Em 31/07/2019 às 15:20hs.
Rua Francisco Marengo, nº 1315 – Anália Franco - São Paulo/SP.
RECLAMADAS: PERITO:
1ª VIVANTE S.A. RAFAEL MARCHESINI GOBBI, 11 98922
6226 / 2972 0448, 7/31/2019
2ª REDE D'OR SÃO LUIZ S.A.
CARGO: Oficial de Manutenção, de 02/06/2017 JORNADA: Das 08h00 às 17h48 – escala 5x2 – 1
a 20/04/2018. hora de intervalo para refeição e descanso.
IMPRESCRIÇÃO: 13/06/2014 a 12/06/2019
Denisson Monteiro | EngO. de Segurança do Trabalho | CREA: 5069572289
«Alegações» | «Processo» - «Reclamante»
PROCESSO 1000764-03.2019.5.02.0040
Sumário
1. OBJETIVO
1
Conforme item II do § 1º do artigo nº. 465, incumbe às partes, dentro de 15 (quinze) dias contados da intimação do
despacho de nomeação do perito, indicar um assistente técnico;
2
Cabe à autoridade regional competente em matéria de segurança e saúde do trabalhador, comprovada a insalubridade
por laudo técnico de Engenheiro de Segurança do Trabalho ou Médico do Trabalho, devidamente habilitado, fixar
adicional devido aos empregados expostos à insalubridade quando impraticável sua eliminação ou neutralização;
3
A caracterização e a classificação da insalubridade e da periculosidade, segundo as normas do Ministério do Trabalho,
far-se-ão através de perícia a cargo de Médico do Trabalho ou Engenheiro do Trabalho, registrados no Ministério do
Trabalho, nos termos do artigo 195 da CLT.
Denisson Monteiro | EngO. de Segurança do Trabalho | CREA: 5069572289
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A presente perícia foi efetuada visando avaliar as condições e ambiente de trabalho da parte
requerente, quando do seu labor para a empresa. As avaliações necessárias foram feitas na
data de 31/07/2019, para a determinação positiva ou negativa de INSALUBRIDADE, para a
função de OFICIAL DE MANUTENÇÃO.
Conforme o Artigo 11º da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, "A pretensão quanto
Desta forma, este parecer foi elaborado com base no período não prescrito deste processo,
compreendido de 13/06/2014 a 20/04/2018, com base na data de autuação processual em
12/06/2019.
Desta forma, o período não prescrito processual abrange todo tempo de labor em questão,
compreendido de 02/06/2017 a 20/04/2018, com base na data de autuação de 12/06/2019.
Os fatos que levam este Assistente Técnico a esta conclusão, estão apresentados no laudo
que se segue.
2. CARACTERÍSTICAS GERAIS
b) Objeto da perícia
A perícia teve como objeto principal de análise, a verificação do deferimento do Exmo(a).
Sr(a). Dr(a). Juiz(a) em ata de audiência, conforme trecho referendado:
c) Participantes
NOME POSIÇÃO
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a) Dados da Empresa
Atividade Principal da Reclamada: Após consulta ao Código Nacional de Atividade
Econômica, o “CNAE” no cartão CNPJ da 1º Reclamada, “1ª VIVANTE S.A.
Local:
Paredes:
Piso:
Iluminação:
Ventilação:
Área total:
Área do setor:
Pé direito:
Identificação
FUNÇÃO DE ATÉ
Denisson Monteiro | EngO. de Segurança do Trabalho | CREA: 5069572289
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Jornada
Das 08h00 às 17h48 – escala 5x2 – 1 hora de intervalo para refeição e descanso..
Atribuições
Na qualidade de Oficial De Manutenção,
De 01/03/2018 a 10/04/2018
De 12/01/2018 a 28/02/2018
Relatório Fotográfico
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4. TEMPO DE EXPOSIÇÃO
Temos assim, uma questão totalmente subjetiva, pois o que é intermitente para um, pode
ser considerado eventual para outro, gerando dúvida nos casos dos agentes insalubres
ou condições perigosas em que há caracterização por avaliação qualitativa. Portanto, é
fundamental esclarecer o tipo de exposição, em função de um tempo definido.
Uma referência válida para quantificar o tempo de exposição está descrito na portaria do
MTE 3.311, de 29 de novembro de 1989. Essa portaria tem como objetivo estabelecer “os
princípios norteadores do programa de desenvolvimento do Sistema Federal de Inspeção do
Trabalho e dá outras providências”. Em seu item 4.4, essa portaria define o que pode ser
Apesar de cancelada pela Portaria n. 546, de 11 de março de 2010, que não trouxe mais
essa análise do tempo de exposição, o cancelamento não tem relação com o antigo item
4.4, de forma que esta referência ainda pode ser usada para orientação dos profissionais de
saúde e segurança na avaliação do tempo de exposição, para fins de caracterização da
insalubridade e/ou periculosidade.
