Você está na página 1de 23

n.

25 – DIAGRAMAS DE VENN

Foi o matemático inglês John Venn (1834-1923) que


criou os diagramas, com o intuito de facilitar a compreensão
na relação de união e intersecção entre conjuntos.

John Venn desenvolveu os diagramas no século XIX,


ampliando e formalizando desenvolvimentos anteriores
de Leibniz e Euler, visto que, o método de Venn superava os
sistemas anteriores em termos de clareza e simplicidade.
Venn foi o primeiro a formalizar o seu uso e a dotá-lo de um
mecanismo de generalização.
Embora seja simples construir diagramas de Venn para
dois ou três conjuntos, surgem dificuldades quando se tenta
usá-los para um número maior.
O próprio Venn não se referia aos diagramas como
sendo da sua autoria, mas sim como círculos eulerianos,
fazendo referência aos diagramas criados por Leonhard
Euler no século XVIII.
Foi a partir da década de 1960, que os diagramas de
Venn eles foram incorporados ao currículo escolar
de matemática, na aprendizagem da teoria dos conjuntos e
de funções, como parte do movimento da Matemática
Moderna.

Vitral no refeitório do Caius


College, Universidade de
Cambridge, em homenagem a
Venn e a seus diagramas.

Fonte: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Diagrama_de_Venn>. Acesso em: 20 maio 2017.

Os Diagramas de Venn são frequentemente usados para


mostrar relações lógicas entre um número finito de conjuntos:
 o retângulo externo representa o conjunto universal, U (o
conjunto de todos os elementos possíveis);
 os círculos fechados representam os conjuntos distintos de
elementos.
As propriedades fundamentais de um conjunto podem
ser evidenciadas da seguinte forma:
 A refere-se à um conjunto de elementos no qual dividimos
algumas características definitivas, e podem ser ilustradas
com a cor vermelha no interior do círculo denotado por A.
 𝐴∁ , o complemento de A, refere-se ao conjunto contendo
todos os elementos no conjunto universal U que não
pertencem a A. Isto pode ser ilustrado com a cor vermelha
no interior do retângulo, mas fora do círculo A.

Simbolicamente o complementar pode ser representado


por: 𝐴∁ , ∁𝐴 e 𝐴

Relações existentes entre dois conjuntos

A interseção dos conjuntos 𝐴 e 𝐵, denotados por 𝐴 ∩ 𝐵


refere-se ao conjunto contendo apenas elementos que
pertencem ambos 𝐴 e a 𝐵.
O que pode ser ilustrado com a cor vermelha, ou seja, a
interseção de dois círculos 𝐴 e 𝐵.

Dois conjuntos são ditos como disjuntos se eles não


possuem elementos em comum e sua interseção for vazia,
denotamos 𝐴 ∩ 𝐵 = ∅.
A união dos conjuntos 𝐴 e 𝐵, denotados 𝐴 ∪ 𝐵, refere-se
ao conjunto contendo todos os elementos distintos no qual
pertencem à 𝐴 ou 𝐵.
Isto pode ser ilustrado com a cor vermelha em ambos os
círculos 𝐴 e 𝐵, incluindo sua interseção (desde que todos os
elementos da interseção pertencem ambos a 𝐴 e a 𝐵, eles
devem ser listados uma única vez quando se estiver
descrevendo os elementos da união).

Observe que, a união de A e 𝐴∁ contém o conjunto


universal inteiro U. Logo, 𝐴 ∪ 𝐴∁ = 𝑈 .

Como não há elementos comuns a ambos A e 𝐴∁ , temos


que estes dois conjuntos são disjuntos e então 𝐴 ∩ 𝐴∁ = ∅.

Observe que:
 a interseção de 𝐴∁ e 𝐵∁ resulta no complemento de 𝐴 ∪ 𝐵.
 já a união de 𝐴∁ e 𝐵∁ resulta no complemento de 𝐴 ∩ 𝐵.

