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SAÚDE – NECESSIDADES
INDIVIDUAIS EM CONTEXTO
INSTITUCIONAL
Duração: 50 HORAS
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Título: Saúde – Necessidades Individuais em Contexto Institucional
Editor: Instituto do Emprego e Formação Profissional, IP
Delegação Regional do Norte
Centro de Formação Profissional de Viana Do Castelo
Ano: 2016
Objetivos Gerais:
• Executar cuidados de higiene totais e parciais da pessoa idosa.
• Executar medidas de higiene geral relativas ao meio ambiente que
envolve a pessoa idosa.
• Executar as medidas de promoção do bem-estar da pessoa idosa.
• Reconhecer a realidade das instituições de apoio à pessoa idosa.
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ÍNDICE
INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 4
1. CUIDADOS DE HIGIENE.................................................................................. 5
1.1. Cuidados Parciais ....................................................................................... 6
1.2. Cuidados Gerais ......................................................................................... 6
2. HIGIENE GERAL ............................................................................................. 7
2.1. Limpeza e Desinfeção dos Espaços e Instalações ...................................... 12
2.2. Limpeza e Desinfeção dos Equipamentos e Materiais ............................... 14
3. MEDIDAS DE PROMOÇÃO DO BEM-ESTAR................................................... 15
3.1. Limpeza e Desinfeção Individual e Coletiva .............................................. 16
3.2. Prevenção de Úlceras de Pressão ............................................................. 19
3.3. Prevenção do Risco de Acidente............................................................... 21
3.4. Prevenção do Isolamento e Imobilismo da Pessoa Idosa........................... 28
3.5. Utilização de meios de Primeiros Socorros ............................................... 29
3.6. Adequação de Ementas............................................................................ 30
3.7. Distribuição e Fornecimento das Refeições .............................................. 31
3.8. Situações de Emergência.......................................................................... 32
4. GERIATRIA – PRÁTICAS PROFISSIONAIS ....................................................... 34
4.1. Observação Participativa no Quotidiano .................................................. 35
4.2. Análise e Compreensão das Situações Observadas ................................... 35
CONCLUSÃO ....................................................................................................... 36
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INTRODUÇÃO
O envelhecimento faz parte natural do ciclo da vida. É, pois, desejável que
constitua uma oportunidade para viver de forma saudável, autónoma e independente,
o maior tempo possível. Grande parte das vezes o idoso necessita de ajuda para
continuar a viver de forma saudável. Esta ajuda pode ser dada no conforto do seu
domicílio ou pode ser internado num lar ou instituição.
O envelhecimento deve ser pensado ao longo da vida. O ideal é, desde cedo,
ter uma atitude preventiva e promotora da saúde e da autonomia na velhice. No
entanto, existem ainda muitos preconceitos em relação à velhice, que fazem com que
esta fase de vida seja muitas vezes marcada pelo medo e não-aceitação, tanto pelo
idoso como por quem o rodeia.
Todas as pessoas têm necessidades individuais que devem ser satisfeitas na
medida em que proporcionem conforto e bem-estar. As necessidades mais básicas são
as necessidades fisiológicas como higiene e conforto, a alimentação e hidratação, a
eliminação, o sono, entre outras. O agente em geriatria é responsável ajudar ou por
satisfazer estas necessidades no envelhecimento. Assim, este profissional destaca-se
como tendo um papel fundamental e importantíssimo na promoção da qualidade de
vida dos idosos.
Este manual surge com o objetivo de clarificar a melhor forma de satisfazer as
necessidades no envelhecimento. Inicialmente são abordados os cuidados de higiene e
a higiene geral das instalações e materiais, seguem-se algumas medidas de promoção
de bem-estar, quer seja na prevenção de úlceras e acidentes, que seja na distribuição e
acompanhamento na alimentação. Por fim, são orientadas algumas práticas
profissionais no acompanhamento do quotidiano do idoso.
“Como em qualquer outra idade, na velhice,
o Homem também sente desejo de amar, de se sentir amado,
de continuar a ser objeto de atenção e de afeto.”
(Lopes, 1993)
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1. CUIDADOS DE HIGIENE
O ser humano tem necessidades humanas básicas (NHB), sendo estas comuns a
qualquer ser humano. É algo que para a pessoa é imprescindível para sobreviver ou
funcionar o mais adequadamente possível, de tal modo que atinja um nível de
equilíbrio satisfatório.
