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CAPITULO 1 As bases cientificas da arte de ensinar [5 Objectivos de aprendizagem Apés estudar este capitulo, devers ser capaz de As bases cientificas da arte Explicar 0 significado de “bases cientificas da de ensinar arte de ensinar”, Perspectivas histéricas sobre o ensino —_| Descrever a forma como as perspectivas sabre ‘ ensino se alteraram ao longo do tempo, ¢ como o papel dos professores se alterou em re- sultado de forgas histéricas e demogréficas. dentificar e discutir os atributos essenciais de Uma perspectiva sobre o ensino eficaz tum professor eficaz no século XI para 0 século XI Explicar a forma como aprender a ensinar € um, processo de desenvolvimento e descrever as fa- 50s pelas quais os professores passam & medida que progridem de professores principiantes a professores eficientes. Se for como muitos outros estuclantes, comegaré este livro e esta disciplina com um sen- _ fimento de entusiasmo e desafio e, talvez, com algumas apreensGes. Jé deciditu que quer Professor, mas também conhhece alguns dos desafios enfrentados pelos professores de e sabe que tem muito a aprender se deseja enfrentar esses desafios. Antes de ler este ‘ oS pense durante alguns minutos nos professores, no ensino e na educacéo dos dias ie. ‘nos melhores professores que teve. Ainda se lembra dos seus nomes? Porque bons professores? Como influenciaram a sua vida? ‘Ros professores que no achava que fossem muito bons. Porque no os conside- bons professores? Independentemente de quanto bons eles eram, tiveram alguma _influéncia na sua vida? Por que aspectos do ensino mais anseia? Que aspectos Ihe suscitam maior apreensio? Quais considera serem os maiores desafios enfrentados pelos professores de hoje? idere a educagéo em geral. Acredita que a maioria das escolas faz. um bom tho? Ou acredita que as escolas esto com problemas e precisam de tsma reforma a? Ve-se como uma pessoa que poderé ajudar as escolas a melhorar? Visite 0 Online Learning Center em www.mhhe.com/arends7 para responder estas questies. 4 Parte Ensinar e aprender nas salas de aula de hoje « wwwmhhecom[arends7e © ensino tom cientifioa ~ 08 sous mé- todos sio baseados em Investigarées oom evi- denciae cientiias, © ensino 6 também uma arte baseada nas experi- encias dos professores: ‘ena sabedoria da pritics. "0 sanho comega com um professor que acrocita om ‘i,.que te empurra, te puxa ‘ete encaminha até 0 préxime nivel ‘Dan Rathor jam capazes de responder aos desafios intelectuais e sociais que coloca. Apesat dos inimetos relat6rios que criticaram as escolas e 05 professores ao longo da titima rigcada, « maioria dos cidadios continue @ apoiar as escolas © os profeswores, expressando sua confianga na educacao. A tarefa de ensinar os jovens é demasiado importante e com- plexa para ser deixada a merce dos pais ou das estruturas informais de tempos passados. ‘Asociedade modema precisa de escolas dotadas de professores competentes que instruam. cuidem das criangas enquanto os pais trabalham. ‘Na nossa sociedade, 0s professores tém direito a um estatuto profissional. Enquanto es- pecialistas e profissionais, deles se espera que utilizem as melhores préticas para ajudar os alunos a aprenderem competéncias ¢ atitudes essenciais. Um professor amigo e carinhoso para as criancas jé nao € suficiente, tal como jé nao é suficiente que os professores utilizem ‘métodos de ensino exclusivamente baseados na sua intuigio, preferéncia pessoal ou senso- -comum. Os professores de hoje tém a obrigacao de utilizar praticas de ensino consideradas eficazes, tal como os membros de outras profissbes, como a medicina, 0 direito e a arqui- tectura se guiam por padres de préticas aceitaveis. Este livro descreve como aprender a utilizar a melhor pratica ~ pratica essa que tem uma base cientifica. Tem como objectivo principal auxiliar os professores em inicio de carreira a dominarem a base de conhecimentos eas competéncias que sao necessérias aos profissionais cujo o trabalho consiste em ajudar