Você está na página 1de 43
MINISTERIO DE MINAS E ENERGIA SECRETARIA DE GEOLOGIA, MINERACAO E TRANSFORMACAO MINERAL CPRM - SERVIGO GEOLOGICO DO BRASIL GEODIVERSIDADE DO ESTADO DO TOCANTINS PROGRAMA GEOLOGIA DO BRASIL LEVANTAMENTO DA GEODIVERSIDADE ORGANIZAGAO icio Gomes Rocha Goiania, Brasil 2019 ‘CREDITOS TECNICOS LEVANTAMENTO DA GEODIVERSIDADE DO ESTADO DO TOCANTINS ‘COORDENACAO NACIONAL Departamento de Gestio Territorial Iie adele se Lar i Nan gsi Bares aos Nana flsrdo Os 3, Cootdenacaa de Geoprocessamento fda Base se Dados de Geosiersdade Tn angeles Borel Bo ‘Wana Angeice Bavets Ramos Nawal Eduardo Dur geal oro hae Shnute Dan havc Sou rasizacag do ine Geodiversidade So Fntads de Tocantins Sistema de Informacio Geogratica leinute co Maps Mana Adeiose Mora ow av er Dataset Souce ‘Apoio Banco de Dados, 16 ¢ Derenvolimento a fase Geodivesidade Divsso de Geaprocessamento IDIGEOR) Hat Sha Oo: Londo Bre Er Bsmareda sia esta Sano Colaborasao stone august Soares Face Projeto GraficofEditoracao Departamento de Relaces nstitucionaise Sivalgaca (OERD} Divsco de Marketing e Dvulacao (IRTARK) {padrao capatersbalager) jarani Rovna S Departamento de ApoiaTécrco (DEPAT) Dhusso de Eltoracao Gera (DIEDIG) [projeta de edvoseso ciagramacto) Nina Jos abreast Pear aie Bares tla ‘nes Amazo Canine tn (pup de editor) “Superintendéncia Regional de Salvador (SURES-SA) Gefénca de Inaestutura Geocent fia (GERI {editorscaa) “Superintendéncia Regional de Manaus ‘SUREG I SGerdnca de Relacoes institucional e Desenvolvimento (GERI) (projeto de maltimidia) retarada She Hoa ind Gort ais Ps FoTos BA CAPA 1. Potencial Minera extracao de alr ra Mina Moro manip aga ca Contusao 2 Polen luriico: embraces na marge nce Cabela 3 Avatiy toi da Formiga- Parque Estadual do Jalan Fecha, Waurisio Gomes, eodersidede do Este Faure Gomes Rota VOR, Ihre igta foteritoral Bras antirs 1.1, Tle, cob 557.0981 Este produto pode ser encontrado em ywwww cpr. br e seusin.cprm gov br 4 ORIGEM DAS PAISAGENS DO ESTADO DO TOCANTINS is Mangabeiras 67 secado do Tocantins 67 80 Referencias 82 INTRODUCAO, A qeogratia fisica do estado do Tocantins carac teriza-se por um predominio de vastas supertices aplai- hadas posicionadlas em cotas modestas @ por vezes interrompidas por extensos alinhamentos serranos ‘as superticies de aplainamento apresentam um leve caimento regional cle sul para norte e truncam um dv adlo conjunto de unidades litolégicas, sendo drenadlas, plas bacias hidregraficas dos rios Tocantins e Araguata I confiquracdo geomertologica regional atesta um grau avancada de denudlacio associado 2 um relativo, mas proiongado periode de estabildade tecténice ao longo do Cenozoico (Figura 4.1). Entretento, ressalta-se a laste ea nordeste, um conyunto de planaltos dissecados, baixos plats ¢ chapadas modeladas por rochas sedimentares, das bacias intracraténicas do Pamaiba ¢ Sanfranciscena que apresentam idade paleozoica a mesozoica. Por fim. sobressase, a sudloeste, a bacia sedimentar quaternatia da tina do Bananal que, a despeito de notavel estabilidade morfotectinica expermentada pela regiéo, representa tuna imensa area de susiéncia tectonics controlada pelo arnoso lneamento Transbrasilano {SCHOBBENHAUSet al 1975; ALMELDA@t al, 2000: BRITO NEVES & FUCK, 2073), que