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Copyright © Dezembro/2019 por Jafet Numismática. Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução parcial ou total desse e-book sem autorização expressa do autor.
O grande Império Romano teve seu território e
sua administração divididos diversas vezes duran-
te sua longa história. Mas foi só em 395 d.C. que
veio a divisão definitiva, com a morte do impera-
dor Teodósio I, último imperador romano a gover-
nar as duas partes do império!

Nesse e-book, você vai descobrir todos os acon-


tecimentos e reviravoltas que culminaram na fa-
mosa divisão do Império Romano do Ocidente e
Império Romano do Oriente, desde o fim da Di-
nastia Constantiniana, passando pela Dinastia Val-
entiniana até o início da Dinastia Teodosiana com
o governo e morte de Teodósio I.

E claro, além das principais batalhas, reformas ad-


ministrativas, políticas, religiosas, você vai confer-
ir uma seleção especial com as moedas cunhadas
durante o período!

Boa Leitura!

Gladston Jafet Chamma


Numismata e fundador da
Jafet Numismática
Depois de uma série de conflitos durante o perío-
do da Tetrarquia, Constantino dividiu a adminis-
tração do Império com seu co-imperador Licínio
durante um curto período até conseguir se tornar
o único detentor do poder.

Após a morte de Constantino, o império foi dividido


por seus 3 filhos, até seu filho do meio, Constâncio
II, se tornar o único imperador romano. Em 361 d.C.,
Constâncio II morreu, supostamente, por causas
naturais. Assim, um de seus parentes, Juliano II, tor-
nou-se imperador.

Moeda do imperador Juliano datada de 361-363 d.C.

Juliano II governou apenas durante 20 meses. Fi-


cou conhecido por tentar restaurar o paganismo,
num império no qual o cristianismo estava cada
vez mais forte, principalmente após as reformas
religiosas de Constantino, conhecido como o pri-
meiro imperador cristão.

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Inclusive, em 362 d.C. emitiu um édito ordenando a
reabertura de templos pagãos. Ele foi assassinado em
363 d.C. Alguns estudiosos afirmam que Juliano foi,
provavelmente, assassinado por um inimigo ou um de
seus soldados cristãos.

Outros estudiosos acreditam que tenha sido feri-


do numa batalha contra os Sassânidas, liderados por
Sapor II. Foi sucedido por Joviano, um de seus guar-
da-costas, proclamado imperador pelos soldados de
Juliano II.

Leia depois
A era de Constantino, o Grande
(E-book Grátis)

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O imperador Joviano governou por apenas 7 meses. Ele
é mais lembrado por ter assinado um tratado de paz hu-
milhante (para os romanos) com o Império Sassânida,
sob Sapor II.

Com esse acordo, o Império Romano cedeu cinco provín-


cias (conquistadas dos persas em tempos que remontam
ao governo do Imperador Trajano) e 18 fortalezas aos
sassânidas, em troca de 30 anos de trégua.

Dracma sassânida de Sapor II,


cunhado por volta de 309 d.C.

Veja as moedas do Império Sassânida


disponíveis à venda
(Loja Online)

Joviano também restaurou privilégios do cristianismo.


Ele próprio é considerado cristão, embora exista pouco
registro histórico sobre suas crenças. Ele morreu em 364
d.C., de indigestão ou por inalação de vapor de carvão.

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Nos quesitos numismáticos, Joviano não teve tempo de
fazer nenhuma mudança significativa no sistema mon-
etário. Então, a cunhagem sob seu governo seguiu como
uma continuação direta do padrão seguido por Juliano
no final de seu reinado.

Mas, em contraste com o busto de seu antecessor (que


apresentava um rosto com uma longa barba filosofal),
o retrato de Joviano era apresentado, invariavelmente,
sem barba.

Solidus de ouro do imperador


Joviano cunhado na Antioquia.

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Após a morte de Joviano, os soldados tiveram nova-
mente o papel de escolher um novo Augusto. O escolhi-
do para ser o sucessor de Joviano foi Valentiniano I, da
antiga província romana Panônia.

Como o exército ficou sem liderança duas vezes em


menos de um ano, os oficiais exigiram que Valentiniano
escolhesse um co-governante. Assim, seu irmão caçula,
Valente, ascendeu ao poder.

Moeda de bronze datada de 364-367 d.C. Traz o imperador Val-


entiniano I com diadema de pérolas. Esse padrão de moeda é im-
portante, pois a marca de cunhagem abrevia “officina tertia” indi-
cando o uso do termo “oficina” para as oficinas de cunhagem.

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disponíveis na nossa Loja Online

Os dois novos augustos dividiram o império no padrão


que tinha sido estabelecido anos antes por Diocleciano.
Dessa forma, Valentiniano ficou responsável pela parte
Ocidental do Império, enquanto Valente se encarregou
da parte Oriental.

