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Formação Pedagógica Inicial Formadores

Simulação Pedagógica Inicial


Formação Pedagógica Inicial Formadores

Indice

Enquadramento do módulo 3

Objetivos do módulo 4

O que é a simulação pedagógica ou autoscopia 5

Fases de realização de uma autoscopia 6

Características da simulação pedagógica inicial 8

Elaboração de um projecto de melhoria para acompanhamento da progressão


individual 9

Bibliografia: 10

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Enquadramento do módulo

A Simulação Pedagógica é uma técnica utilizada na formação de formadores, de


comerciais, em dinâmica de grupos, na preparação de pessoas que assumem cargos
públicos, na formação de artistas do espetáculo e na formação na área do ‘saber-fazer’
(na indústria e no desporto), como facilitadora da descentração, da autoanálise e da
melhoria do desempenho do indivíduo, de uma forma mais objetiva e ativa.
A utilização desta técnica, como motor inicial do desenvolvimento de uma ação
de formação Pedagógica Inicial de Formadores, pretende que os formandos
identifiquem as suas principais aptidões, expressas em termos de comportamentos,
indispensáveis na preparação, desenvolvimento e análise de uma sessão de formação;
e, que desenvolvam ferramentas de autoanálise e de identificação de comportamentos
pedagógicos a adquirir e a melhorar.
A Simulação Pedagógica ou Autoscopia é uma técnica de formação pedagógica
que pretende proporcionar os meios de análise da actuação dos participantes, visando
a aprendizagem e o aperfeiçoamento dessa actuação.
As estratégias de formação de formadores visam articular a componente teórica
e a prática orientada. O recurso a instrumentos de análise da interação na sala de
formação e a outras técnicas de observação como meios de feedback e de formação
permite uma maior clareza no desempenho a obter.
O ato de formar é, necessariamente um apelo à mudança. A melhoria dos
conhecimentos, o melhor desempenho técnico, a transformação das mentalidades e o
alargamento da capacidade relacional são uma mudança, socialmente requerida e
institucionalizada.
A formação pedagógica deve utilizar processos objetivos de orientação e
avaliação dos formandos. A formação de formadores deve basear-se numa estratégia
de Objetivação das competências a adquirir e o seu desempenho deve receber
diversos tipos de Feedback do formador, dos restantes formandos e de si próprio. Por
este motivo, a autoscupia tem sido apresentada como uma das formas mais
interessantes para demonstrar e analisar as competências e destrezas do futuro
formador.

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A utilização da autoscopia reveste-se de uma importância primordial no curso de
formação inicial de formadores no sentido de permitir ao futuro formador uma
verdadeira e total análise do seu desempenho.

Pretende-se que cada formando, após este módulo esteja apto a:

- Preparar, desenvolver e avaliar sessões de formação;


- Identificar os aspetos pedagógicos considerados mais importantes no processo
de ensino- aprendizagem;
- Propor soluções alternativas, apresentar sugestões de estratégias pedagógicas
diversificadas;
- Exercitar competências de análise e de autoanálise relativamente a
comportamentos observados no desenvolvimento de uma sessão de ensino-
aprendizagem.

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1. O que é a simulação pedagógica ou autoscopia

A autoscopia consiste num processo de auto-análise que permite ao formando rever-se


na ação que desempenha e obviamente conhecer-se melhor, através da tomada de
consciência dos seus pontos fortes e pontos fracos.
Assim, a utilização da autoscopia, na formação de formadores, tem como objetivo:

• A identificação e descrição das principais aptidões, expressas em termos


comportamentais, indispensáveis na preparação, desenvolvimento e análise de uma
sessão de formação.
• A auto-análise, no sentido de desenvolver a uma atitude critica.
• A identificação dos comportamentos pedagógicos a adquirir ou a melhorar.

A autoscopia, visa melhorar o comportamento do formando, através da observação global


da sua intervenção, em situações didácticas normais ou próximas das reais.
A ideia base, é colocar o formando numa situação de formação (sessão), a fim de ser
observado pelos restantes colegas, que analisam e criticam com ele a sua actuação.
Permitindo deste modo, o aperfeiçoamento através da integração da opinião do grupo e ainda
pelo desenvolvimento das capacidades de auto-observação e autocrítica.

Mais uma vez, é importante frisar que este tipo de técnica visa:
1. O treino de competências na área da preparação, animação e análise de sessões
de formação;
2. O desenvolvimento de capacidades de crítica, de síntese e de trabalho em grupo;
e,
3. O diagnóstico de comportamentos pedagógicos a melhorar.

A realização de uma autoscopia pressupõe a simulação de sessões. Em que o formador-


em-formação desempenha o papel de formador e os colegas do grupo, o papel de formandos.