corta grande parte do ternitére brasileiro ern lnecao sudoeste-nordeste © estado do Tocantins caracteriza-se por abarcat terrenos de dois dominios morfoclimaticos distintos © Dominio das Tetras Banas Hlorestadas Equatorias da Amaz6nia, a0 norte, unto & regigo denorminada de Bo do Papagaio: e 0 Dominio dos Chapedées Semiumidos Tropicais do Cerrado, a0 longo do centro-sul do Tocantins alem de registrar uma extensa faixa de transicSo entre 25525 dois dominios morfoclimaticos (4B'SABER, 2003) Fste autor destaca que os cerrados da depressao interpla naltica dos ros Tocantins © Ataguaia so.0s que subsister fem cotas mais barxas no Brasil, numa zona de transicao ecologica que sofreu importantes vatiacées ao longo do Quatemaro (AB'SABER 1981), De fato, € marcante o contraste climatico entre o dominio tropical semiimido do centro-sul ¢ sudeste do Tocantins, com precipitacao media anual entre 1,200 ¢ 7.500 mim, ¢ 6 dominio tropical «a subequatorial umido do norte ¢ oeste do Tocantins, que alcanca valores de precipitacgo média anual entre 1700 22.100 mim SOUSA et al, 2072) (Do ponto de vista hidrolégico, na paisagem dos cerradas predominem rios perenes porque, e despeito de apresentar luma estiagem expressiva, de d a 6 meses, tpica de um cima tropical seritmnico, apresenta predornina de solos profundos, bem drenados e porosas, pabres em nutnentes @ acidos, por vezes laterzados, com grande ocomréncia de Latossolos Distficns, Neossolas Quartzarénicos Grticos e Pintossolos Petticos, que apresentam elevadas taxas de infil ‘racaoe qrande capacidadle de aimazenamento de agua. Ho verao, © grande volume de agua que precipita entre outubro fe marco 6 retida pela solo nos gtandes chapadtes de releve preticamente plano, No nverno seco, entremao esetembio ‘corre uma continua descarga hidtica para os canais luviels, mantendo-os perenes. fm decorténcia, 0 lencol d'agua atesenta uma grande vanacao sazonal do sou nivel fretico originando processos de lateizacdo e formacao ce camadas, subsuperficiais com concentracao de plinita (horzontes| plinticos) cuja volucdo, por essecamento eendureamento inreversivel, origina as couracas fertuginasas, tipicas vastas regides no Tocantins ¢ de todo o Centro-Ceste do Bras De forma sinlelica, destacam-se quatro padrées mor folégicos que prevalecem no estado do Tocantins. 0s topos dos chapaddoes em qrande parte sustentados por couracas, ferruginosas; 05 planaltos e baixos platés dissecados, fem cotas intermediarias, as depressoes interplanalticas, a vasta planicio do rio Araguata junto aha de Bananal (AB'SABER, 1962; DANIASeL al, 2008), Fstes ambientes es 130 submetidos 3 um cima quente esemiumndo, com rege Ime estacional bem defindo, com verdes chusososeinvernos| s2cos, Ainda assim, estas passaqens sao submetides a ura forte atuacéo do intempetismo quirnico com formacao de solos esessos,Inxviadose laterizados, ecobertos por uma vegetacao de cerrado que varia desde os campos certados com veredas, onde predomina vegetacgo herbacea entre arbustos esparsos, 20s cerrades, com formacbes densas de porte arbéreo. As veredas representam um ecotono singu- Tar ao longo das innas de drenagem e desempenham um papel relevante como terras imdasne bioma Cerrado, com grande significado eco © paisaqistico GO'SABLR, 