Apesar de aplicada para servidores públicos, serve também para um embasamento técnico
quanto ao tempo de exposição para empregados regidos pela CLT. Em seu art. 9º, a
Orientação Normativa nº. 6 diz:
Veja que essa Orientação Normativa define o que é exposição eventual ou esporádica,
habitual (neste caso, o mesmo que intermitente) e a exposição permanente. Considerando
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por exemplo um trabalhador laborando 200 horas por mês, exposto a um agente insalubre
ou periculoso, podemos resumir o entendimento de acordo com a tabela abaixo:
Note que se faz referência às NRs 15 e 16, nos casos de exposição permanente ou habitual.
Mais uma vez fica demonstrado que, quando o tempo de exposição for caracterizado
5. ANÁLISE DA PERICULOSIDADE
LEI Nº 12.740, DE 8 DE DEZEMBRO DE 2012: Altera o art. 193 da Consolidação das Leis
do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, a fim de
redefinir os critérios para caracterização das atividades ou operações perigosas, e revoga a
Lei nº 7.369, de 20 de setembro de 1985.
Art. 1º O art. 193 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei
nº 5.452, de 1º de maio de 1943, passa a vigorar com as seguintes alterações:
Por todo só devem ser consideradas como periculosas as atividades ou operações que
após ser cumprida essa etapa, é que deve ser continuado o trabalho de avaliação, do
contrário, a periculosidade deve ser descaracterizada.
Reforçando o que foi dito acima, é indevido o pagamento do referido adicional, quando o
contato se dá de forma eventual, assim considerado o fortuito ou o que, sendo habitual, dá-
se por tempo extremamente reduzido (Súmula nº 364 do Tribunal Superior do Trabalho –
TST).
A Periculosidade por Inflamáveis é devida aqueles que ingressem na área de risco por
inflamáveis líquidos ou gasosos, de forma permanente e em condições de risco acentuado,
conforme os termos do art. 193 da CLT, já a Portaria nº 3214/78 NR-16 anexo 2, define quais
os trabalhadores que fazem jus ao adicional, bem como as áreas de risco.
Alta Tensão (AT): tensão superior a 1000 volts em corrente alternada ou 1500 volts em
corrente contínua, entre fases ou entre fase e terra.
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De acordo com esses dizeres, qualquer trabalhador que esteja exposto a energia elétrica
em alta tensão, terá direito ao adicional de periculosidade. Um exemplo prático são os
eletricistas que trabalham em ‘linha viva’, ou seja, não há o desligamento do equipamento
para a intervenção.
Para clarear melhor o entendimento sobre esse quesito, haja vista que a questão elétrica
causa muitas dúvidas, a NR-10 define também o que é Zona de Risco:
Existe também a Zona Livre, que não é definida no Glossário da NR-10, mas atividades
ZL = Zona livre;
ZC = Zona controlada, restrita a trabalhadores autorizados;
ZR = Zona de risco, restrita a trabalhadores autorizados e com a adoção de
técnicas, instrumentos e equipamentos apropriados ao trabalho;
PE = Ponto da instalação energizado;
SI = Superfície isolante construída com material resistente e dotada de todos
dispositivos de segurança.
Baixa Tensão (BT): tensão superior a 50 volts em corrente alternada ou 120 volts em
corrente contínua e igual ou inferior a 1000 volts em corrente alternada ou 1500 volts em
corrente contínua, entre fases ou entre fase e terra.
Contudo, a alínea “c” diz claramente que somente se for descumprido o item 10.2.8 da
NR-10, é que esses trabalhadores terão direito ao referido adicional. O item 10.2.8 da
NR-10 diz:
É percebido que houve a valorização da Proteção Coletiva neste item, pois somente se estas
forem descumpridas, é que o trabalhador terá direito ao adicional de periculosidade. Vale
destacar que o item 10.2.8.2 enfatiza que deve ser priorizado o trabalho com
equipamentos desenergizados. Caso isso não seja possível, deverá ser empregado o uso
da tensão de segurança, que a NR-10 define como: “extra baixa tensão (tensão não
superior a 50 volts em corrente alternada ou 120 volts em corrente contínua, entre fases ou
entre fase e terra), originada em uma fonte de segurança”.
Com o objetivo de uniformizar o entendimento é importante informar que o SEP trabalha com
vários níveis de tensão, classificadas em alta e baixa tensão e normalmente com corrente
elétrica alternada (60 Hz).
2.4. Experimentos utilizados como canais de Outras áreas sujeitas a risco potencial às
irradiação. radiações ionizantes, passíveis de serem
atingidas por dispersão de produtos voláteis.
