TÉCNICO DE
INFORMAÇÃO E
ANIMAÇÃO TURÍSTICA
UFCD PROCURA E OFERTA
3479
TURÍSTICA
FORMANDO:
Âmbito do manual
O presente manual foi concebido como instrumento de apoio à unidade de formação de
curta duração nº 3479 – Procura e oferta turística, de acordo com o Catálogo
Nacional de Qualificações.
Objetivos
Identificar e caracterizar as diversas componentes da procura e oferta turística.
Conteúdos programáticos
Procura turística
o Noção e formas da procura turística
o Característica fundamental da procura turística
o Fatores determinantes da procura turística
o Dimensão e características da procura turística
o Diferentes características e motivações do turista
o Tendências de evolução e a emergência de novos tipos de turismo
o Perspetivas da procura internacional
Oferta turística
o Definição das características e componentes
o Negócios Turísticos
o Componentes da oferta turística:
- Componentes da oferta turística de base
- Transporte
- Alojamento
- Restauração e bebidas
- Visitas guiadas
- Componentes da oferta turística “complementar”
- Atracões turísticas
- Eventos
- Atividades de animação
- Conferências e seminários
- Atividades recreativas e entretenimento
o Produtos Turísticos
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1.A Procura Turística
Turismo não é só sinónimo de procura turística, mas esta reflete a importância alcançada
pelos movimentos turísticos – a procura é, do ponto de vista económico, a quantidade
de bens e serviços que as pessoas que se deslocam adquirem num determinado
momento.
Esta corresponde, então, a todos os bens e serviços que os visitantes adquirem para
realizar as suas viagens, expressas em quantidades.
a) Procura Física
Corresponde às deslocações no âmbito das definições do conceito de visitante (critério
fronteira). A procura é constituída pelos fluxos turísticos medidos pelas chegadas às
fronteiras e pelas dormidas nos meios de alojamento de um país.
b) Procura Monetária
Na vertente monetária, a procura turística é expressa pelo valor do conjunto dos
consumos realizados pelos visitantes - as receitas turísticas; são todos os gastos
relacionados com a viagem.
Corresponde à soma das receitas de origem externa (divisas trazidas pelos estrangeiros)
com os gastos efetuados pelos residentes nas viagens dentro do país.
c) Procura Geográfica
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Os movimentos turísticos gerados num determinado espaço geográfico: locais de origem
e destinos. Nesta vertente, são analisados os fluxos turísticos, de onde surgem, por onde
passam e para onde se dirigem.
d) Procura Global
Ao nível de um país, a procura global é avaliada pela “taxa de partida”: relação entre a
população total e a sua parte desta que passa férias, ou que tem propensão para viajar.
1) Procura Potencial: parte da população que numa dada altura não viaja por
qualquer motivo, mas com condições para viajar no futuro caso os motivos de
impedimento à viagem sejam alterados.
2) Procura Diferida: inclui todos aqueles que não viajam por falta de
oportunidade/condições.
De acordo com Maslow, o homem é um animal insatisfeito a ainda mal satisfez uma
necessidade já uma outra a substituiu.
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Depois surgem as necessidades de segurança que constituem um desejo de
proteção contra o perigo, a ameaça e a privação;
Em seguida, o homem deseja satisfazer necessidades sociais como a posse, a
associação, a integração em grupo a de ser aceite pelos seus semelhantes;
A necessidade de estima respeita à confiança em si próprio, a independência, a
competência, o saber. Esta necessidade tem a ver com a reputação, a condição
social, a consideração, o respeito dos outros que induz a pessoa a procurar o
reconhecimento do seu próprio valor ou das coisas a que atribui valor;
No topo da hierarquia encontram se as necessidades de auto realização, isto é,
a realização das aspirações do indivíduo;
Consequências da concentração
A concentração do turismo origina problemas de difícil solução que têm de ser tomados
em consideração no processo de desenvolvimento turístico. Alguns dos problemas são
inerentes, logo não elimináveis, mas podem ser atenuados.
