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Escola Secundária/3 António Nobre

Curso Profissional de Técnico


de Apoio à Gestão Desportiva

Processos
Cognitivos,
Emocionais e
Motivacionais

Psicologia – Módulo 3

Catarina Alexandra Matos Neivas

11º GD1

Março 2012/2013
Curso Profissional de Técnico de Apoio à Gestão Desportiva

Processos Cognitivos, Emocionais e Motivacionais

Cármen Rocha
Catarina Alexandra Matos Neivas
11º GD1

Março2012/2013

1
Índice
Introdução ..................................................................................................................................... 5
Fundamentação teórica ................................................................................................................ 6
Inteligência ................................................................................................................................ 6
Origem da inteligência – 3 perspetivas ..................................................................................... 7
Inatismo................................................................................................................................. 7
Ambientalismo ...................................................................................................................... 7
Interacionismo ...................................................................................................................... 7
Tipos de inteligência.................................................................................................................. 7
Prática.................................................................................................................................... 7
Técnica ou Concetual ............................................................................................................ 7
Associal .................................................................................................................................. 7
Fatores da inteligência .............................................................................................................. 8
Hereditariedade .................................................................................................................... 8
Idade ...................................................................................................................................... 8
Meio Sociocultural ................................................................................................................ 8
Expectativas........................................................................................................................... 8
Teorias da Inteligência .................................................................................................................. 9
Jean Piaget .................................................................................................................................... 9
Piaget e a Inteligência ............................................................................................................... 9
Epistemologia Genética............................................................................................................. 9
Os estádios do desenvolvimento cognitivo em Piaget ........................................................... 10
Estádio sensório-motor 0/2 anos ........................................................................................ 10
Estádio pré-operatório 2/7 anos ......................................................................................... 11
Estádio das operações concretas 7/11 anos ....................................................................... 11
Estádio das operações formais 11 anos em diante ............................................................. 12
Mecanismos de adaptação ao meio ....................................................................................... 13
Assimilação .......................................................................................................................... 13
Acomodação........................................................................................................................ 13
Equilíbrio ............................................................................................................................. 13
Desequilíbrio ....................................................................................................................... 13
Charles Spearman ....................................................................................................................... 14
Composição da inteligência ........................................................................................................ 14

2
Fator G ................................................................................................................................. 14
Principais Características da teoria de Spearman ............................................................... 15
Louis Thurstone ........................................................................................................................... 16
A conceção multifatorial ......................................................................................................... 16
Howard Gardner.......................................................................................................................... 18
Inteligência é inata ou adquirida? ........................................................................................... 19
Fatores da inteligência ........................................................................................................ 19
Teoria das Inteligências Múltiplas ........................................................................................... 20
Inteligência Lógico-Matemática .......................................................................................... 21
Inteligência Linguística ........................................................................................................ 21
Inteligência Espacial ............................................................................................................ 21
Inteligência Musical............................................................................................................. 21
Inteligência Corporal - Cinéstica.......................................................................................... 21
Inteligência Interpessoal ..................................................................................................... 22
Inteligência intrapessoal ..................................................................................................... 22
Inteligência Naturalista ....................................................................................................... 22
Inteligência Existencial ........................................................................................................ 22
Robert Sternberg ......................................................................................................................... 23
Teoria Triárquica ..................................................................................................................... 24
Inteligência experiencial ou Inteligência criativa ................................................................ 24
Inteligência componencial ou Inteligência analítica ........................................................... 24
Inteligência contextual ou Inteligência prática ................................................................... 25
Inteligência e mundo interior do indivíduo......................................................................... 25
Inteligência e mundo exterior do indivíduo ........................................................................ 25
Inteligência e experiência.................................................................................................... 25
Testes de Quociente de Inteligência ........................................................................................... 25
Alfred Binet ............................................................................................................................. 25
Medição da inteligência .......................................................................................................... 26
Críticas ao uso dos testes de inteligência ................................................................................... 29
Limites de Aplicação e Validade dos Testes ................................................................................ 29
O quê ....................................................................................................................................... 29
Quem ....................................................................................................................................... 29
A quem .................................................................................................................................... 29

3
Para quê .................................................................................................................................. 29
Joy Paul Guilford ......................................................................................................................... 30
Criatividade ............................................................................................................................. 30
Inteligência e Criatividade ....................................................................................................... 31
Pensamento e a Inteligência ............................................................................................... 31
Convergente ........................................................................................................................ 33
Divergente ........................................................................................................................... 33
Inteligência Emocional ................................................................................................................ 35
Processos emocionais ............................................................................................................. 35
Emoções .............................................................................................................................. 35
Inteligência emocional ........................................................................................................ 35
Inteligência Artificial.................................................................................................................... 38
Filme sobre Inteligência Artificial ........................................................................................ 39
Conclusão .................................................................................................................................... 40
Webgrafia .................................................................................................................................... 41

4
Introdução

Este trabalho foi desenvolvido no curso Técnico de Apoio à Gestão Desportiva no âmbito da

disciplina de Psicologia no desenvolvimento do módulo 3 - Processos Cognitivos, Emocionais e

Motivacionais.

Neste trabalho vou falar sobre processos cognitivos, emocionais e motivacionais, dentro deste

tema vou desenvolver o tópico de Processos de Pensamento - Inteligência. Desenvolvendoas

suas características, as polémicas, os modelos, os vários tipos de inteligências, testes de Q.I

(Quociente de Inteligência), testes para a inteligência emocional, inteligência artificial.

Nas características temos a inteligência como capacidade global de adaptação, dentro deste

tópico terá a sua definição, a sua origem – prespetivas e os seus tipos. Em relação as polémicas,

irei falar sobre testes de inteligência e também sobre algumas críticas, limites de aplicação e

validade aos testes de Q.I. Enquanto nos modelos.

Ao longo do trabalho, irei falar de personalidades que tiveram um papel importante no

desenvolvimento na inteligência, tais como: Alfred Binet, Jean Piaget, Charles Spearman e

Howard Gardner, Robert Sternberg Edward de Bono, entre outros.

