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Edição: Primeira
Introdução
Catar um violãzinho e sair tocando, é uma beleza. Todos nós, “viciados” em violão gostamos. Tocamos em qualquer
lugar. Mesmo que ninguém queira ouvir.
Só que às vezes (muitas vezes) só nos lembramos do nosso amigo, o violão, na hora de tocar. O resto do tempo,
coitadinho, fica lá no cantinho, tomando poeira, enferrujando corda e o escambau.
Aí, chegou a hora de tocar de novo, lá vamos nós... até o dia em que chega a dar asco de pegar no amigo. O violão,
digo. O malvado tá parecendo bêbado que ficou uma semana jogado na rua sem tomar banho.
Violão é igual gente. Você não apenas toma banho, como corta as unhas e cabelos, faz a barba (se for homem,
claro), põe uma roupa limpa, etc. e tal.
Violão também precisa de certos cuidados. Mais do que talvez você pense.
Por isso, além de tocar, é preciso aprender a fazer a manutenção e limpeza do seu violão. Indo um pouquinho mais
longe, fazer também a regulagem.
Fazendo tudo direitinho, o seu amigo vai ficar brilhando, tinindo. E você vai ter um instrumento “azeitado” para tocar,
obtendo um melhor rendimento.
Os procedimentos não são nada complicados. Basta ler tudo com atenção e fazer com calma que dá certo.
Portanto, mãos à obra. Tenho certeza que depois de fazer tudo o que seu violão precisa, você terá a impressão de
ter comprado um violão novo. Ou melhor que isso.
Bruno Grunig
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2. Após afrouxar as cordas, você pode cortá-las com um alicate de corte (em hipótese
alguma corte as cordas antes de afrouxar as cordas!!!), para facilitar a retirada. Eu
tinha o costume de guardar cordas velhas, para ficarem "de reserva" no caso de
quebra. Não faço mais isto e nem aconselho. Cordas velhas já perderam a sonoridade
e estão mais sujeitas à quebra. Entretanto, eu fazia isto por absoluta necessidade. Não
tinha dinheiro. Se for seu caso, vá em frente. É melhor uma corda velha do que
nenhuma.
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Após retirar as cordas, limpe completamente o instrumento, primeiro com um pano sêco,
retirando toda a poeira.
Depois, passe um pano levemente umedecido em água, somente nas partes envernizadas. A
partir daí você terá uma boa idéia do estado do violão.
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Tarraxas
Verifique as tarraxas. Se estiverem muito sujas, utilize um pequeno pincel para retirar a
poeira. Pegando nas tarraxas, mexa cada uma delas para um lado e para o outro, no sentido
lateral, não de giro, para verificar se não estão soltas.
Caso repare que alguma delas está frouxa, verifique os parafusos que fixam a tarraxa à
madeira da mão do violão. Se necessário, aperte com cuidado os parafusos, sem força
excessiva.
Gire cada uma das tarraxas e observe se estão girando livremente. Se estiverem muito duras
ou muito frouxas, veja se há um parafuso de regulagem na parte plástica da tarraxa, na ponta
oposta à haste. Regule para mais ou para menos, conforme a necessidade. A tarraxa não
deve ficar nem muito solta, nem muito presa.
Em tarraxas lacradas não há mais nada o que fazer. Para tarraxas abertas (aquelas em que
se pode ver a engrenagem), você pode limpar bem as engrenagens e colocar um pouco de
vaselina. Um pouco, entenda bem. Não vá envolver a engrenagem toda com vaselina.
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Pestana
Observe agora a pestana (junto à mão do violão, de osso ou plástico, geralmente branca), por
onde passam as cordas antes de chegarem às tarraxas. Veja se está bem fixa no lugar, se
não há rachaduras ou se não está gasta demais.
Caso esteja em ordem, limpe as ranhuras por onde passam as cordas com fio dental,
retirando gordura e poeira. Você pode também passar nas ranhuras um pouco de graxa de
grafite (procure em lojas de instrumentos musicais).
