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Laboratório de Física 2

DETERMINAÇÃO DA VISCOSIDADE DE LÍQUIDOS UTILIZANDO UM


VISCOSÍMETRO DE STOKES
EXPERIMENTO NO.: 2

Grupo no.: 1
Data: 30/04/2019

Resumo: Para descobrir a viscosidade de um determinado fluido e estudar o


movimento de uma esfera sobre ele, foram utilizados os conceitos da Lei de
Strokes, relacionados com o empuxo e a força de arraste. Com a ajuda de um
sensor de movimento e do software Data Studio, foi possível obter o tempo e a
velocidade que as esferas levavam para cair de uma certa altura dentro do
fluido, para esse experimento foi utilizado glicerina como meio viscoso. A
viscosidade foi calculada através das densidades da esfera e do fluido, da
massa das esferas e da velocidade delas ao cair.
1. Introdução Teórica

A viscosidade de um fluido diz respeito ao atrito de uma parte do fluído em


relação à outra, quando o fluído está em movimento. Os efeitos da viscosidade
são importantes para descrever a maneira como fluídos escoam através de
tubos, lubrificação de partes de máquinas e mesmo como o sangue flui em
nosso corpo. Quanto mais facilmente um fluido escoa, menor sua viscosidade,
por exemplo, se compararmos o escoamento da água com o escoamento do mel,
é facilmente identificável qual deles possui maior viscosidade, o mel. As
viscosidades dos fluidos estão intimamente relacionadas com a temperatura.
Com o aumento da temperatura, a viscosidade de líquidos diminui e de gases
aumenta. Nas proximidades da superfície existe uma fina camada, denominada
camada limite, em relação a qual o fluido está praticamente em repouso. Devido
à viscosidade, a velocidade no centro do tubo é máxima e zero nas paredes, às
quais o fluido adere.

O fluxo do fluido pode ser laminar, ou seja, escoa em lâminas. Ou pode ser
de forma turbulenta e irregular, muito complexo e sempre variando de acordo
com o tempo. O fato de o escoamento ser laminar ou turbulento depende, entre
outros fatores, da viscosidade do fluido. Quanto maior for à viscosidade, maior a
tendência do escoamento ser da forma laminar.

A velocidade do fluido também é um fator determinante no estabelecimento


da turbulência. Em velocidades baixas, as perturbações geradas pelo movimento
são amortecidas e a configuração do escoamento é estável e tende a se manter
laminar. Se a velocidade for aumentada e supera a velocidade crítica, as
perturbações não mais são amortecidas e crescem até que a configuração
laminar seja destruída, fazendo com que a configuração do escoamento torne-se
instável, no regime de turbulência.

Para calcular a viscosidade absoluta quando o escoamento é laminar, é


necessário igualar a lei de Stokes com a força de empuxo. Assim temos:

𝐹𝑣 = 6 ∙ 𝜋 ∙ 𝜂 ∙ 𝑟 ∙ 𝑣 (Equação I)

onde, 𝜼 é a viscosidade absoluta do fluido, 𝒓 é o rio da esfera e 𝒗 é a velocidade.

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Portanto, é possível determinar as viscosidades do fluido a partir de
grandezas mensuráveis: a força de arraste (𝐹𝐴 = 𝑃 − 𝐹𝐸 , onde 𝑃 é o peso da
esfera e 𝐹𝐸 a força de empuxo), o diâmetro da esfera e sua velocidade em
relação ao fluido. A expressão da velocidade limite ou terminal de uma esfera
caindo em um fluido viscoso.

𝑃 = 𝐹𝑉 + 𝐸 ⟹ 𝐹𝑉 = 𝑃 − 𝐸

6 ∙ 𝜋 ∙ 𝜂 ∙ 𝑟 ∙ 𝑣 = 𝜌𝐶 𝑣𝐸 𝑔 − 𝜌𝐼 𝑣𝐹 𝑔,

mas 𝑉𝐸 = 𝑉𝐹 , então

4 3 4
6∙𝜋∙𝜂∙𝑟∙𝑣 = 𝜋𝑟 𝜌𝐸 𝑔 − 𝜋𝑟 3 𝜌𝐹 𝑔
3 3

2
𝑣 = 9 [(𝜌𝐸 − 𝜌𝐹 )/𝜂]𝑟 2 𝑔 (Equação II)

onde 𝒗 é a velocidade limite, 𝝆𝑬 é a densidade da esfera e 𝝆𝑭 a densidade do


fluido.

2. Aparato Experimental

Para a realização do experimento foram utilizados os seguintes materiais:

 Balança (Figura 1)
 Conjunto de sensores Pasco (Figura 2)
 Esferas de gude (Figura 3)
 Glicerina (Figura 4)
 Paquímetro (Figura 5)
 Proveta plástica de 1000ml (Figura 1)
 Termômetro

Os materiais disponibilizados para a realização do experimento em


laboratório encontravam-se em ótimo estado de conservação. A balança utilizada
é da marca BEL Equipamentos, o paquímetro é da marca Lee Tools.

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Figura 1. Balança.