Sazonalidade
A sazonalidade origina problemas para as empresas, para a administração pública, para
os trabalhadores e para os turistas.
A administração pública tem que fazer investimentos em infraestruturas para que não
sejam estrangulados os serviços básicos em épocas altas (ex. fornecimento de energia,
água, vias de comunicação em época alta). O mesmo se aplica aos serviços públicos e
o seu reforço nas épocas altas (ex. correio, transportes, segurança).
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Outro problema da sazonalidade na procura, que afeta os turistas, está ligado aos
trabalhadores de serviços turísticos: os trabalhadores fixos são sujeitos a um maior
desgaste e pressão (pior desempenho), enquanto os trabalhadores temporários podem
estar mal preparados para a sua função.
Concentração no espaço
Acontece quando a procura é concentrada em origens, o que é comum à maior parte
dos destinos, cuja procura está dependente de dois ou três mercados.
Exemplo: em 2000, 65% das dormidas hoteleiras no Algarve são de britânicos e alemães,
que são também 50% das dormidas totais do país. Assim a economia de um momento
para o outro pode ficar abalada se acontecer algum problema nestes países de origem
Por outro lado, a demasiada concentração de construção para turismo num determinado
local/área/região pode por em causa a mesma, a sua capacidade de carga e o seu
sistema ambiental.
Atrativos:
Existem concentração neste aspeto quando um determinado pais ou região tem maior
número de atrativos face a outro. Existe cada vez menor dependência de atrativos
históricos e monumentais em virtude do aparecimento de equipamentos espetaculares
que se transformam em recursos turísticos.
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procura turística
Uma forma de conhecer os motivos que levam as pessoas a viajar deriva dos inquéritos
realizados, junto dos consumidores em geral e, em particular, dos próprios turistas
através dos quais se obtêm informações sobre os seus desejos, necessidades, gostos e
preferências.
As razões que levam as pessoas a viajar assumem nuns casos carácter de obrigação,
noutros um carácter de satisfação pessoal. Podemos distinguir entre:
Motivações constrangedoras (negócios, reuniões, missões, saúde, estudos)
Motivações libertadoras (férias, desportos, repouso, cultura)
Motivações mistas
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Para além destas a OMT (Organização Mundial do Turismo) classifica as motivações em
duas categorias que estão na origem das imagens que se fazem de um destino:
Motivações de tipo racional: a confiança, a segurança, a poupança, a
tradição, o conformismo e o modernismo;
Motivações de tipo afetivo: a curiosidade, a novidade, a simpatia, o
maravilhoso, a afetividade, a liberdade e a amizade.
Por vezes, o que leva as pessoas a viajar ou a escolher determinados destinos são
fenómenos coletivos de moda ou imitação. São motivações coletivas que têm origem em
fatores coletivos e não em fatores individuais.
Porém, desde sempre o homem procurou descobrir coisas novas: novos locais, novas
paisagens, novas civilizações. A procura da diversidade e da variedade foi sempre uma
das características dominantes do comportamento humano a que, hoje, o turismo
permite dar uma satisfação em condições inexistentes no passado.
Pode, então, dizer-se que o que melhor caracteriza o turismo é a sua faculdade de
permitir a satisfação da necessidade de diversidade e o que distingue o turismo das
restantes atividades é a necessidade de deslocação temporária do homem.
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Com base nestas considerações podemos concluir que o turismo se deve orientar pelo
princípio básico de manter e valorizar as diferenças culturais, conceptuais e
arquitetónicas.
2. Divertimento e descanso
a. Escapar à rotina;
b. Passar o tempo agradavelmente;
c. Repousar;
d. Fazer o que quiser, ser livre.
3. Saúde
a. Recuperar da fadiga física e mental;
b. Fazer tratamentos;
c. Cuidar da saúde, prevenir as doenças.
4. Razões étnicas
a. Visitar o berço familiar;
b. Visitar os locais que a família ou os amigos já visitaram;
c. Visitar parentes e amigos.