Estas propriedades são conhecidas como Leis de De


Morgan:
(𝐴 ∪ 𝐵)∁ = 𝐴∁ ∩ 𝐵∁
(𝐴 ∩ 𝐵)∁ = 𝐴∁ ∪ 𝐵∁

LEIS DE AUGUSTUS DE MORGAN

1. O complementar da união de dois conjuntos A e B é a


intersecção dos complementares desses conjuntos.

(𝐴 ∪ 𝐵)∁ = 𝐴∁ ∩ 𝐵∁
(𝐴 ∪ 𝐵)∁ = { 𝑥 / 𝑥 ∈ 𝑈 e 𝑥 ∉ (𝐴 ∪ 𝐵)}

(𝐴 ∪ 𝐵)∁ = { 𝑥 / 𝑥 ∈ 𝑈 e (𝑥 ∉ 𝐴 e 𝑥 ∉ 𝐵)

(𝐴 ∪ 𝐵)∁ = { 𝑥 / 𝑥 ∈ 𝑈 ˄ ( 𝑥 ∉ 𝐴 ˄ 𝑥 ∉ 𝐵)

(𝐴 ∪ 𝐵)∁ = { 𝑥 / (𝑥 ∈ 𝑈 ˄ 𝑥 ∉ 𝐴 ) ˄ ( 𝑥 ∈ 𝑈 ˄ 𝑥 ∉ 𝐵)

Logo, (𝐴 ∪ 𝐵)∁ = { 𝑥 / 𝑥 ∈ 𝐴∁ ˄ 𝑥 ∈ 𝐵∁ }

(𝐴 ∪ 𝐵)∁ = 𝐴∁ ∩ 𝐵∁

2. O complementar da união de uma coleção finita de


conjuntos é a intersecção dos complementares desses
conjuntos.

(𝐴1 ∪ 𝐴2 ∪ … ∪ 𝐴𝑛 )∁ = 𝐴1 ∁ ∩ 𝐴2 ∁ ∩ … ∩ 𝐴𝑛 ∁

3. O complementar da intersecção de dois conjuntos A e B é


a união dos complementares desses conjuntos.

(𝐴 ∩ 𝐵)∁ = 𝐴∁ ∪ 𝐵∁

(𝐴 ∩ 𝐵)∁ = { 𝑥 / 𝑥 ∈ 𝑈 e 𝑥 ∉ (𝐴 ∩ 𝐵)}

(𝐴 ∩ 𝐵)∁ = { 𝑥 / 𝑥 ∈ 𝑈 e (𝑥 ∉ 𝐴 ou 𝑥 ∉ 𝐵)

(𝐴 ∩ 𝐵)∁ = { 𝑥 / (𝑥 ∈ 𝑈 e 𝑥 ∉ 𝐴) ou (𝑥 ∈ 𝑈 e 𝑥 ∉ 𝐵)

(𝐴 ∩ 𝐵)∁ = { 𝑥 / (𝑥 ∈ 𝑈 ˄ 𝑥 ∉ 𝐴 ) ˅ ( 𝑥 ∈ 𝑈 ˄ 𝑥 ∉ 𝐵)

Logo, (𝐴 ∩ 𝐵)∁ = { 𝑥 / 𝑥 ∈ 𝐴∁ ou 𝑥 ∈ 𝐵∁ }

(𝐴 ∩ 𝐵)∁ = 𝐴∁ ∪ 𝐵∁
4. O complementar da intersecção de uma coleção finita de
conjuntos é a união dos complementares desses
conjuntos.