Figura 2. Sensores Pasco e Proveta plástica.

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Figura 3. Esferas de gude.

Figura 4. Glicerina utilizada para o experimento.

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3. Descrição da Montagem

Na montagem do experimento, utilizou-se a proveta com capacidade de


1000mL, ajustaram-se os sensores para que distasse 10cm do fundo da proveta
e também distassem 10cm um do outro, de modo que o primeiro sensor
estivesse há distância suficiente da boca da proveta para a realização do
experimento.

Estando montados, então, os sensores e a proveta, a glicerina foi colocada


de modo a ultrapassar a marca de 1000mL da proveta.

Com a montagem feita e os sensores configurados através do software


DataStudio, foram escolhidas 10 esferas de gude, que foram uma a uma sendo
colocadas no centro da superfície de glicerina na proveta e então soltas, de
modo que seus caminhos em queda não coincidissem com as laterais da proveta,
afim de reduzir possíveis erros e interferências.

Depois da queda, foi observada a diferença entre o tempo de passagem da


esfera pelo sensor 1 para o sensor 2, indicando assim o tempo que cada esfera
levou para percorrer os 10 centímetros no fluído.

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4. Análise dos Dados Experimentais

Para a análise dos dados foram escolhidas 10 esferas de aproximadamente


mesmo tamanho e medidas sua massa e seu diâmetro, como mostra a tabela a
seguir:

Tabela 1. Medidas do diâmetro e massa de cada esfera.

MASS A
ESFERA DI ÂMETRO(CM)
(G)
1 8,14 1,84
2 9,14 1,91
3 8,96 1,89
4 6,9 1,63
5 7,61 1,81
6 7,86 1,77
7 8,22 1,82
8 8,76 1,88
9 8,94 1,89
10 8,27 1,83

Posteriormente realizou-se o cálculo da média do diâmetro e massa para e


seguida calcular-se o volume médio e a densidade das esferas, dispostos na
tabela abaixo:

Tabela 02. Dados para esferas de mesmo tamanho.

DI ÂMETRO DENSIDADE
MASS A (G) (CM) VOLUME(CM³) (G/CM³)
8,28 ±0,01 1,83±0,01 3,19±0,01 2,59±0,01

Para determinação da viscosidade, utilizamos a fórmula (Z) e apoiando-se


nos dados obtidos pelo software DataStudio, que compõe a tabela 3 a seguir.

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Tabela 3. Valores de tempo de queda, velocidade limite e viscosidade.

TEMPO V VISCOSIDADE
ESFERA
(S) (CM/S) (P)
1 0,553162 0,18 5,882359
2 0,569636 0,18 6,338443
3 0,57287 0,17 6,206396
4 0,547606 0,18 4,616268
5 0,587832 0,17 5,692106
6 0,710092 0,14 5,443301
7 0,567726 0,18 5,755176
8 0,559856 0,18 6,140893
9 0,561134 0,18 6,206396
10 0,548262 0,18 5,818594

5. Discussão e Conclusão

Para o cálculo da viscosidade, equação (I), foi necessário o cálculo do


coeficiente de atrito da glicerina, calculado a partir da seguinte equação:

2(𝜌𝐸 −𝜌𝐹 ) 𝑟 2 𝑔
𝜂= (Equação III)
9 𝑣𝑡

Onde 𝑣𝑡 é a velocidade da esfera na glicerina, para tal calculo, foi utilizada


a velocidade média de 17,4 cm/s em 𝑣𝑡 .
Assim, a viscosidade média encontrada foi 𝑣 = 5,809993, resultado que
condiz com o gráfico apresentado no roteiro para temperaturas um pouco acima
de 30 gruas Celsius. Portanto temos um erro quanto a viscosidade haja visto que
a temperatura da sala estava em torno de 26 graus Celsius, e nessa condição, o
valor a ser encontrado para viscosidade deveria ser próximo de 8.
As possíveis fontes de erros podem estar na medida do diâmetro da esfera
e no dado tabelado para a densidade da esfera, já que foi utilizada a densidade
do vidro, entretanto a bolinha de gude pode ser feita com mistura de diferentes
materiais. Não é esperado que o erro esteja na velocidade da esfera no fluido,
por mais que exista um resultado fora da curva nos cálculos de velocidade e com
esse valor fora da curva a viscosidade fica mais próxima da esperada, o calculo
de velocidade foi realizado com equipamento e software cuja sua precisão é alta
com baixa chance de erro em seu manuseio.

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6. Referências

[1] HALLIDAY, D. (1916). Fundamentos da física, volume 2: gravitação, ondas e


termodinâmica/Halliday. Resnick, Jarl Walker: tradução e revisão técnica
Ronaldo Sérgio de Biasi – Rio de Janeiro : LTC, 2009. 4v.

[2] YOUNG, H. D. Física II: Termodinâmica e Ondas / Young e Freedman;


[colaborador A. Lewis Ford]; tradução: Claudia Santana Martins, revisão técnica:
Adir Moyses Luiz. 12ª ed. São Paulo: Addison Wesley, 2008.

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