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Fisioterapia Brasil
Editor científico
Prof. Dr. Marco Antônio Guimarães da Silva (UFRRJ/UCB Rio de Janeiro)
Conselho científico
Profa. Dra. Fátima Aparecida Caromano (USP - São Paulo)
Prof. Dr. Guillermo Scaglione (Univ. de Buenos Aires UBA Argentina)
Prof. Dr. Hugo Izarn (Univ. Nacional Gral de San Martin Argentina)
Prof. Dr. João Marinonio A. Carneiro (Rio de Janeiro), in memoriam
Profa. Dra. Margareta Nordin (Univ. de New-York NYU - Estados Unidos)
Prof. Dr. Mario Antônio Baraúna (Univ. do Triângulo Mineiro - UNIT Minas Gerais)
Profa. Dra. Neide Gomes Lucena (Univ. Fed. da Paraíba - UFPB João Pessoa)
Prof. Dr. Nivaldo Antonio Parizotto (Univ. Federal de São Carlos - UFSCAR São Paulo)
Prof. Dr. Paulo Sérgio Siebra Beraldo (Coord. Mestrado Sarah Kubitschek Brasília)
Grupo de assessores
Dr. Antonio Neme Khoury (HGI - Rio de Janeiro) Dra. Lisiane Fabris (UNESC Santa Catarina)
Dr. Carlos Alberto Caetano de Azeredo (Rio de Janeiro) Dr. Jorge Tamaki (PUC - Paraná)
Dra. Claudia Bahia (FAFIS/IAENE - Salvador) Dra. Marisa Moraes Regenga (São Paulo)
Dr. Carlos Bruno Reis Pinheiro (Rio de Janeiro) Dra. Luci Fabiane Scheffer Novaes (Univ. do Sul de Santa Catarina)
Prof . Dr . Elaine Guirro (Unimep São Paulo)
a a
Dr. Nilton Petrone (Univ. Estácio de Sá - Rio de Janeiro)
Dr. Esperidião Elias Aquim (Univ.Tuiuti - Paraná) Dr. Paulo Henrique Eufrásio de Oliveira (FAFIS/IAENE - Bahia)
Dr. Farley Campos (UCB - Rio de Janeiro) Dr. Paulo Eraldo C. do Vale (UNICID - São Paulo)
Dr. Gordon S. Cummings (Langley-Estados Unidos) Dr. Philippe E. Souchard (Instituto Philippe Souchard)
Profa Hélia Pinheiro Rodrigues Corrêa (UCB Rio de Janeiro) Profa. Solange Canavarro Ferreira (UNESA - HFAG - Rio de Janeiro)
Dr. Hélio Pio (Rio de Janeiro) Dra. Suely Marques (Rio de Janeiro)
Prof. Dr. João Santos Pereira (UERJ - Rio de Janeiro)
w w w. a t l a n t i c a e d i t o r a . c o m . b r
Ilustração da capa: Joaquín Torres-García, Dos figuras de negros, 1928, óleo sobre cartão, 50 x 40 cm, Buenos Aires.
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Fisioterapia Brasil
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Índice
(vol.3, nº6 novembro/dezembro 2002 - 341~420)
EDITORIAL
Novos projetos para o ano que se inicia. .......................................................................................................... 344
ARTIGOS ORIGINAIS
Estudo comparativo entre a estimulação elétrica neuromuscular de baixa
e média frequências para o incremento da força de preensão em indivíduos
sadios não-treinados, Antonio Vinicius Soares, Fernando Pagliosa,
Gabriel Osvaldo de Oliveira ................................................................................................................................. 345
Síndromes por
Fisioterapia overuse em tendão calcâneo, Ana Claudia Bonome Salate ............................................ 351
prática
Avaliação isocinética do equilíbrio muscular agonista e antagonista
do ombro em atletas de natação, Anelise Sonza, Daniel Frassetto,
Mário César de Andrade, Deyse Borges Machado ............................................................................................. 356
As principais lesões no jiu-jitsu, Augusto do Prado Baffa, Edson Alves de Barros Jr ............................. 377
REVISÕES
Ginástica Laborativa
Orientações fisioterapêuticas em pós-operatório de luxação
de quadril em crianças com paralisia cerebral do tipo tetraparesia espástica,
Andréa Antunes Gregorut Castanho, Débora Alves Ribeiro ........................................................................... 382
Editorial
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Os editores
Fisioterapia Brasil - volume 3 - número 6 - novembro / dezembro de 2002 345
Artigo original
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Resumo
A Estimulação Elétrica Neuromuscular (EENM) é um recurso
freqüentemente utilizado para proporcionar o aumento da força e
Palavras-chave: hipertrofia muscular. O protocolo e a técnica de aplicação são fatores
Estimulação elétrica importantes para a efetividade dos resultados. Portanto, o objetivo
neuromuscular, força desta pesquisa foi verificar os efeitos de dois protocolos de EENM
muscular, preensão sobre a força de preensão palmar do membro superior não dominante
palmar, dinamometria.
em 17 voluntários do sexo feminino, sadios, não treinados, com média
de idade de 21,5 anos (± 4,5), sem história de doença ósteo-muscular,
divididos em três grupos distintos. O protocolo constou de duas
correntes com pulso quadrado, bifásico e simétrico, com tempo de
subida e descida de 2s cada, 5s de sustentação e 10s de repouso, sendo
para o grupo I a corrente de baixa frequência (65 Hz), e para o grupo II
a corrente de média frequência (2000 Hz modulada em 50 Hz). E, ainda,
o grupo III, como grupo controle. Avaliou-se a força de preensão palmar
através da dinamometria e a hipertrofia muscular através da
perimetria. Antes e após a aplicação de 10 sessões de EENM, durante
20 minutos, 3 vezes por semana em dias não consecutivos. Os
resultados demonstraram que houve um aumento significativo na força
de preensão palmar (p<0,05) dos grupos estimulados, tanto para o de
Abstract
The Neuromuscular Electrical Stimulation (NMES) is one resource
which is used to promote gain of power and muscle hypertrophy. The
Key-words: protocol and technic used are important to the success of the results.
Neuromuscular So, the objective of this research was to verify the effects of two different
electrical stimulation, protocols of NMES measuring the strength of palmar grip of the non
muscle strenght, dominant upper limb among 17 volunteers, female non trained with
palmar grip, age average 21.5 years old (± 4.5) with no ostheo-muscular disease.
dinamometry. They were divided in three groups. The protocol was constituted of
two currents with square pulses, byphasic and simetric, with the up
and down time of 2s each one, 5s of sustentation and 10s off. For group
I was used the low frequency current (65Hz), and for group II was
used the medium frequency (2000 Hz modulated in 50Hz). Group III
was used as the control group. The palmar grip was evaluated by
dinamometer, and muscular hypertrophy by perimetry, and was done
before and after 10 sessions of 20 minutes, 3 times a week, non
consecutive days using NMES. The results showed an significant
improvement on palmar grip (p < 0,05) of the groups stimulated for
both frequencies low (8.7%) and medium (22.7%). The medium
frequency group obtained a gain of strenght even when compared to
the low frequency group. The perimetry did not show significant results
in both groups.
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efetividade dos resultados da NMES. Isto terapia com corrente de média frequência (2000
explica o grande número de pesquisas Hz, modulada em 50Hz) e por último, 6 para o
realizadas com o objetivo de determinar o grupo controle (III), que não foram submetidas
protocolo de estimulação mais eficiente para a terapia de eletroestimulação. Uma integrante
proporcionar um aumento na atividade contrátil do grupo I desistiu do tratamento, ficando o
do músculo, ou um padrão específico de eletro- grupo, então, com apenas 5 integrantes.
estimulação capaz de produzir hipertrofia Os grupos I e II receberam 10 sessões de
muscular [6,7]. eletro-estimulação de 20 minutos diários, 3
Low e Reed [8] ressaltam que a contração vezes por semana com um dia de intervalo para
muscular por corrente elétrica não substitui cada sessão. Os protocolos constaram, ainda, de
satisfatoriamente a atividade voluntária. 2 segundos de tempo de subida e de descida, 5
Esta controvérsia encontradas entre os segundos de sustentação e 10 segundos de
autores e a importância terapêutica da repouso. Utilizamos este tempo de aplicação
confirmação da hipótese de um aumento como indicada por Delitto et al. [9], que
considerável da força muscular e hipertrofia, observaram ganho significativo de força
decorrentes da estimulação elétrica, objetiva- muscular com a realização de 10 sessões de
se com esta pesquisa, verificar os efeitos da eletro-estimulação.
aplicação de dois protocolos de estimulação Como instrumentos da pesquisa utilizou-se
elétrica neuromuscular, sobre a força de de fichas de avaliação, divididas em avaliação
preensão palmar do membro superior não inicial e final, tendo uma ficha específica para
dominante em indivíduos sadios não treinados. cada momento.
Para a mensuração da força muscular de
Materiais e métodos preensão, realizou-se a dinamometria, onde os
sujeitos foram orientados a ficarem na posição
A pesquisa em questão caracteriza-se por ser sentada, de tal maneira que os quadris e joelhos
uma pesquisa experimental teórico-prática, ficassem a noventa graus, com os pés apoiados
quantitativa. no chão. Nos membros superiores, o ombro foi
Os indivíduos tinham idade variando entre mantido em posição aduzida junto ao tronco, o
17 e 26 anos, sendo a totalidade composta por cotovelo a noventa graus com o antebraço em
18 mulheres universitárias, brancas, destras e posição neutra (entre pronação e supinação), e
não praticantes de atividade física. Nenhuma o punho também na posição neutra sem que
delas (0%) referiu-se como alcoolista ou usuária houvesse desvios. Sendo o dinamômetro
de drogas e uma constatou ser fumante (5,5%). sustentado pelo examinador durante toda a
Ao se analisar o Índice de Massa Corporal realização do teste, segundo as recomendações
(IMC), verificou-se que os grupos I e II estavam da Sociedade Americana dos Terapeutas de
dentro dos padrões considerados normais, com Mão SATM [10,11].
20,87 e 20,47 respectivamente. Já o grupo III, A dinamometria foi realizada em dois
apresentou um IMC próximo do considerado momentos da pesquisa, ao início e também no
normal, porém, discretamente abaixo, com final das 10 sessões de estimulação, para
19,98 de média. verificar se houve aumento de força dos
O processo de seleção do grupo amostral foi músculos estimulados. Utilizou-se o aparelho
aleatória e voluntária através de convite verbal. de dinamometria digital modelo TKK, digital
As voluntárias foram esclarecidas sobre os GRIP-D Tester, da marca Takei Scientific
procedimentos experimentais e assinaram Instruments CO, de fabricação japonesa.
antes do início dos experimentos um termo de Dinamômetro capaz de mensurar o momento
consentimento, demonstrando ter de preensão palmar de 5,0 a 100,0 Kgf. A força
conhecimento na íntegra das etapas do de preensão palmar plena é feita com os cinco
trabalho, aceitando a participação e a utilização dedos segurando o objeto em contato com a
dos resultados obtidos. palma da mão. A força de preensão é bastante
Foram divididas em três grupos de 6 pessoas. importante para execução e precisão dos
Onde 6 fizeram parte do grupo I, submetidas a manuseios [1].
terapia com corrente de baixa freqüência (65 A perimetria foi feita com uma fita métrica
Hz), 6 fizeram parte do grupo II, submetidas a da marca Eslon de fabricação japonesa,
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27,74 Kgf, aumentando para 34,35 Kgf na feminino, sadios, não treinados. Confirmando o
avaliação final, apresentando um aumento relato de diversos autores [5,6,7,12,13].
significante, segundo o teste T de Student (p < 2. O protocolo de estimulação com a corrente
0,05). de média frequência foi mais eficiente na
No grupo controle (III), verificou-se na obtenção dos objetivos desejados de aumento da
avaliação inicial uma força de preensão palmar força muscular. Porém, ambas as correntes foram
média de 28,23 Kgf e 27,93% na avaliação final, efetivas perante os objetivos, também estando
apresentando leve diminuição de 1,07%, de acordo com trabalhos anteriores [5,13,16,17].
considerado não significante perante o teste T 3. Os resultados quanto à hipertrofia mus-
de Student (p<0,05). cular, mensurados através da perimetria do
Para Camargo et al. [6] e Frischknecht & antebraço, não foram significativos para
Vrbová [7], a intensidade de corrente suportada nenhum dos grupos estimulados, tanto para o
pelo indivíduo é um dos fatores determinantes de baixa frequência como para o grupo de
para efetividade da técnica e, conseqüen- média frequência.
temente, dos resultados. Brasileiro & Villar [12] 4. O aumento da força de preensão mostrou-
relatam que quanto maior a intensidade se dependente da intensidade da corrente a ser
suportada pelo indivíduo, dentro do limite da aplicada. Observou-se, ainda, que quanto maior
dor, maior o incremento de força muscular. a intensidade, melhor será o resultado obtido.