(𝐴1 ∩ 𝐴2 ∩ … ∩ 𝐴𝑛 )∁ = 𝐴1 ∁ ∪ 𝐴2 ∁ ∪ … ∪ 𝐴𝑛 ∁

Resumindo:

Venn procurou encontrar formas de diagramas capazes


de representar mais do que três conjuntos. Desenvolveu
também um método geral para qualquer número de
conjuntos, em que cada curva sucessiva delimita um conjunto
que perpassa todos os outros.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Diagrama_de_Venn

ÁLGEBRA DE CONJUNTOS

Os conjuntos obtidos pela união, intersecção e diferença


são obtidos por operações sobre subconjuntos de um
determinado conjunto U. Essas operações se comportam de
maneira semelhante às operações aritméticas.
Teorema: Sejam A, B e C conjuntos quaisquer, então:

a. Associatividade da união: 𝐴 ∪ (𝐵 ∪ 𝐶 ) = (𝐴 ∪ 𝐵) ∪ 𝐶

Seja o conjunto 𝐴 ∪ (𝐵 ∪ 𝐶 ) constituído pelos elementos 𝑥,


tais que: 𝑥 ∈ 𝐴 𝑜𝑢 𝑥 ∈ (𝐵 ∪ 𝐶 )
Mas, por definição de 𝐵 ∪ 𝐶: 𝑥 ∈ 𝐴 ˅ (𝑥 ∈ 𝐵 ˅ 𝑥 ∈ 𝐶 )

Analogamente, o conjunto (𝐴 ∪ 𝐵) ∪ 𝐶, constituído pelos


elementos 𝑥, tais que: 𝑥 ∈ (𝐴 ∪ 𝐵) 𝑜𝑢 𝑥 ∈ 𝐶
Mas, por definição de 𝐴 ∪ 𝐵: (𝑥 ∈ 𝐴 ˅ 𝑥 ∈ 𝐵) ˅ 𝑥 ∈ 𝐶

Pela Propriedade Associativa da Disjunção temos que


(𝑝 ˅ 𝑞) ˅ 𝑟 ⟺ 𝑝 ˅ (𝑞 ˅ 𝑟)

Logo, 𝐴 ∪ (𝐵 ∪ 𝐶 ) = (𝐴 ∪ 𝐵) ∪ 𝐶

b. Associatividade da intersecção: 𝐴 ∩ (𝐵 ∩ 𝐶 ) = (𝐴 ∩ 𝐵) ∩ 𝐶

Seja o conjunto 𝐴 ∩ (𝐵 ∩ 𝐶 ) constituído pelos elementos


𝑥, tais que: 𝑥 ∈ 𝐴 𝑒 𝑥 ∈ (𝐵 ∩ 𝐶 )
Mas, por definição de 𝐵 ∩ 𝐶: 𝑥 ∈ 𝐴 ˄ (𝑥 ∈ 𝐵 ˄ 𝑥 ∈ 𝐶 )

Analogamente, o conjunto (𝐴 ∩ 𝐵) ∩ 𝐶, constituído pelos


elementos 𝑥, tais que: 𝑥 ∈ (𝐴 ∩ 𝐵) 𝑒 𝑥 ∈ 𝐶
Mas, por definição de 𝐴 ∩ 𝐵: (𝑥 ∈ 𝐴 ˄ 𝑥 ∈ 𝐵) ˄ 𝑥 ∈ 𝐶

Pela Propriedade Associativa da Conjunção temos que


(𝑝 ˄ 𝑞) ˄ 𝑟 ⟺ 𝑝 ˄ (𝑞 ˄ 𝑟)

Logo, 𝐴 ∩ (𝐵 ∩ 𝐶 ) = (𝐴 ∩ 𝐵) ∩ 𝐶
c. Comutatividade da união: 𝐴 ∪ 𝐵 = 𝐵 ∪ 𝐴

Pela definição de união de conjuntos temos que:


𝐴 ∪ 𝐵 = { 𝑥 ∈ 𝑈/ 𝑥 ∈ 𝐴 𝑜𝑢 𝑥 ∈ 𝐵}
𝐵 ∪ 𝐴 = { 𝑥 ∈ 𝑈/ 𝑥 ∈ 𝐵 𝑜𝑢 𝑥 ∈ 𝐴}

 𝐴 ∪ 𝐵 é o conjunto dos elementos de 𝑈 que pertencem a


𝐴 ou a 𝐵.
 𝐵 ∪ 𝐴 é o conjunto dos elementos de 𝑈 que pertencem a
𝐵 ou a 𝐴.
Como a disjunção de proposições goza da propriedade
comutativa, temos que: 𝑝 ˅ 𝑞 ⟺ 𝑞 ˅ 𝑝
Logo, 𝐴 ∪ 𝐵 = 𝐵 ∪ 𝐴

d. Comutatividade da intersecção: 𝐴 ∩ 𝐵 = 𝐵 ∩ 𝐴

Pela definição de intersecção de conjuntos temos que:


𝐴 ∩ 𝐵 = { 𝑥 ∈ 𝑈/ 𝑥 ∈ 𝐴 𝑒 𝑥 ∈ 𝐵}
𝐵 ∩ 𝐴 = { 𝑥 ∈ 𝑈/ 𝑥 ∈ 𝐵 𝑒 𝑥 ∈ 𝐴}

 𝐴 ∩ 𝐵 é o conjunto dos elementos de 𝑈 que pertencem a


𝐴 e a 𝐵.
 𝐵 ∩ 𝐴 é o conjunto dos elementos de 𝑈 que pertencem a
𝐵 e a 𝐴.
Como a conjunção de proposições goza da propriedade
comutativa, temos que: 𝑝 ˄ 𝑞 ⟺ 𝑞 ˄ 𝑝
Logo, 𝐴 ∩ 𝐵 = 𝐵 ∩ 𝐴
e. Distributividade da união com relação à intersecção:
𝐴 ∪ (𝐵 ∩ 𝐶 ) = (𝐴 ∪ 𝐵 ) ∩ ( 𝐴 ∪ 𝐶 )

Em geral demonstrações de igualdade do tipo: 𝑀 = 𝑁 é


feita mostrando que 𝑀 ⊂ 𝑁 𝑒 𝑁 ⊂ 𝑀.

Logo, devemos mostrar que:

[𝐴 ∪ (𝐵 ∩ 𝐶 )] ⊂ [(𝐴 ∪ 𝐵) ∩ (𝐴 ∪ 𝐶 )]

{ [(𝐴 ∪ 𝐵) ∩ (𝐴 ∪ 𝐶 )] ⊂ [𝐴 ∪ (𝐵 ∩ 𝐶 )]

i. [𝐴 ∪ (𝐵 ∩ 𝐶 )] ⊂ [(𝐴 ∪ 𝐵) ∩ (𝐴 ∪ 𝐶 )]

Seja 𝑥 um elemento de 𝐴 ∪ (𝐵 ∩ 𝐶).


Então, 𝑥 ∈ 𝐴 ˅ 𝑥 ∈ (𝐵 ∩ 𝐶)
Logo, 𝑥 ∈ 𝐴 ˅ ( 𝑥 ∈ 𝐵 ˄ 𝑥 ∈ 𝐶)

Como pela Propriedade Distributiva da Conjunção e da


Disjunção, temos que:
𝑝 ˅ (𝑞 ˄ 𝑟) ⟺ (𝑝 ˅ 𝑞) ˄ (𝑝 ˅ 𝑟)
Assim, podemos então escrever:
(𝑥 ∈ 𝐴 ˅ 𝑥 ∈ 𝐵 ) ˄ (𝑥 ∈ 𝐴 ˅ 𝑥 ∈ 𝐶 )
Por definição, colocando na linguagem da teoria de
conjuntos temos: 𝑥 ∈ [(𝐴 ∪ 𝐵) ∩ (𝐴 ∪ 𝐶 )]

ii. [(𝐴 ∪ 𝐵) ∩ (𝐴 ∪ 𝐶 )] ⊂ [𝐴 ∪ (𝐵 ∩ 𝐶 )]

