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Terapia Manual Visceral

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• Dentre as várias possibilidades de tratamento
manual existe o visceral, que atua em suas
conexões no organismo e na própria víscera.

• Na formação de disfunções biomecânicas


somáticas, podemos encontrar:

- Reflexo Sômato Visceral = uma estrutura física


pode alterar de alguma maneira o
funcionamento ótimo de uma víscera;
- Reflexo Víscero Somático = a víscera perde sua
capacidade de deslizamento, alterando seu
funcionamento, criando um reflexo que
repercute na estrutura física.
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As vísceras têm movimento
• As vísceras possuem propriedades mecânicas, que
interagem com sua fisiologia. Logo, qualquer alteração
mecânica da víscera ou fisiológica da víscera, acarretará
em sintomas.
• Devemos nos preocupar com o tratamento das
disfunções viscerais porque:
1) as vísceras podem causar dor referida ao sistema
músculo-esquelético;
2) a perda de mobilidade visceral pode influenciar os
movimentos do corpo;
3) a perda da mobilidade e alteração da posição visceral
poderá influenciar a postura.
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Movimentos Viscerais
• Mobilidade: é o movimento da víscera
em resposta a um movimento
voluntário, ou ao movimento do
diafragma. A víscera é movimentada
passivamente por outros órgãos.

• Motilidade: é o movimento inerente à


víscera, necessário à sua função.
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Delimitação da cavidade abdominal
• Superiormente pelo diafragma e seus
orifícios;
• Posteriormente pelos pilares diafragmáticos,
psoas, ilíacos, quadrados lombares e coluna
lombar;
• Ântero-lateral pelos oblíquos externo e
interno, e transverso abdominal;
• Anteriormente pelos retos abdominais e pela
linha alba;
• Inferiormente pelos músculos do períneo e
da pelve.
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Diafragma
• É o músculo mais importante para o
tratamento visceral;
• Realiza de 11.520 a 17.280 movimentos por
dia, em condições normais, levando consigo
pulmões e coração, e todas as vísceras
abdominais;
• Durante sua descida, as vísceras se dirigem
para baixo e para frente, devido ao seu
volume não compressível e pequeno espaço
residual;
• É o primeiro ponto a trabalhar em fisioterapia
visceral.
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Mobilidade das vísceras
• FÍGADO: é empurrado para baixo, realiza uma
báscula anterior e uma lateroflexão direita;
• ESTÔMAGO: desce, lateroflexão esquerda,
rotação para a direita;
• INTESTINO: o cólon transverso desce e roda
anteriormente; os cólons direito e esquerdo
realizam rotação externa;
• RINS: descem obliquamente, seguindo o psoas.

- Na expiração (subida diafragmática) todos estes


órgãos voltarão às suas posições de origem.
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Conclusões
• As vísceras possuem movimentos
induzidos por outros movimentos,
principalmente pelos movimentos
respiratórios do diafragma;

• Uma boa função visceral dependerá de:


- Mobilidade fisiológica;
- Boa vascularização;
- Inervação correta.
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Articulações Viscerais
• Assim como as articulações esqueléticas, as
articulações viscerais possuem:
- superfície de deslizamento (superfícies
articulares);
- sistema de fixação (ligamentos).

• As superfícies de deslizamento são membranas


serosas (meninges, pleura, peritônio e
pericárdio) que envolvem a víscera e as
comunicam com: uma parede muscular, o
esqueleto, ou outra víscera.
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Articulações Viscerais
• Já os sistemas de fixação são responsáveis
por manter os órgãos em posição por
diferentes meios, sendo os pontos de
fixação múltiplos e variados. Os sistemas
são:
• Sistema de dupla camada: duas camadas
planas que repousam uma sobre a outra,
separadas por uma fina película de
líquido, que seguem a lei da pressão
relativa e é fisiologicamente impossível
separá-las. (Ex.: meninges, pleura,
peritônio, pericárdio)
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Articulações Viscerais
• Sistema ligamentar: os ligamentos das
vísceras abdominais e pulmonar são
desdobramentos da pleura ou peritônio
que fixarão um órgão à parede da
cavidade, ou fixarão 2 órgãos, um ao
outro. Sua função é manter a víscera em
seu lugar apropriado, agindo como
contenção contra a ação da gravidade
durante movimentos voluntários e
respiratórios.
- Ex.: ligamentos da cúpula diafragmática
e coronário.
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Articulações Viscerais
• Sistema mesentérico: existe apenas na cavidade
abdominal, e consiste em dobras peritôneais que
juntam dois elementos do trato digestório. O
mesentério envolve apenas órgãos do trato
digestório (Int. Delg. e cólon), e os prende aos
peritônio.
• Sistema omental: o omento, assim como o
mesentério, é encontrado apenas na cavidade
abdominal e consiste em dobras peritôneais as
quais juntam 2 elementos do trato digestório.
Reforçados lateralmente, o omento tem um
papel pequeno na suspensão dos órgãos aos
quais se prende.