5. Sociológicas e psicológicas
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a. Aprender a conhecer o mundo;
b. Snobismo;
c. Conformismo;
d. Aventura.
6. Climatéricas
a. Escapar às condições climatéricas adversas;
b. Tomar banhos de sol;
c. Praticar desportos de Inverno.
7. Profissionais e económicas
a. Participar em reuniões, congressos, missões, exposições, feiras;
b. Realizar estudos;
c. Desenvolver ou realizar negócios.
8. Diversas
a. Participar em reuniões políticas;
b. Praticar atividades desportivas;
c. Retomar a forma.
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em desenvolver atividades que os desviem da normalidade. São mais passivos
do que cativos.
Alocêntricos: são os turistas que se interessam por um grande número de
atividades, desejam descobrir o mundo e manifestam uma curiosidade geral por
tudo quanto os cerca. Distinguem-se pelo desejo de aventura e pela curiosidade.
Entre estas duas categorias extremas encontra-se a maioria da população turística que
se reparte por três categorias intermédias: os quase-psicocêntricos, os cêntricos e
os quase-alocêntricos.
Psicocêntricos
o Destinos que não perturbem o seu modo de vida;
o Atividades recreativas pouco originais;
o Turismo sedentário;
o Destinos acessíveis por automóvel;
o Instalações e equipamentos turísticos tradicionais;
o Viagens organizadas, estruturadas e bem preparadas.
Quase-psicocêntricos
o Satisfação do ego e procura de “status”;
o Procura de conforto social;
o Visitas a locais muito frequentados ou mencionados pelos meios de
comunicação social.
Cêntricos
o Descontração e prazer: simples diversão e entretenimento;
o Clima, sol, termas;
o Mudança durante algum tempo;
o Oportunidade de fugir aos problemas diários;
o Atracão real ou imaginária do destino;
o Gratificação sensual: gastronomia, descanso, conforto, bebida;
o O prazer de viajar e a apreciação da beleza: parques naturais, lagos,
montanhas;
o Compras para recordações e ofertas;
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o O prazer sentido antes e depois da viagem: planeamento da viagem,
aprendizagem, sonho e, posteriormente, o prazer de mostrar fotografias,
recordações e de descrever a viagem.
Quase-alocêntricos
o Participar em certames ou atividades desportivas;
o Viagens de tipo desafio: explorações, alpinismo, passeios a pé,
peregrinações;
o Viagens de negócios, congressos, reuniões, convenções;
o Visitas a teatros, espetáculos especiais;
o Oportunidades de experimentar um estilo de vida diferente.
Alocêntricos
o Regiões não desenvolvidas turisticamente;
o Novas experiências e descobertas;
o Destinos “diferentes”;
o atividade desdobrante durante a estada;
o Viagens de organização flexível;
o Atrativos educacionais e culturais;
o Procura do exótico;
o Satisfação e sensação de poder e liberdade;
o Melhoria de perspetivas.
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A ligação entre os tipos de turistas e os tipos de destinos fornece um método para prever
o comportamento das viagens mas duas coisas têm de ser observadas:
Um turista pode viajar por motivos diferentes de uma viagem para a outra;
Um determinado destino pode garantir uma variedade de experiências que
podem satisfazer um grande número de turistas dependendo da forma como a
viagem for organizada.
Embora as razões que levam os homens a viajar sejam extremamente variadas e, muitas
vezes, se misturem na mesma pessoa, é possível distinguir certos tipos de turismo e
agrupando por afinidades os motivos de viagens, podem destacar-se os tipos a seguir
enumerados que, porém, não esgotam todos os que se podem identificar nem
estabeleçam uma barreira entre eles.
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TURISMO
RELIGIOSO
TURISMO TURISMO DE
ÉTNICO RECREIO
TURISMO TURISMO
POLÍTICO DESPORTIVO
TURISMO DE
NEGÓCIOS
Turismo de recreio
Este tipo de turismo é praticado pelas pessoas que viajam para «mudar de ares», por
curiosidade, ver coisas novas, desfrutar de belas paisagens, das distrações que oferecem
as grandes cidades ou os grandes centros turísticos.