Irei falar também, sobre a criatividade, mais propriamente a inteligência e a criatividade,

falando também do pensamento e a inteligência dentro deste o pensamento convergente e

divergente. Depois falarei sobre a inteligência emocional, irei abordar um pouco os processos

emocionais e mostrarei uma pequena parte de um teste de Quociente Emocional (Q.E).

Por último, a inteligência artificial, mais propriamente a inteligência artificial no mundo

contemporâneo, pois é uma coisa que utilizamos muito hoje em dia e que no futuro pode vir a

ser a nossa grande evolução.

5
Fundamentação teórica

Inteligência

Relaciona-se com a nossa capacidade de adaptação ao mundo, utilizando racionalmente o


conhecimento, a experiência, e os recursos que temos disponíveis para resolver eficazmente os
problemas.

A inteligência é um processo cognitivo que engloba várias capacidades, tais como:

Capacidade de adaptação a situações novas;


Capacidade de resolver problemas práticos e abstratos;
Capacidade de raciocinar ou pensar abstratamente;
Capacidade de aprender.

“A inteligência é o único meio que possuímos para dominar os nossos instintos.”

Sigmund Freud

6
Origem da inteligência – 3 perspetivas

Inatismo

Considera que a inteligência é inata, ou seja, nasce connosco, relacionando-se com as


caraterísticas genéticas.

Nasce connosco.

Ambientalismo

A inteligência é essencialmente adquirida, relacionando-se com aquilo que o individuo


adquire e desenvolve no meio social.

Aprende ao longo dos anos.

Interacionismo

Considera que a inteligência resulta da interação entre a genética e o meio social/meio


cultural.

É o que nasce connosco e o que se aprende ao longo dos anos.

Tipos de inteligência

Prática

Capacidade para resolver problemas através da manipulação dos objetos.

Técnica ou Concetual

Envolve o recurso à linguagem e manifesta-se nas capacidades de compreensão e


decisão.

Associal

Manifesta-se na vida em sociedade e na resolução de problemas intersociais

7
Fatores da inteligência

Hereditariedade

É a condição que estabelece os limites dentro dos quais é possível desenvolver a inteligência.

Idade

A inteligência manifesta-se de forma diversa segundo o desenvolvimento e a idade.

Meio Sociocultural

Podem estimular as capacidades do indivíduo: a variedade de experiências que vive, a


escolarização dos pais, a afetividade, entre outros aspetos.

Expectativas

Do próprio ou daqueles que o rodeiam, sejam positivas ou negativas, podem estimular ou


bloquear o desenvolvimento intelectual.

8
Teorias da Inteligência

Jean Piaget

Jean Piaget nasceu a 9 de Agosto de 1896 e faleceu a 16 de Setembro de 1980, foi um psicólogo
e filósofo suíço, conhecido pelo seu trabalho pioneiro no campo da inteligência infantil. Piaget
passou grande parte de sua carreira profissional a interagir com crianças e a analisar o seu
processo de raciocínio. Os seus estudos tiveram um grande impacto sobre os campos da
Psicologia e Pedagogia.

Piaget revolucionou as conceções de inteligência e de desenvolvimento cognitivo.

Piaget e a Inteligência

A inteligência para Piaget é o mecanismo de adaptação do organismo a uma situação nova e,


como tal, implica a construção contínua de novas estruturas.

As teorias de Jean Piaget, explicam como se desenvolve a inteligência nos ser Humano. Estas
têm comprovação em bases científicas. Ou seja, ele não só descreveu o processo de
desenvolvimento da inteligência como também experimentalmente, comprovou suas teses.

Epistemologia Genética

Piaget apaixonou-se pela Epistemologia Genética (epistemo = conhecimento; e logia = estudo)


ou também chamada Teoria do Conhecimento, que é entendida como o estudo dos mecanismos
do aumento dos conhecimentos.

9
Esta teoria epistemológica é caracterizada como interacionista. A inteligência do indivíduo,
como adaptação a situações novas, portanto, está relacionada com a complexidade desta
interação do indivíduo com o meio. Em outras palavras, quanto mais complexa for esta
interação, mais “inteligente” será o indivíduo. Esta adaptação refere-se ao mundo exterior, como
toda adaptação biológica. Desta forma, os indivíduos se desenvolvem intelectualmente a partir
de exercícios e estímulos oferecidos pelo meio que os rodeiam. O que vale também dizer que a
inteligência humana pode ser exercitada, procurando um aperfeiçoamento de potencialidades,
que evoluem.

Piaget reivindica uma epistemologia genética, uma base estabelecida por natureza para o
desenvolvimento da habilidade da criança para pensar. Traçou quatro estádios nesse
desenvolvimento: o estádio sensório-motor, o estádio pré-operatório, o estádio operatório
concreto e o estádio operatório formal.

Os estádios do desenvolvimento cognitivo em Piaget

Estádio sensório-motor 0/2 anos

Estádio da inteligência prática, anterior ao pensamento e a linguagem.

O conhecimento do mundo e a adaptação à realidade efetuam-se através da ação, da exploração


do meio externo, emergindo a capacidade de representação simbólica.

Desaponta e consolida-se o comportamento intencional (a coordenação de meios e fins)

Desenvolve-se o comportamento experimental

Adquire-se progressivamente a noção de permanência do objeto ou de objeto


permanente que assinala o nascimento da linguagem, do pensamento e a ultrapassagem
do egocentrismo sensório-motor.

10
Estádio pré-operatório 2/7 anos

Estádio da inteligência representativa e simbólica, em que se desenvolvem o pensamento e


a linguagem.

Crescente uso de símbolos para representar objetos e acontecimentos. Desenvolve-se o


pensamento representativo, que, contudo, é muito pouco flexível, contraditório e presa das
aparências sensíveis.

Egocentrismo do pensamento

Função simbólica: linguagem, jogo simbólico

Pensamento dominado pela imaginação e pela intuição sensível

o Pensamento mágico ou pré-concetual: animismo, realismo, finalismo e


artificialismo.

o Pensamento intuitivo: incapacidade de compreensão dos aspetos reversíveis da


conservação: grande dificuldade no entendimento da inclusão de classes
confusão entre aparência e realidade.