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Disfunção Visceral
• Quando um órgão perde parte ou a totalidade de
seu movimento, dizemos que o mesmo se
encontra em disfunção.
• Existe a disfunção funcional, onde os órgãos
conservam suas relações “articulares”, apenas a
função estando alterada;
• A disfunção estrutural, onde os órgãos perdem
sua função, ou parte dela, mas também suas
relações articulares;
• E a disfunção anatômica, quando existe perda de
continuidade ou agentes externos lesionais.

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Disfunção Visceral
• Existem ainda as:
• Disfunções ósteo-viscerais: quando há lesão vertebral,
que perturbará as informações simpáticas, repercutindo
desta forma sobre o tônus visceral e suas secreções ;
• Disfunções fáscio-viscerais: quando uma lesão músculo-
esquelética traciona a fáscia, tração esta que se propaga
até a víscera;
• Disfunções músculo-víscerais: quando uma lesão
muscular impede o bom funcionamento visceral (ex:
psoíte);
• Disfunções víscero-viscerais: quando uma víscera é
acometida por uma patologia, impedindo assim o seu
bom funcionamento e o funcionamento das vísceras
vizinhas.
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Tratamento Visceral
• Consiste em:
- Liberação das tensões fasciais dos envoltórios dos
órgãos;
- Manipulação das vísceras para reposicionamento;
- Manipulação das vértebras torácicas
correspondentes aos órgãos em disfunção;
- Exercícios de fortalecimento para correção das
ptoses;
- Reeducação da postura (profilaxia).
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Tratamento Visceral
• Inicia-se pela restauração da mobilidade
fisiológica diafagmática;
• Depois, realiza-se um protocolo de
abordagem visceral, inspecionando o
acrabouço ósseo, a inervação simpática
(coluna) e parassimpática (crânio), e a
víscera propriamente dita.

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Tratamento Visceral
• O SNA simpático: -aumenta o fluxo sangüíneo para os
músculos; - aumenta o teor de glicose; - aumenta a
pressão arterial e a freqüência cardíaca
• O SNA parassimpático: - reduz a atividade cardíaca; -
facilita a digestão, - aumenta a secreção dos pulmões,
dos olhos e da boca; - controla o esvaziamento
intestinal e vesical.
• Manipulações vertebrais:
T3-T4-T5: problemas cardíacos, respiratórios, gastrites
T6 à T9: sintomas digestivos (estômago, fígado,
vesícula biliar, duodeno)
T10 à L1: problemas intestinais (colite, constipação); e
urinários
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Tratamento Visceral
Víscera Gânglios sim pático s

ESTOMAGO (Píloro) T5

FÍGADO T8
VESÍCULA BILIAR T8
DUODENO (Oddi) T9
DUODENO-JEJUNO T10
ÍLEO (Válvula íliocecal) L1

Cecum (Mac Burney) L2

COLON T11
SIGMOIDE L4
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Avaliação da disfunção visceral
• Anamnese
1. Tipo de dor (visceral ou somática)
2. Localização da dor
3. Comportamento da dor (a visceral não altera
com mudança de posição ou movimento)
• Inspeção do abdome (assimetrias; pele;
abaulamentos)
• Palpação (percussão; palpação direta do órgão;
tensão supra e infra-umbilical; palpação de
trigger points)
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Avaliação da disfunção visceral

ESTÔMAGO DUODENO

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Avaliação da disfunção visceral

FÍGADO e
PULMÕES
VESÍCULA BILIAR
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Prática de T.M. Visceral
• Traços diafragmáticos (anteriores e
posteriores)
• Inibição do centro frênico
• Lift diafragmático e visceral (abertura das
costelas)
• Reequilíbrio do orifício esofágico
• Bombeio do estômago e do fígado
• Massagem global do abdômen e intestinos
• Úraco Bexiga
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