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Análise Projetual: Casa em Maiorca

Conforto Ambiental I
Rita Saramago

Alunas: Ana Helena R. Alves


Laura Bernardo Castilho
Luiza Couto Gonçalves
Marina Ribeiro
O projeto
A obra analisada é a residência projetada por
Álvaro Siza, denominada Casa em Maiorca. É
localizada em Palma de Maiorca, Espanha, ilha no mar
Mediterrâneo.
Construída no
período de 2002-
2007, a casa está
inserida em um
bosque de pinheiros
sobre uma encosta
íngreme em direção
ao mar.
Mapa Mundi

Maiorca, Espanha
Palma 39°35'N, 02°39'E
Clima Local – Panorama Geral
O clima local é o Mediterrânico. Este é marcado por ser
um clima de forte insolação, que é provocada pela ausência de
nuvens no verão, causando calor durante o dia e temperaturas
mais baixas durante a noite. O inverno, entretanto, é distinto,
mais ameno, com temperaturas que atingem 0°C.
O índice pluviométrico (de chuvas) é considerado
moderado, pois fica entre 500 e 1.000 mm por ano.
As chuvas ocorrem de forma intensa e em maior quantidade
no outono e inverno, mesmo com temperaturas baixas. A
umidade relativa do ar possui uma média anual de 75%.
Também apresenta variações em seu clima conforme se
afasta da costa, sendo assim apresenta dois subtipos de clima:
um que está nas regiões costeiras onde a temperatura passa
dos 22°C e outro nas regiões centrais aonde a temperatura
quase nunca chega aos 22°C.
Clima Local – Influências
 MASSAS DE AR
Como pode-se
observar no mapa, a
ilha é principalmente
influenciada por duas
massas de ar: Polar
continental e Tropical
continental. Além
disso, ocorre um
fênomeno chamado,
em espanhol, de gotas
frias, comumente
conhecido aqui por
chuvas torrenciais.
Clima Local – Influências
 Massas de ar Polar continental
Massa de ar muito fria que tem a sua fonte na vasta bacia
Sibéria Na origem são as massas de ar com temperaturas
superficiais muito baixas (-25 ou -30 ° C) e apresentam baixo
teor de umidade. Sua influência é principalmente no inverno. Os
efeitos sobre o tempo se manifestam em uma diminuição
significativa na temperatura, com alguma queda de neve em
altitudes mais baixas durante a temporada de inverno.

