuição de Prêmios
www.susep.gov.br

0,33%
0,33%
0,20%
0,21%

Fonte: SES – Sistema gerador de estatísticas dos mercados supervisionados do Centro


de Estatística da SUSEP.

Distribuição dos Prêmios


A distribuição dos prêmios por região, no ano de 2014, deu-se da seguinte
forma:

Região % do Prêmio

Sul 38,77

Sudeste 36,18

Centro-Oeste 17,21

Nordeste 5,18

Norte 2,66

Fonte: SES – Sistema gerador de estatísticas


dos mercados supervisionados do Centro
de Estatística da SUSEP.

São Paulo (SP) foi o estado que mais arrecadou prêmios em 2014, com 23,50%
do total, seguido do Rio Grande do Sul (RS), com 18,41%, e do Paraná, com
16,71%. Estes três estados juntos representam cerca de 58% de todo o prêmio
emitido no Seguro Rural anualmente.

Analisando a produção do Seguro Rural por modalidade, em 2014, a


modalidade com maior volume de prêmio foi o Seguro Agrícola (englobando
as operações com e sem participação do FESR).

UNIDADE 4 43
A segunda modalidade, em volume de prêmio, foi o Penhor Rural.
Essas duas modalidades juntas representam mais de 73% de todo o segmento
de Seguros Rurais.

Ramo Prêmio Direto (R$) %


1101/1102 – Seguro Agrícola 1.382.339.195 47,7%
1162/1162 – Penhor Rural 812.512.136 28,1%
1198 – Seguro de Vida do Produtor Rural 435.629.776 15,0%
1130 – Seguro Benf. e Prod. Agropecuários 226.519.883 7,8%
1107/1108 – Seguro Florestas 15.625.285 0,5%
1103/1104 – Seguro Pecuário 11.308.897 0,4%
1164 – Seguros Animais 11.139.381 0,4%
1105/1106 – Seguro Aquícola 0 0,0%
1109 – Seguro da Cédula do Produto Rural 0 0,0%
Totais 2.895.074.552 100,0%
Fonte: SES – Sistema gerador de estatísticas dos mercados supervisionados do Centro
de Estatística da SUSEP, janeiro a dezembro de 2014.

Sinistralidade do Seguro Agrícola


A tarifação do Seguro Agrícola é muito difícil no Brasil, por falta de dados
estatísticos e estudos climáticos. Portanto, pode haver uma grande variabilidade
nas sinistralidades, dependendo das ocorrências cíclicas dos eventos
meteorológicos, como podemos observar na tabela a seguir. Esse é um dos
principais motivos de as seguradoras necessitarem de que haja a cobertura
de resseguradores e do FESR para comercializar o Seguro Agrícola.

Ano Sinistralidade
1995 77
1996 80
1997 46
1998 156
1999 62
2000 117
2001 69
2002 227
2003 25
2004 267
2005 365
2006 29
2007 45
2008 40
2009 79
2010 6,5
2011 45
2012 83
2013 37
2014 18

Fonte: SES – Sistema gerador de estatísticas dos mercados


supervisionados do Centro de Estatística da SUSEP.

44 SEGURO RURAL
CONCEITOS
Começando pelo conceito de que o bem segurado pode englobar desde a vida
e o patrimônio do produtor rural até a safra, temos que ter em mente que, no
Seguro de Safra, o bem não é sempre o mesmo e que, no risco rural, lida-se com
a chance ou probabilidade de consequências desfavoráveis sobre organismos
vivos expostos a céu aberto, sobre os quais o produtor não tem controle.

Rural e Agrícola
No Brasil, sempre foi relativamente confusa a terminologia das atividades
que, direta ou indiretamente, exercem o papel de seguro para a atividade
agropecuária. É muito comum que muitos agricultores façam confusão entre
o Seguro Rural Privado e os programas governamentais, destacando-se,
entre eles, o PROAGRO.

O conceito de Seguro Rural privado, tal qual é utilizado hoje em dia,


considera-se tratar do seguro operacionalizado por seguradoras, nas áreas de
Seguro Agrícola, Seguro de Penhor Rural, Seguro Pecuário, Seguro de Florestas
e outras modalidades previstas, mas pouco exploradas. Rural
Conjunto amplo de
A atividade do PROAGRO, que, por muitos, é considerada como Seguro Rural seguros direcionados à
Governamental (Agrícola), não deve ser entendida como Seguro Rural do agricultura e pecuária.
ponto de vista legal.
Agrícola
A nova classificação dos ramos de seguros, determinada pela SUSEP, prevê a Subdivisão do Ramo de Seguro
existência do Grupo 11 – Rural/Animais –, que abrange todos aqueles seguros Rural, direcionado a culturas
direcionados à agricultura e à pecuária. O Seguro Agrícola, por sua vez, é tão permanentes e temporárias.
somente um dos ramos participantes do grupo.

Custeio, Produção, Rendimento e Índice


Como o mercado está mudando, novas transações deverão exigir desenhos
alternativos na transferência de riscos e compensação de prejuízos. Embora já
existam várias formas de comercialização, as que se encontram mais presentes
no mercado são:
Custeio
• Seguros de Custos (ou de Custeio) – o objeto do seguro é a indenização Seguro limitado ao custo de
da despesa de custeio da safra, do preparo do solo à colheita. Esse seguro implantação, manutenção e
permite que, sobrevindo o sinistro, o agricultor tenha recursos para o colheita.
replantio (se a indenização ocorrer em tempo hábil) ou, pelo menos, possa
manter-se na atividade. Produção
Seguro atrelado ao montante
• Seguro de Produção – o objeto do seguro é a indenização da perda físico colhido, normalmente
de produção do agricultor. A perda de produção é a diferença entre a medido em toneladas, sacas
produção em quantidade (toneladas ou sacas por hectare), estimada na ou arrobas.
contratação da apólice, e a produção verificada por ocasião da colheita.
Rendimento
• Seguro de Rendimento – o objeto do seguro é a indenização da perda de Seguro que garante a
receita do agricultor por hectare cultivado. A perda de receita é a diferença produção por hectare tanto
entre a receita esperada e a receita efetiva, obtida por ocasião da venda. contra risco físico quanto de
A receita esperada depende da produtividade física da lavoura (toneladas ou mercado.
sacas por hectare) e também do preço do produto, e ambos têm um forte
componente aleatório. A receita esperada é, portanto, o produto de uma Índice
promessa tecnológica (a produção futura) pelo preço futuro do bem que vier Seguro de produtividade
a ser colhido. O ressarcimento é baseado no valor das perdas que podem associado a indicador regional.
decorrer, tanto do risco físico da produção quanto do risco de mercado.

UNIDADE 4 45
• Seguro de Índice – o objeto do seguro é a indenização da perda de
produtividade, associada a um indicador regional. A perda é estimada
através de um índice que determina a quebra de produtividade (toneladas
ou sacas por hectare) da região. A quebra é determinada pelo confronto
das produtividades estimada e efetiva.

Safra e Safrinha
Safra Uma das principais características dos produtos agrícolas é a sazonalidade
É o período de colheita da produção, ou seja, sua oferta ao mercado é concentrada em épocas bem
e, também, o ciclo de definidas do ano, devido a restrições impostas pelo clima aos cultivos agrícolas.
desenvolvimento adequado Daí, o conceito de safra, nome que se atribui ao período de colheita e, também,
de uma cultura agrícola. ao ciclo de desenvolvimento da cultura. Normalmente, a safra restringe-se a
um período dentro de um ano, mas, em função das características das culturas,
Safrinha pode variar, ocorrendo mais de uma safra por ano (hortaliças), duas safras por
Está associada à época ano (uvas de mesa) ou, ainda, uma safra a cada dois anos (café).
antecipada ou adiada de
plantio, em um período curto Muitas vezes, quando o produtor antecipa ou posterga o plantio ou condução de
e pouco apropriado, em que uma lavoura, ele está expondo sua atividade a um risco climático, como geada,
a lavoura está mais exposta a frio ou seca. É a chamada safrinha. No entanto, deve-se esclarecer que toda a
riscos como geada, frio ou seca.
cadeia relacionada ao agronegócio deve respeitar esse conceito de safra.

Zoneamento Agrícola
O zoneamento agrícola é um valioso instrumento de apoio à Política
Atenção Agrícola do Governo Federal, sendo fruto de um contrato firmado entre o
As seguradoras não aceitam riscos de Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e a Fundação de
áreas que estejam fora do zoneamento Empreendimentos Científicos e Tecnológicos – FINATEC/UnB.
agrícola.

O projeto inicial objetivava o desenvolvimento de estudos de regionalização


dos sinistros climáticos no Brasil, visando minimizar as perdas na produção
agrícola e disponibilizando ao produtor rural técnicas que permitiriam fugir
de riscos climáticos oriundos do regime de chuva.

Exemplo de Mapa de Zoneamento Climático para uma Região e uma


Cultura

Zoneamento agroclimático da cultura do feijão


no estado do Rio de Janeiro

Ciclo Médio Solo Tipo 1 Semeadura: 21 a 28/02

Favorável
Intermediária
Desfavorável
Inapta

Fonte: MAA/FINAJEC-UnB/EMBRAPA-CPAC-CNPMS/PESAGRO-RIO/ANEEL/INMET/SERLA.

46 SEGURO RURAL
Atualmente, sua finalidade é mais ampla, com base em dados
técnico-científicos, oferece orientações de períodos de plantio por município,
por cultura e tipos de solo, de modo a evitar adversidades climáticas
responsáveis por perdas na agricultura. Assim, a minimização dessas perdas,
em razão da ocorrência de geadas, seca e outros eventos climáticos adversos,
elimina reflexos negativos no abastecimento e nos preços dos produtos.

As informações são divulgadas e disponibilizadas a associações de produtores,


entidades de assistência técnica e extensão rural, agentes financeiros,
cooperativas, secretarias de agricultura e entidades públicas/privadas ligadas Importante
ao setor, inclusive seguradoras. O zoneamento agr ícola é um dos
instrumentos mais importantes para
o Seguro Rural, pois as sociedades
As seguradoras tornaram-se mais conservadoras no momento da taxação do
seguradoras que pretendem operar nas
seguro: quando o produtor rural não segue as orientações do zoneamento, modalidades de seguro cobertas pelo
é possível que sua proposta de seguro não seja aceita. Fundo de Estabilidade do Seguro Rural –
FESR – devem observar, obrigatoriamente,
as orientações do zoneamento agrícola
Um dos maiores desafios do Seguro Agrícola no Brasil é reunir informação do Ministério da Agricultura, Pecuária
e tecnologia organizadas, passo a passo, em protótipos que facilitem o e Abastecimento ou instituições oficiais
entendimento dos sistemas de produção pelos agentes seguradores. de pesquisa caso as operações incluam o
Seguro Agrícola.

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), com o apoio


da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e de várias outras
organizações, desenvolveu um modelo de zoneamento agrícola que tem
sido extremamente importante na redução de riscos e perdas. Esse modelo
define zonas homogêneas quanto à precipitação pluviométrica, à capacidade de
retenção de umidade dos solos e aos ciclos dos cultivares. Essas zonas podem
ainda ser homogêneas, se subdivididas em função de outras características Se liga
do solo. O aquecimento da Terra nos próximos
100 anos requer uma tomada urgente
de posição não apenas para tentar frear
Dentre as ferramentas necessárias à implementação de um programa de Seguro o efeito estufa. Por causa das alterações
Agrícola sustentável, o zoneamento agrícola é um dos pilares fundamentais, futuras no clima do planeta, é preciso
tanto no sentido de reduzir as perdas causadas por eventos climáticos estar preparado para a mudança de
zoneamento agrícola, em que as culturas
quanto no de melhorar o controle das operações e também aumentar a deverão migrar para regiões onde o cultivo
produtividade, direcionando as safras às regiões mais apropriadas para possa ser sustentado.
cada cultivo.

RISCOS
A crescente alocação de capital e os riscos associados à tendência de
especialização do setor agropecuário têm criado exposição financeira para
a qual o seguro é indispensável. Ciclos de El Niño, furacões, geadas, pestes,
inundações estão tornando a produção agropecuária menos previsível
para o produtor rural, para o mercado de commodities, para a indústria de
processamento de alimentos e para os consumidores, criando demandas
crescentes para a transferência de risco.

Uma peculiaridade do Seguro Agrícola consiste na definição de unidade


segurada, que dependerá do tamanho da propriedade e irá afetar a taxa
de prêmio necessária para manter um programa atuarialmente viável.

UNIDADE 4 47
Há duas modalidades mais conhecidas:

• quadra ou talhão – refere-se à possibilidade de o produtor segurar cada


unidade separadamente, o que pode ser satisfatório para o programa
de cobertura única, como granizo ou furacão, em que o solo ou o
gerenciamento da lavoura não sejam fatores que afetem as perdas; e

• toda a propriedade (Farm Unit) – refere-se a todas as quadras ou talhões


operados por um produtor, considerados uma unidade. Em outras palavras,
todos os hectares plantados com uma cultura segurável, operados por
um produtor, devem ser segurados.

Portanto, tendo em mente que todos os riscos não são iguais e que riscos
diferentes requerem modos diferentes de distribuição, costuma-se classificar,
genericamente, os eventos em não correlacionados e correlacionados ou,
ainda, intermediários.

Riscos Não Correlacionados


São assim denominados, pois os sinistros ocorrem de forma independente.
São situações em que os riscos não se comunicam, gerando perdas pontuais,
pois nem todos, em uma mesma região, experimentam ocorrências iguais ao
mesmo tempo, podendo ser efetivamente gerenciados.

As experiências mostram que os mercados de seguros, de uma maneira


geral, estão mais bem adequados à distribuição de riscos não correlatos.
Como exemplo, podemos citar automóveis e danos à propriedade devido a
fogo e vendaval, enquanto, no Seguro Agrícola, temos o exemplo clássico
das tempestades de granizo. As seguradoras, normalmente, trabalham
melhor quando riscos independentes estão agregados para tomar vantagem
sobre os princípios básicos de diversificação, pois, ao agregar riscos similares
independentes em um único pacote de seguro, reduz-se a perda variante.

Nesses casos, a contribuição financeira do governo é dispensável, sendo mais


importante que ele exerça suas funções clássicas de disseminar informações,
garantir o cumprimento dos contratos, defender a concorrência e proteger
o consumidor, regulando e fiscalizando as seguradoras, especialmente na
definição de parâmetros técnicos.

Riscos Correlacionados
São assim denominados, pois os sinistros ocorrem de forma generalizada.
São situações em que os riscos são interdependentes e aos quais, portanto,
os tradicionais mecanismos de redução do risco global não se aplicam.

Na realidade, são o calcanhar de aquiles do Seguro Rural. Sinistros de natureza


catastrófica, como seca, geada e pestes, podem atingir dezenas de municípios
e milhares de produtores.

48 SEGURO RURAL
Em se tratando de Seguro Agrícola, deve-se analisar um efeito importante e
complicado que é o aumento na capacidade de previsão de eventos sazonais
extremos – em alguns casos, com muitos meses de antecedência, como os
fenômenos El Niño e La Niña. Esses eventos de natureza generalizada também
têm característica sistêmica, pois, além de ocorrerem com uma certa frequência
e causarem prejuízos que afetam não somente uma região, repetem-se de
tempos em tempos.

São os sinistros que, conforme sua magnitude, podem determinar o


comprometimento da atividade financeira de uma seguradora ou do
próprio sistema de seguro, pois são abrangentes e, ao mesmo tempo,
implicam perdas extraordinárias.

Nesse caso, a participação do Governo na partilha do risco torna-se


recomendável, como forma de estimular o desenvolvimento do mercado de
seguro privado, atuando somente quando estritamente indispensável e de forma
a minimizar distorções na alocação de recursos da sociedade, sem se transformar
em um mecanismo de transferência de renda a grupos de seu interesse.

Riscos Intermediários
Alguns desastres naturais não são nem altamente independentes, nem
altamente correlacionados. São os chamados riscos intermediários que,
teoricamente, aumentam o custo marginal do seguro, reduzindo sua oferta.

Esses riscos, como enchentes, terremotos, furacões ou quebra de produtividade


agrícola, requerem um tratamento diferenciado, que exige maior compreensão Riscos não
e conhecimento, fundamentais no cálculo de custos, tanto de perdas quanto correlacionados
administrativo, no carregamento de reservas, no carregamento catastrófico Riscos independentes,
e no cálculo de taxas de prêmio e sinistros. perdas pontuais.

Como o mercado está mudando e as novas transações tendem a diminuir


Riscos correlacionados
os custos, seguradores e resseguradores estão executando securitização do Riscos interdependentes,
seguro, de que são exemplos claros as chamadas cat bonds (mercados de perdas generalizadas.
bônus de catástrofe), títulos de boa rentabilidade que fornecem capital em
Riscos intermediários
caso de ocorrência de um desastre.
Eventos de baixa frequência
e alta consequência.
No caso hipotético de um furacão se aproximando, os seguradores poderiam
ir ao mercado de capitais para comprar cobertura extra.

Para riscos intermediários, os custos históricos de perdas podem não oferecer


estimativas precisas. Eventos de baixa frequência e de alta consequência podem
facilmente ser subestimados ou superestimados durante o período histórico
usado para desenvolver os custos de perdas, sendo necessários muitos anos
de indenizações e prêmios para avaliar a sinistralidade. Deve-se, também,
acrescentar a este fato que falhas de informação podem levar ao risco moral
e à antisseleção.

UNIDADE 4 49
PREMISSAS
Para compreender o gerenciamento do risco rural, é preciso entender bem
o ambiente do mercado. É necessário, ainda, perceber que, em se tratando
de riscos rurais, a falta de um sistema confiável e massificado causa um
problema social, com efeitos nefastos para toda a economia primária e áreas
correlatas. Entre as causas do êxodo rural, está essa deficiência, pois o Estado
acaba arcando com um custo de refinanciamento muito grande. Além desse,
há mais dois problemas fundamentais neste setor:

• oferta – é restrita devido ao vultoso risco envolvido, o que acaba levando


as empresas privadas a fugir do negócio; e

• demanda – a realidade, que é de grande procura pelo seguro, sofre, por


vezes, distorções em função do alto custo do prêmio.

Uma estrutura que implica custos maiores exige preços mais altos. A taxa do
prêmio, portanto, é elevada. O negócio é de maturação lenta e, para uma
carteira de Seguro Agrícola apresentar resultados, são necessários cinco anos
em média.

A saída apontada por muitos operadores do mercado é a participação


governamental, não mais como o ator que gere o negócio, mas participando
como indutor do crescimento, lembrando que, estrategicamente, o Seguro
Agrícola tem papel de extrema importância para a segurança alimentar.

A solução para os gargalos de oferta e demanda utilizada no Brasil é a mesma


Atenção que todos os governos de destaque no mundo já consolidaram: o subsídio
Premissas básicas em que as seguradoras
se apoiam no Seguro Rural:
ao prêmio (já existente no Brasil) e um fundo de catástrofe (em processo
de criação no Brasil) para amenizar as perdas das seguradoras em situações
• redução do risco; de calamidade.
• reconhecimento de riscos não
seguráveis; e
• capacidade financeira. No que se refere à iniciativa privada (seguradoras), estas devem ter grande
atenção às premissas de redução do risco, reconhecimento de riscos não
seguráveis e capacidade financeira.

Redução do Risco
É a minimização do risco utilizando tecnologias associadas ao processo de
cultivo, também chamadas de “práticas agrícolas”, e a perfeita definição
de “onde se deve plantar” e “quando se deve plantar”. O objetivo é reduzir as
restrições impostas por fatores naturais e geográficos. Questões como esta
estão contempladas na seção “Zoneamento Agrícola” (p. 46).

Alguns exemplos são as pragas e doenças contagiosas quando houver


prevenção ou tratamento. Deve-se dispender o que for necessário para
prevenir sua instalação e disseminação, mas não para indenizar aqueles que,
por negligência, deixarem de tomar as medidas preventivas. O seguro não
pode desestimular a prevenção.

50 SEGURO RURAL
Reconhecimento de Riscos Não Seguráveis
Prevenir-se contra a ocorrência de sinistros é sempre mais barato do que
remediar seus efeitos. É o caso de haver riscos onde a atividade não seja
recomendada por não conter os pressupostos mínimos de segurabilidade,
ou seja, atividades que não são passíveis de serem seguradas. Os métodos
utilizados em taxação do Seguro Rural, especificamente do Agrícola, dependem
do tipo de cobertura e dos dados disponíveis.