Algumas pessoas encontram prazer em viajar pelo simples prazer de mudar de lugar,
outras por espírito de imitação e de se imporem socialmente.
Turismo de repouso
A deslocação dos viajantes incluídos neste grupo é originada pelo facto de pretenderem
obter um relaxamento físico e mental, de obterem um benefício para a saúde ou de
recuperarem fisicamente dos desgastes provocados pelo «stress», ou pelos
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desequilíbrios psicofisiológicos provocados pela agitação da vida moderna, ou pela
intensidade do trabalho.
Para eles, o turismo surge como um fator de recuperação física e mental e procuram,
por via de regra, os locais calmos, o contacto com a natureza, as estâncias termais ou
os locais onde tenham acesso à prestação de cuidados físicos como as modernas health
farms, ou beauty/arms.
Turismo cultural
As viagens das pessoas incluídas neste grupo são provocadas pelo desejo de ver coisas
novas, de aumentar os conhecimentos, de conhecer as particularidades e os hábitos
doutras populações, de conhecer civilizações e culturas diferentes, de participar em
manifestações artísticas ou, ainda, por motivos religiosos.
Incluem-se neste grupo as viagens de estudo, bem como as realizadas para aprender
línguas.
Turismo desportivo
Hoje as motivações desportivas respeitam a camadas cada vez mais vastas das
populações de todas as idades e de todos os estratos sociais, quer se trate de assumir
perante as atividades desportivas uma atitude passiva, quer ativa.
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As modernas tendências da procura, em que a preferência pelas férias ativas assume
uma importância cada vez maior, obrigam a que o desenvolvimento de qualquer centro
turístico deva ser equipado com os meios mais apropriados à prática dos desportos tendo
em consideração as possibilidades de cada local.
Turismo de negócios
As profissões e os negócios têm como consequência movimentos turísticos importantes
e de grande significado económico, hoje extraordinariamente desenvolvido pelo
crescente grau de internacionalização das economias e das empresas, pelo aumento das
reuniões científicas e pela proliferação de manifestações de divulgação de produtos,
como as feiras e as exposições.
Do mesmo modo, constituem frequentemente ocasiões para viajar as visitas aos grandes
complexos industriais ou técnicos e às explorações agrícolas ou pecuárias bem como a
participação em congressos.
Este tipo de turismo assume um elevado significado para os locais ou países visitados
na medida em que, regra geral, as viagens são organizadas fora das épocas de férias e
pagas pela empresa, ou pela instituição a que os viajantes pertencem.
Turismo político
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A participação em acontecimentos ou reuniões políticas provocam uma movimentação
significativa de pessoas, quer se trate de ocasiões esporádicas, quer de reuniões ou
acontecimentos regulares.
São, porém, casos específicos que não traduzem a realidade dos movimentos das
pessoas por razões políticas já que, diariamente, eles se verificam com maior ou menor
intensidade, quer interna, quer internacionalmente.
Turismo de Saúde
Termalismo
O termalismo é praticado desde, pelo menos, os tempos da ocupação romana. As
qualidades terapêuticas das águas foram desde então utilizadas, tendo atingido, a
nível europeu o seu maior desenvolvimento, nos séculos XVIII e XIX.
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Os clientes dos produtos “Fitness” desejam encontrar o equilíbrio mais intensivo, uma
vez que engloba aspetos físicos, psicológicos e sociológicos. Trata-se de um bem-
estar que se liga a sentimentos de reequilíbrio e de vitalidade, ou seja, manter a
unidade do corpo e do espírito, para além das adversidades da vida.
Turismo Religioso
De forma a simplificar podemos afirmar que existem duas grandes correntes
religiosas:
As religiões para as quais a peregrinação faz parte integrante da prática
religiosa (católicos, muçulmanos e budistas). Estas religiões, em particular a
católica, criaram organizações para encorajar e facilitar a sua prática.