As necessidades de primeiro nível são as necessidades fisiológicas. São
necessidades que devem ser atendidas, pelo menos em nível mínimo, para a
sobrevivência do corpo. São exemplo a higiene e o conforto.
Sendo a higiene e conforto um item a abordar neste módulo, torna-se evidente
explorar a sua importância. Deste modo, importa ainda referir que todas as pessoas
têm uma perspetiva individual das necessidades de higiene e conforto.
Cultivar hábitos de limpeza do corpo é essencial para garantir a saúde de todo o
organismo, contra os estímulos externos, com destaque para o ataque de
microrganismos. E é justamente a incapacidade de perceção às investidas desses seres
que dá à higiene um papel fundamental para o bem-estar do corpo.
Os mecanismos de higiene pessoal devem ser aplicados em todo o corpo de
forma global e incentivados desde os primeiros anos de vida. São atitudes simples e
indispensáveis, como a de lavar as mãos antes e depois de fazer necessidades
fisiológicas. Isso porque tanto a falta de lavagem das mãos quanto a má limpeza da
região anal podem ajudar a transmissão do vírus da hepatite A, por exemplo. Vivemos
numa época de enorme transformação e evolução tecnológica, onde a pressa de viver
e de fazer em menos tempo é cada vez mais evidente, remetendo para segundo plano,
aspetos como a privacidade nos cuidados.
Todo o indivíduo tem necessidades que precisam de ser satisfeitas. A
dependência no idoso surge com o passar dos anos e com a perda de algumas das suas
capacidades. Esta pode agravar-se devido à ausência de apoio e de afeto familiar, que
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leva à solidão e ao isolamento. Dependendo do tipo de ajuda que as pessoas
necessitam trata-se de ajuda parcial ou total.
Com o passar dos anos ocorrem determinadas alterações no corpo humano.
Esta situação leva a perda de capacidades ao nível do equilíbrio, da mobilidade, visão,
audição, músculos, ossos, entre outros… Assim, sentem maiores dificuldades na
satisfação de necessidades como a higiene pessoal, o conforto, o vestir/despir e a
mobilidade.
Nos cuidados prestados ao utente as necessidades fisiológicas têm uma
dimensão importantíssima no bem-estar deste, já que muitos deles dependem dos
prestadores de cuidados para a satisfação das mesmas. A satisfação das NHB do utente
têm por base a prestação adequada dos cuidados humanos básicos.
Uma boa higiene compreende todo o conjunto de medidas que se deve ter em
conta para que o utente tenha a pele, cabelo, unhas, dentes e boca em boas
condições. Os cuidados de higiene devem ser, na medida do possível, realizados pelo
próprio utente, a fim de preservar a sua autonomia. Quando este não conseguir deve
ser auxiliado, incentivando-o sempre. Uma boa higiene pessoal é imprescindível para a
saúde e bem-estar de qualquer individuo. Além da limpeza da pele, uma boa higiene
permite, também, o conforto físico e psicológico, um sentimento de bem-estar e evitar
possíveis infeções.
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acamados deverão usar o cabelo curto; Cuidado com: Ferimentos na pele; Constipações;
Lesões músculo-esqueléticas.
• Material: Luvas de látex ou vinil; Arrastadeira ou urinol; Bacia com água, gel de banho (pH
neutro) e champô; Toalhas; Esponjas/manápulas, compressas e cotonetes; Escova e pasta de
dentes copo, desinfetante, vaselina; Secador de cabelo, se necessário; Creme
hidratante/óleo de amêndoas doces e vitamina A; Roupa para mudar o doente; Roupa para
mudar a cama (lençol de baixo, resguardo, lençol de cima, cobertor, colcha e fronhas);
Fralda, se necessário; Corta-unhas ou tesoura e escova do cabelo; Sacos.