Seja 𝑥 um elemento de (𝐴 ∪ 𝐵) ∩ (𝐴 ∪ 𝐶 ).
Então, [𝑥 ∈ (𝐴 ∪ 𝐵)] ˄ [𝑥 ∈ (𝐴 ∪ 𝐶 )]
(𝑥 ∈ 𝐴 ˅ 𝑥 ∈ 𝐵) ˄ (𝑥 ∈ 𝐴 ˅ 𝑥 ∈ 𝐶)
𝑥 ∈ 𝐴 ˅ (𝑥 ∈ 𝐵 ˄ 𝑥 ∈ 𝐶)
Como pela Propriedade Distributiva da Conjunção e da
Disjunção, temos que:
𝑝 ˅ (𝑞 ˄ 𝑟) ⟺ (𝑝 ˅ 𝑞) ˄ (𝑝 ˅ 𝑟)
Podemos então escrever:
𝑥 ∈ [(𝐴 ∪ 𝐵) ∩ (𝐴 ∪ 𝐶 )]
Por definição, colocando na linguagem da teoria de
conjuntos temos: 𝑥 ∈ [𝐴 ∪ (𝐵 ∩ 𝐶 )].

f. Distributividade da intersecção com relação à união:


𝐴 ∩ (𝐵 ∪ 𝐶 ) = (𝐴 ∩ 𝐵 ) ∪ ( 𝐴 ∩ 𝐶 )

Devemos provar que:

[𝐴 ∩ (𝐵 ∪ 𝐶 )] ⊂ [(𝐴 ∩ 𝐵) ∪ (𝐴 ∩ 𝐶 )]

{ [(𝐴 ∩ 𝐵) ∪ (𝐴 ∩ 𝐶 )] ⊂ [𝐴 ∩ (𝐵 ∪ 𝐶 )]

i. [𝐴 ∩ (𝐵 ∪ 𝐶 )] ⊂ [(𝐴 ∩ 𝐵) ∪ (𝐴 ∩ 𝐶 )]

Seja 𝑥 um elemento de 𝐴 ∩ (𝐵 ∪ 𝐶 ).
Então, 𝑥 ∈ 𝐴 ˄ 𝑥 ∈ (𝐵 ∪ 𝐶)
Logo, 𝑥 ∈ 𝐴 ˄ ( 𝑥 ∈ 𝐵 ˅ 𝑥 ∈ 𝐶)

Como pela Propriedade Distributiva da Conjunção e da


Disjunção, temos que: 𝑝 ˄ (𝑞 ˅ 𝑟) ⟺ (𝑝 ˄ 𝑞) ˅ (𝑝 ˄ 𝑟)
Logo, podemos escrever:
(𝑥 ∈ 𝐴 ˄ 𝑥 ∈ 𝐵) ˅ (𝑥 ∈ 𝐴 ˄ 𝑥 ∈ 𝐶)
Na linguagem da teoria de conjuntos esta proposição é
escrita como:
𝑥 ∈ (𝐴 ∩ 𝐵) ˅ 𝑥 ∈ (𝐴 ∩ 𝐶)
𝑥 ∈ [ (𝐴 ∩ 𝐵 ) ∪ (𝐴 ∩ 𝐶 )]
(𝐴 ∩ 𝐵 ) ∪ (𝐴 ∩ 𝐶 )

ii. [(𝐴 ∩ 𝐵) ∪ (𝐴 ∩ 𝐶 )] ⊂ [𝐴 ∩ (𝐵 ∪ 𝐶 )]

Seja 𝑥 um elemento de (𝐴 ∩ 𝐵) ∪ (𝐴 ∩ 𝐶 ).
Então, 𝑥 ∈ (𝐴 ∩ 𝐵 ) ˅ 𝑥 ∈ (𝐴 ∩ 𝐶 )
Logo, (𝑥 ∈ 𝐴 ˄ 𝑥 ∈ 𝐵) ˅ (𝑥 ∈ 𝐴 ˄ 𝑥 ∈ 𝐶)