Para passar de pré-lógico, o pensamento terá de adquirir reversibilidade, isto é, de descentrar-se.

Estádio das operações concretas 7/11 anos

Estádio da inteligência operativa, do pensamento lógico-concreto

As representações mentais dão lugar a esquemas mais complexos, isto é, as operações mentais.
O pensamento adquire características lógicas, liberta-se das aparências, mas não consegue
libertar-se da realidade concreta.

O pensamento lógico: reversibilidade e descentração

o Operações mentais: contar, classificar, seriar, medir

o Aquisição de noção de conservação e dos conceitos de causa, tempo, espaço e


velocidade.

Nesta fase do desenvolvimento cognitivo predomina a lógica indutiva, que se baseia na


observação e na experiência. A compreensão de situações hipotéticas e não simplesmente
factuais, isto é, de algo de que não temos experiência, exigirá outro tipo de procedimento
cognitivo: a lógica dedutiva.

11
Estádio das operações formais 11 anos em diante

Estádio da inteligência abstrata, do pensamento capaz de operações lógico-formais

A característica distintiva desse estádio é a emancipação do pensamento lógico a respeito do que


é ou foi objeto de experiência. O pensamento exerce-se logicamente sobre ideias, possibilidades
e situações hipotéticas: já não se pensa somente em cisas reais ou sobre ocorrências factuais.

Transposição do real para o possível: a reflexão lógica antecipa as eventuais


consequências de uma ação e especula sobre cenários hipotéticos ou possíveis

Capacidade de pensar de forma hipotético-dedutiva: pensamento formal, lógico-


dedutivo

Resolução sistemática e metódica de problemas

A capacidade de considerar hipóteses ou premissas hipotéticas delas derivando resultados ou


conclusões logicamente válidas é a base da construção da personalidade moral, social ativa,
critica e interveniente.

A importância de definir os estádios de desenvolvimento da inteligência está no facto de que,


em cada um, o indivíduo adquire novos conhecimentos ou estratégias de sobrevivência, de
compreensão e interpretação da realidade.

A compreensão deste método pode ser muito útil para que os professores possam também
compreender com quem estão trabalhar.

A obra de Jean Piaget não oferece aos educadores uma metodologia exata como desenvolver a
inteligência dos alunos ou das crianças, mas mostra-nos cada fase, o seu desenvolvimento,
características e as possibilidades de crescimento da maturação ou de aquisições. O
conhecimento destas possibilidades faz com que os professores possam oferecer estímulos
adequados a um maior desenvolvimento do indivíduo.

12
Mecanismos de adaptação ao meio

A adaptação envolve a construção de esquemas através da interação com o meio, sendo possível
devido a duas atividades complementares: a assimilação e a acomodação.

Os esquemas são padrões de comportamento e de pensamento que organizam a nossa interação


com o meio. São padrões de ação e estruturas mentais que organizando a nossa experiência,
estão envolvidos na aquisição de conhecimentos.

Os esquemas mudam constantemente ou consolidando-se ou transformando-se noutros mais


complexos, adaptando o sujeito à sua crescente e cada vez mais diversificada interação com o
meio.

Assimilação
A assimilação é o mecanismo que integra ou incorpora novas informações e experiências em
esquemas já existentes.

Acomodação
A acomodação é o mecanismo de ajustamento dos esquemas existentes (ou de novos) quando as
novas informações e experiências não podem ser assimiladas.

Equilíbrio
Consiste em procurar o equilíbrio entre a assimilação e acomodação.

Desequilíbrio
O desequilíbrio acontece quando surge o chamado conflito cognitivo, ou seja, ocorre quando se
espera que uma situação aconteça de uma determinada maneira, e esta não acontece.

Situação explicativa de aplicação dos mecanismos de adaptação ao meio.

Assimilação O bebé utiliza o esquema inato da sucção para retira o leite do seio materno.

Equilíbrio O bebé está adaptado ao meio.

Nova
O bebé encontra um pequeno copo com leite pela primeira vez
situação

Desequilíbrio O esquema da sucção não funciona, não se revela apropriado.

O bebé tem de modificar o esquema da sucção de forma significativa para de


Acomodação
alimentar.

13
Charles Spearman

Psicólogo inglês nascido a 10 de setembro de 1863 e falecido a 17 de setembro de 1945.

Charles Spearman, investiga o processo da perceção visual mas rapidamente dirige o seu
interesse para o estudo da inteligência

Conhecido pelo seu trabalho na área da estatística, como um pioneiro da análise fatorial e pelo
coeficiente de correlação de postos de Spearman.

Aplicando um método estatístico - análise fatorial - aos resultados dos testes, concluiu que as
pessoas que têm uma pontuação elevada num determinado tipo de teste têm, em geral,
pontuação também elevada noutros testes. Conclui assim que existiria uma capacidade de
inteligência geral - fator G - do qual dependeriam os fatores específicos - fatores S.

Teoria que viria a ser criticada nos finais da década de 30 por Thurstone.

Composição da inteligência

Fator G

A inteligência para C. Spearmané uma capacidade global semelhante a todas as pessoas


diferindo o grau de pessoa para pessoa.

O Fator G é uma capacidade unitária presente em todas as nossas capacidades intelectuais.

14
Principais Características da teoria de Spearman

Defende a sua teoria através de uma abordagem psicométrica

Um teste de inteligência deveria ser constituído por vários subtestes (deveriam incidir
em diferentes áreas)

O teste detetaria o desempenho da inteligência em atos que tivessem operações distintas

Estudava os resultados dos testes através da análise fatorial (1)

Através dos vários testes realizados concluiu que as pessoas que obtinham melhores
resultados num subteste, também obtinham noutros.

Spearman verificou que os subtestes tinham em comum o fator G, ou seja, a capacidade geral
inerente às diferentes operações exigidas por todos os subtestes.

Este defendeu a existência de uma capacidade geral, fator G, que estaria na base de todas as
capacidades requeridas nos diferentes testes.

A inteligência é uma capacidade geral (fator G) comum a todas as atividades inteligentes, sobre
a qual se desenvolvem aptidões específicas, os fatores "s".