Guirro et al. [13] também concluem que o 5. Os procedimentos e técnicas da pesquisa,
aumento da força está relacionada à uma maior assim como a utilização dos seus instrumentos,
intensidade suportada, em consequência do devem ser padronizados e seguidos crite-
aumento do recrutamento das unidades riosamente, para que as informações possam
motoras. Em nosso estudo,também encon- ser consideradas com maior fidedignidade,
tramos relação entre intensidade suportada e como ressaltado em importante trabalho recente
aumento da força muscular, como previamente [11].
citado.
Os resultados obtidos não confirmam as Referências
conclusões de Barry [14] e de Noronha et al. [15],
que relatam não haver aumento de força 1. Vicente LP, Gallinaro AL. Avaliação da força
muscular, através da estimulação elétrica de preensão palmar dos alunos de quarto e
neuromuscular em indivíduos sadios. primeiro anos do curso de fisioterapia da
Porém, estão de acordo com as hipóteses de Universidade Cidade de São Paulo. Fisioter
diversos autores que citam o aumento Bras 2002;3(1):30-35.
considerável na força muscular, decorrentes 2. Ayres DVM. Estimulação elétrica funcional e
tanto da estimulação de baixa freqüência como sua aplicação na divisão de medicina de
na estimulação de média freqüência reabilitação. Rev Bras Fisioter 1999; 6(3):19-
[5,12,13,16]. 35.
Os resultados encontrados na presente 3. Ferrarin M, Pedotti A. The relationship
pesquisa não confirmam os relatos de que as between electrical stimulus and joint torque:
correntes de média frequência resultam em um a dynamic model. Trans Rehabil Eng
maior êxito na hipertrofia muscular [5,13,17], 2000;8(3):342-52.
uma vez que não observamos aumento 4. Kitchen S, Bazin S. Eletroterapia de
significativo na perimetria entre os grupos Clayton.10a.ed. São Paulo: Manole, 1998.
estimulados. 5. Robinson AJ, Snyder-Mackler A.
Eletrofisiologia Clínica: eletroterapia e testes
Conclusão eletrofisiológicos.2a ed. Porto Alegre: Artmed,
2001.
Considerando-se os resultados obtidos e 6. Camargo LC, Minamoto VB, Noronha MA,
levando em consideração os achados descritos Castro CES, Salvani TF. A estimulação elétrica
na literatura, conclui-se que: neuromuscular do tibial anterior não altera a
1. O protocolo de eletro -estimulação morfologia dos músculos sóleo (antagonista)
neuromuscular foi eficaz no incremento da força e extensor digital longo (sinergista) do rato.
de preensão palmar em indivíduos do sexo Rev Fisioter USP 1998;5(2):120-126.
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Artigo original
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Resumo
Síndrome por overuse é definida como um problema ortopédico no
sistema músculo-esquelético, que se inicia devido a exposição do
Palavras-chave: tecido às forças repetitivas e de grande magnitude. Tendões calcâneos
Overuse, tendão são locais comuns de ocorrência dessas síndromes, que podem ser
calcâneo, ruptura, causadas por fatores intrínsecos ou extrínsecos. Os tratamentos para
micro-trauma, forças
as lesões podem ser conservadores ou cirúrgicos, e com imobilização
repetitivas.
rígida ou não. Exercícios e movimentação precoce têm sido estudados,
a fim de evitar desordens do sistema músculo-esquelético, que
ocorrem devido à imobilização. Laser de baixa intensidade e ultrassom
são também reportados como equipamentos que auxiliam no processo
de reparo do tendão. Atividades preventivas durante a reabilitação e
retorno ao treinamento devem ser feitas para evitar nova lesão.
Abstract
Overuse syndrome is defined as an orthopedic problem in
Key-words:
Overuse, Achilles musculoskeletal system, wich begins due tissue exposure to repetitive
tendon, rupture, and low magnitude forces. Achilles tendons are an usual local of these
microtrauma, syndromes ocurrence and can be caused by intrinsic or extrinsic factors.
repetitive forces. The treatment for these lesions could be conservative or operatory
and with rigid imobilizaton or not. Exercises and early moviments
have been studied to avoid disorders on musculoskeletal system that
occur due imobilization. Low level laser and ultrasound are related
too as equipments wich help the tendon repair process. Preventive
activities during reabilitation and return training have to be made to
avoid new lesion.
Estudos quantificaram como sendo 21% das grande período de imobilização, o que pode ter
lesões, devido às tensões no gastrocnêmio e causado atrofia nos músculos gastrocnêmio e
sóleo. A hiperpronação do tornozelo foi sóleo, diminuição da amplitude de movimento
responsável por 17% dos casos e os 62% restantes das articulações, atrofia e ulceração de
ficaram divididos entre síndromes já existentes, cartilagem articular, osteoartrite, necrose da
instabilidades da articulação do tornozelo e pele, infecção e adesão tenocutânea [1,5,6,10,21].
comprimento inadequado da perna [10]. Os efeitos da imobilização da articulação
Em alguns casos, dependendo do grau de envolvem, portanto, todos os tecidos do sistema
lesão, o atleta pode estar inapto para a músculoesquelético [18] e atrofia muscular é o
continuação da atividade e, então, ele é afastado que ocorre mais rapidamente [10].
para tratamento. Em outros casos, quando não Haggmark e Eriksson [22] relataram 23% de
perde totalmente a capacidade para o decréscimo na área muscular, após imobilização
treinamento, este deve ser modificado, por 6 semanas do tendão calcâneo, o que pode
diminuindo a freqüência, intensidade e ser o fator causador de recidivas da lesão.
duração, a fim de evitar um agravamento dessa Devido esses fatores maléficos, algumas
síndrome [10]. tentativas têm sido feitas a fim de modificar os
procedimentos terapêuticos correntes [23].
Tratamento Os efeitos benéficos da mobilização precoce
na regeneração de tecidos, como o tendão
Com meios modernos de diagnóstico por calcâneo, foram relatados por alguns autores
imagem, as patologias tendíneas estão sendo [24,25]. Seus estudos mostraram que os
mais freqüentemente diagnosticadas e pacientes tratados com uma tala, que permitia
convenientemente tratadas, seja de maneira a mobilização precoce do tornozelo, retornaram
conservadora ou cirúrgica [2]. às suas atividades antes do grupo com
Em todos os casos de lesões tendíneas imobilização rígida.
devemos levar em conta que a inflamação é a Enwemwka [26] examinou em vários
parte inicial do processo de reabilitação [10]. estudos, os efeitos da fotoestimulação laser de
O controle inicial dos processos baixa intensidade na regeneração dos tendões.
inflamatórios pode ser feito no caso de Embora os mecanismos pelos quais esses
tendinites ou rupturas parciais, mas em efeitos benéficos são produzidos não sejam
algumas lesões o tratamento é cirúrgico [5]. bem conhecidos [27], os dados avaliados
Os tratamentos operatórios e não operatórios indicaram que a fotoestimulação facilita a
das rupturas de tendão calcâneo têm sido muito fibroplasia e a síntese de colágeno, síntese de
debatidos [2,5,10,20,21]. ATP e arranjo das fibrilas colágenas [10,26,28].
Hattrup & Johnson [19] concluíram que O ultrassom é outra modalidade que é
sempre deve-se pensar em tratamento cirúrgico largamente usada para o tratamento de lesões
em rupturas de tendão calcãneo em atletas tendíneas. Evidências sugerem que esse
jovens. aparelho facilita a fibroplasia e a síntese de
Acredita-se que a redução de adesões, a proteínas, o que acelera o processo de
estimulação de fatores intrínsecos e a promoção regeneração do tendão calcâneo [23].
de transportes de nutrientes, devem ser os
fatores que promoverão a reabilitação do Discussão
tendão [4]. Estudos estão sendo feitos nessa área
com diferentes métodos e diferentes protocolos A grande preocupação dos terapeutas e dos
de tratamento. atletas em lesões tendíneas por overuse é a alta
Alguns autores [20] fizeram uma comparação incidência de nova ruptura ou lesão, variando
no tratamento operatório de rupturas completas de 0 a 50%, quando o tratamento é conservador
de tendões com imobilização por 6 semanas e o e exige imobilização por algumas semanas
tratamento conservador com 8 semanas de [15,20,29].
imobilização, mostrando melhores resultados Um fator importante que deve ser levado em
no tratamento cirúrgico, quando avaliados após conta para evitar novos traumas na mesma
um ano de lesão. região é a causa da lesão. Isso devido ao ciclo
Por outro lado, o tratamento utilizado por esse vicioso que pode se formar quando o tratamento
autor pode ser considerado precário, devido ao enfatiza apenas o processo inflamatório, dor e
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regeneração das fibras. Se o que causou Trends in womens sports injuries. A three
síndrome não for corrigido, com o retorno do year prospective controlled study. J Sports
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a re-ruptura pode ocorrer em dias, semanas ou 8. Micheli LJ, Fehlandt AF. Overuse injuries
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overuse em tendões, a imobilização, seja no 26.
período pós operatório ou não, pode causar 9. Renstrom P, Johnson RJ. Overuse injuries in
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durante a fase de reabilitação e retorno às Human Tendons. Anatomy, Physiology and
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continuar a praticar seu esporte ou então ser 11. Herring AS, Wilson KL. Introduction to
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Movimentos e exercícios são muito 12. Hess GP, Capiello WL, Poole RM, Hunter SC.
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dos tendões. Algumas drogas antiinflamatórias injuries. Sports Med 1989;8:371-84.
e tratamentos com ultrassom, laser de baixa 13. Hoeberies JH. Factors related to the
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ajudam no processo de reparo [10]. Sports Med 1992;13:408-22.
Portanto, após a fase crítica de tratamento (dor, 14. Van Mechelen N. Can running injuries be
inflamação e edema), atividades preventivas effectivlely presented? Sports Med
como diminuição da sobrecarga, correção 1995;19:161-65.
postural, correção da técnica de treinamento, 15. Leppilahti J, Orava S, Karpakka J, Takala T.
melhor adapatação do local do treinamento, uso Overuse injuries of the Achilles tendon. Am
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entre outros, devem ser incluídas no programa 16. Plecko M, Passl R. Rupture of the Achilles
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Combined ultrasound, electrical stimulation
356 Fisioterapia Brasil - volume 3 - número 6 - novembro / dezembro de 2002
Artigo original
Anelise Sonza*, Daniel Frassetto**, Mário César de Andrade***, Deyse Borges Machado****
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Resumo
Este estudo teve como propósito a avaliação isocinética das razões
recíprocas dos picos de torque isocinéticos de grupos musculares
Palavras-chave: antagonistas, que atuam na articulação do ombro nos movimentos de
Isocinético, flexão e extensão, rotações interna e externa. Foram avaliados quinze
antagonista, ombro, atletas de natação do sexo masculino, com média de idade de 16,33
nadadores.