Procedimentos
1. Distribuir o material em lugar funcional e acessível;
2. Lavar as mãos;
3. Calçar luvas limpas e vestir o avental de proteção;
4. Explicar o procedimento ao utente e pedir a colaboração;
5. Retirar as almofadas e a roupa da cama (colcha e cobertores), deixando o utente tapado
com o lençol;
6. Oferecer a arrastadeira/urinol;
7. Assistir/posicionar o utente em decúbito dorsal.
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9. Caso o utente tenha placa dentária, retirar a placa e lavar com água, escovando-a com a
escova de dentes e dentífrico apropriado;
10. Se o utente estiver inconsciente ou desorientado, lavar a boca com compressas enroladas
em espátulas, embebendo-as em água e elixir.
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1. Começar pelo membro mais afastado;
2. Destapá-lo e colocar a toalha esticada sob o membro;
3. Dispor a bacia com água ao utente para emergir e lavar as mãos, segundo a sua
possibilidade;
4. Lavar e secar bem o membro, dando especial atenção e aos espaços interdigitais, prega do
cotovelo e à região axilar;
5. Proceder de igual modo para o membro mais próximo.
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4. Lavar e secar as costas;
5. Lavar e secar a região nadegueira;
6. Aplicar vitamina A, se necessário (na região nadegueira);
Trocar água e esponjas/manápulas
• Retirar as luvas;
• Fazer a base da cama;
• Proceder à aplicação de creme hidratante ou óleo de amêndoas doces e massajar o corpo do
utente (não massajar zonas de pressão já ruborizadas);
• Vestir o utente;
• Terminar de fazer a cama;
• Assistir no posicionamento/posicionar o utente.
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Cabelo
A higiene dos cabelos deve ser feita frequentemente, no
mínimo três vezes por semana. Diariamente inspeciona-se o couro
cabeludo observando se há feridas, piolhos ou áreas de quedas de
cabelo. Os cabelos curtos facilitam a higiene, mas lembre-se de
consultar a pessoa antes de cortar os cabelos, pois ela pode não concordar por questão
religiosa ou por outro motivo.
Unhas
Cortar as unhas em pequenas porções, e de forma que fiquem
em quadrado pois evita que encravem.
Barba e bigode
Deve ser realizada a tricotomia facial de 48/48h ou de acordo
com a rotina do utente. Deve-se aparar a barba e o bigode sempre que
se justifique.
2. HIGIENE GERAL
O agente em geriatria é também responsável pela higiene geral dos espaços,
instalações, equipamentos e materiais do local de trabalho.
Uma adequada limpeza e desinfeção do meio envolvente da pessoa são
medidas cruciais para prevenir e reduzir as infeções cruzadas em utentes e
profissionais, bem como para minimizar a gradual deterioração das superfícies.
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A desinfeção é o processo pelo qual se eliminam quase todos
os microrganismos patogénicos, à exceção dos esporos bacterianos.
Pode ser feita por processos químicos e físicos. Esta pode ser afetada
por diversos fatores como a limpeza prévia do material, o período de
exposição ao desinfetante, a concentração da solução desinfetante,
a temperatura e o pH do processo de desinfeção.
Antes de se proceder à limpeza ou desinfeção de qualquer espaço ou material
devem ser consultadas as políticas internas ou plano de higienização da instituição. Na
maioria das instituições, existem técnicos responsáveis por esta tarefa. Se este
trabalho for efetuado no domicílio, não existem planos de higienização mas devem ser
seguidas algumas normas de limpeza idênticas às efetuadas nas instituições.
O trabalhador durante a limpeza e desinfeção de espaços ou objetos sujos, com
sangue ou de outras secreções orgânicas, deve usar equipamento de proteção
individual, como luvas, avental, máscaras e/ou proteção ocular.
O profissional de limpeza deve ter preparação/formação para atuar
especificamente no local de trabalho. Esta formação deve ser proporcionada pela
entidade patronal em local e momento oportuno.
As tarefas de limpeza podem ser feitas de várias maneiras de modo a cumprir
os objetivos com o mínimo de esforço pessoal, bom uso de tempo e sem desperdícios.
As superfícies fixas como pisos, paredes, tetos, portas e mobiliários não apresentam
risco significativo de transmissão de infeção, tornando-se desnecessário a desinfeção
de rotina. Nas superfícies que se manifestem sujas deve ser utilizada água e sabão.