As religiões para as quais a peregrinação não existe mas cujos crentes,
praticam pelo menos uma forma de turismo ligada à religião – os Judeus e os
Protestantes visitam locais que guardam as marcas dos seus correligionários:
lugares de memória que são em geral, lugares de peregrinação.
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Uma parte significativa de pessoas que integra este grupo é formada por jovens que
pretendem aumentar os seus conhecimentos ou, temporariamente, se integrarem em
organizações ou manifestações juvenis.
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Turismo de Natureza,
Turismo Náutico
Saúde e Bem-estar
Golfe
Resorts Integrados e Turismo Residencial
Gastronomia e Vinhos.
A procura turística internacional não se reparte igualmente por todas as zonas do mundo.
Algumas revelam grande capacidade de atracão dos fluxos turísticos enquanto outras
têm uma fraca participação nessas correntes.
A maior parte do turismo internacional que chega à Europa provém de países da própria
região, daí poder afirmar-se que existe o mercado “Europa” dentro da região Europa,
sendo este o mais importante e, por vezes, pouco valorizado.
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Tradicionalmente, as correntes turísticas estabeleceram-se, principalmente, entre o
Norte e as regiões do Sul da Europa em busca do sol e das praias, descanso e diversão.
Desta forma, podemos concluir que os países do Norte da Europa são países
predominantemente emissores de turistas, ao passo que os países do sul da Europa são
predominantemente recetores.
Os mercados de origem dos hóspedes que ocuparam o TOP 5 nacional foram os mesmos
quer o período de referência seja o 4.º trimestre ou o ano completo de 2013.
Em 2013, o Reino Unido liderou o ranking dos mercados estrangeiros, com 1,4 milhões
de hóspedes (17% do total de estrangeiros) e assinalou, face a 2012, um aumento de
7,4% (+95,1 mil hóspedes).
Alemanha (906,5 mil hóspedes) e França (831,9 mil) ocuparam as 3.ª e 4.ª posições,
com quotas de 11% e 10%, respetivamente, face ao total de hóspedes estrangeiros.
Cada um destes mercados cresceu 12% em relação a 2012, originando um acréscimo
conjunto de 189 mil hóspedes.
O Brasil, no 5.º lugar, originou 529,7 mil hóspedes com um aumento de 7,0% (+34,8
mil hóspedes), face a 2012. Este mercado atingiu uma quota de 6% no total de
estrangeiros.
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Por NUTS II, em 2013, 71% dos hóspedes (10,3 milhões) permaneceram em unidades
hoteleiras localizadas nas regiões de Lisboa, Algarve e Norte.
A região de Lisboa registou 4,3 milhões de hóspedes, na sua maioria estrangeiros (2,9
milhões, ou seja, 68%). A evolução da região (+5,2%) ficou a dever-se ao crescimento
de 8,3% no número de hóspedes estrangeiros, que se traduziu em mais 641,2 mil, já
que os nacionais diminuíram ligeiramente (-0,7%, equivalente a -10,3 mil indivíduos).
O Algarve recebeu 3,2 milhões de hóspedes, dos quais 2,2 milhões (70%) eram
estrangeiros. O número total de hóspedes aumentou na região (+3,6%), motivado pela
evolução dos estrangeiros (+6,3%, ou seja, +131,2 mil). Os residentes decresceram
2,1% (-20,2 mil hóspedes).
A região Norte, com 2,8 milhões de hóspedes, posicionou-se em 3.º lugar. Tanto
hóspedes residentes (1,6 milhões) que representaram na região 57% como estrangeiros
assinalaram aumentos homólogos de 0,8% e 14,7%, respetivamente.
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2. A oferta turística
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Os recursos turísticos são constituídos pelo património turístico, que, mediante uma
intervenção do homem, se transformam em património utilizável.
Bens imateriais
Resultando da maneira de viver do homem, exercem sobre os outros homens um
fenómeno de atracão: tradições, cultura, exotismo, tipicidade.
