Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
das
hortas
e dos jardins
A ÍNDICE REMISSIVO
Impressão:
PERES-SOCTIP, Indústrias Gráficas, S.A.
Estrada Nacional 10, km 108,3
Porto Alto
2135-114 SAMORA CORREIA
Agrobio
Associação Portuguesa
de Agricultura Biológica
Guia verde
das
hortas
e dos jardins
Prefácio
A utilização de produtos químicos no tratamento de plantas, frutos e flores gera
alguma preocupação naqueles que põem mãos à obra e cultivam o seu próprio jar-
dim ou horta. Contudo, haverá alternativa aos produtos químicos? O que fazer se as
maçãs ganharem bicho, se notar que as suas sementeiras estão a ser devoradas
por lesmas e se as couves que planta com tanta dedicação cedo ficam infestadas
de lagartas?
A agricultura biológica impõe-se mais do que nunca numa altura em que muitas
pessoas se preocupam não só com a qualidade dos produtos que consomem, como
também com o meio ambiente. Para todos os que dispõem de um terreno onde
cultivam frutos e legumes para consumo próprio ou que cuidam do seu próprio
jardim onde gostam de ver crescer plantas e flores sãs, impunha-se um guia prático
que indicasse como é possível fazê-lo sem recorrer a produtos químicos.
CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 10
Renunciar aos produtos Atrair os inimigos
químicos 7 naturais das pragas 129
CAPÍTULO 2 CAPÍTULO 11
As plantas ornamentais 19 Lutar contra as ervas daninhas 145
CAPÍTULO 3 CAPÍTULO 12
O relvado 29 Melhorar o solo 155
CAPÍTULO 4 CAPÍTULO 13
Os legumes 37 Fazer o composto 177
CAPÍTULO 5 CAPÍTULO 14
Os frutos 55 Alimentar as plantas 189
CAPÍTULO 6 CAPÍTULO 15
A estufa 71 Comprar plantas sãs 199
CAPÍTULO 7 CAPÍTULO 16
Lutar contra as doenças 87 Plantas sem problemas 207
CAPÍTULO 8
As pragas 95 CONTACTOS ÚTEIS 218
CAPÍTULO 9
Insetos amigos e inimigos 119 ÍNDICE REMISSIVO 219
1
Renunciar aos
produtos químicos
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
8
A
RENUNCIAR AOS PRODUTOS QUÍMICOS 1
Nada melhor que um
belo tordo para o ajudar
a livrar-se das lesmas
Existem boas razões para deixar de uti- produtivos sem necessidade de recor-
lizar produtos químicos na sua horta ou rer a produtos tóxicos. Isto não signi-
no seu jardim: o meio ambiente só tem a fica que algumas plantas não possam
ganhar com a mudança; a saúde da sua apanhar doenças. No entanto, para as
família e a dos animais domésticos terá ultrapassar, existem métodos tão ou
menos probabilidades de ser prejudi- mais eficazes do que as pulverizações
cada pela utilização dos pesticidas e dos químicas.
adubos químicos; e, se cultiva frutos e
legumes, estará seguro, quando chegar Mesmo de um ponto de vista mera-
a altura de os consumir, de que não con- mente técnico, é sempre muito melhor
têm quaisquer resíduos nocivos... escolher métodos que não recorram
aos habituais produtos químicos, como
Este livro ajudá-lo-á a conceber uma poderá ver ao longo dos conselhos
horta e um jardim sãos, bonitos e que lhe apresentamos neste livro.
9
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
6. O relvado foi aparado muito curto: o solo 11. A relva fina só se mantém em boas con-
ficou a descoberto em determinadas áreas, dições se lhe for adicionado adubo.
o que facilita o aparecimento de ervas
daninhas. 12. Falta de transplante: as plantas que
começam a morrer na zona central do can-
7. É necessário pulverizar as rosas regular- teiro devem ser transplantadas.
mente, como prevenção da doença-das-
-manchas-negras e do oídio. As folhas caí- 13. As plantas que gostam de sol ficam fra-
das constituem uma fonte de contaminação. cas e débeis em locais sombrios.
10
A
RENUNCIAR AOS PRODUTOS QUÍMICOS 1
14. Convém pulverizar com um fungicida 16. As chagas que se encontram no cesto
autorizado em agricultura biológica (por podem ser invadidas por pulgões.
exemplo, fungicidas à base de cobre)
ou com um preparado à base de plan- 17. Postas em vasos num terraço soalheiro,
tas (por exemplo, infusão de cavalinha) as plantas que gostam de humidade, como
as plantas sensíveis às doenças, como os brincos-de-princesa, murcham facil-
os ásteres-de-outono. mente, enfraquecem e ficam expostas
a doenças e pragas.
15. As hostas devem ser protegidas
das lesmas. 18. Se a estufa não for devidamente are-
jada, podem surgir doenças provocadas
por fungos.
18
7
20
19
5 12 9 21
8 10
11
6
14
13
15
17
16
11
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
Resolver os problemas
O terreno ilustrado nesta página e na melhor das pragas, doenças e ervas
próxima é o mesmo das páginas ante- daninhas. Assim, o jardim torna-se
riores. Contudo, alguns elementos mais fácil de cuidar, sem ter de recor-
foram adaptados, de forma a protegê-lo rer a produtos químicos.
12
A
RENUNCIAR AOS PRODUTOS QUÍMICOS 1
como a vara-de-ouro, e as de vida curta, 15. No cesto suspenso, as chagas foram
como os tremoceiros, foram substituídas substituídas por gerânios-de-trepar e por
por plantas de tipo perene, que não necessi- uma bonita trepadeira de folhas cinzentas,
tam de ser divididas (acantos, peónias, etc.). a Helichrysum petiolare.
17
7
18
6 19
9
8 20
10
11
12 14
13
13 15
16
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
Os “biológicos”
são mais saborosos?
A organização de consumidores bri-
tânica acima citada efetuou um teste
de degustação, utilizando um número
14
A
RENUNCIAR AOS PRODUTOS QUÍMICOS 1
15
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
16
A
RENUNCIAR AOS PRODUTOS QUÍMICOS 1
Como pode livrar-se dos produtos químicos?
Se costumava utilizar produtos químicos •• Por outro lado, a lei pune quem deitar
na sua horta ou no seu jardim, pode muito fora estes produtos em locais impró-
bem acontecer que tenham ficado gar- prios ou junto com o lixo caseiro. Pense,
rafas, latas, frascos ou outros recipien- por exemplo, no que pode acontecer se
tes com restos esquecidos na sua arre- as crianças encontrarem tais produtos
cadação. Se assim for, não os deite fora abandonados por aí.
irrefletidamente.
•• Em certas localidades existe possibili-
•• Despejá-los num canto da horta ou jar- dade de recolha organizada dos desper-
dim, mesmo diluídos, está fora de ques- dícios químicos. Informe-se na câmara
tão, pois podem atingir os lençóis de água da sua área de residência.
subterrâneos e tornarem-se uma ame-
aça para o ambiente, ou mesmo para •• Nunca misture produtos diferentes num
a sua saúde. mesmo recipiente: os efeitos são impre-
visíveis. Mais vale deixá-los na embala-
•• Deitá-los no lavatório ou na sanita gem de origem ou, se isso não for possí-
também não é solução, pois acabarão vel, colocar uma etiqueta visível. Assim,
por voltar, de uma forma ou de outra, será mais fácil saber quais os cuidados
às águas de superfície. a ter com cada produto.
17
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
18
2
As plantas
ornamentais
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
A maioria dos arbustos e plantas que colocarmos uma planta que gosta de sol
encontramos nos jardins não causa num local sombrio, esta tende a ficar
problemas. É verdade que pode sempre fragilizada e enfraquecida, tornando-se
haver uma invasão de pulgões ou de sensível às pragas e doenças. Pelo con-
lagartas, mas se, apesar disso, as plan- trário, uma planta que gosta de sombra
tas continuarem a desenvolver-se bem, pode ficar com as folhas amareladas
não é necessária a intervenção humana. e murchas se for colocada num local
soalheiro.
Os estragos graves resultantes de pragas
ou doenças são, muitas vezes, um sinal O solo
de fraqueza: por exemplo, a planta pode A maioria das plantas acomoda-se bem a
estar no local errado ou ter carências qualquer tipo de solo. No entanto, algu-
de água e de nutrientes. Vejamos como mas, como as azáleas e os rododendros,
ultrapassar estas questões. precisam de um solo ácido ou neutro e
não encontram nos solos calcários os
elementos nutritivos de que necessitam
Evitar os problemas (ferro, magnésio, etc.).
A drenagem também constitui um dos
Sol ou sombra? fatores mais críticos: são poucas as
A maioria das plantas gosta de um plantas (veja a página 174) que se dão
local soalheiro ou à meia-sombra. Se bem, durante o inverno, em solos mal
20
A
AS PLANTAS ORNAMENTAIS 2
drenados. Por outro lado, os solos muito desenvolvem bem se forem tratadas
permeáveis secam rapidamente. com pulverizações regulares. Por exem-
Por isso, é melhor não colocar em tais plo, as roseiras arbustivas apanham
solos plantas que necessitem de muita muito facilmente a doença-das-man-
água, como a clematite e a ligulária, chas-negras ou o oídio, e os ásteres-de-
sobretudo se o local em questão for -outono são particularmente sensíveis
demasiado soalheiro. ao míldio. Por isso, convém ref letir
Nos solos pouco profundos, os arbus- bem antes de se decidir a plantar essas
tos devem ser plantados a, pelo menos, variedades.
30 a 45 centímetros de profundidade.
Cave um buraco e encha-o de terra Evite as plantas invasoras
e bastante estrume, bem curtido. As plantas de desenvolvimento rápido,
como a erva-de-cão, ou as que possuem
Atenção às variedades sementes de fácil disseminação, como a
Existem plantas particularmente sen- malva, costumam ser bonitas, mas ten-
síveis às doenças e pragas e que só se dem a abafar as outras plantas.
21
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
22
A
AS PLANTAS ORNAMENTAIS 2
13. Cravo soalheiros ou com alguma sombra
Floração: junho a julho. e em todos os tipos de solo, exce-
45 × 45 cm. Numerosas flores duplas, tuando os solos encharcados.
cor-de-rosa e vermelhas, em caules
muito direitos. Prefere solos bem 17. Hemerocale
drenados. Floração: maio a junho.
4 80 × 45 cm. Belas flores ama- 16
relas. Folhas perfumadas
10 e atraentes. 14
11
12
17
15
8
9
18
13
14. Sidalua
Floração: junho a setembro.
120 × 45 cm. Alternativa às malvas cor-de-
19
-rosa, mas com menos problemas. Se cor-
tar os primeiros rebentos, não necessita 18. Peónia
de tutores. Faça a poda logo que as flores Floração: abril a maio.
murcharem, o que permitirá uma segunda 75 × 75 cm. Tal como outras peónias,
floração. A maioria das variedades com as flores desta variedade duram pouco
nome próprio é digna de interesse. tempo. No entanto, as suas folhas verde-
-marinho e as espetaculares cápsulas
15. Íris tornam-na uma planta digna de inte-
Floração: maio a junho. resse. Não gosta de mudanças nem
75 × 15 cm. As suas folhas verticais necessita de tutores.
podem fazer um belo contraste com
outras plantas já em flor. 19. Geranium wallichianum “Buxton’s
Blue”
16. Zimbro-comum 20 × 60 cm. Flores azuis, com o centro
300 × 75 cm. Dá-se bem em locais branco.
23
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
As roseiras
Roseira floribunda, da variedade
“Arthur Bell”, muito resistente às doenças
Roseiras floribundas
Entre as variedades mais resistentes
encontram-se as City of Leeds (cor-
-de-rosa-salmão), Evelyn Fison (verme-
Roseiras pequenas lha), Queen Elizabeth (rosa) e Trumpeter
(vermelho-alaranjada).
Existem centenas de variedades de
roseiras pequenas, cuja resistência às
doenças é muito variada. Infelizmente, Roseiras arbustivas
boa parte das variedades mais fáceis de
encontrar pertence ao grupo das mais Existem três grandes grupos de roseiras
sensíveis. arbustivas: as roseiras modernas de jar-
dim; as roseiras antigas e as roseiras-bra-
Roseiras de flores grandes vas. Mas, se não quer ter de pulverizar
Em geral, as roseiras de flores gran- o jardim, o melhor é esquecer as rosei-
des não resistem tão bem às doenças ras antigas, pois uma boa parte delas é
como as floribundas (veja mais à frente). muito sensível à doença-das-manchas-
Durante anos, a variedade Peace foi uma -negras e ao oídio.
das mais sãs que se podiam encontrar;
mas, atualmente, a sua sensibilidade Roseiras arbustivas modernas
à doença-das-manchas-negras tem Este grupo é composto por um número
aumentado. extremamente elevado de variedades,
No entanto, existem algumas varie- incluindo versões arbustivas de roseiras
dades novas que não devem apanhar de flores grandes e floribundas. A resis-
doenças durante alguns anos: Cheshire tência às doenças varia muito com as
Life (cor de laranja forte); Silver Jubilee variedades.
24
A
AS PLANTAS ORNAMENTAIS 2
Entre elas, salientamos: a Penelope, a
Fred Loads (grandes cachos de flores Doenças das roseiras
duplas, de cor escarlate e aroma intenso)
e a Fountain (roseira de tipo floribunda, A doença-das-manchas-negras cos-
tuma manifestar-se, primeiro, nas folhas
de um vermelho luminoso).
mais velhas, sob a forma de pequenas
pintas negras e redondas que tendem
Roseiras-bravas a sobrepor-se. As folhas amarelecem e
São as que resistem melhor às doen- morrem. Nos casos mais graves, a planta
ças. Há muitas variedades que se adap- pode perder as folhas todas. Retire, logo
tam bem aos jardins. De entre elas, que possível, as folhas atingidas. No
recomendamos: outono e no inverno, apanhe as folhas caí-
— a Rosa rugosa e as suas variedades das, para evitar que os esporos hibernem.
(floração de junho a setembro, bagas Na primavera, ponha um pouco de palha
à volta do pé da planta, antes da aparição
atraentes e uma bonita cor das folhas no
das novas folhas; assim, os esporos pro-
outono); venientes do solo não a atingirão.
— a Rosa rubrifolia (R. glauca), O oídio caracteriza-se pela formação de
que se distingue pelas suas folhas um depósito esbranquiçado nas folhas
violeta-acinzentadas; mais jovens, nos ramos e nos gomos,
— a Rosa moyesii “Geranium” (bagas espe- que, impedidos de se desenvolverem,
taculares em forma de garrafa). acabam por morrer. Ao menor ataque
de oídio, a aparência da planta começa
a degradar-se. Retire as partes atingi-
das e regue as plantas abundantemente
Roseiras inglesas durante o tempo seco.
A ferrugem caracteriza-se pelo apare-
Se gosta da aparência das roseiras anti- cimento, sob as folhas, de manchas cor
gas, mas deseja, ao mesmo tempo, evi- de laranja que, mais tarde, enegrecem.
tar as doenças, pode plantar roseiras Nos casos mais graves, as folhas ficam
inglesas. quebradiças e caem. Se não for tratada,
Começaram a ser cultivadas apenas nos a planta pode morrer. Proceda como foi
anos 60, mas têm o aspeto arbustivo, o indicado para a doença-das-manchas-
odor pronunciado e as flores em roseta -negras; assim, limitará os problemas
no ano seguinte.
das roseiras antigas. Além disso, têm a
vantagem de florir durante todo o verão
e de resistir bem às doenças. Procure as
seguintes variedades: Graham Thomas
(amarela, de crescimento compacto) e banksiae “Lutea” e a “Wedding”, por
Mary Rose (cor-de-rosa luminoso, cresci- exemplo). Por isso, é necessário plantá-
mento ramificado). -las num lugar protegido e soalheiro.
25
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
cor de pêssego); “Dublin Bay” (verme- pelo menos, dois rebentos da espessura
lha); “New Dawn” (rosa-pérola); “Phyllis de um lápis. Nas variedades trepadei-
Bide” (amarelo-pálido e rosa). ras de roseiras arbustivas, os rebentos
devem ter, pelo menos, 45 centímetros
Quando se compram rosas trepadeiras, de comprimento. Se a poda for exces-
deve-se ter em conta a existência de, siva, podem não vir a trepar.
Roseiras a evitar
As seguintes variedades são particularmente sensíveis à doença-das-manchas-negras,
ao oídio e/ou à ferrugem. A única forma de as conservar em boas condições consiste em
pulverizá-las, regularmente, durante todo o período de crescimento.
26
A
AS PLANTAS ORNAMENTAIS 2
Plantas que podem dar problemas
Eis uma lista de plantas que, apesar de Euphorbia griffithii “Fireglow”
fáceis de encontrar, podem dar proble- (em terreno “leve”)
mas em determinadas situações. Geranium macrorrhizum
(em terreno “leve”)
Hipericão-dos-jardins
Sensíveis a pragas Hortelãs
e doenças Lamium galeobdolon
Milefólio (Achillea millefolium)
Amendoeiras ornamentais: Onagra
lepra-do-pessegueiro. Papoila-do-oriente
Aquilégia: míldio. Pervinca
Áster-de-outono: míldio (evite Polygonum affine
as variedades sem nome). Polygonum campanulatum
Boca-de-lobo: ferrugem (quando plan- Varas-de-ouro
tada em locais quentes e protegidos). (diversas variedades)
Cerejeiras ornamentais: cancro,
doença-do-chumbo (podá-las com Em jardins rochosos
cuidado durante o verão, com Acaena spp.
tempo seco, limita os riscos). Arabis “Spring Charm”
Chagas: pulgões-negros, Assembleias
nóctuas (lagartas). Búgula
Crisântemos: mosca mineira-das-folhas. Campanula portenschlagiana,
Ervilhas-de-cheiro: oídio, pul- C. poschaskyana
gões, carneiro-da-ervilha. Cerastium (Cerastium tomentosum)
Hosta: lesmas. Erva-de-cão “Aureum”
Madressilva: oídio, pulgões. Polygonum vacciniifolium
Malva-rosa: ferrugem. Sementeira
Silindra: pulgões-negros.
Stransvaesia: fogo-bacteriano.
Plantas de curta duração
Plantas invasoras Alyssum saxatile
Anthemis tinctoria
Em maciços e bordaduras Aquilegia vulgaris “McKana hybride”
Achillea ptarmica Arabis spp.
Alchemilla mollis Ásteres
Alho ornamental Esporas-dos-jardins
Aquilegia alpina e A. vulgaris Gaillardia spp.
Artemisia ludoviciana Gentiana verna
Bistorta “Superba” (em solo húmido) Onagra
Chucha-pitos Potentilla warrenii
Euphorbia cyparissias Tremoceiro
27
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
28
O relvado
3
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
30
A
O RELVADO 3
estiver vigorosa (em caso de seca prolon- de cortar a relva com mais frequência.
gada, por exemplo). Se, mesmo assim, achar que é preciso,
ponha 70 a 140 g/m2 de adubo à base de
A monda farinha de sangue, de chifre ou de osso.
Se a relva crescer rapidamente, monde
levemente com um ancinho, pelo menos
uma vez por mês. No outono, utilize o
ancinho para apanhar as folhas caídas.
Alguns conselhos
•• Verifique se as lâminas da máquina de
Arejamento (escarificação) cortar relva estão afiadas e bem regu-
Arejar o solo de um relvado, de pre- ladas. Assim, o corte será mais fácil e
ferência na primavera ou no outono, fará menos estragos no relvado.
é sempre benéfico: o ar e a água atingem
mais facilmente as raízes, estimulando •• Em caso de seca, seja bastante pru-
assim o crescimento. dente. Aumente a altura do corte,
apare menos vezes e não monde.
Adubação de fundo
•• Quando o relvado estiver molhado,
Na primavera, espalhar sobre o relvado
não ande sobre ele nem o apare.
uma mistura homogénea de areia e com-
posto é uma boa opção. Este tratamento •• É inútil arejar o relvado se o terreno for
deixa a terra mais fértil e favorece a “leve” ou se a relva não tiver de supor-
decomposição da camada de erva seca, tar condições difíceis.
melhorando a estrutura do solo. Se não
tiver composto, utilize terra vegetal. •• Na maioria dos casos, uma rolagem
Prefira areia grossa ou de horticultura à (passar com um rolo próprio) exces-
areia de construção, pois esta pode ser siva é supérflua e pode causar danos
se o terreno for “pesado” (argiloso).
demasiado fina.
Essa operação compacta o solo e pode
dificultar bastante a drenagem.
Adubação de cobertura
Se aparar regularmente o relvado e dei- •• Apanhe a relva cortada se, antes de o
xar no solo a relva cortada, não preci- aparar, o relvado tiver mais de cinco
sará de pôr adubo. Este apenas acelera centímetros de altura.
o crescimento, o que leva a que tenha
Cortar a relva
bem rente é
bom para as
margaridas
31
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
32
A
O RELVADO 3
as plantas inteiramente, pois, caso con- O corte permite ver
trário, podem voltar a crescer. Algumas a camada de musgo e de colmo
ervas daninhas, como o dente-de-leão,
possuem raízes aprumadas e profundas,
que têm de ser arrancadas com a ajuda de
uma faca velha. Trabalhe de forma siste-
mática e por etapas e volte a semear relva
nas zonas que ficarem nuas.
33
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
34
A
O RELVADO 3
Volte a semear relva nas áreas nuas e • Não corte a relva demasiado curta:
estimule o seu crescimento, fazendo deixe 2,5 centímetros para a relva
cortes regulares. Se a relva estiver muito comum, 1,5 centímetros para a relva
fraca, recorra a uma adubação comple- fina. Isto também evita o aparecimento
mentar (veja as páginas 194 e seguintes). de ervas daninhas e musgo.
PRAGAS E DOENÇAS
Sintomas Tratamento
PRAGAS
Algumas larvas não causam grandes prejuízos
e, se a relva já estiver amarela, não há grande
coisa a fazer. A única maneira de se ver livre
Relvado com zonas amareladas no verão. delas sem utilizar produtos químicos consiste
Larvas
Estorninhos e outros pássaros a debicar em cobrir a relva com um plástico, de prefe-
de mosca
no chão também são indício rência em noites quentes e húmidas, a fim de
levar as larvas a subir à superfície. Assim, os
pássaros poderão comê-las ou poderão ser
retiradas com uma escova
Surgem montículos de terra à superfície, Antes de cortar a relva, retire os montículos
Minhocas que podem ser espalhados pela máquina com a ajuda de uma vassoura ou de uma es-
de cortar relva cova. Dessa forma, evitará que se espalhem
Surgem pequenos montes de terra no relvado.
Toupeiras As galerias feitas pelas toupeiras podem Veja a página 115 (métodos de combate)
abater, criando buracos
DOENÇAS
Placas de relva de aspeto marmoreado,
É um sinal de que a relva tem carências de
no final do verão e no outono. Preste atenção
Corticium azoto. Ponha adubo na primavera e não
aos filamentos cor-de-rosa ou vermelho-
apanhe a relva cortada
-coral do fungo
Doença muito difundida, caracterizada
pelo aparecimento de manchas castanhas Não utilize adubos azotados, sobretudo
ou alaranjadas, após um período de tempo no outono, pois estimulam o crescimento
Fusariose
húmido. Por vezes, o fungo, de cor rosada, da relva e esta torna-se sensível às doenças.
é visível. Aparece, geralmente, no outono Se possível, melhore a drenagem
ou na primavera
OUTROS PROBLEMAS
Algas Matérias viscosas ou gelatinosas à superfície Areje o solo do relvado e espalhe areia grossa
Manchas verde-escuras, acastanhadas Sinal de que o relvado não está bem tratado.
Líquenes ou alaranjadas, que se desenvolvem sobre Veja, nesta página, o título Como evitar proble-
a terra nua mas no relvado
35
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
36
4
Os legumes
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
38
A
OS LEGUMES 4
Adubos químicos vale a pena: as regas serão menos fre-
Renunciar aos adubos químicos implica quentes e tanto a fertilidade como a
que o solo seja melhorado. Isso pode estrutura do solo ficarão a ganhar. Para
ser conseguido adicionando-lhe gran- dosear o esforço, proceda por etapas,
des quantidades de matérias orgânicas. criando um sistema de canteiros fixos
Trata-se de uma tarefa mais fastidiosa semelhante ao que descrevemos a par-
do que o simples ato de pôr adubo, mas tir da página 43.
A rotação de culturas
As vantagens Simplificação das regas
Agrupar os legumes que necessitam
A rotação de culturas consiste em da mesma quantidade de água facilita
mudar de local, todos os anos, o cultivo bastante a organização das regas.
de cada espécie. As plantas da mesma
família são agrupadas, de acordo com
as suas necessidades e com a resistência Organizar a rotação
às pragas e doenças, o que apresenta de culturas
diversas vantagens, que apresentamos
em seguida. É conveniente adotar, na maioria dos
casos, um esquema trienal, que pode
Diminuição das pragas e doenças ser seguido mesmo nas hortas mais
Cultivar, em cada ano, plantas da pequenas. Cada parcela deve ser pre-
mesma família em parcelas diferentes, viamente preparada, todos os anos, de
evita o aparecimento de pragas e doen- acordo com as variedades que nela se
ças com origem no solo. pretendem plantar. Pense na hipótese
de adotar um esquema quadrienal, no
Aperfeiçoamento da luta caso de a horta ser muito grande ou se
contra as pragas deseja cultivar muitas batatas. Quanto
Agrupar os legumes da mesma famí- maior for a duração da rotação, melhor.
lia permite lutar contra as pragas
globalmente.
Integrar os legumes
Economias de escala de inverno
Agrupar os legumes de acordo com as
suas necessidades permite fazer eco- A rotação de culturas seria simples, se
nomias de tempo e de trabalho. Para fosse possível libertar as parcelas no
darmos um exemplo: só será necessário outono para recomeçar apenas na pri-
estrumar ou tratar com cal uma parte da mavera seguinte. No entanto, algumas
horta. culturas passam o inverno na terra.
39
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
• Os legumes tardios devem ser planta- vem ser colocadas na parcela das legu-
dos logo que se colhem os temporãos. minosas, logo que as últimas vagens
Para isso, siga o esquema de rotação sejam apanhadas; a parcela das legumi-
de culturas (veja o quadro), para que os nosas será a das couves no ano seguinte.
legumes estejam na parcela adequada na
primavera seguinte. • Seguindo o mesmo princípio, semeie
as cebolas na parcela das batatas, que,
• As couves que vai transplantar no no ano seguinte, se tornará a parcela das
outono, para colher na primavera, de- cebolas.