A taxação agrícola pode ser baseada no histórico de perdas do seguro ou,


para novos seguros, no histórico de perdas de produtividade.

A experiência tem mostrado que o modelo mais adequado é taxar o risco,


mas, como em muitas partes do mundo, inclusive no Brasil, tais dados não
existem, torna-se necessário contar com a larga experiência de resseguradores
internacionais que têm conhecimento sobre a natureza do risco associada à
suscetibilidade de perdas de cada cultura.

Caso não seja possível examinar ou estimar os custos de perda física ou através
do histórico de indenizações, aliando-se dados climáticos confiáveis, dentro de
níveis aceitáveis de confiança e avançadas técnicas estatísticas, o risco pode
se tornar não segurável.

Capacidade Financeira
A regulamentação do setor, feita pela SUSEP, limita o grau de exposição das
seguradoras à capacidade de suportar as altas perdas que podem ocorrer no
risco rural.

Apesar de muitas seguradoras perceberem a necessidade de oferecer mais


opções para o gerenciamento de preços de commodities, flutuações de receita
e riscos de produção, como forma de atender às exigências do agronegócio, os
próprios contratos de resseguro estabelecem limites ao valor das coberturas
em áreas sujeitas a um determinado tipo de fenômeno climático. Com isso,
esses contratos evitam a concentração e também salvaguardam a capacidade
financeira das seguradoras (e das resseguradoras) ao aplicar métodos científicos
de taxação no desenvolvimento de taxas com base em sua longa experiência
em outras regiões e culturas correlatas.

O risco rural pressupõe conhecimento do mercado, com o objetivo de reduzir


a exposição ao risco, identificando riscos não seguráveis e limitando o risco
à capacidade dos tomadores.

CARACTERÍSTICAS DOS RISCOS


SEGURÁVEIS – RISCOS RURAIS
Em que pesem as características específicas que os Seguros Rurais apresentam,
em linhas gerais, para que um risco seja segurável na carteira Rural, ele deve
apresentar as mesmas condições que qualquer outro tipo de seguro, as quais
já foram estudadas na disciplina “Teoria Geral do Seguro”, a saber:

UNIDADE 4 51
Lei dos Grandes Números
A Lei dos Grandes Números diz que, quanto maior a amostragem, mais perto da
realidade será o resultado alcançado. No Seguro Rural, essa lei proporciona uma
previsão bastante confiável das futuras perdas, evitando, assim, a antisseleção
de riscos.

Acidental
As perdas devem ocorrer como resultado de situações inesperadas não
intencionais. Portanto, deve-se tomar muito cuidado, pois o risco moral é
uma ameaça real.

Espera-se que o produtor que opta pelo seguro mantenha-se compromissado


com as práticas técnicas e culturais mais conhecidas e recomendadas, sem
direito a improvisações. Sob o ponto de vista do seguro, esta tendência
humana a arriscar-se mais, a partir do momento em que o risco envolvido
nas atividades foi, em parte, repartido com as seguradoras (“relaxamento”),
chama-se risco moral.

Mensurável
Sob a ótica do Seguro Agrícola, o desenvolvimento de uma planta é um
processo influenciado por uma enorme quantidade de fatores.

Considerando que as perdas precisam ser mensuráveis e determinadas através


de níveis aceitáveis de confiança, isso significa dizer que a perda deve ser
definida por uma causa, tempo, lugar e quantidade. Assim, reforça-se a
necessidade de qualificação na aceitação do risco, bem como na mensuração
das perdas, evitando que sejam superestimados ou subestimados.

Independente
Se as perdas forem positivamente correlacionadas entre as unidades de seguro
e o risco for tomado por sistêmico, a Lei dos Grandes Números não se aplica,
pois as perdas anuais serão extremamente variáveis, podendo ser grandes o
suficiente para ameaçar a solvência do mercado. São as chamadas perdas
catastróficas.

Classicamente, a produtividade não é segurável porque as perdas são


correlatas. Muitos riscos com componentes catastróficos violam a condição
de independência do seguro, tornando as perdas correlatas. Quando isso
acontece, há duas maneiras para se segurarem esses prejuízos: resseguro e
extensão geográfica.

52 SEGURO RURAL
Provável
Para desenvolver uma taxa de prêmio, deve-se estimar tanto a média de
frequência quanto a média de severidade das perdas. A baixa frequência,
aliada à alta severidade dos riscos catastróficos, apresenta sérios desafios na
determinação da taxa do prêmio, ou seja, a probabilidade de perda tende a
tornar-se incalculável. Soma-se, ainda, o fato de que circunstâncias geográficas
e meteorológicas diferem de região para região, que o risco rural de um país
não exibe uma organização uniforme e um mesmo estágio de desenvolvimento
e que as probabilidades de perda também serão diferentes.

Viável
Para que os prêmios sejam suportáveis, a probabilidade de ocorrência do
evento deve ser moderada.

Normalmente, os riscos rurais apresentam níveis altos de probabilidade, e as


perdas podem se transformar em uma despesa padrão do negócio, em vez
de um risco a ser transferido.

Quando o risco possui alta frequência e baixa severidade, os custos da


transação serão tão altos, que os prêmios não serão economicamente viáveis,
pois o fator distância, inerente aos riscos rurais, também é um fator que
inviabiliza a operação.

MECANISMOS DE
TRANSFERÊNCIA DO RISCO
De modo geral, o agricultor não faz uso em larga escala do seguro como
ferramenta para sua administração de riscos.

No entanto, não sendo possível evitar o risco em sua integralidade, veremos


que há vários mecanismos para sua diluição e partilha.

Diversificação
Embora este item já tenha sido analisado como um princípio do seguro,
trata-se, na realidade, também de um mecanismo de proteção. Ao partilhar
o risco entre o maior número de produtores, aqueles produtores que não
sofrerem o risco contribuem com uma pequena parcela para a cobertura das
grandes perdas dos demais. É o que chamamos de princípio do mutualismo,
muito compreendido no meio rural, berço do sistema cooperativo nacional.

Franquia
Uma das formas de tornar o prêmio economicamente viável decorre de o
produtor preferir aceitar uma pequena e consistente parcela de perda a
enfrentar o risco de uma grande perda não desejável, mas possível. Com a
participação no risco, o produtor tem um incentivo para evitar o sinistro e reduz,
assim, o risco moral.

UNIDADE 4 53
Devido ao alto risco das atividades que envolvem o Seguro Rural, os produtos
comercializados apresentam, obrigatoriamente, opções com franquias altas,
bem como outros mecanismos de participação no risco.

Redução do Prêmio
É difícil vender um produto para alguém que não faz planos de comprá-lo.
E, muitas vezes, é exatamente esse o desafio do Seguro Rural. Aquele produtor
que elege o seguro como uma de suas prioridades, destacando-o como item
no orçamento da lavoura, não corresponde ao perfil médio da classe.

Mudanças nesse cenário, entretanto, parecem inevitáveis. Cada vez mais, vem
sendo exigida habilidade gerencial daqueles que administram uma propriedade
rural. É preciso conciliar técnicas de produção agropecuária, gestão, finanças
e mercado, sendo este mais um motivo pelo qual os custos administrativos e
os riscos devem ser minimizados ao máximo. Esta tendência deve trazer para
o mercado segurador não somente aquelas áreas com maior incidência de
sinistros, mas também aquelas com histórico de perdas menores.

É exatamente o aumento do volume e a qualificação dos riscos aceitos


o que poderá proporcionar a redução do prêmio cobrado dos clientes.
A participação governamental subsidiando o prêmio do seguro rural é um
importante instrumento de apoio a essa operação.

Cosseguro
Tendo em vista as dimensões continentais de nosso país, e com o objetivo
de compatibilizar os riscos maiores da concentração espacial com custos mais
baixos, podem-se regionalizar as operações, garantindo-se custos operacionais
menores. Este é o princípio do cosseguro: dividir o risco entre vários
seguradores, cada um limitando sua exposição ao risco de determinada região
a uma percentagem pequena de sua carteira. Na prática, isso solucionaria,
inclusive, a distribuição dos riscos correlacionados, trazendo também maior
eficiência da especialização regional.

Resseguro & FESR


Sendo resseguro o seguro comprado por seguradores primários para transferir
o risco existente em seu negócio, comprando resseguro a seguradora garante
sua solvência.

Atualmente, o resseguro vem cumprindo seu papel na viabilização das


operações de Seguro Rural no Brasil, seja através da retrocessão, seja do
resseguro internacional. Embora não tenha condições de atender à demanda
de resseguro rural, o IRB-Brasil Re, além de dividir o risco, reduzindo o risco
global, tem atuado como agente regulador, em substituição ao Governo, e
na gestão do FESR – Fundo de Estabilidade do Seguro Rural.

54 SEGURO RURAL
O FESR, ao ser criado, levou o Seguro Rural para muito próximo de sua
universalização, tornando possível diluir riscos ao longo do tempo, permitindo
que as seguradoras lançassem mão dos recursos para liquidar indenizações
em anos de alta sinistralidade. No entanto, o que vemos hoje são as grandes
limitações do Fundo, que consistem no pequeno volume de dinheiro em caixa,
insuficiente para cobrir operações em um país de dimensões continentais.

Consórcio
Considerando que o Seguro Rural apresenta-se como um risco de natureza
catastrófica, desconhecido e, por isso, com taxas muito altas, aliado a um
alto custo operacional, o mercado segurador ainda não se sente atraído a
estabelecer consórcios. Uma opção que permitiria partilhar esse risco seria
criar uma associação de seguradores.

A associação seria um mecanismo de transferência de risco, como existe,


atualmente, no consórcio que opera o DPVAT – Seguro de Danos Pessoais
causados por Veículos Automotores –, em que todos os prêmios vão para um
fundo comum, para cobrir as indenizações, e o lucro ou o prejuízo são rateados
entre as empresas participantes, na proporção do valor das apólices vendidas.
A fim de que haja um bom funcionamento, os custos devem ser uniformes,
e qualquer uma dessas empresas pode ser procurada para pagamento de
uma indenização.

Para que uma solução como essa fosse aplicada ao Seguro Rural, seria,
provavelmente, necessário que o mercado homogeneizasse as coberturas
oferecidas. Além disso, seria preciso reduzir, ao máximo, os custos individuais
de cada seguradora antes da montagem do pool.

UNIDADE 4 55
56
SEGURO RURAL
EM RESUMO

Modalidade de Unidades Classificação Soluções para Problemas Premissas Básicas em Características dos Mecanismos de
Seguradas no Seguro dos Riscos no de Oferta e Demanda do que as Seguradoras se Riscos Rurais Transferência dos Riscos
Agrícola Seguro Agrícola Seguro Agrícola no Brasil Apoiam no Seguro Rural Seguráveis do Seguro Rural

• Riscos não • Observar a Lei dos


• Quadra ou talhão • Subsídio ao prêmio • redução do risco • Diversificação
correlacionados Grandes Números

• reconhecimento de
• Toda a propriedade • Riscos correlacionados • Fundo de catástrofe • Ser acidental • Franquia
riscos não seguráveis

• Riscos Intermediários • capacidade financeira • Ser Mensurável • Redução do prêmio

• Ser independente • Cosseguro

• Ser provável • Resseguro e FESR

• Ser viável • Consórcio


Fixando Conceitos 4

ANALISE AS PROPOSIÇÕES A SEGUIR E DEPOIS MARQUE A ALTERNATIVA


CORRETA Anotações:

[1] Com as mudanças de mercado, o Seguro Rural deverá oferecer novos


formatos de transferência de riscos. O Seguro de Rendimento é um formato
bastante utilizado pelo mercado brasileiro. Podemos defini-lo como:

I) O seguro que garante a produção por hectare, tanto contra risco físico
quanto de mercado.
II) Um seguro de produtividade associado a indicador regional.
III) Um seguro limitado ao custo de implantação, manutenção e colheita.
IV) Um seguro que garante um título emitido pelo produtor rural.

Agora assinale a alternativa correta:

(a) Somente I é proposição verdadeira.


(b) Somente I e II são proposições verdadeiras.
(c) Somente II e III são proposições verdadeiras.
(d) I, II, III e IV são proposições verdadeiras.
(e) I, II, III e IV são proposições falsas.

[2] Sobre a classificação dos ramos de seguros, determinada pela SUSEP,


podemos afirmar que:

I) Define-se Seguro Rural como o conjunto de ramos direcionados à


agricultura e pecuária.
II) Define-se Seguro Agrícola como um conjunto amplo de ramos
direcionados exclusivamente à agricultura.
III) O Seguro Agrícola é um ramo para culturas permanentes e temporárias.

Agora assinale a alternativa correta:

(a) Somente I é proposição verdadeira.


(b) Somente II é proposição verdadeira.
(c) Somente I e III são proposições verdadeiras.
(d) Somente II e III são proposições verdadeiras.
(e) I, II e III são proposições falsas.

FIXANDO CONCEITOS 4 57
Fixando Conceitos 4

MARQUE A ALTERNATIVA QUE PREENCHA CORRETAMENTE A(S) LACUNA(S)


Anotações:
[3] Nos desenhos alternativos de transferência de risco rural através de
seguro, uma das formas de comercialização atualmente disponível é o
____________________. O produtor rural também dispõe de um seguro de
rendimento, associado a indicador regional, que é o ____________________.

(a) Seguro Safra e Safrinha / zoneamento


(b) Seguro de Produção / seguro de índice
(c) Seguro Safra e Safrinha / Seguro de Rendimento
(d) Seguro de Produção e Custeio / Seguro de Rendimento
(e) Seguro de Renda / Seguro de Granizo

[4] A crescente alocação de capital na agricultura e a crescente demanda


para transferir os riscos a ela associados acarretam uma especialização do
mercado segurador, cujos mecanismos tradicionais de redução de risco não
se aplicam, pois as experiências têm mostrado que os mercados estão mais
bem adequados para distribuição de riscos ___________________.

Em se tratando de Seguro Agrícola, deve-se analisar um efeito importante


e complicado que é o decorrente aumento na capacidade de previsão de
eventos que ocorrem de forma generalizada, também denominados riscos
________________.

(a) correlatos / não correlatos


(b) não correlatos / genéricos
(c) intermediários / correlatos
(d) não correlatos / correlatos
(e) intermediários / não correlatos

[5] Como o produtor rural tem conhecimento e noção do risco inerente à


atividade agrícola, normalmente não admite o seguro como ferramenta para
sua administração. Em não sendo possível evitar o risco em sua integralidade,
há vários mecanismos para sua diluição e partilha com o mercado segurador
privado. Uma das formas é quando o produtor aceita uma pequena parcela
de perda, denominada ________________. Outro mecanismo é o aumento
do volume e a qualificação dos riscos aceitos, que podem proporcionar a
________________ do prêmio cobrado. Também é viável reduzir o risco a
uma pequena percentagem da carteira das seguradoras, através da prática
do ________________.

(a) franquia / redução / cosseguro


(b) franquia / viabilidade / resseguro
(c) franquia / diversificação / resseguro
(d) consórcio / diversificação / resseguro
(e) consórcio / redução / cosseguro

58 SEGURO RURAL
Fixando Conceitos 4

MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA


Anotações:
[6] No Seguro Rural, devido aos seus diferentes modos de distribuição,
classificamos os riscos de forma diferenciada. Chamamos de riscos não
correlacionados aqueles que:

(a) São interdependentes e produzem perdas generalizadas.


(b) São independentes e produzem perdas pontuais.
(c) Geram eventos de baixa frequência e de alta consequência.
(d) São limitados aos custos de implantação da colheita.
(e) São atrelados a um indicador regional.

[7] O Seguro Rural possui peculiaridades que o diferem dos demais ramos de
seguros. A principal delas é o(a):

(a) Inexpressivo índice de sinistralidade.


(b) Costumeira alta frequência e baixa severidade dos sinistros.
(c) Ocorrência cíclica dos eventos meteorológicos, que variam no decorrer
dos anos.
(d) Seu reduzido custo operacional.
(e) Não utilização de pesquisas agronômicas.

[8] “Alguns riscos, teoricamente, aumentam o custo marginal do seguro,


reduzindo sua oferta.” Estamos nos referindo a:

(a) Riscos intermediários.


(b) Riscos não correlacionados.
(c) Riscos correlacionados.
(d) Riscos de oferta.
(e) Riscos de demanda.

[9] ANALISE AS PROPOSIÇÕES A SEGUIR E DEPOIS MARQUE A ALTERNATIVA


CORRETA

Uma das principais características da produção agrícola é a sua sazonalidade.


A safrinha ocorre quando o produtor:

I) Antecipa o plantio de uma lavoura.


II) Colhe duas safras por ano.
III) Posterga o plantio de uma lavoura.
IV) Colhe uma safra a cada dois anos.

Agora assinale a alternativa correta:

(a) Somente IV é proposição verdadeira.


(b) Somente I e III são proposições verdadeiras.
(c) Somente I, III e IV são proposições verdadeiras.
(d) Somente II, III e IV são proposições verdadeiras.
(e) I, II, III e IV são proposições verdadeiras.

FIXANDO CONCEITOS 4 59
Fixando Conceitos 4

MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA


Anotações:
[10] Tratando-se de conceitos, no Seguro Rural, o bem segurado pode englobar
desde a vida e o patrimônio do produtor rural até a safra. Sobre o Seguro de
Safra, podemos dizer que o bem segurado:

(a) É sempre o mesmo.


(b) Está sempre protegido das intempéries.
(c) Sempre apresenta valores constantes.
(d) Apresenta valores constantes em função da igualdade das safras.
(e) Não tem cobertura para secas.

[11] O gerenciamento do Seguro do Risco Rural é complexo, e problemas


podem gerar efeitos negativos para toda a economia primária. Além disso,
existem mais dois grandes problemas fundamentais nesse setor, que são a
oferta e a demanda. A partir desse contexto, podemos afirmar que:

(a) O Seguro Rural, hoje, exige uma estrutura com custos maiores,
acarretando uma taxa de prêmio elevada.
(b) O Seguro Rural é uma carteira de maturação imediata.
(c) Uma carteira de Seguro Agrícola apresenta resultados logo no primeiro
ano.
(d) A oferta é bastante elevada, pois todas as seguradoras operam neste
segmento.
(e) A demanda é grande, pois as taxas do seguro são baixas.

[12] Todo seguro tem que ter definido, em seu escopo, qual o risco segurado.
No Seguro Rural, chamamos risco de unidade segurada aquele que dependerá
do tamanho da propriedade. Uma das modalidades mais conhecidas de
unidade segurada é:

(a) O Seguro de Custeio.


(b) Quadra ou talhão.
(c) Zoneamento.
(d) Safra.
(e) O Seguro de Produtividade.

60 SEGURO RURAL
5
RAMOS DO SEGURO
RURAL

Após ler esta unidade, você deve ser capaz de:


• Conhecer as características de cada um dos principais ramos que compõem a carteira de
Seguro Rural.

UNIDADE 5 61
62 SEGURO RURAL
A SUSEP estabeleceu que os ramos ligados aos riscos rurais estariam
enquadrados dentro do Grupo 11 (Rural/Animais).

Os riscos rurais estão englobados nos seguintes Ramos de Seguro:

• Agrícola com Cobertura do FESR;


• Agrícola sem Cobertura do FESR;
• Animais;
• Aquícola com Cobertura do FESR;
• Aquícola sem Cobertura do FESR;
• Benfeitoria e Produtos Agropecuários;
• Cédula do Produto Rural;
• Florestas com Cobertura do FESR;
• Florestas sem Cobertura do FESR;
• Pecuário com Cobertura do FESR;
• Pecuário sem Cobertura do FESR;
• Penhor Rural; e
• Vida do Produtor Rural.

Atenção

À exceção do Seguro de Animais, todos os demais ramos possuem


alíquota zero do imposto cobrado nas operações financeiras – IOF.

MODALIDADES DO SEGURO RURAL


Seguro Agrícola
Esse seguro cobre as explorações agrícolas contra perdas decorrentes de
fenômenos meteorológicos. Importante
O Seguro Agrícola contratado no Brasil não
Também cobre basicamente a vida da planta, desde a sua emergência ou tem previsão de cobertura para doenças
e pragas. Eventualmente, essas situações
floração até a colheita, contra um ou vários riscos de origem climática, poderão ser inseridas na cober tura
como incêndio e raio, tromba-d’água, ventos fortes, granizo, geada, chuvas mediante o pagamento de prêmio
excessivas, seca e variação excessiva de temperatura, dependendo da forma adicional e apenas para situações para
as quais não existam vacinas, pulverização
de comercialização. ou controles.

