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Qualquer discussão relativa a direitos humanos nos dias atuais é envolta de uma
grande problemática, afinal, direitos humanos não é um tema fácil de conhecer,
primeiramente pelo fato de ser um direito muito recente, tendo sua origem em meados
do fim da segunda guerra, por conta das atrocidades do partido nazista.
Diante desse cenário foi escrita a Declaração Universal dos Direitos Humanos,
que em seu artigo primeiro diz que “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em
dignidade e direitos”1, a partir da mera análise desta norma pode-se perceber que tal
declaração se pretende como universal e busca ter eficácia global.
Entretanto, ocorre uma grande confusão quando nos falamos da universalidade
dos direitos, pois, boa parte do senso comum e até dos próprios juristas entendem um
direito como universal quando este é aplicado em todo mundo, entretanto isto é um
mero engano, a validade se atem aos motivos de um direito ser valido, ou seja, de onde
ele surge, agora a aplicação dele se dá no âmbito da eficácia, isto é, se um direito válido
é aplicado ou não. Esta classificação é a base dos planos do direito, o plano de
existência, de validade e de eficácia.
Para entendermos melhor a validade deste direito podemos observar a sua
origem, origem esta que remonta ao século XVIII, com o filósofo Immanuel Kant, que
em seu estudo de uma norma moral objetiva, necessária e universal chegou à conclusão
que “a autonomia é a base da dignidade da natureza humana e de toda natureza
racional.”2, fundando portanto a base para aquilo que nós viemos a conhecer como
princípio da dignidade da pessoa humana.
Como podemos ver Kant segue de uma premissa que, pelo fato de todos os seres
racionais (e portanto humanos) serem dotados de autonomia todos tem uma determinada
dignidade, e portanto, todos tem determinados direitos que são dados a priori, e
portanto de forma universal, que devem ser respeitados, estes são os conhecidos direitos
humanos.
3 KANT, Immanuel. Fundamentação da metafísica dos costumes, Inês A. Lohbauer, São Paulo, Martin
Claret, 2018. p. 76.