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Introdução
As palavras Bhagavad-gétä significam, literalmente, A Canção do Senhor, e
hoje um bilhão de pessoas ao redor do mundo aceitam-na como tal. Esse texto
elegante e milenar trata das maiores questões da vida: “Quem sou eu?”, “O que
é o Universo?”, “Como posso ser feliz?”, “De onde tudo vem?”, “Para onde
tudo vai?”, “Quem são verdadeiros mestres e como reconhecê-los?” A Gétä,
como costuma ser chamada, distingue-se por suas respostas serenas, racionais e
satisfatórias a essas questões perenes.
Contexto Histórico
A Bhagavad-gétä inicia-se num campo de batalha momentos antes de justiça
e injustiça (dharma e a-dharma), personificados pelos guerreiros Päëòavas e
Kurus, irromperem na guerra.2 Kåñëa dirige a quadriga de Arjuna, Seu amigo
íntimo e primo, que luta pelo que é correto. Contudo, no instante em que a
batalha está prestes a começar, Arjuna cai em confusão. Alegando compaixão
pelos cruéis usurpadores com quem compartilha laços familiares, ele se recusa a
lutar por justiça. Arjuna reconhece essa emoção como fraqueza [2.7],3 no
entanto, ela o paralisa. Ele não consegue agir. Após tentar defender sua recuada
com argumentos e apelos sócio-morais, Arjuna quase desmorona em ansiedade
e, nesse ponto, termina o primeiro capítulo da Gétä.
No capítulo dois, Kåñëa começa a reavivar, ensinar e iluminar Arjuna, ao
insistir em bases morais, sociais e espirituais, que ele deveria, sim, lutar. Alguns
leitores questionam a espiritualidade de Kåñëa ao instigar Arjuna a lutar na
batalha. Para entender o que está acontecendo, precisamos nos voltar ao cenário
histórico da Gétä dentro da epopeia Mahä-bhärata.
3. Espiritual: quando desce a este mundo, Kåñëa (Deus) projeta Seus feitos,
tal como falar a Bhagavad-gétä, a fim de despertar as almas adormecidas
para sua eterna natureza bem-aventurada e para seu relacionamento
extático com Ele. Toda a história que emoldura a Gétä é um planejado
drama espiritual em que Kåñëa salva os virtuosos, remove os perversos e
restaura o dharma, a lei sagrada que sustenta o Universo [4.8].
As Origens da Gétä
PARTE XIII
Conclusão
Comecei este ensaio ressaltando que a milenar Bhagavad-gétä é um
pequeno livro que condensa um poder espiritual imenso há milênios. Contida
na epopeia Mahä-bhärata e falada pelo próprio Supremo Deus Kåñëa, a Gétä nos
eleva, de forma sistemática e racional, das profundezas do desespero existencial
para as alturas brilhantes da bem-aventurança eterna.
A jornada começa com uma simples distinção que Kåñëa inculca em Seu
perplexo e sofredor amigo Arjuna: “Tu e Eu sempre existimos e sempre
existiremos”. Deus criou um mundo material efêmero, inclusive nossa Terra,
onde almas assim inclinadas podem tentar explorar a matéria tanto quanto
queiram. Fazemos isso ao entrar em corpos mortais, identificando-nos com
esses corpos como se fôssemos matéria e, em seguida, tentando no máximo de
nossa capacidade possuir o que gostamos e evitar o que não gostamos dentre as
ofertas fugazes da natureza.