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- Por Cura, Heidegger entende o modo de ser do Dasein. A expressão Cura faz
alusão a antiga fábula de Cura, fabula esta que aqui poderia ser considerada
como sendo a gênese da origem humana. Em sentido ôntico, Cura diz respeito
ao cuidado prático no qual o Dasein permanece imerso para consigo mesmo.
Em sentido ontológico, cura diz respeito a três grandes momentos que
constituem a existência humana. Esses três momentos são: a faticidade, a
existencialidade, e a decadência. Em Ser e Tempo, a faticidade é dita como a
consequência imediata do estado de lançado de nosso ser, a nossa chegada ao
mundo, ao nosso passado que continua em vigor. A existencialidade, por sua
vez, é dita como o nosso próprio modo de ser, isto é, o ser de projeto, o ser que
permanece, enquanto presença mundana, a elaborar as possibilidades de seu
futuro próximo. A decadência, por conseguinte, diz respeito ao modo de ser da
inautenticidade, ao ser que permanece, em seu presente, junto ao mundo. A
cura, portanto, é interpretada por Heidegger a partir desses três existenciais,
existenciais estes que, segundo sua temporalidade própria ganham um sentido
próprio. Eís a definição de Cura: “um anteceder-a-si-mesmo-no-já-ser-em (no
mundo)-como-ser-junto-a (os entes que vêm ao encontro dentro do mundo)”.1