(±1,18) anos, no dinamômetro isocinético da marca Kin-Com, no
Laboratório de Biomecânica da Universidade do Estado de Santa
Catarina (UDESC). Utilizou-se um protocolo com a velocidade de 120o/
seg, no modo overlay, em três repetições. Obtiveram-se as razões
recíprocas concêntrica, excêntrica e funcional, além da variabilidade
das contrações concêntrica e excêntrica, durante as três repetições dos
membros dominante e não dominante. Os resultados mostraram não
haver diferença significativa entre membros. Foram encontrados
valores menores do fisiológico de razão recíproca funcional em 26,67%
dos atletas, na comparação com dados normativos de Perrin, para a
razão funcional FL/EX, podendo ser indicativo de desequilíbrio desta
musculatura. As porcentagens de movimento demonstraram uma
pequena variabilidade entre as curvas das três repetições realizadas
nas determinadas contrações.
Abstract
The purpose of this study was to perform the isokinetic evaluation
in the inquiry of the reciprocal ratios of the isokinetic peak torques of
Key-words: the antagonistics muscular groups that act in the shoulder joint during
Isokinetic, antagonist, the movements of flexion, extension, internal and external rotations.
shoulder, swimmers. Were evaluated fifteen male swimmers, with average age of
16,33(±1,18), in the Kin-Com® isokinetic dynamometer, in the
Biomechanics Laboratory of the Universidade do Estado de Santa
Catarina (UDESC). The protocol that was utilized, used the 120°/sec
speed, in the overlay mode, with three repetitions. The concentric,
excentric and functional ratios were obtained during the three
repetitions in the dominant and not dominant members. The results
showed no significant difference between members and lower
physiologic values of the functional reciprocal ratio were found in
26.67% of the athletes, in the comparison with the Perrins normative
data, for the functional ratio flexion/extension, which may be an
indicative of unbalance of this muscular group. The movement
percentages, demonstrated the small variability between the curves
of the three repetitions, in the determined contractions.
Tabela IV - Razão recíproca (R) concêntrica-concêntrica ombros dominante e não dominante nas ações
(CC) da musculatura agonista e antagonista do ombro de rotação interna e externa, flexão e extensão,
dominante (D) e não dominante (ND) na RI/RE e EXT/
evidenciaram não haver diferença significativa.
FL em atletas de natação.
Apesar disso, valores menores do fisiológico de
Variáveis X S T P razão recíproca funcional FL/EX, foram
RCCDRE/RI 0,69 0.07 1,91 0,07 encontrados em 26,67% dos atletas, na
RCCNDRE/RI 0,63 0.08
comparação com dados normativos de Perrin
RCCDFL/EX 0,55 0.08 0,60 0,56
RCCNDFL/EX 0,54 0.07 [11], podendo ser indicativo de desequilíbrio
desta musculatura.
a≤0,05*
As razões excêntrica-excêntrica, assim como
a concêntrica-concêntrica, da musculatura
A variabilidade das curvas entre as três agonista e antagonista do ombro, nos
repetições realizadas nos movimentos de movimentos de RE/RI e FL/EX, não obtiveram
rotação interna e externa, do ombro dominante resultados significativamente relevantes a
e não dominante de atletas de natação, em p≤0,05.
contração concêntrica e excêntrica, avaliados em A variabilidade das curvas entre as três
velocidade constante, não apresentou diferença repetições realizadas nos movimentos de
significativa, exceto na contração concêntrica rotação interna e externa, flexão e extensão do
dos RI. ombro dominante e não dominante de atletas
A variabilidade das curvas realizadas nos de natação, em contração concêntrica e
movimentos de flexão e extensão, do ombro excêntrica, demonstraram a pequena variação
dominante e não dominante de atletas de entre tais curvas, indicando boa
natação em contração concêntrica e excêntrica, reprodutibilidade e controle entre os
não apresentou diferença significativa entre os movimentos.
dois membros, cujos valores observados não Conclui-se com este estudo, que uma análise
foram significativos para p ≤ 0,05. As quantitativa do equilíbrio muscular de atletas,
porcentagens de movimento, demonstraram a torna-se precípua, pois ao ser englobado um
pequena variação entre as curvas das três programa de avaliação e treinamento específico
repetições realizadas nas determinadas dos grupamentos musculares mais utilizados no
contrações, tendo como valor máximo da média gesto esportivo no controle do equilíbrio da
do coeficiente de variação intra sujeitos, a musculatura analisada, os atletas poderão ser
flexão excêntrica (12,2±4,45) do membro alertados quanto à disfunções, podendo-se
dominante e como menor variação pode-se citar promover um trabalho de reabilitação ou
a extensão excêntrica, tanto do membro preventivo à futuras lesões, maximizando seu
dominante (7,83±2,69) quanto do não desempenho.
dominante (7,64±1,96), que apresentaram as
variabilidades mais baixas e similares.
Apesar da diferença significativa (p=0,04) Referências
entre os membros dominante (11,47±4,65) e não
dominante (8,75±1,58) na contração concêntrica 1. Donatelli RA. Physical Therapy of the
do movimento de rotação interna, ambos Shoulder. 3 ed. NY: Churchill Livingstone,
valores encaixam-se dentro do padrão [13,14], 1997:499.
segundo Pearson, que cita que os índices 2. Cailliet R. Dor no Ombro. 3 ed. Porto Alegre,
aceitáveis para o coeficiente de variação são Artmed 2000:260.
aqueles abaixo de 20%. 3. Rodrigues A. Conceitos atuais na
reabilitação do ombro de atletas. Rev Bras
Conclusão Fis Esport 1994;5:1-25.
4. Brotzman SB. Clinical Orthopaedic
Como o objetivo do estudo era o de investigar Rehabilitation. Saint Louis: Mosby, 1996.
as razões recíprocas dos picos de torque 5. Cocantorro E. Lesões na natação. Rev Bras
isocinéticos dos grupos musculares Med Esport 1995;1:85-93.
antagonistas, que atuam na articulação do 6. Ihara FR, Cevales M, Pinto SS. Avaliação
ombro de atletas da natação, as comparações muscular isocinética da musculatura
dos valores entre razão recíproca funcional dos abdutora e adutora de coxa em atletas de
362 Fisioterapia Brasil - volume 3 - número 6 - novembro / dezembro de 2002
natação do estilo peito. Rev Bras Med Esport 15. Jones K. Dinamometria isocinética. In:
2000;6:93-98. TisdwellM, Ortopedia para fisioterapeutas.
7. Bak K, Magnusson SP. Shoulder strength Premier: São Paulo 2001:314.
and range of motion in symptomatic and 16. Zuckerman JD, Matsen IIIFA.
pain-free elite swimmers. Am J Sports Med Biomechanics of the shoulder. In: NordinM,
1997;25:454-460. FrankelVH, Basic biomechanics of the
8. Weineck J. Treinamento ideal. 9. ed. São musculoskeletal system. 2 ed. Philadelphia:
Paulo: Manole, 1999. Lea & Febiger 1989:225-247.
9. Leighton J. Musculação: aptidão física, 17. Scoville CR, Arciero RA, Taylor DC,
desenvolvimento corporal e Stoneman PD. End range eccentric
condicionamento físico. Rio de Janeiro: antagonist/concentric agonist strength ratios:
Sprint, 1987. a new perspective in shoulder strength
10. Krammer CS, Young CC, Niedfeldt MW. assessment. J Orthop Sports Phys Ther
Swimming injuries and illnesses. Phys 1997;25:203-207.
Sports Med 1999;27:51-66. 18. Pires AC. Perfil isocinético de ombros em
11. Perrin D. Isokinetic exercise and atletas de voleibol e em não -atletas.
assessment. Human Kinetics Publishers. Dissertação de Mestrado. Universidade
Ilhonois. 1993;68. Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre,
12. Aldernick GJ, Kuck DJ. Isokinetic Shoulder 1999.
Strength of School and College-aged 19. Kapandji AI. Fisiologia articular. 5. ed. Rio
Pitchers. J. Orthop. Sports Physical Therapy de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000;1.
1986;7:163-172. 20. Kannus P. Isockinetic evaluation of
13. Barbetta PA. Estatística Aplicada às Ciências muscular performance: implications for
Sociais. 2 ed. Florianópolis: UFSC, 1998. muscle testing and rehabilitation. Int J
14. Bussab WO, Morettin PA. Estatística básica: Sports Med. 1994;15:11-18.
Métodos quantitativos. 4ed. São Paulo: 21. Enoka RM. Neuromechanical Basis of
Atual 1987:321. Kinesiology. 2. ed. New York: Human
Kinetics 1994:466.
Fisioterapia Brasil - volume 3 - número 6 - novembro / dezembro de 2002 363
Artigo original
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
*Graduada em Fisioterapia pela Universidade Federal de São Carlos, Professora do Curso de Fisioterapia
da Universidade Paulista, Campus Bacelar, São Paulo, **Graduando em Fisioterapia pela Universidade
Paulista, Campus Bacelar, São Paulo
Resumo
Este estudo de intervenção teve como objetivo verificar a eficácia
da aplicação da TENS (Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea)
Palavras-chave: convencional, no alívio de dores incidentais associadas aos
Estimulação elétrica procedimentos cinesioterápicos, na fase de cicatrização e de
nervosa transcutânea, reabilitação de pacientes adultos, portadores de queimaduras parciais
queimaduras. ou totais, do Setor de Queimados do Hospital Geral do Estado da Bahia,
na cidade de Salvador, com extensão máxima de 60% de área corporal
envolvida e com comprometimento articular. A aplicação prática foi
realizada com 10 pacientes queimados, de ambos os sexos, com idades
entre 20 e 44 anos e que não apresentassem nenhuma patologia
associada. Porém, apenas 7 pacientes puderam ser utilizados para
análises estatísticas. Os níveis de dor e graus de amplitude articular
de movimento (ADM) foram mensurados antes, durante e após as
intervenções da TENS, para controle experimental de sua efetividade.
De acordo com os relatos de casos e análises gráficas da evolução da
Escala de Dor e de ADM, verificou-se que, à medida que se sucediam
as sessões de TENS associadas ou não à cinesioterapia, os pacientes
apresentaram alívio de dor e aumento da ADM. Os resultados deste
estudo sugerem que a TENS convencional foi efetiva no alívio de dor
de pacientes durante a cinesioterapia, propiciando uma melhor
participação dos pacientes nos procedimentos fisioterápicos.
Abstract
This intervention study had as objective to verify the effectiveness
of the application of the conventional TENS (Transcutaneous Electrical
Key-words: Nerve Stimulation) in the relief of incidental pain associated to the
Transcutaneous cinesiotherapeutic procedures, in the cicatrization and rehabilitation
electric nerve phases in adult patients victims of partial or total burn, from the Burn
stimulation, burns. Department at the Hospital Geral do Estado da Bahia, in Salvador,
with maximum extension of 60% of involved body area and with joint
lesions. The experimental application was accomplished with ten
burned patients, of both sexes, between 20 and 44 years old, without
associated pathology. However, only seven patients could be used for
statistical analysis. The pain level and articular range of motion (ARM)
were measured before, during and after TENS interventions for control
of its effectiveness. According to the case reports and graphic analysis
of the evolution of the Scale of Pain and of ARM, it was verified that,
as the sessions of TENS with or without association to
cinesiotherapeutic sessions happened, the patients presented pain
relief and increased in ARM. The results of this work suggested that
conventional TENS could be effective in the relief of patients pain
during the cinesiotherapy, making the rehabilitation procedures more
active.
