H -
ISBN as-2bs-D3sa-a
788526 503588
n o começo do século - em 1905 -
nasce em Maceió uma menina - Nise -
que anos depois iria estudar Medi
cina na Bahia, onde se formou em
1926.
Em Salvador, fazendo sua tese de
fim de curso, investigou a vida em um
presídio de mulheres, e teve então o
primeiro contato com doentes men
tais.
Nascia ali a Dra. Nise da Silveira,
que revolucionaria o tratamento de
doenças mentais, criando em 1946 a
seção de terapêutica ocupacional no
Centro Psiquiátrico Pedro II, no Rio
de Janeiro, o museu de Imagens do
Inconsciente em 1952, e mais tarde,
em 1956, a Casa das Palmeiras. Seu
trabalho inspirou a criação de mu
seus, centros culturais e instituições
psiquiátricas no Brasil e no exterior.
Foi responsável pela introdução da
psicologia junguiana no Brasil.
Sempre rebelde e revolucionária,
suas posições levaram-na a ser presa
no dia 26 de outubro de 1936, no
presídio da rua Frei Caneca, onde
esteve ao lado de figuras como Olga
Benário, Maria Werneck e Graciliano
Ramos, que relata o primeiro encon
tro entre os dois no livro Memórias
do Cárcere:
No patamar, abaixo de meu obser
vatório, uma cortina de lona ocultava
a Praça Vermelha.
1995
LIVRARIA FRANCISCO ALVES EDITORA S. A.
Rua Uruguaiana, 94 - 13° andar - Centro
20.050-091 - Rio de Janeiro - RJ
T el: (021) 221-3198 - Fax: (021) 242-3438
Carias a
Spinoza
DA SILVEIRA
n
Francisco Alies
© 1995 Nise da Silveira
Reservados todos os direitos. N enhum a parte desta obra
pode ser reproduzida, transmitida por qualquer processo
eletrônico ou mecânico, fotocopiada ou gravada sem
autorização expressa do editor*
Capa:
A3 / Ana Luisa Escorei
Fotografia:
Paulo Marcos Mendonça Lima
Revisão:
Henrique Tamapolsky, Elisabete Muniz, Marcelo Eufrasia
Editoração:
Parole Informática
ISBN 85-265-0358-8
Impresso no Brasil
Printed in Brazil
A p re se n ta ç ã o 9
In tro d u ç ã o 11
As C a rta s
I 17
II 31
III 45
IV 63
V 75
VI 87
V II 99
A Marco Lucchesi, dilettissimo
APRESENTAÇÃO
Um Bilhete às Cartas
9
INTRODUÇÃO
11
Cartas a Spinoza
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pitai. Graciliano leria Imagens com indisfarçável
emoção, traçando os raios da Caralâmpia, em
cujos céus Carlos acena para a Barca Solar.
Brilho do Princípio-Horus.
As Cartas a Spinoza adequam-se a esse
mundo. Profunda conhecedora do filósofo, ha-
b itu a d a a fre q ü e n tá -lo , com o ele um a
contracorrente, em penhada no estudo dos sig
nos, coloca-se ao lado dos mais eminentes es
tudiosos brasileiros, tais como Farias Brito,
Alcântara Nogueira, Lívio Xavier, Marilena
Chauí, entre outros. Apoiadas em Gebhardt e
Deleuze, servindo-se, porém, de um itinerário
próprio, as Cartas contêm sua marca inconfun
dível, vazada num estilo de confronto e de uto
pia. O livro lundam ental é a Ética e Spinoza é
seu mito. Voz, legenda e destino, como afirma
Montale, cada capítulo é uma conversa incisi
va, amorosa, entretecida com os fios da m e
mória, de Maceió, da Faculdade de Medicina,
da Sala 4, do Engenho de Dentro. É bem Nise
por Nise. Figura e Personagem no arco da
sapientia barthesiana. As Cart,as são o espelho sutil
de sua vida e de sua obra, com aquele vigor
descrito nas Memórias do Cárcere. Spinoza é o
Tu. O Flospital é o topos. A Geometria, um pro
jeto, um conceito de segurança. Clara presen
ça da Totalidade, que Spinoza chama de infi
nito, reportando-se ao discípulo Mayer. Temos
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Cartas a Spinoza
14
De Carlos a Spinoza, ébrios de Deus
(Gottbetrunken), dos cães Baleia e Sertanejo, da
Casa Verde ao Engenho de Dentro, de Maceió
a Rijinsburg, a marca de um tempo aion, do
intervalo superável. As Cartas são o m elhor tes
tem u n h o de um a cultura ética, generosa,
consubstanciada em Nise da Silveira.