os alunos a aprender. Este livro também explora outra faceta do ensino: a arte de ensinar. Tal como @ maior parte das actividades humanas, 0 ensino tem aspectos que nao podem ser codificados ou exclusivamente guiados pelo conhecimento cientifico, mas que dependem de um complex conjunto de julgamentos individuais, baseados em experiéneias pessoais. Nathaniel Gage (1984), um dos principais investigadores educacionais dos EUA, escreveu, ha alguns anos atrés, que a arte de ensinar é “uma arte instrumental ou prética, ndo uma das belas-artes, {que tem como abjectivo tiltimo a eriagdo da beleza. O:=: pode proporcionar uma dptima e gratificante carreira a todos aqueles que se- Enquanto arte instrumental o ensino € algo que se afasta de receitas, formulas ou algoritmos. [Requer improvisagio, espontaneidade e o lidar com miltiplas possibilidades relativas & forma, ao estilo, a cadéncia, ao ritmo ea adequabilidade, de modos t3o complexos que mesmo os com= putadores seriam, em principio, incapazes de o fazer, tal como no sio capazes de perceber 0 {que uma mie faz com 0 seu filho de cinco anos, ou o que um amante diz ao seu amado em cada determinado momento. (p. 6) Repare em algumas das palavras escolhidas por Gage para descrever a arte de ensinar ~espontaneidade, cadéncia, ritmo, Estas palavras descrevem aspectos do ensino que a investi- {gacio nao consegue medir muito bem, mas, que ainda assim, nao deixam de ser caracteristi- as importantes das melhores praticas, e que constituem parte da sabedoria dos professores competentes e experientes. Este livro tenta demonstrar a complexidade do ensino ~ 08: dilemas enfrentados pelos professores ¢ as escolhas artisticas que os professores eficazes fazem enquanto realizam o seu trabalho didrio. Apresenta também uma visao integrada do ‘ensino enquanto ciéncia e enquanto arte, enfatizando que o que sabemios sobre o ensino nao se traduz em formulas féceis ou receitas simples. Este capitulo comesa com uma breve resenha histérica do ensino, dado que os padres \ésicos do ensino actual estdo enraizados numa rede de historia e cultura, que por sua vez tem grande impacto nos processos de aprender a ensinar. Esta introducao é seguida de uma perspectiva sobre o ensino eficaz, que guiou a planificagao e a escrita do Aprender @ Ensinar. A secgdo final do capitulo descreve uma parte do que é conhecido sobre o process de aprender a ensinar. Explica como os professores em infcio de carreira podem comecat, © processo de se tornarem professores eficazes, aprendendo a utilizar um conjunto de co- nhecimentos sobre o acto de ensinar, a acumular a sabedoria da pratica, e a reflectir sobre as suas experiéncias, Capitulo 1 As bases centfcas da arte de ensinar & Perspectivas histéricas sobre o ensino As concepgées sobre o ensino reflectem os valores e a filosofia social de grande parte da sociedade e, A medida que estes se alteram, muda também a ideia que a sociedade tem dos professores. Entender o papel do professor na sociedade actual requer uma breve revisdo historica de algumas das importantes alteragdes que ocorreram no ensino e nas escolas nos iiltimos teés séculos. Expectativas sobre o papel de professor anteriores ao século XX O papel de professor, tal como € visto nos dias de hoje, nao existia durante o periodo co- lonial da histéria dos EUA. No in‘cio, individuos letrados, muitas vezes jovens estudando para sacerdécio, eram contratados como tutores ou professores dos filhos das familias mais abastadas de uma comunidade. Mesmo no século XVII, quando comecaram a surgi as escolas, os professores escolhidos pelas comunidades locais nao tinham uma formagao especifica e eram, na sua maioria, homens de classe média que decidiam enveredar pelo ensino enquanto se preparavam para uma profiss4o mais luicrativa. As escolas publicas surgiram nos EUA entre 1825 e 1850. Durante esta épota, e durante grande parte do século XIX, as escolas tinham poucos objectives eo papel dos professores era bastante simples compazado com o de hoje. Os principais objectivos