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Mas a eleição de Valente logo foi questionada.
Procópio, primo de Juliano II, reivindicou o título de
imperador, alegando ser herdeiro de Juliano. Ele havia
ficado na obscuridade durante o governo de Joviano.

Em 365 d.C., enquanto Valentiniano estava governan-


do as operações de seus generais contra os alamanos
na região da atual França, Procópio subornou duas
legiões designadas para Constantinopla e assumiu o
controle da capital oriental, sendo proclamado Augus-
to. Assim, o império do oriente passou a ter dois im-
peradores disputando o poder!

Síliqua de prata (equivalente a 1/24 de um solidus


de ouro) cunhada em Constantinopla do imperador
usurpador Procópio. Moeda datada de 365-366.

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Quase um ano depois, Valente conseguiu derrotar seu


rival. Procópio foi executado em maio de 366 d.C. Um
ano depois, Graciano, com apenas 8 anos foi procla-
mado Augusto por seu pai, Valentiniano, e por seu tio,
Valente. Essa medida foi considerada um meio para
garantir a sucessão. Assim, Graciano era imperador
apenas nominalmente.

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Em 375 d.C., o imperador ocidental, Valentiniano I, liderou
seu exército numa campanha militar contra os Quadi, que
haviam invadido sua província natal, a Panômia. Durante
uma audiência com a embaixada dos Quadi, enquanto gri-
tava com raiva para as pessoas reunidas, Valentiniano sofreu
uma explosão no vaso sanguíneo de seu cérebro, que resul-
tou na sua morte!
A sucessão não ocorreu como o planejado. Graciano já tinha
16 anos e provavelmente já estava pronto para atuar como
imperador. Porém, as tropas da Panômia proclamaram seu
irmão caçula, que ainda era uma criança, como imperador,
sob o nome de Valentiniano II.

Moeda comemorativa do festival da deusa egípcia Isis. Traz


o imperador Graciano com diadema de pérola no anverso.
Já no reverso, traz o deus egípcio Anúbis em traje militar.

Graciano acabou concordando com a escolha e administrou a


parte gaulesa do Império Romano do Ocidente. A Itália, Ilíria
e África foram oficialmente administradas por seu irmão e sua
madrasta, Justina. Porém, isso não afetou Graciano, pois como
a divisão era apenas nominal, a autoridade e o poder ainda
eram totalmente dele! 

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Em 376 d.C., os visigodos – uma tribo germânica do Les-
te – fugiram de suas terras após uma invasão pelos hunos.
Assim, seus líderes os levaram a buscar refúgio no Império
Romano Oriental. O imperador Valente deixou que eles se
instalassem na margem sul do Danúbio.

Moeda de bronze centenionalis rara com belo retrato e


pátina verde do imperador Valente. Peça cunhada entre
364-367 d.C. Traz o lábaro com o cristograma Chi-Rho.

Descubra o que é a pátina das moedas antigas – Loja Online

Mas logo apareceram problemas: os visigodos


começaram a enfrentar dificuldades com os coman-
dantes provincianos corruptos. Assim, se revoltaram
contra seus anfitriões romanos.

Os conflitos continuaram por dois anos e, em 378 d.C.,


o próprio imperador Valente comandou uma cam-
panha contra eles. O imperador do ocidente, Graciano,
forneceu soldados do exército romano ocidental para
reforçar as forças de seu tio.

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Assim, os dois ex-
ércitos se aprox-
imaram perto
de Adrianópolis.
Valente estava
confiante na supe-
rioridade numéri-
ca de suas próprias
tropas. Alguns de
seus oficiais acon-
selharam cautela
e que ele aguar-
dasse a chegada
das tropas de Gra-
ciano. Mas ansio-
so para ter toda a
glória para si, cor-
Vestimenta típica de um soldado romano reu para a batalha.
na época das invasões bárbaras.

Dessa forma, o exército de Valente foi derrotado de uma


forma esmagadora: estima-se que mais de 20 mil dos mel-
hores soldados romanos, generais valiosos e o próprio im-
perador Valente, foram mortos nessa batalha!

A Batalha de Adrianópo-
lis foi uma das mais impor-
tantes na história romana,
pois garantiu muito poder
para os povos germânicos,
prenunciando o colapso
do império ocidental em
476 d.C. Também significou
a mudança da infantaria
para a cavalaria como prin-
cipal força de combate. Foi
graças à chegada da famo-
sa cavalaria dos ostrogo-
dos que a batalha se decid-
iu para a vitória dos godos!

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A morte de Valente deixou Graciano e Valentiniano II como
os únicos augustos do império. Dessa forma, Graciano ag-
ora era efetivamente responsável por todo o império.