Como pela Propriedade Distributiva da Conjunção e da


Disjunção, temos que: 𝑝 ˄ (𝑞 ˅ 𝑟) ⟺ (𝑝 ˄ 𝑞) ˅ (𝑝 ˄ 𝑟)
Logo, podemos escrever: 𝑥 ∈ 𝐴 ˄ ( 𝑥 ∈ 𝐵 ˅ 𝑥 ∈ 𝐶 )
Na linguagem da teoria de conjuntos esta proposição é
escrita como:
𝑥 ∈ 𝐴 ˄ 𝑥 ∈ (𝐵 ∪ 𝐶 )
𝑥 ∈ 𝐴 ∩ (𝐵 ∪ 𝐶 )
𝐴 ∩ (𝐵 ∪ 𝐶 )

g. Idempotência da união: 𝐴 ∪ 𝐴 = 𝐴
Como qualquer conjunto está contido nele próprio, então:
𝐴⊂𝐴
e, portanto, 𝐴 ∪ 𝐴 = 𝐴

h. Idempotência da intersecção: 𝐴 ∩ 𝐴 = 𝐴
Como qualquer conjunto está contido nele próprio, então:
𝐴⊂𝐴
e, portanto, 𝐴 ∩ 𝐴 = 𝐴
i. Leis de absorção: 𝐴 ∩ (𝐴 ∪ 𝐵) = 𝐴 e 𝐴 ∪ (𝐴 ∩ 𝐵) = 𝐴

𝐴 ⊂ (𝐴 ∪ 𝐵), portanto, 𝐴 ∩ (𝐴 ∪ 𝐵) = 𝐴

(𝐴 ∩ 𝐵) ⊂ 𝐴, portanto, 𝐴 ∪ (𝐴 ∩ 𝐵) = 𝐴

PROPRIEDADES DO COMPLEMENTAR

Sejam 𝐴 e 𝐵 partes de um conjunto 𝐸 (𝐴, 𝐵 ⊂ 𝐸)

i. ∁𝐸 ∅ = 𝐸 (o complementar do conjunto vazio em relação


ao conjunto 𝐸 é igual ao conjunto 𝐸).

∁𝐸 ∅ = { 𝑥 / 𝑥 ∈ 𝐸 e 𝑥 ∉ ∅}
∁𝐸 ∅ = { 𝑥 / 𝑥 ∈ 𝐸 }
∁𝐸 ∅ = 𝐸

ii. ∁𝐸 𝐸 = ∅ (o complementar do conjunto 𝐸 em relação ao


conjunto 𝐸 é igual ao conjunto vazio).

∁𝐸 𝐸 = { 𝑥 / 𝑥 ∈ 𝐸 e 𝑥 ∉ 𝐸}
∁𝐸 𝐸 = ∅

iii. ∁𝐸 (∁𝐸 𝐴) = 𝐴

∁𝐸 (∁𝐸 𝐴) = { 𝑥 / 𝑥 ∈ 𝐸 e 𝑥 ∉ ∁𝐸 𝐴}
∁𝐸 (∁𝐸 𝐴) = { 𝑥 / 𝑥 ∈ 𝐸 e 𝑥 ∈ 𝐴}
∁𝐸 (∁𝐸 𝐴) = { 𝑥 / 𝑥 ∈ 𝐴}
∁𝐸 (∁𝐸 𝐴) = 𝐴