Nota Explicativa (Inserida pela Portaria MTE n.º 595, de 07 de maio de 2015)
1. Não são consideradas perigosas, para efeito deste anexo, as atividades desenvolvidas em áreas que
utilizam equipamentos móveis de Raios X para diagnóstico médico.
2. Áreas tais como emergências, centro de tratamento intensivo, sala de recuperação e leitos de
internação não são classificadas como salas de irradiação em razão do uso do equipamento móvel de
Raios X.
6. ANÁLISE DA INSALUBRIDADE
Esclarece-se que a palavra “insalubre” tem origem no latim e significa “aquilo que dá origem
à doença”. O conceito legal de insalubridade é dado pelo artigo 189 da Consolidação das
Leis do Trabalho (CLT) nos seguintes termos:
Subitem 15.1.5: “Entende-se por Limite de Tolerância para os fins desta Norma, a
concentração ou intensidade máxima ou mínima, relacionada com a natureza e o tempo
de exposição ao agente, que causará danos à saúde do trabalhador, durante a sua vida
laboral”;
𝑳𝑷 𝒅𝑩(𝑨) = 𝑳 𝑨 – 𝑵𝑹𝑹𝒔𝒇
Onde:
LP = "Nível protegido" em dB(A), para este caso;
LA = Nível de pressão sonora no local, também em dB(A);
NRRsf = Índice de redução de ruído especificado. Este índice, pode ser obtido a partir de
ensaio feito segundo o método B da Norma ANSI S12.6-1997, sem sofrer quaisquer
correções adicionais.
Substituindo, teremos:
LP dB(A) = xx – xx
LP = xx dB(A)
A palavra calor vem do Latim cálor (acento no “A”), “qualidade do que é quente, calor”
e pode ser definido como a transferência de energia térmica de um sistema a
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Entende-se por radiação ionizante o agente físico, sob a forma de energia, que se
Radiação não ionizante é definida como um agente físico, sob a forma de energia
Frio (do latim frigĭdu) é a sensação produzida pela perda de calor do corpo,
causada pela baixa temperatura do meio externo para com o interno de um ser
vivo, sendo o oposto do calor.
AVALIAÇÃO E
ANEXOS GRAU %
CARACTERIZAÇÃO
ANEXO 11 — Agentes
Quantitativa. Atividades que
Químicos cuja Insalubridade é Mínimo,
se desenvolvem acima dos 10%, 20%
Caracterizada por Limite de Médio ou
limites de tolerância previstos ou 40%
Tolerância e Inspeção no Local Máximo
no anexo 11.
de Trabalho
Mínimo,
Nas atividades mencionadas 10, 20% ou
ANEXO 13 — Ag. Químicos Médio ou
no anexo 13. 40%
Máximo
Eventual
T:
F:
Eventual
T:
F:
Ainda, conforme consultado nas FISPQs4 de cada produto, todos estes possuem
pH5 inferior a 13, ou seja, NÃO são produtos que possuem características de
produtos químicos álcalis cáusticos.
O termo álcali cáustico está relacionado a produtos com efeito imediato sobre a pele
pelo processo de corrosão, como potássio, sódio, peróxido, dentre outros, onde o
pH situa-se acima de 13.
4
FISPQ significa “Ficha de Informações de Segurança de Produtos Químicos”. Este é um documento normalizado pela
ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas, que tem como objetivo fornecer informações sobre vários aspectos dos
produtos químicos quanto à segurança, à saúde e ao Meio Ambiente;
5
O pH (potência (p) de hidrogénio (H)), permite-nos descrever o carácter ácido ou base que predomina em meio aquoso,
tendo em conta o seu valor determinado numa escala de 0 a 14, sendo de 0 a 7 os ácidos e de 7 a 14 os básicos (alcalinos),
ficando o pH 7 como neutro, pH 0 = alta acidez e o pH 14 = alta alcalinidade.
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Portanto, entendemos acima que a NR-15 em seu anexo 14, relaciona as atividades
que envolvem agentes biológicos, cuja insalubridade é caracterizada pela avaliação
qualitativa, que pode resultar em grau médio ou máximo, caso constatadas as
premissas requisitadas. Destarte, após análise criteriosa das atividades realizadas,
obtivemos os seguintes resultados:
7. CONCLUSÃO E ENCERRAMENTO
Este Assistente Técnico finaliza seu parecer, digitado no anverso de 45 páginas. Após
análise criteriosa das funções exercidas no ambiente de trabalho, e considerando os
Equipamentos de Proteção Individual constatados em diligência e referidos como utilizados,
concluo que:
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BREVIGLIERO, E.; POSSEBON, J.; SPINELLI, R. Higiene ocupacional – Agentes
biológicos, químicos e físicos. 7. ed. São Paulo: SENAC, 2017. 448 p;