Observe a figura 3. Estou lixando um pouco o canto da pestana, que era muito pontudo,
incomodando na hora de tocar, quando eu tinha que levar a mão para trás da pestana.
Lixando bem pouquinho arredondou o canto e não há mais problema.
Rastilho
Caso esteja em ordem, limpe-o bem e passe um pouco de graxa de grafite na parte de cima,
por deslizam as cordas.
Limpe também os orifícios da ponte, por onde passam as cordas. Se conseguir, passe o fio
dental por dentro dos orifícios. Antes de passar, lubrifique o fio dental em graxa de grafite. Isto
fará as cordas deslizarem com mais facilidade, ajudando a manter a afinação.
Observe a base da ponte, onde é colada ao corpo do violão. Se estiver separada (descolada)
do corpo do instrumento, você está com um problema grave. É meio complicado colar a ponte
de volta. Neste caso, procure um luthier. Observe isto também após colocar e afinar as
cordas.
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Limpeza final
Antes de colocar as cordas, dê um bom retoque na limpeza. Partes envernizadas podem ser
limpas com polidores próprios para violões e guitarras. O braço, se for escuro e sem verniz,
pode ser limpo com óleo de limão (à venda em casas de instrumentos musicais).
Caso não tenha nenhum dos dois produtos, limpe as partes envernizadas com um pouco de
lustra-móveis (bem pouco). Para a escala escura use algum tipo de óleo para madeira. Se
não tiver, somente um pano ligeiramente úmido (não molhado!).
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Você pode também limpar os trastes com bom-bril ou lixa bem fina (grana 600 por exemplo).
Mas tome muito cuidado! Coloque algo nas casas adjacentes para que o bom-bril não atinja a
madeira e sim, somente o traste. Se atingir a madeira, vai causar diferença de cor. Lixa fina
ou bom-bril, lembre-se: você está limpando. Não desgastando. Não faça pressão, não
desgaste o traste. Só de leve para retirar a sujeira. Se você gastar o traste, até logo! Terá
sérios problemas de nivelamento!
Limpando traste
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Não caia na tentação de limpar o braço do violão todo com bom-bril. Você pode desgastar
demais a madeira, causando problemas na tocabilidade do instrumento, além de expor mais
os trastes.
Por fim, passe um pano sêco no violão todo. Agora você está pronto para colocar as cordas
novas!
Leve a corda até a mão do violão e coloque a ponta no orifício da tarraxa. Puxe a corda
através do orifício, até que sobre apenas o suficiente para dar três ou quatro voltas na tarraxa.
Segure a corda e dê uma volta na tarraxa (para a direita na três cordas de cima e esquerda
nas três de baixo), passando a corda por cima da ponta que sobrou do outro lado. Depois dê
outra volta no mesmo sentido, mas desta vez passe a corda por baixo da sobra. Isto serve
para "travar" a corda, de modo que não ceda ao ser afinada.
Segurando a corda junto à pestana, dentro de sua ranhura, enrole-a girando a tarraxa, mas
somente até que permaneça em seu lugar. Não leve até o ponto de afinação.
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Veja nas duas figuras abaixo como dar as duas voltas sobre a tarraxa, para "travar" a corda.
O procedimento para a troca de cordas de violões com cordas de nylon é um pouco diferente,
na maneira de prender as cordas nas tarraxas e na ponte. O restante, é basicamente a
mesma coisa.
Cordas de nylon por serem mais macias e mais lisas, tendem a ceder um pouco mais.
Portanto, após trocar as cordas, afine o violão e estique um pouco as cordas para que
laceiem. Afine então novamente.
Logo após a troca de cordas, qualquer violão fica um pouco instável para afinação (aço ou
nylon). Afine várias vezes, dando um pequeno espaço e tempo e esticando um pouco as
cordas.
Não é recomendável trocar as cordas minutos antes de tocar. O ideal seria trocar no dia
anterior. Mas algumas horas antes já são suficientes.
Veja abaixo algumas fotos ilustrando a maneira de se prender as cordas de nylon nas tarraxas
e ponte.