Marco Lucchesi
Carta !
M eu caro S pinoza,
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Cartas a Spinoza
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Carta I
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Cartas a Spinoza
Aquele homem
num cantinho de sua cidade
viveu como artesão polidor de lentes,
viveu autenticamente a Verdade!
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Carta I
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Cartas a Spinoza
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Carta I
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Cartas a Spinoza
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Carta I
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Cartas a Spinoza
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Carta I
Nise.
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Carta II
M eu caro S pinoza ,
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Cartas a Spinoza
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Carta I I
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Carta 11
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Cartas a Spinoza
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Carta II
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Carta II
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Carta 1J
N ise.
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Carta
M eu caro S pinoza,
Senosapercebemossomentededoisatribu
tos—pensamentoeextensão—,dentreosinfini
tosatributosinerentesàsubstânciaúnica, nemsei
oque seria de nossoentendimento seformásse
mos ao menos uma vaga noção de mais alguns
outrosatributosdasubstânciaúnica.
As discussões, referentes à substância e
seus dois atributos conhecíveis, já dão pano
para as mangas, comosedizno Nordeste.
Deus infinito, causaimanente detodas as
coisas enãoDeus pessoal, distante criador do
mundo, já era difícil de conceber mesmope
los não ateus.
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Cartas a Spinoza
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Carta III
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Cartas a Spinoza
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Carta III
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Cartas a Spinoza
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Carta 111
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Cartas a Spinoza
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Carta II I
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Cartas a Spinoza
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Carta III
1 O grito é nosso.
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Cartas a Spinoza
1 O.C., 1520.
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Carta III
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Cartas a Spinoza
N ise.
P.S.: Acabo de ler na revista Crônica da
Holanda (n° 105) um resumo de sua filosofia e
também alguns ciados pessoais, de autoria de
Rubem Franca. Entre estes, vem a referência 7
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Carta III
N ise.
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Carta IV
M eu caro S pinoza,
Intrigou-me de inícioquevocêhouvesse
dadootítulodeÉ tic a 1 aoseugrande, perturba
dorlivro. Apalavra“ética”logosugeresermões
insípidos, regrasdecondutaqueninguémquer
ouvir emuitomenos ler. Seulivronada tema
ver comesses fastidiosos assuntos.
Logo você desmancha qualquer mal-en
tendido, esclarecendoque nãovisaaditar re
gras de conduta e sim“pretende objetivar as
ações e os apetites humanos tal como seestu
dasse linhas, planos, corpos, sempre segundo
o método geométrico” (É tic a , prefácio, I I I ) .
Semmodéstianemimodéstia, vocêdizqueaté
1 Elka III, prefácio.
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Carta IV
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Carta IV
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1 “usará das coisas”... Lembro das restrições que fiz a esta opinião
na carta anterior.
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Carta IV
1 Ética, IV.
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N ise.
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Carta V
M eu caro S pinoza,
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Carta V
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Carta V
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Carta V
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- Nise.
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Charta
1 0 t//
Ir#
M eu caro S ptnoza,
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Carta VI
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Carta VI
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Mise.
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CasfiB VH
4*
M eu caro S p in o z a ,
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Carta VII
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