Algumas seguradoras também cobrem danos decorrentes de doenças e/ou


pragas, desde que não existam métodos difundidos de combate, controle
ou profilaxia.

Seguro de Granizo × Seguro Multirrisco


Existem, atualmente no Brasil, dois tipos de cobertura disponíveis para
contratação – Seguro de Granizo e Multirrisco – as quais, são linhas de
Seguro Agrícola que já se encontram bem estabelecidas.

Uma das mais antigas linhas de Seguro Agrícola é o Seguro de Granizo, que cobre
perdas ocasionadas por tempestade de granizo, cuja apólice padrão indeniza
um valor de cobertura por unidade segurada, aliado a um dedutível mínimo.

UNIDADE 5 63
Já os programas de Multirrisco preveem cobertura para causas não evitáveis
de perda de produção, em especial os casos de clima adverso (seca,
chuvas excessivas, geadas, incêndio, raio, tromba-d’água, ventos fortes).
A alta exposição de Multirrisco se reflete no preço: são cobradas altas
taxas e aplicados altos dedutíveis (Franquias e Participação Obrigatória
do Segurado – POS).

Riscos Cobertos
No Seguro de Granizo, temos apenas um único evento coberto. Normalmente,
é um seguro de custeio.

No Seguro Multirrisco, temos vários eventos cobertos, especialmente o risco


de clima adverso. Pode garantir custeio e produtividade. Esse seguro é muito
comum no mercado norte-americano, onde é chamado de Multiple Peril Crop
Insurance (MPCI). As principais características do Seguro Multirrisco são:

• riscos cobertos;
• incêndio e raio;
• tromba-d’água;
• ventos fortes e ventos frios;
• granizo;
• chuvas excessivas;
• seca;
• geada; e
• variação de temperatura.

As principais aplicações de cada um dos tipos de seguro apresentados


anteriormente são:

Culturas Tipo de Seguro


• Multirrisco (Seca, Chuva Excessiva, Granizo, Geada, Vendaval,
Variação Brusca de temperatura);
Grãos
• Granizo;
• Geada.
• Granizo;
Frutas/Hortaliças
• Geada.

Período de Cobertura
Compreende do plantio à colheita, desde
que contratada a cober tura integral
(Replantio e Produção). Caso a cobertura
de Replantio não tenha sido contratada,
C
o seguro terá eficácia quando a partir da o
emergência da planta ou ainda quando a b
lavoura tiver uma altura mínima estabelecida e
r
pela seguradora. t
u
r
a

64 SEGURO RURAL
Processo de Formação de Prêmio
O custo do seguro, ou prêmio de seguro, será calculado com base no valor
segurado. A taxa de risco corresponde a um percentual sobre esse valor e
varia de acordo com os seguintes fatores inter-relacionados:

• tipo de cultura;
• região geográfica;
• nível de cobertura desejado pelo agricultor; e
• coberturas contratadas (riscos cobertos – MPCI × Granizo).

Vigência do Seguro
Início: o seguro tem início a partir da data de protocolo de recepção da proposta
de seguro na seguradora.

Término: o seguro se encerra com o término da colheita. É importante destacar


os prazos máximos de vigência, que dependerão da cultura a ser segurada.

Período de Carência
Poderá ser estabelecido, a critério da seguradora, um período de carência como
forma de evitar a ocorrência da antisseleção de risco, ou seja, contratação do seguro
quando haja previsão de ocorrência de eventos cobertos.

Exemplo: previsão de geada em dois dias depois de divulgado pelo Instituto


Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE).

Importante
Nessa hipótese, portanto, não serão considerados indenizáveis sinistros
É fundamental informar ao produtor
ocorridos durante o período de carência. rural corretamente sobre o período de
carência, incentivando-o a contratar
o seguro antecipadamente, antes mesmo
Exigências para Aceitação de Risco do plantio.

As seguradoras, normalmente, aceitam apenas as propostas que se enquadrem


dentro de premissas especificadas, como:

• zoneamento agrícola do MAPA – a lavoura deverá ser plantada dentro


do período especificado pelo zoneamento agroclimático elaborado pelo
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) para cada
região, cultivo e ano agrícola;

• área total plantada – no Brasil, é comum a exigência de que seja segurada


a área total plantada da cultura referente à propriedade rural especificada
na proposta de seguro. Em caso de sinistro, se verificado que esse requisito
não foi cumprido, aplicar-se-á o rateio na indenização, pagando-se
proporcionalmente à área contratada; e

• vistoria prévia – obrigatória para culturas implantadas. O objetivo da


vistoria prévia é diagnosticar eventuais prejuízos ocorridos anteriormente à
contratação do seguro, bem como comprovação de informações dispostas
na proposta de seguro, irregularidades que possam ocorrer no trato da
lavoura e demais informações técnicas relevantes à contratação.

UNIDADE 5 65
Aplicação Prática
Seguro Multirrisco – Como Funciona – Exemplo Numérico – Cultura
de Soja:

Área – 150 hectares


Produção Média – 49 sacas por hectare
Nível de Cobertura – 60%
Produção Garantida – 150 × 49 × 60% = 4.410 sacas
Valor da Saca – R$ 25,00 por saca
Importância Segurada – 4.410 sacas × R$ 25,00 = R$ 110.250,00
Sinistro – seca
Franquia – Não há
Produção Obtida – 4.042 sacas (ou 26,9 sacas por hectare)
Perda – 368 sacas
Indenização – R$ 9.200,00

Seguro de Animais
O Seguro Animais é aquele que tem por objetivo garantir o pagamento de
indenização em caso de morte de animais de elite.

Entende-se como animal de elite aquele destinado à participação em torneios,


Atenção provas esportivas e exposições, bem como o animal destinado exclusivamente
O Seguro de Animais e o Seguro Pecuário à coleta de sêmen e transferência de embriões para fins comerciais.
têm objetos de seguro diferentes.

Leia atentamente as informações ao


lado, liste e entenda, uma a uma, essas Seguro Pecuário
diferenças.
Esse seguro garante indenização por morte de animais (bovinos, equinos,
ovinos, caprinos, suínos) em consequência de acidentes e doenças.

Também tem o objetivo de garantir o pagamento de indenização em caso


de morte de animal destinado, exclusivamente, ao consumo, produção,
cria, recria, engorda ou trabalho por tração.

Os animais destinados à reprodução por monta natural, coleta de sêmen ou


transferência de embriões – exclusivamente com a finalidade de incremento
e/ou melhoria de plantéis próprios de animais de produção – estão, igualmente,
enquadrados na modalidade de Seguro Pecuário.

Seguro Aquícola
Esse seguro garante indenização por morte de animais aquáticos (peixes,
crustáceos) em consequência de acidentes e doenças.

O termo aquicultura pode ser definido como a produção de organismos


aquáticos vivos em cativeiro.

A aquicultura comercial é uma das classes de negócio agrícola mais recentes.


Novas técnicas e materiais estão permitindo que esse setor se desenvolva por
todo o mundo, desde mar aberto até lagos ou fazendas agrícolas distantes
de rios, cuja produção fica altamente exposta.

66 SEGURO RURAL
Existem coberturas all risks ou riscos nomeados, dependendo da situação e
das exigências do ressegurador. No Brasil, a cobertura mais comum é a de
Riscos Nomeados.

Os riscos cobertos, normalmente, incluem tempestades, marés, avalanches,


deslizamentos, inundação, danos por excesso de chuva, algas, poluição, pestes,
roubo, colisão, doenças e outros riscos naturais.

Seguro de Benfeitorias e Produtos


Agropecuários Seguro de Máquinas,
Equipamentos e
Esse seguro garante todo o patrimônio nos limites da propriedade, cobrindo Implementos Agrícolas
construções, instalações ou equipamentos fixos, produtos agropecuários Recentemente houve uma revisão em
relação ao seguro de Riscos Diversos
depois de removidos do campo de colheita ou estocados, produtos pecuários, (a partir da Circular SUSEP 417/2011)
veículos rurais mistos ou de carga, máquinas agrícolas e seus implementos fazendo com que parte dos seguros
contra os riscos de incêndio, raio ou explosão, ventos fortes, impacto de veículo para equipamentos fossem subscritos
em outros ramos de seguro. Assim, por
de qualquer espécie, desmoronamento, roubo ou furto. As coberturas podem, exemplo, o seguro de um trator, que é um
entretanto, variar conforme a maneira de comercialização, sendo, em geral, equipamento que pode ser utilizado na
necessária vistoria prévia para a aceitação dos riscos. cidade ou no campo, deve ser realizado
em Riscos Diversos, no primeiro caso ou
em Benfeitorias ou Penhor Rural (caso

Seguro de Penhor Rural o equipamento seja dado em garantia


de operação de crédito rural) se for
utilizado na agricultura. Para efeito
Esse seguro destina-se a preservar os bens dados em garantia nas operações didático o seguro para equipamentos está
sendo abordado de forma específica no
de crédito rural, estendendo sua proteção às benfeitorias, máquinas, veículos e manual de Ramos e Riscos Diversos.
implementos utilizados na atividade rural, bem como produtos agropecuários
já colhidos.

Seguro de Florestas
Esse seguro garante cobertura aos custos de reposição de florestas em
formação ou de seu valor comercial, quando se tratar de florestas já formadas Seguro de Florestas e
ou naturais, contra as perdas decorrentes de incêndio, eventos biológicos e Seguro da Produção
meteorológicos. de Florestas – Saiba a
diferença
Para a definição do valor de cobertura (LMR) existem duas metodologias Além do Seguro de Florestas, que protege
de cálculo: o valor da madeira ou a sua reposição,
existe o Seguro da Produção de Florestas
destinadas ao extrativismo vegetal.
• florestas em formação; e O interesse do produtor pode consistir na
• florestas já formadas. produção de óleo de palmeira, erva-mate,
coco, resina, borracha ou outras frutas.
Nestes casos, se a plantação (floresta) for
No primeiro caso, as coberturas podem se estender do custo de implantação, danificada por algum dos riscos cobertos
acrescido de custeio anual para a sua manutenção, visando à reposição de (incêndio, granizo, insetos), a indenização
florestas em formação. No caso de florestas já formadas (ou naturais), o valor incidirá sobre a perda da produção, e não
do valor da sua madeira.
de cobertura deve ser determinado pelo próprio valor comercial da floresta.

Seguro de Cédula do Produto Rural – CPR


A CPR é um título emitido pelo produtor rural que vende a termo sua produção
agropecuária, recebe o valor da venda no ato da formalização do negócio e se
compromete a entregar o produto vendido na quantidade, qualidade, local e Curiosidades
data estipulados no título, garantindo ao último credor titular da CPR, desde As seguradoras, atualmente, não estão
aceitando esse tipo de apólice no mercado
que não seja o emitente ou seu avalista (segurado), o fiel cumprimento das brasileiro.
obrigações contratuais assumidas pelo produtor (tomador) na cédula.

UNIDADE 5 67
Entre os tipos de CPR atualmente disponíveis no mercado, podemos citar:

• Cédula do Produto Rural Física – o emitente da Cédula do Produto Rural


tem o compromisso, junto ao credor, de entregar o produto objeto do
título, de acordo com as condições previstas na cédula, no vencimento;

• Cédula do Produto Financeira – o emitente da Cédula do Produto Rural


tem o compromisso, junto ao credor, de liquidar o título pelo valor de
resgate estipulado na respectiva cédula, no vencimento. Há, ainda, outros
dois tipos: Financeira Indexada – Futuro BM&F e Financeira Indexada –
Indicador Esalq; e

• Cédula do Produto para Exportação – o emitente da Cédula do Produto


Observação Rural tem o compromisso, junto ao credor (importador não residente no
A seguradora somente poderá isentar-se de país), de entregar o produto objeto do título, de acordo com os requisitos
responsabilidade quanto ao pagamento previstos na cédula, no vencimento.
de indenização na hipótese de ocorrência
Esse seguro garante ao último credor titular da CPR, desde que ele
de, pelo menos, uma das seguintes
situações: não seja o emitente ou seu avalista (segurado), o fiel cumprimento das
obrigações contratuais assumidas pelo produtor (tomador) na cédula.
• atos ou fatos de responsabilidade
do segurado que impossibilitem o
tomador do fiel cumprimento de suas
obrigações estipuladas na CPR;
Regulamentação da CPR
• alteração dos requisitos sem sua prévia
anuência; e Criado pela Lei 8.929, de 22 de agosto de 1994, está disponível no mercado
• caso fortuito ou de força maior, exceto
chuva excessiva, geada, granizo,
o Seguro de Garantia de Adiantamentos a Produtores Rurais, que, há alguns
incêndio acidental, inundação, raio, anos, vem se constituindo na principal proteção que os operadores de mercado
seca, tromba-d’água, variação excessiva dispõem contra a não entrega de mercadorias. Em 2001, ficou permitida a
de temperatura, vento forte, doença e
praga não controláveis.
liquidação financeira da CPR.

Aliado ao Seguro de Quebra de Safra, o Seguro da CPR proporciona ao


segurado uma operação a risco zero, cobrindo seus contratos contra falhas de
entrega de qualquer natureza. Em havendo uma quebra de safra que impeça
a entrega da mercadoria contratada e paga antecipadamente, não há como
se exigir qualquer garantia, e, nesse ponto, a existência de um Seguro de
Safra, conjugado com a garantia de entrega, é importante, principalmente,
por proporcionar uma proteção total aos operadores de commodities agrícolas
que financiam seus fornecedores.

A Circular SUSEP 261, de 9 de julho de 2004, dispõe sobre a obrigatoriedade


de Seguro à CPR – Cédula de Produto Rural –, com objetivo de garantir ao
segurado o pagamento de indenização, na hipótese de comprovada falta de
cumprimento, por parte do tomador, das obrigações nela estabelecidas.

68 SEGURO RURAL
Seguro de Vida do Produtor Rural
Esse seguro é destinado ao produtor rural que seja devedor de crédito rural
junto a uma instituição financeira e terá sua vigência limitada ao período do
financiamento, sendo que o beneficiário será o agente financiador.

Serve para amortizar ou liquidar as operações de crédito rural desse produtor rural,
contratadas junto a um agente financiador, em caso de morte do segurado.

UNIDADE 5 69
70
SEGURO RURAL
EM RESUMO

MODALIDADES DO SEGURO RURAL

Cédula do
Benfeitoria Penhor Animais Agrícola Pecuário Aquícola Floresta Produto Rural Vida
(CPR)

Bens oferecidos Animais para Amortiza ou liquida as


Patrimônio Acidentes Valor da madeira Garantia a um
em garantia nas atividade Animais aquáticos operações de crédito
nos limites da Animais de elite climatológicos e produtividade título emitido por
operações agropecuária em cativeiro rural, em caso de
propriedade para plantas de plantações produtor rural
de crédito tradicional morte do segurado
Fixando Conceitos 5

[1] MARQUE A ALTERNATIVA QUE PREENCHA CORRETAMENTE A(S) LACUNA(S):


Anotações:
A CPR – Cédula do Produto Rural – é um título emitido pelo produtor rural,
que vende a termo sua produção agropecuária. No tipo de CPR chamado de
Cédula do _______________, o emitente da cédula tem o compromisso junto
ao credor de, no vencimento, entregar o produto objeto do título, de acordo
com as condições previstas na cédula.

(a) Produto Financeiro.


(b) Produto Pecuário.
(c) Produto Rural Física.
(d) Produto para Exportação.
(e) Produto Futuro BM&F.

[2] MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA

O Ramo do Seguro Rural que garante o patrimônio nos limites da propriedade,


cobrindo construções, instalações ou equipamentos fixos, além de produtos
agropecuários, depois de removidos do campo de colheita ou estocados
é o:

(a) Penhor Rural.


(b) Agrícola.
(c) RD-Equipamentos.
(d) Benfeitorias e Produtos Agropecuários.
(e) CPR – Cédula do Produto Rural.

[3] ANALISE AS PROPOSIÇÕES A SEGUIR E DEPOIS MARQUE A ALTERNATIVA


CORRETA

O Seguro Pecuário é um seguro abrangente, que garante indenização


por morte de animais próprios em consequência de acidentes e doenças.
Esses animais devem ser destinados:

I) Ao consumo e à produção.
II) À cria e recria.
III) À engorda ou ao trabalho de tração.
IV) À finalidade de incremento e/ou melhoria de plantéis.

Agora assinale a alternativa correta:

(a) Somente I é proposição verdadeira.


(b) Somente II é proposição verdadeira.
(c) Somente I e III são proposições verdadeiras.
(d) Somente I, II e III são proposições verdadeiras.
(e) I, II, III e IV são proposições verdadeiras.

FIXANDO CONCEITOS 5 71
Fixando Conceitos 5

[4] CORRELACIONE AS COLUNAS ABAIXO E DEPOIS MARQUE A ALTERNATIVA


Anotações: CORRETA:

1) Benfeitoria. ( ) bens oferecidos, em garantia, nas operações de crédito.


2) Penhor. ( ) animais de elite.
3) Animais. ( ) acidentes climatológicos para plantas.
4) Agrícola. ( ) patrimônio nos limites da propriedade.
5) Pecuário. ( ) animais para atividade agropecuária tradicional.

Agora assinale a alternativa correta:

(a) 1,2,3,4,5
(b) 5,2,4,3,1
(c) 2,3,4,1,5
(d) 1,2,5,3,4
(e) 4,5,1,3,2

MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA

[5] Em relação ao Seguro Rural, no que concerne aos conceitos a ele pertinentes,
podemos afirmar que o (a):

(a) Bem segurado pode englobar desde a vida e o patrimônio do produtor


rural até a safra.
(b) Bem segurado se restringe aos implementos agrícolas.
(c) Bem segurado diz respeito exclusivamente às plantações.
(d) Pecuária é a principal atividade securitária.
(e) Bem segurado se restringe aos fenômenos da natureza.

[6] Garantir o pagamento de indenização em caso de morte de animal


destinado, exclusivamente, ao consumo, produção, cria, recria, engorda ou
trabalho por tração é o objetivo do seguro:

(a) Aquícola.
(b) Agrícola.
(c) de Penhor Rural.
(d) de Benfeitorias.
(e) Pecuário.

72 SEGURO RURAL
6
OS DESAFIOS DO
AGRONEGÓCIO

Após ler esta unidade, você deve ser capaz de:


• Entender o potencial de crescimento do agronegócio brasileiro e, consequentemente, do Seguro Rural.

UNIDADE 6 73
74 SEGURO RURAL
O
potencial do agronegócio brasileiro é indiscutível, mas para que
possamos chegar a ser o maior país agrícola do mundo nos próximos
dez anos, como apontam os indicadores da UNCTAD – Conferência
das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento –, temos que dar
solução imediata para alguns pontos nevrálgicos no nosso agronegócio, entre
os quais destacamos:

GARGALO LOGÍSTICO
A falta de investimentos públicos no setor de logística – portos, aeroportos,
rodovias e ferrovias – já provoca perdas da ordem de 4% do Produto Interno
Bruto (PIB) e é idêntica ao volume que o país precisa investir para acabar
com os gargalos do setor.

Essa perda reflete diretamente a limitação de novos negócios, já que não


há canais suficientes para escoar a produção e impacta em maiores custos
dos produtos brasileiros.

Praticamente toda a infraestrutura de transporte do país precisa se


modernizar, não apenas a malha rodoviária, que é precária, em especial
na região Nordeste, mas também as ferrovias, que, muito embora tenham
recebido investimentos com a privatização, ainda estão longe de suprir a
demanda do setor de agronegócio e se consolidar como uma alternativa
viável ao transporte rodoviário.

No transporte marítimo de cabotagem (outro canal com grande potencial


no Brasil), assiste-se a uma situação semelhante. Embora a privatização
Curiosidades
tenha contribuído para a modernização dos portos, o excesso de mão de
No Brasil, os gastos dos empresários
obra (que chega a ser de três a nove vezes superiores aos portos europeus e com transporte de cargas chegam a 12%
sul-americanos) ainda mantém os padrões de produtividade baixos. Enquanto do PIB, e estima-se que esse número
possa chegar a 20% nos próximos anos,
o índice internacional de movimentação é de 40 contêineres/hora, nos portos
dada a falta de investimento do Governo
brasileiros essa média é de 27. Este é um dos motivos pelos quais todos os anos nesse segmento. Na China e na África
caminhões formam filas de até 150 quilômetros de extensão para descarregar do Sul, eles são de apenas 8% e 9%,
respectivamente, e há projeção de queda
no Porto de Paranaguá (PR). para algo em torno de 7% do PIB.