da educagio do século XIX eram competéncias bésicas de leitura e de aritmética, sendo os programas esco- lares dominados pelo que mais tarde de denominou de trés Rs*: ler, escrever e contar. Nao era obrigat6rio (nem esperado) que a maioria dos jovens frequentasse a escola, e aqueles ue o faziam apenas ficavam por curtos perfodos de tempo. A maior responsabilidade na educacéo das criancas era assumida por outros grupos integrantes da sociedade, como a familia, a igreja e as organizacdes de trabalho, que também ajudavam os jovens a fazerem, a transigdo entre a familia e 0 mundo do trabalho. TNT-BRs: Reading, wRiting,aRithmetic. 0 padres para os pro- fessores do século XIX 20- brepunham a sua conduta| pessoal as suas capacida- os profisionals. Grandes alteragses durante o século XIX determinaram muitos dos elementas do actual sistema educacional. wwwmbhecom/arends7e 6 Parte? Ensinare aprender nas salas de aula de hoje + (Os professores eram essencialmente recrutados nas suas CO- munidades locais. A formacdo profissional dos professores do era considerada importante e 0 ensino também nao era visto (Fam atciearmiestatettante ] somovera conn, Or rfc da época eram, na sua maio~ ee chaps sfecrnnbo ows ime, eign ria, jovens mulheres que tinham obtido algum grau de educacto 2 Minette em beefiia Beaman. por elas préprias e que estavam dispostas a “manter” a escola até que surgisse algo melhor. Quase nao existiam padroes de Figura 1.1. Exemplo de um contrato de uma professora do século XIX | seometeabster-e de Bg, be me este De regulamentagao da pritica do ensino, apesar de, em algumas forma pouco models gumegser ores comutxs —) comunidades, as regras que governavam a vida pessoal e a con | erenehien meieratitereta Guta moral dos professores pudessem ser bastante severas. Ve- visas tem ug tin swine us J amos por exemplo na Figura 11, o conjunto de promessas que | Spraaen pariicirel 7 fs professoras de uma comunidade na Carolina do Norte eram obrigadas a assinar. Esta lista pode ser demasiado severa quando comparada com outras em uso naquela época, mas dé-nos uma boa imagem da preocupacao existente no século XIX com a mo- ral e a conduta dos professores, assim como do aparente falta de interesse em relagdo as suas capacidades pedagégicas. | ‘Promete rko espana, eae naiion ow esr em agen ‘Pout permanece na Dorr ox ne eects Do cola hurante a tempo gue nfo efi enolbida x0 . . . Expectativas do século XX escolas secundérias polivalentes, muitos estados norte america- ros aprovaram leis que tornaram obrigatéria a escolaridade até ‘0s 16 anos, ¢ 0s propésitos da educagao alargaram-se para aléxr do estreito objectivo de uma literacia basica. Grandes alteragBet Fonte: reson (1970, p76 ‘econémicas ocorridas durante estes anos tornaram obsoleto 0 sis: tema de aprendizagem existente nos locais de trabalho, e grande parte da responsabilidad« de ajudar 0s ovens na transigéo entre a familia eo mundo do trabalho passou a recair sobn fas escolas, Além disso, a chegada de imigrantes de outros paises e os padrées de éxodo nu ral criaram grandes e diversificadas populagdes de estudantes, com necessidades que ja para além da simples intruglo basica. A titulo de exemplo, olhemos para os sete objective {ragados para o ensino secundério por um comité nomeado pela National Education Ass Cation (EUA) em 1918, Repare que muitos destes objectivos excedem o ambito dos trés R de tempos mais recuados: teabalo Da ecala au 2a grea. pas 1S ths on eke aS Nofinal do século XIX e no inicio do século XX, os objectivos da Jestlcariooh por pats hd pes allo! lucagao estavam em répida expansao ¢ os papéis dos profes- sores aquiriram dimensées adicionais. Foram criadas as actuais, ‘Beometo Dov ots horns por Da, fe ume | alimentesso exdade. 