ESQUEMA TRIENAL
Ano 1 Ano 2 Ano 3
Batatas, Leguminosas,
Parcela A Couves
legumes-raiz família do alho e da cebola
Batatas, Leguminosas,
Parcela B Couves
legumes-raiz família do alho e da cebola
Leguminosas, Batatas,
Parcela C Couves
família do alho e da cebola legumes-raiz
PARCELA A
Couves A propósito da hérnia-da-couve
•• Exigências quanto ao terreno A rotação de culturas permite evitar que
As couves precisam de um solo fértil, de esta doença, originada por um fungo, pro-
preferência neutro a alcalino. Adicione-lhe voque danos consideráveis. A adição de
uma boa quantidade de matérias orgânicas cal ao solo também é útil. Mas se o ataque
no outono ou cubra-o de palha na prima- for grave, impõem-se medidas drásticas,
vera. Controle o pH no outono e ponha-lhe pois os esporos deste fungo podem resis-
cal, se necessário (espere pela primavera, tir durante nove anos. Nesse caso, retire a
se o terreno for “leve”). Junte-lhe com- couve do esquema de rotação e cultive-a
posto, antes e durante o crescimento, pois na mesma parcela todos os anos.
as couves são muito “gulosas”. Mantenha a parcela com um pH entre 7
e 7,5, pondo-lhe cal. Semeie as couves
•• Que legumes? para transplantar em vasos de 10-15 cen-
Couves de repolho (couve-branca, couve- tímetros, para que tenham boas raízes
-roxa, couve-lombarda), couve-flor, bró- no momento de serem transplantadas e
colos, couve-chinesa, couve-de-bruxelas, expostas à hérnia-da-couve.
couve-rábano, nabos, rabanetes, couve-
-frisada, rutabaga, rábano-silvestre,
mostarda e nabiça, utilizados como adubo
verde.
40
A
OS LEGUMES 4
PARCELA B
Família da batata (solanáceas) Basta-lhes um pouco de estrume e não
necessitam de regas frequentes.
•• Exigências quanto ao terreno
Os legumes da família da batata exi- •• Que legumes?
gem muitas substâncias nutritivas, mas Cenouras, pastinacas, salsa-raiz, salsifi,
pouca cal. chicórias (para facilitar, também se podem
incluir nesta parcela as beterrabas).
•• Que legumes?
Batatas e solanáceas de primavera-verão, • Vantagens da rotação de culturas
como o tomate, os pimentos, os pimentões Ajuda a evitar a rizotónica e o cancro-bac-
e as beringelas. teriano (nas pastinacas).
Legumes-raiz
•• Exigências quanto ao terreno
Os legumes-raiz não são muito exigentes.
PARCELA C
Leguminosas
•• Exigências quanto ao terreno
As raízes das papilionáceas fixam o azoto no
Família do alho e da cebola solo e, assim, não precisam de adubos quí-
(liliáceas) micos azotados. Adicione ao solo uma boa
quantidade de matérias orgânicas, como,
•• Exigências quanto ao terreno por exemplo, composto bem fermentado.
A família do alho e da cebola requer
muitas matérias orgânicas no solo. •• Que legumes?
As regas não são muito necessárias, Ervilhas, grão-de-bico, favas, feijão-de-
exceto após um eventual transplante de -trepar e adubos verdes, como a ervilhaca,
alhos-franceses. a luzerna, a favarola e o trevo.
41
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
Culturas complementares
•• Aboborinhas, abóboras e pepinos terrenos que contenham muitas maté-
Cultive-os em terrenos bem fertilizados. rias orgânicas e azoto e que beneficiem de
Crescem melhor em solos ricos e capazes regas frequentes. Pode ser cultivada jun-
de reterem a água. tamente com as couves.
•• Aipo •• Beterrabas
É frequentemente cultivado com as Não pertencem à mesma família das outras
ervilhas e os feijões, que têm as mes- raízes e dos outros tubérculos, mas são
mas exigências, ou com os pepinos e frequentemente agrupadas com eles.
as beringelas. Exige um solo rico, capaz Além de muitas substâncias nutritivas,
de reter facilmente a água, e regas pouco mais exigem.
frequentes.
•• Espinafres e acelgas
•• Alface Têm as mesmas exigências das beterra-
Cultura complementar, boa para pôr nas bas e, portanto, podem ser cultivadas da
parcelas livres. Cresce facilmente em mesma forma.
Canteiros de legumes
Pode organizar melhor a sua horta se a canteiros com 120 centímetros de lar-
dividir em canteiros fixos separados por gura serão adequados, mas pode fazê-
caminhos, de onde poderá efetuar todo -los um pouco mais pequenos se não
o trabalho necessário. conseguir chegar ao centro.
O arranjo do terreno deverá permitir- Os caminhos devem ter, pelo menos,
-lhe dispor de superfícies de cultura tão 30 centímetros de largura (ou então
grandes quanto possível, relativamente 45 centímetros, se tiver de utilizar um
aos caminhos. Na maioria dos casos, carrinho de mão).
42
A
OS LEGUMES 4
Vantagens
dos canteiros fixos Necessidade de adubos
suplementares
• Mais legumes
Os legumes cultivados em canteiros ficam
Como já não tem de passar entre as filas
mais próximos uns dos outros: os suplemen-
de legumes para os sachar ou colher, o tos de adubo só são necessários se pretender
espaço de intervalo pode ser diminuído, rendimentos elevados. Nesse caso, antes da
o que aumenta o rendimento de cada plantação, ponha um adubo orgânico comer-
superfície de cultura. Além disso, os cial autorizado em agricultura biológica, rico
canteiros fixos facilitam a rotação das em azoto; para as variedades mais “gulosas”,
culturas e a colocação de barreiras con- como as couves, faça uma adubação de cober-
tra as pragas. tura durante o período de crescimento (para as
quantidades a usar, veja o quadro da página 47).
É importante regar bem os legumes de folha,
• Cavar menos
quando o verão é muito seco, e as ervilhas, os
Uma vez que já não precisa de andar feijões, o tomate e o milho-doce enquanto os
sobre a terra, esta não fica tão compacta. frutos ou as sementes se desenvolvem.
Por isso, também não é preciso cavar
muito fundo.
43
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
Proteção
dos legumes
Os canteiros fixos
facilitam a proteção
dos legumes. Com efeito,
Solos permeáveis e compactos é possível espetar arcos
Se o solo da sua horta se compacta facil- (feitos de tubos plásticos), que
mente ou seca muito depressa, deve poderão servir de suporte para mate-
cavá-lo em profundidade e adicionar-lhe riais de proteção contra as pragas ou as
matérias orgânicas (veja a página 157). geadas. Os rebordos de madeira também
Tente não misturar demasiado a camada permitem fixar redes ou plásticos.
superior fértil com a inferior. Trabalhe
com a forquilha de cavar, a fim de obter Contra os gatos
um camalhão (porção de terreno entre Os alfobres ou viveiros com sementeiras
dois sulcos) de forma arredondada ou recentes atraem os gatos. Para os pro-
plana com os bordos inclinados. teger, coloque alguns paus no centro
e outros no sentido do comprimento;
Solos médios depois, cubra tudo com uma rede, à laia
A maioria dos solos não compactos só de tenda.
tem de ser cavada uma vez em profun-
didade. Nessa ocasião, elimine as ervas Contra a geada
daninhas (dente-de-leão, corriola...), Estique um plástico transparente sobre
retirando os restos das raízes. Adicione os arcos, no outono e na primavera,
matérias orgânicas com uma espessura para proteger as plantas contra a geada.
de, pelo menos, três centímetros e mis- O plástico também pode servir para
ture-as bem com a terra, com a ajuda de aquecer e secar o solo na primavera.
uma forquilha.
Contra as pragas
Um bom aproveitamento Uma rede colocada sobre os arcos pode
do espaço servir para afastar os pombos. Para os
No quadro da página seguinte figuram insetos voadores (como a mosca-da-
as distâncias a respeitar, para que possa -cenoura), utilize, por exemplo, uma rede
obter um bom rendimento de plantas mosquiteira ou uma manta térmica.
44
A
OS LEGUMES 4
DISTÂNCIAS A RESPEITAR ENTRE OS LEGUMES
Legumes Entre plantas Entre linhas
Aboborinhas, abóboras 60 cm 60 cm
Aipo 25 cm 25 cm
Alfaces-repolho 30 cm 25 cm
Alfaces-romanas 20 cm 25 cm
Alhos-franceses (1) 15 cm 30 cm
Batatas 40 cm 43 cm
Beterrabas, cultura principal 5 cm (2) 18 cm
Beterrabas, temporãs 10 cm 18 cm
Brócolos (3) 15 cm 30 cm
Cebolas (4) 5 cm 23 cm
Cenouras, cultura principal 2,5 cm 15 cm
Cenouras, temporãs (5) 10 cm 15 cm
Couve-flor (6) 30 cm 30 cm
Couves-de-bruxelas (7) 60 cm 60 cm
Couves-de-repolho, inverno (8) 40 cm 40 cm
Couves-de-repolho, out. (9) 10 cm 30 cm
Couves-de-repolho, verão (8) 30 cm 30 cm
Ervilhas (10) 10 cm 10 cm
Espinafres 15 cm 20 cm
Favas 20 cm 25 cm
Feijões-de-trepar 15 cm 60 cm (11)
Feijões-rasteiros 8 cm 30 cm
Milho-doce 30 cm 60 cm
Nabos 15 cm 15 cm
Pastinacas (12) 8 cm 20 cm
Rabanetes 3 cm 3 cm
Tomate 40 cm 40 cm
(1) 10 cm se desejar caules mais finos.
(2) 2,5 cm para as variedades pequenas.
(3) Colher as pequenas couves do centro e deixar desenvolver os rebentos laterais. Deixar 30 cm
entre as maiores.
(4) Cebolas temporãs: 3 cm entre linhas.
(5) 1 cm no caso das variedades mais pequenas.
(6) 60 cm para a couve-flor de inverno e 15 cm para as couves-flores mais pequenas (porção individual).
(7) 40 cm para as couves mais pequenas destinadas a congelamento.
(8) 15 cm para as couves mais pequenas (porção individual).
(9) Colher uma planta entre cada duas para consumo imediato, as outras formarão repolho.
(10) Semear em filas triplas com 4 cm de distância entre elas. Para uma colheita única destinada
45
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
46
A
OS LEGUMES 4
ESCOLHA DOS LEGUMES
Transplantação
Necessidades
Necessidades
Sementeiras
Sementeiras
em adubo (3)
Rendimento
em vasos (5)
de cultivo (1)
Dificuldade
em água (4)
Problemas
definitivas
por metro
Legumes
de fila (2)
Abóboras •••• 2,7 kg *** Abr.-mai. Mai.-jun. Mai.-jun. Vírus, lesmas
**
Alface •••• 3-4 un. **** Fev.-out. Mar.-nov. Mar.-ago. Pulgões, míldio
***
Podridão-branca, míldio,
Alho-francês •••• 1,2 kg **** * Fev.-abr. Abr.-jul. – mosca-da-cebola,
nemátodos
Batatas (tardias) •••• 3,7 kg **** ** – Abr.-mai. – Lesmas, sarna, míldio
Batatas (temporãs) •••• 1,8 kg **** *** – Mar.-abr. – Lesmas, sarna, míldio
Beterrabas •••• 1,5 kg ***** * – – Fev.-out. Sem problemas graves
Brócolos brancos ••• 2 kg Mar.-jun. Jul.-out. – (7)
***** *
Brócolos verdes Abr.-
e violetas ••• 1,3 kg *** *** Mar.-out. -nov. Abr.-out. (7)
Podridão-branca, míldio,
Cebolas ••• 1,3 kg *** * Fev.-mar. Abr.-mai. Mar.-abr. mosca-da-cebola,
nemátodos
Podridão-branca, míldio,
Cebolas (primavera) ••• 0,5 kg * * – – Fev.-mar. mosca-da-cebola,
nemátodos
Cenouras (tardias) •• 1,5 kg * * – – Abr.-out. Mosca-da-cenoura
Cenouras (temporãs) •• 1,3 kg * * – – Fev.-out. Mosca-da-cenoura
Cercefi ou salsifi • 2 kg ** *** Mar.-abr. Abr.-mai. – Mosca-da-cenoura
Couve-de-bruxelas •• 1,4 kg Fev.-out. Abr.-dez. – (7)
**** *
Couve-flor (inverno) • 2,3 kg Mai. Jul. – (7)
** *
Couve-flor (outono) 2 kg (7)
• ***** ** Abr.-mai. Mai.-jun. –
Couve-flor (verão) • 2 kg Fev.-abr. Mar.-jun. – (7)
***** **
Couve-nabo ••• 1,5 kg ** * – – Abr.-jun. (7)
Ervilhas •• 0,9 kg Nenhumas ** – – Fev.-abr. Lagarta-da-ervilha,
pombos, míldio
Ervilhas-de-quebrar •• 1,7 kg Nenhumas ** – – Fev.-abr. Lagarta-da-ervilha,
pombos, oídio(7)
Espinafres 1,3 kg Mineira-das-folhas,
•••• **** *** – – Mar.-jul. lesmas
Favas •••• 0,9 kg (6) * ** – – Nov.-mar. Pulgões-negros
Feijão-de-trepar •••• 6 kg ***** *** Mar.-abr Abr.-mai. Mai.-jun. Pulgões
Feijão-rasteiro ••• 0,9 kg ***** ** Fev.-abr. Mai.-jun. Abr.-jun. Pulgões
Milho-doce •• 5 esp. **** **** Abr.-mai. Mai.-jun. Abr.-mai. Aves granívoras
Nabos •••• 1,5 kg *** – – – Abr.-nov. (7)
Pastinaca •• 2 kg *** * – – Mar.-mai. Mosca-da-cenoura, cancro
Rabanetes •••• 0,5 kg Nenhumas * – – Fev.-ago. Alticas
Repolhos (inverno) ••• 3 kg Mai. Jun. – (7)
***** *
Repolhos (primavera) •• 1,8 kg Jul.-ago. Set.-out. – (7)
** *
Repolhos (verão) ••• 2,7 kg Fev.-abr. Abr.-mai. – (7)
***** **
Míldio, podridão-cinzenta,
Tomate •• 3,5 kg **** **** Mar.-abr. Mai.-jun. – vírus
(1) Quanto menor o número de bolas, mais fácil é o cultivo. ou da plantação. *** e mais = Espalhar metade, no momento
(2) De acordo com as experiências realizadas pela asso- de semear ou plantar, e o resto numa ou duas vezes
ciação de consumidores britânica ou com o rendimento durante o crescimento. Se utilizar farinha de casco e chifre,
anunciado pelos comerciantes. junte-lhe 85 gramas de farinha de osso e 70 gramas de
(3) Quantidade de adubo por metro quadrado: adubo de potássio.
(4) * = Inútil regar, exceto nos anos secos. ** = Regas pontuais
Farinha Farinha
Adubo de sangue de casco em caso de seca. *** = Regas regulares em tempo seco.
composto e osso e chifre (5) Outra possibilidade para as couves: semear em cantei-
47
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
Evite as cenouras. Se, mesmo assim, qui- Os legumes que só necessitam de água
ser cultivá-las, escolha uma variedade de vez em quando (**, no quadro)
redonda, como a Rondo. podem ser cultivados com sucesso,
mas é necessário regá-los na altura
Se não puder regar adequada.
Se as regas forem um problema, é
melhor evitar os legumes que exigem Evite os aipos, as couves-flores, os bró-
água regularmente (consulte o quadro colos e as ervilhas tardias. Os legumes
da página anterior e evite os legumes que contêm * no quadro, como as beter-
que contêm *** na coluna Necessida- rabas, os brócolos de inverno e as cebo-
des em água). Isso é um imperativo, las, dão bons resultados.
Resolver os problemas
Higiene moscas-da-cebola, alfinetes, etc. As aves
Uma boa higiene evita que as doenças se e as condições climatéricas farão o resto.
propaguem na horta.
• Após a colheita, desenterre e queime
• Use recipientes próprios e composto as plantas doentes. Os pulgões-cinzentos
esterilizado para as sementeiras. Depois e as larvas das moscas-da-couve, por
de os utilizar, lave cuidadosamente exemplo, podem sobreviver nos cau-
todos os vasos, recipientes para as les. Outros parasitas, como as larvas da
sementes, estacas, etc. mosca-da-cenoura, refugiam-se no solo.
A mosca-da-cebola, a mosca-do-aipo e as
• Limpe a estufa. Inspecione regular- moscas mineiras podem ficar nas folhas.
mente os legumes e retire as folhas
doentes ou as plantas afetadas. Não use • As plantas que aguentam o inverno
os vegetais doentes para adubo. também podem servir de abrigo para as
pragas. As couves, por exemplo, podem
• Mantenha a horta limpa. Não deixe acu- ser atacadas por moscas-brancas. Se for
mular folhas mortas, restos de plantas necessário, apanhe-as e queime-as.
podadas ou detritos de plantas antigas.
• As lesmas, as álticas, os gorgulhos-
Problemas de inverno -das-ervilhas e as larvas de alfinete cos-
• Pode reduzir o número de pragas tumam refugiar-se perto da pilha de
hortícolas eliminando-as, assim como composto, nos restos de vegetais ou nas
aos seus refúgios, no inverno. Se cavar ervas daninhas. Mantenha o solo traba-
a terra, virão parar à superfície lesmas, lhado e tratado.
48
A
OS LEGUMES
4
superior das folhas, sobretudo com tempo seco.
Queime as folhas atingidas ou polvilhe com
enxofre em pó (eficaz para temperaturas entre
os 18ºC e os 29ºC; acima dos 29ºC, pode causar
danos à planta).
5. Pulgões-negros
Corte a ponta das favas assim que se tenham
formado quatro cachos de flores.
6. Lagarta-das-ervilhas
Pequenas lagartas que penetram nas vagens
e comem as sementes. Nada a fazer.
7. Antracnose-do-feijoeiro
Manchas castanhas e profundas nas vagens
dos feijões-rasteiros. Destrua as vagens atin-
gidas. Mude o local de cultivo no ano seguinte.
8. Tripe-das-ervilhas
Leguminosas Vagens encarquilhadas e com manchas
prateadas. Corte as vagens atingidas.
1. Gorgulho-da-ervilha
Folhas roídas. A colheita não é afetada. 9. Míldio
Folhas manchadas de amarelo na face superior,
2. Antracnose-da-ervilha bolor branco-violeta na inferior. Retire as plan-
Folhas cobertas de manchas castanho-escu- tas atingidas. Faça rotação de culturas.
ras. Retire as folhas mais atingidas. Ponha cal-
cário, no ano seguinte, se o solo for ácido. 10. Coração manchado
O coração das ervilhas fica castanho-escuro,
3. Bactérias-do-feijoeiro devido a uma carência de magnésio. Adicione
Pequenas manchas castanhas e oleosas, ao solo pó de basalto ou algas marinhas
rodeadas de amarelo. Afeta o feijão-rasteiro e calcárias.
de trepar. Destrua as plantas atingidas e mude
de local de cultivo no ano seguinte. 11. Fusariose
Folhas amareladas, necroses no caule, plan-
4. Oídio tas murchas. Elimine as plantas atingidas.
Bolores com aspeto de pó branco na parte Evite solos mal drenados.
49
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
Couves
1. Lesmas 6. Lagarta-do-rábano
Orifícios irregulares nas folhas, traços Retire as lagartas.
viscosos. Proteja as plantas jovens com a
ajuda de cilindros feitos com garrafas de 7. Falsa hérnia-da-couve
plástico. Excrescências nas raízes, larvas brancas
no interior. Faça rotação de culturas.
2. Oídio
Manchas brancas, sobretudo com tempo 8. Mosca-da-couve
seco. Retire as folhas afetadas. Desenvolvimento fraco, folhas azuladas
e com pequenas larvas. Cubra as plantas
3. Carência de boro com manta térmica.
Coração da couve acastanhado. Regue
com uma solução de bórax (16 gramas 9. Couves-de-bruxelas mal fechadas
por 10 m2) na estação seguinte. As couves não se fecham. Deve-se a
carência de potássio, a não ser que seja
4. Estragos da geada problema da variedade. Adicione matérias
Coração da couve-flor acastanhado e com orgânicas, compacte o solo e opte por um
partes podres. Nada a fazer. Retirar. híbrido F1.
5. Doença-das-manchas-negras 10. Álticas
Manchas redondas e castanhas com um Pequenos orifícios redondos, sobretudo
centro negro, sobre as folhas. Retire as nas plantas jovens. Se o problema se tor-
folhas atingidas. Faça rotação de culturas. nar grave, use uma manta térmica ou uma
50
A
OS LEGUMES 4
Alfaces
1. Pulgões-das-raízes
rede mosqueira, ou aplique rotenona ou Desenvolvimento interrompido, folhas amarelas
Spinosade sobre as plantas e o solo. e murchas. Pó branco e ceroso nas raízes. Regue
bem em tempo seco. Cultive variedades resisten-
11. Míldio tes, como a Appia.
Amarelecimento das folhas. Cober-
tura branca na parte inferior das folhas. 2. Espigamento
Retire as plantas atingidas. Faça rotação Só cresce o espigão da flor, não formando repolho.
de culturas. Deve-se a uma paragem no crescimento, a tempo
quente e seco ou a variedades não adaptadas à
12. Pulgão-cinzento estação.
Colónias de pequenos insetos cinzentos
e lustrosos, que se instalam por baixo 3. Rebordos castanhos
das folhas. Livre-se das que estiverem O rebordo das folhas fica castanho e ressequido.
muito atingidas. A causa é a evaporação demasiado rápida da água
nas folhas ou a falta de calcário. Nada a fazer.
13. Mosca-branca O crescimento continua normalmente.
Levantam-se nuvens de moscas-
-brancas, assim que tocamos na 4. Podridão-cinzenta (Botrytis)
planta. Geralmente só causam estragos Apodrecimento do colo. A planta murcha comple-
superficiais. tamente. Retirar.
14. Nóctua-da-couve 5. Pulgões
Retire as lagartas. Tratamento biológico Folhas rugosas e amarelas. Pequenos insetos na
(veja a página 108). parte inferior da folha, que segregam uma subs-
tância pegajosa. Pulverize com uma solução à base
15. Carências em molibdénio de sabão de potássio a 1,5 por cento.
As folhas dos brócolos e das couves-
-flores ficam fracas e deformadas. Apli- 6. Míldio
que pó de algas marinhas calcárias, se o Manchas amarelas na parte superior das folhas e
solo for ácido. bolores brancos na inferior. Retire as folhas doen-
tes. Desbaste o mais cedo possível. Cultive varie-
16. Carências de magnésio dades resistentes.
Folhas amarelas entre as nervuras,
sobretudo se o solo for calcário. Trate 7. Fusariose
com a ajuda de uma solução de sul- Caules ocos e acastanhados, que começam a apo-
fato de magnésio através de rega drecer junto ao pé.
ou pulverização. Elimine as plantas doentes.
17. Lagarta-da-couve 8. Vírus-do-mosaico
Folhas corroídas. Folhas marmoreadas, com manchas amarelas
Veja o n.º 14. entre as nervuras. O crescimento para. Retire as
folhas atingidas.
18. Hérnia ou potra-da-couve
Excrescências nas raízes. As plantas
adquirem uma tonalidade avermelhada
ou violeta e ficam murchas quando
o tempo aquece.
51
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
Legumes-raiz
1. Mosca-do-aipo 4. Mosca-da-couve
Traços brancos e sinuosos e manchas Manchas azul-acinzentadas sobre as
acastanhadas sobre as folhas das pas- folhas dos nabos e dos rábanos.
tinacas. Retire e destrua todas as folhas
atingidas. 5. Pulgões
Retire as folhas mais atingidas. Pulverize
2. Vírus-do-mosaico com água misturada com sabão de potássio.
Folhas com veios ou deformadas e aver-
melhadas. Não causa estragos nas raízes. 6. Mosca-da-cenoura
Elimine as plantas atingidas. Folhas avermelhadas e com tendência a
murchar em tempo quente. Larvas que
3. Álticas se alimentam das raízes. É preferível não
Pequenos orifícios nas folhas de nabos, desbastar. Coloque uma barreira plástica
rábanos e rabanetes. Utilize piretrinas ou ou uma manta térmica em volta dos can-
rotenona se as plantas estiverem muito teiros de cenouras.
atingidas.
7. Rizotónia
As folhas dos nabos e dos rábanos ficam
amarelas com nervuras pretas. As raízes
apodrecem. Elimine as plantas atingidas.
8. Oídio
Bolores com aspeto de pó branco na parte
superior das folhas dos nabos e dos rába-
nos. Retire as plantas atingidas ou polvilhe
com enxofre em pó (eficaz para tempera-
turas entre os 18ºC e os 29ºC; acima dos
29ºC, pode causar danos à planta).
9. Míldio
Bolores cinzentos na parte inferior
das folhas dos nabos e dos rábanos.
Retire as plantas atingidas.
Podridão-das-cebolas
É das doenças mais vulgares e afeta as para consumo. A doença também pode vir
cebolas que se guardam para conservar. de restos de outros vegetais.
Após alguns meses, a casca envolvente A rotação de culturas, trienal ou quadrienal,
dos bolbos amolece e escurece, apare- pode ser útil, mas é sempre indispensável
cendo feridas profundas em volta do colo. eliminar sem demora as cebolas atingidas.
A podridão toma rapidamente conta de toda Como medida de prevenção, cerca de um
a cebola e podem surgir bolores cinzentos. mês antes da colheita deixe de regar e
Esta doença pode destruir completamente dobre a rama da cebola para promover
a sua provisão: as cebolas ficam impróprias a secagem do bolbo.
52
A
OS LEGUMES 4
Cebolas, alho-francês
1. Mosca-da-cebola 5. Nemátodos-dos-caules
Amarelecimento e esmorecimento das O pé das cebolas incha e as folhas ficam
folhas. Larvas nas raízes ou nos bolbos. deformadas. Elimine as plantas atingidas
Nada a fazer. A eliminar. e não as volte a cultivar no mesmo local.