Consciente de que sozinho não conseguirá reverter esse quadro, o Governo


Federal já busca o apoio da iniciativa privada não apenas no que se refere ao
desenvolvimento da infraestrutura do país, mas também incentivando a criação
de polos intermodais de transporte (integração entre os sistemas rodoviário,
ferroviário, marítimo, fluvial e aéreo) para a redução de custos e o aumento
do nível de serviços.

SISTEMA TRIBUTÁRIO
Com uma economia aberta ao exterior, isto é, com possibilidade de exportar
e importar qualquer produto do agronegócio, a carga tributária deveria ser
compatível com a dos nossos competidores.

Como os concorrentes dos brasileiros, inclusive no Mercosul, têm impostos


baixos, fica difícil para o produtor do Brasil competir nos mercados externos.
Não é raro acontecer de perdermos o próprio mercado interno, porque os
produtos importados nos chegam mais baratos.

UNIDADE 6 75
Não há como o produtor rural e a agroindústria serem competitivos com
governos vorazes em criar novos impostos e aumentar os atuais, e
com mecanismos complexos de arrecadação, o que aumenta os custos
de produção. A reforma tributária é urgente, com a diminuição da carga de
tributos e a simplificação dos procedimentos na tributação.

CONTROLE SANITÁRIO
O nível de exigência em relação à origem e qualidade dos produtos
comercializados no mundo tem aumentado significativamente nos últimos
anos. Tal situação obriga o Brasil a buscar cada vez mais se modernizar quanto
à nossa segurança alimentar. Em que pese termos um sistema de controle
sanitário que não pode ser considerado ruim, este ainda precisa melhorar
significativamente.

De outra forma, o potencial de prejuízos que isso pode acarretar aos


produtores já foi demonstrado nos últimos anos. Por causa do surgimento
de focos de febre aftosa no Mato Grosso do Sul e no Paraná, mais de 50
países impuseram embargo à carne bovina desses Estados, que estão entre
os maiores produtores nacionais.

Além do embargo à carne bovina, o agronegócio brasileiro sofreu com o surto


de gripe aviária, que prejudicou as exportações até mesmo de países que não
registraram casos da doença (como o Brasil).

INCREMENTO DA
COMPETITIVIDADE
O maior de todos os desafios está relacionado ao incremento da
competitividade, que envolve a criação de uma cultura mercadológica e visão
exportadora, com conceitos desenvolvidos de qualidade, conformidade a
padrões globais, preços competitivos, prazos, redução de custos (capital,
tributos, logística). Para vencer esse desafio, o país necessita de uma melhoria
substancial na organização do agronegócio como um todo (aumento do
nível de informação, administração [gerência] profissional, integração
de elos, relações contratuais, como prática corriqueira, reforma do papel do
Estado, entre outros) e o desenvolvimento de mecanismos e condições
que possibilitem a geração de renda adicional e de novas oportunidades
de ne gó cios (e s c alas ade quadas de pro duç ão, e sp e cializaç ão,
diferenciação de processos produtivos e de produtos, agregação de valor).
Nesse contexto, a agricultura familiar pode desempenhar um importante papel
na conquista de nichos específicos de mercado, com geração de produtos de
qualidade e criação de marcas diferenciadas, gerando renda e aumentando
o nível de emprego no campo.

Nesse mercado, o domínio e o uso de novas tecnologias e novas ferramentas,


principalmente aquelas proporcionadas pela biotecnologia, passa a
desempenhar papel de fundamental importância.

76 SEGURO RURAL
PESQUISA & DESENVOLVIMENTO
(P&D)
Em que pese já haver no país uma série de novos mecanismos criados
recentemente, principalmente os fundos setoriais, importantes no financiamento
público das atividades de pesquisa, ainda persistem algumas questões
fundamentais com relação às organizações de Pesquisa e Desenvolvimento
(P&D), que necessitam de um encaminhamento mais apropriado:

• criação/existência de um arcabouço legal adequado e moderno, que pode


vir a existir através da lei de inovação tecnológica;

• valorização institucional, por parte do Governo Federal, como cultura


permanente da sociedade brasileira;

• um modelo adequado de gestão, principalmente nas organizações


públicas; e

• um forte engajamento do setor privado (com parcerias estratégicas, recursos


específicos de financiamento, utilização de cientistas e engenheiros) em
todo o processo de pesquisa e desenvolvimento, mas, principalmente, na
inovação tecnológica.

Assim, seriam recomendáveis ações integradas em diferentes níveis


– Governo, universidades, organizações de P&D e empresas privadas.
Em nível de Governo, como forte indutor de projetos específicos de P&D,
com visão de médio e longo prazos, “comprando soluções tecnológicas”
em vez de subsidiar produtos, com uma visão de “governança integrada”.
Nas universidades, formando cientistas e engenheiros para atender a demandas
específicas também de empresas privadas distintas, com forte integração
com o Governo. Nas organizações de P&D, buscando atender à demanda
atual e potencial, viabilizando soluções tecnológicas competitivas, com forte
parceria com universidades e empresas privadas, estabelecendo arranjos e
inovação tecnológica integrados (cluster tecnológico) em diferentes níveis.
Nas empresas privadas, com a internalização, na cultura dessas organizações,
de que o processo de geração e desenvolvimento de novos conhecimentos, que
são a base permanente da inovação tecnológica, deve ser parte da estratégia
mercadológica de conquista e manutenção de mercados, além de pressupor
uma visão empresarial moderna do “melhor, mais cedo e mais barato”.

Como se vê, os obstáculos para o crescimento do agronegócio brasileiro


são imensos, mas podem ser superados. Muito embora o potencial de
comércio do agronegócio brasileiro seja muito grande, já poderia ser maior
do que é atualmente; mesmo assim, o Brasil ocupa lugar de destaque entre
os demais países.

Com isso, pode-se perceber que ainda falta muito para que o Brasil se torne
a maior potência do agronegócio do mundo, pois é competitivo em algumas
cadeias produtivas. Além do mais, as políticas econômicas impedem que o
rendimento seja maior, e os problemas de logística geram custos elevados.

UNIDADE 6 77
Contudo, o agronegócio brasileiro é persistente e, apesar desses obstáculos,
ocupa, a cada dia, lugar no cenário mundial. Isto implica dizer que as vantagens
apresentadas como terras abundantes, potencial de produção, climas
favoráveis, imensa disponibilidade de água doce e energia renovável, além
de sua capacidade empresarial, falam mais alto do que qualquer problema,
fazendo do agronegócio o nosso negócio.

78 SEGURO RURAL
7
EXPERIÊNCIAS
INTERNACIONAIS

Após ler esta unidade, você deve ser capaz de:


• Entender que não existe no mundo caso de sucesso em Seguros Agrícolas sem a participação do
Governo Federal.
• Conhecer os dois principais modelos de sucesso nos Seguros Rurais mundiais, a saber: Estados
Unidos e Espanha.
• Identificar as características da participação governamental brasileira no modelo nacional de
Seguro Rural.
• Conhecer, preliminarmente, o Fundo de Catástrofe em vias de ser criado no Brasil.

UNIDADE 7 79
80 SEGURO RURAL
CONTEXTO HISTÓRICO
Uma das primeiras experiências mundiais em larga escala com o Seguro
Agrícola formal foi observada em fins do século XIX, nos EUA. A primeira
iniciativa com o Seguro Agrícola Privado de Riscos Múltiplos ocorreu na região
de Minneapolis, em 1899. Até então, havia apenas seguros cobrindo riscos
específicos como, por exemplo, a queda de granizo.

De acordo com a Lei Federal do Seguro Agrícola, de 1980, o Programa de


Seguro Agrícola Múltiplos Riscos (MPCI) seria garantido como a principal Curiosidades
Foi fundada, na Alemanha, a primeira
forma de proteção contra desastres. Essa ação garantia, ainda, o subsídio ao Associação de Seguros contra granizo,
prêmio dado pelo Governo e o subsídio tradicional ao custo administrativo e em 1797. A primeira experiência norte-
de operação das firmas seguradoras. americana, entretanto, data de 1880,
também envolvendo seguro contra
granizo. A primeira apólice teria sido
O resultado direto desse movimento foi que em 1981, a área segurada subscrita no estado de Connecticut para
aumentou 81%, passando de 10,6 milhões para 19,3 milhões de hectares, uma lavoura de tabaco.

abrangendo aproximadamente 3.000 municípios. O seguro durou apenas 1 ano e abrangia a


lavoura de trigo. Posteriormente, em 1917,
o seguro foi ofertado para os estados
Apesar do grande crescimento da área segurada, a Lei Federal do Seguro
de Dakota do Norte, Dakota do Sul e
Agrícola, de 1980, trouxe como consequência direta a baixa performance Montana por três seguradoras privadas,
atuarial durante o período de 1981 a 1989. A sinistralidade, naquele período, que sofreram prejuízos devido à seca e
à limitada abrangência geográfica do
ficou em 1,41, bem acima da registrada de 1948 a 1980 (1,10). Seguro Kramer (1983).

Diante da situação, o Governo promulgou a Lei Agrícola Norte-Americana, de Três anos mais tarde, em 1920, a Companhia
de Seguros Hartford Fire ofereceu um
1990, determinando que as taxas de prêmio fossem aumentadas, que as metas contrato o que cobria variações na renda
de sinistralidade estabelecidas para todas as culturas seguradas e que novos e no preço. As fortes quedas nos preços
produtos fossem desenvolvidos e experimentados. Além disso, a Federal Crop das commodities agrícolas aumentaram
o montante de indenizações, de modo a
Insurance Corporation – FCIC – foi autorizada a ressegurar e subsidiar produtos exceder o total de prêmios recolhidos em
desenvolvidos pela iniciativa privada. Deste modo, a companhia iniciou, na US$ 1,7 milhão. Outras experiências com
Seguro Agrícola de Riscos Múltiplos não
época, um projeto piloto cuja indenização era baseada em indicadores de
obtiveram sucesso, ao longo dos anos, em
produtividade regional. diversas regiões daquele país.

Como resultado imediato, houve um grande aumento da responsabilidade


da FCIC, que passou de aproximadamente US$ 13,6 bilhões, em 1994, para
US$ 23,7 bilhões, em 1995. A área segurada também aumentou, passando
de 99,6 milhões para 220,5 milhões de acres no mesmo período.

O nível de sinistralidade também melhorou sensivelmente no período de 1995


a 2003. Apenas em 2002, o índice ficou bem acima de “1”.

Contrabalanceando o bom resultado obtido em 1997, o índice médio foi de


“0,96”.

O programa de Seguro Agrícola Americano passou por fortes pressões no


sentido de sua descontinuidade, em meados da década de 1990, em falta
da alta sinistralidade. Atualmente, o programa encontra-se estabilizado
atuarialmente.

UNIDADE 7 81
É interessante perceber que a subvenção ao prêmio pode ser considerada
como o principal incentivador para que os produtores optem pelo seguro.
Não é exagero dizer que todos os modelos de sucesso em Seguro Agrícola
no mundo possuem como elemento comum a existência de participação
governamental subvencionando parte do prêmio do seguro.

No que se refere ao Brasil, com 23 anos de defasagem em relação aos EUA,


foi aprovada a Lei 10.823/2003, que concede subvenção ao prêmio do Seguro
Agrícola. O objetivo é o de reduzir o custo do seguro e, com isso, aumentar
sua demanda.

Em 2008, o prêmio, no Brasil, atingiu o volume de US$ 100 milhões.


Muito pouco se comparado aos volumes captados em outros mercados tidos
como referências mundiais: EUA, com aproximadamente US$ 3,35 bilhões, e
Espanha com aproximadamente US$ 1,7 bilhão.

Nos países desenvolvidos, grande parte dos subsídios agrícolas é repassada


através do seguro. Nos Estados Unidos, por exemplo, há casos em que 100% do
prêmio são pagos pelo Governo, que também arca com os custos operacionais
das seguradoras. O governo da Espanha, cuja experiência começou em 1978,
subsidia 50% do prêmio e apoia a indústria de Seguros Agrários com ações
de resseguro anticatástrofe. Lá, os seguros estão concentrados em granizo e
outros poucos riscos. No México, cuja história de seguros começou em 1965,
há 30% de subsídio, além do suporte nas questões de resseguro.

Em alguns mercados, como EUA e Espanha, os governos atuam diretamente


na definição de taxas, por mais complexas que possam ser as definições dos
valores tabelados por cultura e região. O México, por sua vez, não exerce
controle sobre as taxas cobradas.

Na Espanha, o modelo existente é operacionalizado por uma empresa privada


(AgroSeguro), da qual as seguradoras são acionistas, assim como o Governo,
através do consórcio de Compensación, que centraliza as operações técnicas,
racionalizando custos.

Nos EUA, o programa de seguro existente é mais inovador, dispondo desde


modalidades tradicionais até seguros complexos de renda com gatilhos
de compensação definidos pela produtividade do produtor, pela renda ou até
mesmo por índices. Esses seguros são vendidos e propostos ao Governo por
seguradoras privadas especializadas.

82 SEGURO RURAL
Percebemos que todos os modelos de sucesso em Seguro Rural no mundo
têm um ponto em comum: a participação governamental, em especial na
criação de um Programa de Subvenção aos Prêmios do Seguro Rural (PSR).
No Brasil, possuímos um PSR que, em linhas gerais, é bom, e gera até 60%
de redução no preço final do seguro, como demonstra a tabela a seguir.
O nosso PSR, porém, é subutilizado, pois, em determinados Estados brasileiros
não existe oferta de produtos, dadas a alta exposição ao risco e as perdas
financeiras verificadas pelas seguradoras nos últimos anos. Alguns Estados
criaram Programas de Subvenção paralelos ao apresentado pelo Governo
Federal. Minas Gerais e São Paulo, por exemplo, assumem parte do custo do
seguro, que, quando somado à subvenção federal, garante um custo até 80%
inferior para o agricultor.

Modalidade
Cultura Subvenção
de Seguro

Todas as culturas 40%

• O produtor for PRONAMP; e/ou


Agrícola • Cultura orgânica; e/ou 60%
• Cultura e o município estiverem na lista de
prioridades do MAPA.

Pecuário 30%

Florestal 30%

Aquícola 30%

Outro fato que merece destaque é que tivemos, recentemente, a abertura do


resseguro nacional aos players internacionais. Isoladamente, essa ação ajuda,
mas não resolve o problema da pouca oferta de cobertura. De nada adiantará
a abertura do mercado se não tivermos uma participação governamental mais
eficaz, e, quando falamos em participação eficaz, não estamos nos referindo
simplesmente a aumentar o programa de subvenção (PSR).

Uma solução que tem o apoio e a expectativa de todo o mercado é a criação do


Fundo de Catástrofe, cujo projeto já foi sancionado em 2010 pela presidência
da República, o qual, inicialmente, traz consigo as seguintes características:

• extinção do antigo Fundo de Estabilidade do Seguro Rural (FESR);

• a responsabilidade pela cobertura de riscos catastróficos passa a ser,


subsidiariamente, da União;

• o Governo realizará um aporte inicial de até R$ 4 bilhões (R$ 2 bilhões na


ocasião de sua adesão e o restante nos dois anos seguintes);

• a expectativa é de que, logo após sua implementação, o Estado detenha


cerca de 90% das cotas do fundo, e, com a maior penetração do seguro
junto aos agricultores, os aportes do Tesouro Nacional se tornem
desnecessários num prazo estimado de 10 a 15 anos;

UNIDADE 7 83
• a solução de continuidade se dará na forma do gerenciamento dos riscos:
o produtor de maior risco pagará prêmio mais elevado, o prêmio cobrado
da seguradora pela proteção do fundo será tão mais alto quanto maior for
o risco transferido, as seguradoras não poderão selecionar as apólices que
serão transferidas ao fundo, tendo que segurar a totalidade da carteira,
operações com o fundo terão de incluir todo o grupo econômico a que
pertencer a seguradora; e

• será permitido ao novo fundo contratar para si proteção no mercado


internacional de resseguros.

Apesar de já se encontrar aprovado e sancionado pelo presidente da República,


falta, ainda, a regulamentação de alguns pontos importantes, como, por
Curiosidades exemplo a definição de catástrofes.
O Fundo de Catástrofe foi criado pela Lei
Complementar 137, de 26/08/2010.

84 SEGURO RURAL
Testando Conhecimentos
MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA
Anotações:
[1] Podemos afirmar que não é área de política agrícola do MAPA:

(a) Produção.
(b) Comercialização.
(c) Abastecimento.
(d) Determinação do preço das commodities.
(e) Armazenagem.

[2] Podemos afirmar que apresenta(m) pouca atratividade para fins de retenção
de risco para o mercado interno nacional:

(a) Florestas.
(b) Penhor Rural.
(c) Agrícola.
(d) Vida do Produtor Rural.
(e) Benfeitorias e Produtos Agropecuários.

[3] MARQUE A ALTERNATIVA QUE PREENCHA CORRETAMENTE A(S) LACUNA(S):

Uma das inovações da atual gestão do MAPA foi a criação de câmaras setoriais
das diversas ______________ do agronegócio (carne, leite, avicultura, açúcar e
álcool, fruticultura, entre outras). Elas reúnem representantes ______________
para debater e propor políticas públicas para o agronegócio brasileiro.

(a) cadeias produtivas / do Governo e do setor privado


(b) atividades pecuárias / do Governo
(c) cadeias produtivas / do Governo
(d) atividades pecuárias / do Governo e do setor privado
(e) cadeias produtivas / do setor privado

TESTANDO CONHECIMENTOS 85
MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA
Anotações:
[4] No que se refere aos Seguros Agrícolas, podemos afirmar que representa(m)
um risco coberto nas apólices do tipo “Multirrisco”:

(a) Incêndio criminoso.


(b) Danos Elétricos.
(c) Impacto de Veículos.
(d) Roubo.
(e) Geadas.

[5] No que se refere aos Seguros Pecuários, podemos afirmar que os animais
a que se destina a cobertura desse seguro são:

(a) Bovinos de exposição.


(b) Bovinos de corte.
(c) Equinos de competição.
(d) Equinos com participação em torneios.
(e) Animais de elite.

[6] Entre os seguros abaixo relacionados, aqueles que se destina a cobrir os


produtos agrícolas já colhidos é:

(a) Benfeitorias e Produtos Agropecuários.


(b) Agrícola.
(c) Penhor Rural.
(d) Florestas.
(e) Cédula do Produto Rural (CPR).

[7] No que se refere ao Seguro de Florestas, podemos afirmar que:

(a) Garante os custos de reposição apenas quando se tratarem de florestas


em formação.
(b) Não garante o valor comercial da floresta.
(c) Pode cobrir apenas florestas já formadas.
(d) Cobre apenas eventos meteorológicos.
(e) Pode cobrir apenas florestas em formação.

[8] “Destina-se a garantir ao credor, a entrega do produto objeto do título”


é característica do(a):

(a) Mercado Futuro.


(b) Cédula do Produto Rural para Exportação.
(c) Mercado de Commodities.
(d) Cédula do Produto Rural Física.
(e) Cédula do Produto Rural Financeira.

86 SEGURO RURAL
[9] No que se refere às exigências mais comuns para a obtenção de crédito
rural, aquela que não se enquadra nessas exigências é: Anotações:

(a) Idoneidade do tomador.


(b) Elaboração de planos ou projetos com orçamentos.
(c) Capacidade de execução.
(d) Cronograma de desembolso e reembolso do dinheiro tomado.
(e) Manutenção de conta corrente junto ao Banco Federal.

[10] A norma que criou o Fundo de Estabilidade do Seguro prevê que as


seguradoras que operam com Seguro Rural devem, obrigatoriamente,
contribuir para o Fundo de Estabilidade do Seguro Rural – FESR –, em função
do resultado positivo em cada exercício nas modalidades garantidas pelo
Fundo. O ramo e o percentual correto para essa contribuição são:

(a) Penhor Rural – 30%.