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Além das dores citadas anteriormente, o movimento (ADM) foram mensurados antes,
paciente poderá padecer de dor psíquica e durante e após as intervenções com TENS, para
moral, provocada pela situação de controle experimental da efetividade do
aniquilamento e da angústia pela antecipação procedimento. A verificação prática foi realizada
das futuras seqüelas corporais. Segundo Fisher na Unidade de Tratamento de Queimados do
e Helm [7]; Richard e Staley [5], durante o Hospital Geral do Estado da Bahia, na cidade
tratamento da queimadura, a dor aguda pode de Salvador.
se exacerbar ou diminuir em função de fatores O recurso analgésico alternativo escolhido
psicológicos, como o medo e a ansiedade. para ser avaliado por este trabalho foi a TENS,
A prolongada dor experimentada pelos por ser um tipo de corrente elétrica de baixa
pacientes com seqüelas de queimaduras é voltagem, que age sobre o sistema nervoso
também o principal motivo para sua não quando aplicada sobre a pele, via eletrodos de
participação e para intolerância ao programa de superfície, não trazendo nenhum efeito colateral
fisioterapia (exercícios ativos de aumento de nem dependência física aos pacientes.
amplitude articular, posicionamento e
deambulação). Essa dor pode provocar no Material e métodos
paciente, a curto ou a longo prazo, imobilidade,
aquisição de posturas antálgicas, contraturas O experimento foi realizado com 10
teciduais em regiões articulares, levando a uma pacientes queimados, de ambos os sexos (3
perda de amplitude articular e a uma femininos e 7 masculinos), com idade entre 20
deformidade permanente [2,5,7]. e 44 anos, com área de superfície queimada,
Portanto, existem vários recursos analgésicos variando entre 10% a 40%, internados na
alternativos, não dependentes e não invasivos, Unidade de Queimados do Hospital Geral do
que podem ser utilizados na fisioterapia para Estado da Bahia, da cidade de Salvador, no
aliviar ou controlar a dor do paciente durante período de 15 de janeiro a 15 de fevereiro de
os procedimentos fisioterápicos, permitindo- 1996, e que não apresentassem nenhuma
lhe um maior grau de cooperação durante o patologia associada.
tratamento. Entre esses recursos, pode-se citar Foram excluídos deste trabalho
a Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea pacientes que: fizessem uso de marca-passo,
(TENS), utilizada desde a década de 70, para fossem dependentes de opióides, nos últimos
tratar uma infinidade de dores crônicas e agudas anos, e possuíssem qualquer patologia severa
[8]. Porém, há pouca literatura sobre a aplicação ou anormalidades psiquiátricas associadas.
da TENS em casos de dores por queimaduras. Todos os pacientes aceitaram voluntariamente
Desse modo, dois fatores despertaram o participar do estudo após ter sido aprovado e
interesse na proposição deste projeto: primeiro, permitido pela equipe médica e fisioterápica
o próprio fato de haver pouca literatura sobre do hospital. Além disso, houve permissão para
eletroanalgesia no tratamento fisioterápico em coletar os dados dos pacientes, como anamnese
queimados; e segundo, o grande sofrimento e evolução, através dos prontuários dos
observado entre pacientes queimados que se pacientes.
submetem à fisioterapia. Entre os 10 pacientes que participaram desde
Este estudo de intervenção teve como o início deste trabalho, apenas 7 puderam ser
objetivo verificar a eficácia da aplicação da usados para análises estatísticas. Uma paciente
TENS convencional no alívio de dores foi descartada, porque sua queimadura tinha
incidentais, associadas aos procedimentos provocado uma cicatriz hipertrófica tão
cinesioterápicos, na fase de cicatrização e de importante, que causou déficits sensitivos,
reabilitação de pacientes adultos portadores de impossibilitando-a de perceber a eletroestimu-
queimaduras parciais e totais, com extensão lação. Outros 2 pacientes desistiram do
máxima de 60% de área corporal envolvida e tratamento no segundo dia, um, em função do
com comprometimento articular, procurando desequilíbrio metabólico e eletrolítico, e o outro,
dar-lhes mais condições de participarem ativa por espontânea vontade, em função da dor, após
e cooperativamente dos exercícios passivos e o primeiro dia de tratamento.
ativos durante o tratamento fisioterápico. Os Utilizaram-se os seguintes materiais durante
níveis de dor e graus de amplitude articular de a aplicação prática: dois aparelhos de TENS,
366 Fisioterapia Brasil - volume 3 - número 6 - novembro / dezembro de 2002
7 3 34 M 1º 10
e 2º (S. e P.) Articulação do Punho Eletricidade
exercícios passivos e ativos, durante o todos os pacientes e apenas uma pessoa para
tratamento fisioterápico. Os níveis de dor e colocar todos os eletrodos e estimulá-los. Além
graus de amplitude articular de movimento disto, para cada sessão de eletroestimulação, era
(ADM) foram mensurados antes, durante e após utilizada uma hora por paciente, e normalmente
as intervenções com TENS, para controle o banho deles levava aproximadamente duas
experimental da efetividade do procedimento. horas, que era o tempo para serem liberados
Os resultados sugerem que a TENS para a fisioterapia; só aí, então, podia-se dar
convencional foi efetiva no alívio de dor de início à eletroestimulação, mas às 12 horas a
pacientes durante a cinesioterapia, propiciando fisioterapia tinha que ser suspensa, porque era
uma participação mais efetiva e cooperativa dos horário de refeição dos pacientes.
pacientes nos procedimentos fisioterápicos. Portanto, para tornar a eletroestimulação um
Este estudo ressente-se de não possuir um procedimento prático e fácil de ser utilizado por
grupo controle como parte de sua metodologia. toda a equipe de fisioterapia e enfermagem, faz-
Além disto, no decorrer deste trabalho, algumas se necessário um treinamento de pessoal com
dificuldades foram enfrentadas ao lidar com supervisão, para a colocação de eletrodos e
pacientes vítimas de queimaduras. Uma delas estimulação e cada quarto ou leito deve ter um
se deve ao fato de que estes pacientes aparelho individual.
normalmente enfrentam alterações sistêmicas
cardiovasculares, respiratórias e metabólicas Conclusão
importantes, colocando constantemente sua
vida no limiar entre a vida e a morte. Nesta pequena amostra de pacientes com
Felizmente, nenhum dos pacientes envolvidos seqüelas de queimaduras, a aplicação da TENS
neste trabalho foi a óbito; no entanto, muitos convencional em pontos remotos ou
pacientes que estavam internados neste relacionados às queimaduras, após o banho e
período, tanto adultos como crianças, não curativo, forneceu aos pacientes um maior alívio
tiveram a mesma sorte. Muitos que estavam para uma execução mais ativa e cooperativa na
sendo tratados foram testemunhas de cinesioterapia. Estes resultados também
vizinhos de leitos e amigos falecidos, vítimas sugerem que pacientes vítimas de queimaduras
de complicações da queimadura, e isto deve ser podem ser uma população clínica adequada
relevado de modo especial, durante o para a utilização dos benefícios da TENS. Além
tratamento com estes pacientes. disso, este recurso analgésico é não invasivo e
Duas outras dificuldades, já de questões não aditivo, e pode ser utilizado em locais
práticas, foram: primeiro, a dificuldade da distantes da área comprometida com as
colocação dos eletrodos; e, segundo, fazer deste queimaduras.
tratamento parte da rotina diária dos A fisioterapia é essencial, aos pacientes com
procedimentos de enfermagem (após o banho queimaduras, para:
e durante os exercícios fisioterápicos). A · restabelecer uma reabilitação funcional e
dificuldade de colocação de eletrodos em estética o mais rápido e o mais eficiente
pacientes vítimas de queimadura deveu-se, possível, sem deformidades ou limitações;
primeiro, ao fato deles não terem disponíveis · promover um aumento da resposta
muitas áreas adjacentes ou relacionadas sistêmica cardiovascular, auxiliando no
intactas, seja porque estavam envolvidas com recondicionamento cardiopulmonar e evitando
as faixas de curativos, ou porque não havia complicações respiratórias;
eletrodos adesivos descartáveis suficientes para · minimizar os efeitos da imobilização
todos os pacientes, o que colocava em risco a prolongada, contribuindo com o
higiene e a não contaminação dos pacientes; restabelecimento de força e tônus muscular;
além da dificuldade de fixar e manter os · contribuir para a manutenção ou melhora
eletrodos com esparadrapo em regiões repletas de ADM, assim como preservar as estruturas
de vaselinas e pomadas, tornando difícil uma músculo-esqueléticas.
eletroestimulação adequada e eficiente. Já a Mas todas essas ações são dificultadas, se o
dificuldade de tornar este procedimento uma paciente estiver com sua dor não controlada, o
rotina de tratamento foi muito grande, porque que representa o maior obstáculo no sucesso da
havia apenas dois aparelhos de TENS para reabilitação.
370 Fisioterapia Brasil - volume 3 - número 6 - novembro / dezembro de 2002
Artigo original
Jadson da Silva Madeira*, Bianca Rocha Frederico**, Eliane de Souza Braga**, Luís Guilherme
Barbosa***
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Resumo
O presente estudo objetivou identificar as lombalgias referidas por
acadêmicos do Curso de Fisioterapia da Universidade Iguaçu, em
Palavras-chave: função da atividade de atendimento ambulatorial. Os dados foram
Lombalgia, prevenção, obtidos através da aplicação de questionário e observação direta com
ergonomia. a participação de 37 acadêmicos, sendo 27 do sexo feminino e 10 do
sexo masculino. Os acadêmicos possuíam carga de atividade superior
a 10 horas semanais, com atendimento médio de 5 pacientes/dia. A
atividade era realizada, eminentemente, na postura de pé, sem
descanso entre as intervenções ambulatoriais e a altura das macas é
inadequada.
Abstract
The objective the present study was to identify students low back
pain in physical therapy course of Iguaçu University with ambulatory
Key-words: activity. The data came from questionnary and local observations. The
Low back pain, people who participated were 27 females and 10 males. The students
prevention, ergonomy. had has more than 10 hours per week of the activities with the average
of 5 patients per day. The job was realized on the standing posture
without rest between the ambulatory jobs and the height of the
stretcher was improper to work.
Fig. 2 - Questões ligadas à atividades do estagiário. Fig. 3 - Questões ligadas à atividades do estagiário.
Fisioterapia Brasil - volume 3 - número 6 - novembro / dezembro de 2002 375
Vale a pena ressaltar, que grande parte dos vida, a incidência de lombalgia foi alta. Vimos
questionados não pratica nenhuma atividade também que outros elementos podem estar
física, podendo ser o sedentarismo o fator, ou ligadas às algias lombares, tais como:
um agravante, para o aparecimento da algia Prevalência por longos períodos em pé;
lombar, confirmando os estudos feitos manuseio de cargas excessivas sem orientação
anteriormente por Frymoyer apud Alexandre, adequada; as faltas de descanso entre as
Henriques & Moraes [1]. atividades.
Nota-se, que a quantidade de pacientes Observamos que a lombalgia é um sintoma
atendidos é alta em relação ao tempo de que se sobrepõe a qualquer outro, no que se
permanência no estágio (4 horas diárias), refere aos acadêmicos de fisioterapia do
acrescido de que não existe descanso entre as Hospital Universitário São José (HUSJ), em
atividades ambulatoriais, existindo ainda uma Mesquita, e que parte das causas podem estar
necessidade de manuseio de cargas que foram ligadas às atividades desenvolvidas pelo
consideradas, por mais da metade dos acadêmico neste setor.
acadêmicos, como sendo excessivas, podendo Destacamos queo s Distúrbios Ósteomuscu-
levar, assim, a uma sobrecarga lombar. lares Relacionados ao Trabalho - DORTs - são
Destacamos, ainda, que metade dos uma realidade em nossa atividade e que
estagiários afirmaram não ter recebido qualquer devemos nos preparar, adequadamente, para
tipo de orientação, quanto ao posicionamento que não tenhamos profissionais enfermos
ergonômico nas mobilizações do paciente. tratando de pessoas doentes.
Examinando os resultados obtidos com o
questionário, inicialmente a maior parte dos Referências
acadêmicos não apresentava nenhum sintoma
nas regiões pesquisadas, mas, com o decorrer e 1. Alexandre NMC, Henriques SHFC &
até o final do estágio, houve um aumento Moraes MAA. Considerações sobre uma
significativo de dor na região lombar, que se avaliação clínica específica da coluna
sobrepôs a todas as outras regiões somadas. vertebral em trabalhadores de
enfermagem. São Paulo, Revista da Escola
Conclusão de Enfermagem da USP.1994;28(3):293-308.