Assim, concluiu que qualquer atividade inteligente seria a combinação entre:

O fator "g", disponível num mesmo indivíduo no mesmo grau para todos os atos
intelectuais;
Os fatores "s", responsáveis por atividades intelectuais específicas, por exemplo,
atividades visuais, verbais, numéricas, entre outras.

(1)
A Análise Fatorial é uma técnica estatística que permite detetar correlações entre os
resultados de diferentes testes.

15
Louis Thurstone

Psicólogo norte-americano, nascido em 1887 e falecido em 1956.

Desenvolveu as suas investigações sobre a inteligência, demarcando-se das conceções de


Spearman. Recusava a existência de uma inteligência geral considerando antes que existiriam
múltiplas aptidões. Da aplicação de uma bateria de testes de aptidão, cujos resultados são
submetidos à análise fatorial, identifica sete aptidões primárias: aptidões espaciais e visuais,
rapidez percetual, aptidão numérica, compreensão verbal, memória, fluidez verbal e raciocínio.
É a existência deste conjunto de aptidões que explica, segundo Thurstone, que uma pessoa tenha
muito desenvolvida uma aptidão e pouco desenvolvidas outras. Também se destacou no campo
da psicologia social ao construir uma escala de atitudes.

A conceção multifatorial

Thurstone, introduziu novas técnicas e metodologias em termos de análise fatorial. Este não
encontrava fundamento para a existência do fator G de Spearman, o que o incentivou à
realização de testes de aptidão cujos resultados foram submetidos à análise fatorial. A partir dos
resultados verificou que existiam sete aptidões, independente umas das outras, ou seja, defende
que a inteligência é um conjunto de sete capacidades básicas, independentes umas das outras,
identificadas também pelo método da análise fatorial.

As sete aptidões básicas são:

Compreensão Verbal – medida por teste de vocabulário;


Fluência verbal – medida por testes cronometrados cuja capacidade é produzir e
compreender rapidamente a linguagem oral e escrita;
Aptidão numérica - capacidade para lidar com números, fazer cálculos e resolver
operações ariméticas simples;

16
Visualização espacial – medida por testes que exigem a rotação mental de objetos;
Memória – capacidade de reter e recordar informação;
Raciocínio – capacidade para tirar conclusões a partir de informações gerais e tirar
conclusões a partir de exemplos particulares;
Rapidez de perceção – medida por teste que exigem o reconhecimento de diferenças em
figuras, compreendendo, também os pormenores e semelhanças entre estes.

O êxito numa aptidão não significa que seja bem-sucedido nas outras, ou seja, ser bem-sucedido
numa das aptidões não quer dizer que seja nas outras.

Para Thurstone a inteligência é multifatorial, porque é composta por vários fatores e não por
uma inteligência geral. É através desta lógica que se explica porque é uma pessoa tem facilidade
para um fator e fraca capacidade noutro.

Este desvaloriza o Fator G, critica os testes de inteligência destinados a apurar o Q.I.

Em relação ao Q.I, referiu ser necessário que se substituísse a escala de Q.I por um perfil de
capacidades intelectuais que permitissem mostrar os níveis atingidos pelos indivíduos em cada
uma das sete capacidades.

Compreensão verbal (V);

Fluência verbal (W);

Aptidão numérica (N);

Visualização espacial (S);

Memória (M);

Raciocínio (R);

Rapidez de perceção (P).

17
Howard Gardner

Howard Gardner, psicólogo cognitivo e educacional estado-unidense, ligado à Universidade de


Harvard e conhecido em especial pela sua teoria das inteligências múltiplas.

Gardner entrou na Universidade Harvard em 1961 para estudar história e direito, mas acabou
próximo do psicanalista ErikErikson (1902-1994) e redirecionou a carreira acadêmica para os
campos combinados de psicologia e educação.

Na pós-graduação, pesquisou o desenvolvimento dos sistemas simbólicos pela inteligência


humana sob orientação do célebre educador Jerome Bruner.

Gardner integrou-se ao Harvard Project Zero, destinado inicialmente às pesquisas sobre


educação artística. Em 1971, tornou-se co-diretor do projeto, cargo
que mantém até hoje.

Foi lá que desenvolveu as pesquisas sobre as inteligências


múltiplas. Elas vieram a público em seu sétimo livro,
FramesofMind, de 1983, que o lançou da noite para o dia nos
Estados Unidos.

O assunto foi aprofundado em outro campeão de vendas,


Inteligências Múltiplas: Teoria na Prática, publicado em 1993. Nos
escritos sobre educação que se seguiram, enfatizou a importância
de trabalhar a formação ética simultaneamente ao
desenvolvimento das inteligências.

Hoje leciona neurologia na escola de medicina da Universidade de


Boston e é professor de cognição e pedagogia e de psicologia em Harvard. Nos últimos anos,
vem pesquisando e escrevendo sobre criadores e líderes exemplares, tema de livros como
Mentes Extraordinárias.

Em 2005 Howard Gardner é eleito um dos 100 intelectuais mais influentes do mundo pelas
revistas ForeignPolicy e Prospect.

Recentemente, escreveu um livrointitulado “Changing Minds: The Art and Science of Changing
Our Own and Other People's Minds”.

18
Inteligência é inata ou adquirida?

Howard Gardner

“Como maior parte dos investigadores em biologia, rejeita a oposição entre estes dois termos.

Com o efeito, todo o comportamento humano é governado pela genética, mas por outro lado
nada se consegue sem um ambiente favorável, que alisas exerce a sua influência não desde o
nascimento, mas desde a conceção.