Tipo de limpeza
De acordo com a abrangência e objetivos a atingir, podem estabelecer-se
diferentes frequências de limpeza:
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• Limpeza imediata: pode ser realizada a qualquer momento do dia, se ocorrer
qualquer sujidade; normalmente é solicitada pelo profissional de saúde ou
constatada pelo funcionário do serviço de limpeza.
• Limpeza corrente: realiza-se diariamente; inclui limpeza e arrumação simples.
• Limpeza de conservação (semanal): realiza-se uma vez por semana para
conservação ambiental.
• Limpeza global (mensal): limpeza completa e a fundo; contempla todas as
estruturas.
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Tal como referido anteriormente, antes de se proceder à limpeza ou desinfeção
devem ser consultadas as políticas internas ou plano de higienização da instituição.
Apesar de vincular alguma informação no plano de higienização acerca dos
instrumentos e produtos a utilizar na higienização o profissional
poderá ter a necessidade de utilizar outras formas diferentes.
Para efetuar a limpeza e desinfeção dos equipamentos e
materiais existem instrumentos que facilitam as operações.
Estes utensílios são tão variados que em cada caso devem ser selecionados os mais
adequados a cada tarefa. Os utensílios mais comuns são a vassoura, a mopa, a
esfregona, o rodo, a sabrina, a pá, a esponja, o esfregão, o limpa vidros, o espanador, o
balde de limpeza e o balde do lixo, entre outros.
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3. MEDIDAS DE PROMOÇÃO DO BEM-ESTAR
Para além das diversas pessoas com quem o agente em geriatria pode
trabalhar, também ele próprio deve manter medidas de limpeza e desinfeção.
A importância do uniforme profissional vai além de uma boa comunicação. O
uniforme é um fator de segurança em situações de risco para o funcionário, conforto e
boa impressão do público externo em relação à imagem da instituição.
Para além da farda de trabalho, a medida fundamental na prevenção do
controlo das infeções baseia-se na lavagem correta das mãos. As mãos são a forma de
disseminar microrganismos (principal via de transmissão) e uma lavagem de mãos bem
feita pode evitar o desenvolvimento de muitas doenças, como herpes, constipações e
conjuntivite.
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Entre outras situações, é recomendada a lavagem das mãos nas seguintes
situações (Potter, 2006):
• Quando se manifestam sujas;
• Antes e depois do contacto com o utente;
• Antes de realizar procedimentos invasivos;
• Após contacto com uma fonte de microrganismos (sangue ou fluidos
orgânicos);
• Depois de descalçar as luvas (o uso das luvas não elimina a necessidade de
lavar as mãos).
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Quando a lavagem das mãos não pode ser realizada indica-se, nas mesmas
situações, a fricção antisséptica das mãos.
Lavar as mãos deve fazer parte da rotina de todos para se conseguir controlar a
transmissão de infeções.
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3.2. Prevenção de Úlceras de Pressão
As úlceras de pressão (UP), por vezes chamadas de escaras ou úlceras de
decúbito, afetam em primeiro lugar os doentes crónicos com mobilidade diminuída, os
idosos e as pessoas em estado terminal. Provocam sofrimento desnecessário nos
utentes e familiares e constituem um encargo dispendioso para os serviços de saúde.
O seu aparecimento é um processo que está intimamente relacionado com os
cuidados de saúde proporcionados ao utente. Quanto maior qualidade tiverem os
cuidados de saúde menor será a incidência das úlceras de pressão. Contudo, há
utentes que apesar de receberem ótimos cuidados de enfermagem desenvolvem
úlceras de pressão.
Úlcera de pressão é uma área localizada de
morte celular, que surge sob proeminências ósseas. A
pele é irrigada pelo sangue que leva o oxigénio a
todas as células. Se essa irrigação for interrompida
(isquemia) durante mais de 2 a 3 horas, as células
morrem (necrose), a começar pela camada mais
externa da pele (epiderme). Este tipo de feridas
classifica-se, atualmente, em quatro graus ou estádios, progredindo de uma forma
lógica através da lesão da epiderme, da derme, tecido subcutâneo e muscular,
expondo numa fase final o osso.
Para evitar o aparecimento de úlceras devem-se
manter ótimos cuidados de saúde.