2. Barreira THC. Enfoque ergonômico para as
A obesidade não foi uma constante nos posturas de trabalho. São Paulo, Revista
acadêmicos em questão, mostrando, assim, que Brasileira de Saúde Ocupacional
esse fator não é algo inerente aos portadores de 1989;17(67):61-71.
lombalgia aqui estudados. Por outro lado, o 3. Cailliet R. Lombalgia. Síndromes
sedentarismo teve grande influência, podendo dolorosos. São Paulo, Editora Manole 1988,
ser sugerido que a falta de atividade física torna 3ª edição.
os acadêmicos mais vulneráveis à lombalgia. 4. Knoplich J. As dores na coluna na medicina
do trabalho. São Paulo, Revista Brasileira
Constatamos maior incidência de dor lombar de Saúde Ocupacional 1980;5 (3):50-52.
no sexo feminino, podendo estar associado às 5. Marziele MHP, Melo MRAC & Silva EM. A
atividades ambulatoriais. Porém, sabemos que postura corporal adotada pela enfermeira
fatores hormonais, dupla jornada de trabalho, durante a execução de seu trabalho. São
filhos, entre outros, podem influenciar. Paulo, Revista Brasileira de Saúde
Entretanto, o presente estudo não se ateve a tais Ocupacional 1991;73(19):19-24.
questões. 6. Mendes R. (organizador). Patologia do
Considerando a padronização da altura das trabalho. Rio de Janeiro, Editora Atheneu
macas e a heterogeneidade das alturas dos 1995:643.
acadêmicos, sugere-se que isto seja uma das 7. Mercúrio, R. Chagas J. C. M. ; Oliveira, C.
causas de posturas forçadas e suas E. A. S. Puertas, E. B. & Filho, J. L.
conseqüências, como exemplo, dor lombar. Lombalgia. São Paulo, Jornal Brasileiro de
Verificamos que o fator idade não interferiu, Medicina 1993;64(5)71-78.
porque mesmo em uma faixa etária 8. Rio RP & Pires L. A ergonomia e os
considerada baixa, antes da terceira década de sistemas orgânicos. In: Rio, RP. Ergonomia
376 Fisioterapia Brasil - volume 3 - número 6 - novembro / dezembro de 2002
Anexo I
8-Quantas vezes por semana faz atividade 18- Marque abaixo ( D ) para Dor
física? e ( I ) para Incômodo e ( N ) caso não tenha
( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) acima de 3 ( ) não pratico alteração, em relação ao que você sente ao
longo do estágio, ou seja, durante o período
9-Quantas vezes por semana vai ao que você está no ambulatório.
estágio?
( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) acima de 3 ( )
( )
10-Qual sua carga horária semanal no
estágio da UNIG?
( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) acima de 3
Fisioterapia Brasil - volume 3 - número 6 - novembro / dezembro de 2002 377
Artigo original
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Resumo
Através de um questionário especialmente elaborado, os autores
realizaram uma pesquisa de campo entrevistando 36 atletas de jiu-
Palavras-chave: jitsu. Procuraram através deste trabalho, identificar as características
Jiu-jitsu, arte marcial, das lesões no jiu-jitsu. Verificaram que houve predominância de lesões
lesões esportiva, no joelho e que 30% dos atletas que não procuraram tratamento
prevalência de lesões.
fisioterapeutico, retornaram ao esporte com menor rendimento.
Abstract
Thirty six jiu-jitsu athletes were interviewed using a questionnaire
Key-words: proposed in this study. The main characteristics of jiu-jitsu lesions
Jiu-jitsu, martial arts, were identified. The study shows the prevalence on knee injuries and
sports injuries, 30% of athletes did not seek for any physical therapy treatment and
injuries prevalence. returned to sport activities with worse performance.
Para a descrição dos resultados dos Tabela III Resultado demonstrando: idade, tempo de
questionários, as lesões e os tratamentos pratica, graduação, nível de competição, rotina de
treino, local da lesão, diagnóstico, tratamento e retorno.
utilizados foram classificados numericamente,
conforme a tabela II. N º Iniciais idade início anos faixa nível de rotina de
do Atleta prática prática competição treino
1 TM 23 19 3 azul estadual 4X 1,5h
Tabela II - Números representando o local da lesão, o 2 PHCR 29 26 3 azul estadual 4X 2h
diagnóstico e o tratamento. 3 RSM 19 18 1 bran. estadual 5X 2h
4 ALC 23 20 2 azul nacional 5X 1,5h
Localização Diagnóstico Tratamento 5 ZRP 19 16 3 azul nacional 5X 2h
da lesão utilizado 6 SPF 14 14 0,5 bra. estadual 5X 1,5h
7 A 25 23 2 azul intern. 5X 1,5h
1 Coluna Contusão Imobilização 8 ACG 32 28 0,5 bran. não 5X 1,5h
2 Ombro Fratura Repouso 9 RC 22 17 4 marr. intern. 6X 2h
10 ES 30 26 4 azul estadual 5X 1,5h
3 Cotovelo Entorse Fisioterapia 11 RH 23 19 3 roxa intern. 6X 3h
4 Punho Luxação Cirurgia 12 LC 19 11 6 roxa intern. 6X 4h
5 Dedos da mão Tendinite Não realizou 13 AZA 22 18 4 roxa intern. 6X 2h
14 J 28 27 1 azul não 3X 1,5h
tratamento 15 F 22 21 0,5 bran. não 3X 1,5h
6 Quadril Lesão muscular 16 SRNR 27 24 2 roxa estadual 5X 4h
7 Joelho 17 MBS 23 19 4 roxa estadual 5X 2h
18 LRD 24 22 1 bran. não 5X 1,5h
8 Tornozelo 19 AFS 18 16 2 azul nacional 6X 4h
9 Dedos do pé 20 EFS 19 17 2 azul estadual 5X 3,5h
21 AM 28 25 3 azul estadual 4X 1h
22 ISF 18 15 2 azul nacional 5X 2h
Na tabela III, são demonstrados os resultados 23 ANC 23 17 6 roxa intern. 6X 1,5h
24 E 31 25 6 roxa intern. 5X 4h
da pesquisa, constando idade, tempo de prática 25 R 28 27 1 azul estadual 3X 1,5h
do esporte, graduação do atleta, nível de 26 R 27 26 1 azul estadual 3X 1,5h
27 MF 21 18 3 azul estadual 4X 2h
competição, rotina de treino, local da lesão, 28 RM 23 10 13 preta intern. 6X 2h
diagnóstico, tratamento e retorno ao esporte. 29 TSA 25 20 5 azul intern. 6X 1,5h
30 MFA 19 16 1 bran. estadual 5X 1,5h
31 RTM 16 16 0,5 bran. estadual 4X 1,5h
Discussão 32
33
FAM
MPB
25
31
20
25
4
4
roxa
azul
nacional
intern.
3X 2h
6X 2h
34 JAVF 30 27 3 azul nacional 4X 2,5h
35 JSTJ 20 17 3 bran. estadual 6X 3h
No Brasil as artes marciais têm grande 36 DAP 23 17 6 roxa nacional 6X 2h
aceitação e, dentre elas, temos o Jiu-jitsu, com Nº Local da lesão (c/ lado) diagnóstico tratamento retorno
crescente número de praticantes. ao esporte
Isto leva a um grande número de atletas 1 1D, 3D 5; 3 3, 3 igual
2 7D;7E; 3E, 2E 3; 3; 5, 4 3; 3, 3 igual
lesionados, sendo o fisioterapeuta um 3 7E 3 3 pior
profissional muito procurado por eles, para 4 (3,4)D; 2D, 7D 2; 2, 4 1; 1, 3 pior
5 2D 4 4 melhor
acelerar a recuperação, diminuindo, assim, o 6 3E 3 3 igual
período de inatividade. Para o fisioterapeuta, o 7 3D, 5D 1, 3 2, 2 pior
8 3D;3E; 7E; 5D, 9E 1; 1; 6; 3, 3 2; 3; 3, 2 melhor
entendimento do esporte poderá proporcionar 9 7D, 7E 3, 3 2 melhor
10 7D 3 2 pior
um melhor atendimento a este grupo 11 7D 3 3 igual
diferenciado de pacientes. 12 7D; 7E; 8D, 2D 5; 7; 3, 1 3D4E;5, 2 igual
13 (6,7)E 6 2 igual
Desta forma, o entendimento das lesões que 14 3E 5 2 igual
mais ocorrem neste esporte, torna-se 15 4D 5 3 igual
16 2E; 3D; 7D;8E,9D 4; 5; 1; 2, 2 3; 3; 3;3,3 pior
fundamental para a rotina de trabalho. 17 2E 4 1 pior
Observamos após a realização do trabalho, 18 5D 2 1 pior
19 2D 3 2 igual
que o joelho obteve um índice muito maior de 20 3E 1 3 melhor
lesões do que as outras articulações. Isso pode 21 7D, 7E 3, 5 2, 3 igual
22 7E 5 5 pior
indicar uma grande necessidade de intervenção 23 2D; 5D; 5E;7D,9D 3; 3; 3; 5, 4 3; 3; 3;3,3 igual
24 (1,2)E; 2E;3D;3E;4D 2; 4; 3; 3; 5; 3; 3; 3; 3; igual
preventiva para esta articulação. 5D; 5E; 7E 3; 3, 3 3; 3; 3, 3
O alto número de entorse pode ser devido a 25 3D 3 2 igual
26 9D 3 1 igual
característica do esporte, que utiliza as chaves 27 2D; (1,3)D 4, 2 1 pior
para finalizar o adversário, para obter a vitória. 28 7D 3 2 igual
29 5D; 7E 5, 5 3, 3 igual
Chave é uma técnica onde se leva a articulação 30 7E 3 2 igual
do adversário além da sua amplitude máxima, 31 9E 3 5 pior
32 2D; 5D; 7D 3; 3, 3 2; 2, 2 igual
sobrecarregando os estabilizadores dinâmicos 33 (1,3)D;5D;7D,7E 6; 4; 1, 1 2; 1; 5, 5 melhor
(ligamentos e tendões), a fim de causar 34 (1,3)E;5D; 5E; 7D,7E 1; 3; 3; 5, 3 2, 3, 3,1,1 melhor
35 7D 3 5 melhor
desconforto e dor. A maioria dessas lesões ocorre 36 (1,2)D, 7D, (7,8)D 2; 3; 2 3; 1, 3 igual
Fisioterapia Brasil - volume 3 - número 6 - novembro / dezembro de 2002 381
Revisão
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
*Fisioterapeuta, chefe da clínica de pós-operatório em paralisia cerebral da AACD - São Paulo, mestranda
em distúrbios do desenvolvimento pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, **Fisioterapeuta do setor
de fisioterapia infantil da AACD - São Paulo, Trabalho apresentado para conclusão de curso de
fisioterapia da Universidade Guarulhos UNG, em dezembro de 2000 e revisado em julho de 2002
Resumo
A paralisia cerebral do tipo tetraparesia espástica é uma lesão no
cérebro ainda imaturo, que compromete os quatro membros do corpo
Palavras-chave: humano, onde os músculos permanecem hipertônicos e mantém um
Paralisia cerebral, padrão postural em adução, flexão e rotação interna de quadril, que
luxação de quadril, favorecem a luxação desta articulação. Neste contexto, a cirurgia, além
cirurgia. de indicada, não deve ser adiada, pois propiciará a redução da luxação,
uma melhora do padrão postural e alívio da dor. Quanto ao período
pós- operatório, faz-se importante o trabalho de orientação
fisioterapêutica, para que os familiares do paciente saibam como lidar
com esta criança, procurando manter o quadril na posição reduzida,
afim de prevenir novas deformidades.
Abstract
The spastic tetraparesia cerebral palsy is an injury in the still
immature brain that compromises the four members of the human
Key-words: body, where the muscles remain hypertonic and keep a postural
Cerebral palsy, hip standard in adduction, flexion and internal rotation of hip, that favours
luxation, surgery. the luxation of this joint. In this context the surgery is indicated and
does not have to be postponed, therefore it will propitiate, beyond the
reduction of the luxation, an improvement of the postural standard
and relief of pain. To the postoperative period, the work of fisioterapic
orientation becomes important to the relatives of patient know to deal
with this child, looking for keeping the hip in the reduced position
and consequently preventing new deformities.