 Massas de ar Tropical Continental


Com origem no deserto do Saara, essa massa de ar é muito
quente e extremamente seca. No verão provoca ondas de calor
intenso, registrando temperatura máxima em alguns locais de
40°C.
Análise Crítica do Projeto – Precipitações
• Devido ao clima mediterrâneo, o regime de chuvas
na cidade de Palma de Maiorca é sazonal, sendo
seco nas estações quentes e úmido nas frias.
• A precipitação anual varia de lugar para lugar na
ilha, entre 350 milímetros no sul até 1500
milímetros em áreas de alta montanha na Serra de
Tramuntana. Porém na maioria das áreas são entre
450 e 650 mm.
• A precipitação é caracterizada irregular, variando
consideravelmente de ano para ano avaliando as
condições de seca.
Análise Crítica do Projeto - Precipitações
Análise Crítica do Projeto – Precipitações
• Durante o outono, de setembro a novembro, observa-se
os maiores índices pluviométrico com 40% da
precipitação total anual. O inverno, de dezembro a
fevereiro, e a primavera, de março a maio, possuem o
segundo maior índice de 25% da precipitação anual. As
menores taxas são apresentadas no verão, de junho a
agosto com apenas 10%.
Análise Crítica do Projeto – Precipitações
• As chuvas em geral são
de baixa intensidade
durante todo o ano.
Porém no mês de
outubro, com a
concentração delas em
poucos dias, ocorrem
chuvas fortes e
torrenciais. No final do
verão, as altas
temperaturas aquecem o
mar e a região começa a
receber massas frias, o
que pode gerar o
fenômeno da “Gota Fria”.
Análise Crítica do Projeto– Precipitações
 “Gota Fria”
O fenômeno da “gota fria” é quando há chuvas e
tempestades de violência extraordinária, porém de curta
duração, que geralmente afetam uma área pouco extensa. São
comuns nas zonas costeiras do Mediterrâneo, e ocorrem
especialmente entre os meses de setembro e outubro.
Essas chuvas torrenciais foram-se quando três eventos
ocorrem simultaneamente: mar quente, superfície da atmosfera
instável e ar frio em altitude. Quando o mar encontra-se em altas
temperaturas, como o Mediterrâneo no final do verão, que pode
chegar a cerca de trinta graus em áreas próximas à costa, libera
uma grande quantidade de vapor e água quente, podendo ser
usada para um banho ou ducha, por exemplo. Se durante esse
período ocorre uma tempestade ou frente fria, e há um bolsão de
ar frio em altitude, produz-se uma situação de instabilidade na
superfície atmosférica que aumenta conforme esse ar ascende.
Análise Crítica do Projeto – Precipitações
 “Gota Fria”
Ou seja, o vapor de água que o mar libera em grande
quantidade ascende arrastado pela instabilidade, e se condensa
ao encontrar com a zona de ar fria, formando-se uma nuvem.
Essa nuvem pode-se ampliar rapidamente, pois o vapor
ascendente encontra muita facilidade em subir quando
encontra-se com aquela zona fria, e assim a água condensa-se
cada vez mais. Em poucas horas, pode-se formar grandes nuvens
de tempestade, que apesar de não ter uma extensão horizontal,
pode ter mais de 10 quilômetro de altura. Assim, elas
descarregam-se em fortes chuvas, geralmente acompanhada por
raios e granizo. Os danos causados pela tempestade, não só
dependem da intensidade da chuva. Em uma encosta íngreme,
por exemplo, desprovida de vegetação, a água corre muito
rapidamente, arrastando-se no chão, causando erosão grave.
Análise Crítica do Projeto – Precipitações
• A Casa em Maiorca possui
um terraço jardim que é
revestido por uma
estrutura impermeável,
para que não haja
infiltração da água da
chuva. Além de a
cobertura possuir uma
pequena inclinação para
escoar esta água. Ainda
não são observadas calhas
no edifício e, portanto
constata-se a presença de
um sistema de
escoamento interno das
águas da chuva.
Análise Crítica do Projeto – Precipitações
• A casa se localiza em um penhasco e portanto houve a necessidade
de construir um muro de arrimo para não ocorrer desmoronamento,
principalmente durante as chuvas e tempestades.
Análise Crítica do Projeto – Umidade
• A Ilha de Maiorca possui uma umidade relativa do ar
excessiva, com média anual de 75% devido a forte influencia
do Mar Mediterrâneo.
• As maiores porcentagens são observadas nos meses de
inverno, de dezembro a fevereiro com média de 80% e as
menores nos meses de verão com média de 68%.

A umidade excessiva causa alguns problemas de saúde à


população. Já o sal marinho, presente na atmosfera da cidade,
causa o desgaste da tinta das paredes e enferruja os materiais
de ferro.
Análise Crítica do Projeto – Umidade

• A casa de Siza é
construída de concreto
armado, sem perigos de
oxidação. Porém as
esquadrias e os guarda-
corpos são metálicos e
correm o risco de
enferrujar com o tempo,
deste modo o material
mais adequado para esse
clima seria o alumínio. As
paredes pintadas de
branco estão sob s riscos
da maresia.
Análise Crítica do Projeto–Temperatura

A temperatura média
anual na cidade de
Maiorca fica em torno
dos seus 16º a 18ºC. O
mar mediterrâneo tem
papel fundamental na
regulação térmica desse
ambiente, por ser um
mar de águas quentes
(máx. 26ºC no verão e
mín. de 13ºC no inverno)
faz com que as
sazonalidades térmicas
sejam mais amenas do
que em outras regiões.
Análise Crítica do Projeto–Temperatura
A amplitude térmica do local é pequena. As máximas ficam em
torno dos 22ºC e as mínimas em 10ºC.
Solução: Massa térmica com aquecimento solar
Uma boa estratégia projetual para a temperatura do local foi a
construção de paredes mais espessas que tornam as trocas de
calor mais lentas. Desta maneira, no verão,
o calor fica retido nas
paredes fazendo com que o
ambiente não esquente de
maneira excessiva. No
inverno evita-se a perda do
calor ganhado durante o dia
pelo fechamento das
aberturas e uso de
aparelhos eletrônicos de
aquecimento.
Análise Crítica do Projeto - Ventos
Palma de Maiorca possui ventos predominantes com direção
de Sudoeste para Nordeste. Há variações ao longo dos meses, como
por exemplo em Maio, que há um deslocamento dos ventos para a
direção lés-nordeste. Os
registro de velocidade
média mais elevada em
Maiorca ocorre em março,
chegando a 15 km/h.