2. Ferrugem 6. Podridão-branca
Manchas cor de laranja, sobretudo nas Folhas amarelas e murchas. Bolores de
folhas dos alhos-franceses. Mesmo assim, aspeto penugento nos bolbos e nas raízes.
o caule e o bolbo podem ser consumidos. Elimine as plantas atingidas e não volte
Após a estação, retire as folhas atingidas a cultivá-las no mesmo local.
e escolha um local diferente para a planta-
ção, no ano seguinte. 7. Colo dilatado
Bolbos com o colo dilatado. Provavelmente
3. Míldio devido ao tempo húmido ou a um excesso
Folhas acinzentadas e roídas, que acabam de azoto ou de adubo no solo. Não servem
por morrer. Não conserve os bolbos, con- para conservar, é melhor consumi-los
suma-os imediatamente. Cultive noutro de imediato.
local no ano seguinte.
8. Lagartas
4. Espigamento Os bolbos quebram pelo pé quando tenta-
As plantas desenvolvem-se logo em flor. mos arrancá-los. Acontece, geralmente,
Nada a fazer. Corte o caule e consuma o no caso de cebolas transplantadas em
bolbo logo que possível. Não tente con- estações muito húmidas. Não as conserve,
servar cebolas nestas condições. consuma-as de imediato.
53
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
Batatas
1. Pulgões 9. Sarna-comum
Friccione ou pulverize as plantas com uma Galhas sobre os tubérculos. Batatas pouco
calda de sabão de potássio a 1,5 por cento atrativas, mas comestíveis. Adicione
(1,5 kg/100 litros de água). matérias orgânicas e regue abundante-
mente com tempo seco.
2. Carências de magnésio
Folhas amarelas entre as nervuras. 10. Sarna pulverulenta
Desenvolvimento estagnado. Pulverize Crostas negras nos tubérculos atingidos,
com uma solução de sulfato de magnésio folhas dobradas. Queime os tubérculos
(epsomite): meio quilo por cada dez litros. atingidos e não cultive mais batatas nessa
parcela durante pelo menos três anos.
3. Geada
Caules escurecidos, folhas acastanhadas. 11. Cicatrizes na polpa
Proteja as plantas com manta térmica. Cicatrizes semicirculares na polpa dos
tubérculos, causadas por um vírus (trans-
4. Bacteriose mitido pelos nemátodos). Podem con-
Amarelecimento prematuro das folhas, sumir-se após a eliminação das partes
apodrecimento dos caules perto do solo. atingidas. Cultive noutra parcela no ano
Elimine os tubérculos atingidos e não seguinte.
guarde para provisão os tubérculos sãos.
5. Lesmas
Tubérculos ocos, grandes orifícios
redondos à superfície. Faça a colheita
o mais rápido possível, não os
guarde para provisão.
6. Míldio
Manchas amarelo-
-acastanhadas,
mais tarde negras, sobre as
folhas, que se tornam que-
bradiças com tempo seco e apodrecem
com tempo húmido. Bolores brancos
na face inferior. Elimine as plantas e
os tubérculos atingidos.
7. Nemátodos
Crescimento deficiente, folhas descolo-
radas. Nodosidades (quistos) nas raí-
zes. Faça rotação de culturas. Cultive
variedades temporãs ou resistentes.
8. Larvas de alfinete
Galerias estreitas nos tubérculos. Faça a
colheita o mais rápido possível.
54
Os frutos
5
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
56
A
OS FRUTOS 5
3. Alimentação 7. Localização
Na primavera, ponha no solo um adubo Todas as árvores de fruto gostam de
orgânico: 150 gramas por metro qua- locais soalheiros e protegidos. Sem-
drado, pelo menos, até que a árvore ou pre que possível, evite os locais muito
o arbusto chegue à maturidade. Depois, expostos à geada. Obtêm-se melhores
cubra o solo com uma camada de com- resultados em solos suficientemente
posto, uma vez por ano. húmidos, mas bem drenados.
57
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
Pragas
Pulgões ou piolhos
Pulgões-lanígeros
Bichado-da-fruta
Colónias de insetos cinzento-acastanha- É a praga mais importante nas macieiras
dos, cobertos por uma espécie de cera e pereiras. As lagartas cavam pequenos
lanosa. Se a casca da árvore estiver fen- orifícios nos frutos, que podem cair pre-
dida, é como uma porta aberta para as maturamente. Retire os frutos atingidos.
doenças. Esfregue com álcool etílico ou Enrole sacos ou cartão ondulado à volta
corte e queime os ramos que abrigam do pé da árvore e dos ramos mais gros-
as colónias. sos, para atrair e eliminar as lagartas que
estejam a hibernar. Outra possibilidade é
Hoplocampas utilizar uma imitação da substância utili-
As lagartas deixam sobre os frutos zada pelas borboletas fêmeas para atrair
umas cicatrizes sinuosas, que parecem os machos (a feromona). Convém colo-
cortiça, e penetram no interior. Muitos car esta “armadilha sexual” no final de
desses frutos acabam por cair. Apanhe abril. Este método requer uma dimensão
58
A
OS FRUTOS 5
Traças-das-maçãs
Lagartas desfolhadoras
Lagartas enroladas que comem as folhas
na primavera. As fêmeas (sem asas)
saem, no outono ou na primavera,
dos casulos feitos no solo e trepam às
59
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
No interior, podem ver-se larvas com pouco sensíveis, como, por exemplo,
quatro milímetros de comprimento. a bravo-de-esmolfe, a reineta-espriega
Retire todos os frutos atacados e cuide e a pardo-lindo.
do solo por baixo das árvores.
Doença-das-manchas-
-encortiçadas
Doenças Esta doença é causada por uma carência
de cálcio. Afeta unicamente as maçãs,
Pedrado por vezes já após a colheita. Sintomas:
depressões castanhas na casca e polpa
encortiçada. Faça a poda das maciei-
ras no verão, para lhes reduzir o vigor,
e aumente o potencial de produção.
Se o solo for ácido, aplique calcário até
o pH atingir 6,5 (pouco ácido a neutro).
60
A
OS FRUTOS 5
Moniliose atingidos. Lute contra as pragas (veja as
páginas 58 e 59).
Fogo-bacteriano
Esta doença provoca depressões na
casca da árvore. Pode ver-se uma secre-
ção gomosa e resinosa no tronco e nos
ramos. Retire a casca doente até atingir
a madeira sã e cubra a ferida com um
produto cicatrizante. Corte e queime
os ramos mais atingidos. Se toda a
O fruto apodrece total ou parcialmente. árvore estiver muito atingida, mais vale
O fungo penetra através de “feridas” eliminá-la. Em Portugal, esta doença
abertas pelas pragas. Retire os frutos é rara.
Pulgões
61
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
Hoplocampas da ameixeira
Doenças
Cancro-bacteriano
As folhas adquirem um aspeto acinzen-
tado e podem ficar castanhas prematu-
ramente. Corte os ramos atingidos até
chegar à madeira sã e queime-os. Se o
tronco estiver atingido, elimine a árvore.
Ferrugem-da-ameixeira
62
A
OS FRUTOS 5
Problemas com as bagas
Brocas-da-groselheira
Lagartas-das-framboesas
As folhas ficam murchas e os ramos Larvas branco-acastanhadas sobre
tornam-se fracos e quebradiços sob a os frutos maduros e no seu interior.
ação das lagartas, que se alimentam da Retire e destrua os frutos atingidos.
medula. A praga ataca, sobretudo, os
rebentos velhos das groselheiras. Corte
e queime os ramos atingidos.
63
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
Reversão da groselheira
Folha sã
Doenças
As folhas novas ficam deformadas e com
Oídio menos nervuras. O rendimento diminui
de ano para ano. Não há nenhum trata-
mento para esta doença viral. Arranque
e queime os arbustos. Compre novas
plantas, com garantia de serem saudá-
veis, e plante-as numa nova parcela.
64
A
OS FRUTOS 5
Conselhos de poda para árvores
e arbustos frutíferos sãos
ANTES DEPOIS
65
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
Redução da altura
de uma macieira
ANTES DEPOIS
Framboeseiras
Espere que todos os frutos tenham sido
colhidos e corte os pés mais velhos,
66
A
OS FRUTOS 5
rentes ao solo. Quanto às variedades
que frutificam no outono, corte os pés Onde podar?
rentes ao solo no inverno ou no início da
primavera. •• Ramos compridos
Corte-os de acordo com a figura em baixo, para
facilitar a cicatrização. Se cortar mais rente,
abrirá uma ferida maior e a cicatrização será
mais lenta. Os tocos estimulam as doenças.
Corte aqui
e não aqui
•• Ramos pequenos
Corte os ramos mais
pequenos obliquamente,
logo acima do gomo (ou
então rentes, no caso de
Amoras e híbridos rebentos laterais). Não
deixe tocos ou ramos esta-
lados, pois podem provocar
As amoras de silva e os híbridos (que a morte ou o apodreci-
são o resultado do cruzamento entre a mento da madeira.
amora-silvestre e a framboesa) podem
ser tratados como as framboeseiras:
depois da colheita, corte todos os pés
velhos bem rentes ao solo. Conserve os Groselheira-negra
rebentos jovens.
Pode-a com intervalos de três a quatro
anos. Corte um de cada três ramos, pela
base. Comece pelos mais antigos.
67
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
Desbaste de
uma ameixeira
Ameixeiras
Normalmente, as ameixeiras não pre-
cisam de ser podadas para terem uma
boa produção. Basta eliminar os ramos
e os rebentos doentes ou mortos e,
por vezes, um ou outro ramo demasiado
vigoroso.
Redução da altura
de uma ameixeira
68
A
OS FRUTOS 5
Escolher as variedades adequadas
Se escolher as variedades adequadas às determina, em boa medida, a dimen-
características do seu jardim ou pomar, são final da árvore. Os porta-enxertos
poderá evitar uma boa parte dos proble- menos vigorosos dão origem a árvores
mas causados pelas doenças e pragas. mais pequenas, mas que necessitam de
Por isso, vale a pena dar-se ao traba- um bom solo e de estrumação regular.
lho de escolher variedades resistentes Daí que, por exemplo, uma macieira
às doenças. enxertada num porta-enxertos M27
fique sempre fraca e pouco produtiva, se
não for plantada num solo muito fértil.
Solo Num solo de qualidade média, um porta-
-enxertos M9 tem mais possibilidades
Quase todas as variedades de árvores de dar origem a uma macieira saudável;
de fruto podem ser cultivadas em solos no entanto, se o solo for pobre e seco,
férteis e bem drenados. Mas, se o solo a melhor escolha é um porta-enxertos
for pobre, é preciso compensar as carên- M26 ou MM106.
cias com a escolha de uma variedade
de crescimento mais vigoroso. Uma pereira enxertada num marme-
leiro-silvestre C é suficientemente vigo-
As árvores de fruto são sempre consti- rosa para se adaptar a quase todas as
tuídas por um enxerto acoplado a um situações, mas, se o solo for pobre,
porta-enxertos, cujo vigor varia. É esse é preferível escolher um marme-
porta-enxertos – e não a variedade – que leiro-silvestre A. E é melhor não plantar
M27 M9 MM106
Altura da árvore Após
Produção
quantos
Após 5 anos Altura final máxima
anos?
St. Julien A 3m 5m 25 kg 7
Ameixeiras
Pixy 1,8 m 2,4 m 10 kg 4
Cerejeiras Colt 3m 5m 10 kg 7
MM106 3m 5m 50 kg 7
M26 2,4 m 3,6 m 40 kg 5
Macieiras
M9 2,4 m 3m 20 kg 5
M27 1,5 m 1,8 m 10 kg 4
Marmeleiro MA 2,4 m 3,6 m 40 kg 7
Pereiras
Marmeleiro MC 1,8 m 3m 35 kg 6
69
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
70
A estufa
6
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
72
A
A ESTUFA 6
do que o tomate. Um bom método de desenvolver doenças, como, por exem-
cultivo evitará a maioria dos proble- plo, a podridão-cinzenta.
mas, apesar de algumas pragas, como
os pulgões, as moscas-brancas ou os Até agora, os investigadores não têm
aranhiços-vermelhos, poderem atacar dedicado muitos esforços ao desenvol-
as plantas em qualquer altura. vimento de plantas ornamentais resis-
tentes, porque a maioria não dá gran-
• A alface é sensível à podridão-cinzenta des problemas. Mas se quiser reduzir
e ao míldio. Um bom arejamento ajuda a ao máximo a possibilidade de as coisas
prevenção. A alface-de-corte é uma das correrem mal, restrinja a sua escolha a
mais resistentes. variedades de boa reputação, como, por
exemplo, o Chlorophytum, as sansevié-
rias e um grande número de catos.
Plantas ornamentais
Os crisântemos, as sardinheiras e os Plantas frágeis
brincos-de-princesa são, provavelmente,
as plantas de estufa mais populares. •• Algumas plantas de estufa são particular-
mente sensíveis. As beringelas têm um rendi-
mento fraco e atraem mais pulgões e moscas-
• Os brincos-de-princesa e os crisân-
-brancas do que quaisquer outras plantas.
temos não dão problemas de maior,
embora os primeiros sejam frequen- •• Os pepinos também podem dar problemas:
temente atacados por pulgões e os são hipersensíveis a doenças virais trans-
segundos sejam sensíveis à ferrugem e mitidas pelos pulgões, costumam ser ataca-
à mineira-das-folhas. dos por fungos e, em estufa, podem contrair
fusariose, verticiliose e oídio. As moscas-
• As sardinheiras podem atrair moscas- -brancas e os aranhiços-vermelhos também
-brancas e, se as condições forem más, atacam mais os pepinos do que o tomate.
Problemas na estufa
73
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
À esquerda, em cima,
cochonilha-algodão
sobre um cato
À esquerda, em baixo,
cancro em tomateiros
À direita, begónias
atacadas pelo oídio
74
A
A ESTUFA 6
10. Crescimento alterado
——Vírus: folhas marmoreadas. Problemas
—Percevejos
— capsídeos: orifícios nas folhas. nas sementeiras
A doença-das-sementeiras é o problema
11. Infestações de insetos
mais frequente. Um fungo vindo do solo ataca
——Formigas. os pés das plantas ainda jovens, que acabam
——Pulgões: verdes ou negros. por sucumbir.
——Aranhiços-vermelhos: ácaros minúscu-
los, folhas amareladas. •• A melhor prevenção é uma boa higiene:
—Mosquito-do-composto:
— insetos voadores lave cuidadosamente os vasos e as caixas
sobre o composto ou em volta das plan- de sementeiras com água quente e sabão.
tas; vermes brancos sobre o composto.
——Colêmbolos: insetos brancos saltitan- •• Utilize sempre húmus vegetal desembalado
recentemente e não semeie muito denso.
tes no composto.
•• Regue na base dos caules, pois o fungo pode
12. Montinhos espumosos transmitir-se através dos salpicos de água.
——Cuspo de cuco: proveniente de cigarri-
nhas espumosas.
Doenças na estufa
O solo da estufa
São poucas as possibilidades de cultivar o completamente o solo da estufa, o que dá
mesmo legume, no mesmo local e durante bastante trabalho.
mais de dois anos seguidos, sem que se Existe uma alternativa mais simples:
manifestem doenças. aplane o solo, cubra-o com uma folha de
Por isso, no sítio onde este ano pôs plástico grosso e aplique outras técnicas,
tomate, por exemplo, tente cultivar pepi- como a cultura em vasos, em sacos, etc.
nos no ano que vem. Se se manifestar uma Outra opção é a aplicação da técnica da
doença recorrente, o melhor é renovar solarização (veja a caixa na página 77).
75
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
76
A
A ESTUFA 6
um regador sem crivo, para evitar os
salpicos, pois estes podem transmitir Solarização
esporos patogénicos e contaminar as
plantas sãs. Técnica usada para controlo de fitopatogéneos,
ervas daninhas e pragas através do aque-
Para evitar a podridão-cinzenta e o míl-
cimento do solo por meio da radiação solar.
dio, reduza as regas e retire os tapetes Consiste em regar abundantemente o solo nu e
capilares no outono, pois assim mantém cobri-lo com uma película de plástico transpa-
a taxa de humidade num nível baixo. rente durante os meses de verão, por um perío-
Areje sempre que for possível. do de quatro a seis semanas.
Pragas na estufa
77
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
78
A
A ESTUFA 6
Contra as lagartas
A bactéria Bacillus thuringiensis mata as Mitos tenazes
lagartas sem afetar os outros insetos. É
vendida sob a forma de esporos secos, •• Os cravos-de-tunes
Há quem diga que é possível combater as
que devem ser misturados com água.
moscas-brancas plantando cravos-de-tunes.
A aplicação do produto faz-se através Apesar de não existirem dados precisos sobre
de pulverização. A bactéria mata as o assunto, um teste efetuado na Califórnia
lagartas, paralisando-lhes o sistema mostrou que alguns feijoeiros plantados ao
digestivo. Repita o tratamento se houver lado de cravos-de-tunes, de erva-dos-gatos e
reincidência. de segurelha continham mais moscas-brancas
do que outros feijoeiros que tinham sido plan-
Contra as cochonilhas-algodão tados isoladamente.
Estes insetos servem de alimento a co-
•• Armadilhas
leópteros predadores do género Cryp-
Há também quem defenda que as armadilhas
tolaemus, cujas larvas, que se parecem pegajosas de cor amarela permitem capturar
com grandes cochonilhas-algodão, são as moscas-brancas. É verdade que elas são
igualmente vorazes. atraídas pela cor amarela. Mas o mesmo acon-
Estes coleópteros são vendidos no tece com insetos úteis, que também seriam
estado adulto ou larvar. Desenvolvem-se apanhados…
bem com uma temperatura que ronde os
20ºC a 26ºC e com uma taxa elevada de
humidade. Ponha um inseto em cada
planta, pois eles gostam de um territó-
rio próprio. Contra as moscas-brancas
Mantenha as portas e as janelas fecha- A Encarsia formosa é um pequeno hime-
das até que os insetos se fixem nas plan- nóptero muito eficaz na luta contra as
tas, pois, caso contrário, podem fugir. moscas-brancas. Põe os ovos nas pró-
A praga deverá encontrar-se bastante prias larvas e mata-as.
reduzida passados dois ou três meses. Os insetos são vendidos dentro de
larvas já parasitadas, numa pequena
folha de cartão. Depois, saem e
À esquerda,
predador da
cochonilha-
-algodão
À direita,
em cima,
predador da
mosca-branca
À direita,
em baixo,
larvas da
mosca-branca,
parasitadas
79
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
Higiene na estufa
80
A
A ESTUFA 6
secar. Passados alguns dias, volte a colo- • Se a estufa ficar vazia durante o
car as plantas no seu lugar. Mas, antes, inverno, pode deixá-la aberta durante
inspecione-as bem e retire as que estive- alguns dias, para que o frio e a geada
rem doentes ou atacadas por pragas. façam o seu trabalho.
Check-up de inverno
•• Veja se existem entradas de ar na estufa, o termóstato se escontra a funcionar
e, se for o caso, isole-as com um adesivo corretamente.
impermeável. Isole também a porta.
•• Isole bem a estufa com folhas de polies-
•• Substitua os vidros partidos. tireno (esferovite) e de plástico térmico.
Isole as aberturas de ventilação sepa-
•• Verifique cuidadosamente o sistema de radamente, para que se mantenham
aquecimento e, nos aparelhos a para- móveis.
fina, não se esqueça de ver se as mechas
estão secas e bem cortadas. •• Corte os sistemas de rega na torneira de
segurança, mas não feche as torneiras
•• Se o aquecimento for elétrico, verifi- que se encontram no interior da estufa.
que, com a ajuda de um termómetro, se Retire os tapetes capilares.
81
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
82
A
A ESTUFA 6
haja uma boa circulação de ar: por isso,
conserve os bolbos em caixas abertas ou
em sacos de serapilheira.
Plantas vivazes
Inspecione regularmente as plantas
vivazes: retire as folhas mortas, secas ou
doentes, bem como as flores murchas.
No inverno,
proteja os
Crisântemos gladíolos
Os crisântemos, apesar de resistirem à do frio,
geada, não gostam de invernos húmidos. guardando-os
As plantas de exterior devem ser desen- na estufa
terradas três ou quatro semanas após a
floração (outubro/novembro).
Prevenir os problemas de inverno
Corte os caules 30 centímetros acima
do solo e arranque as plantas, com •• Não deixe aumentar os níveis de humidade:
tempo seco, para evitar que venha diminui as perdas de calor por evaporação
demasiada terra agarrada às raízes. e evita a podridão-cinzenta.
Conserve somente as plantas sãs e
queime as que estiverem doentes. •• Não regue demasiado e evite os salpicos
Sacuda as plantas, para as desembara- de água.
çar da terra, e depois lave-as com água
morna. Os pés das plantas devem ser •• Areje, sempre que possível, sem deixar
que a estufa arrefeça demasiado.
arrumados uns contra os outros, numa
caixa de madeira, e os espaços vazios
•• Elimine as ervas daninhas, tanto no interior
entre eles preenchidos com composto. como à volta da estufa, pois podem abrigar
Não enterre as rosetas. Elimine tudo pragas.
o que estiver verde à altura do solo.
Conserve as caixas numa estufa fria •• Inspecione regularmente as suas plantas.
(não aquecida) e regue de maneira Elimine as que estiverem atingidas por pra-
que o composto se vá mantendo ligeira- gas ou doenças.
mente húmido.
•• Não guarde vasos, caixas de sementeiras ou
sacos velhos na estufa, pois podem abrigar
Sardinheiras bichos-de-conta, caracóis, lesmas e outras
No inverno, as sardinheiras devem man- pragas.
ter-se ligeiramente húmidas e ao sol.
Na prática, elas passam muitas vezes o •• Limpe regularmente o exterior da estufa:
inverno no estado de estacas, que se for- favorece a iluminação e reduz as perdas
mam a partir da segunda quinzena de de calor por irradiação.
agosto. Areje o mais possível, mas man-
tenha uma temperatura de, pelo menos,
7ºC. Nas estufas não aquecidas e em
noites muito frias, cubra as plantas com Brincos-de-princesa
jornal. Em caso de geadas muito fortes, Os brincos-de-princesa passam o
guarde as plantas em casa. inverno no estado de estacas, que se
83
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
84
A
A ESTUFA 6
Rega automática
Os tapetes capilares podem ser utilizados 1. Sistema de rega gota
de várias maneiras, de forma a humedecer a gota, ligado à rede
as plantas colocadas em prateleiras ou em de distribuição da água
mesas de estufa.
85
7
Lutar contra
as doenças
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
88
A
LUTAR CONTRA AS DOENÇAS 7
solo, para manter a humidade e evitar
as ervas daninhas. Não transmita as doenças
Quando compra ou aceita plantas
de couve ou plantas ornamentais da
Solo são mesma família (goiveiros, por exem-
plo), arrisca-se a introduzir a hérnia-
Muitas doenças caem, de forma mais -da-couve no seu jardim, pois essas
ou menos literal, do céu (através de plantas podem estar contaminadas.
esporos ou insetos). Mas outras, como Do mesmo modo, quando visita uma
a hérnia-da-couve ou a podridão-branca horta infestada por esta doença,
da cebola e do alho-francês, provêm arrisca-se a levá-la na sola dos sapa-
do solo. A melhor prevenção contra tos. Se for o caso, lave muito bem os
tais doenças consiste em mudar, todos sapatos, para evitar a contaminação, e
inspecione bem as plantas que tenciona
os anos, o local de cultivo. Para mais
comprar (veja a partir da página 201).
detalhes sobre a rotação de culturas,
veja a página 39.
89
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
Míldio
O míldio é muito mais
grave do que o oídio,
pois pode penetrar nas
folhas e matar a planta.
Esta doença tem uma
aparência de penugem
na parte inferior das
folhas e ataca, sobre-
tudo, quando o tempo
está quente e húmido.
Retire as folhas atingidas. Se o ataque
for muito grave, destrua a planta ou
cubra-a com sulfato de cobre e cal apa-
gada (calda bordalesa, admitida na agri-
cultura biológica).
que isola da luz algumas partes da
Podridão-cinzenta planta. Retira-se com água e sabão mole,
Caracteriza-se pelo apa- também designado “sabão de potássio”.
recimento de uma pe-
nugem cinzenta Ferrugem
sobre as folhas, os As diversas espécies
caules ou frutos e de ferrugem caracte-
ataca, principal- rizam-se pela presença
mente, quando o de pústulas castanhas,
tempo está frio e vermelhas, amarelas
húmido. A deficien- ou negras na parte
te circulação de ar, provocada por inferior das folhas e
plantas demasiado densas, e a falta de nos caules.
ventilação, nas culturas protegidas, Esta doença pode prejudicar o cresci-
favorecem a doença. Corte e queime mento das plantas ou mesmo matá-las.
as partes atingidas. As bocas-de-lobo, as íris, as ameixeiras,
as variedades de hortelã, o alho-francês
Fumagina e a cebolinha são os mais atingidos.
Este fungo negro de- Tirando os produtos químicos, não
senvolve-se sobre a existe nenhum tratamento fiável; no
melada segregada por entanto, é conveniente retirar todas as
alguns insetos suga- folhas atingidas. Os arbustos e árvores,
dores, como os pul- se forem sãos, podem resistir à doença.
gões. Só causa pro- No caso de plantas vivazes, é melhor
blemas na medida em destruir as mais atingidas. Exceções:
90
A
LUTAR CONTRA AS DOENÇAS 7
os alhos-franceses, que, mesmo que mentais, faça uma inspeção cuidadosa.
tenham sido afetados, podem vir a dar Não guarde os que tiverem feridas ou
uma boa colheita; e a hortelã, que deve estiverem moles, pois podem acabar por
ser desenterrada e colocada, durante contaminar os exemplares sãos.
vinte segundos, em água quente.