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
uma sub-luxação moderada, de 51 a 100 uma maior. A flexão do quadril durante esta
sub-luxação grave, e mais de 100 uma luxação. manobra deve-se principalmente a uma
espasticidade ou encurtamento do músculo
psoas, tendo como componentes
secundários os músculos tensor da
fáscia lata e o reto femoral.
ser prevenida e, portanto, toda criança com exercícios de alongamento passivo dos flexores
paralisia espástica deveria ser observada e rotadores internos do quadril e adutores,
cuidadosamente para o desenvolvimento de evitando deformidades em contraturas, além de
sub-luxação e luxação. Seus resultados fortalecimento dos extensores e abdutores do
mostram que a tenotomia dos adutores quadril, posicionamentos adequados com
espásticos, redução fechada de qualquer sub- férulas, mantendo os membros inferiores em
luxação ou luxação do quadril, imobilização em extensão, rotação externa e abdução,
abdução durante a convalescença, e no pós- conservando, assim, as articulações [8].
operatório fortalecimento dos abdutores por Bleck recomenda a recessão do iliopsoas,
exercícios ativos, são medidas válidas e efetivas. quando o quadril apresentar-se em rotação
interna e quando não é possível a rotação
Tratamento profilático para luxação de externa passiva do quadril.
quadril Quando o espasmo dos músculos adutores
interfere na marcha e o grau de abdução do
Atualmente novas linhas de tratamento estão quadril for inferior a 20 graus, é indicado
sendo seguidas na tentativa de minimizar os tenotomia dos adutores e neurectomia do ramo
danos causados pela espasticidade, principal- anterior do nervo obturador. Caso a criança
mente quando se trata do quadril e dos permaneça com os joelhos flexionados, também
músculos envolvidos nesta articulação. Além do é indicado um alongamento dos músculos
uso de medicamentos via oral de ação central, isquiotibiais mediais, e o pé apresentando-se
usados para modular a espasticidade, a fixo, numa deformidade em eqüino, é indicado
medicina dispõe de procedimentos locais e um alongamento do tendão de Aquiles ou do
regionais como a neurólise com fenol, e também gastrocnêmio.
com a toxina botulínica. A neurectomia do ramo anterior do nervo
Para osprocedimentos de quimiodenervação, obturador e a tenotomia dos adutores, são
as articulações envolvidas devem estar livres indicadas para pacientes com contratura grave
de deformidades estruturadas, caso contrário o dos músculos adutores do quadril, devido à
procedimento de eleição é a correção cirúrgica. acentuada espasticidade, e também para
O fenol é indicado para neurólise de nervos aqueles pacientes que não deambulam, pois
motores, como por exemplo, o ramo anterior do esta cirurgia se constitui numa das principais
nervo obturador (responsável pela inervação dos armas para o combate da luxação de quadril,
adutores da coxa). A toxina botulínica tipo A onde a centração da cabeça femural é
(TBA) é a mais empregada clinicamente e atua facilitada, permitindo um melhor
bloqueando a liberação de acetilcolina na desenvolvimento do acetábulo [3]. E mesmo
terminação pré-sináptica, através da com a neurectomia de ambos os ramos do nervo
desativação das proteínas de fusão, impedindo obturador, a força de adução não fica
que a acetilcolina seja lançada na fenda totalmente destruída, devido a um pequeno
sináptica, não permitindo a despolarização do ramo do nervo ciático que inerva uma parte do
terminal pós-sináptico, bloqueando, assim, a músculo adutor magno.
contração muscular. A TBA não interfere na As cirurgias citadas, promovem uma
produção de acetilcolina e seu efeito é extensão de quadril e joelho e uma rotação
reversível. externa do quadril. Ou seja, permitem que o
No período em que o paciente estiver sob o quadril possa permanecer numa melhor
efeito do medicamento, deve-se intensificar o postura, proporcionando funcionalidade para a
processo de reabilitação [7,13,15]. criança sentar, diminuindo algias e evitando a
As cirurgias de tecidos moles (por exemplo, luxação de quadril.
as liberações musculares), têm por objetivo
melhorar o equilíbrio entre as forças dinâmicas Tratamento cirúrgico corretivo de luxação de
atuantes, deixando esta articulação bem quadril
posicionada, prevenindo a luxação de quadril.
Em casos em que não são possíveis as O tratamento cirúrgico tem grande
realizações de cirurgias, algumas medidas importância quando realizado precocemente,
conservadoras podem ser adotadas, como pois mostra que a criança com paralisia
Fisioterapia Brasil - volume 3 - número 6 - novembro / dezembro de 2002 387
cerebral, por volta dos cinco anos de idade, Período pós-operatório imediato
apresenta uma imagem corporal fixada em seu
cérebro. Após esta idade, a criança, mesmo As cirurgias realizadas para a luxação,
depois de operada e corrigida, ainda mantém quaisquer que sejam elas, necessitam de um
em seu cérebro a imagem das deformidades tempo de imobilização. Se a cirurgia acomete o
em média por um ano e sete meses [3]. tecido ósseo, o tempo de imobilização dura
Este tratamento é constituído por várias entre 4 a 8 semanas, para que haja uma
técnicas cirúrgicas, dentre elas, algumas serão consolidação deste osso, enquanto nas cirurgias
citadas como indicação para a redução de de tecidos moles, músculos e tendões, o tempo
luxação de quadril. de imobilização dura entre 2 a 3 semanas.
A transferência das origens dos adutores Nos casos das liberações simples como
para os ísquios para o tratamento de luxação tenotomia dos adutores, a fisioterapia pode atuar
de quadril é efetiva no tratamento das 24 horas após a cirurgia, e na tenotomia do
deformidades por flexão, adução e rotação músculo psoas poderá iniciar com orientações
interna de quadril. Esta técnica consiste na após 48 a 72 horas.
transferência das origens do adutor longo e A criança deve ser mantida internada por
grácil posteriormente ao ísquio, e na liberação cerca de cinco dias ou mais para se acostumar
das origens do adutor curto e da parte anterior com os exercícios e a família ser orientada. A
do adutor magno. orientação da família é fundamental e decisiva
Além da cirurgia citada acima, a osteotomia para o sucesso do tratamento. Os exercícios
derrotativa varizante é indicada nos casos de devem ser realizados várias vezes ao dia,
anteversão excessiva e deformidade em valgo mantendo-se a mesma rotina do início [3].
do colo do fêmur, para que o quadril
permaneça reduzido e estável. A osteotomia é Orientações fisioterapêuticas no pós-
realizada no trocanter menor, através de uma operatório
abordagem posterior ou lateral.
Outra cirurgia realizada é a artroplastia, por Sabe-se que as orientações fisioterapêuticas
interposição acompanhada de ressecção do dadas aos familiares de crianças portadoras de
fêmur proximal (em casos de necrose da cabeça paralisia cerebral do tipo tetraparesia espástica,
do fêmur), onde além da ressecção, há também são de grande importância num pós-operatório
as liberações das inserções musculoten- de luxação de quadril, contudo existe uma
dinosas, os músculos iliopsoas e adutores são carência de trabalhos específicos sobre tais
suturados à cápsula da articulação coxofemoral orientações.
e o coto femoral fica recoberto pelo vasto Através de entrevistas realizadas com
lateral. profissionais especializados e que atuam
A acetabuloplastia de Pemberton, também diretamente com este tipo de patologia, foram
denominada de osteotomia pericapsular do definidas as principais orientações necessárias
ilíaco, é realizada através de uma correção da neste período pós-operatório, conforme segue:
inclinação acetabular menor que 10 a 15
graus. - Posicionamento adequado: favorecendo o
A redução aberta é realizada junto à padrão de abdução, extensão e rotação externa
ressecção femoral subtrocantérica e liberação do quadril, através de talas ou goteiras de lona,
dos músculos adutores, combinado com uma calça de posicionamento, cadeira de rodas
osteotomia do ilíaco e aumento do acetábulo, adaptada e órteses para prevenir novas
pois a redução fechada feita por trações não deformidades;
são toleradas em crianças com paralisia
cerebral [8]. - Alongamentos e exercícios passivos ou
Todas as cirurgias ósseas citadas deverão vir ativo-assistidos: devem ser realizados pelos
acompanhadas das liberações e alongamentos familiares em casa, visando o fortalecimento
dos tecidos moles, para que se possa realizar muscular e principalmente o alongamento da
uma boa redução da luxação e um musculatura adutora, posterior da coxa
posicionamento adequado do quadril, evitando (isquiotibiais), posteriores da perna (tríceps
assim recidivas. sural), e a musculatura flexora do quadril
388 Fisioterapia Brasil - volume 3 - número 6 - novembro / dezembro de 2002
Revisão
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Resumo
Na prática clínica são bem conhecidos os efeitos da redução das
informações proprioceptivas na alteração das características
Palavras-chave: cinemáticas do movimento. Entretanto, efetivamente pouco se sabe
Movimentos como estas informações são processadas para estabelecer o
multiarticulares, planejamento e a elaboração dos movimentos multiarticulares. Alguns
estrategias motores,
estudos têm sido realizados com a finalidade de esclarecer as
controle motor,
estratégias adotadas pelo Sistema Nervoso Central e identificar a
propriocepção,
importância das informações proprioceptivas nos movimentos. Este
neuropatia.
trabalho discute algumas das hipóteses e estratégias identificadas nos
estudos de controle motor.
Abstract
The effects of the proprioception deficit in the disturbance of the
cinematic movement characteristics are well known. Therefore, there
Key-words: are few informations about the function of the proprioception during
Multijoint movements, the planning and elaboration of the multijoints movements. Some
motor strategies, researches have been conduced to study the role of the proprioceptive
motor control, informations in these movements. This paper discuss some hypothesis
proprioception, and strategies identified in the motor control studies.
neuropathy.
Revisão
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Este artigo é o primeiro de uma serie de 3 artigos. Os seguintes serão publicados nas edições de jan/fev e
março/abril de 2003.
Resumo
Este artigo fornece uma visão geral dos aspectos físicos que
Palavras-chave:
influenciam a imersão e o movimento do corpo humano na água e
Física, hidroterapia,
fisioterapia.
descreve suas implicações para a hidroterapia.
Abstract
Key-words: This article supplies a general vision of the physical aspects that
Physics, hydrotherapy, influence the immersion and the movement of the human body during
physiotherapy. immersion in the water and describes its implications for the
hydrotherapy.
água e a do corpo humano, o corpo ao ser de se evitar que isto aconteça é utilizar a bóia
colocado na água, é forçado para cima por uma na região da pelve. Por vezes, também é
força igual ao volume de água deslocado e necessário utilizar a bóia na região cervical [13].
flutuará [2,8,13]. A respiração também faz O flutuador (bóia, prancha de plástico ou isopor,
oscilar a densidade relativa, portanto a bolinhas, etc) tem densidade relativa bem
respiração calma provoca pouca variação na menor que 1,0, diminuindo a densidade relativa
densidade relativa do corpo e menor do conjunto corpo-flutuador.
desequilíbrio durante a flutuação [5,12]. A flutuação é a força experimentada como o
empuxo para cima, que atua em sentido oposto
Princípio de Arquimedes e flutuação à força da gravidade. Desta forma, um corpo na
água está submetido a duas forças que atuam
O Princípio de Arquimedes diz que quando em oposição:
um corpo está imerso completamente ou parte - a força da gravidade, atuando através do
dele num líquido em repouso, ele sofre um centro de gravidade;
empuxo para cima, igual ao peso do líquido - a força de flutuação, atuando no centro de
deslocado. Se o corpo imerso tiver densidade flutuação.
menor do que 1,0 ele flutuará, pois o peso do Quando o peso do corpo flutuante iguala-se
corpo é menor do que o volume de água ao peso do líquido deslocado, e os centros de
deslocado; ao contrário, se o corpo possuir flutuação e gravidade estão na mesma linha
densidade relativa maior que 1,0 ele afundará. vertical, o corpo é mantido em equilíbrio estável
Corpos com densidade relativa igual a 1,0 [13], como demonstra a figura 1.
flutuam logo abaixo da superfície da água [6,13]. Se os centros não estiverem na mesma linha
No caso do corpo humano, considerando-se vertical, as duas forças atuando sobre o corpo
a densidade relativa em torno de 0,95, ele farão com que ele gire até atingir uma posição
flutuará e 95% dele ficará submerso, enquanto de equilíbrio estável. Quando existe o
que 5% ficará emerso [13], como demonstra a desequilíbrio entre o centro de gravidade e o
figura 1. centro de flutuação, observa-se o momento de
Se a porção emersa do corpo exceder 5%, força M, que é a força que age em um ponto
como quando a pessoa tem os braços acima do (resultante das forças atuantes nesse ponto),
nível da água, a quantidade de água deslocada gerando o efeito rotatório (forças rotacionais
pelo restante do corpo será insuficiente para chamadas de torque). Essa força é igual à força
sustentar o peso do corpo, e a pelve e membros de flutuação F multiplicada pelo deslocamento
inferiores afundarão [2,3]. Uma forma prática d, que é a distância perpendicular desde uma
Fig. 1 - Corpo flutuando em equilíbrio estável e em desequilíbrio. CF é o centro de flutuação e CG, o centro de
gravidade.