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Tipologia de recursos turísticos
Recursos naturais
Os recursos naturais são todos os elementos do meio natural que podem ser utilizados
para satisfação de necessidades humanas.
Designa-se como núcleos recetores naturais todos os destinos que baseiam a sua
capacidade de geral movimentos turísticos na existência de atracões naturais, ou seja,
não produzidas pela atividade humana.
O quadro seguinte apresenta uma proposta de tipologia dos principais tipos e subtipos
de atracões naturais que se constituem como recursos para o turismo:
TIPOS SUB-TIPOS
Montanhas Serras
Picos
Morros/ colinas
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Outras formas de Vales
relevo Arribas
Planaltos
Planícies
Hidrografia Rios
Estuários
Lagos/ lagoas
Praias fluviais
Quedas d’água
Florestas Pinhais
Eucaliptais
Soutos
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Diversos Pântanos
Reservas especiais de flora
e fauna
Fontes hidrominerais/
termais
Áreas de caça e pesca
Recursos culturais
Os recursos culturais constituem os elementos ligados à evolução das civilizações
decorrentes da intervenção humana.
O quadro seguinte apresenta uma proposta de tipologia dos principais tipos e subtipos
de atracões culturais que se constituem como recursos para o turismo:
Tipos Subtipos
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Equipamentos de Museus
pesquisa e lazer Bibliotecas
Arquivos
Institutos históricos e
geográficos
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Constituem características da oferta turística:
Carácter endógeno;
Imobilidade temporal e espacial;
Rigidez relativamente às exigências e alterações da procura turística;
Esgotamento da produção no ato de consumo: os equipamentos e
instalações turísticas não podem produzir para armazenamento e venda
posterior nem os bens e serviços produzidos podem ser transportados para
serem consumidos noutros locais.
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6. Localidades cuja vocação resulta do património construído, tais como os
parques temáticos e centros desportivos.
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2.2.Negócios Turísticos
Negócios primários
Compreendem os meios para a realização das viagens, os sistemas de transporte e as
razões para viajar (as atracões), nele se incluindo os transportes, a organização das
viagens, o alojamento, o fornecimento de refeições (catering) e as atracões turísticas.
Negócios secundários
São aqueles que beneficiam diretamente dos gastos dos turistas, normalmente no
destino mas nem sempre, tais como os seguros, os bancos, serviços pessoais
(cabeleireiros, limpeza) ou lojas comerciais.
Negócios terciários
São aqueles cujo benefício resulta indiretamente dos consumos (gastos) dos turistas,
tais como os serviços públicos, a publicidade ou o fornecimento de combustíveis.
Em função da importância de algumas atividades têm para o turismo e sem as quais não
é possível estruturar-se como atividade económica, podem eleger-se os seguintes
principais grupos de atividades ou negócios para o turismo:
Atracões: parques temáticos, museus, parques nacionais, centros históricos e
arqueológicos, atividades desportivas, balneários terapêuticos e termais, grutas,
casinos;
Transportes: companhias aéreas, caminhos-de-ferro, transportes rodoviários,
aluguer de automóveis;
Alojamento: hotelaria, apartamentos, aldeamentos, caravanismo, aldeias de
férias, campismo;
Alimentação e bebidas; restaurantes, bares, cervejarias, cafetarias;
Recreio e desporto: golfe, discotecas, ténis, parques aquáticos, piscinas,
espetáculos, mergulho, pesca;
Mistas: cruzeiros marítimos e fluviais, marinas e portos de recreio, excursões;
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Organização de viagens: operadores turísticos, agências de viagens; organização
de conferências, reservas;
Administração e informação: organismos oficiais de turismo, associações, órgãos
locais e regionais de turismo.
Transporte
O transporte faz parte integrante do sistema turístico. É o transporte que permite o
acesso ao destino a partir da residência habitual dos visitantes.