Doenças nas sementeiras
Manchas nas folhas As doenças mais frequentes após semear
A maioria das plantas está exposta a são a doença-das-sementeiras (que se
doenças criptogâmicas (ou seja, provo- caracteriza por fazer apodrecer o pé
cadas por fungos), que causam manchas das plantas ainda jovens) e a podridão-
nas folhas. No entanto, estas doenças -cinzenta (veja a página anterior). A
raramente são podridão-cinzenta (ou Botrytis) pode
graves, à exceção manifestar-se depois de o fungo respon-
da doença-das- sável pela doença-das-sementeiras ter
-manchas-negras, começado a agir.
que pode trazer
pro ble m a s à s • Como o composto feito em casa, com
roseiras (veja a terra, estrume de quinta, etc., é susce-
página 25). tível de conter esporos patogénicos,
utilize composto comercializado. Evite
Podridão sementeiras densas. Se necessário,
Muitas doenças criptogâmicas provo- desbaste logo de início.
cam a decomposição das fibras vegetais.
Os fungos que se veem, por vezes, sobre • Na estufa, dê sombra às sementeiras e
as plantas lenhosas são um indicador areje-as bem. Experimente manter uma
evidente da presença temperatura constante de 15ºC para
de tais doenças, bem a germinação e de 10ºC para o cresci-
como a podridão, que mento. Se semeou em caixas (cobertas
ataca os frutos, os de vidro), aumente progressivamente
rebentos, as folhas, a ventilação, para fortalecer as plantas
os legumes-raiz e os e poder colocá-las ao ar livre o mais
bolbos. rápido possível. Transfira as plantas
assim que estejam prontas; não danifi-
• No caso das plantas lenhosas, corte ou que as raízes e segure-as pelas folhas.
serre as partes atingidas. A podridão de
raízes de plantas em pleno crescimento • Regue os vasos e as caixas de semen-
pode indicar que o solo está demasiado teira por baixo, pois as regas por asper-
húmido: nesse caso, melhore a drenagem. são facilitam a propagação dos esporos
patogénicos.
• A podridão também pode atingir
plantas que estejam demasiado densas Cancros
ou à sombra. Se assim for, desbaste-as Os cancros atacam as plantas lenhosas,
ou pode-as, para as arejar. causando lesões nos caules. Os bolores
ou bactérias desenvolvem-se por baixo
• Antes de guardar frutos, legumes, da casca e vão matando a planta aos
tubérculos ou bolbos de plantas orna- poucos. Se o cancro chegar a rodear
91
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
92
A
LUTAR CONTRA AS DOENÇAS 7
Prevenir as doenças
Precauções de inverno
Os esporos patogénicos podem ficar 6. Goiveiros (não ilustrado). Comprando goi-
“à espreita” e infetar as plantas na primavera veiros no outono, corre o risco de introduzir
seguinte. Mas uma boa limpeza de inverno a hérnia-da-couve no seu jardim.
reduz, consideravelmente, os riscos de con-
taminação por esta via. 7. Restos de podas. Não os deixe acumular
durante o inverno.
1. Pilha do composto. No outono e no
inverno, a pilha do composto pode não estar 8. Legumes de inverno. Retire as folhas
suficientemente quente para matar os ger- mortas das couves de inverno e apanhe os
mes. Por isso, mais vale queimar as plantas restos das culturas terminadas.
doentes e juntar as cinzas ao composto.
9. Vasos, placas, tutores. É necessário lavá-
2. Estufa. A estufa pode abrigar esporos -los muito bem no final de cada estação.
patogénicos. Limpe-a bem, com uma solução
de sabão ou um detergente biodegradável. 10. Folhas caídas. Apanhe as folhas caídas
(sobretudo em volta das roseiras e árvores
3. Solo da estufa. Pode albergar germes de fruto) e passe o ancinho regularmente
de doenças; por isso, convém substituí-lo, pelo relvado.
após alguns anos,
por terra vegetal
fresca.
4. Ventilação da
estufa. Uma má
ventilação favo-
rece as doenças, 5
como a podridão-
-cinzenta. Melhore 7
a ventilação e apa- 4
nhe regularmente
as folhas mortas e
as flores murchas.
8
5. Frutos caídos. 3
Não deixe apodre-
cer os frutos caí-
dos: apanhe-os. 2
1
10
93
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
A podridão-radicular
Se verificar que começam a morrer diver- tentes à podridão-radicular (veja a lista
sas árvores e diversos arbustos, perto que apresentamos em baixo). Até lá,
uns dos outros, é possível que se trate de opte por cultivar plantas herbáceas, pois
podridão-radicular. Esta também se pode estas só muito raramente são afetadas
caracterizar pelo aparecimento, no outono, por esta doença.
de pequenos fungos amarelados na base
de troncos velhos ou de árvores doentes. Variedades resistentes
Para confirmar que se trata desta doença, à podridão-radicular
retire um pedaço da casca de uma árvore –– Bambu (Arundinaria spp.)
doente. Se se tratar realmente de podri- –– Faia (Fagus spp.)
dão-radicular, verá, por baixo da casca, –– Buxo (Buxus spp.)
umas placas de micélio esbranquiçado e –– Abeto-de-douglas (Pseudotsuga
alguns filamentos negros, em forma de douglasii)
laços, que podem prolongar-se até ao solo. –– Sabugueiro (Sambucus spp.)
–– Oliveira-de-boémia (Elaeagnus spp.)
•• O fungo propaga-se através destes fila- –– Algumas variedades de acácias
mentos e passa por debaixo da terra, de –– Pilriteiro (Crataegus spp.)
raiz em raiz. Isole as plantas atingidas, –– Azevinho (Ilex spp.)
cavando uma faixa de terra com cerca –– Madressilva (Lonicera spp.)
de 45 centímetros de profundidade, para –– Hera (Hedera spp.)
separar as raízes doentes das sãs. Desen- –– Larício (Larix spp.)
terre os restos das plantas mortas. –– Mahonia spp.
–– Esteva (Cistus spp.)
•• Passados dois anos, pode voltar a utili- –– Árvore-do-fumo (Cotinus spp.)
zar o local atingido, escolhendo, de pre- –– Tamargueira (Tamarix spp.)
ferência, variedades que sejam resis- –– Teixo (Taxus spp.)
94
8
As pragas
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
96
A
AS PRAGAS 8
bastante eficaz contra os nemátodos- • Mantenha o jardim, a horta e o pomar
-da-batata e da cebola e contra um convenientemente limpos. Após a
grande número de doenças. colheita, apanhe os restos de plantas e
queime-os, se contiverem vestígios de
• Estimule os predadores naturais, doenças ou de pragas. Apanhe e deite
como os pássaros insetívoros, os ouri- fora todos os frutos afetados (por exem-
ços, as rãs e os insetos predadores. Estes plo, as peras com lagartas ou as amei-
apresentam um papel muito importante xas com vestígios de hoplocampas, que
na luta contra as pragas; pode atraí-los tenham caído prematuramente). Elimine
para o seu jardim de várias maneiras: as ervas daninhas e apanhe as folhas
através de comida, abrigos e plantas aro- caídas, pois podem servir de alimento e
máticas e/ou melíferas. abrigo às pragas.
97
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
Película plástica
Uma película plástica ou uma rede mos-
quiteira também podem servir de bar-
reira contra os insetos que voam baixo
(como a mosca-da-cenoura, por exem-
plo). Além disso, podem ser usadas
cúpulas de plástico e de arame sólido
para proteger as plantas de maiores
dimensões, como as plantas herbáceas Pedaços de tapete para cobertura do solo,
vivazes, no momento em que nascem os colocados à volta das plantas de couve, impedem
que a mosca-da-couve deposite os ovos
novos rebentos, na primavera.
Cartão ondulado
Colocar cartão ondulado em volta das
macieiras, no final do verão, serve para capturadas e queimadas, para evitar
atrair as lagartas de bichado-da-fruta. que a colheita de maçãs do ano seguinte
Assim, estas podem ser facilmente seja infestada pelo bichado.
98
A
AS PRAGAS 8
Cola Faixas de cola
Uma faixa de cola especial em volta do podem impedir as
lagartas de subir às
tronco das árvores de fruto ou outras
árvores de fruto
(a mais ou menos 1,2 m do solo) impe-
de as traças-de-inverno (Operophtera
brumata) fêmeas (sem asas) de trepar às
árvores e de aí porem os ovos. Como estas
saem de casulos instalados no solo no
outono ou na primavera, coloque a faixa
de cola no mês de outubro. Esta proteção
também pode ser utilizada contra outras
pragas que não tenham asas, como, por predadores (veja a partir da página 131),
exemplo, as formigas, que protegem os a luta será muito facilitada.
pulgões (veja a caixa da página 104). Para
lutar contra as álticas que atacam os goi-
vos ou as jovens plantas de couve, pode Eliminação manual
utilizar-se uma tábua com cola, que se
agita perto das plantas e onde, ao saltar, Apesar de não parecer uma ideia muito
as álticas ficarão presas. agradável, os pulgões podem ser elimi-
nados passando a mão, simplesmente,
pelas folhas e pelos rebentos. Tam-
Consociações bém se podem retirar as cochonilhas
com a ajuda da unha do polegar. Resu-
Ouvem-se muitas ideias discutíveis mindo: com um pouco de paciência, e
sobre a capacidade que algumas plan- se a ideia não o repugnar, pode retirar à
tas teriam de afastar as pragas. Por mão todos os insetos que se desloquem
exemplo, diz-se que as chagas, quando lentamente.
enroladas nas macieiras, afastam os
pulgões-lanígeros; e que plantar cebo-
las perto das cenouras repele a mosca-
-da-cenoura. Algumas destas consocia-
ções (associações de culturas) podem
ter parecido eficazes, por terem sido
realizadas numa altura em que as pra-
As pragas
gas estavam inativas ou quase. Mas esta maiores podem
suposta eficácia não se verificou durante ser eliminadas
testes controlados. à mão
As culturas consociadas têm, no
entanto, algumas vantagens. Na rea-
lidade, cultivando toda uma série de Armadilhas
plantas misturadas e evitando as filas Diversas armadilhas (por exemplo, usar
separadas, complica-se o trabalho das cascas de laranja contra as lesmas) são
pragas e retarda-se a sua passagem pouco eficazes, porque têm um impacto
de planta em planta. Além disso, se muito limitado.
puder introduzir, nestas combinações No entanto, as armadilhas de aroma
de culturas, flores que atraiam insetos contra o bichado-da-fruta são bastante
99
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
eficazes. Utiliza-se uma imitação sinté- Em maio, pendure armadilhas para o bichado
tica da substância odorífera utilizada nas pereiras e nas macieiras
pelas fêmeas para atrair os machos
(feromona). Estes acabam por ficar agar-
rados a uma superfície pegajosa, antes
de conseguirem acasalar.
Uma boa estratégia: se decidir substi-
tuir um relvado por um canteiro de flo-
res ou uma horta, comece por plantar
batatas nesse terreno. Estas atrairão as
larvas de alfinete e outras pragas que
costumam atacar os relvados. Passado
um mês, poderá arrancar as plantas da
batata e destruí-las, juntamente com as plantas de jardim, já referimos a
as pragas. existência de uma bactéria (Bacillus
thuringiensis) cujos esporos, depois
de misturados com água e pulveriza-
Tratamento biológico dos, matam as lagartas (veja também a
página 108). Também pode aplicar o seu
É possível comprar predadores que o próprio tratamento biológico: por exem-
ajudarão na luta contra as pragas de plo, colocando joaninhas sobre plantas
estufa (veja as páginas 79 e 80). Para infestadas de pulgões.
100
A
AS PRAGAS 8
inferior, que é amarelo-clara ou cor de Arion hortensis
laranja. Devora toda a espécie de plan-
tas, tanto à superfície como sob o solo,
e constitui uma verdadeira praga para
as batatas.
101
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
102
A
AS PRAGAS 8
seriam atraídas pelo cheiro da cer- Outras armadilhas
veja e afogar-se-iam. No entanto, um Existem outros métodos, como as meta-
teste efetuado pela organização de des de cascas de toranja, que não pre-
consumidores já citada mostrou que judicam os insetos úteis, mas também
este método só permite capturar, não permitem capturar uma quanti-
em média, oito lesmas por semana. dade aceitável de lesmas. Para que se
Ora, num jardim médio existem entre notassem melhorias consideráveis seria
20 e 30 lesmas por metro quadrado. necessário espalhar metades de cascas
Mais grave ainda: as armadilhas cujos de toranja por todo o jardim...
rebordos ficam ao nível do solo podem
atrair mais animais úteis do que les- Cobertura do solo
mas. No teste referido, os copos de com cascas de árvores
cerveja continham, além de lesmas, Foram efetuados testes que mostraram
16 minhocas, quatro aranhas, 34 ara- que este método aumentava os estragos
nhiços e uma centopeia! causados pelas lesmas.
Combater os pulgões
Um dos maiores problemas dos pulgões
tem que ver com o facto de eles se repro-
duzirem a grande velocidade.
Que problemas?
Quando presentes em grande número,
os pulgões podem causar deformações
e diminuir o ritmo de crescimento
das plantas. Podem destruir as flores
antes da eclosão e impedir que os fru-
tos se desenvolvam. Algumas espécies formam, juntamente com a melada que
podem mesmo causar o deperecimento segregam, uma camada pegajosa sobre
da planta, por interrupção do f luxo as folhas. Por sua vez, a melada provoca
de seiva. o desenvolvimento da fumagina, o que
leva a que as folhas recebam menos luz
Para se proteger do mau tempo e dos ini- e que a aparência da planta fique ainda
migos, os pulgões levam a que a folha- mais alterada.
gem fique crispada e enrolada, o que
prejudica a aparência da planta. Cada Os pulgões alimentam-se de seiva e
pulgão muda de pele quatro vezes, antes algumas espécies propagam vírus de
de chegar à fase adulta. As peles mortas planta em planta. Os sintomas típicos
103
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
das viroses são: marmoreado e man- de serem podadas com muita frequên-
chas amarelas sobre as folhas e f lo- cia e se utilizar o menos possível a
res. Mesmo as pequenas colónias de farinha de sangue (ou outros produ-
pulgões, quando portadoras de vírus, tos similares) nos frutos e nas plantas
podem causar danos graves às plantas. ornamentais.
Uma observação atenta e regular das
plantas permite atuar sobre os primei- • As colónias de pulgões são atraídas
ros focos de infestação, o que é deter- por plantas isoladas e por monocultu-
minante para o sucesso do controlo ras. As plantações mistas estão menos
da praga. sujeitas aos ataques. Assim, é possível
que as rosas escapem ao pior, se forem
plantadas em canteiros mistos em vez
Pulgões e formigas de serem plantadas isoladamente.
104
A
AS PRAGAS 8
acontece com a Weigelia. Para esco- Pulgões-cinzentos da macieira
lher variedades de alface resistentes,
veja a página seguinte.
À lupa
Existem algumas espécies de pulgões
que só atacam certo tipo de plantas.
Alguns constituem verdadeiras pra-
gas, enquanto outros nem vale a pena
combatê-los.
Plantas ornamentais
• Faia
Pulgões compridos, verde-escuros e laní-
geros, que podem deformar gravemente
os novos rebentos de sebes de faias. Pulgões-lanígeros
• Rosas • Feijões
Grandes pulgões-verdes ou rosados, que Os caules jovens são infestados por
se desenvolvem em colónias, a partir de pulgões-negros, sobretudo em junho e
maio e até ao final do verão, sobre os julho. As plantas sobrevivem, mesmo
rebentos e botões. Estes deformam-se e sem tratamento, mas o crescimento
o crescimento é prejudicado. O problema é travado e a colheita fraca. Retirar os
105
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
106
A
AS PRAGAS 8
Combater as lagartas
As lagartas alimentam-se, essencial- Bucéfala
mente, de plantas silvestres, de forma Ataca as roseiras, as árvores e os arbus-
que as plantas cultivadas não costumam tos, em agosto e setembro. Os estragos
ser muito afetadas. Só uma pequena podem ser consideravelmente graves,
minoria se alimenta de plantas cultiva- mas, regra geral, limitam-se a alguns
das, acabando por dar má reputação à ramos. Depositam alguns ovos, em
espécie. Se excetuarmos a lagarta-da- julho, na parte inferior das folhas. Cons-
-couve e a mosca-da-groselha, as espé- troem o casulo no solo, no outono. Para
cies que constituem uma verdadeira se livrar das lagartas, retire-as com a
praga para as hortas e os jardins são lar- mão e coloque-as
vas de borboletas noturnas. As lagartas sobre plantas
que danificam gravemente flores, arbus- silvestres.
tos e árvores figuram nesta página e na
seguinte (veja os capítulos 4 e 5 para
as lagartas que atacam os legumes e os
frutos). As outras lagartas que se encon-
tram nas hortas e nos jardins são mais
ou menos inofensivas.
Nóctuas
Atacam numerosas plantas, incluindo
os crisântemos de estufa ou de interior.
As lagartas, verdes ou castanhas, ali-
mentam-se durante a noite e abrigam-
-se debaixo das folhas durante o dia. Euproctis chrysorrhoea
Costumam pôr pequenos montículos de
cinquenta a cem ovos sobre as folhas.
Esmague as lagartas ou pulverize com
Bacillus thuringiensis, se os estragos
forem graves.
107
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
Torcedora-das-folhas
As torcedoras-das-folhas atacam nume-
rosos arbustos, além de plantas de vasos Noctuídeos
e de estufa. Podem depositar até cerca Fazem parte de uma grande família de
de duzentos ovos, todos em fila, sobre borboletas noturnas, cujos membros se
as folhas. Alimentam-se das extremida- caracterizam por terem asas anterio-
des de rebentos, botões e flores. Enro- res de cor pálida. As lagartas vivem no
lam as folhas em fios de seda, daí o seu solo e alimentam-se, durante a noite, de
nome. Encontram-se durante todo o ano sementes e folhas, de maio a setembro.
em estufas aquecidas. Procure manchas Cavar a terra durante o inverno pode
castanhas sobre as folhas, causadas constituir uma medida útil. Proteja as
pelas lagartas, que se alimentam da face plantas individualmente, com peda-
inferior. Para as exterminar, esmague as ços de garrafas de plástico enterrados
lagartas ou efetue uma pulverização com no solo a 2,5 centímetros
Bacillus thuringiensis. de profundidade. Tam-
bém pode semear
cedo ou fazer as
sementeiras
em vasos.
Hepialídeos
As lagartas alimentam-se de raízes, bol-
bos e tubérculos de numerosas plantas
108
A
AS PRAGAS 8
(pequenos orifícios feitos por larvas Lagartas-da-groselheira
brancas). Combater as ervas daninhas Atacam as groselheiras-espim e de
pode ser eficaz, pois estas lagartas rara- cachos e outras árvores e arbustos,
mente põem ovos em solo nu. sobretudo de abril a junho. As lagar-
tas hibernam e começam a alimentar-
Hiponomeuta -se no princípio
Ataca o pilriteiro, o ligustro e outros da pr i mavera.
arbustos. Faz grandes buracos nas árvo- Quando estão su-
res das sebes, que fecha com a ajuda ficientemente ali-
de teias. Efetue uma pulverização com mentadas, trans-
Bacillus thuringiensis. for ma m-se em
crisálidas (pupas).
Bombicídeos A borboleta adul-
Atacam diversas árvores de fruto, rosei- ta aparece de
ras e muitos outros arbustos e outras julho a agosto. Os
árvores. As lagartas costumam apare- ovos são deposi-
cer na primavera e cobrir os ramos com tados individual-
“tendas” de teia. Depositam entre cem mente ou em pe-
e duzentos ovos, em agosto e setembro, quenos grupos,
em espirais, sobre os ramos frondosos. na parte infe-
Retire os ovos e destrua-os. Efetue uma rior das folhas.
pulverização de Bacillus thuringiensis na Elimine-as à mão
primavera e no início do verão. ou então efetue
uma pulveriza-
ção com Bacillus
thuringiensis.
Geometrídeos
Atacam árvores, arbustos e plantas
herbáceas, entre maio e agosto.
Os ovos são co-
loc ados em
casulos fixa-
dos às plan-
tas, no inte-
rior dos quais
as f ê me a s
hibernam.
Não toque
nas lagartas,
pois os pelos
contêm uma
substância
irritante. Des-
trua os casu-
los e os ovos.
109
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
Vespas-da-roseira
Fazem recortes redondos nas folhas das
roseiras. Não fazem estragos graves,
pois limitam-se ao período de nidifica-
ção, no início do verão. Não é necessário
tratamento.
Cicadelas ou cigarrinhas
Surgem sobre os rododendros, as rosei-
Estragos ras e outras plantas ornamentais. As
nas folhas folhas ficam com aspeto de mármore.
provocados por
percevejos
Podem transmitir vírus. É impossível
capsídeos um tratamento eficaz sem produtos
110
A
AS PRAGAS 8
Folhas de roseira
químicos. Tente o piretro ou uma pul- deformadas
verização de água e sabão, se as plantas por um tentredo
forem muito atingidas. ou falsa lagarta
Mineiras-das-folhas
Surgem nos crisântemos (galerias
brancas ou cinzentas nas folhas) e no
azevinho (grandes manchas amare-
las e presença da larva nas folhas).
Retire e queime as folhas afetadas.
Gorgulhos
Os gorgulhos fazem parte de uma
grande família. Reconhecem-se facil-
mente, devido ao sugadouro que pos-
suem no prolongamento da cabeça.
Se fizerem estragos, elimine com a mão veja as páginas 126 e 127. Evite os restos
todos os que conseguir ver. e os resíduos de plantas (que usam para
se esconderem). Se derem problemas,
Centopeias faça as sementeiras em vasos.
Vivem principalmente nos restos de
vegetais mortos, mas também podem Moscas-dos-narcisos
destruir sementes e plantas jovens, Como é óbvio, atacam sobretudo os
comendo-lhes a raiz. Para as identificar, narcisos. Mas há outras moscas dos
bolbos que atacam as plantas orna-
mentais e as liliáceas (família do alho).
As larvas brancas roem o coração dos
bolbos. Observe bem os bolbos antes
de os plantar e rejeite os que estiverem
moles. Desenterre e deite fora os bolbos
que forem afetados.
Aranhiços-vermelhos
Atacam diversas plantas, mas são
Centopeia nocivos, sobretudo, para as coníferas.
111
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
112
A
AS PRAGAS 8
Tripes Tripes
Surgem manchas castanhas e pétalas
deformadas nos gladíolos, rosas e outras
flores. Se o problema se tornar grave,
experimente um dos pesticidas admiti-
dos em agricultura biológica (por exem-
plo, Spinosade).
Moscas-brancas
Couve-de-
Entre as plantas mais atingidas figuram -bruxelas
as azáleas, os rododendros, as couves atacada por
e as plantas de estufa. Reconhecem-se moscas-brancas
pelas nuvens de pequenos insetos que
se formam quando se sacodem as plan-
tas, e pela melada e pela fumagina que
se formam sobre as folhas. Os estra-
gos não são graves, exceto nas estufas
(veja a página 79). Lave as plantas com
um jato de água, ou com calda de sabão
de potássio, para eliminar a melada e a
fumagina.
113
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
114
A
AS PRAGAS 8
Cães sementeiras de leguminosas em vasos,
O melhor é educá-los: tente fazer o seu no interior, e transplantá-las mais tarde.
cão compreender, desde muito cedo, Existem diversas armadilhas para cap-
que não pode sujar impunemente o turar estes animais sem os matar, mas
jardim. Quando já for adulto, ensine- é necessário libertá-los a, pelo menos,
-o a não tocar nas plantas. Até lá, pode 800 metros do jardim, para evitar que
protegê-las, bem como às zonas mais voltem. Utilize chocolate ou manteiga
frágeis do jardim, com uma rede de de amendoim como isco, para os ratos, e
arame. Se, apesar de tudo, vir um cão pedaços de cenoura ou de maçã, para os
a urinar sobre as plantas ou o relvado, musaranhos. Para lutar contra as rata-
regue abundantemente o local em ques- zanas, dirija-se à câmara da sua zona de
tão, para evitar que haja danos. Como residência. Os musaranhos são uma boa
os cães são, geralmente, partidários ajuda, já que, ao contrário dos ratos, são
da lei do menor esforço, uma cerca ou insetívoros.
uma sebe baixa pode ser
suficiente para os manter Toupeiras
afastados e preservar As toupeiras podem ser bastante úteis,
as suas pois comem grandes quantidades de lar-
plantas vas. São animais insetívoros, tal como os
favoritas. musaranhos. No entanto, podem causar
grandes estragos nos relvados. Tente
expulsá-las depositando, nas galerias,
lenços embebidos em petróleo ou algu-
mas bolas de naftalina. O barulho tam-
bém as incomoda. Enterre na galeria
Gado de pequeno porte uma garrafa de plástico com o fundo
O inimigo nem sempre vem de fora: por cortado; o barulho do vento ao entrar
vezes, os seus próprios animais também na garrafa vai, provavelmente, fazê-las
podem causar estragos. Por exemplo, fugir. Uma alternativa igualmente eco-
as ovelhas e as cabras podem comer lógica consiste em colocar armadilhas
a casca das árvores de fruto jovens. metálicas nas galerias, que as capturam
Se for o caso, impõe-se a colocação de sem as matar, ou cultivar plantas repe-
uma proteção de rede plástica ou metá- lentes, como o trovisco e o manjericão.
lica em volta do tronco. As folhas mais
baixas também estão muito expostas e
a melhor solução consiste em plantar
árvores de caule alto ou manter os ani-
mais afastados, colocando uma cerca
que preserve o jardim ou a horta dos
animais errantes.
115
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
Esquilos
Pequenos e graciosos, mas endiabra-
dos, os esquilos despojam as árvores
mais jovens da sua casca, desenterram
os bolbos, devoram as bagas, comem o Raposas
que estava destinado aos pássaros e rou- Também o número de raposas tem dimi-
bam provisões dos abrigos de jardim. Se nuído bastante no nosso país, devido aos
ainda existirem na sua região, proteja os caçadores. Apesar da sua reputação de
troncos das árvores e feche bem as suas ladras de galinhas e de outros animais
provisões. Quanto ao resto, tente vê-lo de criação, as raposas desenvolveram
como uma parte do preço a pagar por uma tendência, nas regiões de maior
habitar numa bela região… densidade populacional, para assalta-
rem os caixotes do lixo. Se for o caso,
Cervídeos use recipientes que se possam fechar ou
No nosso país, é muito raro encontrar coloque os sacos do lixo numa arrecada-
um cervo selvagem. Mas, se a sua horta ção fechada.
