OBJETIVOS
LEITURA RECOMENDADA
Heptano 98 96 94 91 88 10
Álcool propílico 97 95 93 91 89 08
Iodobenzeno 188 185 182 179 175 13
Ácido valérico 186 183 180 178 175 11
Fluoreno 298 294 290 286 282 16
-Naftol 295 292 288 284 280 15
T = (p.e.)760 - (p.e.)550
a
Além da pressão externa, o ponto de ebulição de um composto guarda estreita relação com a
estrutura. Por exemplo, os pontos de ebulição de uma série homóloga de hidrocarbonetos elevam-se à
medida que ascendem na série. O acréscimo dos pontos de ebulição é uniforme, devido ao aumento de
forças de van der Waals. A introdução de grupos polares na molécula promove associação
intermolecular, com consequente elevação do ponto de ebulição. Esse efeito é especialmente
pronunciado nos álcoois e ácidos carboxílicos, devido à formação de ligações de hidrogênio.
Como no caso das relações de solubilidade, as ramificações da cadeia e a posição do grupo
funcional influenciam o ponto de ebulição. O conhecimento dos pontos de ebulição de algumas
substâncias simples é freqüentemente valioso para excluir alguns tipos de substâncias. As seguintes
generalizações simplificadas têm utilidade:
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(1) Uma substância orgânica clorada que entra em ebulição abaixo de 132C deve ser alifática.
Quando ebule acima de 132C pode ser alifática ou aromática. Essa regra é consequência de o
ponto de ebulição do cloreto de arila mais simples, o clorobenzeno, ser 132C.
(2) Analogamente, uma amostra orgânica com bromo que ebule abaixo de 157C, ou um
iodocomposto que entra em ebulição abaixo de 188C, deve ser alifático. Os outros compostos de
bromo ou de iodo podem ser alifáticos ou aromáticos.
Objetivo: Investigar a relação entre a temperatura de ebulição de cada líquido e sua massa molar.
Procedimento:
(Extraído do site http://www.qmc.ufsc.br) Consultar no Merk Index, CRC Handbook, internet e outros,
sobre os pontos de ebulição, estrutura química e massa molar das substâncias abaixo. Não esqueça
de investigar também informações toxicológicas!!! (Dica: http://www.chemfinder.com)
Com base nos dados obtidos, construa um gráfico Ponto de Ebulição x MM para todas as substâncias
(líquidos) acima listadas.
Discussão:
(a) Existe alguma família de substâncias que obedece a regra “quanto maior a massa molar maior a
temperatura de ebulição”?
(b) Quais substâncias têm temperatura de ebulição maior do que deveriam, se observada somente a
massa molar? Por quê?
(c) Existe alguma anomalia de comportamento dentre as substâncias investigadas? Em caso afirmativo,
é possível racionalizar esse dado?
Objetivo: Determinar o ponto de ebulição de amostras puras e identificar substâncias desconhecidas por
meio do ponto de ebulição.
Procedimento:
Discussão:
(a) Usando os pontos de ebulição observados em cada caso e comparando com os valores da literatura
(esperados), identifique as amostras desconhecidas fornecidas pelo instrutor, supondo serem elas
ciclohexano, ciclohexanona e ciclohexanol.
(b) Considerando a estrutura química das substâncias investigadas e os pontos de ebulição
observados, existe alguma anomalia de comportamento? Explique.
(c) Sem qualquer outra informação e com base apenas nos pontos de ebulição observados você pode
inferir que as amostras apresentam padrão de pureza aceitável para fins analíticos? E para uso em
trabalhos de rotina de um laboratório de química orgânica?
(d) Os dados obtidos confirmam ser a pressão atmosférica em Brasília menor que a pressão atmosférica
ao nível do mar?
A destilação é o principal método para purificar líquidos constituídos por mistura de componentes
com diferentes pontos de ebulição. Em química orgânica, quatro métodos básicos de destilação são
consideravelmente úteis: destilação simples, destilação a vácuo (destilação à pressão reduzida),
destilação fracionada e destilação azeotrópica. A destilação com arraste de vapor é uma variante
da destilação azeotrópica que será objeto de estudo no Experimento 6.