Tomemos o exemplo da música. Estou convencido que os genes de Monzart estavam mais
predispostos para a música que os da maior parte das outras pessoas. Mas uma pedagogia hábil
pode permitir a qualquer pessoa tocar um instrumento ao mais alto nível. Quando nos,
americanos, ouvimos pela primeira vez crianças japonesas tocar violino, de uma forma notável
pensámos que eram sobredotadas. Mas me seguida descobrimos o método do mestre japonês
shinichi Suzuki, intitulado “a educação do talento”. Compreendemos, então, que não eram as
crianças que eram genitais, mas o método pedagógico. O sucesso de Suzuki vem do facto de ter
identificado os fatores que permitem desenvolver a competência musical nas crianças. São, por
exemplo, os dedilhados possíveis no violino, os motivos que os jovens podem facilmente
reconhecer e cantar, a tendência a identificar com os colegas mais velhos. Ora, estou
convencido que se pode fazer com as outras inteligências o que Suzuki conseguiu fazer no
domínio musical.”

Fatores da inteligência

Hereditariedade e inteligência
A natureza e o nível das capacidades intelectuais são afetadas pela Hereditariedade.

Meio social e inteligência


O estatuto socioeconómico da família em que a criança é educada também interfere na
determinação do seu quociente intelectual geral.

Assim podemos dizer:

A inteligência é influenciada por ambos os fatores, pelo que não se pode atribuir nem a um nem
a outro a exclusividade na determinação da inteligência.

19
Teoria das Inteligências Múltiplas

O seu livro mais famoso é provavelmente “FramesofMind“, onde ele descreve sete dimensões
da inteligência (inteligência visual/espacial, inteligência musical, inteligência verbal,
inteligência lógica/matemática, inteligência interpessoal, inteligência intrapessoal e inteligência
corporal/cinestética). Desde a publicação, Gardner propôs duas novas dimensões de
inteligência: a inteligência naturalista e a inteligência existencialista.

Essa nova teoria tornou-se conhecida como Teoria das Inteligências Múltiplas.

Tanto Howard Gardner como Thurstone colocam em causa o fator G de Spearman, mas Gardner
defende a existência de inteligências múltiplas independentes umas das outras, enquanto
Thurstone defende que a inteligência é um conjunto de 7 capacidades básicas, independentes
umas das outras.

Gardner apresenta uma teoria segundo a qual não existiria um tipo único de inteligência, mas
inteligências múltiplas, autónomas, independentes. Assim, um mesmo individuo pode ter um
tipo de inteligência muito desenvolvido e outro ou outros tipos de inteligência pouco
desenvolvido.

Gémeos George e Charles, sobredotados em calcúlo númerico e cujo o Q.I se situa, entre 40 e 70.

Um grupo de jovens raros (sobredotados) denominados “Idiotas Sábios” chamaram atenção de


H. Gardner, pois estes nascem com com uma condição que retarda o seu desenvolvimento em
muitos campos intlectuais, mas sem treino especial, manifestam aptidões superiores numa área
como o calcúlo mental. Ou seja, têm uma baixa inteligência no geral, mas uma elevada
comptência numa particular atividade intelectual.

20
Com base em vários casos como este Gardner construiu a sua Teoria das Inteligências
Múltipla.

Para Howard Gardner a inteligência é um conjunto de capacidades que permite um individuo


resolver problemas, criar ou inventar objetos, ideias e outros problemas importantes e influentes
nu determinado contexto cultural.

Diz que existem múltiplas inteligências que dependem pouco umas das outras tais como:

Inteligência Lógico-Matemática
Aptidão para raciocinar, formular e validar hipóteses.

Ex:. Cientistas, Matemáticos.

Albert Einstein

Inteligência Linguística
Aptidão verbal, mas concretamente as subtilezas do significado.

Ex:. Poetas, Escritores.

Fernando Pessoa

Inteligência Espacial
Aptidão para representações espaciais, ou seja, reconhecer e desenhar relações
espaciais.

Ex:. Pintores, Escultores, Arquitetos.

Álvaro Siza Vieira

Inteligência Musical
Aptidão para tocar, cantar algum instrumento.

Ex:. Compositores, Maestros.

Beethoven

Inteligência Corporal - Cinéstica


Aptidão para controlar os movimentos de forma adequada e harmoniosa.

Ex:. Dançarinos, Atletas, Atores.

Michael Jackson

21
Inteligência Interpessoal
Aptidão para compreender e responder adequadamente aos outros.

Ex:. Políticos, Religiosos.

Mahatma Gandhi.

Inteligência intrapessoal
Aptidão para se conhecer a si mesmo.

Ex:. Psicoterapeutas, Conselheiros.

Sigmund Freud

Últimas que Gardner Desenvolveu:

Inteligência Naturalista
Aptidão para trabalhar, reconhecer e distinguir plantas e animais.

Ex:. Biólogos, Geólogos

Charles Darwin.

Inteligência Existencial
Aptidão para colocar questões sobre os grandes problemas da existência.

Ex:. Filósofos, Antropólogos.

Aristóteles

Todos os tipos e inteligências deverão ser valorizados e avaliados não só nos testes como
também na vida prática.

Segundo Gardner, as inteligências são potencialidades que podem ou não ser ativadas.

E crê que todos temos tendências individuais (áreas de que gostamos e em que somos
competentes) e que estas tendências podem ser englobadas numa das inteligências acima
referidas.

22
Robert Sternberg

23
Psicólogo norte-americano, nascido a 8 de Dezembro de 1949.

Investigou a inteligência, inspirando-se no modelo de processamento de informação.


Apresentou, na década de 80, uma teoria triárquica da inteligência em que distingue diferentes
níveis de funcionamento intelectual: as metacomponentes que são os processos de ordem
superior, as componentes de execução que são os processos mentais que executam as estratégias
selecionadas, e as componentes de aquisição de conhecimentos que estão envolvidos na
aquisição de novas aprendizagens.

É muito crítico relativamente aos testes mentais, dado que considera que são instrumentos que
medem apenas alguns aspetos da inteligência.

Teoria Triárquica

Esta é uma teoria da inteligência proposta por Sternberg (referido em cima) e que caracteriza a
inteligência como uma capacidade composta por habilidades analítico-abstratas, práticas e
criativas que nos ajudam a resolver diversos problemas, por exemplo no dia-a-dia.

Para Sternberg, há três maneiras distintas de se ser inteligente:

Inteligência experiencial ou Inteligência criativa


Capacidade para ir além dos dados, planear, criar e inventar ideias novas e originais, que
permitem resolver problemas novos.