Para a manter a integridade é preciso saber que
o fator principal é o excesso de pressão local. Assim, as pessoas têm que ser mudadas
frequentemente de posição (pelo menos a cada duas horas), não podem ficar deitadas
ou sentadas em superfícies duras, devendo usar colchão e/ou almofada de ar e as
proeminências ósseas têm que ser protegidas com almofadas ou travesseiros macios e
os pés precisam de ser elevados.
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Também a forma inadequada de movimentar a pessoa contribui para o
surgimento de úlceras de pressão. Deve-se evitar arrastar ou deixar que a pele fique
pressionada contra os lençóis na posição incorreta, causando fricção. O uso de um
resguardo sobre o lençol debaixo do utente permite que este seja levantado durante a
mudança de posição e não arrastando, porém a movimentação precisa ser feita por
pelo menos duas pessoas. Recomenda-se também evitar que as costuras de lençóis
fiquem em contacto com a pele, assim como dobras de resguardos de cama e botões
nas roupas.
O exame diário e frequente da pele auxilia a identificar o início da úlcera
precocemente e a avaliar o que precisa de ser mudado no cuidado para que a úlcera
não ocorra ou que seja resolvida antes do seu agravamento. Para além disso, a pele
deve ser mantida seca e hidratada adequadamente.
É importante utilizar materiais de prevenção de úlceras de pressão, tais como
colchão de pressão alterna, proteção calcanhar ou cotovelo; tendo em conta que
nenhum destes materiais é eficaz se o
utente não for mudado de posição
regularmente.
As zonas mais frequentemente
afetadas são as seguintes: sacro (osso
triangular da base da coluna vertebral),
calcâneos (calcanhares), cotovelos,
maléolos (tornozelos) externos, trocânter (parte superior de fémur) e tuberosidades
isquiáticas. No entanto, as úlceras de pressão podem aparecer em qualquer zona do
corpo, dependendo a sua distribuição das condições funcionais do utente e da área
que se encontra sujeita à pressão.
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3.3. Prevenção do Risco de Acidente
À medida que se envelhece, os músculos perdem elasticidade, os reflexos ficam
mais lentos, os ossos mais frágeis, a visão e audição ficam prejudicadas, entre outras
alterações. Por esses motivos, os idosos podem sofrer diversos tipos de acidentes quer
em casa, quer na rua ou nas instituições que frequentam/onde vivem.
Com algumas medidas simples e modificações fáceis de serem executadas,
pode-se tornar os lares mais seguros e adaptados aos moradores mais velhos,
contribuindo para uma vida com maior qualidade.
3.3.1. Quedas
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Medidas de Prevenção de Quedas
Para além dos riscos relacionados com a saúde, o ambiente e os
comportamentos individuais, a prevenção dos acidentes deve ser um lema de vida. Às
vezes, a alteração de hábitos através medidas simples, pode evitar muitos acidentes.
Casa
Fechar portas e janelas podem prevenir assaltos e crimes violentos;
Mobília de apoio deve estar fixa (sempre sem rodas);
Cama e cadeiras não devem ser demasiado baixas ou altas;
Tapetes e passadeiras devem ser antiderrapantes e devem existir o mínimo
possível;
Sofás com braços largos para servir de apoio aos movimentos;
Os degraus devem ser substituídos por rampas de inclinação leve;
Existência de corrimão e proteção antiderrapante e os beirais dos degraus
devem ser pintados com cores facilmente identificáveis;
Orientar o idoso para descer as escadas de lado, mantendo sempre a mão mais
firme no corrimão;
Evitar objetos no caminho de passagem do idoso;
Proporcionar boa iluminação das divisões e interruptores acessíveis;
O relvado, o jardim, o pátio, as passagens para carros e os passeios devem estar
desimpedidos, sem buracos, fendas ou outras irregularidades.
Casa de banho
Colocar barras de apoio e tapetes antiderrapantes;
Não deixar o idoso sozinho a tomar banho;
Não permitir que o idoso circule no chão molhado.
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Outras medidas importantes
O calçado deve ser ajustado, com solas antiderrapantes, com saltos largos, com
presilhas ou atacadores, de forma a segurarem bem o pé no sapato.