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2. Fases de realização de uma autoscopia

Preparar uma autoscopia, implica a passagem por cinco fases:

1. PREPARAÇÃO
2. DESENVOLVIMENTO
3. VISIONAMENTO
4. ANÁLISE
5. SÍNTESE

PREPARAÇÃO
Uma vez definidos os objetivos da sessão (simulada), o formando deve preparar a
sessão. Assim, deve-se começar por definir o Tema da Sessão.
Na autoscopia inicial, o tema pode ser livre, mas, nas intervenções seguintes, os
participantes deverão escolher conteúdos da sua área profissional (preferencialmente). O tema
deve ser simples para que o trabalho se centre sobretudo na forma de condução da sessão
para o segundo plano, deve deixar, o conteúdo da informação.
Em seguida, é importante definir a População Alvo. Isto é, a população a quem é dirigida
a sessão (definição do perfil dos participantes da sessão: níveis etários, escolaridade, situação
profissional...e pré-requisitos). Relativamente à Duração da Sessão, esta deve ter uma duração
máxima determinada à priori (sendo variável de situação para situação). Não se deve esquecer
os matériais necessários á sessão.
A sessão deve compreender todas as etapas necessárias para a prossecução dos
objetivos visados, isto é, deve permitir a aprendizagem do tema pelos formandos com o perfil
previamente estabelecido. É importante e imprescindível que a duração não ultrapasse o
tempo de definido.
Para que tudo corra como o planeado, o formando deve criar um plano de sessão,
simples, onde se encontre explicado tudo que será realizado na sessão. Devem ser originais
mas minuciosos. Quanto mais pormenorizado melhor.

DESENVOLVIMENTO
Antes do início da sessão, cada formador deverá clarificar a população alvo,
estabelecendo um contrato com os colegas que desempenharão o papel de formandos.

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Por todas as razões até agora apresentadas, há toda a conveniência em filmar a sessão.
O registo servirá para posteriormente se proceder a uma auto e hetero-análise da sessão.
Tendo obviamente todas as finalidades pedagógicas.

VISIONAMENTO
Nesta fase, procede-se ao visionamento das sessões gravadas por todos os formandos.
É este o momento, em que cada formando (formador) se confronta com a sua imagem,
enquanto monitor de uma sessão de formação. Os restantes colegas e o formador, confirmarão
as impressões recolhidas acerca do visionamento. A análise de todas as sessões gravadas
assume uma perspectiva de mudança.

ANÁLISE
A análise das autoscopias pode ser feita segundo vários modelos, sendo um dos mais
utilizados, o que consiste em que para cada formando é seleccionado um colega que terá
como papel analisar e criticar a performance do respectivo colega (com base em critérios pré-
definidos, depois os restantes colegas poderão completar com algumas observações), sendo
seguidamente a vez do próprio autor da sessão fazer uma análise e autocrítica, e finalmente a
avaliação por parte do formador. È importante que as criticas sejam as mais objectivas
possível.

SÍNTESE
No final de cada autoscopia é necessário que cada formando reconheça os pontos fortes
e fracos relativos à sua sessão, identificando os aspectos a melhorar na sua ação pedagógica.
Na autoscopia final, poderá ser importante comparar a performance dos formandos
(formadores) com a da autoscopia inicial.

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É possível aplicarem-se vários modelos na realização da autoscopia

MODELO I MODELO II MODELO III

Gravação de todas Gravação de parte Gravação de cada


as intervenções das intervenções intervenção
Visionamento, Visionamento, Seguida do
análise e síntese de cada análise e síntese de parte visionamento, análise e
intervenção das intervenções síntese de cada
intervenção

3. Características da simulação pedagógica inicial

Nesta fase da formação, o formando pode escolher livremente o tema da sua apresentação.
Pode optar por apresentar uma receita, demonstrar como fazer uma flor de papel, etc.
Tem de fazer um plano de sessão que contenha, pelo menos, um pequeno esquema com os
objetivos, o conteúdo e o desenvolvimento previsto.
Geralmente a duração da sua sessão deverá situar-se entre os 10 e os 15 minutos, o que
depende do número de formandos.

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4 Elaboração de um projecto de melhoria para acompanhamento da progressão
das aprendizagens

Depois de todas as simulações gravadas é tempo de as visualizarmos e avaliarmos.


Cada formando deve pensar no seu trabalho e de forma crítica preencher o documento
“projecto de melhoria individual” que é fornecido pela entidade, ou seja encontra-se
disponível na plataforma para que o possam imprimir e usar na vossa simulação inicial.
Este documento será muito útil ao longo do curso pois poderá sempre acrescentar dicas e
sugestões no sentido de uma constante melhoria e progressão das aprendizagens.
Os itens apresentados são exatamente os mesmos que servirão de base da avaliação da
simulação final.
Ao longo do curso vamos somando aprendizagens que serão avaliadas através de fichas de
avaliação, trabalhos práticos e do Projeto de Intervenção Pedagógica (todas as informações
sobre este trabalho estão na plataforma), todos estes tempos avaliativos ajudarão na
preparação da simulação final. Assim sendo estaremos sempre a trabalhar para o momento
mais importante do curso, a Simulação Pedagógica Final.

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Bibliografia:
CNFF, Divisão de Estudos. (1991) “A Autoscopia na formação”. Colecção Formar
Pedagogicamente (nº2). IEFP. Lisboa
Raseth, António; Sacramento, Armando. “Essa misteriosa Autoscopia”, in Revista Formar (nº9).
IEFP. Lisboa, p.52-57
Cardoso, Maria Guilhermina.(1997) “Manual de Apoio à Formação de Formadores de
Formadores”. Turim.
SADALLA, Ana Maria F. A.; LAROCCA, Priscila (2004). Autoscopia: Um procedimento de
pesquisa e formação. In Educação e Pesquisa. V. 30, nº 3, pp. 419-433. São Paulo
SCHRATZ, John et al (2000). Self-evaluation in European Schools. London: RoutledgeFalmer

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