Direção dos ventos em Maio,


Maioca
Análise Crítica do Projeto - Ventos

Linha de corrente e zonas e convergência das brisas marítimas


Análise Crítica do Projeto - Ventos
Em Maiorca ocorre ainda outro fenômeno chamado Embat, que são os
ventos da brisa do mar causados localmente pelo aquecimento diurno da
terra em relação ao mar. O ar quente sobe da terra tende a atrair o ar mais
frio do mar para o interior. Isso faz com que as temperaturas diurnas no
verão sejam amenas nas zonas costeiras, desde que não haja um vento
contrário para 'Embat‘.
Assim, temos na Ilha:
• Janeiro-Fevereiro: Normalmente calmo
. • Março-Abril: No início e no final de março , com trovoadas Noroeste
• Maio:. ventos variáveis, leves e moderados.
• Junho: ventos variáveis, leves e moderados.
• Julho - Agosto: brisas térmicas marinhas. Meados de agosto: possíveis
trovoadas.
• Setembro: Parcialmente nublado . No final do mês ventos suaves e quentes.
• Outubro: ventos leves do oeste. Você pode ter alguns dias com vento forte.
• Novembro / Dezembro: Em novembro, ventos fracos e pequena chance de
chuva. Vento suave em dezembro.
Análise Crítica do Projeto - Ventos

Velocidade média mensal e anual em km/h num período de 1881-1890.


Análise Crítica do Projeto - Ventos
Temos então o aproveitamento dos ventos na residência.
Dada a sua orientação, ele consegue captar os ventos
predominante a noroeste, além de dispor de muitas aberturas. No
caso, janelas e sacadas concentram-se ao sul, face voltada ao mar,
que também recebem diretamente as brisas marítimas frescas
citadas anteriormente.
Ventos Predominantes

Brisas Marítimas
Análise Crítica do Projeto - Ventos

Aberturas voltadas ao sul, aproveitando os ventos e brisas


Análise Crítica do Projeto - Insolação
• A Residência projetada por
Álvaro Siza, por estar
localizada em uma região de
clima mediterrâneo, recebe
uma forte insolação devido à
grande ausência de nuvens.
• O arquiteto tira proveito
dessa grande insolação e
distribui a construção ao
longo do terreno de forma
que o bloco principal (Bloco
Oeste) recebe luz o dia
inteiro e ainda o bloco Leste
recebe maior luz solar na
parte da manhã, e o bloco
Norte, na parte da tarde.
Análise Crítica do Projeto - Insolação

A insolação no inverno é
mais baixa afetando
diretamente na casa, nas
aberturas ao sul, enquanto
no verão é mais alta e não
incide tanto na residência.
Sendo assim, melhora o
conforto térmico, já que no
inverno precisa-se de mais
calor e no verão não, se não
a temperatura se elevaria
demais e causaria
desconforto.
Análise Crítica do Projeto - Insolação
• A cor branca também, além de ser estética, reflete a
insolação, o que pode se considerar bom nos dias mais
quentes, porem prejudicial nos dias mais frios. Como a
construção fica num clima considerável ameno essa
característica não traz grandes consequências boas ou
ruins.
Referências
• http://www.suapesquisa.com/clima/clima_mediterraneo.htm
• http://www.estudopratico.com.br/o-clima-mediterraneo/
• http://www.valencia.edu/portasec/materiales_geo/geografia_fisica/1/curs
/cont/nf3/pdf/c3
• http://www.tecnun.es/asignaturas/Ecologia/Hipertexto/08RiesgN/131Got
Fria.htm
• http://balearesfilm.com/illes_cli.htm
• http://www.divulgameteo.es/uploads/brisas-mallorca.pdf
• http://www.mca-hotels.com/guia-vacaciones-
mallorca/7/11/30/mallorca/clima/clima-temperaturas/
• http://www.worldmeteo.info/es/europa/espana/palma-de-
mallorca/tiempo-100088/
• http://www.tutiempo.net/clima/Palma_De_Mallorca_Son_San_Juan/83
060.htm
• http://www.temperatureweather.com/mediterr/tempo/pt-tempo-na-
espanha-mallorca.htm
• http://palma-de-mallorca.costasur.com/pt/clima.html

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