Trabalhos de inverno
Sachando nos locais onde as pra- A seguir, indicamos alguns locais-chave
gas hibernam, pode reduzir-se o seu e as medidas a tomar. Não se esqueça,
número e, consequentemente, redu- no entanto, de que as pragas podem vir
zir os problemas na estação seguinte. do exterior.
116
A
AS PRAGAS 8
1. A mosca-da-cebola, a mineira-das- 6. Pode haver lesmas, álticas e larvas de
-folhas de beterraba, as lesmas, alfinete perto da pilha do composto, nas
as roscas, as larvas de alfinete e ervas daninhas ou em restos vegetais.
a mosca-das-sementeiras e da Arranque as ervas daninhas e retire os
cenoura hibernam no solo. Cave resíduos que ficarem no solo.
bem a terra no inverno, para as
expor às condições climáticas e 7. A mosca-da-cebola, a mosca-do-aipo, a
à ação dos mosca-da-cenoura e a mineira-das-folhas
pássaros. podem sobreviver nas folhas atacadas ou
na pilha do composto. Por isso, queime as
plantas doentes em vez de as juntar
ao composto.
8
9
7
6
10
13 14
5 15
4
11
3
12
1
2
2. Os nemátodos também vivem no solo. 8. Os pulgões dos legumes podem hibernar
A rotação de culturas é uma boa medida nas sebes ou nas plantas ornamentais. Não
preventiva a adotar. se pode fazer nada, mas convém manter-
-se vigilante.
3. As larvas da mosca-da-cenoura podem
hibernar nas cenouras que ficam na terra. 9. Os casulos da lagarta-da-couve cos-
Desenterre todas as cenouras e queime os tumam hibernar nos muros ou nas veda-
exemplares atingidos. ções. Inspecione e destrua todos os que
encontrar.
4. As larvas da mosca-da-couve e os pio-
lhos-da-couve podem subsistir nos cau- 10. As psilas e os respetivos ovos, os ovos
les. Por isso, não os deixe na terra; queime- dos aranhiços-vermelhos, as lagartas-
-os e mobilize o solo. -das-ervilhas, as cochonilhas e os ovos dos
pulgões podem encontrar abrigo debaixo
5. Pode haver moscas-da-couve nos da casca das árvores de fruto. As lagartas
exemplares que passam o inverno na terra. do bichado-da-fruta costumam abrigar-
Após a colheita, queime os restos das cou- -se nos locais onde a casca se desprende.
ves afetadas. Queime os restos das podas de inverno. ➺
117
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
118
9
Insetos amigos
e inimigos
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
120
A
INSETOS AMIGOS E INIMIGOS 9
Isto acontece com algumas pragas, Luta sem tréguas contra as pragas
como, por exemplo, as centopeias e as Geralmente, cada praga tem, pelo menos,
larvas de alfinete. Estes insetos, além dois ou três inimigos naturais. Calcula-se
disso, também se alimentam de plan- que, ainda que o homem não lutasse con-
tas vivas. tra as larvas, só três por cento atingiriam
Por sua vez, algumas espécies de a maturidade, tal é a intensa atividade
coleópteros (denominados coprófa- dos insetos auxiliares e outros inimigos
gos e necróforos) enterram no solo os naturais. Por exemplo, os pulgões desen-
excrementos e os cadáveres de inse- volvem-se bastante durante a primavera,
tos, minhocas, etc. A sua atividade é mas, no verão, já são muito menos nume-
indispensável para a reintrodução de rosos. Um mau ano para os pulgões cor-
substâncias nutritivas essenciais para responde, quase sempre, a um bom ano
a riqueza do solo. para os predadores naturais.
Identificar os insetos
121
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
Escaravelhos-da-batata
Estes pequenos coleópteros asseme-
lham-se às joaninhas negras e amarelas.
Constituem uma verdadeira praga para as
batatas. As larvas (vermelhas) são muito
vorazes e podem devorar completamente
as folhas das batateiras. Proceda a verifi-
cações regulares em abril e maio. Se con-
seguir capturar e eliminar os primeiros
insetos que surgirem sobre as plantas,
eles não terão ocasião de se reproduzir e,
portanto, não haverá larvas.
122
A
INSETOS AMIGOS E INIMIGOS 9
espécie de carapaça, o que lhes dá uma
preciosa proteção suplementar quando
caminham pelo solo.
As larvas são alongadas, têm corpo Larva (em cima)
mole, três pares de patas e cabeça e carocha
escura. Tal como os adultos, possuem
mandíbulas poderosas.
Estafilinídeos
No nosso país existem muitas espécies
de estafilinídeos. Muitos são minúscu-
los e passam facilmente despercebidos.
Possuem élitros muito curtos, que não
cobrem totalmente o abdómen, ao con-
trário do que acontece com a maioria
dos coleópteros.
Escaravelhos
O sanjoaneiro ou pão-de-galinha é um
membro da família dos escaravelhos,
que já foi mais numeroso do que atual-
As larvas assemelham-se às dos cara- mente. As suas larvas parecem lagartas
bídeos, embora sejam mais pequenas. grandes e alimentam-se de raízes e bol-
Tal como os estafilinídeos adultos, bos de plantas.
alimentam-se de insetos e de larvas
que capturam no solo. Há alguns anos,
muitos agricultores utilizavam doses
maciças de um inseticida (aldrina), para
lutar contra a mosca-da-couve. Devido
à sua grande mobilidade, os coleópte-
ros absorviam quantidades apreciáveis
desse inseticida e muitos morriam. As
larvas da mosca-da-couve, mais lentas
e, portanto, menos atingidas pelo pro- Sanjoaneiro (em cima)
duto, aumentaram em vez de diminuir, e larva
beneficiadas pelo facto de terem menos
inimigos naturais. Num jardim, a aplica-
ção de inseticidas no solo pode ter um
efeito semelhante.
123
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
Coleópteros-do-morangueiro
Antónomos-da-framboeseira Assemelham-se aos escaravelhos, mas
Depositam os ovos nas flores, na altura são de menor envergadura. O único tra-
em que despontam os primeiros reben- tamento consiste em eliminar todos os
tos. Dos ovos nascem umas larvas bran- resíduos do canteiro dos morangueiros.
cas, que se alimentam de amoras, fram-
boesas e outros frutos. Os coleópteros
adultos também podem causar danos Sirfídeos
nas plantas.
Os sirfídeos são moscas que imitam
as abelhas ou as vespas, para levarem
os inimigos a acreditar que possuem
Antónomo-da-
-framboeseira e larva
Gorgulhos
Possuem um abdómen retangular e um
sugadouro comprido. Por vezes, che-
gam a deformar as liliáceas (família a
que pertencem os
alhos-franceses e as
cebolas) e a impedir
que as respetivas
folhas se abram.
Algumas espécies
atacam as sementes Os sirfídeos adultos alimentam-se de néctar
Gorgulho armazenadas. e são atraídos por flores isoladas e planas
124
A
INSETOS AMIGOS E INIMIGOS 9
Sirfídeos e respetivo “modelo”
Vespa-comum
Sirfídeo (imitação
de vespa)
Sirfídeo
Abelhão
Mosca-dos- (imitação
-narcisos e larva de abelhão)
um ferrão, apesar de não ser o caso. dourados e dois pares de asas trans-
Têm um único par de asas (enquanto as parentes. Durante o verão, nas noi-
abelhas possuem dois) e podem parar tes quentes, podem entrar nas casas.
subitamente, mesmo em pleno voo. A Algumas pessoas confundem-nas com
maioria é útil, porque as suas larvas se pulgões alados, apesar de a diferença
alimentam de pulgões. Estas possuem ser evidente quando as observamos
um corpo mole e, na sua maioria, são de perto. A ironia é que estes insetos,
brancas, embora também possam ser quando adultos e mesmo enquanto
verdes ou acastanhadas. Têm, aproxi- larvas, se alimentam de pulgões. Algu-
madamente, 12 milímetros de compri- mas larvas são ligeiramente peludas e,
mento, uma cabeça pequena e ausência muitas vezes, andam cobertas de restos
de patas; no entanto, podem mudar de de pulgões. Esse aspeto de “cemitério
forma. Encontram-se sobre as folhas
infestadas de pulgões. A “ovelha negra”
da família – pelo menos para os jardi- Crisopa
neiros – é a mosca-dos-narcisos, pois as
larvas alimentam-se dos bolbos dessas
plantas.
Crisopas
As crisopas são insetos finos e esver- Larva
de crisopa
deados, com longas antenas, olhos
125
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
Vespas
Além da vespa-comum, que se alimenta
de lagartas e de frutos, também encon-
tramos nos jardins vespas mais peque-
nas, que parasitam insetos. Como pode
ver na ilustração, estas últimas são dife-
Vespinha-icneumonídea
rentes das vespas-comuns. Possuem (parasita dos insetos
dois pares de asas, geralmente com moles)
uma mancha escura nas asas interiores,
e um corpo longo com uma cintura bem
pronunciada.
Com a ajuda de uma espécie de pua
afiada (o oviscapto), as fêmeas deposi-
tam os ovos numa larva ou num inseto
adulto. A larva que daí nasce alimenta-
-se do inseto em questão, acabando
por matá-lo.
Normalmente, as lagartas são parasita-
das por vespinhas braconídeas. De uma
só lagarta podem sair cerca de cem lar- Vespinha-braconídea
vas. Também existem vespas que para- (parasita das lagartas)
sitam os pulgões, mas só depositam um
ovo em cada pulgão. Por vezes, veem-
-se sobre as folhas das plantas diver-
sos cadáveres de pulgões cor de palha,
com um pequeno orifício. É provável
que tudo isto lhe pareça um pouco bár-
baro, mas não se esqueça de que estes
insetos estão do seu lado na luta contra
as pragas.
Centopeias
Muitas pessoas confundem as escolopen-
dras ou centopeias, que se alimentam de
outros invertebrados e se deslocam rapi-
damente para atingir a vítima, com os mexer tão rapidamente. É quando lhes
mil-pés, que se alimentam de raízes de tocamos que os reconhecemos mais
plantas e, portanto, não precisam de se facilmente: as escolopendras fogem,
126
A
INSETOS AMIGOS E INIMIGOS 9
enquanto os mil-pés se enrolam, for-
mando uma bola. Mas há outras dife-
renças: à lupa, reconhece-se na esco-
lopendra um único par de patas por
segmento, enquanto os mil-pés possuem
dois. Além disso, as escolopendras são
achatadas e menos redondas. No jardim,
pode encontrar dois tipos de escolopen-
dras: o Lithobius, que é castanho-escuro,
com largos segmentos achatados; e o
Geophilus, que é amarelo-claro, com seg-
mentos finos. O crescimento das escolo-
pendras faz-se acrescentando novos seg-
mentos à parte de trás. Não as confunda
com as larvas de alfinete, que possuem Desde cima, no sentido dos ponteiros do
três pares de patas e cujo comprimento relógio: escolopendras (Lithobius e Geophilus),
não ultrapassa um centímetro. mil-pés e larva de alfinete
127
10
Atrair os inimigos
naturais das pragas
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
1. A pilha do composto atrai os li- animais, tais como pássaros, sapos
cranços (também conhecidos como e salamandras.
cobras-de-vidro ou fura-mato),
que nela se alimentam de lesmas, 3. Montinhos de lenha ou de folhas
e os pintarroxos, que nela procuram podem servir de abrigo aos ouriços
insetos durante o inverno. e a diversos insetos.
2. Um charco, além de ser indis- 4. As urtigas atraem diversas espé-
pensável para as rãs, atrai outros cies de borboletas.
5
4 9
6
3
7
8
12
10
130
A
ATRAIR OS INIMIGOS NATURAIS DAS PRAGAS 10
Atrair insetos úteis
131
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
132
A
ATRAIR OS INIMIGOS NATURAIS DAS PRAGAS 10
papoilas e as aubrietas. As flores de algu-
mas árvores e alguns arbustos, como o As aranhas
pilriteiro, a macieira e a cerejeira, tam-
bém são importantes fontes de néctar. Todas as espécies nativas de aranhas
são predadores que, além de atacarem
as pragas, também atacam os seus res-
petivos inimigos naturais. De qualquer
Abrigos para maneira, não podem ser consideradas
os insetos do solo nocivas e, inclusive, servem de alimento
aos pintarroxos, às carriças e a outros
• Os carabídeos e as centopeias são amigos dos jardins. As folhas mortas
animais muito ativos. Durante a noite, e os pequenos
caçam lesmas, larvas, bichos-de-conta ramos abando-
e, infelizmente, também minhocas úteis. nados sob as
sebes atrairão
Durante o dia, são assustadiços e escon-
as aranhas e
dem-se debaixo das pedras quando os outros insetos
incomodamos. Para os atrair, é necessá- que asseguram
rio fornecer-lhes bons abrigos para pas- alimento a pás-
sarem o dia. Por isso, coloque algumas saros e peque-
pedras grandes, pedaços de madeira, nos mamíferos.
montinhos de lousa, etc., na sua horta
(veja o desenho).
133
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
134
A
ATRAIR OS INIMIGOS NATURAIS DAS PRAGAS 10
úteis. O jacinto-de-água é uma excelente mais jovens. Os licranços gostam de
planta depuradora, mas muito invasora. jardins soalheiros e passam uma boa
Coloque as plantas bem no fundo. parte do tempo debaixo de pedras pla-
O Sphagnum, por exemplo, deve ter as nas, muros de pedra secos ou pilhas
raízes e os caules submersos, apesar de de composto.
aparecer à superfície. Nas margens do
charco, plante miosótis-dos-pântanos,
lírios-dos-pântanos e menta-de-água
(apesar de esta poder ser invasora). As
filipêndulas-dos-pântanos, as salicárias
e as lisimáquias também contribuem
para dar um toque colorido à zona
pantanosa.
Licranços
Os licranços, cujo comprimento pode
atingir 30 centímetros, têm aspeto de
cobras, mas, na realidade, são lagar-
tos sem patas. Ao contrário das cobras Hibernam de outubro a março e repro-
verdadeiras, piscam os olhos. Além duzem-se de meados de agosto a mea-
disso, alimentam-se de lesmas e ata- dos de setembro. Não é impossível que
cam os legumes e as plantas vivazes façam o ninho na pilha de composto.
Por isso, preveja uma alternativa, como
uma pilha de madeira ou mantinhas de
folhas, e evite remexer a pilha do com-
Um minicharco num barril posto até que o período de reprodução
esteja terminado.
Até a metade de um barril ou uma
velha banheira podem servir para
criar um minicharco. Se criar “terra-
ços” com a ajuda de pedras, os pás- Onde encontrar ovas de rã?
saros virão banhar-se com prazer.
Alguns batráquios podem decidir viver
espontaneamente num charco recen-
temente arranjado, sobretudo se vive-
rem nos arredores. Esse é, de longe, o
melhor método para arranjar “habi-
tantes” para o seu charco, mas, se não
quiser esperar, também pode procurar
ovas em casa de amigos que já tenham
um charco ou, em alternativa, numa
associação de amigos da natureza.
Não procure ovas na natureza, por sua
própria iniciativa, pois há muitas espé-
cies ameaçadas.
135
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
Margens pouco
profundas, para
facilitar o acesso
ao charco Plantas
Nenúfares, para fornecer sombra dos pântanos
136
A
ATRAIR OS INIMIGOS NATURAIS DAS PRAGAS 10
Atrair os mamíferos
Ouriços
Há mais ouriços nas hortas e nos jardins
do que por vezes julgamos. Isso acontece
porque, geralmente, eles aproveitam
a escuridão para se deslocarem. Mas
podem percorrer longas distâncias para
procurar alimento; por exemplo, a sua
horta ou o seu jardim podem ser visita-
dos por vários ouriços numa só noite.
E ainda bem, pois estes animais alimen-
tam-se (em quantidades relativamente
limitadas, é verdade) de lagartas, coleóp-
teros, larvas de insetos, lesmas e caracóis.
137
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
Morcegos
A maioria das espécies de morcegos
é cada vez menos numerosa; precisa,
por isso, da sua ajuda. Em troca, ajudá-
-lo-ão a desembaraçar-se de muitos
insetos, incluindo as pragas de pulgões
138
A
ATRAIR OS INIMIGOS NATURAIS DAS PRAGAS 10
Um abrigo para morcegos
Se desejar construir um tal abrigo, saiba (e de preferência a cinco metros) do solo.
que precisará, provavelmente, de dois: A caixa deve ser de madeira não tratada
um virado a sul, para o verão (quando as e a parede traseira deve conter ranhu-
fêmeas criam os filhos), e outro virado a ras, para que os morcegos aí se possam
norte para a hibernação. Fixe as caixas agarrar. A fenda de acesso deve ser tão
ao tronco de uma árvore ou sob o alpen- larga como a própria caixa e amovível
dre da casa a, pelo menos, 1,5 metros para limpeza.
Encaixe para
o teto
cm
15
2,5 cm Ranhuras
20 cm
25 cm
15 9 cm
cm
15
cm
Deixe uma pequena Os morcegos
abertura em baixo entram por aqui
(15-20 mm)
Atrair as aves
139
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
140
A
ATRAIR OS INIMIGOS NATURAIS DAS PRAGAS 10
Plantas que atraem Alimentar as aves
as aves no inverno
Como a maioria das aves se alimenta de Se quiser incitar as aves a atacarem
insetos, de sementes ou de bagas, é con- as pragas, não as alimente por muito
veniente dispor de um grande número tempo (só até março, de qualquer
de plantas que possam atrair os inse- maneira). No entanto, se forem alimen-
tos e/ou produzam muitas sementes tadas no inverno passarão melhor esta
e bagas. estação, pois é o momento em que a
comida natural é mais rara. Atenção: se
• As árvores e os arbustos espontâ- começar a alimentar as aves, deve conti-
neos no nosso país abrigam um grande nuar, pois elas tornam-se dependentes.
número de insetos e de larvas. Nos
jardins de maiores dimensões, existe
certamente lugar para castanheiros e
salgueiros e, nos jardins mais peque-
nos, para bétulas, macieiras selvagens
e sorveiras.
As sebes mistas (compostas por pilritei-
ros, aveleiras, abrunheiros, folhados,
etc.) têm uma dupla vantagem: por um
lado, se a folhagem for abundante, os
pássaros podem fazer aí os seus ninhos;
por outro, fornecem-lhes insetos e
bagas. Se deseja que a sua sebe fique
mais vigorosa, proceda a uma poda
radical no final do inverno, antes da
nidificação.
141
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
para o chão. Uma pequena rede sus- que ajudar durante o inverno retribuir-
pensa, cheia de alimento, atrai os cha- -lhe-ão no verão, na luta contra as pragas.
pins e os tentilhões, que se alimentam
normalmente nas árvores. A gordura e
as avelãs atraem sobretudo os chapins- Ninheiros
-azuis e os chapins-reais, enquanto os
tentilhões preferem sementes. Se adicio- Todos os anos, muitas árvores são
nar um pouco de queijo ralado, pode até desenraizadas pela ação de tempestades
conseguir tentar uma carriça. e devido à erosão, e muitas outras são
arrancadas ou cortadas pelo homem.
• O comedouro também atrairá, inevita- Dessa forma, as aves vão sendo priva-
velmente, pássaros que apreciam botões das, aos poucos, dos seus locais de nidi-
de flores e bagas, como os tentilhões e os ficação naturais. Ao mesmo tempo, a
pardais. Por isso, é preferível cobrir as destruição de centenas de quilómetros
árvores de fruto com uma rede antipássa- de sebes de árvores e arbustos tem obri-
ros. Mas vale a pena, porque os pássaros gado muitos pássaros a deslocarem-se
142
A
ATRAIR OS INIMIGOS NATURAIS DAS PRAGAS 10
para os jardins. Tanto nas cidades como
no campo, os jardins privados tornaram-
-se o último refúgio de numerosas espé-
cies em busca de locais de nidificação.
143
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
Construir um ninheiro
12
c m
Com a ajuda de tábuas com cerca de dois
centímetros de espessura pode construir
um ninheiro para pássaros pequenos,
como o chapim-azul ou a trepadeira.
O diâmetro do orifício de acesso (situado
a, pelo menos, 12,5 centímetros da base)
depende do tipo de pássaro: 25 milímetros 20 cm
para o chapim-azul, 28 milímetros para o 25 cm
chapim-real, 32 milímetros para a trepa-
deira. No caso de um ninheiro semiaberto
(para os piscos), substitua a parte da frente c m
por uma tabuinha com nove centímetros 14
1 0 cm
de altura, que deve fixar à base. Fixe o
ninheiro solidamente a uma árvore ou a
um poste, orientado para este ou sudeste,
9 cm
para que fique protegido da chuva e da luz
direta do sol, a 2-5 metros de altura para Base: 10 × 10 cm
os chapins-azuis e reais e a 4-5 metros c m
14
para a trepadeira. Face dianteira para
ninheiro semiaberto
144
11
Lutar contra
as ervas daninhas
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
Cuidado com os cavalos de Troia! é boa ideia fazer uma cobertura do solo
Juntamente com as novas plantas, evite para tapar o terreno junto à vedação
introduzir, na sua horta ou no seu jar- (30 centímetros).
dim, ervas daninhas. A maioria das
plantas vendidas nas casas de jardina- Eliminar as ervas daninhas
gem contém bastantes, seja em forma • Sachar
de sementes ou de pedaços de raiz. Por Sachar a terra é um meio eficaz para
isso, tenha o cuidado de eliminar alguns combater as ervas daninhas anuais.
centímetros de terra, antes de transferir Deve fazê-lo logo que surjam, para que
as plantas. não absorvam nutrientes (em detri-
As matérias orgânicas, como o estrume mento das outras plantas) nem formem
e o composto, também costumam con- sementes.
ter muitas ervas daninhas. Por isso, é A lâmina do sacho deve estar bem afiada
preferível enterrá-las a utilizá-las para e convém sachar um pouco abaixo do
cobertura do solo. nível do solo, para separar as ervas dani-
Se houver ervas daninhas rasteiras, nhas das respetivas raízes. Se possível,
como a grama e o escalracho, que pro- faça esse trabalho quando o solo estiver
venham do exterior, arranque-as todas seco, para impedir que as sementes que
até, pelo menos, 15 centímetros de pro- ficam à superfície voltem a germinar.
fundidade e enterre uma faixa de plás- Algumas ervas daninhas anuais pro-
tico espesso à volta do terreno. Também duzem, por cada planta, milhares de
146
A
LUTAR CONTRA AS ERVAS DANINHAS 11
sementes que podem ficar no solo Por vezes, é impossível cavar entre as
durante muitos anos e voltarem a ger- plantas: nesse caso, sache-as regular-
minar quando regressam à superfície, mente assim que as ervas daninhas
depois de se cavar a terra. Se a terra não tenham entre cinco e dez centímetros
for cavada (veja o capítulo 12), elas man- de altura.
ter-se-ão sob o solo.
• Cobertura do solo
• Cavar A cobertura do solo permite lutar eficaz-
As ervas daninhas vivazes devem ser mente contra as ervas daninhas, entre
retiradas, de preferência, com uma outras vantagens (reter a humidade
enxada. Não há qualquer outro método do solo, por exemplo).
(ecológico) que seja eficaz.
Muitas dessas ervas estendem-se pelo • Plantas abafantes
terreno através de rizomas, cujo menor Podem evitar muito do trabalho com as
fragmento pode dar origem a novas ervas daninhas, como, por exemplo, ter
plantas; por isso, convém arrancá-las de as arrancar em locais pouco acessí-
totalmente. As que possuem raízes apru- veis. Mas é necessário desenterrar todas
madas, como o dente-de-leão, voltam a as ervas daninhas vivazes antes de as
crescer se não lhes forem retirados, pelo plantar. Encontrará mais detalhes sobre
menos, dois terços da parte superior das a escolha e a utilização de plantas aba-
raízes. fantes nas páginas 150 e seguintes.
147
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
Plantação através
de plástico negro
Para efetuar uma plantação através
de plástico negro, faça uma incisão
As cascas de árvores permitem obter uma em forma de cruz e dobre o plástico.
cobertura do solo eficaz e de belo aspeto Depois, utilize um transplantador.
148
A
LUTAR CONTRA AS ERVAS DANINHAS 11
desde que não as contenha. Mesmo que
não a possua em quantidade suficiente,
nunca utilize a de jardineiros que tratem
o relvado com herbicidas selecionados.
Espalhe a relva cortada, depois de seca,
nos canteiros de plantas, em camadas de
2,5 centímetros, e sem a deixar em con-
tacto com os caules e os troncos. Este
tipo de cobertura do solo também pode
ser útil para os legumes; no entanto, se
Plantação através de uma tela os legumes tiverem raízes pouco pro-
de plástico negro fundas, pode ser necessário adicionar
adubo, para compensar a perda de azoto
resultante da decomposição da relva.
Comparação
das coberturas de solo Cascas de árvores
As cascas de árvores são bonitas e fáceis
Plástico negro de utilizar, mas também são caras. Para
O plástico negro permite lutar de forma impedir o desenvolvimento das ervas
bastante eficaz contra as ervas dani- daninhas, espalhe uma camada de, pelo
nhas. É também um dos melhores mate- menos, cinco centímetros de espessura
riais para reter a humidade. É ideal, por e, se necessário, “conserte-a” na prima-
exemplo, para os tomateiros ou moran- vera. Normalmente, as cascas de árvo-
gueiros e para as árvores e os arbustos res não dão quaisquer problemas, mas
frutíferos. Não é muito bonito, mas, se podem atrair gatos ou pássaros, que
o aspeto estético for muito importante revolvem tudo. As cascas, ao decompor-
para si, também pode cobri-lo, em com- -se, também podem levar à “fome de
plemento, com cascas de árvores. azoto”. Para evitar isso, adicione uma
Aplique o plástico sobre um solo plano, camada de composto de dois a três cen-
mas com uma ligeira inclinação, para tímetros em volta das plantas de raízes
evitar a formação de poças, ou faça pouco profundas, antes de fazer a cober-
alguns buracos com a forquilha, para tura do solo.
permitir a drenagem.
Gravilha
Cobertura em tela-base-chão A gravilha, quando utilizada como
Esta tela de plástico preto entrelaçado fundo, tem um bom efeito estético, pois
é mais cara do que o plástico, mas tem faz sobressair as plantas ornamentais
uma resistência de, pelo menos, cinco folhosas. Pode ajudar a controlar as
anos. É mais fácil de manobrar e utiliza- ervas daninhas, se for colocada sobre
-se da mesma forma. Impede o desenvol- uma espessa folha de plástico negro.
vimento das ervas daninhas, mas deixa No entanto, convém fazer alguns furos
passar a água. no plástico, para facilitar a drenagem, e
também algumas incisões, para permitir
Relva cortada as plantações.