1962; FERREIRA, 2608). Apenas no norte do Tocantins registra-se um regime climatico mais damido, com uma estacéo seca mas curta, que nao ultrapassa 1185 a quatro meses, |é sob o dominio da Floresta Amazénica €em seus reborlos orients, Figura 4.1 eee Com relacio as superfices de aplainamento no esta- do. do Tocantins, 0s modelos genéticos de etchplanacao (UDEL, 1982; THOMAS, 1994) © de pediplanacdo, este exaustivamente apicado no Sudeste do Brasil KING, 1956: BIGARELLAet al, 1965), parecem ser complementares explicam aprogriadamente os oracessos de evelucdo do relevo que delinearam a paisagem geomorfologica cantins a0 longo do Cenozoica. Assim send, 05 processos de ped planacao e pedimentacao pressupoem um pada erosivo comandada por processos de dasaqreqaceo me- Canica ¢ recuo a remontante das encostas, sob umn regime climético dominante que osclaria entre o semiimido & 0 semisrido, © recuo erosivo apresentado, tanto pela escar pa de Serra do Lajeado, aroxmo a Palmas, quanto pela escarpa da Serra Geral de Golds tno extremo sucdeste do Tocantins, junto a divisa com oestado da Bahia} tam, espiendidamente, este modelo evolutivo, Em outras reas do estado, 0 processo de aplainamento encontra se tao avancado que subsistem apenas esparsos inselbergs ou marros-testemunho. Por outra lado, @ inquestionavel a marcante nflusncia dointempersma quirico em ambiente quentee subimido que impera na regido. Registra-se com frequencia, por todo o estado do Tocantins, o desenvoli mento de perfis de intempersmo com dezenas de metros de espessura, Neste sentido, os oracessos de etchplanacao assumem, também, um importante panel na evolucao do televo regional De acordo com 0 modelo de evolucao por etchplanacao proposto oniginalmente por Budel (1982), as, super ficios seriam rebaixadas progressivamente por micio de uina lent denudacao das superficies de aplainamen- to, condicionadas gor um progiessivo rebaixamento do hivel de basa, Este rebaixamento sera controlado pela velocidade do intemperismo quimico atuando no contato entre a rocha sa e roche altered, Este processo gera na pawsagem complexos mantosde alteracdo, muitos dos quais exibindo espessos perfis lateriticos, maturas ou imaturos (COStAet al, 1991), tuncadios ou preservados (Figura 4.2) Figura 4.2 -Deservabimerto per vastay areas sobre as sung ‘Ge solos aabres, rotund 3505 per plainasas, COMPARTIMENTOS GEOMORFOLOGICOS A partir deste breve sumario sobre as prineipas carac: teristicas do meio fisico do estado do Tocantins, ¢ possivel promover uma anise dos compartimentos geomorfolo- gicas enstentes. Com base na interpretacio dos produtas de sensoriamenta remoto disponiveis, pertis de campo ¢ estucdos qeomorfologicos regionals anteriores (IBGE, 1993 ¢ 2007a ROSS, 1985 ¢ 1997, sOUSAet al, 2072), oastaco do Tocantins foi compart mentado em 16 (dezesseis) Dominios Geomorfolégicos Figura 4.3), descritos a seguir [i rear TZ) oprestt do ato Vale ro Tocantins [EB own rman otanin-Cne [Le one oot eo rokni TB mice to io Aran do Boras [EB eve peanut io Teg BIE creatine o-Ato io Paraiba THB cross Mangus BIR Panats zsecad co Tecan: [Es] ater ite TED eats ate do Jo (i orn tao ces Exes (5) pore Caps set sere Figura 4.3 -Do-nios geomerfolog ‘do Tocantins For

Você também pode gostar