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Regulagem do violão
Alguns podem pensar que não há quase nada que se possa fazer para melhorar o
desempenho de um violão. Mas não é bem assim.
Ao contrário da guitarra, o violão não tem, por exemplo, uma ponte regulável. Na guitarra,
pode-se regular a altura através de parafusos.
Mas é possível regular a altura das cordas (ação) do violão também, trabalhando o rastilho,
que é responsável por manter as cordas em suas posições junto ao cavalete.
O procedimento é de lixar a base do rastilho para abaixar a ação. Entretanto, isto só deve ser
feito se necessário e possível. A impressão que se pode ter é a de que abaixando a ação será
mais fácil de tocar. E é mesmo, de vez que as cordas estarão mais próximas do braço.
Porém, há um limite para isso. Uma ação muito baixa pode causar trastejamento. E é melhor
uma ação um pouco mais alta do que um horrível trastejamento. Portanto, muito cuidado. Não
saia por aí metendo a lixa no rastilho a torto e a direito. O resultado pode ser desastroso. E
obrigar você a aprender como se faz um rastilho novo...
É possível também abaixar a ação junto à pestana. Da mesma maneira que se faz com o
rastilho. Lixando a base da pestana e não aprofundando as cavidades das cordas. A coisa aí
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fica um pouco mais complicada, porque a pestana é colada no braço. Não é difícil de ser
retirada, mas exige um cuidado extremo, para não quebrá-la e não danificar o braço do violão.
Você mesmo pode fazer qualquer um destes procedimentos, contanto que busque o máximo
de informações possível, para fazer as coisas direito. Se não sentir-se confortável e não tiver
certeza do que está fazendo, busque ajuda.
Tensor é - a grosso modo - uma haste metálica instalada dentro do braço do violão, que vai
da parte que faz junção com o corpo até a mão. Ou seja, percorre toda a extensão do braço
do violão.
A função do tensor é exercer uma pressão (tensão) contrária à tensão das cordas, para
manter o braço estável, reto. Ou melhor, quase reto. Porque há uma leve curvatura no braço,
devido à forma de onda do som das cordas, que é oval. Esta curvatura é regulável, através do
tensor.
Para que se compreenda a importância da presença do tensor, basta saber que, à falta do
mesmo, a pressão das cordas puxaria o braço no sentido do corpo do violão e você ficaria
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com algo parecido com um arco, as cordas no meio do braço do violão excessivamente
afastadas do braço.
Para regular o tensor do violão, basta localizar o parafuso de regulagem, que fica localizado
perto da boca, por dentro, junto à base do braço (veja a foto abaixo).
Parafuso de regulagem
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Antes de fazer qualquer coisa, você deve medir a folga existente entre as cordas e os trastes,
da seguinte maneira:
2) Aperte a sexta corda na casa que faz junção com o corpo do violão.
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3) Observe a folga existente entre a sexta corda e o sexto ou sétimo traste (dependendo da
extensão do braço).
4) Se não houver folga nenhuma (a corda encostada no traste), o tensor está muito apertado.
O braço está reto ou até mesmo convexo (embarrigado).
6) A folga ideal está entre 0,15mm e 0,30mm. A folga deve ser medida entre a parte superior
do traste (não do braço) e a parte inferior da corda. É possível fazer uma regulagem somente
visual. partindo da corda encostada no traste, um pequeno desaperto no tensor já causa uma
pequena folga. Não há regra definida para esta folga. Se você tem mão leve, folga menor. Se
tem mão pesada, folga maior. Se desejar mesmo medir a folga, compre uma ferramenta de
calibragem, tipo para automóveis, que tem as diversas medidas. Basta inserir a lâmina entre a
corda e o traste e verificar se passa com folga ou não. Vá trocando as lâminas e
experimentando.
ATENÇÃO: O tensor do violão não é uma roda de carro! Nada de fazer força excessiva, dar
voltas pra cá e pra lá, forçar a barra.
um estalo. Não você não quebrou o tensor. Imagine um parafuso que está parado na mesma
posição há muito tempo. Está travado, por isso o barulho.