Fisioterapia Brasil - volume 3 - número 6 - novembro / dezembro de 2002 397
Fig. 2 - Efeito rotatório da flutuação, onde o membro superior esquerdo é o segmento AB, P o ponto em torno do qual
o movimento rotatório acontece, F a força em cada ângulo de abdução e CF o centro de flutuação do segmento.
Observa-se à direita abdução com MSE em extensão, no centro com MSD em flexão e à direita com auxílio de uma
bola de isopor.
398 Fisioterapia Brasil - volume 3 - número 6 - novembro / dezembro de 2002
é a pressão do líquido sobre o corpo imerso da Terra contribui para a força total exercida
[4,13]. sobre o corpo [3].
A pressão aumenta com a densidade do A água exerce uma pressão de 1,0 mmHg/
líquido e com a profundidade (fig.3). Daí, 1,36 cm por profundidade de água. Um corpo
temos então: imerso a uma profundidade de 1,20 m está
P = F / A sua unidade é o Pascal Pa, e é sujeito a uma força igual a 88,9 mmHg que
medida em: é ligeiramente maior que a pressão arterial
Newtons por metro quadrado N/m2; diastólica , podendo auxiliar na resolução de
dinas por centímetro quadrado - dyn/cm2; edema em uma região delimitada. Caso a
quilograma por metro quadrado KG/m2; imersão seja abaixo do nível da água, a força
milímetros de mercúrio por pé mmHg/ft exercida sobre o corpo será resultado do peso
da coluna de água acima dele [3,4,13].
Considerando-se um corpo imerso a uma Segundo Becker [4], todos os tecidos moles
distância h, abaixo da superfície, a força são compridos, aumentando o retorno
exercida sobre o corpo resulta do peso da linfático. A pressão linfática normal é um
coluna de líquido acima dele [2]. sistema de pressão negativo. Uma imersão em
Sendo a força F = a massa m x aceleração profundidade mínima produz uma pressão
da gravidade g e, força (F) = densidade (ρ ρ) x hidrostática sobre o vaso, que excede a pressão
a área (A) x altura da coluna de líquido (h), linfática que é de poucos milímetros de
então, P= F / A = ρ Ahg / A, onde cancelando- mercúrio.
se a área A, tem-se: P = ρ g∆∆ h. A ação da pressão hidrostática e da força
Assim, a pressão hidrostática é diretamente de flutuação proporciona a sensação de
proporcional à densidade do líquido e à imponderabilidade. Atuando no tórax e
profundidade da imersão. Pode-se, a partir abdome produz resistência à inspiração e
dessa fórmula, determinar-se a diferença de facilita a expiração, sendo um exercício
pressão entre dois pontos imersos, separados respiratório interessante para determinado
por uma distância vertical h: DP = ρ gDh. paciente. O alívio do peso do corpo é uma
Devemos lembrar ainda que a pressão das principais vantagens do tratamento na
hidrostática não é a única força que está sendo piscina, pois após o controle do equilíbrio é o
exercida sobre o corpo. A pressão atmosférica maior estímulo para libertar-se do medo e
Fig. 3 - Pressão sobre um corpo flutuante com a cabeça fora da água e porcentagem de descarga de peso em corpo
imerso até o pescoço.
Fisioterapia Brasil - volume 3 - número 6 - novembro / dezembro de 2002 399
Fig. 5 - Fluxo através do corpo em deslocamento frontal, frontal com suporte quadrado e lateral (vista superior).
Fisioterapia Brasil - volume 3 - número 6 - novembro / dezembro de 2002 401
A temperatura no corpo humano varia por com a inabilidade de realizar contração muscular
região. Assim, podemos dividir em temperatura [1,3].
central (interior do corpo - varia no máximo de ± Conforme descrito por Becker [4], um corpo
0,6°C) e temperatura superficial. A temperatura imerso numa massa de água torna-se um sistema
normal média é considerada como sendo de 37°C, dinâmico. Se a temperatura da água exceder a
quando medida oralmente [2]. temperatura do corpo submerso, o sistema
O corpo humano possui um sistema isolador equilibra-se. Se a temperatura da água exceder a
de temperatura, constituído principalmente por temperatura do corpo, o corpo submerso aquece-
gordura. Segundo Guyton [10], como a maior parte se através de transferência de energia calórica da
do calor corporal é produzida nas porções mais água para o corpo.
profundas do corpo, o isolamento por debaixo da
pele constitui um meio efetivo para manter as Capacidade calórica específica e umidade
temperaturas internas normais, apesar de permitir
que as temperaturas da pele se aproximem da Pela primeira lei da termodinâmica, o conteúdo
temperatura do meio ambiente. No entanto, total de calor permanece o mesmo. Como
existem diferentes formas do corpo transferir e curiosidade, é interessante saber que a água é
assim perder calor: irradiação, condução, definida como tendo capacidade calórica específica
convecção e evaporação (ligada ao mecanismo de igual a 1,0 e o ar igual a 0,001. Isto é, a água retém
sudorese), garantindo um equilíbrio entre 1.000 vezes mais calor que um volume equivalente
produção e perda de calor. de ar. O corpo humano, por sua vez, tem capacidade
calórica específica igual a 0,83 [13].
Formas de transferência de calor A capacidade do ar de reter água é conhecida
como umidade. Umidade relativa é a relação entre
Irradiação: Perda de calor na forma de raios a quantidade de vapor de água presente no ar e a
térmicos infravermelhos, isto se a temperatura do quantidade que estaria presente se o ar estivesse
corpo é maior que a temperatura ambiente [4,13]. saturado na mesma temperatura (geralmente
Condução: Transferência de calor entre o corpo expressa sob forma de porcentagem). O ar é capaz
e um objeto ou ar, se estes são mais frios que a de absorver quantidades diferentes de umidade a
pele. Quando existe troca freqüente do ar (vento) temperaturas diferentes. Quanto mais alta a
em contato com a pele, temos a perda por correntes temperatura maior a quantidade de vapor de água
de convecção [4,13]. pode ser absorvido. O ar seco eleva a temperatura
Fisicamente a condução é definida como a e o ar úmido abaixa [6,13].
transferência de calor por meio de colisões A evaporação do suor produz resfriamento do
moleculares individuais, ocorrendo ao longo de corpo. Se o ar que circunda o corpo já estiver
uma pequena distância, e a convecção transfere completamente saturado com vapor da água,
calor por meio de movimento em massa de grande nenhuma evaporação consegue ocorrer e o corpo
número de moléculas ao longo de uma grande tem dificuldade para perder calor. Se a
distância. A radiação transfere calor por meio de temperatura atmosférica for alta, o corpo tem
ondas eletromagnéticas [4]. dificuldade em perder calor sob forma de condução
Evaporação: Ocorre quando a água se evapora convecção ou radiação. Se a umidade e a
a partir da superfície corporal ou através dos temperatura estiverem elevadas, o corpo terá muita
pulmões. A perda de calor por evaporação de suor dificuldade em perder calor e o ambiente torna-se
pode ser controlada pela regulação da sudorese desconfortável. Aconselha-se temperatura
[13]. ambiente entre 20 e 21 °C e umidade de 55% em
Nestes processos, a circulação faz um papel piscinas terapêuticas [3,13].
fundamental, onde o sangue torna-se um líquido
convectivo, que transfere calor para superfície do Resfriamento
corpo e para os pulmões. A realização de exercícios
vigorosos em água aquecida (35°C), resulta em Pela lei de Newton do resfriamento, a velocidade
aumento da temperatura central para 39°C e fadiga de resfriamento de um corpo, em um dado tempo,
prematura. O exercício vigoroso em água fria (18°C) é proporcional à diferença de temperatura entre o
resulta em diminuição da temperatura corporal corpo e sua vizinhança. Quanto maior a diferença,
central para aproximadamente 36°C, associada maior a velocidade de resfriamento [7].
402 Fisioterapia Brasil - volume 3 - número 6 - novembro / dezembro de 2002
Revisão
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
*Profa. Ft. do Curso de Fisioterapia da UNIOESTE, **Profa. Dra. do Curso de Fisioterapia da Faculdade
de Medicina da USP
Resumo
A pubalgia (ou osteíte púbica) é uma condição dolorosa da sínfise
púbica, na maioria das vezes auto-limitada, de causa inflamatória,
Palavras-chave: traumática ou infecciosa. Está relacionada a esforços anormais na
Pubalgia, osteíte sínfise causados por gestos repetitivos. É muito comum em atletas,
púbica, fisioterapia, principalmente em jogadores de futebol. A pubalgia classifica-se em
cinesiologia. aguda (ou traumática) e crônica (ou biomecânica), com distintos
tratamentos fisioterapêuticos. A crônica tem como principais causas
o encurtamento dos músculos posteriores da coxa, sobrecarga dos
adutores e fraqueza dos abdominais. A pubalgia traumática
geralmente advém de queda sentado, salto com queda unipodal ou
deslocamento lateral rápido. Talvez por uma sintomatologia não tão
óbvia, com sintomas pubianos e peripubianos, envolve certa confusão
diagnóstica, levando a erros que freqüentemente culminam em um
tratamento inadequado e cronificação da patologia. Os sintomas
envolvem principalmente dor na sínfise púbica relacionada à atividade
física, dor difusa irradiada para o abdome, região de adutores, região
inguinal e supra-púbica. As alterações radiológicas dependem do
estágio de evolução, indo de perda da delimitação dos contornos ósseos
à erosão profunda e formação de áreas escleróticas.
Abstract
Pubalgia (or pubic osteitis) is a painful condition of pubic symphysis,
auto-limited most of the time, with inflammatory, traumatic or
Key-words: infectious cause. It is related to abnormal efforts in symphysis caused
Pubalgia, public by repetitive gestures. It is very common in athletes, mostly in soccer
osteítis, physical players. Pubalgia it classifies in sharp (or traumatic) and chronic (or
therapy, cinesiology. biomechanics), with distinct treatments in physical therapy. The main
causes of this chronic disease is shortness of posterior muscles of the
thigh, overload of adducers and weakness of abdominal muscles. The
traumatic pubalgia generally happens in sat down fall, jump with fall
unipodal or fast lateral displacement. Perhaps symptoms not so
obvious, with pubic or peripubic symptoms, involve certain diagnostic
confusion, carrying for mistakes that frequently culminate in
inadequate treatment and cronicity of the pathology. The symptoms
involve mostly pain in symphysis related to physical activity, diffuse
pain in the abdomen, adducers region, inguinal and pubic region. The
radiological alterations depend of evolution step, going from loss of
delimitation of bones outlines to profound erosion and formation of
sclerotic sites.