Desincentivar o uso de chinelo;
Desaconselhar o uso de camisa de noite, roupão ou outro vestiário comprido;
Incentivar ao uso de óculos, caso necessite de corrigir a visão;
Incentivar o uso de ajudas técnicas à deambulação segura, caso necessite;
Fomentar uma alimentação equilibrada;
Desaconselhar o uso de álcool em excesso;
Incentivar a participação em atividades físicas com regularidade;
Ser cuidadoso na administração de medicação, evitando erros de sobredosagem.
3.3.2. Intoxicações
Intoxicações medicamentosas
Fatores de risco:
Sobredosagem;
Hipersensibilidade do organismo, originando
reações alérgicas ao medicamento;
Interações entre medicamentos;
Efeitos secundários da medicação.
Ação:
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Embora todos os medicamentos possuam uma ação benéfica mais ou menos
específica, a maioria deles, mesmo administrados em doses corretas, podem
igualmente originar vários efeitos secundários adversos, de maior ou menos
envergadura.
No entanto, o principal perigo da maioria dos medicamentos é a sua
administração incorreta, em doses demasiado elevadas, pois podem originar uma
verdadeira intoxicação. De facto, a intoxicação por medicamentos constitui,
atualmente, um fenómeno bastante frequente, sobretudo nas pessoas idosas.
Embora praticamente qualquer medicamento administrado em doses elevadas
possa provocar uma intoxicação, os que mais frequentemente provocam este acidente
são os analgésicos, por serem os mais utilizados, e os sedativos e hipnóticos de
utilização mais comum nos idosos.
Caso esteja perante uma pessoa que evidencie sinais (o que se vê) e sintomas
(o que o doente refere) graves de uma intoxicação aguda, deve-se atuar como uma
emergência, ligando 112 (Número Nacional de Emergência).
De qualquer forma, enquanto a assistência médica não chega, deve-se tentar
obter o máximo de informação sobre as possíveis causas de intoxicação: qual a
substância(s), quando, como e qual a quantidade ingerida ou inalada, quais os sinais e
sintomas que apresenta, informações fundamentais para que a equipa médica possa
identificar com exatidão o tóxico e proceder rapidamente ao tratamento
correspondente.
Após obter o máximo de informação também poderá ligar para o Centro de
Informação Antivenenos (CIAV) do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM)
através do telefone 808 250 143. O CIAV presta todo o tipo de informações relativas ao
tóxico (neste caso, medicamento), quadro clínico, terapêutica e prognóstico da
exposição a tóxicos. O CIAV fará uma orientação específica relativamente aos
procedimentos a adotar dependendo das informações fornecidas.
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O recurso ao vómito para eliminar o tóxico ou qualquer outra medida de
recurso a antidoto deve ser sempre orientado por assistência médica. De referir que,
caso se trate de um tóxico corrosivo, o vómito poderá provocar lesões mais graves.
Para além disso, poderá ser necessário efetuar medidas de primeiros socorros,
sendo estas medidas orientadas pelos profissionais contatados telefonicamente.
Ação:
Utilizar apenas aparelhos que obedeçam às normas de segurança;
A manutenção dos aparelhos deve ser realizada por técnicos de gás
devidamente creditados;
Guardar as garrafas de gás e aparelhos com gás em locais apropriados, com
materiais incombustíveis e bem ventilados e no exterior da habitação;
Se suspeitar de fuga de gás: chame os bombeiros ou os técnicos da empresa do
equipamento.
3.3.3. Atropelamentos
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destreza do idoso ficam comprometidas, associadas às dificuldades sensoriais ao nível
da visão e audição, comprometem, por exemplo, a passagem pelas passadeiras que
deve ser muito cuidadosa. Esta limitação associada à pressão do ambiente rodoviário,
que não é compassivo com tais situações, torna-o vulnerável.
Este grupo etário apresenta também uma elevada taxa de mortalidade,
relacionada com a maior debilidade física e por apresentarem
maior dificuldade na recuperação pós-acidente.
Os profissionais de saúde podem ser intervenientes
ativos neste âmbito promovendo ações na
comunidade onde se discuta, chame a atenção e
se encontrem soluções para esta problemática.