(b) Agrícola – 30%.
(c) Vida do Agricultor – 30%.
(d) Florestas – 50%.
(e) Animais – 30%.

[11] Podemos afirmar que não é entendido(a) como um desafio do


agronegócio:

(a) Gargalo logístico.


(b) Pesquisa e desenvolvimento.
(c) Crédito rural.
(d) Sistema tributário.
(e) Controle sanitário.

[12] Podemos afirmar que a “criação de uma cultura mercadológica e visão


exportadora, com conceitos desenvolvidos de qualidade, conformidade a
padrões globais, preços competitivos, prazos, redução de custos” tem relação
com o seguinte desafio do agronegócio:

(a) Gargalo logístico.


(b) Pesquisa/desenvolvimento.
(c) Incremento de competitividade.
(d) Sistema tributário.
(e) Controle sanitário.

[13] Podemos afirmar que a utilização das parcerias público-privadas (PPP)


pode surgir (e vem surgindo) como uma solução para o seguinte desafio
do agronegócio:

(a) Gargalo logístico.


(b) Pesquisa/desenvolvimento.
(c) Incremento de competitividade.
(d) Sistema tributário.
(e) Controle sanitário.

TESTANDO CONHECIMENTOS 87
[14] Podemos afirmar que a frase “Seriam recomendáveis ações integradas em
Anotações: diferentes níveis – Governo, universidades, organizações e empresas privadas”
tem relação com o seguinte desafio do agronegócio:

(a) Gargalo logístico.


(b) Sistema tributário.
(c) Controle sanitário.
(d) Incremento de competitividade.
(e) Pesquisa e desenvolvimento.

[15] Podemos afirmar que a melhor definição da ação norte-americana através


da Lei Federal do Seguro Agrícola em 1980:

(a) Redução de franquias.


(b) Subsídio ao prêmio do seguro e dos custos administrativos e de
operação das seguradoras.
(c) Melhor acesso ao Crédito Rural.
(d) Redução dos impostos sobre a exportação de produtos agrícolas.
(e) Controle sanitário.

[16] Em relação às fortes pressões pelas quais passou o programa de Seguro


Agrícola Americano no sentido de sua descontinuidade, em meados da década
de 1990, podemos afirmar que a sua melhor justificativa é:

(a) Pouca oferta de cobertura por parte das seguradoras.


(b) Falta de resseguro obrigatório.
(c) Alto custo do seguro.
(d) Alta sinistralidade.
(e) Baixas comissões pagas aos corretores.

[17] Em relação à alta sinistralidade que obrigou o Governo a promulgar


a Lei Agrícola Norte-Americana em 1990, podemos afirmar que NÃO é
determinação dessa lei:

(a) Resseguro obrigatório.


(b) Aumento das taxas de prêmio.
(c) Estabelecimento de metas de sinistralidade.
(d) Desenvolvimento de novos produtos.
(e) Experimentação de novos produtos.

[18] Em relação ao modelo espanhol de Seguro Rural, podemos afirmar que


NÃO apresenta uma das suas características:

(a) Operacionalização do seguro realizada por empresa privada


(AgroSeguro).
(b) Seguradoras acionistas da AgroSeguro.
(c) O governo espanhol é sócio da AgroSeguro, através do consórcio de
Compensación.
(d) Existência de Programa de Subvenção ao prêmio do Seguro Rural.
(e) O Governo espanhol não atua diretamente na definição das taxas
cobradas.

88 SEGURO RURAL
Estudos de Caso
Caso 1
Fonte: Lavouras do Brasil | 15/03/2011 | 12h44min

Quebra de safra frustra produtores de soja em MS

Grão danificado pelas chuvas deve complicar pagamento de dívidas


de agricultores

A expectativa de colher uma safra recorde de soja no Mato Grosso do Sul


já não existe mais. Se antes a previsão era produzir mais de 5,5 milhões de
toneladas, por conta das chuvas os agricultores devem retirar no máximo
quatro milhões de toneladas do campo. Os reflexos desta quebra já começam
a aparecer. Os caminhões que fazem carregamento em São Gabriel do Oeste
(MS), que deveriam puxar 20 mil sacas do grão durante o pico da colheita,
devem trazer a metade.

– Estou vendo que carrego o mesmo tanto no caminhão, só que o peso fica
dois mil quilos abaixo. O grão está muito danificado, está feio – lamenta o
motorista Fernando Rodrigues Nascimento.

Volumes maiores ou semelhantes com pesos menores. A explicação para isso


é a falta de qualidade da soja que é retirada da lavoura. São grãos danificados,
com umidade elevada e baixo padrão, características que não atendem às
exigências mínimas estabelecidas pelos armazéns que recebem a produção.

Na classificação, é possível ter uma ideia de como a qualidade dos grãos


foi comprometida. Cargas chegam a ter até 28% dos grãos ardidos.
Índice muito acima do limite tolerado para não haver descontos ao produtor,
que são de 8%.

O problema é que receber cargas com uma quantidade tão elevada de soja
ardida se tornou comum nos últimos dias. Poucos estão aceitando o grão com
umidade elevada. Até caminhões com mais de 80% dos grãos prejudicados
desembarcaram.

– Nós ainda estamos recebendo estes grãos, tantos os bons quanto os


ruins. Vamos colaborar com os produtores, mas temos que ver lá na frente
o que vamos fazer com este produto – diz Luciano Souza Nunes, gerente de
armazém.

Se a situação das armazenadoras é delicada, a dos produtores dispensa


comentários. O produtor rural Sebastião Cruciol Filho entregou quase
17 toneladas para uma empresa. Menos de 4% da carga passaram na
classificação.

– Entreguei mais de 16 mil quilos na semana passada e tive muito desconto


por grãos úmidos e ardidos. Me sobrou só 500 quilos, não pagou nem o frete
do caminhão – conta o produtor.

ESTUDOS DE CASO 89
Dívidas

Mas a preocupação do agricultor vai além destes descontos. Sebastião


conseguiu colher apenas 15% da área de 980 hectares antes das chuvas.
Do terreno que ainda falta colher, 300 hectares já estão completamente
perdidos. Os outros 520 também estão prejudicados, mas devem ser colhidos
mesmo assim. Com a quebra e a baixa qualidade do produto, dificilmente
o agricultor terá condições de cumprir os compromissos feitos para a safra.
Da produção prevista, 85% já estavam comprometidos em negociações de
compra de insumos, financiamentos e arrendamento da área.

– É uma situação complicada. A maior parte das minhas áreas é arrendada.


Também tenho financiamento para pagar. Agora não sei o que fazer.
Vamos ter que contar com a colaboração dos credores para tentar sair desta situação.
Acredito que sejam necessários uns quatro anos para nos recuperarmos disso.
Dá muito desânimo, mas não podemos deixar a atividade, senão os credores
não receberão mesmo.

Perguntas:
a) Tendo por base o texto anterior, identifique as consequências regionais
da quebra de safra.
b) Qual o tipo de seguro mais adequado à situação descrita e de que forma
o Seguro Agrícola poderia auxiliar os agricultores no momento da quebra
de safra? Justifique sua resposta.

Caso 2
Só o fundo de catástrofe não garante o seguro rural

Posted by Mirian Gasparin on August 26th, 2010 filed in Seguro

Um antigo pleito da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep),


do setor agropecuário e securitário foi atendido, mas ainda gera apreensão.
Para dar maior segurança aos produtores e seguradoras foi sancionado pela
presidência da República, nesta quinta-feira (26), o Fundo de Catástrofe,
proposto em projeto de lei do Poder Executivo, que vai substituir o atual Fundo
de Estabilidade do Seguro Rural (FESR), criado em 1966.

Apesar de esse fundo somente se tornar realidade após a regulamentação da


lei, o que pode demorar mais um ou dois anos, tem um significado importante
para a evolução do seguro rural no Brasil, pois protege as operações de
seguro rural, caso as lavouras seguradas sejam afetadas por eventos climáticos
catastróficos.

Porém, ainda não foi definido o conceito de catástrofe. Caso seja muito restrito,
poderá dificultar o acesso ao Fundo de Catástrofe e tornar o instrumento
ineficiente. A partir da instituição do fundo, as seguradoras e resseguradoras
vão contratar as operações cientes de que suas responsabilidades terão limite
determinado para sinistro, a partir do qual o fundo propiciará a cobertura
suplementar.

90 SEGURO RURAL
O produtor rural ainda guarda na memória a imagem negativa dos atrasos
no pagamento das indenizações de sinistros de seguro agrícola. Em 2004 os
produtores paranaenses demoraram um ano para receber suas indenizações.
Esse prazo para recebimento da indenização está limitado a, no máximo 30,
dias, contados a partir do cumprimento de todas as exigências por parte do
produtor segurado.

Após a regulamentação da lei do Fundo de Catástrofe, o Governo vai aportar


no primeiro ano R$ 2 bilhões e outros R$ 2 bilhões serão aplicados no fundo
nos três anos seguintes por meio de títulos públicos. Os recursos, constituídos
em parceria público-privada, irão garantir às empresas seguradoras e
resseguradoras cobertura suplementar dos riscos de seguro rural em casos de
catástrofes climáticas, como secas, geadas ou excesso de chuva.

O Fundo fará com que as seguradoras tenham menos risco de quebrar quando
os valores desembolsados para cobrir as perdas nas lavouras forem superiores
ao prêmio arrecadado. Para o produtor, se o fundo funcionar adequadamente,
significa maior confiança no seguro, recebimento dos sinistros nos prazos
acordados em contrato e, além disso, pode gerar o desenvolvimento de novos
produtos de seguro rural.

A Faep esperava um avanço mais rápido da cobertura do seguro no Brasil


para resolver o crônico problema de endividamento e renda. O que o Governo
poderia fazer em cinco anos ele está estimando fazer em dez anos.

Pergunta: Tendo por base o texto anterior, identifique as principais vantagens


do Fundo de Catástrofe em relação ao Fundo de Estabilidade do Seguro
Rural (FESR).

ESTUDOS DE CASO 91
92 SEGURO RURAL
Anexos

1 Modelo de Proposta de Seguro Agrícola

2 Lei 10.823, de 19 de dezembro de 2003

3 Circular SUSEP 261, de 9 de julho de 2004

4 Resolução CNSP 95/02

5 Resolução CNSP 46/01

6 Resolução CNSP 50/01

7 Circular SUSEP 286, de 21 de março de 2005

8 Decreto 5.782, de 23 de maio de 2006

9 Lei Complementar 137, de 26 de agosto de 2010

ANEXOS 93
94 SEGURO RURAL
Anexo 1
MODELO DE PROPOSTA
DE SEGURO AGRÍCOLA

DADOS DO SEGURADO
ESTIPULANTE

Nome/Razão Social: CNPJ:


Endereço: Telefone: Município:

PROPONENTE

Nome/Razão Social: Pessoa Física – CPF:


E-mail:
Sexo: Enviar correspondência para: Segurado:

ENDEREÇO RESIDENCIAL

Endereço: Número: Complemento:


Bairro: CEP: Município/UF:
Telefone Residencial: Telefone Celular: Telefone Propriedade:

ENDEREÇO DE COBRANÇA

Endereço: Número: Complemento:


Bairro: CEP: Município/UF:

CORRETOR

Núm. SUSEP: Participação: Corretora: Telefone:

DADOS DA PROPRIEDADE

Nome da Propriedade: Endereço:


CEP: Município/UF:
Ref. para localização:
Há pessoa autorizada a acompanhar a vistoria? Nome: Telefone:

OBSERVAÇÃO

CLÁUSULA BENEFICIÁRIA
A favor de: Na qualidade de: Até: CPF/CNPJ:

DECLARAÇÃO DO PROPONENTE
Ao assinar esta proposta

Local e Data Assinatura do Proponente Assinatura do Corretor

ANEXO 1 95
QUESTIONÁRIO

Há danos de pelo menos um dos eventos cobertos?


A lavoura está em fase de implantação ou implantada?
O Segurado possui outra plantação na mesma praça?

Há outro seguro sobre a mesma área?

VALORES

Cultura Área Total Unidades Dispositivo para Taxa


da Cultura (há) Seguradas LMGA (R$) Franquia Taxa (%) Prêmio Tarifário (R$)

INFORMAÇÕES DE COBRANÇA

Condição Comercial Forma Pagto. Banco


Bônus/Malus 0,00% 1a Parcela
Desconto 0,00% Outras
Sobretaxa 0,00%
Prêmio Líquido Parcela Valor (R$) Vencimento Documento
Custo de Apólice 1
IOF isento 2
3
PRÊMIO A PAGAR 4

DECLARAÇÃO DO PROPONENTE
Ao assinar esta proposta, declaro

Local e Data Assinatura do Proponente Assinatura do Corretor

96 SEGURO RURAL
Anexo 2
LEI 10.823,
DE 19 DE DEZEMBRO DE 2003

Dispõe sobre a subvenção econômica ao prêmio do


Seguro Rural e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a


seguinte Lei:

Art. 1o Fica o Poder Executivo autorizado a conceder subvenção econômica em percentual ou valor do
prêmio do seguro rural, na forma estabelecida em ato específico.

§ 1o O seguro rural deverá ser contratado junto a sociedades autorizadas a operar em seguros pela
Superintendência de Seguros Privados – SUSEP, na forma da legislação em vigor.

§ 2o Para a concessão da subvenção econômica de que trata o caput, o proponente deverá estar
adimplente com a União, na forma do regulamento desta Lei.

§ 3o As obrigações assumidas pela União em decorrência da subvenção econômica de que trata este
artigo serão integralmente liquidadas no exercício financeiro de contratação do seguro rural.

§ 4o As despesas com a subvenção econômica de que trata este artigo correrão à conta das dotações
orçamentárias consignadas anualmente ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento,
observados os limites de movimentação e empenho e de pagamento.

Art. 2o A subvenção de que trata o art. 1o poderá ser diferenciada segundo:

I – modalidades do seguro rural;


II – tipos de culturas e espécies animais;
III – categorias de produtores;
IV – regiões de produção;
V – condições contratuais, priorizando aquelas consideradas redutoras de risco ou indutoras de
tecnologia.

Art. 3o O Poder Executivo regulamentará:

I – as modalidades de seguro rural contempláveis com o benefício de que trata esta Lei;
II – as condições operacionais gerais para a implementação, execução, pagamento, controle e fiscalização
da subvenção econômica de que trata esta Lei;
III – as condições para acesso aos benefícios previstos nesta Lei, incluindo o rol dos eventos cobertos e
outras exigências técnicas pertinentes;
IV – os percentuais sobre prêmios ou montantes máximos de subvenção econômica, de forma compatível
com a Lei Orçamentária Anual; e (Vide Decreto 5.782, de 2006)

ANEXO 2 97
V – a composição e o regimento interno do Comitê Gestor Interministerial do Seguro Rural de que trata
o art. 4o desta Lei.

Parágrafo único. O Poder Executivo poderá fixar limites financeiros da subvenção, por beneficiário e
unidade de área.

Art. 4o Fica criado, no âmbito do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que o coordenará,
o Comitê Gestor Interministerial do Seguro Rural.

§ 1o O Comitê Gestor Interministerial do Seguro Rural poderá criar Comissões Consultivas, das quais
poderão participar representantes do setor privado.

§ 2o O Comitê Gestor Interministerial do Seguro Rural definirá a organização e a composição das


Comissões Consultivas e regulará seu funcionamento.

§ 3o Cabe ao presidente do Comitê Gestor Interministerial do Seguro Rural designar os integrantes das
Comissões Consultivas.

Art. 5o Compete ao Comitê Gestor Interministerial do Seguro Rural:

I – apreciar e encaminhar ao Poder Executivo propostas relativas ao percentual sobre o prêmio ou ao


valor máximo da subvenção econômica;
II – propor os limites subvencionáveis, considerando a diferenciação prevista no art. 2o e a definição de
que trata o inciso IV do art. 3o desta Lei;
III – aprovar as condições operacionais específicas, implementar e operacionalizar o benefício previsto
nesta Lei;
IV – incentivar a criação e implementação de projetos-piloto pelas sociedades seguradoras, contemplando
novas culturas ou espécies, tipos de cobertura e áreas, com vistas no apoio e desenvolvimento da
agropecuária no País;
V – estabelecer diretrizes, coordenar a elaboração de metodologias e a divulgação de estudos e dados
estatísticos, entre outras informações, que auxiliem o desenvolvimento do seguro rural como instrumento
de política agrícola; e
VI – deliberar sobre:
a) as culturas e espécies animais objeto do benefício previsto nesta Lei;
b) as regiões a serem amparadas pelo benefício previsto nesta Lei;
c) as condições técnicas a serem cumpridas pelos beneficiários;
d) proposta de Plano Trienal ou seus ajustes anuais, dispondo sobre as diretrizes e condições para a
concessão da subvenção econômica, observadas as disponibilidades orçamentárias e as diretrizes
estabelecidas no Plano Plurianual.

Art. 6o Os arts. 1o, 2o, 6o e 7o da Lei 10.696, de 2 de julho de 2003, passam a vigorar com a seguinte
redação:

“Art. 1o Ficam autorizados a repactuação e o alongamento de dívidas oriundas de operações de


crédito rural contratadas ao abrigo do Programa Especial de Crédito para a Reforma Agrária –
Procera, cujos mutuários estejam adimplentes com suas obrigações ou as regularizem até 31 de
maio de 2004, observadas as seguintes condições:
..................................................................
IV – os agentes financeiros terão até 31 de maio de 2004 para formalização dos instrumentos
de repactuação.” (NR)

“Art. 2o Os mutuários adimplentes que não optarem pela repactuação farão jus ao bônus de
adimplência de 90% (noventa por cento), no caso de pagamento total de seus débitos até 31
de maio de 2004.” (NR)

98 SEGURO RURAL
“Art. 6o ..................................................................
I – ..................................................................
a) em 30 de setembro de 2004, no caso dos mutuários com obrigações vencidas em anos
anteriores a 2001 que não se valerem de uma das alternativas previstas no art. 4o;
..................................................................
II – informar, até 30 de setembro de 2004, à Secretaria de Agricultura Familiar do Ministério
do Desenvolvimento Agrário e à Secretaria do Tesouro Nacional do Ministério da Fazenda os
montantes envolvidos nas repactuações e nas liquidações de obrigações.” (NR)

“Art. 7o Fica autorizada a renegociação de dívidas oriundas de operações de crédito rural


contratadas por agricultores familiares, mini e pequenos produtores e de suas cooperativas e
associações, no valor total originalmente financiado de até R$ 35.000,00 (trinta e cinco mil reais)
em uma ou mais operações do mesmo beneficiário, cujos mutuários estejam adimplentes com
suas obrigações ou as regularizem até 31 de maio de 2004, observadas as seguintes características
e condições:

I – ..................................................................
..................................................................
b) bônus de adimplência de 30% (trinta por cento) sobre cada parcela da dívida paga até a
data do respectivo vencimento, no caso das operações de custeio e investimento contratadas
na região dos Fundos Constitucionais, e de 20% (vinte por cento) nas operações de custeio
e investimentos nas demais regiões do País, sendo que, nas regiões do semiárido, Norte do
Espírito Santo e nos Municípios do Norte de Minas Gerais, do Vale do Jequitinhonha e
do Vale do Mucuri, compreendidos na área da atuação da Agência de Desenvolvimento do
Nordeste – Adene, o bônus será de 70% (setenta por cento) para custeio e investimento;
..................................................................
II – ..................................................................
a) os mutuários que estavam adimplentes em 3 de julho de 2003 ou que regularizaram seus
débitos até 28 de novembro de 2003 terão as seguintes condições:

1. rebate de 8,8% (oito inteiros e oito décimos por cento) no saldo devedor das
operações de investimento, na posição de 1o de janeiro de 2002, desde que se trate
de operação contratada com encargos pós-fixados;
2. no caso das operações de investimento, o saldo devedor apurado na data da
repactuação será prorrogado pelo prazo de 10 (dez) anos, incluídos 2 (dois) anos
de carência, a ser liquidado em parcelas iguais, anuais e sucessivas, sendo que as
operações repactuadas de custeio serão liquidadas em três parcelas anuais, iguais
e sucessivas, após 1 (um) ano de carência contado da data da repactuação;
3. aplicação de taxa efetiva de juros de 3% a.a. (três por cento ao ano) a partir de 1o
de janeiro de 2002;
4. nas regiões do semiárido, Norte do Espírito Santo, e nos Municípios do Norte de
Minas Gerais, do Vale do Jequitinhonha e do Vale do Mucuri, compreendidos na área
de atuação da Agência de Desenvolvimento do Nordeste – Adene, será concedido
um bônus de adimplência de 70% (setenta por cento) sobre cada parcela da dívida
paga até a data do respectivo vencimento;

b) os mutuários que se encontravam em inadimplência e não regularizaram seus débitos até 28


de novembro de 2003 terão as seguintes condições:

1. o saldo de todas as prestações vencidas e não-pagas deverá ser corrigido até


a data da repactuação com base nos encargos originalmente contratados,
sem bônus e sem encargos adicionais de inadimplemento;
2. para aderir à repactuação será dispensada contrapartida financeira por
parte do mutuário nas regiões do semiárido, Norte do Espírito Santo, e nos
Municípios do Norte de Minas Gerais, do Vale do Jequitinhonha e do Vale do
Mucuri, compreendidos na área de atuação da Agência de Desenvolvimento
do Nordeste – Adene;

ANEXO 2 99
3. para aderir à repactuação nas demais regiões do País será exigido o pagamento
do valor correspondente a 5% (cinco por cento) do somatório das prestações
vencidas apuradas na forma do item 1 da alínea b quando os financiamentos
forem realizados com os recursos dos Fundos Constitucionais, ou convertidos
para esta fonte com base no § 3o deste artigo, e de 10% (dez por cento) do
somatório das parcelas vencidas quando se tratar de contratos financiados
exclusivamente por outras fontes, no ato da formalização do instrumento de
repactuação;
4. sobre o saldo das parcelas vencido, apurado após o pagamento previsto nos
itens 2 e 3 da alínea b, será concedido na data da repactuação um rebate
de 8,2% (oito inteiros e dois décimos por cento), desde que contratadas com
encargos pós-fixados, sendo aplicada taxa efetiva de juros de 3% a.a. (três
por cento ao ano) a partir da data de renegociação;
5. na parcela do saldo devedor vincendo das operações de investimento será
concedido na posição de 1o de janeiro de 2002 um rebate de 8,8% (oito inteiros
e oito décimos por cento) no saldo devedor, desde que se trate de operação
contratada com encargos pós-fixados, passando a ter uma taxa efetiva de
juros de 3% a.a. (três por cento ao ano) a partir desta data;
6. o saldo devedor total apurado nas formas dos itens 4 e 5 da alínea b das
operações de investimento será consolidado na data da repactuação e
prorrogado pelo prazo de 10 (dez) anos, incluídos 2 (dois) anos de carência,
a ser liquidado em parcelas iguais, anuais e sucessivas, após 1 (um) ano de
carência contado da data da repactuação;
7. nas regiões do semiárido, Norte do Espírito Santo, e nos Municípios do Norte de
Minas Gerais, no Vale do Jequitinhonha e no Vale do Mucuri, compreendidos
na área de atuação da Agência de Desenvolvimento do Nordeste – Adene, os
mutuários que vierem a adimplir-se nessas condições farão jus a um bônus de
adimplência de 40% (quarenta por cento) sobre cada parcela da dívida para
até a data do respectivo vencimento.
..................................................................
§ 5o Para os financiamentos de que tratam os incisos I e II, realizados na região Nordeste, no
Norte do Espírito Santo e nos Municípios do Norte de Minas Gerais, no Vale do Jequitinhonha
e no Vale do Mucuri, compreendidos na área de atuação da Agência de Desenvolvimento do
Nordeste – Adene, e lastreados com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador – FAT em
operações com recursos mistos desse Fundo e do Fundo Constitucional de Financiamento do
Nordeste, ou realizadas somente com recursos do FAT sem equalização, nessa região, cujo valor
total originalmente contratado não exceda a R$ 35.000,00 (trinta e cinco mil reais), prevalecem
as seguintes disposições:
..................................................................
II – a parcela do saldo devedor, apurado na data de repactuação, que diz respeito ao crédito original
excedente ao limite de R$ 15.000,00 (quinze mil reais), na região do semiárido, incluído o Norte
do Espírito Santo, e nos Municípios do Norte de Minas Gerais, no Vale do Jequitinhonha e no Vale
do Mucuri, compreendidos na área de atuação da Agência de Desenvolvimento do Nordeste –
Adene, poderá ser prorrogada pelo prazo de 10 (dez) anos, incluídos 2 (dois) anos de carência,
observado o seguinte:

a) os mutuários que estavam adimplentes em 3 de julho de 2003 ou que regularizaram seus


débitos até 28 de novembro de 2003 terão as seguintes condições:

1. farão jus a bônus de adimplência de 50% (cinquenta por cento) sobre a prestação
ou parcela liquidada na data do vencimento;
2. aplicação de taxa efetiva de juros de 3% a.a. (três por cento ao ano) a partir de 1o
de janeiro de 2002;

100 SEGURO RURAL


b) os mutuários que se encontravam em inadimplência e não regularizaram seus débitos até 28
de novembro de 2003 terão as seguintes condições:

1. para aderir à repactuação será dispensada contrapartida financeira por parte do


mutuário;
2. o saldo de todas as prestações vencidas e não pagas deverá ser corrigido até a data
da repactuação com base nos encargos originalmente contratados, sem bônus e
sem encargos adicionais de inadimplemento, quando passam a ter uma taxa efetiva
de juros de 3% a.a. (três por cento ao ano);
3. na parcela do saldo devedor vincendo das operações de investimento será aplicada
uma taxa efetiva de juros de 3% a.a. (três por cento ao ano) a partir de 1o de janeiro
de 2002;
4. os mutuários que vierem a adimplir-se nessas condições farão jus a bônus de
adimplência de 20% (vinte por cento) sobre cada prestação ou parcela da dívida
paga até a data do respectivo vencimento.
..................................................................” (NR)

Art. 7o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 19 de dezembro de 2003; 182o da Independência e 115o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA


Antonio Palocci Filho
Roberto Rodrigues

Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 22.12.2003

ANEXO 2 101
102 SEGURO RURAL
Anexo 3
CIRCULAR SUSEP 261,
DE 9 DE JULHO DE 2004

Dispõe sobre o seguro de cédula de produto rural


– CPR e dá outras providências.

O SUPERINTENDENTE SUBSTITUTO DA SUPERINTENDÊNCIA DE SEGUROS PRIVADOS – SUSEP, na forma


do disposto no art. 36, alínea “b”, do Decreto-Lei 73, de 21 de novembro de 1966, e tendo em vista o
que consta do processo SUSEP 15414.002232/2003-69,

R E S O L V E:

Art. 1o Aprovar as disposições constantes desta Circular e de seu anexo, que serão aplicadas,
obrigatoriamente, a todo e qualquer plano de seguro de cédula de produto rural – CPR.

Art. 2o O seguro de CPR tem por objetivo garantir, ao segurado, o pagamento de indenização, na hipótese
de comprovada falta de cumprimento, por parte do tomador, de obrigações estabelecidas na CPR.

Parágrafo único. A cobertura do seguro vigorará até a data do vencimento da CPR.

Art. 3o O seguro de CPR poderá garantir a CPR Financeira ou a CPR de Entrega Física, emitidas e
registradas na forma da legislação vigente.

Art. 4o As seguintes informações, dentre outras exigidas pelas normas em vigor, deverão constar do
frontispício da apólice:

I – Descrição do tipo de CPR, de acordo com o disposto no artigo 3o desta Circular;


II – Denominação do segurado;
III – Denominação do tomador, com sua respectiva identificação;
IV – Número da CPR; e
V – Descrição do produto rural, sua quantidade e preço ou índice de preços aplicável.

Parágrafo único. O campo “denominação do segurado” poderá ser preenchido mediante reprodução
da definição de que trata o anexo desta Circular.

Art. 5o A sociedade seguradora somente poderá isentar-se de responsabilidade quanto ao pagamento


de indenização, na hipótese de ocorrência de, pelo menos, uma das seguintes situações:

I – Atos ou fatos de responsabilidade do segurado, que impossibilitem o tomador do fiel cumprimento


de suas obrigações estabelecidas na CPR;
II – Alteração dos requisitos da CPR, sem sua prévia anuência; e
III – Caso fortuito ou de força maior, exceto nos casos de chuva excessiva, geada, granizo, incêndio
acidental, inundação, raio, seca, tromba d’água, variação excessiva de temperatura, vento forte, doença
e praga não controláveis.

ANEXO 3 103
Art. 6o Para que a CPR seja oferecida como ativo garantidor ou integrante da carteira de FIE, nos termos
da regulamentação vigente, a apólice de seguro deverá observar as seguintes disposições:

I – A indenização corresponderá ao valor da obrigação estabelecida na CPR, não podendo estar previsto
nenhum limite máximo de garantia que impeça seu pagamento pelo valor integral;
II – Se na data de vencimento da CPR for constatada alguma diferença em relação ao limite máximo
de garantia inicialmente contratado, para fins de cobrança de prêmio, a sociedade seguradora poderá
promover o necessário ajuste do prêmio, devolvendo ou cobrando o valor correspondente à diferença
apurada;
III – O pagamento da indenização deverá ser feito, no máximo, no dia útil seguinte à data de vencimento
da CPR, no caso de CPR Financeira e em até 10 (dez) dias úteis, a partir da data de vencimento da CPR,
quando se tratar de CPR de Entrega Física; e
IV – Se após o pagamento da indenização for constatado que a mesma não era devida, em razão das
excludentes previstas no artigo 5o desta Circular, a sociedade seguradora deverá adotar as providências
cabíveis, com vistas ao respectivo ressarcimento.

Art. 7o Quando a CPR não for oferecida como ativo garantidor ou integrante da carteira de FIE, deverá
estar previsto na apólice que a indenização corresponderá ao valor da obrigação estabelecida na CPR,
observado, se houver, o limite máximo de garantia previsto no contrato de seguro.

Parágrafo único. Na hipótese prevista no caput deste artigo, o prazo e a forma de liquidação de sinistro
deverão estar de acordo com as demais normas vigentes.

Art. 8o No caso de CPR de Entrega Física, será permitido o pagamento da indenização pelo valor
equivalente à quantidade e qualidade de produto nela previstos, desde que o segurado tenha concordado
expressamente com esta condição.

Art. 9o A apólice continuará em vigor, mesmo que o tomador esteja inadimplente em relação a
qualquer parcela do prêmio, podendo a sociedade seguradora, neste caso, executar as contragarantias
contratualmente previstas.

Art. 10. Fica vedada a execução das contragarantias, quando o sinistro for decorrente dos seguintes
eventos:

I – Incêndio acidental;
II – Raio;
III – Tromba d’água;
IV – Vento forte;
V – Granizo;
VI – Chuva excessiva;
VII – Seca;
VIII – Geada;
IX – Variação excessiva de temperatura;
X – Inundação; e
XI – Doença e praga não controláveis.

Parágrafo único. A vedação de que trata o caput deste artigo prevalecerá de forma proporcional ao
valor dos prejuízos decorrentes diretamente dos eventos nele descritos.

Art. 11. As sociedades seguradoras deverão submeter, à apreciação da SUSEP, as condições contratuais
e a nota técnica atuarial, observados os critérios mínimos previstos em regulamentação específica.

Parágrafo único. As sociedades seguradoras, que desejarem comercializar apólices que garantam cédulas
oferecidas como ativo garantidor ou que integrem carteiras de FIE, deverão submeter o correspondente
plano de seguro em processo administrativo específico.

104 SEGURO RURAL


Art.12. As operações do seguro de cédula de produto rural – CPR serão contabilizadas neste mesmo
ramo.

Art. 13. Esta Circular entra em vigor na data de sua publicação, ficando revogada a Circular SUSEP
248, de 13 de fevereiro de 2004.

JOÃO MARCELO M. R. DOS SANTOS


Superintendente Substituto

CIRCULAR SUSEP 261, de 9 de julho de 2004 – ANEXO

TÍTULO ÚNICO
DAS DEFINIÇÕES

Considerar-se-ão, para efeitos desta Circular, os conceitos abaixo:

I – Ativo garantidor: o ativo oferecido como garantia dos recursos das reservas, das provisões e dos
fundos, conforme as diretrizes estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional;
II – Caso fortuito: fato natural, imprevisível ou inevitável. É fruto do acaso e provém das forças naturais
ou de uma causa cujos efeitos não eram possíveis prever ou evitar;
III – Cédula de produto rural – CPR: título emitido por produtor rural ou suas associações, inclusive
cooperativas, na forma da lei;
IV – Chuva excessiva: precipitação natural contínua de água que gere redução na produtividade da
plantação;
V – Contragarantias: conjunto de garantias dadas pelo tomador em favor da sociedade seguradora;
VI – Doença e praga não controláveis: aquelas para as quais não existe método de controle ou de
profilaxia conhecidos, definidos por entidades devidamente autorizadas pelo Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento;
VII – Empreendimento rural: atividade com fins econômicos desenvolvida em estabelecimento rural
devidamente cadastrado no INCRA, destinada à produção vegetal, animal, aquícola ou extrativista;
VIII – FAQE: o fundo de aplicação em quotas de fundos de investimento especialmente constituído,
conforme as diretrizes estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional na regulamentação que
disciplina a aplicação dos recursos das reservas, das provisões e dos fundos das sociedades seguradoras,
das sociedades de capitalização e das entidades abertas de previdência complementar, bem como a
aceitação dos ativos correspondentes como garantidores dos respectivos recursos;
IX – FIE: o fundo de investimento especialmente constituído, inclusive aqueles destinados à aplicação
de recursos por parte do FAQE, cuja carteira seja composta conforme as diretrizes estabelecidas pelo
Conselho Monetário Nacional na regulamentação que disciplina a aplicação dos recursos das reservas,
das provisões e dos fundos das sociedades seguradoras, das sociedades de capitalização e das entidades
abertas de previdência complementar, bem como a aceitação dos ativos correspondentes como
garantidores dos respectivos recursos.
X – Força maior: causa a que não se pode oferecer resistência. Acontecimento que não se pode impedir
e de que não se é responsável;
XI – Geada: fenômeno atmosférico de resfriamento intenso, acompanhado, ou não, de depósitos de
gelo nas superfícies expostas, provocando redução na produtividade do empreendimento rural;
XII – Granizo: precipitação atmosférica em forma de pedras de gelo, ocasionando danos físicos na planta
ou suas partes, com a consequente queda na produtividade do empreendimento rural;
XIII – Incêndio acidental: toda e qualquer combustão fora do controle do homem, tanto no espaço
quanto no tempo, que destrói ou danifica o empreendimento rural;

ANEXO 3 105
XIV – Inundação: grande quantidade de água acumulada pelo transbordamento de rios, diques,
açudes ou similares decorrente de fenômenos climáticos, provocando redução na produtividade do
empreendimento rural;
XV – Raio: fenômeno atmosférico que se verifica quando uma nuvem carregada de eletricidade atinge
um potencial electrostático tão elevado que a camada de ar existente entre ela e o solo deixa de ser
isolante, permitindo assim que uma descarga elétrica a atravesse, ocasionando queda na produtividade
do empreendimento rural;
XVI – Seca: situação climática em que a ausência ou carência de chuva acarreta queda na produtividade
do empreendimento rural;
XVII – Segurado: último credor titular da CPR, não podendo, em hipótese alguma, ser o próprio emitente
ou seu avalista;
XVIII – Tomador: emitente da CPR e devedor das obrigações assumidas na respectiva CPR;
XIX – Tromba d’água: precipitação excessiva de chuva num curto espaço de tempo, cuja incapacidade de
absorção da água pelo solo provoca enchentes, com consequentes danos ao empreendimento rural;
XX – Variação excessiva de temperatura: oscilação atípica da temperatura num curto período de
tempo, comprometendo o normal desenvolvimento das culturas e criações, resultando em queda na
produtividade do empreendimento rural; e
XXI – Vento forte: deslocamento intenso de ar provocando danos à plantação, a exemplo de tombamento,
quebra de partes da planta ou queda de frutos, resultando em queda na produtividade.

106 SEGURO RURAL


Anexo 4
RESOLUÇÃO CNSP 95/02

Altera o art. 3o da Resolução CNSP 46, de 12 de


fevereiro de 2001.

A SUPERINTENDÊNCIA DE SEGUROS PRIVADOS – SUSEP, no uso da atribuição que lhe confere o art. 34,
inciso XI, do Decreto 60.459, de 13 de março de 1967, torna público que o CONSELHO NACIONAL DE
SEGUROS PRIVADOS – CNSP, em Sessão Ordinária realizada nesta data, tendo em vista o disposto nos
arts. 16 a 19, c/c art. 32, inciso IV, do Decreto-Lei 73, de 21 de novembro de 1966, e considerando o que
consta no processo CNSP 25, de 19 de junho de 2000 – na origem, processo SUSEP 15414.001790/2002-
26, de 22 de abril de 2002,

R E S O L V E U:

Art. 1o O art. 3o da Resolução CNSP 46, de 12 de fevereiro de 2001, passa a vigorar com a seguinte
redação:

“Art. 3o O Seguro Rural abrange as seguintes modalidades:

I – seguro agrícola;

II – seguro pecuário;

III – seguro aquícola;

IV – seguro de florestas;

V – seguro de penhor rural – instituições financeiras públicas;

VI – seguro de penhor rural – instituições financeiras privadas;

VII – seguro de benfeitorias e produtos agropecuários;

VIII – seguro de vida; e

IX – seguro de cédula de produto rural – CPR.

§1o O seguro de que trata o inciso VIII deve ser destinado ao produtor rural, devedor de crédito
rural, e terá sua vigência limitada ao período de financiamento, sendo que o beneficiário será
o agente financiador.

§2o A inclusão do seguro de que trata o inciso IX como modalidade do Seguro Rural dependerá
de regulamentação da SUSEP.” (NR)

ANEXO 4 107
Art. 2o Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

Rio de Janeiro, 30 de setembro de 2002.

HELIO OLIVEIRA PORTOCARRERO DE CASTRO


Superintendente da Superintendência de Seguros Privados

108 SEGURO RURAL


Anexo 5
RESOLUÇÃO CNSP 46/01

Dispõe sobre o Seguro Rural e o Fundo de Estabilidade


do Seguro Rural – FESR, de sua administração e
controle por seu Gestor, e dá outras providências.

A SUPERINTENDÊNCIA DE SEGUROS PRIVADOS – SUSEP, no uso da atribuição que lhe confere o art. 26
do Regimento Interno aprovado pela Resolução CNSP 14, de 3 de dezembro de 1991, torna público que
o CONSELHO NACIONAL DE SEGUROS PRIVADOS – CNSP, em Sessão Ordinária realizada nesta data,
considerando o disposto nos arts. 16 a 19 c/c art. 32, inciso IV, do Decreto-Lei 73, de 21 de novembro
de 1966, e tendo em vista o que consta no Processo CNSP 25, de 19 de junho de 2000 – na origem,
Processo SUSEP 10.001716/00-05, de 31 de março de 2000, resolveu:

CAPÍTULO I
DO OBJETO

Art. 1o O Seguro Rural e o Fundo de Estabilidade do Seguro Rural – FESR, instituído pelos arts. 16 e
17 do Decreto-Lei 73, de 21 de novembro de 1966, com a finalidade de garantir a estabilidade das
operações de Seguro Rural e atender à cobertura suplementar dos riscos de catástrofe, serão regidos,
controlados e fiscalizados conforme o estabelecido na presente Resolução.

Art. 2o O Seguro Rural constitui ramo de seguro destinado à cobertura dos riscos peculiares às atividades
agrícola, pecuária, aquícola e florestal.

CAPÍTULO II
DAS MODALIDADES DO SEGURO RURAL

Art. 3o O Seguro Rural abrange as seguintes modalidades:


I – seguro agrícola;
II – seguro pecuário;
III – seguro aquícola;
IV – seguro de florestas;
V – seguro de penhor rural – instituições financeiras públicas;
VI – seguro de penhor rural – instituições financeiras privadas; e
VII – seguro de benfeitorias e produtos agropecuários.

CAPÍTULO III
DOS PLANOS DO SEGURO RURAL

Art. 4o As sociedades seguradoras deverão submeter à Superintendência de Seguros Privados – SUSEP,


para análise e arquivamento, as condições contratuais e a nota técnica atuarial dos planos relativos às
modalidades do Seguro Rural, previamente a sua comercialização.