A relva recentemente cortada pode ser- Se uma das finalidades da aplicação for
vir para lutar contra as ervas daninhas, uma maior retenção da humidade, a
149
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
gravilha também será, nesse caso, uma e de grande eficácia na luta contra
boa opção. as ervas daninhas, capaz de resistir
durante dois anos, pelo menos. Para as
Tapetes velhos plantações, faça incisões com uma faca.
Trata-se de um material fácil de utilizar Não vale a pena fixar os tapetes.
150
A
LUTAR CONTRA AS ERVAS DANINHAS 11
Cotoneaster dammeri
Erica carnea
Preparação
Vinca major As plantas abafantes não têm quase
“Variegata”
nenhum efeito sobre as ervas dani-
nhas vivazes e podem mesmo dificul-
tar a luta contra elas. Por isso, as ervas
para cobrir o solo depende do seu vigor daninhas vivazes devem ser eliminadas
e espaçamento e das características da previamente.
horta ou do jardim. Se quiser que o solo Como as plantas abafantes necessitam
esteja coberto dentro de um ano, esco- de, pelo menos, um ano para se estabe-
lha uma variedade de cobertura rápida lecerem, é preciso continuar a arrancar
(veja o quadro da página seguinte). as ervas daninhas enquanto a cober-
tura não estiver completa. Uma camada
Características de uma de cascas de árvore à volta das plantas
boa planta abafante abafantes diminui esse trabalho. Se as
Uma boa planta abafante deve cobrir semear no outono, as plantas abafantes
rapidamente o solo e impedir o desen- terão um certo avanço sobre as ervas
volvimento das ervas daninhas. No daninhas que crescem na primavera.
entanto, as plantas que forem dema-
siado vigorosas acabam por se tornar, Reduzir os custos
elas próprias, daninhas. Se plantar Se as plantas abafantes puderem ficar
várias espécies, escolha plantas de vigor mais afastadas umas das outras, poderá
151
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
Calluna e Erica = urzes; Hedera = hera; Hypericum = hipericão; Vaccinium = mirtilo; Vinca = pervinca.
(2) Todos os arbustos citados são de folhas persistentes.
(3) O solo fica coberto no prazo de um ano; nalguns casos, será necessário desbastar após três anos.
(4) Solo coberto após dois ou três anos, não é necessário desbaste.
(5) Só se dá bem em solos ácidos.
152
A
LUTAR CONTRA AS ERVAS DANINHAS 11
comprar uma quantidade bastante infe- terreno apenas ficará coberto dentro de
rior (veja, no quadro da página anterior, dois ou três anos. Obviamente, se culti-
as indicações para a cobertura progres- var as suas próprias plantas abafantes,
siva). Nesse caso, terá de prever que o os custos serão ainda mais reduzidos.
Silvas
As plantas mais velhas têm raízes pro-
fundas e lenhosas; os caules também
podem criar raízes. Corte tudo o que
estiver acima do solo e cave profunda-
mente para retirar as raízes lenhosas.
Morugem
As sementes da morugem podem
ficar no solo durante quarenta anos e
153
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
154
12
Melhorar o solo
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
Adquire um
Consegue Consegue Consegue
aspeto polido
Textura enrolá-la enrolá-la dobrar
quando a
em bola? em cilindro? o cilindro?
esfrega?
Terra arenosa Granulosa ✗ ✗ ✗ ✗
Terra areno-
-argilosa
Granulosa ✓ ✗ ✗ ✗
Terra argilo-
-arenosa
Pegajosa ✓ ✓ ✓ ✗
Terra argilosa Pegajosa ✓ ✓ ✓ ✓
Terra turfosa Fibrosa ✓ ✗ ✗ ✗
156
A
MELHORAR O SOLO 12
necessário adicionar-lhe grandes quan- terrenos “leves”, basta sachar ou raspar
tidades de areia ou de estrume. Uma com o ancinho. As matérias orgânicas
solução mais pragmática consiste em podem ser deixadas sobre o terreno,
limitar-se ao solo da horta. Com efeito, onde serão incorporadas lentamente,
é possível ter um belo jardim ornamen- de forma natural. Por outro lado, se
tal qualquer que seja a natureza do solo, o terreno for “pesado” ou compacto,
desde que se faça uma escolha criteriosa pode ser útil cavar: a operação destor-
das plantas e técnicas de cultura. Para roa o solo, faz penetrar o ar e facilita a
os legumes, as possibilidades são mais adição de matérias orgânicas, com vista
reduzidas. a melhorar o arejamento e a drenagem.
Também permite expor as pragas do
Poupar trabalho solo à ação dos predadores naturais e
Pode poupar trabalho se refletir bem enterrar as ervas daninhas e os restos
antes de pegar na enxada ou se adotar de vegetais (apesar de trazer à superfí-
um sistema em que não precise de cavar cie sementes novas de ervas daninhas).
tanto. Fazendo canteiros sobre-elevados
e cavando em profundidade, pode reme- Quando se deve cavar?
diar os problemas de compactação e de Se o solo for “leve”, pode ser cavado em
deficiente drenagem do solo. qualquer altura. Se for argiloso, é pre-
ferível fazê-lo no final do outono. Não
Porque é o pH tão importante? tente cavar quando o solo estiver muito
O pH do solo é importante devido à sua molhado ou demasiado seco; o trabalho
influência direta na assimilação de subs- será mais difícil e a estrutura do solo
tâncias nutritivas. Por exemplo, algu- também sofre com isso.
mas plantas não conseguem absorver
ferro dos solos alcalinos, mas a maioria
dos nutrientes de base é mais difícil de As minhocas
assimilar em terrenos muito ácidos. O
pH depende, em grande parte, da quan- As minhocas são muito úteis nas hortas
tidade de calcário presente no solo: e nos jardins: contribuem para melho-
quanto mais tiver, mais alcalino é o solo. rar a estrutura do solo e têm um papel
A maioria das plantas dá-se bem em ter- essencial na produção de húmus, que,
por sua vez, é uma importante fonte
renos neutros ou ligeiramente alcalinos,
de nutrientes para as plantas. Tam-
mas algumas variedades gostam de
bém criam galerias que contribuem
terrenos ácidos e, outras, de alcalinos. para o arejamento e para a drenagem
Conclui-se, assim, que o pH é relevante do solo. Formam pequenos montículos
para a escolha das plantas. Para verificar de terra, trazendo o húmus à superfície
o pH do solo, veja a página 160. e tornando os nutrientes mais acessí-
veis às plantas cujas raízes são pouco
profundas.
Cavar De uma forma geral, quanto mais maté-
rias orgânicas forem adicionadas ao
solo, mais as minhocas serão favoreci-
É necessário? das. A calagem também é útil nos solos
Tudo depende do tipo de solo. Cavar ácidos, pois as minhocas são mais ati-
regularmente pode perturbar a estru- vas em terrenos ligeiramente alcalinos.
tura natural do solo e, na maioria dos
157
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
158
A
MELHORAR O SOLO 12
Cavar em profundidade
Se o solo for argiloso ou estiver muito com- Proceda assim: cave, primeiro, à medida
pactado, pode ser útil cavar a uma profun- da profundidade de um ferro de enxada.
didade dupla. Com efeito, esta operação: Depois, cave à profundidade de um
–– descompacta profundamente o solo; segundo ferro de enxada e ponha um
–– melhora a drenagem; pouco de estrume. Cubra-a com a
–– aumenta a profundidade camada superior da leva seguinte e
do enraizamento; ponha um pouco mais de estrume. Tenha
–– melhora os solos de secagem rápida, cuidado para não inverter as camadas
assegurando a retenção da humidade nem misturar a camada inferior com
(desde que lhes sejam adicionadas a superior.
suficientes matérias orgânicas).
Canteiros sobre-elevados
10 cm
159
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
O pH e o calcário
Nas casas de jardinagem e nalgumas lojas •• Interpretação dos resultados
de bricolage, existem diversos tipos de kits –– pH ≤ 5,5: fortemente ácido. Adequado
que permitem medir o pH do solo. para urze, azáleas e outras plantas que
gostem de solos muito ácidos. Para
1. Em diferentes locais do jardim, recolha aumentar o pH, adicione calcário.
amostras de terra a cerca de dez centí- –– pH 6 a 6,5: levemente ácido. Adequado
metros de profundidade. para relva, árvores de fruto e outras
plantas que gostam de solos ácidos.
2. Misture as amostras e deixe secar. –– pH 6,5 a 7: neutro. Ideal para a maioria
das plantas. Não adicionar calcário.
3. Coloque um pouco da mistura na proveta –– pH 7,4 a 8,4: alcalino. Não adicionar cal-
fornecida. cário, mas pode adicionar enxofre, para
acidificar. Veja a partir da página 169,
4. Junte-lhe os produtos fornecidos, para a escolha das plantas.
de acordo com o modo de emprego.
•• Se o solo for demasiado ácido
5. Agite, deixe repousar e compare a cor Pode torná-lo menos ácido, adicionando
com a escala fornecida. calcário. Esta operação faz-se, geral-
mente, quando se cava a terra no outono;
no entanto, se o solo for arenoso, o cal-
cário pode ser arrastado pelas águas, de
forma que é melhor esperar até à prima-
7,5 vera. Para manter o pH, poderá espalhar
entre 5 e 10 kg de calcário por cada 100 m2,
7,0 todos os cinco ou seis anos, se o terreno
for argiloso, e todos os dois ou três anos,
se for arenoso.
6,5
Para adicionar uma unidade ao pH (por
exemplo, passar de 5 a 6) são necessá-
6,0 rias grandes quantidades de cal (óxido de
cálcio):
5,5 –– terra argilosa: 300 g/m2;
–– terra argilo-arenosa: 200 g/m2;
–– terra arenosa: 100 g/m2 .
5,0
(Adaptado da escala de pH do USDA – depar-
4,5 tamento de Estado americano responsável
pela agricultura)
160
A
MELHORAR O SOLO 12
Como corrigir o solo?
161
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
Areia
Para melhorar a textura dos terrenos argilo-
sos, precisa de 1 m3 (1,7 toneladas) de areia
grossa por cada 20 m2 . Isso corres-
ponde, aproximadamente, à adição
de uma camada de cinco centíme-
tros sobre a superfície, antes de cavar.
162
A
MELHORAR O SOLO 12
as utilizar, exponha-as à chuva durante solos ligeiramente alcalinos, e torna
alguns meses, para eliminar o sal. algumas substâncias nutritivas mais
As algas marinhas fermentam depressa acessíveis às plantas. Também contribui
e, por isso, não precisam de ser previa- para evitar a hérnia-da-couve. Pode ser
mente decompostas. utilizada para corrigir os solos argilosos.
Analise o pH antes de proceder à cala-
Serradura e aparas de madeira gem, pois, se o terreno ficar muito alca-
Não utilize serradura nem aparas se lino, as plantas podem ter carências de
vierem de madeiras tratadas! Quando oligoelementos. Se o solo for muito ácido
se decompõem, levam à competição (pH inferior a 5,5), a calagem é essencial,
pelo azoto do solo; por isso, é melhor pois, caso contrário, certos nutrientes,
decompô-las previamente, usando um como os fosfatos, não são disponibiliza-
ativador rico em azoto, como a farinha dos para as plantas.
de sangue, o chorume de urtiga ou o
estrume de aves seco.
163
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
164
A
MELHORAR O SOLO 12
• Evitam que o solo se cubra com uma e a ervilhaca são, normalmente, semea-
crosta dura, sobretudo no inverno. dos em filas.
165
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
166
A
MELHORAR O SOLO 12
As algas marinhas (que contêm muito 15 centímetros de espessura, que contri-
cálcio) agiriam através de uma maior buirá para melhorar a estrutura do solo
aglomeração das partículas de argila. e permitirá cultivar plantas de bolbos ou
Outros produtos, como a perlite, con- maciços, sem necessidade de cavar.
tribuiriam para aligeirar a textura do
solo. No entanto, convém saber que a • Legumes
areia e as matérias orgânicas grosseiras Na horta, é indispensável trabalhar o solo,
são muito mais baratas e eficazes do que pois a maioria dos legumes é cultivada
estes “produtos milagrosos”. anualmente. As condições ideais para
cavar a terra só se encontram reunidas
Adaptar-se aos durante um período relativamente curto
terrenos argilosos de tempo; por isso, é preferível reduzir a
É possível ter um jardim bonito e produ- superfície a cavar tanto quanto possível,
tivo, mesmo que o terreno seja argiloso. criando um sistema de canteiros perma-
Para isso, é preciso escolher plantas nentes e de caminhos (veja a página 159).
adaptadas ao tipo de solo (veja o quadro Se resolver sobre-elevar os canteiros e
da página seguinte). Também se podem enterrar muitas matérias orgânicas, a dre-
plantar árvores. Se o solo for realmente nagem e a estrutura do solo poderão ser
mal drenado, a escolha de plantas substancialmente melhoradas, de forma
deverá ser mais específica (veja o quadro que poderá cultivar quase todas as varie-
da página 174). dades de legumes.
Além disso, também convém adaptar
as técnicas de cultura: cave no outono • Alfobres ou viveiros
e não no inverno, pois, nessa altura, o Prepare os canteiros para alfobres
solo está demasiado “empapado” e a sua trabalhando o solo o menos possível.
estrutura arrisca-se a ser prejudicada.
• Jardins ornamentais
Tanto quanto possível, utilize arbustos
e plantas resistentes à geada. Para não
ter de cavar muitas vezes, existem mui-
tas variedades que se adaptam aos solos
argilosos, mesmo aos mais pesados.
Como é evidente, terá de sachar de vez
em quando, mas, a partir do momento
em que as plantas estejam bem implanta-
das, o trabalho do solo será muito redu-
zido. Durante o verão, as plantas bene-
ficiarão das substâncias nutritivas e da
água existentes no solo. Todos os anos,
no outono ou na primavera, poderá
aplicar uma cobertura vegetal com 10 a
167
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
168
A
MELHORAR O SOLO 12
Se tiver enterrado bastantes matérias aquecer o solo. Como é evidente, tam-
orgânicas bem compostadas nos anos bém pode semear flores ou plantas em
precedentes, bastará raspar com o vasos ou em caixas de sementeira e
ancinho. Cubra os canteiros com uma transplantá-las assim que as condições
folha de plástico transparente, para o permitam.
169
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
torna-se mais fértil e fácil de traba- o melhor seja fazer uma cobertura do
lhar e retém melhor a humidade (veja solo (veja as páginas 147 e seguintes). O
adiante). plástico negro é um dos melhores mate-
Entre os produtos adequados encontram- riais para a cobertura do solo, apesar
-se o composto de jardim, o estrume de não ser bonito. Por isso, se a estética
animal não concentrado e as algas for importante para si, utilize cascas de
marinhas. É melhor evitar o composto árvores. Espalhe uma camada com, pelo
de cogumelos, pois este costuma con- menos, cinco centímetros de espessura
ter muito calcário, o que não facilita a e regue abundantemente.
manutenção do nível de pH.
Os adubos verdes, como o trevo, o aze-
vém ou a facélia (veja as páginas 164 e 165), Carências de nutrientes
também contribuem para melhorar a secundários
estrutura do solo. Semeie-os onde hou-
ver espaço livre (por exemplo, durante o Nos terrenos alcalinos, as plantas têm
inverno, na horta ou no local destinado carências de ferro e de magnésio. Nal-
às flores anuais) e enterre-os no solo antes guns casos, estes nutrientes até podem
que formem sementes. estar presentes no solo, mas numa forma
impossível de assimilar para as plantas.
170
A
MELHORAR O SOLO 12
PLANTAS PARA SOLOS CALCÁRIOS
Altura ×
Flores Folhagem Observações
× largura (*)
ÁRVORES E ARBUSTOS
Chaenomeles Vermelhas, Verde-escura, Frutos amarelo-esverdeados,
1,8 × 1,2-1,8 m
speciosa janeiro-abril brilhante de aroma agradável
C. macropetala e C. montana
2-3 × 3 m/planta Azuis, suspensas, Verde-escura,
Clematis alpina também são variedades
trepadora abril-maio folhas pequenas
adequadas
Amarelas, fevereiro- Crescimento lento, adequada
Cornus mas 6 × 4 m Verde-clara
-abril para sebes
Quase sem espinhos, bagas
Crataegus ×
4,5-6 × 3-4,5 m Brancas, junho Verde-clara vermelho-alaranjadas
× lavallei
no outono e no inverno
Juniperus Aroma agradável, numerosas
3 × 1,8 m Insignificantes Folhas em agulha
communis variedades anãs
Lonicera × 7,5-9 m/planta Amarelas e brancas, Verde-clara, Planta trepadeira, invasora,
× japonica trepadora junho-outubro persistente com flores de aroma agradável
Prunus serrulata Rosa-escuras, Verde, folhas Há outras variedades
6 × 4,5 m
“Amanogawa” abril-maio pequenas adequadas
Pyracantha
3-4,5 × 3-4,5 m Brancas, junho Persistente Bagas vermelhas no inverno
coccinea
Frutos vermelhos, bela cor
Sorbus aria 10 × 8 m Brancas, maio Verde
no outono, muitas variedades
Symphoricarpos Cor-de-rosa, Verde- Grandes bagas brancas
1,5-2 × 2,5 m
albus julho-setembro -acinzentada de outubro a fevereiro
Verde-sombria,
Taxus baccata 4,5 × 4,5 m Sem flores Tóxica, bagas vermelhas
folhas em agulha
PLANTAS HERBÁCEAS
Aubrieta Rosa-violetas, Verde, folhas Forma uma espécie de tapete,
10 × 45-60 cm
deltoidea março-junho penugentas muitas variedades
Campanula 20-30 × Azul-violeta, Verde-clara, Muitas variedades, com flores
carpatica × 30-40 cm julho-agosto folhas pequenas de cores diferentes
Rosa-pálidas, Cinzento- Pequenas flores suspensas
Dicentra eximia 30-45 × 30 cm
junho-setembro -esverdeada e decorativas, floração longa
Geranium Vermelho-violeta, Folhas finas e Crescimento rápido, planta
25 × 25 cm
sanguineum maio-setembro verdes rasteira
Brancas e verdes, Floração no inverno, adequada
Helleborus niger 25 × 25 cm Persistente
janeiro-abril para segundo plano
Brancas, cor-de-
Paeonia lactiflora Grandes flores duplas,
75-100 × 90 cm -rosa e vermelhas, Verde-escura
hybrides de aroma agradável
maio-julho
(*) Altura e largura aproximadas (após 10-15 anos para as árvores e para os arbustos).
171
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
172
A
MELHORAR O SOLO 12
Avaliar a importância do problema
Para avaliar corretamente o problema existe uma camada argilosa por baixo,
e saber como o remediar, comece por tornando a drenagem impossível. Tam-
fazer um buraco com 60 centímetros bém pode haver uma camada compactada
de profundidade. no subsolo ou tratar-se de um terreno
Examine o perfil de solo: talvez se possa muito baixo, onde a água consiga infiltrar-
notar uma camada compactada. Depois, -se naturalmente. Pode tentar melhorar a
cubra o buraco (por exemplo, com uma camada superior, mas, se o problema for
tábua), para o abrigar da chuva e evitar que na camada inferior, escolha plantas adap-
ouriços ou outros animais caiam dentro tadas à humidade e faça canteiros sobre-
dele. Espere até à manhã seguinte. -elevados na horta. Não poderá criar um
Se houver água que se tenha infiltrado no relvado sem colocar tubos de drenagem.
buraco, isso significa que o nível das águas
subterrâneas é alto ou que o jardim contém •• Menos de 24 horas: não há um verdadeiro
uma ou várias nascentes. Se for o caso, não problema de drenagem. É provável que
tente melhorar a drenagem: cultive plantas os problemas se devam à compactação
que gostem de humidade e faça canteiros do solo. Tente trabalhá-lo e, se não resul-
sobrelevados. Se o buraco se manteve tar, verifique se não há fugas no sistema
seco, encha-o de água e verifique o tempo de escoamento das águas.
que demora a secar.
•• Menos de uma hora: o solo é muito per-
•• Mais de 24 horas: a drenagem é péssima; meável. Os problemas devem-se à com-
isso significa, geralmente, que a camada pactação ou a uma camada dura situada
superior é argilosa e “pesada” ou que a baixa profundidade. Cave o solo.
173
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
Astilbe × ardensii
174
A
MELHORAR O SOLO 12
Cornus alba “Sibirica” (caules vermelhos)
e Cornus stolonifera “Flaviramiea”
(caules amarelos)
175
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
176
13
Fazer o composto
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
Experiências
de fabrico de
composto em
diferentes
recipientes
178
A
FAZER O COMPOSTO 13
e amadurecer. O prazo de maturação que ficam nos rebordos (e que, por
depende da época e das matérias utili- isso, não se decompõem tão bem ou tão
zadas. Por exemplo, uma pilha constitu- depressa) é relativamente maior.
ída por matérias diferentes, durante o
verão, pode produzir composto pronto
a utilizar após três meses. Mas, se a fizer É preciso misturar
no outono, a decomposição pode durar o composto?
sete a oito meses.
Na mistura do composto devemos ter o
cuidado de mudar as partes que se encon-
Pilha ou compostor? tram no exterior para o interior. Serve
para o arejar e assegurar a entrada de
Pode obter composto de boa quali- azoto para os micro-organismos: assim,
dade tanto em pilha como num com- estes podem exercer a sua ação sobre
postor. A escolha depende do volume as matérias frescas vindas do exterior.
de matérias disponíveis e da localização. Por outras palavras, o ciclo recomeça.
A pilha é melhor para grandes quantida- O melhor é misturar o composto sete a
des e o compostor tem melhor aspeto. dez dias antes de começar a arrefecer.
Normalmente, a decomposição é mais Se não o fizer, o azoto pode faltar e o pro-
rápida no compostor. cesso de decomposição pode atrasar-se.
CARACTERÍSTICAS DO COMPOSTO
lenhosas
Matérias
Ativador
cortada
Mistura
regular
Erva
179
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
Matérias a evitar
•• Raízes de ervas daninhas vivazes: é preferível queimá-las e só depois juntar
grama, dente-de-leão, corriola, escal- as cinzas à pilha do composto.
racho, etc.
•• Relva cortada que tenha sido tratada com
•• Ervas daninhas ou plantas com semen- herbicidas: se costuma obter relva nestas
tes: no caso de o composto não aquecer condições, tenha o cuidado de não utilizar a
o suficiente para impedir que germinem, que for proveniente dos primeiros cortes.
as sementes indesejáveis podem disse-
minar-se (por meio do composto). •• Restos de alimentos cozinhados: podem
atrair ratos, ratazanas e moscas.
•• Plantas doentes (com hérnia-da-couve,
doença-das-manchas-negras, etc.): •• Matérias lenhosas não trituradas.
180
A
FAZER O COMPOSTO 13
RELAÇÃO CARBONO/AZOTO DOS PRODUTOS PARA DECOMPOSIÇÃO (*)
Provenientes da casa e do jardim
Preponderância de azoto Urtigas, caules de leguminosas
Restos de comida, relva cortada, ervas daninhas, restos de plantas ornamentais,
Equilíbrio carbono/azoto
restos de legumes verdes, folhagem da batateira ou do tomateiro
Preponderância de carbono Restos de podas de sebes ou arbustos, caules de couves lenhosas, folhas de outono
Ausência de azoto Papel de jornal, cartão
Para comprar, se valer a pena
Estrume de vaca (com palha), estrume de cavalo (com palha),
Preponderância de azoto
farinha de osso ou farinha de casco e chifre
Equilíbrio carbono/azoto Algas marinhas
Preponderância de carbono Palha
Ausência de azoto Serradura
(*) Se utilizar produtos ricos em carbono, experimente combiná-los com produtos ricos
em azoto. Os “equilibrados” têm uma relação carbono/azoto ideal de mais ou menos 25-30 para 1
181
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
Pilha ou compostor
182
A
FAZER O COMPOSTO 13
despesas para quem saiba utilizar um dispor, simultaneamente, de composto
martelo e uma serra. maduro e de composto em vias de ama-
durecimento ou, ainda, fabricar diferen-
Tamanho e forma tes variedades (composto vulgar, húmus
Uma forma quadrada ou retangular faci- de folhas, etc.)
lita a construção e a utilização do com-
postor. O tamanho depende da quanti-
dade de matérias a decompor. Seja como Outras possibilidades
for, construa um depósito que tenha, no
mínimo, as dimensões de um cubo de 90 Tijolos ou blocos
centímetros, para obter bons resultados. Permitem fazer um bom compostor.
Pode colocar-lhe uma tampa e fazer
Ar e humidade a face dianteira de madeira, como no
Não deixe aberturas entre as tábuas,
pois o composto estará sempre sufi-
cientemente arejado. As aberturas As tábuas
podem levar a que seque. Também não amovíveis
O composto não ficará facilitam o acesso
deve ficar muito molhado: uma tampa
encharcado pelas ao composto
inclinada é útil para esse efeito. chuvas se o compostor
tiver uma tampa
Possibilidades suplementares inclinada
Um compostor duplo (ao lado, em baixo)
revela-se mais prático quando se mis-
tura o composto. Com uma forquilha,
pode mudá-lo de um depósito para o
outro, o que permite arejar a mistura.
Outra possibilidade: deixar amadure-
cer o conteúdo num dos recipientes
e encher progressivamente o outro.
Escolha do local
Para colocar o compostor, um local pro-
tegido do sol é o ideal. Mas não o ponha
sobre cimento ou lajes, mas sim dire-
tamente no solo; dessa forma, alguns
nutrientes infiltram-se no solo e não se
perdem, além de o acesso das minhocas
e dos micro-organismos ficar facilitado.
É relativamente simples construir um
compostor com tábuas. Uma face dianteira
amovível facilita a retirada do composto.
Rebordos superiores inclinados e cobertos
com uma tampa protegem o composto da Um compostor
duplo facilita
chuva, não deixando que fique ensopado.
a mistura
Como vimos, um compostor duplo faci-
lita a mistura do composto e permite
183
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
184
A
FAZER O COMPOSTO 13
adicionando novas matérias;
do outro, recolha o composto
maduro. Misture apenas as
matérias que estejam na
nova extremidade da pilha.