Destilação simples
fim de evitar aumento da pressão do sistema com o aquecimento. Quando houver necessidade de
proteger o sistema da umidade do ar, é aconselhável adaptar, à saída lateral, um tubo de secagem. Um
detalhe a ser observado na condução do processo é a adequação da aparelhagem à quantidade de
material a ser destilado! Um balão muito cheio pode resultar em arraste mecânico do líquido a destilar.
Um balão excessivamente grande causa perdas decorrentes do grande volume de vapor necessário
para enchê-lo!
Quando uma substância pura é destilada à pressão constante, a temperatura do vapor permanece
constante durante toda a destilação. O mesmo comportamento é observado com misturas contendo um
líquido e uma impureza não volátil, uma vez que o material condensado não está contaminado pela
impureza.
No caso de misturas líquidas homogêneas (soluções ideais), a pressão total do vapor, a uma
determinada temperatura, é igual à soma das pressões parciais de todos os componentes. A pressão de
o
cada componente é dada pela Lei de Raoult, onde P A é a pressão do componente A puro e XA é a
fração molar de A na mistura.
A combinação das leis de Dalton e Raoult revela que, para uma mistura ideal, o componente
mais volátil tem maior fração molar na fase vapor do que na fase líquida em qualquer
temperatura.
Para uma solução ideal, o ponto de ebulição da mistura é definido como a temperatura na qual a
soma das pressões parciais dos componentes é igual à pressão atmosférica. Como a pressão de vapor
total da mistura é intermediária entre as pressões de vapor dos componentes puros, o ponto de ebulição
da mistura também será intermediário entre os pontos de ebulição das substâncias puras.
Destilação fracionada
Os fatos acima descritos indicam que a destilação simples só deve ser empregada na purificação
de líquidos em que apenas um dos componentes é volátil. Quando se destila uma mistura líquida
homogênea ideal, as primeiras frações do destilado apresentam composição mais rica no
componente mais volátil do que da mistura original.
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No decorrer da destilação, o ponto de ebulição da mistura sofre uma elevação gradual, uma vez
que a composição do vapor se torna cada vez mais rica no componente menos volátil. Para purificar
misturas deste tipo, seria necessário separar as primeiras frações do destilado, ricas no componente
mais volátil. Estas frações seriam novamente destiladas e as primeiras frações novamente separadas.
Esse procedimento teria de ser repetido várias vezes até que as primeiras frações do destilado
contivessem apenas o componente mais volátil. O processo acima descrito é denominado destilação
fracionada, e pode ser melhor compreendido pelo exame do diagrama de fases abaixo (Figura 3). Uma
mistura de dois líquidos “ideais” que tenha a composição molar c1, ao ser aquecida, gera vapor de
composição molar v1 no equilíbrio. O resfriamento do vapor gera um líquido de composição molar c2 e
assim sucessivamente, levando ao enriquecimento da fase vapor com o componente mais volátil da
mistura.
Tº B
zona vapor
(B puro)
v1
zona de equlíbrio
v2
vapor-líquido
v3
v4
zona líquido
Tº A
(A puro)
c5 c4 c3 c2 c1
100%A Fração molar 0%A
0%B 100%B
Existe uma grande variedade de colunas de fracionamento, porém as mais encontradas nos
laboratórios são as do tipo Vigreux e Hempel. A primeira é um tubo de vidro com várias reentrâncias em
forma de dentes, distribuídas de modo que as pontas de um par de dentes quase se toquem. A coluna
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do tipo Hempel é formada por um tubo de vidro empacotado com pequenas bolas ou anéis de vidro,
entre outros.
A eficiência de uma coluna de fracionamento é expressa pelo número de vezes que uma solução
é vaporizada e recondensada durante a destilação ou número de pratos teóricos, medido em termos de
altura. Quanto menor for a altura equivalente a um prato teórico (AEPT) tanto maior será o número de
pratos teóricos da coluna e, portanto, mais eficiente ela será.
A escolha de uma coluna depende da diferença dos pontos de ebulição dos componentes da
mistura. Quanto menor a diferença de ponto de ebulição, maior será o número de pratos teóricos
necessários para uma separação eficiente.