4.Savide 2. Dominio de processos fundamentais 3. Membro familiar valido 4, Preparagao vocacional 8. Cidadania 6. Utilizacio valida de tempos livres 7. Caracter ético” szstesobjectivos foram denominados de Sete Prineipios Fundamentas. Alguns historiadores areditam que & Fae iia bos decaragio simbdlica de esperanca, que revelam o que as escolas da nova era industrial preted fazer, mes que no deserever a ealidade daquele empo Capitulo 1 As bases cientficas da arte de ensinar 7 o Estes novos desafios, mais abrangentes e diversificados, tornaram as escolas do século 30 XX mais completas, e fizeram delas locais em que era possivel responder a algumas das to reformas sociais que caracterizaram o século XX. Cada vez mais escolas se tornaram instru- o mentos de oportunidades, primeiro para imigrantes europeus e, mais tarde, para afro-ame- 50 ricanos, hispanicos, asidticos e outros grupos minoritérios, aos quais tinha sido negado o ala acesso a educagao. Ao expandirem as suas funcoes para além da aprendizagem académica, de as escolas comecaram a proporcionar cuidados de satide, transporte, um horério mais alar. as gado, pequenos-almocos e almogos. As escolas também assumiram fungdes relacionadas ne com 0 aconselhamento e a satide mental - anteriormente desempenhadas pela familia ou fe pela a igreja ~ para ajudar a manter o bem-estar emocional e psicolégico dos jovens. ue Como seria de esperar, este alargamento de objectivos teve um grande impacto nas 0 estude da arte 0 da m expectativas em relacéo ao papel dos professores. A maioria dos estados ¢ localidades eléneia do ensino denomi- do comecaram a definir padrées para os professores, que mais tarde se tornaram exigéncias "8-8 pedagosia na para a profissionalizagao. Foram criadas escolas especiais para treinar os professores nas o- matérias das disciplinas que estes teriam de ensinar, e para se certificarem que estes sabiam. de algo sobre pedagogia. No inicio do século XX, os professores tinham de ter dois anos de preparacio universitéria; a meio do século a maioria deles jé tinha o bacharelato. O ensino comecou a ser visto como uma carreira e as organizacées profissionais de professores, como National Education Association (NEA) ea American Federation of Teachers (AFT) viram a sua importancia aumentar devido ao seu papel na definicao da profissio, assim como pela da sua influéncia sobre a politica educacional. No entanto, as praticas de ensino da época rara- 2 mente se apoiavam na investigacao e, apesar de se esperar que os professores ensinassem ais bem, estes eram julgados por critérios vagos e globais, como “conhece a matéria da disci- | _plina”, Apesar de tudo, durante este periodo foram feitos progressos no desenvolvimento _ dos programas de todas as disciplinas, como a leitura, a matemitica, os esttidos sociais e as, | digncias. Além disso, foram dados grandes passos na compreensio do desenvolvimento e | Potencial humanos, assim como acerca de como se aprende. Desafios do ensino para o século XX! de ne Ere ‘Nio existem bolas de cristal que nos permitam olhar para o século que acabou de comecar. im, No entanto, é provavel que certas tendéncias continuem, e alguns aspectos da educagio ‘08 deverdo manter-se, enquanto outros podem mudar radicalmente (Figura 1.2). Por um lado, so- aS enormes alteragdes que ocorrem na forma como a informacao é armazenada e acedida Rs ‘com os computadores ¢ tecnologias digitais irdo certamente alterar muitos dos aspectos da ‘educacdo. Hoje e no futuro, a Internet oferece a possibilidade de os alunos acederem a um ‘argo conjunto de recursos que nao estavam disponiveis anteriormente. Muitos acreditam {dkea Internet se tornaré no primeiro vefculo de divulgacao de informagao, se é que tal nio acontecen jé, reformulando de forma substancial outras publicacées impressas ou visuais. ‘sto fard com que os professores redefinam muitas das aulas e tarefas que distribuem aos alunos. Por outro lado, 6 muito provavel que a sociedade continue a querer que 0s jovens fre- A sprendizagem acadé- Aiéentem a escola, pelo menos no futuro imediado. A educacio continuaré a dedicar-se a mica 6 0 objective YEHOS Objectivos ¢ outros novos poderio ser adicionados, mas a aprendizagem académica fanfinuaré a ser o mais importante. Além disso, nio € provavel que o espago fisico a