Considerando que o meio de transporte turístico é aquele que é utilizado por um visitante
para se deslocar entre o seu lugar de residência habitual e os lugares visitados podemos
classificá-los do seguinte modo:
Transportes aéreos
o Voos regulares
o Voos não regulares
o Voos de baixo custo
o Outros serviços aéreos
Transportes marítimos
o Barcos de linhas regulares
o Cruzeiros
o Diversos
Transportes terrestres
o Caminhos-de-ferro
o Autocarros e outros transportes públicos por estrada
Serviços regulares
Serviços não regulares, a pedido
o Veículos privados (até 8 lugares)
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o Veículos de aluguer
o Outros transportes terrestres
Alojamento
Embora possam existir fluxos turísticos sem alojamento (caso das localidades visitadas
por excursionistas), não é possível estruturar destinos turísticos sem alojamento. O
alojamento é a base essencial do destino turístico e sem o qual este não existe como
tal.
O alojamento turístico apenas representa, para o turista, um meio para desfrutar das
atracões do destino, não constituindo uma atracão.
Por vezes, os meios de alojamento, pelas suas características ou pelas suas tradições e
representações históricas constituem uma atracão em si mesmos exercendo uma função
idêntica à dos outros recurso naturais e patrimoniais.
Os meios e formas de alojamento turístico são muito diversificados e variam de país para
país e de época para época, não sendo fácil encontrar um conceito único e válido
universalmente.
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a) Estabelecimentos hoteleiros;
b) Aldeamentos turísticos;
c) Apartamentos turísticos;
d) Conjuntos turísticos (resorts);
e) Empreendimentos de turismo de habitação;
f) Empreendimentos de turismo no espaço rural;
g) Parques de campismo e de caravanismo;
h) Empreendimentos de turismo da natureza.
Restauração e bebidas
No ramo dos restaurantes, encontramos várias formas de exploração diversas.
Restaurante tradicional
Designa aquele que tem serviço apenas de comida, sem proporcionar qualquer outra
distração. É o restaurante clássico, com serviço à lista, de mesa redonda, ou com ambos.
Mais ou menos luxo, maior ou menor categoria, de acordo com o tipo de
estabelecimento.
Restaurante típico
Restaurantes que pela cozinha, mobiliário, decoração e eventualmente, pela exibição de
folclore, apresentam no todo um ambiente característico de um país ou de uma região.
Snack-Bar
São estabelecimentos mistos, entre o bar e a restauração. Onde se servem refeições
ligeiras (quentes ou frias), de preparação rápida e a qualquer hora.
Taberna ou tasca
Estabelecimento onde a venda de vinhos é o principal negócio, mas onde algumas vezes
se vendem também pratos típicos regionais ou sanduíches. A decoração é simples, com
a exibição de grandes tonéis e um balcão para atendimento ao cliente, para além de
toscas mesas.
Bar
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O bar é um estabelecimento confortável, com mesas baixas e cadeiras estofadas ou
tamboretes. A sua principal atividade é a venda e preparação de bebidas, o que inclui
uma oferta mais sofisticada que pode abarcar os cocktails. O bar pode funcionar como
unidade independente ou agregado a uma exploração hoteleira.
Café
Estabelecimentos destinados à venda de café em chávena e bebidas alcoólicas. Na sala,
distribuem-se várias mesas, servidas por empregados que efetuam o transporte das
bebidas em bandejas. Não são estabelecimentos muito luxuosos, mas têm por vezes
uma decoração agradável.
VARIEDADE DE ATRACÇÕES
Reservas Naturais:
Áreas classificadas como de proteção de habitats de flora e fauna tendo por efeito
possibilitar a adoção de medidas que permitam assegurar as condições naturais
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necessárias à estabilidade ou à sobrevivência das espécies quando estas requerem a
intervenção humana para a sua perpetuação;
Parque Natural:
Áreas naturais, pouco transformadas pela exploração ou ocupação humana que, em
razão da beleza das suas paisagens e da riqueza e representatividade dos seus
ecossistemas, possuem valores ecológicos, estéticos, educativos e científicos cuja
conservação merece uma atenção particular;
Monumento Natural:
Ocorrência natural contendo um ou mais aspectos que pela sua singularidade ou
representatividade em termos ecológicos, estéticos, científicos ou culturais exige a sua
conservação e manutenção da sua integridade;
Paisagem Protegida:
Área com paisagens naturais, seminaturais ou humanizadas, de interesse regional ou
local, resultante da interação harmoniosa do homem e da natureza que evidencie grande
valor estético ou natural;
Jardins:
Áreas constituídas por elementos naturais dispostos por intervenção humana de tal
forma que, pela sua singularidade, representatividade em termos ecológicos ou valor
estético, geram movimentos turísticos.