Inteligência componencial ou Inteligência analítica


Capacidade para analisar, comparar e avaliar ideias, resolver problemas.

24
Inteligência contextual ou Inteligência prática
Capacidade para transformar a teoria em prática, isto é, capacidade para transformaras
realizações humanas abstrata sem produções práticas.

A teoria triárquica da Inteligência humana procura explicar, numa perspetiva cognitiva


integrada, a relação entre:

Inteligência e mundo interior do indivíduo


Mecanismos mentais subentendidos no comportamento inteligente.

Inteligência e mundo exterior do indivíduo


O emprego dos mecanismos mentais interiores na vida quotidiana no sentido do ajustamento ao
meio.

Inteligência e experiência
O papel mediador da experiência devida entre os mundos interno e externo do indivíduo.

Testes de Quociente de Inteligência

Alfred Binet

25
Psicólogo francês nascido a 8 de julho de 1857 e falecido a 18 de outubro de 1911.

Fez estudos fundamentais na área da Psicologia experimental, convertendo-a num instrumento


essencial para o desenvolvimento da educação. A partir 1905, em colaboração com Theodore
Simon, desenvolveu escalas para medir a inteligência das crianças, introduzindo o conceito de
idade mental. Estas escalas foram a base de todos os testes de inteligência realizados mais tarde.

Binet a trabalhar com crianças.

Medição da inteligência

O teste de Binet-Simon foi o 1º teste em que se media a inteligência, como capacidade geral,
evidenciando com o conjunto de questões que testavam as capacidades com o raciocínio

26
abstrato, classificando a criança em termos de idade mental. Este teste tinha por finalidade
diagnosticar crianças retardadas e crianças normais. Após a primeira Guerra Mundial este teste
foi aplicado nos soldados com a finalidade de diagnosticar a inteligência dos soldados. ". Os
testes psicométricos consideram que existe uma inteligência geral, nos quais os seres humanos
diferem uns dos outros, que é denominada g. Este g pode ser medido através da análise
estatística dos resultados dos testes. É importante acrescentar que tal maneira de encarar a
inteligência ainda hoje está presente no senso comum e mesmo em muitas parcelas do meio
científico.

Ex:. A criança teria a idade mental de 10 anos, se


apresenta-se resultados no teste iguais aos da média.

Mais tarde foi criada uma nova escala Stanford-Binet que consistia no seguinte:

Através da divisão da idade mental da criança pela sua


idade cronológica vezes 1oo, obtinha-se o quociente de
inteligências

Q.I – Quociente de Inteligência

I.M – idade mental

Valor que reflete os pontos que se obteve no teste.

I.C – idade cronológica

Idade do sujeito expressa em anos.

Um teste de inteligência.

Outros testes abarcaram mais capacidades, no entanto as que procuraram calcular o Q.I incidem
essencialmente nas capacidades lógicas e linguísticas, no pensamento abstrato e teórico.

27
Hoje muitos psicólogos colocam em causa a validade destes testes considerando que o seu
alcance é reduzido porque a inteligência envolve outras capacidades nas contempladas nos
testes, assim como fatores.

Ex:. A criatividade, o stresse a ansiedade são


aspetos não considerados nos testes.

QI abaixo de 70 – Debilidade mental,

QI entre 70 – 79 – (próximo) Deficiência;

QI entre 80 – 89 – Idiota;

QI entre 90 a 109 – Inteligência normal ou média;

QI entre 110 a 119 – Inteligência superior;

QI entre 120 a 140 – Inteligência muito superior;

QI acima de 140 – Genialidade ou próximo dela.

New York Times escala de classificação do Q.I.

28
Críticas ao uso dos testes de inteligência

Induzem a pensar que o valor do Q.I é sinónimo de inteligência;


Avaliam apenas aptidões relacionadas com o sucesso escolar;
Não avaliam as capacidades para lidar com problemas práticos da vida social;
Não avaliam capacidades criativas;
Estigmatizam os sujeitos de baixo Q.I;
Prejudicam as pessoas socialmente e culturalmente já desfavorecidas;
Prejudicam os que têm boas capacidades que não as académicas;
Determinam, em larga medida, o futuro escolar e profissional das crianças e dos jovens.

Limites de Aplicação e Validade dos Testes

O quê
Não podem usar-se testes que não apresentam qualidades metrológicas adequadas

Quem
Só podem ser aplicados por profissionais devidamente credenciados

A quem
Não podem ser aplicados a sujeitos que não pertençam à população para que foram construídos
e estandardizados.

Só podem administrar-se a pessoas familiarizadas com a situação de teste e motivadas para a


sua realização.

Para quê
Só podem ser usados para prever rendimento académico.

Não se podem fazer interferências s respeito daquilo que o teste não mede.

29
Joy Paul Guilford

Psicólogo americano nascido a 7 de março de 1897 e falecido a 26 de novembro de 1987.

Joy Paul Guilford é um dos principais expoentes americanos de análise fatorial na avaliação da
personalidade. Lembrado pelos seus estudos psicométricos da inteligência e da criatividade
humana. Guilford foi um dos primeiros defensores da ideia de que a inteligência não é um
conceito unitário. O seu trabalho destacou que a pontuação dos testes de inteligência não podem
ser tomados como um ranking unidimensional. Guilford mostrou que as pessoas mais criativas
podem pontuar mais baixo num teste de QI padrão devido à sua abordagem dos problemas, o
que gera um maior número de soluções possíveis, algumas das quais são originais. Trabalho de
Guilford, assim, permite uma maior valorização da diversidade do pensamento humano e
habilidades, sem atribuir valor diferente para pessoas diferentes.

Criatividade

Competência dos seres humanos para dar origem a qualquer coisa


de inédito, sentida como sua criação.

A imaginação é a representação da realidade ou dos objetos e não


a coisa em si.

A mesma depende da forma de pensar, à afetividade, interesses,


sonho e aos desejos de cada individuo.