ASPETO DO COMPOSTO
Aspeto Conselhos
185
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
O lombricomposto
As minhocas são particularmente úteis para As minhocas sobem à superfície e decom-
o jardim. Pode fazê-las trabalhar para si, põem camada por camada. Produzem
construindo um compostor adequado. assim um composto precioso, que poderá
raspar e recolher para o carrinho de mão.
•• Comece por construir um depósito com
60 por 90 centímetros, com uma altura
mínima de 60 (dimensões ligeiramente
superiores às de um carrinho de mão). 90 cm
Para o fundo, use rede de arame. 60 cm
Faça dois orifícios na parte de baixo
de um dos lados e introduza duas
ripas de madeira. Fixe-lhes um
pedaço de madeira ou de metal,
para obter duas raspadeiras. Colo- 60
que a caixa sobre pés de madeira, cm
de modo que seja possível intro-
duzir o carrinho de mão por baixo. 135
cm
•• Cubra a rede de arame com uma
camada de papel de jornal molhado.
Sobre ela, ponha uma fina camada
de composto bem curtido ou de
estrume e algumas minhocas (pode 45
encontrá-las facilmente numa loja cm
de artigos de pesca). Finalmente, 22,5
cubra tudo com uma fina camada cm
de matérias não decompostas e um 75 cm
tapete velho. Raspadeira
Rede de arame
•• Constitua o depósito do lombri- Raspadeira
composto de forma progressiva:
não adicione mais de oito centí-
metros de matérias por semana.
ativador como fonte de azoto (farinha e troncos podados, para que possa uti-
de sangue, por exemplo). Se tiver uma lizá-los como cobertura do solo ou juntá-
sebe grande e/ou muitos arbustos e -los à pilha do composto. No entanto, as
árvores na sua horta ou no seu jardim, matérias molhadas e fibrosas podem
pense em comprar um triturador. ficar aglomeradas, enquanto a relva
comprida pode bloquear as lâminas.
186
A
FAZER O COMPOSTO 13
para o ver em funcionamento antes (retire a ficha da tomada se se tratar
de o comprar. de um modelo elétrico).
• Nunca largue nem tente desmontar a • Nunca tente triturar pedras, terra,
máquina enquanto esta estiver ligada vidros, metal, ossos ou plásticos.
187
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
188
14
Alimentar as plantas
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
190
A
ALIMENTAR AS PLANTAS 14
• Os terrenos “leves” (margosos ou areno- complementos de fósforo e de potássio e
sos) beneficiarão com doses de matérias as plantas podem precisar de um pouco
orgânicas grosseiras (estrume de quinta de cobre ou de boro para compensarem
bem decomposto, por exemplo) como as suas carências naturais.
fonte de azoto libertado lentamente. Efe-
tivamente, em terrenos permeáveis, o • Os terrenos argilosos retêm bem os
azoto é facilmente arrastado pelas águas. nutrientes e beneficiam muito com a
melhoria da sua estrutura promovida
• Ao contrário, os terrenos turfosos pela adição de grandes quantidades de
(raros no nosso país) necessitam de matérias orgânicas grosseiras.
Adubos orgânicos
191
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
Orgânico ou não?
•• Orgânico melhoria da estrutura e na fertilidade
Podem ser considerados fertilizantes do solo.
orgânicos o estrume animal, o composto,
os extratos vegetais e os adubos comer- •• Fertilizantes minerais naturais
ciais de origem orgânica, como, por exem- Estes fertilizantes são utilizados tal como
plo, os resíduos de matadouros. se encontram na natureza (quer dizer, sem
Mas atenção: o facto de um fertilizante nenhum tratamento químico), como com-
ser de tipo orgânico não significa que não plementos da adubação orgânica. Podem
possa causar problemas! É o caso, por ser:
exemplo, do excesso de chorume, que –– substâncias pouco nutritivas, mas com
é vulgarmente utilizado na agricultura efeito sobre o solo (por exemplo, o pó
convencional. de basalto e a lava);
–– substâncias que compensam certas
•• Fertilizantes minerais sintéticos carências, mas suportam mal serem
Os fertilizantes químicos de síntese não cobertas com um fertilizante orgânico
são utilizados na agricultura biológica, (por exemplo, o pó de lava);
pois a sua ação é demasiado restrita: –– corretivos calcários, que têm ação
fornecem alguns nutrientes às plantas, sobre o pH (por exemplo, a cal de algas
mas não têm nenhuma influência na marinhas ou o calcário simples).
192
A
ALIMENTAR AS PLANTAS 14
CONCENTRAÇÃO MÉDIA DE SUBSTÂNCIAS NUTRITIVAS
NOS ADUBOS ORGÂNICOS (%)
N P K Observações
Ação lenta; numerosos
Algas marinhas 0,5 0,1 1,2
oligoelementos
Estrume de aves Ação rápida e de longa duração;
4 3 1,5
concentrado pode queimar as plantas
Estrume de vaca
1-1,5 0,4 0,5-10 Ação lenta; oligoelementos
concentrado
Ação lenta; utilizar,
Farinha de casco
14 2-3 0 de preferência, como adubação
e de chifre
de fundo
Ação lenta; utilização máxima
Farinha de osso 1,5-6 15-30 0 no momento da plantação
de árvores e arbustos
Ação rápida; produto a espalhar
Farinha de sangue 10-14 vestígios 0 nos legumes e relvado;
evitar doses elevadas
Farinha de sangue, Ação rápida,
10 5 0
de chifre e de osso se for finamente moído
Guano de aves marinhas 14 11 3 Ação rápida; muito concentrado
193
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
194
A
ALIMENTAR AS PLANTAS 14
ADUBOS ORGÂNICOS PARA LEGUMES
No quadro encontram-se os legumes que melhor proveito tiram de uma adubação rica em azoto. Escolha uma
das adubações de fundo. Espalhe uniformemente o produto e incorpore-o a 10-15 centímetros de profundidade,
com um ancinho. O ideal é fazê-lo 10-14 dias antes da plantação. Assim que o crescimento estiver na fase ativa,
deve voltar a pôr azoto, por meio de uma das duas adubações de cobertura (a farinha de chifre não é adequada,
a não ser que seja finamente moída). O quadro indica as quantidades totais: divida-as pelo número de adubações
(geralmente duas ou três), para saber a quantidade necessária para cada dose. Não ponha o adubo a menos de
5-7 centímetros dos pés das plantas e raspe ou sache levemente. Regue, se não chover.
Adubação de fundo (1) Adubação de cobertura (2)
Ou farinha
Adubo composto (3) Farinha de sangue Ou farinha de chifre
de sangue (4)
Alface 100 g/m2 25 g/m2 75-100 g/m2 75 g/m2
Alho-francês 100-140 g/m2 35 g/m2 75-100 g/m2 75 g/m2
Beterraba 100-200 g/m2 50 g/m2 90-140 g/m2 90 g/m2
Brócolos (inverno) 100 g/m2 25 g/m2 70-115 g/m2 115 g/m2
Brócolos 100 g/m2 25 g/m2 70-117 g/m2 115 g/m2
Cebola (inverno) (5) 100-360 g/m2 90 g/m2 120-160 g/m2 120 g/m2
Couve-de-bruxelas 100-200 g/m2 50 g/m2 115-170 g/m2 115 g/m2
Couve-flor 100 g/m2 25 g/m2 70-115 g/m2 115 g/m2
Couve-frisada (5) 100 g/m2 25 g/m2 70-115 g/m2 115 g/m2
Couve-repolho
100-200 g/m2 50 g/m2 115-170 g/m2 115 g/m2
(verão e inverno) (5)
Espinafre 100 g/m2 25 g/m2 50-70 g/m2 50 g/m2
(1) Números aproximados. O teor em azoto de um produto orgânico varia, de modo que não é possível dar
números precisos.
(2) Quantidades totais: divida pelo número de adubações de cobertura, para saber a quantidade para cada dose.
(3) Geralmente, contém farinha de sangue, de chifre e de osso.
(4) Junte 35 gramas de farinha de osso e 50 gramas de potássio, para uma fertilização equilibrada.
(5) Faça uma adubação de cobertura em fevereiro no caso de plantas que passaram o inverno na terra.
195
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
Carências nutricionais
196
A
ALIMENTAR AS PLANTAS 14
Cálcio Fósforo
Amarelecimento geral; as folhas jovens Algumas plantas não apresentam sin-
deixam de crescer e podem morrer. tomas, mas, em geral, o crescimento é
Os pontos de crescimento são afetados lento e as folhas da base podem ficar de
e o desenvolvimento das raízes é fraco. cor violeta. As folhas mais antigas podem
Melhore o solo com estrume de quinta. morrer rapidamente. Adicione farinha de
osso ou fosfatos naturais em solos ácidos.
Ferro
As folhas jovens amarelecem, mas as Magnésio
nervuras mantêm-se verdes. A ponta e Rebordos das folhas verde-pálidos ou
o rebordo das folhas ficam ruços. Nos amarelados. As extremidades dos reben-
casos mais graves, os pontos de cresci- tos e as nervuras das folhas velhas man-
mento morrem. Esta carência verifica- têm-se verdes. As folhas morrem rapida-
-se, sobretudo, nos solos alcalinos. Adi- mente. Pulverize com uma solução de
cione quelatos de ferro. sulfato de magnésio.
Boro
Ferro
Cálcio
Manganês
Magnésio
Azoto Molibdénio
Potássio
Fósforo
197
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
198
15
Comprar plantas sãs
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
200
A
COMPRAR PLANTAS SÃS 15
Estes limitam os riscos de danos nas Os danos sofridos pelas plantas de folhas
folhas e de desidratação das plantas. persistentes durante o inverno só se revelam,
por vezes, no início do verão
Cuidados de inverno
Durante o inverno, as plantas criadas
em vasos no exterior devem ser coloca-
das perto umas das outras.
As plantas de folhas persistentes devem
ser protegidas do vento; caso contrá-
rio, se fizer muito frio, as raízes podem
morrer. Também pode acontecer que
plantas aparentemente sãs até abril/
/maio morram bruscamente. Se com-
prar plantas de folhas persistentes após
um inverno rigoroso, verifique sempre
as raízes: se estiverem vivas, a sua cor
será branca a castanho-clara; se estive-
rem mortas, serão negras ou acinzenta-
das e com bolores.
Rotulagem
A etiqueta permite saber há quanto
tempo a planta se encontra na loja. Se
estiver descolorada e quase ilegível,
quer dizer que a planta está lá há muito
tempo, com todos os riscos que isso com-
porta: asfixia das raízes e deperecimento,
exceto se a planta tiver sido bem cuidada.
O cipreste maior encontrava-se
num vaso demasiado pequeno
Reenvasadas ou nos
vasos de origem?
Se a planta “flutua” no vaso quando ou no verão, pois, no momento da
se exerce uma pequena pressão e se a plantação, a terra pode soltar-se, o que
superfície da terra parece fresca, quer compromete a sobrevivência da planta.
dizer que foi recentemente envasada. Quando algumas raízes escapam pelo
Normalmente, é o caso das roseiras e fundo do vaso e há um pouco de musgo
dos arbustos frutíferos. Não compre à superfície, isso significa que é uma
plantas nestas condições na primavera planta criada no vaso de origem.
201
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
202
A
COMPRAR PLANTAS SÃS 15
das árvores (de fruto). Não é grave (desde
que não se estenda ao tronco), pois os
ramos atingidos podem ser cortados. No
entanto, constitui um sinal de negligên-
cia ou de poda mal feita.
Que formato?
De certeza que está interessado em
comprar plantas vigorosas e folhosas,
mas isso não é indispensável no caso de
algumas variedades.
203
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
204
A
COMPRAR PLANTAS SÃS 15
COMPRAR PLANTAS SAUDÁVEIS: REGRAS BÁSICAS, POR CATEGORIA
Procure Evite Época ideal para a compra
Plantas com ramos simétricos Plantas de folhagem amarela ou
e bem espaçados, com um descolorada ou com manchas
caule principal sólido (exceto castanhas. Exemplares Setembro-outubro ou
Árvores se a árvore tiver, por natureza, demasiado grandes para o primavera-verão, se forem
uma coroa densa – veja as vaso. Exemplares de grande bem regadas
duas páginas precedentes). envergadura (a não ser que
Plantas jovens e vigorosas possa cuidar bem deles)
Árvores cujos ramos formem
Árvores com um ou dois um ângulo agudo com o tronco.
Árvores ramos vigorosos repartidos Árvores débeis, malformadas ou Outono ou inverno, para
de fruto regularmente e um ponto com a casca danificada. Árvores coincidir com a poda
de enxerto sólido excessivamente grandes para o
vaso em que se encontram
Plantas de folhas amarelas
Plantas jovens e vigorosas,
ou descoloradas, folhagem
bem formadas e com folhagem
rara ou com manchas Abril-maio (sobretudo nas
até ao solo. No caso das
castanhas. Plantas demasiado regiões frias ou onde o terreno
Coníferas coníferas verticais, a existência
grandes para o vaso em que seja “pesado”) ou setembro-
de um rebento principal mais
se encontram. Rebentos -outubro
vigoroso é importante, mas é
excessivamente vigorosos,
mau sinal nas outras
no caso das coníferas anãs
Plantas de folhas azuladas ou
Plantas jovens, suficientemente avermelhadas (estragos devidos
espaçadas ou em vasos à geada ou a carências nutritivas). Início da primavera, para os
individuais, de folhas verdes Plantas demasiado grandes para legumes resistentes à geada;
Legumes
e sãs (folhagem densa, o vaso em que se encontram ou maio-junho, para os legumes
no caso de tomate, pimentos muito desenvolvidas. Todas as tenros
e beringelas) couves (risco de terem hérnia-
da-couve)
Normalmente, após as geadas.
Plantas de folhas pálidas
Plantas bem espaçadas, em Em março-abril, no caso das
Plantas ou descoloradas. Plantas
faixas, com folhagem fresca variedades resistentes à
de maciços excessivamente grandes ou
e sã geada, como as bocas-de-lobo
que floresçam prematuramente
(antitirrinos)
Plantas grandes que Plantas de aspeto
Março-maio: nessa altura,
possam ser divididas; para enfraquecido, com folhagem
Plantas costuma haver maiores
revestimento, escolha plantas amarela ou descolorada, ou
de rochedos possibilidades de escolha
de forma equilibrada, como as desfolhadas no centro. Plantas
nas casas de jardinagem
saxífragas em vasos com ervas daninhas
Abril-maio, altura em que
Plantas com folhas amarelas
Plantas Plantas grandes que possam a escolha nas casas de
ou cujo vaso contenha ervas
herbáceas ser divididas jardinagem costuma ser mais
daninhas
diversificada
Plantas em crescimento,
Plantas com caules partidos Início da primavera ou, em
de aspeto saudável (ou
ou danificados (verificar o pé) qualquer altura, em casa de
Plantas rebentos grandes que não
ou com folhas deformadas jardinagem onde as plantas
trepadeiras tenham folhas). Plantas não
(míldio). Pulgões na não corram o risco de se
embaraçadas, ligadas a um
extremidade dos rebentos embaraçarem umas nas outras
caule. Glicínias enxertadas
Plantas com três ou quatro
Plantas de caules danificados
raízes principais com, pelo
e casca enrugada. Plantas não
menos, dez centímetros de Outono, plantas
Roseiras criadas em vasos. Também é
comprimento e dois caules com raízes nuas
arriscado comprar exemplares
sólidos. Plantas com um bom
pré-embalados
ponto de enxerto
205
16
Plantas
sem problemas
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
Cotoneaster × watereri
208
A
PLANTAS SEM PROBLEMAS 16
PLANTAS HERBÁCEAS VIVAZES
Cor e época Exposição Altura
Nome Solos Observações
de floração solar (*) (cm)
Folhas largas e
Acanthus mollis Branca ou violeta,
Quase todos 90 recortadas; flores de
“Latifolius” jul.-set.
corte
Folhas cinzento-
Achillea taygetea Amarelo-clara,
Quase todos 60 -prateadas; conveniente
“Moonshine” jun.-set.
para secar
Rosa ou branca, Silvestre; conveniente
Anemone nemorosa Quase todos 20
mar.-mai. como planta de fundo
Aquilegia vulgaris Variável, mai.-jun. Quase todos 40-80 Cachos florais atrativos
Planta de rochedos; atrai
Aster alpinus Variável, mai.-jun. Secos 20-25
as abelhas
Atrai as abelhas; resiste
Aster amellus Variável, jul.-out. Quase todos 50-60
bem ao míldio
Muito florífera; resiste
Aster dumosus Variável, set.-nov. Todos 25-40
bem ao míldio
Aster Muito florífera; longa
Variável, ago.-out. Quase todos 90-150
novae-angliae floração no outono
Muito florífera; flores
Aster novi-belgii Variável, set.-out. Quase todos 90-125
boas para cortar
Astilbe chinensis Rosa ou violeta, Longa floração;
Húmidos 450
“Pumila” jul.-ago. folhagem decorativa
Verde, branca ou rosa,
Astrantia major Todos 60 Flores boas para cortar
jun.-jul.
Plantas vigorosas;
Bergenia cordifolia Rosa, mar.-abr. Todos 45
folhagem decorativa
Como os miosótis, mas
Brunnera macrophylla Azul, abr.-jun. Todos 40
mais resistente
Azul-violeta, Caules florais vigorosos;
Campanula lactiflora Quase todos 80-150
jun.-ago. não precisa de tutores
Chrysanthemum
maximum Branca, jun.-jul. Todos 70 Grandes flores brancas
“Esther Read”
Chrysanthemum Amarela, rosa ou
Quase todos 80 Muito florífera
rubellum vermelha, ago.-out.
Conveniente como
Convallaria majalis Branca, mai.-jun. Húmidos 15-25 fundo; flores muito
odoríferas
Coreopsis verticillata Amarelo-dourada, Muito florífera;
Todos 60
“Grandiflora” jun.-set. fácil de cultivar
Delphinium belladonna Azul e branca, Floração longa;
Quase todos 70-160
hybrides jun.-set. resistente às doenças
Muito florífera;
Delphinium
Variável, jun.-set. Quase todos 130-150 resistente ao míldio;
pacific hybrides
flores para cortar
Conveniente como
Gama de cores,
Dianthus deltoides Ácidos 15-30 planta de rochedos; atrai
jun.-set.
as borboletas
Muito florífera; flores
Dianthus plumarius Variável, mai.-jun. Quase todos 10-25
de aroma agradável
(*)
Em pleno sol
A meia-sombra ou ao sol durante metade do dia
Sem incidência direta da luz do sol,
mas não totalmente à sombra 209
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
210
A
PLANTAS SEM PROBLEMAS 16
PLANTAS HERBÁCEAS VIVAZES
Cor e época Exposição Altura
Nome Solos Observações
de floração solar (*) (cm)
Grandes flores
Rosa ou violeta, ornamentais; as
Malva alcea Quase todos 80-120
jun.-ago. sementes disseminam-
-se facilmente
Miscanthus Gramínea ornamental,
Branca, ago. Todos 100-200
sacchariflorus não invasora
Grande gramínea
Miscanthus sinensis
Não floresce Todos 200-300 ornamental; resistente
“Giganteus”
ao gelo
Folhas longas, com
Miscanthus sinensis
Não floresce Todos 120 estrias transversais e
“Strictus”
faixas amarelas
Paeonia lactiflora Flores de aroma
“Duchesse Branco-creme, jun.-jul. Argilosos 80-100 agradável; exige um solo
de Nemours” fértil
Planta fácil de cultivar e
Phlox paniculata Variável, ago.-set. Quase todos 70-100
de aroma intenso
Rasteira; conveniente
Phlox subulata Variável, mai.-jun. Quase todos 10-25
para jardins rochosos
Polygonatum Branco-esverdeada, Selvagem e decorativa;
Quase todos 60
multiflorum mai.-jun. flores em forma de sino
Polygonatum affice Vermelho-violeta, Rasteira; folhagem,
Todos 25
“Superbum” ago.-set. vermelha no outono
Floresce na primavera;
Primula elatior Variável, mar.-mai. Quase todos 10-25 conveniente como
fundo
Planta de crescimento
Primula florindae Amarela, jun.-ago. Húmidos 50-75 rápido e resistente ao
gelo
Crescimento rápido; fácil
Primula vulgaris Variável, mar.-abr. Quase todos 10-25
de dividir
Pulmonaria Conveniente como
Azul, abr.-mai. Húmidos 20-30
angustifolia fundo; pode ser invasora
Sedum spectabile Resiste à seca; folhas
Vermelha, ago.-set. Todos 40
“Brilhante” dispostas em roseta
Resistente ao calor;
Sempervivum grandes hastes florais
Rosa, jun.-ago. Quase todos 15
tectorum vermelhas; muito
florífera
Muito florífera, aroma
Sidalcea “Elsie Heugh” Rosa, jun.-ago. Todos 60-80 intenso; alternativa às
malvas cor-de-rosa
Folhas decorativas,
Stachys lanata Rosa, jun.-ago. Todos 30-40
brancas e penugentas
Rasteira, vigorosa e com
Azul-violeta,
Vinca minor Quase todos 10-25 folhas persistentes;
mar.-mai.