Como o modo de vida de cada povo é influenciado pelas suas tradições, pela cultura e
pela história, os valores artísticos e monumentais fazem parte do turismo como fator de
primeira grandeza.
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Núcleos recetores religiosos
Praias
A procura de “sol e mar” nas décadas de 50 e 60 permitiu o “boom” turístico do Sul da
Europa que, rapidamente, se transformou na região de maior atracão turística mundial.
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estâncias termais (resort spas), os destinos termais (destination spas) e os centros de
tratamento (day spas) que apenas oferecem tratamentos sem alojamento
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Estadas em centros desportivos essencialmente para treinos e estágios.
Viagens para a prática de uma atividade desportiva: escalada, ciclismo,
expedições, trekkings, safaris, automobilismo.
Atividades de animação
Animação turística
Todas as atividades que visam contribuir para melhorar ou aumentar as condições de
atracão, constituir um meio para a ocupação dos tempos livres dos visitantes ou para
satisfação das necessidades e experiências decorrentes da sua permanência no local
visitado.
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inúmeras atividades de animação turística, as quais se podem inserir ou subdividir em
diversos grupos ou tipos.
2.4.Produtos turísticos
Produto turístico – conjunto dos elementos que, podendo ser comercializado, direta
ou indiretamente, motiva as deslocações, gerando uma procura.
Produto turístico:
Conjunto de elementos tangíveis e intangíveis
o Centrados numa atividade específica
o Centrados num destino específico
Compreende e combina as atracões catuais e potenciais de um destino
Compreende as facilidades
Compreende as acessibilidades
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D) Acolhimento e cultura – o espírito, as atitudes e os comportamentos
existentes em relação aos visitantes, bem como as manifestações culturais:
música; dança; outras atividades turísticas; desporto; outras formas de
animação.
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Ciclo De vida do produto turístico
FASE EMBRIONÁRIA
A descoberta ou criação de um novo produto desenvolve-se nos planos técnico,
conceptual e comercial até que possa ser lançado no mercado sob a forma de produto
novo.
FASE DE INTRODUÇÃO
Corresponde ao período de penetração no mercado sendo a fase mais crucial em que a
margem entre o sucesso e o fracasso é mínima. O sucesso dependerá da aceitação do
produto e também da política comercial adotada.
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FASE DE CRESCIMENTO
Caracterizada pela aceitação do produto ou serviço pelos consumidores, traduzindo-se
pelo crescimento das vendas e dos lucros.
FASE DE MATURIDADE
As vendas ainda aumentam mas as taxas de crescimento são cada vez mais reduzidas
entrando num plano de estagnação.
SATURAÇÃO
Surge quando as vendas atingem o máximo e o produto ou o serviço alcançou o maior
grau possível de penetração no mercado.
DECLÍNIO
A procura reduz-se rapidamente, as despesas de publicidade são baixas e inicia-se a fase
de prejuízos e os produtos tendem a desaparecer e, muitas vezes, com eles, as próprias
empresas.
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Características desta fase:
Quando um produto entra na fase da saturação é possível evitar o declínio
mediante alterações que o vivifiquem ou o adaptem às novas exigências do
mercado.
Dá-se, então, uma inovação parcial ao alterar-se um ou mais elementos do
produto e uma inovação total, ou seja, uma renovação, quando se alteram,
simultaneamente, todos os elementos que o constituem.
Bibliografia
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