Parágrafo único. A obrigatoriedade de que trata o “caput” não se aplica às modalidades que possuam
condições contratuais e tarifas determinadas por normas específicas.

ANEXO 5 109
Art. 5o Para efeito de controle estatístico permanente de todas as operações de Seguro Rural realizadas
no País, as sociedades seguradoras ficam obrigadas a prestar à SUSEP as informações estatísticas
referentes às operações de Seguro Rural, na forma e prazos por ela estabelecidos.

CAPÍTULO IV
DO FUNDO DE ESTABILIDADE DO SEGURO RURAL

Seção I
Da Habilitação ao FESR

Art. 6o O Fundo de Estabilidade do Seguro Rural – FESR garantirá a estabilidade das operações do
Seguro Rural, nas modalidades relacionadas nos incisos I a VI do art. 3o.

Art. 7o O exercício do Fundo de Estabilidade do Seguro Rural – FESR será de 1o de julho a 30 de junho
do ano seguinte.

Art. 8o As sociedades seguradoras que pretendam operar nas modalidades de que tratam os incisos
I a IV do art. 3o deverão apresentar ao Gestor do Fundo de Estabilidade do Seguro Rural – FESR, com
antecedência mínima de noventa dias do início do exercício do Fundo, Plano de Operações com as
seguintes informações mínimas:

I – relação das regiões e culturas que pretendam atuar em cada exercício do Fundo, observando,
obrigatoriamente, as orientações do zoneamento agrícola do Ministério da Agricultura e Abastecimento
ou instituições oficiais de pesquisa, caso as operações incluam o seguro agrícola; e

II – programa de resseguro relacionado a cada uma das modalidades selecionadas para atuação.

§ 1o Qualquer alteração no Plano de Operações deve ser apresentada com antecedência mínima de
quinze dias de sua ocorrência.

§ 2o As solicitações apresentadas durante o exercício do Fundo que não atendam ao prazo estabelecido
no “caput” serão objeto de análise do Gestor do Fundo, em caráter excepcional, desde que devidamente
justificadas.

Art. 9o A garantia do Fundo de Estabilidade do Seguro Rural – FESR está condicionada à aprovação,
pela SUSEP, das condições contratuais e nota técnica atuarial das modalidades do Seguro Rural de que
trata o art. 6o, para cada exercício, que deverão ser encaminhadas com antecedência mínima de noventa
dias do início do exercício do Fundo.

§ 1o A aprovação da nota técnica atuarial fica condicionada à apresentação da cobertura de


resseguro.

§ 2o Para fins do custeio das despesas administrativas, deverá ser considerado, na nota técnica atuarial,
o percentual de 10% (dez por cento) dos prêmios emitidos.

§ 3o A SUSEP poderá aprovar percentual superior ao previsto no parágrafo anterior, limitado a 20%
(vinte por cento), desde que devidamente justificado.

§ 4o As sociedades seguradoras deverão informar, obrigatoriamente, os limites mínimo e máximo do


percentual de comissão de corretagem a serem adotados na comercialização, aí incluída a despesa
de angariação, quando houver.

110 SEGURO RURAL


Seção II
Da Contribuição e da Recuperação do FESR

Art. 10. As sociedades seguradoras efetuarão contribuições ao Fundo de Estabilidade do Seguro Rural
– FESR em função do resultado positivo em cada exercício nas modalidades garantidas pelo Fundo, de
acordo com os seguintes percentuais:

I – seguros agrícola, pecuário, aquícola e de florestas – 30% (trinta por cento); e


II – seguro de penhor rural – instituições financeiras públicas e instituições financeiras privadas – 50%
(cinquenta por cento).

Art. 11. As sociedades seguradoras poderão recuperar do Fundo de Estabilidade do Seguro Rural –
FESR, a cada trimestre, a partir do início do exercício, a parcela de seus sinistros retidos, nos seguros
agrícola, pecuário, aquícola e de florestas, que exceder a (1-CC-DA) × prêmios ganhos, limitada a 50%
(cinquenta por cento) × (1-CC-DA) × prêmios ganhos, considerando sempre os últimos três meses de
sinistros, prêmios e recuperações do exercício em curso.

Parágrafo único. As siglas CC e DA designam, respectivamente, a parcela correspondente às comissões


de corretagem, incluída a despesa de angariação, quando houver, e despesas administrativas, por
unidade de prêmio emitido.

Art. 12. As sociedades seguradoras também recuperarão do Fundo de Estabilidade do Seguro Rural –
FESR a parcela de seus sinistros retidos, nos seguros agrícola, pecuário, aquícola e de florestas, quando
esta exceder a 250% (duzentos e cinquenta por cento)x (1-CC-DA) × prêmios ganhos, a título do risco
de catástrofe, considerando sempre os últimos três meses de sinistros, prêmios e recuperações do
exercício em curso.

Parágrafo único. A solicitação da recuperação de que trata o “caput” poderá ser realizada de forma
imediata, a critério das sociedades seguradoras.

Art. 13. As sociedades seguradoras poderão recuperar do Fundo de Estabilidade do Seguro Rural – FESR,
a cada trimestre, a partir do início do exercício, a parcela de seus sinistros retidos, nos seguros de penhor
rural – instituições financeiras públicas e instituições financeiras privadas, que exceder a (1-CC-DA) ×
prêmios ganhos, considerando sempre os últimos três meses de sinistros, prêmios e recuperações do
exercício em curso.

Art. 14. As recuperações efetuadas com base nos arts. 11, 12 e 13 serão ajustadas ao final de cada
exercício do Fundo de Estabilidade do Seguro Rural – FESR.

CAPÍTULO V
DOS APORTES EXTRAORDINÁRIOS AO FESR

Art. 15. Na hipótese de insuficiência de recursos no Fundo de Estabilidade do Seguro Rural – FESR, o
seu Gestor comunicará o fato, em caráter de urgência:

I – ao Conselho Nacional de Seguros Privados – CNSP, a quem competirá solicitar crédito especial
suficiente para atender ao referido déficit; e

II – às sociedades seguradoras autorizadas a operar no ramo, colocando sob seu controle direto, como
Gestor, a liquidação dos sinistros.

Parágrafo único. Na hipótese prevista no “caput”, o Conselho Nacional de Seguros Privados – CNSP
providenciará, por intermédio do Ministério da Fazenda, os procedimentos para obtenção do crédito
especial.

ANEXO 5 111
CAPÍTULO VI
DO CONTROLE E FISCALIZAÇÃO DO FESR

Art. 16. O Gestor do Fundo manterá conta corrente, sob sua titularidade, para acolher os recursos do
Fundo de Estabilidade do Seguro Rural – FESR para fins de administração e controle.

Art. 17. O saldo do Fundo de Estabilidade do Seguro Rural – FESR será aplicado em títulos públicos,
cujos rendimentos serão incorporados ao próprio Fundo.

CAPÍTULO VII
DO CONTROLE FINANCEIRO DO FESR

Art. 18. O Gestor do Fundo de Estabilidade do Seguro Rural – FESR disciplinará os critérios para registro
e acompanhamento das operações abrangidas pelo Fundo.

Art. 19. O Gestor do Fundo de Estabilidade do Seguro Rural – FESR encaminhará à Secretaria do Tesouro
Nacional, semestralmente, relatório auditado com as demonstrações financeiras relativas às operações
realizadas entre 1o de janeiro a 30 de junho e 1o de julho a 31 de dezembro de cada ano.

CAPÍTULO VIII
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 20. A SUSEP fica autorizada a baixar as normas complementares necessárias à execução das
disposições desta Resolução, bem como resolver os casos omissos.

Art. 21. Esta Resolução entra em vigor em 1o de julho de 2001.

Art. 22. Ficam revogadas, a partir de 1o de julho de 2001, as Resoluções CNSP 5, de 14 de julho
de 1970; 11, de 30 de novembro de 1970; 4, de 8 de junho de 1971; 2, de 27 de junho de 1972; 12,
de 19 de dezembro de 1972; 15, de 28 de junho de 1976; 17, de 28 de junho de 1976; 1, de 3 de maio
de 1978, 10, de 4 de maio de 1978; e 7, de 2 de setembro de 1980.

Art. 23. Ficam revogadas as Resoluções CNSP 3, de 14 de janeiro de 2000; 30, de 3 de julho de 2000;
e 39, de 8 de dezembro de 2000.

Brasília, 12 de fevereiro de 2001.

HELIO OLIVEIRA PORTOCARRERO DE CASTRO


Superintendente da Superintendência de Seguros Privados

112 SEGURO RURAL


Anexo 6
RESOLUÇÃO CNSP 50/01

Dispõe sobre a participação do IRB-Brasil Resseguros


S.A. na garantia de que trata o Capítulo IV da
Resolução CNSP 46, de 12 de fevereiro de 2001, e
dá outras providências.

A SUPERINTENDÊNCIA DE SEGUROS PRIVADOS – SUSEP, no uso da atribuição que lhe confere o art.
26 do Regimento Interno aprovado pela Resolução CNSP 14, de 3 de dezembro de 1991, torna público
que o CONSELHO NACIONAL DE SEGUROS PRIVADOS – CNSP, em Sessão Ordinária realizada nesta
data, com base no disposto no art. 16, parágrafo único, c/c o art. 32, incisos II e VII do Decreto-Lei 73,
de 21 de novembro de 1966, e considerando o que consta do Processo CNSP 25, de 19 de junho de
2000 – na origem, Processos SUSEP 10.001716/00-05, de 31 de março de 2000, e 10.002658/01-19,
de 29 de maio de 2001,

R E S O L V E U:

CAPÍTULO I
DO OBJETO

Art. 1o O Fundo de Estabilidade do Seguro Rural – FESR é regido pela Resolução CNSP 46, de 12 de
fevereiro de 2001, e pelo que dispõe a presente Resolução.

CAPÍTULO II
DA COBERTURA DO FESR AO SEGURO AGRÍCOLA

Art. 2o A garantia do FESR, de que trata o art. 6o da Resolução CNSP 46, de 2001, restringe-se, para a
modalidade agrícola, aos seguros que garantam ao produtor uma indenização pelos prejuízos causados
às lavouras seguradas, abrangendo exclusivamente as despesas de orçamento de custeio direto de
culturas periódicas e o orçamento das despesas anuais de manutenção das culturas permanentes.

CAPÍTULO III
DA GARANTIA DO FESR AO IRB-BRASIL RE

Art. 3o O IRB-Brasil Resseguros efetuará contribuições e recuperações ao FESR em função de seu


resultado, nas mesmas bases estabelecidas para as sociedades seguradoras na Seção II do Capítulo IV
da Resolução CNSP 46, de 2001, exclusivamente, para o resseguro proporcional, quota parte e/ou excedente
de responsabilidade, das operações de seguro habilitadas à garantia do FESR.

Parágrafo único. Para fins de aplicação dos critérios estabelecidos nos art. 11, 12 e 13 da Resolução
CNSP 46, de 2001, a sigla CC corresponderá, neste caso, à comissão de resseguro.

ANEXO 6 113
CAPÍTULO IV
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 4o Para fins de cálculo do resultado de que tratam os art. 11, 12 e 13 da Resolução CNSP 46, de
2001, deve ser considerado como crédito ao prêmio ganho as comissões de resseguro recebidas pelas
sociedades seguradoras nas operações garantidas pelo FESR.

Art. 5o Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação, com efeito a partir de 1o de julho de
2001.

Rio de Janeiro, 3 de setembro de 2001.

HELIO OLIVEIRA PORTOCARRERO DE CASTRO


Superintendente da Superintendência de Seguros Privados

114 SEGURO RURAL


Anexo 7
CIRCULAR SUSEP 286,
DE 21 DE MARÇO DE 2005

Dispõe sobre o seguro pecuário e o seguro de


animais.

O SUPERINTENDENTE DA SUPERINTENDÊNCIA DE SEGUROS PRIVADOS – SUSEP, no uso das


atribuições que lhe confere o art. 36, alíneas “b” e “c”, do Decreto-Lei 73, de 21 de novembro de 1966,
e considerando o que consta do Processo SUSEP 15414.000184/2002-93,

R E S O L V E:

Art. 1o Dispor sobre o seguro pecuário e o seguro de animais, nos termos expressos nesta Circular.

Art. 2o O seguro pecuário, definido como modalidade de seguro rural, tem por objetivo garantir o
pagamento de indenização, em caso de morte de animal destinado, exclusivamente, ao consumo,
produção, cria, recria, engorda ou trabalho por tração.

§ 1o Os animais destinados à reprodução por monta natural, coleta de sêmen ou transferência de


embriões, cuja finalidade seja, exclusivamente, o incremento e/ou melhoria de plantéis daqueles animais
mencionados no caput deste artigo, estão também enquadrados na modalidade de seguro pecuário.

§ 2o No seguro de que trata o caput deste artigo, a sociedade seguradora poderá, também, oferecer
outras coberturas que garantam riscos passíveis de causar prejuízos pecuniários ao segurado.

Art. 3o O seguro de animais tem por objetivo garantir o pagamento de indenização, em caso de morte
de animais classificados como de elite ou domésticos e não está enquadrado como seguro rural.

§ 1o Entende-se como animais de elite os destinados ao lazer ou à participação em torneios/provas


esportivas, bem como aqueles utilizados, exclusivamente, na coleta de sêmen e transferência de embriões
para fins distintos do disposto no § 1o do artigo 2o desta Circular.

§ 2o Entende-se como animais domésticos aqueles adaptados ao convívio familiar e destinados,


exclusivamente, à companhia de pessoas ou guarda residencial.

§ 3o No seguro de que trata o caput deste artigo, a sociedade seguradora poderá, também, oferecer
outras coberturas que garantam riscos passíveis de causar prejuízos pecuniários ao segurado.

Art. 4o A sociedade seguradora poderá oferecer, também, coberturas que garantam o reembolso de
despesas incorridas com veterinários, exames e/ou internações, cabendo ao segurado a livre escolha
do prestador de serviços.

Art. 5o A sociedade seguradora que opere ou pretenda operar com os seguros de que trata esta Circular
deverá apresentar a SUSEP as respectivas notas técnicas atuariais e condições contratuais, conforme
regulamentação em vigor.

ANEXO 7 115
§ 1o Os planos de seguro pecuário e de seguro de animais deverão ser encaminhados em processos
distintos.

§ 2o Caso haja interesse da sociedade seguradora na obtenção da garantia do Fundo de Estabilidade do


Seguro Rural – FESR, para o seguro pecuário, o respectivo plano deverá ser aprovado, em cada exercício
daquele Fundo, conforme estabelecido em regulamentação específica.

Art. 6o Esta Circular entra em vigor na data de sua publicação, ficando revogada a Circular SUSEP 194,
de 8 de julho de 2002.

RENÊ GARCIA JR.


Superintendente

116 SEGURO RURAL


Anexo 8
DECRETO 5.782,
DE 23 DE MAIO DE 2006

Aprova os percentuais e valores máximos da


subvenção ao prêmio do seguro rural para o
exercício de 2006.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso IV, da Constituição,
e tendo em vista o disposto no inciso IV do art. 3o da Lei 10.823, de 19 de dezembro de 2003,

DECRETA:

Art. 1o Ficam aprovados os percentuais de subvenção econômica ao prêmio do seguro rural para o
exercício de 2006, de que tratam os arts. 3o, inciso IV, da Lei 10.823, de 19 de dezembro de 2003, e 7o,
incisos II e III, do Decreto 5.121, de 29 de junho de 2004, na forma do Anexo a este Decreto.

Art. 2o Fica estabelecido, para o seguro rural na modalidade agrícola, o valor máximo de R$ 32.000,00
(trinta e dois mil reais) de subvenção ao prêmio, por beneficiário, pessoa física ou jurídica, por ano civil,
para cada um dos grupos de culturas previstos nos incisos a seguir indicados:

I – aveia, canola, cevada, centeio, milho segunda safra, sorgo, trigo e triticale;
II – abacaxi, alface, algodão, alho, amendoim, arroz, batata, berinjela, beterraba, cana-de-açúcar,
cebola, cenoura, couve-flor, feijão, girassol, milho, morango, pepino, pimentão, repolho, soja, tomate e
vagem; e
III – ameixa, café, caqui, figo, goiaba, kiwi, laranja, limão e demais cítricos, maçã, nectarina, pêra,
pêssego e uva.

Parágrafo único. O produtor rural poderá receber subvenção para mais de uma cultura dentro do mesmo
grupo, desde que o somatório do benefício não ultrapasse o limite de R$ 32.000,00 (trinta e dois mil
reais).

Art. 3o Fica igualmente estabelecido, para o seguro rural nas modalidades pecuário, de florestas
e aquícola, o valor máximo de R$ 32.000,00 (trinta e dois mil reais) de subvenção ao prêmio, por
beneficiário, pessoa física ou jurídica, por ano civil, para cada uma dessas modalidades.

Art. 4o Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 5o Fica revogado o Decreto 5.514, de 17 de agosto de 2005.

Brasília, 23 de maio de 2006; 185o da Independência e 118o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA


Roberto Rodrigues

Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 24.5.2006.

ANEXO 8 117
ANEXO
PERCENTAGENS DE SUBVENÇÃO AO PRÊMIO PARA A SAFRA 2013/2014
Modalidade
Cultura Subvenção
de Seguro

Todas as culturas 40%

Agrícola • O produtor for PRONAMP; e/ou


• Cultura orgânica; e/ou 60%
• Cultura e o município estiverem na lista de
prioridades do MAPA.

Pecuário 30%

Florestal 30%

Aquícola 30%

118 SEGURO RURAL


Anexo 9
LEI COMPLEMENTAR 137,
DE 26 DE AGOSTO DE 2010

Autoriza a participação da União em fundo destinado


à cobertura suplementar dos riscos do seguro rural;
altera dispositivos da Lei 10.823, de 19 de dezembro
de 2003, da Lei Complementar 126, de 15 de janeiro
de 2007, do Decreto-Lei 73, de 21 de novembro de
Mensagem de veto 1966, do Decreto-Lei 261, de 28 de fevereiro de
1967, e da Lei 4.594, de 29 de dezembro de 1964;
revoga dispositivos da Lei 8.171, de 17 de janeiro de
1991, da Lei 10.823, de 19 de dezembro de 2003, e
do Decreto-Lei 73, de 21 de novembro de 1966; e
dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte
Lei Complementar:

Art. 1o É a União autorizada a participar, na condição de cotista, de fundo que tenha por único objetivo
a cobertura suplementar dos riscos do seguro rural nas modalidades agrícola, pecuária, aquícola e
florestal, que passa, nesta Lei Complementar, a ser denominado, simplesmente, Fundo.

§ 1o A integralização de cotas pela União será autorizada por decreto e poderá ser realizada a critério
do Ministro de Estado da Fazenda:
I – em moeda corrente, até o limite definido na lei orçamentária;
II – em títulos públicos, até o limite de R$ 4.000.000.000,00 (quatro bilhões de reais), a ser integralizados
nas seguintes condições:
a) até R$ 2.000.000.000,00 (dois bilhões de reais) por ocasião da adesão da União ao Fundo; e
b) (VETADO)

§ 2o A representação da União na assembleia de cotistas observará os termos do inciso V do art. 10 do


Decreto-Lei 147, de 3 de fevereiro de 1967.

§ 3o O Fundo não contará com garantia ou aval do poder público e responderá por suas obrigações
até o limite dos bens e direitos integrantes de seu patrimônio.

§ 4o O disposto no § 3o não obstará a União de adquirir novas cotas do Fundo, seja para recompor
patrimônio eventualmente consumido no cumprimento de obrigações próprias do Fundo, seja para
atender metas da política de expansão do seguro rural ou outros objetivos à discrição do Poder
Executivo.

Art. 2o O Fundo poderá ser instituído, administrado, gerido e representado judicial e extrajudicialmente:
I – por pessoa jurídica criada para esse fim específico, da qual podem participar, na condição de cotistas,
sociedades seguradoras, sociedades resseguradoras, empresas agroindustriais e cooperativas; ou
II – (VETADO)

§ 1o O Fundo terá natureza privada e patrimônio próprio separado do patrimônio dos cotistas e da
instituição administradora.

ANEXO 9 119
§ 2o O patrimônio do Fundo será formado:
I – pela integralização de cotas;
II – pelos valores pagos pelas seguradoras e resseguradoras, para aquisição de cobertura suplementar
junto ao Fundo;
III – pelo resultado das aplicações financeiras dos seus recursos;
IV – por outras fontes definidas no estatuto do Fundo.