Comportamentos seguros:
Circular sempre nos passeios e nestes do lado direito. Caso não exista passeio,
circular pelo lado esquerdo, de frente para os veículos e o mais longe possível
da faixa de rodagem. Quando circular em grupo, em passeios estreitos, bermas
ou em estradas sem berma ou passeio, deve ser em fila indiana;
Atravessar sempre num local seguro: passadeira, passagem para peões ou
junto a sinais luminosos. Evitar atravessar em locais junto a objetos que possam
esconder, a curvas, a cruzamentos e entroncamentos sem passagens
protegidas;
Ao atravessar passadeira deve ser pelo lado direito. Deve olhar para a
esquerda, para a direita e novamente para a esquerda para verificar o trânsito;
Atravessar apenas se não houver trânsito ou se os veículos já estiverem
parados;
Durante a noite deve-se usar material refletor, ficando mais visível;
A entrada e saída de viaturas deve ser realizada sempre pelo lado direito e
apenas quando o veículo estiver parado.
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3.3.4. Incêndios
Segurança em casa
Sempre que possível a casa principal deve estar ao nível do rés-do-chão para
facilitar uma eventual saída em caso de emergência;
Como medida de segurança, poderão instalar-se detetores de incêndio em
todas as instalações de casa. Se houver problemas de audição, existem no
mercado alarmes que contornem esta situação (ex.: emitem um alarme de
vibração e com luz);
Praticar regularmente simulações de incêndio e os caminhos a percorrer para
abandonar a residência, em caso de emergência;
Se houver alguém com dificuldades na mobilização, deve estar alguém
disponível para ajudar a fazê-lo;
Manter portas e janelas que sejam fáceis de abrir através do interior de casa;
Manter o telemóvel por perto para chamar ajuda em caso de emergência.
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O número de funcionários presentes no edifício, mesmo durante a noite, deve
ser suficiente para evacuar todos os idosos que necessitem de auxílio;
As diferentes divisões do edifício devem estar separadas com portas corta-
fogo;
As saídas de emergência devem estar devidamente sinalizadas e devem estar
desobstruídas.
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Assim, a forma mais eficaz de eliminar ou reduzir nas vítimas as sequelas que
resultam destes incidentes, é através do socorro prestado nos primeiros minutos que
sucedem ao incidente. A eficácia deste primeiro socorro será tanto maior quanto
maior for a formação do socorrista.
A pessoa que presta socorro deverá saber o que está a fazer!
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No idoso ativo recomenda-se o consumo de refeições ricas em verduras (folhas
verdes escuras), legumes (duas vezes por dia) e frutas (três vezes por dia), cereais
(arroz, aveia, farinha de trigo integral), feijão e sementes de linhaça.
Estes alimentos possuem micronutrientes com propriedades antioxidantes e
protegem as células contra a ação dos chamados radiais livres. É indicado o consumo
de gorduras saudáveis amêndoas, abacate e azeite de azeitona e diminuir os fritos
(gorduras saturadas) da alimentação.
A hidratação é fundamental para o idoso ativo e deve ser provisionada ao longo
do dia (6 a 8 copos por dia) entre água, suco de frutas naturais (sem açúcar) e chá de
ervas. A ingestão de proteínas animais (frango, peixe, peru) deve ser diária, bem como
de carnes vermelhas magras (2 a 3 vezes por semana), leite e seus derivados (1 a 2
vezes por dia).
Acompanhamento de refeições
O auxílio nas refeições passa por ter em conta quais as restrições físicas e
patológicas dos doentes e assim poder dar o apoio que estes necessitam dependendo
do grau de dependência.
Lipotimia/Desmaio
É a perda da consciência, podendo ficar um tempo longo ou apenas por alguns
segundos. Identificar a causa deste desmaio é muito importante para poder intervir de
maneira correta, para que este incidente não volte a acontecer.
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Escoriações
As escoriações são consideradas como o tipo de lesão mais habitual. Consistem
numa lesão superficial na pele, provocada por um traumatismo ligeiro, que se cura
rapidamente sem deixar cicatrizes. Os primeiros socorros a tomar numa situação de
escoriação são os seguintes:
“Um acidente é sempre inesperado e pode ser grave, com um risco de vida. Salvar uma vida
depende de uma resposta corajosa e rápida e de um desempenho adequado.”
Maria do Céu Machado
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4. GERIATRIA – PRÁTICAS PROFISSIONAIS
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CONCLUSÃO
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BIBLIOGRAFIA
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Procedimentos, (pp.41-45). Loures: Lusociência.
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