Você está na página 1de 2

1.1.

ELEMENTOS CONSTITUINTES E FUNCIONAMENTO 5

A unidade central de processamento é o cérebro do CLP, tem a função de ler os valores


lógicos presentes nas entradas, executar as instruções que constituem o programa e trans-
ferir para as saı́das as ordens provenientes dessas instruções. É formada por três partes
fundamentais: o(s) processador(es), as memórias e a fonte de alimentação, como pode ser
visto na figura 1.6. Pode conter também outros elementos, como portas de comunicação,
circuitos de diagnóstico.

Figura 1.6: Elementos de uma CPU.

O processador possui como tarefa principal a execução do programa realizado pelo


usuário, entretanto possui também outras tarefas, como o gerenciamento da comunicação e
execução dos programas de auto-diagnósticos. Para poder realizar todas estas tarefas, o pro-
cessador necessita de um programa escrito pelo fabricante, denominado sistema operacional.
Este programa não é acessı́vel pelo usuário e se encontra gravado na memória não volátil
que faz parte da CPU. Existem atualmente CLPs que utilizam mais de um processador,
conseguindo assim, dividir tarefas e com isso ganhar maior velocidade de processamento e
facilidade de programação. Microcontroladores como o da Atmel, mostrado na figura 1.7,
são componentes dentro do sistema de processamento de CLPs.

Figura 1.7: Microcontrolador Atmel.

A fonte de alimentação é responsável pelo fornecimento da energia necessária para a


alimentação da CPU e dos módulos de entrada e de saı́da. Fornece todos os nı́veis de tensão
exigidos para as operações internas do CLP. Convém lembrar que, como geralmente os CLPs
são modulares, existem casos em que uma segunda fonte é necessária devido ao aumento de
consumo com a expansão dos módulos. Cada fabricante especifica as condições que tornam
necessária a segunda fonte. Certos modelos de CLPs são projetados para operarem com uma
tensão de alimentação de 220 V, outros trabalham com tensão de alimentação contı́nua de
24 V. A figura 1.8 mostra um diagrama de blocos mais completo do CLP, com a interação
dos componentes.
O sistema operacional, o programa de aplicação, as tabelas de entradas e saı́das e os
registros internos estão associados a diferentes tipos de memória. A capacidade de arma-
zenamento de uma memória costuma ser quantificada em bits, bytes, ou words. O sistema
operacional é gravado pelo fabricante, e como deve permanecer inalterado e o usuário não
6 CAPÍTULO 1. CONTROLADOR LÓGICO PROGRAMÁVEL

Figura 1.8: Diagrama de blocos de um CLP.

deve ter acesso, armazena-se em uma memória como as ROM, EPROM ou EEPROM, que
são memórias cujo conteúdo permanece inalterável mesmo na ausência de alimentação. O
programa construı́do pelo usuário deve permanecer estável durante o funcionamento do equi-
pamento e também deve ser fácil de ler, escrever ou apagar. Por isso é que para seu arma-
zenamento usam-se memórias tipo RAM ou EEPROM. No caso de serem usadas memórias
tipo RAM, será necessário também o uso de baterias, já que este tipo de memória se apaga na
ausência de alimentação. Como a velocidade exerce um papel importante na velocidade de
operação do CLP, são utilizadas memórias tipo RAM. Em sı́ntese, a memória é responsável
pelo armazenamento de todas as informações necessárias ao funcionamento do CLP.
As memórias são divididas em duas partes: instruções do programa executivo que con-
trola as atividades da CPU e instruções do programa de aplicação do usuário, esta última
parte expansı́vel.

• Memória de programa: responsável pelo armazenamento do programa aplicativo,


desenvolvido pelo usuário para desempenhar determinadas tarefas.

• Memória de dados: local utilizado pelo CPU para armazenamento temporário de


dados.

As necessidades para o armazenamento e recuperação de dados para a memória de pro-


grama e memória de dados não são as mesmas. Por exemplo, normalmente o conteúdo
da memória de dados necessita ser alterado conforme os dados vão sendo coletados. As
memórias podem ser separadas em duas categorias: voláteis e não-voláteis.

• Memórias voláteis: perdem seu conteúdo quando sua alimentação elétrica é remo-
vida. Memórias voláteis são facilmente alteradas e é recomendado para a grande maio-
ria das aplicações que utilizem uma bateria que mantenha sua alimentação, mesmo na
ausência de alimentação externa. As baterias são chamadas de “bateria de backup”.

• Memórias não-voláteis: retêm o conteúdo programado, mesmo durante uma com-


pleta falta de energia, sem necessidade de uma bateria de backup. Memórias não-
voláteis podem ser reprogramáveis ou fixas.

A seguir acompanhe a descrição dos seis principais tipos de memória e suas caracterı́sticas
que afetam a maneira como as instruções programadas são alteradas ou armazenadas em
um CLP.

Você também pode gostar