Como se trata de operação que apresenta riscos, é imprescindível observar o uso de óculos de
proteção e certificar-se do bom estado e solidez da aparelhagem (vidraria com juntas). O aquecimento
só deve ter início quando o vácuo desejado for atingido, utilizando-se uma trompa d’água ou bomba de
óleo. Inversamente, a entrada de ar após o término da operação só deve ser realizada com o sistema já
à temperatura ambiente.
Outro aspecto importante no processo de destilação à pressão reduzida é a estimativa do ponto
de ebulição do destilado a diferentes pressões. O ponto de ebulição de uma substância a diferentes
pressões pode ser determinado com o auxílio do nomograma apresentado na Figura 6. Este nomograma
relaciona o ponto de ebulição normal (760 mmHg ou 1 atm) de uma substância (Escala B) ao ponto de
ebulição correspondente (Escala A) a uma determinada pressão (Escala C). Por exemplo, se o ponto de
ebulição normal da substância e a pressão aplicada ao sistema forem conhecidos, traça-se uma reta
conectando-se esses dois pontos marcados nas escalas B e C, e prolonga-se a reta até a escala A; no
ponto de intersecção da reta traçada e a escala A tem-se o valor estimado para o ponto de ebulição à
pressão reduzida. Esse nomograma é usado para substâncias que não possuem interações fortes entre
as moléculas. Para substâncias capazes de formar ligações de hidrogênio intermoleculares, como é o
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caso da água, alcoóis e ácidos carboxílicos, a variação do ponto de ebulição com a pressão é de 10 a
20% menor.
destilação nunca deve ser aquecido até a secura; tampouco deve estar muito cheio no início da
operação; pedras de ebulição (ou agitação magnética) ou rotação (evaporador rotatório) devem ser
usadas para garantir uma ebulição tranquila; a água do condensador deve fluir contra-corrente ao
percurso dos vapores; o aquecimento deve ser controlado de modo que o líquido destile a uma
velocidade constante (cerca de uma gota por segundo).
Procedimento:
Purificar uma amostra de ciclohexano por meio de destilação simples, de acordo com o descrito na
Parte B do roteiro e seguindo as instruções do professor.
Cada grupo deverá usar de 20 a 50 mL de ciclohexano, conforme capacidade do balão de fundo
redondo disponível (registrar o volume realmente usado).
Medir volume do destilado e calcular o rendimento percentual do processo.
Registrar o ponto de ebulição do líquido durante o processo.
Nota: O ciclohexano poderá estar contaminado com algum sal inorgânico ou impureza colorida.
EXPERIMENTOS DEMONSTRATIVOS
Experimento demonstrativo 1: Destilar uma mistura de ciclohexano e hexano (1:1) por meio da técnica
de destilação fracionada. Registrar a temperatura de destilação.
Experimento demonstrativo 2: Destilar o benzaldeído por meio da técnica de destilação à pressão
reduzida (trompa de água), com auxílio de um microdestilador. Registrar a temperatura de destilação.
Experimento demonstrativo 3: Fazer uma destilação azeotrópica de uma mistura de ciclohexano e
água (8:2) empregando-se o aparelho de Dean-Stark.
Experimento demonstrativo 4: Destilar uma amostra de hexano, ciclohexano ou tolueno à pressão
reduzida empregando-se o evaporador rotatório.
Discussão:
(a) Suponha que usando a trompa de água para redução da pressão, o benzaldeído destilou como um
o
líquido claro a uma temperatura de aproximadamente 90 C. Calcule a pressão do sistema utilizado.
Dica: use o nomograma mostrado na figura 6.
(b) Se tivéssemos uma bomba de vácuo operando a uma pressão de 2,0 mmHg, seria conveniente a sua
utilização na purificação de ciclohexanona? Que cuidados especiais deveriam ser tomados nessas
circunstâncias? Justifique sua resposta.
(c) Com base na técnica de destilação, responda as questões abaixo relacionadas:
I. Quais os fundamentos da técnica?
II. Em que situações é recomendada?
III. Quais as vantagens e desvantagens?
IV. Quando a técnica de destilação à pressão reduzida é extremamente recomendada, em detrimento
da destilação simples à pressão normal?
V. Quando a técnica de destilação fracionada é extremamente recomendada, em detrimento da
destilação simples?