OBS: Existem tensores mais modernos que têm dupla ação, ou seja, movem-se nos dois
sentidos, tanto para deixar o braço do violão mais côncavo ou mais convexo. Os tensores
comuns, apenas se movem no sentido de apêrto, ou seja, para deixar o braço mais convexo
(embarrigado no sentido das cordas).
ENTENDA MELHOR – Quando você aperta o tensor (sentido horário), o meio do braço do
violão aproxima-se mais das cordas (FIGURA 1). Quando vira o tensor no sentido contrário
(anti-horário), o braço afasta-se das cordas (FIGURA 2). Nas figuras abaixo, entortei uma
régua para demonstrar. Suponha que este é o braço do violão virado com as cordas para
cima. Evidentemente o exemplo é bastante exagerado, somente para ilustração. Jamais
iríamos tão longe com um tensor de verdade...
FIGURA 1 FIGURA 2
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Desapertar
Apertar
Procedimento de regulagem
1) Afine o violão com afinador eletrônico. Verifique a folga e regule o tensor para o lado
necessário.
violão. Se o tensor estiver muito apertado (cordas muito perto do braço) pode haver
trastejamento em uma ou mais cordas, geralmente nas casas 4 a 7. Se for este o caso, solte
um pouco o tensor (sempre afinando e conferindo).
4) Quando achar que a regulagem está correta, deixe o violão descansar por algumas horas e
confira novamente se há trastejamento e se a folga está de acordo.
SE O PARAFUSO NÃO SAI DO LUGAR DE JEITO NENHUM - Pare. Não force a barra, não
use um martelo, alicate, nada disso. Busque ajuda.
ÚLTIMO LEMBRETE - Não acredite em quem diz que só de mexer ali você vai quebrar o
tensor. Isto é mentira. As fábricas enviam as chaves de regulagem junto com violões e
guitarras. Para quem você acha que são estas chaves? Para você levar ao luthier? O luthier
não precisa da sua chave. Ele tem centenas de chaves, de vários tipos e medidas, para
qualquer tipo de instrumento. Resumindo: aquela chave é para você regular seu violão. Você
mesmo. Fazendo as coisas com paciência, calma e a técnica correta, você não vai quebrar
tensor algum. No entanto, se você acha que não tem a habilidade necessária, ou tem pavor
de quebrar o tensor, leve seu violão a um luthier.
Violão trastejando
O trastejamento pode ter outras causas que não o tensor desregulado. Desnivelamento de
trastes é a principal delas. Braço empenado também.
Mas dependendo da regulagem do tensor, o violão pode trastejar, nas seguintes situações:
1) Trastejamento quando se aperta as cordas até a casa 5. Tensor muito apertado, braço
convexo.
2) Trastejamento quando se aperta as cordas nas casas 6, 7 e 8. Tensor muito solto,
braço côncavo
Faça o teste e regule de acordo. Sempre com muita calma, um pouco de cada vez.
Vale uma última observação. Nada aqui contra luthier algum. Em algum momento você e eu
precisamos de um. O único porém é que há coisas que podemos fazer por nós mesmos. E
não há um luthier em cada esquina. Tocar com um instrumento desregulado porque o luthier
mais próximo fica a mais de mil quilometros é besteira.
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Afinação
Creio que uma das primeiras coisas que se deve aprender, em termos de violão, é afinar. É
possível tocar num violão desafinado, é claro, mas o prejudicado aí é o ouvido de quem está
aprendendo.
O problema é que utilizando o violão sem afinar, o principiante não se acostuma com o som
correto das cordas, causando uma "confusão" auditiva-cerebral (legal, inventei essa agora!).
Se você é - como eu - um simples mortal, sem ter nascido um gênio, com ouvido absoluto,
trate de comprar um aparelhinho como o da foto acima. Um afinador eletrônico. Como você
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pode ver na imagem, ao soar a quinta corda solta do violão, o nosso amigo eletrônico aí
"fincou" o seu ponteiro no meio e acendeu a luz verde. Prontinho, corda afinada!