Então, ele foi a procura de um substituto para governar o


império do Oriente. Sua escolha foi Teodósio I (que mais
tarde também ficaria conhecido como Teodósio, o Grande),
filho do antigo conde Teodósio, que havia sido um oficial
romano de alta patente.

Solidus do imperador Teodósio cunhado em Antioquia e


datado de 379-395 d.C. No reverso, traz a figura de dois im-
peradores e da deusa Vitória voando atrás deles.

Conheça as moedas de Nike, a deusa da Vitória


(Blog Jafet Numismática)

Teodósio I foi proclamado imperador em janeiro de 379


d.C. Em 380 d.C. ele emitiu o famoso Édito de Tessalônica,
no qual estabeleceu o cristianismo como a religião oficial
do império, abolindo todas as formas de culto politeísta e
fechando templos pagãos!

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O imperador oriental também derrotou os godos que vin-
ham devastando todas as direções do império oriental. Ain-
da assim, os godos conseguiram conquistar e se instalar no
Ilírico, estabelecendo uma terra natal ao sul do Danúbio,
dentro das fronteiras do Império!

Durante seu governo, Teodósio também acabou com a es-


cravidão romana e inaugurou uma sociedade feudal, trans-
formação crucial na história da Europa.

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Graciano governou a parte ocidental do império com suces-
so durante alguns anos. Mas ao proibir o paganismo tradi-
cional em Roma e renunciar seu título de Pontifex Maxi-
mus, perdeu a estima com alguns membros do senado.
Também se tornou impopular com suas próprias tropas
após recrutar bárbaros para seu serviço pessoal.

Nessa mesma época, Teodósio I proclamou seu filho mais


velho Arcádio, de apenas 5 anos, como augusto, numa
óbvia tentativa de garantir a sucessão. A criança não pos-
suía nenhuma autoridade real, mas foi reconhecida como
co-governante pelos 3 augustos.
A impopularidade de Graciano crescia cada vez mais,
perturbando a paz dos imperadores. O resultado foi a
elevação de Magno Máximo, um general da Hispânia,
como Augusto por suas tropas na Britânia. Rebelando-se
contra Graciano, Magno Máximo invadiu a Gália. Isso fez
Graciano fugir de Lutecia (atual Paris) para Lugduno (at-
ual Lion), onde foi assassinado em agosto de 383 d.C.,
quando tinha apenas 25 anos!

Solidus de ouro do imperador usurpador Magno Máximo


cunhado na região da atual Londres entre 383-388 d.C.

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Após a morte de Graciano, Máximo tinha que lidar com
o imperador Valentiniano II, de apenas 12 anos, como o
augusto mais velho. Durante os primeiros anos, os Alpes
foram a fronteira dos territórios dos dois imperadores
ocidentais rivais.

Apesar de controlar os territórios da Britânia, Gália, His-


pânia e África e ter Augusta dos Tréveros como sua cap-
ital, Magno Máximo desejava ser reconhecido oficial-
mente como um Augusto. Ele entrou em negociações
com Valentiniano II e Teodósio I, tentando obter o recon-
hecimento oficial.

Em 384 d.C., as negociações não foram favoráveis e Máx-


imo decidiu pressionar, estabelecendo a sucessão como
somente um imperador legítimo poderia fazer: procla-
mou seu filho, Flávio Vítor, augusto!

Moeda de Flávio Vítor cunhada em 387-388 d.C. em Aquileia.

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Ele também começou uma perseguição do Estado por acusações
de heresia, já que ele era um crente firme do credo niceno. Isso
o colocou em conflito com o Papa Sirício, que argumentou que
o imperador não tinha autoridade sobre os assuntos da igreja.
Mas, mesmo sem ter o reconhecimento oficial, Magno Máximo
era um imperador popular.

Em 386 d.C., Máximo e seu filho Flávio Vítor foram reconhecidos


oficialmente pelo imperador Teodósio. Mas a rivalidade com
Valentiniano II ainda continuava! Dessa forma, em 387, Magno
Máximo decidiu se livrar de seu rival e invadiu a Itália.

Num primeiro combate, Valentiniano II foi derrotado. Assim, ele


e sua mãe buscaram o apoio de Teodósio I em Salônica. Teodó-
sio, que tinha relações próximas com Valentiniano II, pois era
casado com sua irmã, empreendeu campanha no Oeste e der-
rotou Máximo em 388, que foi capturado e executado.

Moeda de bronze centenionalis escassa cunhada em Aq-


uileia do imperador Valentiniano II. No reverso, traz duas
Vitórias, uma de frente para a outra, cada uma levantando
uma coroa de flores entre elas.