que Ghamamos escola sofra alteracées significativas num fututo proximo. A onganizacdo ¢ a miveFacia da educacao irao alterar-se mas, se olharmos para 0 passado, esta alteracao ser fatal As escolas permanecerio integradas nas comunidades e os professores continua Ba _ 7202 nstrur grupos de criangas em salas rectangulares. Oi sforcos de reforma contemporéneos mostram a importincia de adoptar perspectivas SBevsse dleciowvas sobre o significado da aprendizagem acaclémica e cobre a melhor forma __~ “Promover. Comecam também a surgir novas perspectivas sobre o que constitui uma & Pavte 1 Ensinar e aprender nas salas de aula de hoje - wnwmhhecomfarends7e Figura 1.2 Desafios do ensino para 0 professores do século XX| Vivemos numa sociedade ‘ruiticultural; ¢ uma eond- ‘Gio da nosea cultura, Nos dias de hoje, nos EUA, quase 20% das oT (es Desatlos do ensino Ensino e tecnologia ara os professores 10 século XX) Ensinar numa socedace ‘multicultural Ensinat para a construso co signiicad comunidade e sobre a sua relago com as escolas. A natureza da populagio estudantil eas pectativas em relagao aos professores sdo factores adicionais que, provavelmente, sofre mudangas drasticas ao longo das proximas décadas. Ensinar numa sociedade multicultural. Os EUA so uma sociedade multicultural, Nos ¢ de hoje esta situacao jé nao é uma questao de valores ou politica. E um facto, uma cond da nossa cultura. O desafio que se propde aos professores do século XI é que transform as escolas e as abordagens ao ensino, que foram criadas numa época em que a maioria alunos tinha ascencientes europeus e falava ingles, de modo a satisfazerem as necessida: de uma populacio estudantil muito mais diversificada. Harold Hodgkinson (1983) esc ‘yeu que “Todas as sociedades so construfdas numa fundacio de suposigdes demogréfic Quando estas suposigées se alteram, tal como acontece de quando em quando, o result: um enorme choque em toda a sociedade” (p. 281). As escolas dos EUA tém vindo a passar por um desses choques demograficos a0 lor dos tltimos trinta anos, choque esse que vai continuar a afectar as escolas e os professe durante grande parte do século XXI. A mudanga demogréfica mais significativa enve © crescente ntimero de estudantes de etnia ou ascendestes nao europeus, que tém o ing como segunda lingua e que vivem na pobreza. Tal como esta representado na Figura | roporgao desta minoria de estudantes dentro das escolas tem vindo a aumentat, passat de menos de um quinto no inicio da década de 1970 para mais de um terco nos dias hoje. No ano de 2010, os estudantes pertencentés a grupos minoritérios deverdo constil 40% da populacao estudantil (Conditions of Edueation, 2001, 2002). Na Figura 13 vemos a percentagem de alunos pertencentes a uma minoria atingiu 03 50% em escolas do Or dos EUA, aproximando-se dessa proporgo no sul do pais. A diversidade linguistica constitui uma das alteracées mais répidas na educacéo, di que cada ver. mais criancas que nao falam inglés entram nas escolas puiblicas. O mim de estudantes com um nivel de inglés reduzido, ou que esto a aprender a lingua, mais que duplicou nos EUA ao longo dos iiltimos vinte anos (Conditions of Education, 2000, 2 Mercado, 2001) e, de acordo com o US Department of Education (2004), jé ultrapassa os milhdes de estudantes. No inicio do século XX1, quase 20% das criangas tém uma lin} ‘materna que nao o inglés (Van Hook & Fix, 2000). Dessas criangas, 80% falam o espan como primeira lingua, mas muitas outras linguas esto representadas, incluindo 0 ér@ © vietnamita, o russo e 0 tagalog. Capitulo As bases centfcas da arte de ensinar 8 3 Percentagem de estudiantes em escolaspiblicas do jardim de infancia até ao 12° ano, | 4ue faziam parte de uma minoria, por regido geogrifica: 1972-2000, EUA BOF | 7 = oir oo == Fispanico § = Neoro Fo0+ gs | é ex rao Regito Fonte Depertent of Commerce, Bue of Cxmus. Ciao em Coin of Ectin 00 9.8. tas Ao longo da Hist6ria, uma das tendéncias das escolas foi oa Sn | des educativas a um niémero cada vez maior de alunos. As