30
A imaginação pode ser aplicada de várias formas, como por exemplo:

Resolução de problemas simples do quotidiano


Capacidade de criar (moda, design…)

O caracter pessoal, mostrado na forma como cada um, com a utilização desta capacidade, esta
cria obstáculos ao estudo da mesma. Por isso, muitos psicólogos começaram a investigar, assim,
o resultado visível e objetivável da capacidade. Deste modo, os psicólogos começam a escolher
o termo criatividade.

Inteligência e Criatividade

Capacidade de pensar de modo próprio e inovador e que se traduz e forma imaginativas e


originais de solucionar problemas práticos ou abstratos.

Pensamento e a Inteligência
São dois conceitos que estão relacionados, mas não são sinónimos, uma vez que podemos ser
muito inteligentes e não usar corretamente o pensamento.

O pensamento é a forma de conduzirmos a nossa inteligência, permitindo uma maior eficácia na


resolução de problemas e adaptação ao meio.

Ao falarmos de pensamento referimos a conceitos, juízos e argumentos.

Conceitos, palavras que atribuímos a algo;


Juízos, frases;
Argumentos, discursos que fazemos.

Quando pensamos, pensamos em conceitos.

É através destes que podemos pensar nas decisões, elaborar estratégias que nos permitem
alcançar um objetivo: a resolução de um problema.

31
A capacidade criadora, para além de um potencial genético, é influenciada por fatores
ambientais (ambiente familiar e cultural).

Edward Bono psicólogo, diz que existem vários processos de pensar, mas só alguns são
criativos ou pró-criativos. Para os representar, ele refere-se a seis chapéus.

O Vermelho, baseado na intuição, hipóteses e sentimentos.

O Branco, que parte da informação disponível e necessária.

O Verde, que funciona por alternativas e ideias criativas.

O Preto ou Negro, relacionado com a prudência, antecipando


dificuldades, ricos e fraquezas.

O Azul, representando o espírito de síntese, a organização do


pensamento e focagem da atenção.

O Amarelo que analisa e avalia os benefícios e dificuldades.

32
Guildford usa os termos pensamento divergente e convergente para designar modos mais
criativos das pessoas usarem a inteligência.

Podemos assim, distinguir dois tipos de pensamentos o convergente e o divergente.

Convergente

Forma de pensar caracterizada essencialmente pela obediência a esquemas


intelectuais mais ou menos rígidos e pela dificuldade do indivíduo se libertar da
fixidez inerente a certos hábitos mentais.

Carater lógico-dedutivo.

Predomina o raciocínio hipotético-dedutivo.

Centra-se na produção de única solução, restringindo as possibilidades de


resolução.

É o mais comum e o mais semelhante entre as pessoas, uma vez que é a forma
mais habitual, sem se basear em algo de original.

É um pensamento não criativo.

Ex:. Um trolha só tem uma opção, fazer o que está no projeto.

Divergente

Atividade mental inovadora e original que se afasta dos padrões convergentes


tipificados e se concretiza em mais de uma solução aceitável para um problema.

Privilegia-se a imaginação, a intuição, a liberdade de experimentar várias


soluções.

É o menos comum e o mais original, fluente, flexível e criativo. É capaz de


apresentar soluções originais para resolver os problemas e estabelecer relação,
entre as coisas que aparentemente não estão relacionadas.

Há uma fluidez funcional, pois há mais do que uma solução aceitável para um
problema.

Ex:. Um Engenheiro pode fazer muitos planos para chegar a um projeto final.

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Pensamento convergente é quando existe apenas uma solução para resolver as coisas, é um
pensamento conformista, prudente, rigoroso, mas estreito.

Pensamento divergente é aquele que perante um problema procura todas as soluções possíveis, é
um pensamento que carateriza o espirito de aventura e de fantasia, o pensamento do artista, do
sábio, do pioneiro, do inovador.

A criatividade, uma pessoa criativa, produz ideias e concretiza-as para colocar à disposição da
comunidade científica e cultural.

A criatividade é algo com bom humor, tem de der algo bonito, tem de ter qualquer aspeto, desde
que seja divertido e que desperte uma atenção nas pessoas, é algo criado por uma pessoa de
forma autónoma.

As relações entre criatividade e inteligência são polémicas e não consensuais.

34
Inteligência Emocional

Nos processos emocionais temos a Inteligência emocional, por isso, irei fazer uma breve
introdução aos processos emocionais para ter uma melhor compreensão na inteligência
emocional.

Processos emocionais

Emoções Componentes

Acompanhadas por reações orgânicas.

Intensas; Cognitiva;
Públicas; Fisiológicas;
Curta duração. Social.

Inteligência Emocional(1);

Quociente Emocional(2);

Gestão das emoções.

Emoções

Estados internos que não podem ser observados diretamente e fazem parte da nossa vida
afetiva. São reações que surgem de forma repentina e breve a um estímulo ou situação.
(emoções ligadas ao presente e originam sentimentos)

Quanto as componentes das emoções são três: Cognitiva; Fisiológicas; Social.

Definição de emoção juntamente com as suas componentes.

A emoção é um comportamento de início súbito que envolve todo o nosso organismo


(componente fisiológica), altera o entendimento eu temos do mundo (componente cognitiva) e
nos prepara para a ação comunicando com os outros (componente social).

Inteligência emocional

35
(1)
Capacidade para gerir as emoções.

“É a capacidade da pessoa se motivar a si mesma e persistir; controlar os impulsos e adia a


recompensa; de regular o seu estado de espirito e impedir que o desanimo subjugue a
capacidade de pensar; de sentir empatia e ter esperança” – D. Goleman

Capacidade de:

- Conhecer e controlar as próprias emoções;

- Reconhecer e compreender as emoções dos outros, respondendo de forma adequada;

- Enfrentar e resolver uma situação emocionalmente instável.

O sentido da responsabilidade, capacidade de comunicação e a criatividade são caraterísticas


das pessoas emocionalmente inteligentes.

Ex:. Teste que mede a inteligência emocional.