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
A pelve é constituída por três peças ósseas A sínfise púbica é um verdadeiro ponto de
(sacro e dois ossos do quadril) e três articulações convergência. Propicia o encontro de músculos
(duas sacro-ilíacas e a sínfise púbica). Pelas da coxa (isquiotibiais, flexores e adutores),
articulações sacro-ilíacas, o sacro se articula abdominais e da coluna vertebral [11,25,37].
posteriormente com os dois ossos do quadril. Além da interdigitação muscular, abriga
Estes se articulam anteriormente entre si, também um emaranhado nervoso, o que
através da sínfise púbica [22,27,40]. justifica a sintomatologia de patologias
A sínfise púbica une as superfícies mediais distantes, com quadros clínicos de complexa
dos dois ossos púbicos, através de cristas e identificação [25].
sulcos firmemente ajustados. As superfícies A normalidade biomecânica desta anfiartrose
articulares de cada osso são recobertas por uma depende dos sistemas que mantém seu
fina camada de cartilagem hialina, a qual é equilíbrio (ativo e passivo músculos e
unida à cartilagem do lado oposto por um disco ligamentos, respectivamente) [25]. O grande
interpúbico fibrocartilaginoso (também número de trações em direções e intensidades
chamado ligamento interósseo) [20], mais diferentes pode alterar seu aspecto normal,
delgado nos homens que nas mulheres. A provocando alterações nos tendões dos
sustentação passiva da articulação é dada pelo músculos, que agem sobre a articulação e
ligamento púbico superior, púbico inferior ou modificações degenerativas na própria
arqueado, púbico anterior [20] e púbico articulação [11,37].
posterior [20,25]. O ligamento púbico anterior Durante a marcha, o membro inferior em
é o mais forte [25], e reforçado por expansões contato com o solo provoca uma rotação posterior
em decussação da aponeurose de inserção dos do ilíaco ipsilateral, enquanto o membro
músculos oblíquo externo, reto anterior, suspenso tem seu ilíaco em rotação anterior. A
piramidal [20,25] e tendão do adutor longo [20]. reação do solo no apoio unipodal (fase de apoio
As fibras destes ligamentos aderem-se da marcha) eleva a pelve ipsilateral. O peso do
firmemente ao cruzarem com as fibras do disco membro contralateral suspenso, abaixa a
[11]. A sustentação ativa da sínfise púbica é dada articulação coxofemoral. Com isso, a sínfise
pelos músculos que ali se inserem [25], púbica sofre um movimento em tesoura, que
funcionando como um reforço cápsulo - eleva a pelve do lado sustentador e rebaixa o
ligamentar estabilizador. O púbis recebe lado suspenso [20,30]. A pelve é normalmente
inserções proximais dos músculos grácil, adutor submetida a constantes esforços de
curto, longo e magno. Superiormente encontra- cisalhamento [11], que aumentam conside-
se a inserção distal dos músculos pectíneo e ravelmente durante a prática de alguns gestos
piramidal [7]. desportivos.
A articulação do púbis possui uma O movimento de torção a que a sínfise púbica
mobilidade muito modesta. Permite um é submetida durante a cada passo é
cisalhamento de cerca de dois milímetros compensado pelas articulações do anel pélvico,
(incluindo movimentos céfalo -caudais, de que dão flexibilidade à pelve e permitem a
abertura e fechamento e ântero-posteriores de adaptação aos movimentos. Isso mantém o
um púbis em relação ao outro) e uma rotação equilíbrio do corpo durante a marcha, corrida e
de três graus [1,20]. Essa mobilidade é atividades diárias [25,30]. Os movimentos e
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forças gerados em uma das articulações do anel abdominais e adutores. Também é fundamental
pélvico afetam as outras, interligando-as na uma boa elasticidade músculo-ligamentar na
função e na disfunção [40]. sínfise púbica [11].
Deste modo, uma lesão sacro-ilíaca interfere Com o intuito de mostrar a real relação entre
claramente no funcionamento da sínfise púbica. esses músculos, que formam um ponto de
Ocasionada por trauma ou qualquer outro fator, convergência na sínfise púbica, foram
essa disfunção leva a alterações posicionais de realizados diversos estudos eletromiográficos,
um ilíaco em relação a outro (ilíaco em demonstrando que a atividade elétrica máxima
posterioridade ou anterioridade). A torção dos músculos abdominais e adutores no chute
gerada causa estresse na sínfise púbica, levando não ocorrem simultaneamente, mas sobrepõe-
a disfunções em superioridade ou inferioridade se harmonicamente. Outros estudos confirmam
[5,20,29]. Além disso, uma lesão sacro-ilíaca a presença de atividade elétrica nos músculos
crônica exerce importante influência nos tecidos adutores, enquanto os abdominais estão em
moles. Alguns músculos ficam rígidos e atividade. Outra importante descoberta foi a
contraturados, como os posturais (piriforme, relação quantitativa entre contração de
isquiotibiais, tensor da fáscia lata, adutores da musculatura adutora e abdominal. A
coxa e iliopsoas), outros atrofiam e enfraquecem musculatura adutora contrai-se muito mais que
(abdominais, glúteos e vastos). Um músculo a abdominal [11].
curto e rígido (encurtado) não se alonga A maior força muscular dos adutores
espontaneamente, necessitando que forças encontrada em atletas é indicação da
extrínsecas que o façam. Uma vez não necessidade de fortalecer os abdominais (já que
alongados, instalam-se mudanças adaptativas eles são mais exigidos) para reequilibrá-los,
pela posição de estiramento e fraqueza a que antes que quaisquer sintomas apareçam. Trata-
os antagonistas são submetidos. As posturas se de uma medida indispensável para prevenir
anormais decorrentes deste tipo de alteração a pubalgia e outras patologias da região [11].
funcional podem ser incorporadas, tornando-se Se não bastasse essa simbiose entre adutores
permanentes [37]. e abdominais, ocorre ainda durante o chute um
Os movimentos normalmente impostos à movimento assíncrono dos membros
sínfise púbica na marcha, aumentam superiores, sobrepondo -se aos picos de
consideravelmente durante a prática de alguns contração de adutores e abdominais. Assim,
gestos desportivos, sendo provavelmente o para que os chutes sejam corretamente
chute o movimento que gera o maior estresse executados, é fundamental também uma boa
[11]. Na primeira fase (preparo para o chute), o mobilidade da sínfise púbica [11]. Para verificar
membro inferior que chuta move-se em a relação entre rigidez na sínfise púbica e dor
extensão, abdução e rotação externa, com flexão na inserção dos adutores, um estudo foi
de joelhos. O membro inferior de apoio sofre realizado com 12 atletas de futebol que não
uma ligeira inclinação pélvica com o quadril responderam ao tratamento conservador. Eles
flexionado e aduzido. Na segunda fase (contato foram submetidos a um procedimento cirúrgico
com a bola), o quadril do membro que chuta de ressecção do tendão do músculo adutor curto.
realiza uma rotação interna, flexão e adução e o No pré- operatório, todos os pacientes
joelho é estendido. O membro de apoio começa apresentavam uma diminuição da mobilidade
a estender-se enquanto a adução é mantida. Na da sínfise púbica. No pós-operatório, o aumento
terceira fase (redução de velocidade, depois do de mobilidade registrado foi de 0,89 a 1,85
contato, pela inércia do chute), o membro milímetros. O estudo demonstrou a relação
inferior que chutou encontra-se numa rotação existente entre a diminuição da mobilidade e a
externa instável máxima e adução. O membro dor na inserção dos adutores [11].
contralateral está em rotação interna e a adução Entende-se que uma das etiologias da
é mantida [11]. Há contração dos músculos pubalgia advém de uma solicitação excessiva
abdominais para estabilizar o tronco e frear a dos adutores e fraqueza da musculatura
inércia [1]. abdominal. Além deste fator, um outro aspecto
Para que a cadeia cinética do chute seja biomecânico não pode ser ignorado, certamente
desenvolvida sem problemas, há necessidade o fator causal mais importante da pubalgia
de equilíbrio entre as forças musculares de crônica. Acredita-se que a prática desportiva ou
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brevemente em contato com uma região aparelhos que simulam o esquiar [40]. Também
específica do tecido. A seguir, o tecido é exposto são introduzidos alongamentos dos músculos
à temperatura do tecido. Segundo, a ação dessa pélvicos, com inserção proximal na sínfise
massagem estimula os mecanoceptores mais púbica adutores [3, 5,10,11,12,19,31, 32,40,41,
completamente que outras formas de 45] e abdominais [3] e em geral a do quadril
crioterapia [23]. [4] (isquiotibiais [3,5,11,12], glúteos [3],
O repouso relativo é recomendado por duas rotadores [3,5,12,31] e flexores [3,5,11]).
semanas até cinco meses em alguns casos [3]. Numa fase mais avançada de tratamento, o
Outros referem êxito com períodos de quatro a fortalecimento muscular deve ser introduzido,
oito semanas [25]. especialmente para musculatura adutora e
A terapia medicamentosa tem seus abdominal [3,10,11,40,41,45]. Uma recomenda-
resultados muito comentados, com relatos de ção importante é a de nunca tentar fortalecer
sucesso, mas com uso ainda muito controverso músculos com dor. O exercício é realizado
[44]. Um estudo prova que apesar de tratar-se inicialmente de maneira excêntrica e,
de uma condição autolimitada, um retorno mais gradualmente, a técnica concêntrica é
rápido à atividade desportiva é conseguido com introduzida [3,10, 45].
uso de injeções de corticóide diretamente na Quando a dor cessar, outros exercícios de
sínfise púbica [18]. O tempo de uso de maior impacto, como agachamentos unipodais
antiinflamatórios varia muito, e chega até a 25 e uso de leg-press, também podem ser realizados
dias, de acordo com alguns autores [40]. [5].
Numa fase aguda, a hidroterapia desempe- O uso de órteses é paliativo. Shorts
nha importante função, pois sem a carga compressivo ameniza a dor na prática esportiva
gravitacional o terapeuta pode trabalhar os (prática não indicada, mas às vezes necessária)
grupos musculares encurtados e iniciar o [11,44,45]. Muletas também podem ser úteis
trabalho de fortalecimento sem dor [11, 37]. para diminuir a solicitação à articulação [41].
Nesta fase, o uso da eletroterapia também é útil, Existe concordância entre os autores de que
para controlar a resposta inflamatória local, o retorno às atividades normais devem ser
promover analgesia e cicatrização. Pode ser sempre gradual e lenta [3].
utilizado ultra-som [11,26,37,40,44,45], correntes Na pubalgia crônica (ou biomecânica),
de baixa e média freqüência (estimulação aquela com presença ou decorrência de
elétrica transcutânea, corrente interferencial desequilíbrio muscular, a abordagem
vetorial) [40], e mais tardiamente ultra-som na convencional de tratamento torna-se
sua forma contínua e corrente de alta freqüência injustificável e obviamente falho.
(ondas curtas). Ainda numa fase aguda, a A pubalgia crônica é caracterizada por sinais
massoterapia em tecidos moles pode ser de e sintomas ao nível do púbis. Esse quadro é a
grande utilidade, pois promove alívio da dor por tradução dos efeitos nocivos provocados por
relaxamento da musculatura relacionada [11,26, encurtamentos musculares das cadeias
45]. miotensivas do tronco e membros inferiores,
Quando a dor permitir, o tratamento deve que diminuem ou bloqueiam os movimentos
incluir atividades visando a manutenção do do púbis. Assim, é ilusório tratar apenas
condicionamento físico do atleta, como localmente, já que abordaríamos sintomas e não
caminhada [40], ciclismo [5,11] e natação [10, causas.
40]. A natação é especialmente recomendada O tratamento fisioterapêutico objetiva
por exigir pouco torque na sínfise púbica, assim devolver a mobilidade normal à articulação do
como o remo [5,11]. Em fases ainda críticas, o púbis e corrigir os des equilíbrios osteomio-
pullboy (flutuador utilizado entre os membros articulares (disfunções sacroilíacas, obliqui-
inferiores), anula ainda mais o impacto da dades pélvica e desequilíbrios musculares)
atividade na sínfise púbica [40]. A caminhada [30,31,37,45].
por 30 a 60 minutos/dia e exercícios para Obviamente as condutas adotadas
membros superiores ajudam a minimizar os dependem dos desvios encontrados pela
efeitos da lesão sobre o atleta [40]. Deve-se avaliação estática e dinâmica das partes
evitar atividades aeróbicas que provoquem envolvidas, sejam elas causas ou conse-
cisalhamento na sínfise púbica, como step, ou qüências da patologia. Quando avaliamos os
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introdução, material e métodos, resultados, discussão, conclusão
3. Revisão e bibliografia. O autor deve ser o responsável pela tradução do
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