pode ser invasora
(*)
Em pleno sol
A meia-sombra ou ao sol durante metade do dia
Sem incidência direta da luz do sol, mas não totalmente à sombra
211
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
ÁRVORES E ARBUSTOS
Características Exposição Altura
Nome Solos Observações
das flores e folhas solar (*) (m)
Amelanchier lamarckii Flores brancas, folhas Grandes frutos; bela
Todos 7,5
“Ballerina” verde-claras, caducas tonalidade no outono
Crescimento vigoroso;
Flores amarelas,
Berberis julianae Todos 1,25-2 bela tonalidade no
folhas persistentes
outono
Floresce na primavera,
Berberis thunbergii Folhas vermelho- bela tonalidade
Todos 1,5
“Atropurpurea” -violetas, caducas no outono; bagas
vermelhas
Floresce em maio-junho;
Folhas cinzento-
Berberis wilsoniae Todos 1 tonalidades de outono,
-esverdeadas, caducas
bagas vermelhas
Folhas estreitas, Muito florífera;
Berberis × stenophylla Todos 2-3
persistentes frutos negros
Folhas amarelo- Crescimento rápido;
Betula pendula Todos 15
-esverdeadas, caducas insensível à poluição
Crescimento lento;
Betula pendula Folhas muito
Todos 5-6 conveniente para jardins
“Gracilis” recortadas, caducas
pequenos
Betula pendula Folhas amarelo- Tipo chorão, com longos
Todos 4
“Youngii” -esverdeadas, caducas ramos caídos
Folhas verde-escuras, Verde no inverno;
Buxus sempervirens Todos 3
persistentes suporta uma poda radical
Floresce no final da
Flores de cores estação, verde no
Calluna vulgaris Ácidos 0,3-0,6
variadas inverno; a podar após
a floração
Floresce na primavera,
Flores vermelho-
pequenos pomos
Chaenomeles japonica -alaranjadas, Todos 2,5
odoríferos no final
folhas caducas
da estação
Floresce na primavera;
Chaenomeles Flores brancas, pequenos pomos
Todos 3
speciosa “Nivalis” folhas caducas odoríferos no final
da estação
Flores brancas, Belas ramificações
Cornus alba Todos 3
folhas caducas vermelhas no inverno
Flores de cores Convém como árvore
Cornus florida variadas, Todos 6 solitária; bela tonalidade
folhas caducas no outono
Flores amarelas, Floresce no inverno;
Cornus mas Todos 6
folhas caducas insensível à poluição
Flores brancas e rosas,
Bagas vermelho-
Cotoneaster franchetii folhas parcialmente Todos 2
-alaranjadas no outono
persistentes
Cotoneaster Flores rosa e brancas, Variedade rasteira,
Todos 1
horizontalis folhas caducas cresce em largura
Flores brancas, folhas Crescimento ereto,
Cotoneaster simonsii Todos 3
parcialmente caducas convém para sebes
212
A
PLANTAS SEM PROBLEMAS 16
ÁRVORES E ARBUSTOS
Características Exposição Altura
Nome Solos Observações
das flores e folhas solar (*) (m)
Crataegus laevigata Flores vermelhas, Convém como árvore
Todos 6
“Paul’s Scarlet” folhas caducas solitária
Convém como sebe;
Flores brancas,
Crataegus monogyna Todos 6 bagas apreciadas pelos
folhas caducas
pássaros
Flores brancas, Floresce em maio-junho;
Elaeagnus ebbingei Todos 3
folhas persistentes resiste bem ao vento
Floresce no inverno e na
Erica carnea Cores variadas Húmus 0,3
primavera
Floresce no verão;
Flores rosa e
Erica tetralix Húmus 0,4 folhagem cinzento-
vermelho-violetas
-esverdeada no inverno
Flores de cores Floresce em julho-
Escallonia diversas, folhas Quase todos 1,5 -agosto; resiste bem
persistentes ao vento
Flores
Folhagem decorativa;
Euonymus alatus amarelo-esverdeadas, Todos 2-3
frutos vermelhos
folhas caducas
Flores Bela tonalidade
Euonymus europaeus amarelo-esverdeadas, Todos 3-5 no outono; frutos
folhas caducas vermelho-alaranjados
Floresce em maio-
Flores brancas,
-junho; folhagem
Euonymus fortenei folhas parcialmente Todos 2
decorativa; convém
persistentes
como planta rasteira
Notável floração na
Flores amarelas,
Forsythia intermedia Todos 3 primavera; flores boas
folhas caducas
para cortar
Notável folhagem
Gleditsia triacanthos
Folhas caducas Todos 8 amarela; convém como
“Sunburst”
árvore solitária
Flores amarelas, Floresce no inverno; bela
Hamamelis intermedia Húmus 3
folhas caducas tonalidade no outono
Flores amarelas, Floresce no inverno; bela
Hamamelis mollis Húmus 4
folhas caducas tonalidade no outono
Folhagem acobreada;
Flores brancas,
Hebe armstrongii Quase todos 1 convém para jardins
folhas persistentes
rochosos
Flores
Hedera helix Bagas negras; convém
branco-esverdeadas, Todos 15
“Arborescens” como planta rasteira
folhas persistentes
Grandes flores para
Hydrangea Flores brancas, rosas e
Húmus 2 secar; insensível à
macrophylla azuis, folhas caducas
geada
(*)
Em pleno sol
A meia-sombra ou ao sol durante metade do dia
Sem incidência direta da luz do sol, mas não totalmente à sombra
213
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
ÁRVORES E ARBUSTOS
Características Exposição Altura
Nome Solos Observações
das flores e folhas solar (*) (m)
Flores brancas, Flores e panículos;
Hydrangea paniculata Húmus 4
folhas caducas resistente à geada
Folhagem espinhosa,
Flores brancas,
Ilex aquifolium Quase todos 5-8 bagas vermelhas;
folhas persistentes
convém para as sebes
Folhagem sem espinhos,
Ilex aquifolium
Folhas persistentes Quase todos 4-6 numerosas bagas
“J. C. van Tol”
vermelho-alaranjadas
Flores
Kerria japonica amarelo-douradas, Todos 2 Floresce na primavera
folhas caducas
Flores vermelhas
Crescimento rápido;
Lonicera tatarica e cor-de-rosa, Todos 3
bagas vermelhas
folhas caducas
Flores odoríferas,
Flores amarelas,
Mahonia aquifolium Todos 1,5 bagas negras; atrai as
folhas persistentes
borboletas
Mahonia aquifolium Flores amarelas, Folhagem atraente, fica
Todos 1,5
“Atropurpurea” folhas persistentes violeta no inverno
Frutos amarelos que se
Malus Flores branco-rosadas,
Todos 7 mantêm muito tempo
“Golden Hornet” folhas caducas
na árvore
Malus Flores branco-rosadas, Frutos vermelho-
Todos 7
“John Downie” folhas caducas -alaranjados
Flores muito odoríferas
Philadelphus Flores brancas,
Todos 3 em maio-junho; bom
coronarius folhas caducas
arbusto solitário
Floresce de maio a
Flores amarelas,
Potentilla fruticosa Quase todos 1 agosto; convém como
folhas caducas
sebe
Floração abundante
Flores brancas,
Prunus avium Quase todos 15 em maio; convém
folhas caducas
como árvore solitária
Prunus cerasifera Flores cor-de-rosa, Floresce na primavera,
Quase todos 8
“Nigra” folhas caducas folhagem violeta
Prunus laurocerasus Flores brancas, Muito florífera em maio;
Quase todos 1,5
“Otto Luyken” folhas persistentes convém como sebe
Flores odoríferas, bela
Flores brancas,
Prunus padus Quase todos 9 coloração no outono,
folhas caducas
bagas negras
Frutos comestíveis,
Flores brancas,
Prunus spinosa Quase todos 4 espinhos afiados; convém
folhas caducas
como árvore solitária
Bagas vermelhas;
Flores brancas,
convém como árvore
Pyracantha coccinea folhas parcialmente Quase todos 3
para paliçada ou como
persistentes
sebe
Flores Floração longa e
Ribes sanguineum rosa-avermelhadas, Todos 3 abundante; convém
folhas caducas como arbusto solitário
214
A
PLANTAS SEM PROBLEMAS 16
ÁRVORES E ARBUSTOS
Características Exposição Altura
Nome Solos Observações
das flores e folhas solar (*) (m)
Belas folhas amarelo-
Robinia pseudoacacia Flores brancas, -esverdeadas e ovais;
Todos 7
“Frisia” folhas caducas convém como árvore
solitária
Folhagem amarelo-
Hastes florais brancas, -dourada, bagas
Sambucus racemosa Todos 4
folhas caducas vermelhas; crescimento
lento
Flores brancas, Atrai as abelhas; convém
Skimmia japonica Húmus 1,5
folhas persistentes como arbusto solitário
Belas folhagens brancas
Flores brancas,
Sorbus aria Quase todos 10 e penugentas, bagas
folhas caducas
vermelhas no outono
Hastes florais brancas, Bagas a partir de agosto;
Sorbus aucuparia Quase todos 15
folhas caducas bela tonalidade no outono
Floresce na primavera;
Flores brancas,
Spiraea thunbergii Quase todos 1,5 convém como arbusto
folhas caducas
solitário
Crescimento vigoroso;
Flores brancas e
Symphoricarpos albus Todos 1,5 bagas brancas que
rosada, folhas caducas
resistem até ao inverno
Floresce no verão; bagas
Symphoricarpos × Flores cor-de-rosa,
Todos 1,5 cor-de-rosa, violetas
× chenaultii folhas caducas
ou vermelhas
Flores vermelho- Lilás anão; floresce
Syringa microphylla Todos 1,5
-violetas, folhas caducas de maio a outubro
Flores odoríferas
Flores de várias cores, boas para cortar; atrai
Syringa vulgaris Todos 4
folhas caducas borboletas; convém
como planta solitária
Flores branco-rosadas, Flores odoríferas em
Viburnum carlesii Quase todos 1,5
folhas caducas abril-maio
Folhagem atraente;
Flores brancas,
Viburnum davidii Quase todos 0,7 convém para jardins
folhas persistentes
rochosos
Bela tonalidade no
Flores brancas,
Viburnum opulus Todos 4 outono; bagas que se
folhas caducas
mantêm bastante tempo
Floresce na primavera;
Viburnum × Flores cor-de-rosa,
Todos 2,5 convém como planta
× bodnantense “Dawn” folhas caducas
solitária
Flores cor-de-rosa, Floração abundante; bela
Weigela florida Todos 2,5
folhas caducas coloração no outono
(*)
Em pleno sol
A meia-sombra ou ao sol durante metade do dia
Sem incidência direta da luz do sol, mas não totalmente à sombra
215
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
216
A
PLANTAS SEM PROBLEMAS 16
CALENDÁRIO DAS SEMENTEIRAS, DAS PLANTAÇÕES E DAS COLHEITAS
Rabanetes o ox ox x x x x
Rábanos-
x x
-silvestres
Legumes de folha
J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O N D
Aipo-branco ox
Aipo-rábano o o ox
Aipo-verde o o x x x x
Alface-de-
x ox o
-cordeiro
Alface-de-
o x x
-cortar
Alface-folha-
o o x x x x
-de-carvalho
Alface-
o o ox x x x
-icebergue
Alface-repolho o o x x x x x o
Alho-francês
x x x
(inverno)
Alho-francês
o ox
(outono)
Cerefólio o ox x x x x x x
Chicória-verde x x x
Chicória-
x x x
-vermelha
Endívias o ox ox x x
Espinafres ox x x x x x x x o
Salsa ox ox x x x x ox
o = Sementeira em caixas fechadas, ao abrigo do frio
s = Sementeira no interior ou em estufa
x = Sementeira em local definitivo
p = Plantação definitiva
■ = Período de colheita
217
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
A
Contactos úteis
Agência Portuguesa
do Ambiente (APA)
Rua da Murgueira, n.º 9/9A
Zambujal
Apartado 7585
2611-865 AMADORA
Tel.: 21 472 82 00
E-mail: geral@apambiente.pt
Agrobio – Associação
Portuguesa de
Agricultura Biológica
Calçada da Tapada, 39, r/c dto.
1300-545 LISBOA
Tel.: 21 364 13 54
E-mail: geral@agrobio.pt
Instituto de Financiamento
da Agricultura e Pescas (IFAP)
R. Castilho, n.º 45-51
1269-164 LISBOA
Tel: 21 384 60 00
E-mail: ifap@ifap.pt
Provedor de Justiça
(também responsável pela defesa
do ambiente e qualidade de vida)
Rua Pau de Bandeira, n.º 9
1249-088 LISBOA
Tel.: 21 392 66 00/808 200 084
E-mail: provedor@provedor-jus.pt
218
ÍNDICE REMISSIVO
Índice remissivo
A alho-francês
41, 45, 47, 53,
89-90, 124, 195, 217
alimentar as plantas 189-198
ásteres
astilbe
11, 21-22, 89, 141
14, 174, 209
ativadores do composto 161,
abelhão 125
abeto-de-douglas 94 álticas 47-48, 50, 52, 99, 117 163, 179-180, 185, 188
abóboras 45-47, 216 alumínio (sulfato de) 169 aveleira 141
aboborinhas 12, 42, 45, ameixas 61, 97 azáleas 20, 28, 113, 160,
176, 216 ameixeiras 61-62, 68-69, 88, 166, 168, 202
abrigos 90, 104, 106, 111, 194 azevém(veja adubo verde)
para morcegos 139 amieiros 28, 141 azevinho 94, 111, 131, 141, 188
para ouriços 137-138 amónio 17, 169 azoto 17-18, 32, 35, 41-43,
para pragas 11, 48, 97, amoras e híbridos 67, 107, 124 53, 73, 148-149, 161-165,
102, 117, 130, 147 amor-de-hortelão 153 176, 179-182, 185-186,
abrunheiros 141 amoreiras 194 188, 190-192, 195-196
acanto 13, 21-22, 209 amores-perfeitos 92, 141
andorinhas 16, 140, 143
B
ácaros 63, 75, 80, 112, 118, 121
acelgas 42 anémona-do-japão 21
adubos antónomos 58, 118, 124
antracnose 41, 49 Bacillus thuringiensis 59, 79,
algas 49, 51, 162-163,
aquecimento da estufa 81-83, 100, 107-109
166-167, 170, 181,
85, 108 bactérias do feijoeiro 49
192-194, 196, 198
azotados 35, 104, 149, aranhas 104, 133, 140 bacteriose 54
191-192 aranhiços-vermelhos 73, 75, bagas
caseiro 195 78, 80, 111, 117, 202 doenças e pragas 63-64
dose 47, 193 arbustos 212-215 batata 39-42, 45-47, 54,
equilibrados 191 adubos 194, 196 76, 100-102, 106, 122,
fosfatados 192 frutíferos, conselhos 124, 175-176, 195, 216
líquidos 194-196, 198 para a compra 70, 201, 204 batráquios 134-135
orgânicos 12, 18, 31, 41, 43, solos arenosos 175 begónias 74, 78, 82
57, 88, 190-193, 196 solos mal drenados 174 bergénia 13, 168, 209
para árvores de fruto 194 areia 13, 31, 34-35, 44, 102, beringelas 41-42, 73, 76,
para legumes 195 114, 136, 156, 162-163, 169 78, 205
para plantas 195-196 arejamento(ver escarificação) beterrabas 41-42, 45-47,
químicos 14, 17-18, 39, 190 armadilhas 58, 79, 99, 102, 117, 194-195, 216
verdes 40-42, 164-165, 103, 115, 132, 138 bicha-cadela 74, 78, 80
170, 181 árvores de fruto 10, 12, 57 bichado-da-fruta 58, 98-100,
agrião-menor 154 adubos 194-195 117
Agrostis 32 conselhos para a compra 69, bichos-de-conta 74, 83, 133
aipo 42, 45, 48, 52, 70, 203-205 bocas-de-lobo 90, 141, 205
117, 176, 217 poda 65-69 bombicídeos 109
alcachofras 46 problemas 61, 92-93, 99, borboletas 58, 107-109,
alface 42, 44-47, 51, 73, 109, 112, 115, 117, 142 120, 130-132, 168,
76, 82, 96, 106, 164, árvores e arbustos 209-210, 214-215
176, 195, 216-217 solos calcários 171 bordalesa(veja calda bordalesa)
alfinetes 48, 54, 96, 100, solos mal drenados 174 boro (carência de) 50, 191,
117, 121, 124, 127 variedades 196-197
alfobres 44, 167 aconselhadas 212-215 Botrytis(veja
algas 35, 80, 134 árvores ornamentais podridão-cinzenta)
alho 27, 40-41, 111, 216 conselhos para a compra 204 bravo-de-esmolfe 60
219
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
220
ÍNDICE REMISSIVO
E
problemas 83 gorgulhos 48-49, 58, 74,
rega 76-77, 85 78, 111, 124, 202
sombra 84 gota a gota (veja rega)
endívias 46, 217
ventilação automática 85 grama 146, 154, 180
enxertos 57, 69-70, 204-205
granulose-do-bichado 59
enxofre 49, 52, 64, 76, 78,
F
grão-de-bico 41
90, 160, 169-170
gravilha 134, 149-150,
eriofídeos(veja ácaros)
174-175, 200
erva-azeda 154 faia 94, 105, 188
guano 193
erva-de-cão 21, 27 favarola(veja adubo verde)
erva-dos-gatos 79 favas 41, 45, 47, 49, 216
erva-pata(veja erva-azeda)
ervas daninhas
10, 12-13,
30, 32-33, 38, 43, 57,
feijões
41-49, 105,
113, 195, 216 H
feromonas 58, 100 heléboro 13
77, 89, 146-157, 202 ferro 20, 157, 170, 173, 193, 197 hemerocale 23, 208
ervilha 27, 41, 45-48, 89, fertilização do solo 190, 195 hepialídeos 108
113, 124, 148, 176, 216 festuca 32 hérnia-da-couve 10, 40, 46-47,
ervilhaca(veja adubos) fogo-bacteriano 27, 61 50, 89, 92-93, 161,
escalracho 146, 154, 180 formigas 75, 78, 99, 104 163-164, 180, 205
escaravelhos 122-124 fósforo 190-192, 196-197 higiene 48, 75, 80, 88
escarificação 14, 31, 34, 73, framboeseiras himenóptero 79
157, 160, 165, 188 poda 66-67 hipericão 27, 152
esclerotiniose 76 frutos 56-70, 93 hiponomeuta 109
esferovite 81 cobertura do solo 150 hoplocampas 58, 62, 97
espantalhos 113 porta-enxertos 69 hortas 18, 39, 46, 85, 106,
espigamento 51, 53 variedades 60, 89 107, 113, 120, 140, 190
espinafres 42, 45-47, 195, 217 fumagina 59, 90, 103, 106, 113 hortelã 27, 90-91
esporas-dos-jardins 21, 27 fusariose 35, 41, 49, 51, 73, 76 hosta 11, 27, 131, 210
esquilos(veja estragos) fungos 10-11, 35, 40, 61, húmus vegetal 74, 178,
estafilinídeos 122-123, 133 73-75, 78, 90-94 180-181, 187
estorninho 35, 114, 140 farinha de sangue 18, 31, 47,
estragos 84, 114-116, 142
I
88, 104, 163, 179,
estrume 185-186, 191-196
animal 166, 170, 181, ferrugem 21, 25-27, 53, 62,
192, 194 icneumonídeos 126
73-74, 76, 88, 90, 202
animal concentrado 161, 166, inseticidas naturais 15, 78, 108,
193 110, 112, 123
de aves
161, 163,
180-182, 193 G insetos
abrigos 133, 138
de aves concentrado 193 gado de pequeno porte atrair 104, 132-133, 141
de cavalo 161, 166, 181 (veja estragos) o seu papel 120
de vaca 161, 166, 181, 193 gatos 44, 84, 114-115, polinizadores 70, 120
221
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
M
musgo 32-35, 80-81, 134
jacinto-de-água(veja pântanos)
jardim ornamental 157, 167, 176
joaninhas
15, 78, 100, 104,
112, 120-122, 132
maçãs (conservação)
madressilva
60
27, 105, 114, N
130, 141, 143 nabiça 40
magnésio 20, 49, 51, 54, nabo 40, 45, 47, 52, 89, 164
L 170-171, 193, 197
malformações das plantas 92
necrose
néctar
49, 92
124, 131-133
lagartas 27, 47-53, 58-59, 63, malmequer 22 nemátodo 10-11, 41, 47,
74, 78-79, 98-100, malva 21, 23, 27, 152, 53-54, 97, 117-118
107-120, 132, 140 168, 210-211 ninheiros 140, 142-144
lâmio 27, 33 mamíferos úteis 137-138 nitratos 17-18
larício 94, 105 manjericão 115 nóctuas 27, 107
larvas 35, 48, 50-54, 60-63, 74, margarida 13, 31, 33 noctuídeos 108
78-79, 96, 100, 107, 109-127 marmeleiro-silvestre 69 nogueira 18, 194
133, 137, 140-141, 202 matérias
lebres(veja estragos) inorgânicas 163
legumes
adubação de base 157, 161
orgânicas
146, 157-159,
162, 164, 166-169, O
adubos 194-195 175, 180, 182, 191 oídio 10, 21, 24-27, 41,47, 49-50,
canteiros fixos 39, 42-44 melada 59, 78, 90, 52, 64, 73-74, 76, 89-90
carências 35, 49-54, 103-104, 106, 113 ouriços 97, 120,
195-197, 205 melro 140-141, 143 130-131, 137-138, 173
conselhos para a compra 205 menta-de-água(veja pântanos) ovelhas(veja estragos)
culturas complementares 42, micélio 94
míldio 21-22, 27, 41, 47,
distâncias preconizadas 44-
46
-45
49, 51-54, 73-77,
89-90, 202, 205, 209
P
milho-doce 12, 43, 45-47, 96 palha 22, 25, 40, 57, 70, 78, 80,
escolha 45-47, 57 133, 137, 148, 150, 161, 181
mil-pés 126-127
rotação 10, 12, 14, 38-43, pântanos 134-136, 156, 172
mineiras-das-folhas 27, 47,
49-54, 89, 96, 117, 164 pão-de-galinha(veja
73-74, 78, 111, 117, 140
legumes-raiz escaravelhos)
minhocas 18, 32, 35, 121-122,
pragas e doenças 52, 91, 132-133, 140, 148, 157-158, papilionáceas 41
95-118 163, 165, 186-187 pardal-comum 140
leguminosas 40-42, 216 miosótis 89, 135, 141, 209 pardo-lindo 60
lentilha-de-água(veja pântanos) molibdénio 51, 197-198 pássaros úteis 139-144
lepra-do-pessegueiro 27, 62, 92 monda 31-32 alimentar 141-142
lesmas 13, 27, 47-48, 50, moniliose 61 construir um comedouro 142
54, 74, 78-83, 96-103, monóxido de carbono 16 construir um ninheiro 144
117, 122, 130-140 montinhos espumosos 75, 78 pastinacas 41, 45, 47, 52, 175
licranços 130, 135 morangos 57, 82, 147 pedrado 60, 187
ligulária 21 morangueiros 64, 92, 104, 118, pé-negro 74, 76
lilás 22, 28, 168, 172, 174, 210, 215 124, 149-150, 194 peónias 13, 21, 23
liliáceas 41, 111, 124 morcegos 131, 134, 138-139 pepino 42, 73, 75, 78, 82,
líquenes 35 morte dos caules 64 89, 92, 176, 216
222
ÍNDICE REMISSIVO
pepino 42, 73, 75, 78, 82, vivazes 83, 90, 132, 135, pulgões 11, 15-16, 20, 27,
89, 92, 176, 216 188, 192, 195-196 47-52, 54, 58, 61, 63, 73,
peras 58, 97, 187 pó 75, 77-78, 89-90, 97-100,
conservação 60 de algas marinhas 51, 196 103-106, 112, 117-118,
poda 66 de casco e de chifre 192-193 121, 125-126, 131-133,
percevejos-capsídeos 73, 75, de sangue, de chifre 138-140, 143, 202, 205
78, 110, 118 e de osso 193, 195-196 PVC 16, 136
pereira 57-59, 66, 69-70, poda
100, 104, 112, 194
Q
ameixeiras 68-69
pervinca 27, 33, 152 framboeseiras 66-67
pêssegos 61-62 groselheiras 68
pesticidas 14-16, 112, 120 queimadura dos espinhos 64
macieiras 65-66, 69-70 queimar as plantas 77, 93,
pH do solo 156-157, 160
pereiras 66, 69-70 111-112, 138, 148, 193
pilha do composto 82, 93, 117,
podridão
130, 135, 161-162, 165,
-branca 47, 53, 89
R
180, 182, 185-186
pimento 41, 72, 76, 78, -cinzenta 47, 51-52, 73-74,
89, 205, 216 76-77, 83, 90-91, 93
poliestireno(veja esferovite) rabanetes 40, 45-47,
pimentões 41
polinização 120 52, 164, 217
piretro(veja inseticidas naturais)
porta-enxertos(veja enxertos) rábanos 40, 46, 50, 52, 89, 217
pisco-de-peito-ruivo 140
potássio 16, 47, 50-52, 54, 58, rabirruivos 143
plantação (covas) 170
77-78, 90, 104, 112-113, ranúnculo-rasteiro 154
plantas
162, 176, 190-192, 194-198 raposas(veja estragos)
abafantes 12, 147,
potra-da-couve rãs 15, 97, 112, 120, 130, 134
150-153, 168
ratazanas, ratos
alimentação 190-198 (veja hérnia-da-couve)
e musaranhos (veja estragos)
aquáticas 134-135 pragas
reciclagem de substâncias
bolbosas 192, 196 abrigos(veja abrigos
carências nutricionais 196- nutritivas 120-121
para pragas)
-198 rega 39, 47-48, 76-77, 85
alface 47, 51, 106
de lugares rochosos 27, 196, reineta 60
ameixas, cerejas
210-211, 213, 215 relvados 30-36
e pêssegos 61-62
de maciços 27, 167, 176, adubos 31, 35, 188, 192
bagas 63-64
196, 205 ervas daninhas 30, 32
batatas 47, 54,
de vasos 108, 138, 178, 201 estrumação 193
100-101, 106, 122 musgo 10, 33-34
de vida curta 13 cebola e alho-francês 47, 53
etiquetagem 201 pragas e doenças 35, 187
couves 48, 50-51, 96, repolhos 40, 45, 47, 51, 195, 217
herbáceas 12, 14, 94, 98,
98, 113, 117 répteis úteis 134-136
109, 150, 168, 171,
estufa 72-73, 75, 77-83 reversão da groselheira 63-64
202-203, 205, 209-211
inimigos naturais 38, 96, rizotónia 52
inspeção na compra 91,
104, 111, 121, rododendro 20, 28, 110, 113
200-201
invasoras 12, 21, 27 123, 131-144 roedores(veja estragos)
ornamentais 73, 78, 89, legumes-raiz 52, 96, 101 rosas 10, 26, 89,
91-92, 102, 104-105, leguminosas 49 104-105, 113, 188
110-111, 114, 117, maçãs e peras 58-60, 97 roseiras (veja também rosas)
149-150, 181, 196, 204 métodos de luta 77, 102-103 a evitar 26
oxigenantes 134, 136 relvados 35 adubos 196
sem problemas 208-217 trabalhos de inverno 48, 83, arbustivas 24
sensíveis 11, 162 93, 99, 116 conselhos para compra 26,
trepadeiras 13, 25-26, 92, produtos químicos 9-17, 78 205
105, 140, 143-144, proteção dos legumes 44, 97 doenças e pragas 24-25,
171, 205 psilas 59, 117 110-111, 130
223
GUIA VERDE DAS HORTAS E DOS JARDINS
floribundas 24-25 drenagem 34, 156, 159, toupeiras 35, 115, 131
inglesas 25 172-176, 200 toutinegra 140, 143
-bravas 25 estrumação 161, 163, 166, Toxoplasma gondii 114
rugosa 25 170, 180-182, traças 59, 99
trepadeiras 26 192-194 tremoceiro 13, 27
rotação de culturas 12, 14, fertilização 14, 38, 190-191, tremoço 164-165
38-42, 49-51, 54, 195 trepadeiras 13, 25-26, 92, 105,
89, 96, 117, 164 identificar a sua
140, 143-144, 153, 171, 205
rutabaga 40 natureza 156-157
trevo 32-33, 41, 164, 170
matérias orgânicas 146,
tripes 49, 74, 78, 113
S
157-159, 162, 164, 166-169,
175, 180, 182, 191 trituradores 180, 185-187
melhorar 14, 156-176 trovisco(veja estragos)
sabão 75, 78, 80, 82, turfa 18
pH 34, 40, 60, 102, 156-157,
90, 93, 111-112
158, 160, 163, 169-170,
sabugueiro 94, 130, 141
U
175-176, 192-193, 198
sachar 10, 38, 43, 146, 148,
arenosos 160, 176
153-154, 157, 167
solos argilosos
saião 13 urtigas 130-131, 154,
arbustos 168
salamandras(veja batráquios) 163, 179-182
correção 156, 162, 165-168
salgueiro 28, 141, 174 urze(veja Calluna vulgaris)
plantações 163
salicárias(veja pântanos)
plantas herbáceas 168
salsa-raiz 41, 216
salsifi
salva
41, 47
22
solos calcários
árvores e arbustos 168, 171
correção 156, 169
V
Sambucus spp. (veja sabugueiro) vaca-loura 122
plantas herbáceas 168, 171 vara-de-ouro 13
sanjoaneiro(veja escaravelhos)
solos mal drenados
sanseviérias 73 vassouras-de-bruxa 92
árvores e arbustos 174
sapos(veja batráquios) ventilação 81, 84, 90-91,
melhorar 43, 49, 78, 156,
sardinheiras 73, 76, 83 93, 137, 182, 184, 188
159, 165, 167, 172, 176
sarna 41, 46-47, 54, 175 verdelhão 140
solos pedregosos 46, 48,
Sedum spectabile 131-132, 211 verticiliose 73-74, 76
150, 176
segurelha 79 vespas 110, 120, 124-126, 132
sombra na estufa 80, 84-85
sementes (conservação) 49 vespinhas 126
Spinosade 51, 78, 113
sempre-noiva 154 Viburnum L. 132
Syringa persica(veja lilás)
serradura 163, 180-182 videiras 89
serralha 89
T
vírus 47, 51-52, 54, 59,
sidalua 23
60, 70, 75-76, 78,
silvas 67, 153
103-104, 106, 110, 204
sirfídeos 12, 104, 112, tapetes capilares (veja rega)
124-125, 132, 164 temperatura 49, 52, 60, 64,
solanáceas
solarização
solo
41, 216
75-77
76-77, 79-80, 83-85, 91
tentilhões(veja estragos)
tentredo 63, 111-112
W
Weigela florida 22, 215
calagem 34, 157, 163, 166 tomate 11-12, 41, 43, 45-47,
cobertura do solo 98, 103, 72-78, 82, 92, 148-149
145-175, 182, 196
correção 18, 156, 158, 161,
181, 195, 205, 216
torcedora-das-folhas 108 Z
163, 172, 190, 194 tordo 9, 140, 143 zimbro-comum 23
224
Conheça os riscos associados ao consumo
de alimentos quando são usados químicos
no processo de produção.
www.deco.proteste.pt/guiaspraticos