Mas o fato de possuir um destes, não lhe dá o direito de não saber afinar o violão sem ele.
Você pode - e deve - aprender a afinar seu instrumento de outra maneira.
Na falta de um tom de referência, utilize o ruído do som de linha de um telefone comum, que é
um A (lá), correspondente à nota da quinta corda do violão. Por falar nisto, vamos às notas de
todas as cordas:
CORDA NOTA
Quinta Lá (A)
Quarta Ré (D)
Segunda Si (B)
Como você já sabe, as cordas do violão são numeradas de baixo para cima. A primeira é mais
fina, comumente chamada de "mizinho" e a a mais grossa é a sexta, por muitos chamada de
"mizão". Temos portanto duas cordas Mi (E), num violão corretamente afinado.
Muito bem, contando-se que não temos à disposição um afinador eletrônico, nem outro
dispositivo que nos permita achar o tom correto para afinar o violão, recorremos ao tom do
telefone (se você estiver no meio do mato, sem telefone nem nada, pra quê afinar o violão?
Vá pescar!).
Afinamos então a quinta corda (A) do violão conforme o tom do telefone. A partir da quinta
corda então, poderemos afinar as restantes:
1) A sexta corda, apertada na quinta casa, deve ter o mesmo som da quinta corda solta.
2) A quarta corda solta, deve ter o mesmo som da quinta corda apertada na quinta casa.
3) A terceira corda solta, deve ter o mesmo som da quarta corda apertada na quinta casa.
4) A segunda corda solta, deve soar igual à terceira corda apertada na quarta casa.
5) A primeira corda solta deverá soar igual à segunda corda apertada na quinta casa.
Ao afinar desta maneira e com o tom correto, dizemos que seu violão está afinado no
"diapasão", instrumento metálico ou um "apito" que gera a nota Lá (A), correspondente à
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quinta corda do violão. É uma boa idéia também carregar sempre um destes, de vez que o
afinador eletrônico depende de pilhas para funcionar. Se a pilha descarrega...
Na imagem abaixo, um diapasão (tipo apito) específico para afinar violão, que soa todas as
É claro que para utilizar um afinador como estes, você irá depender totalmente da sua
capacidade auditiva. Deve-se soar o apito e afinar a corda correspondente conforme aquela
nota. Músicos com ouvido "bom" conseguem um resultado "quase" cem por cento.
Ah, sim, deixe-me contar uma pequena estória. Certa vez, estava tocando violão na casa de
um amigo, e eis que apareceu outro violonista. É claro que a galera pediu que tocássemos
juntos. Para tanto, seria necessário afinar os dois violões, pois um poderia estar um pouco
abaixo (ou acima) - em tonalidade - do outro.
E estavam mesmo. O sujeito afinava seu violão numa tonalidade bem abaixo do diapasão.
Como havia acabado de afinar o meu, disse a ele que afinasse o seu conforme o meu. O cara
ficou brabo e disse:
E falou isto em tom de deboche, como se eu fosse um pobre idiota que não sabia o que
estava fazendo! Se tivéssemos que tocar com uma banda, eu não precisaria afinar meu
violão, pois ele estava afinado corretamente. Cada acorde meu harmonizaria com o piano,
teclado ou seja lá que outro instrumento houvesse. Enquanto que o violão do amigo...
necessitaria de afinação, é claro.
Não que você não possa utilizar uma afinação diferente, mas aí precisa saber transportar
acordes "ao vivo". Explicando: Se você afinar seu violão um tom abaixo, um acorde Lá maior
(A) será um Sol maior (G). Se os outros músicos estiverem tocando A, você deve tocar B. A
menos que você faça questão de manter sua afinação "personalizada", é melhor ficar no
diapasão mesmo.
Reforçando então o que foi dito no começo: mesmo que esteja sozinho em casa treinando, é
necessário afinar o violão antes. Acostume seu ouvido às notas e acordes corretos.