Sou uma pessoa: Sempre Quase Às vezes Raramente Jamais


sempre
Que persiste X
Que procura colocar-se no lugar do
outro X

Que manifesta as suas emoções de


acordo com a situação X

Que controla as emoções X


Que tem uma visão realista de si
próprio (potencialidades) X

Que supera os sentimentos de


frustração X

Quando tem alguma dificuldade com o


outro, procura conversar X

Que dificilmente perde a paciência e se


a perde logo recupera X

Que consegue expressar as suas


opiniões de forma clara e percebe que é X
ouvida com atenção

Que se sente segura diante dos outros


X

36
(2)
O Q.E (quociente emocional) é uma medida que permite considerar a avaliação das
capacidades da inteligência emocional.

A avaliação tem um carater indicativo.

O desenvolvimento da inteligência emocional permite-nos ter mais sucesso na dimensão


cognitiva da inteligência, na vida pessoal e profissional.

37
Inteligência Artificial

Em 1950, Alan Turing formulou um teste (teste de Turing-


T) para identificar se um computador era ou não dotado de
Inteligência Artificial (IA).

Este teste tornou-se o ponto de partida da investigação


nesta área. Consistia em pedir a um observador que
distinguisse, entre as respostas apresentadas, as que eram
dadas por uma pessoa ou por um computador. O
computador e o seu software passam no teste TT se as suas
respostas forem impossíveis de diferenciar das de um ser
humano. Turing acreditava que até 2000 os computadores
iriam “passar no teste”.

Atualmente continua a haver um concurso anual de programas para o teste de Turing, mas ainda
nenhuma máquina conseguiu simular de forma eficiente a voz e as respostas humanas.

No entanto, só recentemente, com o aparecimento do computador moderno é que a inteligência


artificial conseguiu meios e investigação suficiente para se estabelecer como uma ciência
autónoma, com práticas e metodologias próprias. É, por isso, uma das ciências mais jovens
(formalmente estabeleceu-se em 1956), embora as suas aplicações práticas sejam já
espetaculares e invadem o nosso quotidiano.

Inicialmente, a IA tinha como objetivo reproduzir o pensamento e as faculdades humanas como


criatividade, autoaperfeiçoamento e o uso da linguagem. Porém, o conceito de inteligência
artificial é difícil de definir (tal como acontece com a inteligência humana) e, por isso, é uma
noção que tem muitas interpretações, muitas vezes contraditórias entre si.

38
A IA já coabita com o nosso dia-a-dia e as suas aplicações estão em diversos campos:

No âmbito do planeamento autónomo

A uma centena de milhões de Km da Terra, o programa “RemotAgent”, da NASA,


tornou-se o primeiro programa de planeamento autónomo de bordo a controlar a
supervisão de uma nave espacial;

No âmbito do controlo autónomo

O sistema de visão do computador “Alvinn” foi treinado para guiar um automóvel,


mantendo-o na pista. Durante 4600km, “Alvinn” manteve o controlo da direção do
veículo, durante 98% do tempo;

No âmbito dos jogos

Em 1994, o computador “Chinook”, tornou-se o primeiro campeão homem-máquina, no


jogo de damas e em 1997, o computador-jogador de xadrz “deepBlue” tornou-se a
primeira máquina a derrotar o então campeão mundial de xadrez G. Kasparov.

Filme sobre Inteligência Artificial

Sinopse
Filme realizado por Steven Spielberg, a partir de um
projeto de Stanley Kubrick, que conta a história de um
robot com emoções e a sua “família” humana. Na
metade do século XXI, o efeito estufa derreteu uma
grande parte das colatas polares da Terra, fazendo
com que boa parte das cidades litorâneas do planeta
fiquem parcialmente submersas. Para controlar este
desastre ambiental a humanidade conta com o auxílio
de uma nova forma de computador independente, com
inteligência artificial, conhecido como A.I. Num
mundo futuro, depois das calotes polares terem
derretido, são criados robots para todo o tipo de
funções, mas não ainda capazes de amar. O menino
David é o primeiro projeto viável de inteligência
artificial e o primeiro programado para amar
incondicionalmente. Ele é adotado experimentalmente
por um casal cujo único filho é portador de uma
doença terminal e foi congelado até que a cura seja encontrada. Gradualmente, David conquista
todo o carinho e atenção deste tipo de relações, mas uma série de circunstâncias inesperadas
tornam essa vida impossível para David. O filho biológico do casal é curado e a família acaba
por rejeitar o robot… Contado apenas com a companhia de um outro robot, David inicia uma
jornada para encontrar seu lugar num mundo onde a linha que o separa das outras máquinas
pode ser assustadoramente imensa ou quase impercetível.

39
Conclusão

Através das pesquisas que fiz para a elaboração deste trabalho, constatei quea inteligência é uma

capacidade que todos nós possuímos para nos adaptarmos a diversas circunstâncias da vida.

Esta foi desenvolvida por personalidades bastante importantes na psicologia.

A inteligência foi desenvolvendo durante vários anos, e ainda hoje não se sabe uma concreta

definição de inteligência, pois as questões que surgem para definir a mesma resultam de uma

complexidade desta. Apesar de podermos distinguir vários tipos de inteligência prática, social e

conceptual, poderemos considerar que a capacidade de adaptação ao meio, de pensar

abstratamente e a capacidade de aprender constituem diferentes aspetos da inteligência.

Desde sempre se procurou conhecer esta aptidão de modo objetivo. A escala métrica de

inteligência criada por Binet e Simon visava medir através de testes as capacidades mentais. A

razão entre a idade mental, avaliada pela aplicação de testes, e a idade cronológica faculta o

quociente de inteligência. Apesar das muitas reservas que se podem colocar a esta e outras

escalas, a aplicação destes instrumentos pode revelar-se útil ao diagnóstico.

Uma das questões mais discutidas sobre a inteligência refere-se à sua composição e estrutura.

Criticando as conceções que defendem a existência de uma inteligência geral ou de uma

capacidade de inteligência geral (fatorG), Thurstone, recorrendo à análise fatorial, conclui que

existem sete aptidões mentais primárias ligadas a tarefas específicas. Este facto explicaria por

que razãouma pessoa poderá manifestar uma grande capacidade numa aptidão e uma menos

capacidade noutra.

Tal como outras capacidades humanas, a inteligência depende de fatores hereditários e de

desenvolvimento da inteligência.

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