Aqui é a intersecção dos dois conjuntos, logo, vai dar o


conjunto A.
iv. 𝐴 ⊂ 𝐵 ⟺ ∁𝐸 𝐴 ⊃ ∁𝐸 𝐵

 Suponhamos que 𝐴 ⊂ 𝐵
Então, 𝑥 ∈ ∁𝐸 𝐵 ⟹ 𝑥 ∈𝐸
𝑥 ∉𝐵 ⟹𝑥 ∈𝐸
𝑥 ∉ 𝐴 ⟹ 𝑥 ∈ ∁𝐸 𝐴

Portanto, ∁𝐸 𝐵 ⊂ ∁𝐸 𝐴 , isto é, ∁𝐸 𝐴 ⊃ ∁𝐸 𝐵

 Suponhamos agora que ∁𝐸 𝐴 ⊃ ∁𝐸 𝐵


Então,
𝑥 ∈ 𝐴 ⟹ 𝑥 ∉ ∁𝐸 𝐴 ⟹ 𝑥 ∉ ∁𝐸 𝐵 ⟹ 𝑥 ∈ 𝐵

Portanto, 𝐴⊂𝐵

Conclusão: A complementação transforma a inclusão ⊂ na


inclusão oposta ⊃, isto é, muda o sentido da inclusão.
Obs.: para quaisquer conjuntos 𝐴 e 𝐵 num universo 𝑈, temos:

i. ∁𝑈 ∅ = 𝑈
ii. ∁𝑈 𝑈 = ∅
iii. ∁𝑈 (∁𝑈 𝐴) = 𝐴
iv. 𝐴 ⊂ 𝐵 ⟺ ∁𝑈 𝐴 ⊃ ∁𝑈 𝐵

Exercícios:

1. Seja 𝐴 = { {∅}, ∅}, verifique quais das sentenças são


verdadeiras ou falsas:
a. { {∅}} ∈ 𝐴
b. ∅ ∈ 𝐴
c. {∅} ∈ 𝐴
d. { {∅}} ⊂ 𝐴
e. ∅ ⊂ 𝐴
f. {∅} ⊂ 𝐴

Resoluções:

a. { {∅}} ∈ 𝐴 = 𝐹𝑎𝑙𝑠𝑎
b. ∅ ∈ 𝐴 = 𝑉𝑒𝑟𝑑𝑎𝑑𝑒𝑖𝑟𝑎
c. {∅} ∈ 𝐴 = 𝑉𝑒𝑟𝑑𝑎𝑑𝑒𝑖𝑟𝑎
d. { {∅}} ⊂ 𝐴 = 𝑉𝑒𝑟𝑑𝑎𝑑𝑒𝑖𝑟𝑎
e. ∅ ⊂ 𝐴 = 𝑉𝑒𝑟𝑑𝑎𝑑𝑒𝑖𝑟𝑎
f. {∅} ⊂ 𝐴 = 𝐹𝑎𝑙𝑠𝑎

Os exercícios a seguir foram retirados de:

<http://projetomedicina.com.br/site/attachments/article/533/matematica_exercicios_
gabaritos_conjuntos_resolucao.pdf>. Acesso em: maio 2017.
Referências bibliográficas

ALENCAR FILHO, Edgard de. Teoria Elementar dos Conjuntos. 20 ed. 1ª reimpressão.
São Paulo: Nobel, 1986.

GERÔNIMO, João Roberto; FRANCO, Valdeni Soliani. Fundamentos da Matemática:


uma introdução à lógica matemática, teoria dos conjuntos, relações e funções. 2 ed.
Maringá: Eduem, 2008.

DIAGRAMAS DE VENN. Disponível em:


<https://pt.wikipedia.org/wiki/Diagrama_de_Venn>. Acesso em: 20 maio 2017.

CONJUNTOS. Disponível em:


<http://projetomedicina.com.br/site/attachments/article/533/matematica_exercicios_
gabaritos_conjuntos_resolucao.pdf>. Acesso em: maio 2017.

PROPRIEDADES DE CONJUNTOS. Disponível em:


<https://www.math.tecnico.ulisboa.pt/~fteix/CI2016_17_2S/conjuntos.pdf>. Acesso
em: maio 2017.

Você também pode gostar