Art. 3o A participação da União no Fundo é condicionada a que seu estatuto obedeça às disposições
desta Lei Complementar.

§ 1o O estatuto do Fundo deverá dispor sobre:


I – a composição e as competências do Conselho Diretor do Fundo, assegurando-se a participação de
pelo menos 1 (um) representante das sociedades seguradoras, 1 (um) representante das sociedades
resseguradoras, 1 (um) representante das cooperativas e 1 (um) representante das empresas agroindustriais
cotistas do Fundo, desde que seja atendido o que determina o § 8o deste artigo;
II – as atribuições da assembleia de cotistas;
III – as modalidades de cobertura suplementar operadas pelo Fundo, podendo diferenciá-las segundo
o risco das operações ou outros critérios previstos no estatuto;
IV – os limites de cobertura de risco transferíveis ao Fundo pelas sociedades seguradoras ou resseguradoras;
V – a remuneração da instituição administradora.

§ 2o Os votos da União, sociedades seguradoras, sociedades resseguradoras e empresas agroindustriais


na assembleia de cotistas serão distribuídos na proporção do número de cotas de cada um.

§ 3o Alterações no estatuto do Fundo serão decididas pela assembleia de cotistas.

§ 4o O Fundo não poderá pagar rendimentos a cotistas.

§ 5o Os cotistas do Fundo poderão, conforme dispuser o estatuto:


I – solicitar o resgate de suas cotas, desde que haja recursos não comprometidos com coberturas
contratadas pelo Fundo;
II – transferir a propriedade de suas cotas.

§ 6o A sociedade seguradora ou resseguradora que optar por operar com o Fundo deverá, nos termos
e condições previstos no estatuto do Fundo:
I – subscrever cotas do Fundo;
II – contratar cobertura suplementar ofertada pelo Fundo para a totalidade da carteira de risco retido
nas modalidades de seguro rural de que trata o art. 1o.

§ 7o Da mesma forma que as sociedades seguradoras e resseguradoras, as empresas agroindustriais e


as cooperativas que optarem por participar do Fundo deverão subscrever cotas, nos termos e condições
previstos no estatuto do Fundo.

§ 8o O estatuto do Fundo definirá o número mínimo de cotas que devem ser subscritas e integralizadas
pelas sociedades seguradoras, sociedades resseguradoras ou empresas agroindustriais e cooperativas
para assegurar representação no Conselho Diretor do Fundo.

§ 9o A obrigatoriedade de contratação de cobertura suplementar para a totalidade da carteira de


que trata o inciso II do § 6o levará em consideração as operações de todo o grupo econômico a que
pertencer a sociedade seguradora ou resseguradora, podendo o estatuto do Fundo definir parâmetros
ou exceções para aplicação dessa regra.

Art. 4o O Fundo terá direitos e obrigações próprias, pelas quais responderá exclusivamente com
seu patrimônio, eximindo-se a instituição administradora do Fundo, a União e os demais cotistas de
obrigações que são próprias do Fundo.

Art. 5o Aplicam-se aos membros do Conselho Diretor do Fundo e aos gestores da instituição
administradora do Fundo os deveres e responsabilidades de que tratam os arts. 153 a 159 da Lei 6.404,
de 15 de dezembro de 1976.

120 SEGURO RURAL


Art. 6o Os rendimentos auferidos pela carteira do Fundo não se sujeitam à incidência de imposto de
renda na fonte ou do Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou relativas a Títulos
ou Valores Mobiliários (IOF), devendo integrar a base de cálculo dos impostos e contribuições devidos
pelo cotista, na forma da legislação vigente, quando houver o resgate de cotas, total ou parcial, ou por
ocasião da dissolução do Fundo.

Art. 7o As receitas do Fundo não estarão sujeitas à Contribuição para o Financiamento da Seguridade
Social (Cofins) e à Contribuição para o PIS/Pasep.

§ 1o O disposto no caput deste artigo não se aplica às receitas de administração ou gerência auferidas
pela instituição de que trata o art. 2o desta Lei Complementar.

§ 2o As receitas de administração ou gerência do Fundo permanecem sujeitas às normas da legislação


da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins vigentes anteriormente às Leis 10.637, de 30 de dezembro
de 2002, e 10.823, de 19 de dezembro de 2003, observado o disposto no § 3o.

§ 3o As receitas de administração ou gerência de que trata o § 2o são sujeitas às alíquotas referidas no


art. 1o da Medida Provisória 2.158-35, de 24 de agosto de 2001, e no art. 18 da Lei 10.684, de 30 de
maio de 2003.

Art. 8o O valor das cotas do Fundo adquiridas por seguradoras, resseguradoras e empresas agroindustriais
poderá ser deduzido:
I – do lucro real, para efeito de imposto de renda; e
II – da base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).

Art. 9o A dissolução do Fundo será condicionada à inexistência de riscos por ele cobertos.
Parágrafo único. Dissolvido o Fundo, seu patrimônio será distribuído entre os cotistas, na proporção
de suas cotas, com base na situação patrimonial à data da dissolução.

Art. 10. O órgão regulador de seguros poderá dispor sobre:


I – diretrizes para operações de seguro, cosseguro, resseguro e retrocessão amparadas pelo Fundo,
podendo estabelecer cláusulas de instrumentos contratuais;
II – os limites de cobertura de risco transferíveis ao Fundo pelas seguradoras e resseguradoras de que
trata o inciso IV do § 1o do art. 3o;
III – limites de retenção de risco do Fundo;
IV – operações que impliquem transferência de risco do Fundo, inclusive as de resseguro ou retrocessão.

Art. 11. A instituição administradora do Fundo deverá submeter, para aprovação dos sócios cotistas, o
plano de operações e o orçamento anual do Fundo, nos termos e prazos definidos pelo órgão regulador
de seguros.
Parágrafo único. O plano de operações e o orçamento anual deverão ser compatíveis com o equilíbrio
atuarial de longo prazo do Fundo.

Art. 12. Caberá ao Conselho Monetário Nacional (CMN) definir as diretrizes para aplicação dos recursos
do Fundo.

Art. 13. A instituição administradora do Fundo, o Fundo e suas operações estão sujeitos à fiscalização
do órgão fiscalizador de seguros, observadas as peculiaridades técnicas, contratuais, operacionais e de
risco da atividade e as disposições do órgão regulador de seguros.

§ 1o A instituição administradora do Fundo e o Fundo estão sujeitos às penalidades previstas no


Decreto-Lei 73, de 21 de novembro de 1966, aplicadas pelo órgão fiscalizador de seguros, conforme
normas do órgão regulador de seguros.

§ 2o O órgão fiscalizador de seguros definirá as informações a serem prestadas pela instituição


administradora do Fundo, bem como aquelas que deverão ser fornecidas pelas seguradoras e
resseguradoras cotistas do Fundo, em função das coberturas suplementares adquiridas.

Art. 14. (VETADO)

ANEXO 9 121
Art. 15. A Lei 10.823, de 2003, passa a vigorar com as seguintes alterações:

“Art. 1o ..................................................................................
.......................................................................................................
§ 4o (VETADO)” (NR)

“Art. 3o .........................................................................
.............................................................................................
IV – (revogado);
.............................................................................................
VI – (VETADO)”
Parágrafo único. (Revogado)” (NR)

“Art. 5o ........................................................................
I – (revogado);
II – (revogado);
III – aprovar e divulgar:
a) os percentuais sobre o prêmio do seguro rural e os valores máximos da subvenção econômica,
considerando a diferenciação prevista no art. 2o desta Lei;
b) as condições operacionais específicas;
c) as culturas vegetais e espécies animais objeto do benefício previsto nesta Lei;
d) as regiões a serem amparadas pelo benefício previsto nesta Lei;
e) as condições técnicas a serem cumpridas pelos beneficiários; e
f) a proposta de Plano Trienal ou seus ajustes anuais, dispondo sobre as diretrizes e condições
para a concessão da subvenção econômica, observadas as disponibilidades orçamentárias e
as diretrizes estabelecidas no Plano Plurianual;
IV – implementar e operacionalizar o benefício previsto nesta Lei;
V – incentivar a criação e a implementação de projetos-piloto pelas sociedades seguradoras,
contemplando novas culturas vegetais ou espécies animais e tipos de cobertura, com vistas a
apoiar o desenvolvimento da agropecuária; e
VI – estabelecer diretrizes e coordenar a elaboração de metodologias e a divulgação de estudos
e dados estatísticos, entre outras informações, que auxiliem o desenvolvimento do seguro rural
como instrumento de política agrícola.
Parágrafo único. O Comitê Gestor Interministerial do Seguro Rural poderá fixar limites financeiros
da subvenção, por beneficiário e unidade de área.” (NR)

Art. 16. Os arts. 4o, 6o, 9o e 25 da Lei Complementar 126, de 15 de janeiro de 2007, passam a vigorar
com a seguinte redação:

“Art. 4o .........................................................................
.............................................................................................
§ 1o É vedado o cadastro a que se refere o inciso III do caput deste artigo de empresas estrangeiras
sediadas em paraísos fiscais, assim considerados países ou dependências que não tributam a renda
ou que a tributam a alíquota inferior a 20% (vinte por cento) ou, ainda, cuja legislação interna
oponha sigilo relativo à composição societária de pessoas jurídicas ou à sua titularidade.

§ 2o Equipara-se ao ressegurador local, para fins de contratação de operações de resseguro e


de retrocessão, o fundo que tenha por único objetivo a cobertura suplementar dos riscos do
seguro rural nas modalidades agrícola, pecuária, aquícola e florestal, observadas as disposições
de lei própria.” (NR)

“Art. 6o ..........................………….................................
.............................................................................................
IV – designar procurador, domiciliado no Brasil, com poderes especiais para receber citações,
intimações, notificações e outras comunicações; e
...................................................................................” (NR)

122 SEGURO RURAL


“Art. 9o .........................................……………..............
.............................................................................................
§ 3o É o fundo que tenha por único objetivo a cobertura suplementar dos riscos do seguro
rural nas modalidades agrícola, pecuária, aquícola e florestal autorizado a contratar resseguro,
retrocessão e outras formas de transferência de risco, inclusive com pessoas não abrangidas pelos
incisos I e II do caput deste artigo.

§ 4o É o órgão regulador de seguros autorizado a dispor sobre transferências de riscos, em


operações de resseguro e de retrocessão, com pessoas não abrangidas pelos incisos I e II do caput
deste artigo, quando ficar comprovada a insuficiência de oferta de capacidade por resseguradores
locais, admitidos e eventuais.” (NR)

“Art. 25. ......................................................................


§ 1o O órgão fiscalizador de seguros, o Banco Central do Brasil e a Comissão de Valores Mobiliários
(CVM) manterão permanente intercâmbio de informações acerca dos resultados das inspeções
que realizarem, dos inquéritos que instaurarem e das penalidades que aplicarem, sempre que as
informações forem necessárias ao desempenho de suas atividades.

§ 2o O órgão fiscalizador de seguros poderá firmar convênios:


I – com o Banco Central do Brasil, a CVM e outros órgãos fiscalizadores, objetivando a realização
de fiscalizações conjuntas, observadas as respectivas competências;
II – com outros órgãos supervisores, reguladores, autorreguladores ou entidades fiscalizadoras
de outros países, objetivando:
a) a fiscalização de escritórios de representação, filiais e subsidiárias de seguradoras e
resseguradores estrangeiros, em funcionamento no Brasil, e de filiais e subsidiárias, no exterior,
de seguradoras e resseguradores brasileiros, bem como a fiscalização de remessas ou ingressos
de valores do exterior originários de operação de seguro, resseguro e retrocessão;
b) a cooperação mútua e o intercâmbio de informações para a investigação de atividades
ou operações que impliquem aplicação, negociação, ocultação ou transferência de ativos
financeiros e de valores mobiliários relacionados com a prática de condutas ilícitas ou que,
sob qualquer outra forma, tenham relação com possível ilicitude.

§ 3o O intercâmbio de informações entre os órgãos e entidades mencionados nos incisos I e II


do § 2o deste artigo não caracteriza violação de sigilo, devendo os referidos órgãos e entidades
resguardar a segurança das informações a que vierem a ter acesso.” (NR)

Art. 17. O art. 108 do Decreto-Lei 73, de 1966, passa a vigorar com a seguinte redação:

“Art. 108. A infração às normas referentes às atividades de seguro, cosseguro, resseguro,


retrocessão e capitalização sujeita, na forma definida pelo órgão regulador de seguros, a pessoa
natural ou jurídica responsável às seguintes penalidades administrativas, aplicadas pelo órgão
fiscalizador de seguros:
...................................................................................” (NR)

Art. 18. A partir da vigência do Fundo de que trata o art. 1o desta Lei Complementar, extinguir-se-á,
na forma e no prazo definidos em regulamento, o Fundo de Estabilidade do Seguro Rural (FESR), de
que tratam os arts. 16 e 17 do Decreto-Lei 73, de 1966.

§ 1o É o IRB-Brasil Re encarregado da gestão do FESR até a completa liquidação de suas obrigações,


observadas as regras estabelecidas pelo Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP).

§ 2o Findo o processo de liquidação de que trata o § 1o deste artigo, o eventual superavit financeiro
será incorporado à conta única do Tesouro Nacional.

Art. 19. Os arts. 32 e 36 do Decreto-Lei no 73, de 1966, passam a vigorar com a seguinte redação:

“Art. 32. .......................................................................


.............................................................................................
XVII – fixar as condições de constituição e extinção de entidades autorreguladoras do mercado
de correta gem, sua forma jurídica, seus órgãos de administração e a forma de preenchimento
de cargos administrativos;

ANEXO 9 123
XVIII – regular o exercício do poder disciplinar das entidades autorreguladoras do mercado de
corretagem sobre seus membros, inclusive do poder de impor penalidades e de excluir membros;
XIX – disciplinar a administração das entidades autorreguladoras do mercado de corretagem e
a fixação de emolumentos, comissões e quaisquer outras despesas cobradas por tais entidades,
quando for o caso.” (NR)

“Art. 36. .......................................................................


.............................................................................................
k) fiscalizar as operações das entidades autorreguladoras do mercado de corretagem,
inclusive o exato cumprimento deste Decreto-Lei, de outras leis pertinentes, de disposições
regulamentares em geral e de resoluções do Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP),
e aplicar as penalidades cabíveis; e
l) celebrar convênios para a execução dos serviços de sua competência em qualquer parte do
território nacional, observadas as normas da legislação em vigor.” (NR)

Art. 20. O Decreto-Lei 73, de 1966, passa a vigorar acrescido do seguinte art. 127-A:

“Art. 127-A. As entidades autorreguladoras do mercado de corretagem terão autonomia


administrativa, financeira e patrimonial, operando sob a supervisão da Superintendência de Seguros
Privados (Susep), aplicando-se a elas, inclusive, o disposto no art. 108 deste Decreto-Lei.
Parágrafo único. Incumbe às entidades autorreguladoras do mercado de corretagem, na condição
de órgãos auxiliares da Susep, fiscalizar os respectivos membros e as operações de corretagem
que estes realizarem.”

Art. 21. O art. 3o do Decreto-Lei 261, de 28 de fevereiro de 1967, passa a vigorar com a seguinte
redação:

“Art. 3o .......................................................................
.............................................................................................
§ 1o Compete privativamente ao Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) fixar as diretrizes
e normas da política de capitalização e regulamentar as operações das sociedades do ramo,
relativamente às quais exercerá atribuições idênticas às estabelecidas para as sociedades de
seguros, nos termos dos incisos I a VI, X a XII e XVII a XIX do art. 32 do Decreto-Lei 73, de 21
de novembro de 1966.

§ 2o A Susep é o órgão executor da política de capitalização traçada pelo CNSP, cabendo-lhe fiscalizar
a constituição, organização, funcionamento e operações das sociedades do ramo, relativamente
às quais exercerá atribuições idênticas às estabelecidas para as sociedades de seguros, nos termos
das alíneas a, b, c, g, h, i, k e l do art. 36 do Decreto-Lei 73, de 1966.” (NR)

Art. 22. Revogam-se:


I – os incisos IV e V do art. 82 da Lei 8.171, de 17 de janeiro de 1991;
II – o inciso IV e o parágrafo único do art. 3o e os incisos I e II do art. 5o da Lei 10.823, de 19 de dezembro
de 2003;
III – o art. 19 do Decreto-Lei 73, de 21 de novembro de 1966, a partir de 1o de julho do ano seguinte
ao do início de operação do Fundo;
IV – a partir da data da extinção do Fundo de Estabilidade do Seguro Rural, os arts. 16 e 17 do Decreto-Lei
73, de 21 de novembro de 1966;
V – a alínea a do art. 5o da Lei 4.594, de 29 de dezembro de 1964.

Art. 23. Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 26 de agosto de 2010; 189o da Independência e 122o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA


Guido Mantega
Wagner Gonçalves Rossi
Paulo Bernardo Silva

Este texto não substitui o publicado no DOU de 27.8.2010 e retificado no DOU de 27.8.2010

124 SEGURO RURAL


Gabarito
Fixando Conceitos

Unidade 1 Unidade 2
1–E 1–A
2–D 2–C
3–B 3–E
4–A 4–E
5–D 5–B

Unidade 3 Unidade 4
1–D 1–A 7–C
2–A 2–C 8–A
3–C 3–B 9–B
4–D 10 – B
5–A 11 – A
6–B 12 – B

Unidade 5
1–C
2–D
3–E
4–C
5–A
6–E

GABARITO 125
Testando Conhecimentos

1–D 6–A 11 – C 16 – D
2–C 7–A 12 – C 17 – A
3–A 8–D 13 – A 18 – E
4–E 9–E 14 – E
5–B 10 – B 15 – B

Estudos de Caso
Caso 1
LINHA DA RESPOSTA:
a) O aluno deve relacionar a quebra de safra com o êxodo rural, o aumento
dos custos dos produtos derivados da soja e os reflexos da quebra de safra
junto às empresas fornecedoras de insumos e implementos agrícolas aos
produtores.
b) O aluno deve identificar, dentre os tipos de seguro disponibilizados
no mercado (Multirriscos/Granizo e Rendimento/Índice/Produção/
Custeio), qual o que melhor se adapta às necessidades do produtor rural.
É importante afirmar que não existe resposta certa nem errada, devendo
apenas a justificativa do aluno estar bem embasada.

Caso 2
LINHA DA RESPOSTA: O aluno deve comparar as características do Fundo
de Catástrofe apresentado acima com o FESR apresentado no manual.
Em linhas gerais, a resposta deve conter elementos relativos ao financiamento
das seguradoras em caso de perdas catastróficas, dificuldade de aceitação de
riscos rurais, entre outras.

126 SEGURO RURAL


Referência Bibliográfica
CUNHA, Aércio S. Um seguro agrícola “eficiente”. Brasília: Universidade de Brasília, 2002. Texto para
Discussão no 255.

ESCOLA NACIONAL DE SEGUROS. Diretoria de Ensino Técnico. Seguro rural. Assessoria técnica de
Bruno Kelly. 10. ed. Rio de Janeiro: Funenseg, 2013. 128 p.

ESCOLA NACIONAL DE SEGUROS. Diretoria de Ensino Técnico. Seguro rural. Assessoria técnica de
Bruno Kelly. 11. ed. Rio de Janeiro: Funenseg, 2014. 128 p.

ESCOLA NACIONAL DE SEGUROS. Diretoria de Ensino Técnico. Seguro rural. Assessoria técnica de
Bruno Kelly. 11. ed. 1a reimpressão Rio de Janeiro: Funenseg, 2015. 128 p.

FENASEG. Apostila de treinamento de seguro rural. Rio de Janeiro: FENASEG, [20--].

LOURENÇO, Joaquim Carlos. A evolução do agronegócio brasileiro no cenário atual [s.l.: s.n., s.d.].

PORTUGAL, Alberto Duque. A visão da pesquisa. Jornal O Globo, Rio de Janeiro, 7 de agosto de 2002.

REVISTA FAE BUSINESS. Número 3, set. 2002.

SCOLARI, Dante. Os desafios do agronegócio. www.portaldoagronegocio.com.br.

TÁVORA, Fernando Lagares. Seguro rural: nova lei, velhos problemas [s.l.: s.n.], 2004.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 127

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