Veja as moedas do imperador Valentiniano II


disponíveis no nosso acervo - (Loja Online)

Depois, Teosósio enviou seu leal general, Arbogasto, para


Augusta dos Tréveros para executar Flávio Vítor. Dessa for-
ma, Valentiniano II foi restaurado ao poder, abandonou o
arianismo e se converteu ao catolicismo ortodoxo por in-
fluência de Teodósio.

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Teodósio efetivamente fez do cristianismo niceno a igre-
ja oficial do estado e promoveu a destruição de templos
pagãos importantes, incluindo o Templo de Apolo em Del-
fos, o Serapeu em Alexandria e as Virgens Vestais em Roma.

Ruínas do templo de Apolo.

Em 393 d.C., ele também baniu os Jogos Olímpicos na Gré-


cia Antiga por considera-los pagãos. As Olimpíadas só vol-
tariam a ser realizadas no século XIX, em 1896!

Confira as Moedas Olímpicas da Grécia Antiga


(Blog da Jafet Numismática)

Apesar de ter sido o imperador que oficializou o cristianis-


mo como a religião do império romano, a relação de Teodó-
sio com os bispos também foi marcada por embates.

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Teve um episódio no qual ele ordenou que o exército
massacrasse a população de Tessalônica, em represália
a um grupo de cidadãos dessa cidade que tinha inva-
dido a prisão e libertado um homem acusado de ped-
erastia (prática que era condenada moralmente pelo
cristianismo, mas comum no Império Romano).

Após esse acontecimento, Teodósio foi para Milão as-


sistir à missa celebrada pelo bispo Ambrósio (que de-
pois seria canonizado como santo). Ambrósio impe-
diu que o imperador entrasse na Igreja até que ele se
arrependesse publicamente pelo massacre cometido.

Mosaico na Basílica de
Santo Ambrósio, em Milão.

Depois de alguns meses, ameaçado de excomun-


hão pelo bispo, Teodósio colocou as vestes de pen-
itência e humilhou-se pedindo perdão pelo peca-
do. Assim, Ambrósio absolveu-o da culpa.

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Valentiniano II morreu em circunstâncias sus-
peitas em 392 d.C. Tudo leva a crer que o gen-
eral Arbogasto – que era seu tutor, já que sua
mãe Justina havia falecido – estava envolvido
no assassinato.

Arbogasto organizou a nomeação de Eugênio


como augusto pelas tropas gaulesas. No entan-
to, o imperador oriental Teodósio se recusou a
reconhecer Eugênio como imperador e invadiu
o Ocidente, derrotando e matando tanto Arbo-
gasto quanto Eugênio na Batalha do Frígido.

Moeda do imperador Teodósio I cunhada de 392-395


d.C., quando ele já governava o império romano sozin-
ho. No anverso, o imperador aparece com diadema de
pérola e busto drapeado. Já o reverso apresenta o im-
perador em pé de frente para o lábaro e o globo.

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Assim, Teodósio reuniu todo o Império Roma-
no sob seu domínio, tornando-se o último im-
perador romano a governar as duas partes do
império! Mas essa reunificação durou apenas um
breve período: em 395 d.C., Teodósio faleceu em
decorrência de um edema vascular.

Depois da sua morte, as duas partes do Império


Romano foram divididas entre seus dois filhos,
Arcádio (Oriente) e Honório (Ocidente). Assim,
o Império Romano do Ocidente e o Império Ro-
mano do Oriente nunca mais voltaram a ser um
império só!

Mapa das fronteiras do império romano depois da morte do imper-


ador Teodósio I. Em vermelho, os territórios do Império Romano do
Ocidente. Em roxo, os territórios do Império Romano do Oriente.

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Outros E-books Para
Você se Aprofundar Ainda Mais:

A Crise do 3º Século
Após a morte do último imperador da
Dinastia Severa, o Império Romano se
afundou em instabilidade política. In-
úmeros imperadores goveranaram du-
rante o curto período de 49 anos. A
população ainda sofreu com peste,
invasões bárbaras e uma guerra civ-
il, que dividiu o império em 3 estados!

Tetrarquia Romana
Quando assumiu como imperador, Di-
ocleciano sabia que sozinho podia sof-
rer um golpe de estado. Assim, promul-
gou a Tetrarquia, dividindo o governo
do grande império romano com out-
ros 3 imperadores. Mais tarde, uma
guerra civil se instalou entre os her-
deiros dos tetrarcas e usurpadoraes.

A Era de Constantino
Constantino I, estabeleceu importantes
reformas administrativas, econômi-
cas, monetárias, militares e religio-
sas, capazes de estabilizar um império
em decadência. Ficou mais conheci-
do por ter legalizado o cristianismo
e pela criação de nova capital para o
império: a poderosa Constantinopla.

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