leis de frequé dos @pFovadas no inicio do século XX nos EUA, abriram as portes ert Eh das crancas com deficiéncia viam o seu estatuto reconhecido'e apoiade ae asso que THe ids técada de 1990 esta estatistica tinha subido para os 13% (Conditions of Education, e020), Tal como esta representado na Figura 1.4, 47% das criancas come incapacidades Hecada srreso S208 dias em salas de aula regulares, um aumento em relacdo ape 315 ce Giada anterior. De salientar também que a percentagem de criangas com incapacidades Trngdes em escolas ou instituigdes especializadas sofreu um deekans deren estes dez Os alana egbre2a. O relatério Conditions of Education (2004) alertou para o facto saat do ensino puiblico entre o jardim infantile o 12° ano, se cualifenreee Fran cOtencaO de almocos gratuites oua ‘Prego reduzido. O problema da pobreza infantil é Os de 13g: Bradescidades, onde as médias sio de cerca de 29% cre comparagio com *obreza infantil é maior no Nordeste e menos pronuinciada | 40° Parte Ensinare aprender nas salas de aua de hoje + wwwinhecomfarends7e | er percentual de alunos ‘com incapacidade, com idades entre os 6 € 08 21 anos, por ambiente educacional 1988-1989 21998-1999, EUA (D128 - 1988 | | 1988 1998 | 80 or mais, 79-40 Menos de 40 Nao frequentarn —Jorsetagar de um ia numa cla de axa regular 900088 guise ont: Conti of Estion (2002, Figura 1.5 Percentagem 100 de criangas pobres com idades entre os 5 € 05 17 anos por urbanidade € @ regidio, 2002, EUA. 5 (MSA ~ Area Estatistica qe é [roi | Er rende cidade dento de grande MSA BE Suburi dentro de grande MSA] Metropolitana) © i wf tf lo ‘ oH cc come SS a Feegiao Fonte US Depstment of Comune, Bes of Census Cia rm Condition Eaton Gp. 46 ‘no Oeste eno Sul. A tinica boa noticia desta realidade é que a percentagem de criansa® 9 {Roc na pobreza diminu ligeiramente entre os anos de 1994.¢ 2001 (Conditions of Educitid 12002, p. 46; ver também Eamon, 2002). Tees tendiéncias demogréficas sao importantes para 0 ensino e para aqueles que seP param para ensinar devido a, pelo menos, trés raz0es. ncecous dale prose» Em primeiro lugar, por razoes socnis e econémicas, sociedad ind permanecer & Anescrng ok rte enhada em proporcionar as mesmas oportunidades educacionais 9 tds ¢ criang tenhamnum repertério de A sociedade também exigiré que as minorias ¢ os ‘alunos com incapacidades tenham oe oer ensino et cesso na escola. Alguns qeates alunos sero oritundos de familias pobres; outros vir saree ee made _127es onde os pais nao falam a lingua do pafs; outros serdo fisica ou emocionalmente! ai rentes dos seus colegas. Estes alunos viverso a escola de forma diferente daqueles cujos P des de cada crianca. Capitulo 1 As bases cientficas da arte de ensinar 44 As escols de hoje tim die conciliar wma grande variedade de diferengas de ‘aprendizagens e culturais. foram eles proprios educados nessas mesmas escolas, e que prepararam os filhos para elas. ‘Trabalhar com jovens de origens culturais diversificadas e com variadas necessidades es peciais exigiré que os professores posstuam um reportério de estratégias e métodos eficazes muito diferente do anteriormente requerido. Os professores terio também de estar aptos a adaptar os curriculos e a instruao de modo a torné-los mais adequados a alunos que po- dem considerar a escola excessivamente dificil ou irrelevante para as suas vidas. Em segundo lugar, é provavel que as escolas continuem a ser escrutinadas relativamente 20 equilibrio racial e étnico das populagoes de discentes e docentes. Isto significa que, du- ante as proximas décadas, os professores podem contar com modificacées organizacionais ‘esociais complexas, nas quais os padres de matriculas serao alteradas, seta feitos esforgos ho sentido da diversificacao das populagdes estudantis através de programas escolares pi- Iota e de inscricao livre, e os proprios professores poderao vir a ter de se movimentar com ator frequéncia de escola para escola, Ensinar para a contrugio do significado. As escolas que frequentémos eram, na sua maio- __ fis) muito semelhantes as escolas que os nossos pais e possivelmente os nossos avs fre- __ Shentaram, porque o tipo de escolas que surgiram no final do século XIX foram constraidas ‘Jf tm#omo de um conjunto de suposigées sobre a natureza do conhecimento e modo como $216 adquitido, Baseayam-se igualmente num conjunto de crengas sobre a melhor forma a WP Re Ssteeurar que todos os jovens cidadios adquirissem tal conhecimento e, em troca, se Ne ymassem em cidadaos adultos produtivos e trabalhadores. Oesso sistema educacional tem origem no final do século XIX e no inicio do século XX, ‘baseia-se num modelo educacional fabril e numa perspectiva objectivista do conheci- Tfientoeda aprendizagem. As escolas tal como as fabricas da 6poca, cram locais onde a ine. #0 € aS tarefas podiam sex padronizadas e os professores podiam passar a informacio 42 Parte Ensinare aprender nas sala de aula de hoje « wuwmbhe-com/arends7e Se ae tma Objectivista, era algo constante e inalterdvel. Os professores eram pessoas que tinham: raetones ‘que Uitido uma “quantidade” consideravel de conhecimento significative em matérias e: soos ope see Ent’: © Set papel consista em transmitr esse conhecinane en alunos sob a form i stronee cessor (2018, conceitos principios. Como oconhecimento earns dado adquirido e estabel skavis deescobertn. (relativamente falando), a escolaridade formal, governada por esta perspectiva, tinhs it objectivo estruturar o que era conhecido ein Programas normativos que estabeleciam 9, i ‘piles 8 altnos deveriam aprender. Por sua vez, 0 sucesoo nevsing dlemonstrado pe dominio que o aluno tinka do curriculo e medido através de wane se desempenho es Gardizados. Esta perspectiva levou, nos FUA, a uin movinene, nacional de realizacig [estes durante os tltimos 20 anos e a criagio em 2001 da legislagao denominada No | conbasinannamnl Sobre 2 aos seus alunos soba forma de “verdades” absolutas. O conhecimento, de uma perspe i Left Behind (NCLB, Nenhuma crianca pode ser deixada para tras). A todos os estados d foo hexigido queavaliasem os alurose mostrassem duc eles omen conhe impedenPetencias espectficas. Cada vez mais, os alunos que nde assem nos testes, dee os PASSA 20 nivel seguinte e obrigados a fequentar ore eee Verio, t Gistitos escolares que néo cumprath os requisitos mininies eee Felagdo a todos os alun l Sao sancionados e, em alguns casos, os seus fundos federais sao restringidos. Os pais doe alunos que frequentam escolas de menor sucesso Podem transferi-los para outras escolas, ‘Uma das alternativas a perspectiva objectivists, que tem vindo a ganhar apoio nos circus los educacionais ao longo das iiltimas duas décadas, é conhecida por construtivismo, Ag Aperspectiva constut- invés de considerar 6 conhecimento como um dado adquirido, estabelocido e transmissfvel, Mame oe t2P™ a perspectiva construtivists defende que o conhecimento é algo pessoal, ¢ 0 significado é on initialed contrufdo pelo aluno através da experiéncia, A. ‘aprendizagem é uma actividade social e cul. ‘hecimenta é algo pessoai ‘Ural na qual os alunos constroem, Significados, que sao influenciados pela interacgao entre Sonttcodne seaeanteem 0 conhecimento previamente adquirido e as noses experiéncias de aprendizagem. Tobin terceio comer ant (1992) escreveu que, segundo a perspective construtivista, “a aprendizagem deve centran, ‘emepto-comoscutts. se. no s6no modo ecsvo o ‘individuo tenta perceber os fen6 Ensinar para a apres ideia de que a aprendizagem era uma ai Copitulo 1 As boses cientficas da arte de ensinor 13. de uma escolaridade mais avangada, Nos EUA, estes testes foram rapidamente utilizados para ajudar a colocar os alunos em grupos de instrucao baseados nas suas capacidades e para ajudar a determinar quem tinha capacidade para ingressar no exército. Apesar dos : testes de QI terem perdido adeptos ao longo dos iitimos 50 anos, foram substituides por » testes de competéncias basicas e de conhecimentos mais gerais, como o Teste de Avaliagao > Escolar (SAT, Scholastic Assessment Test), e sio largamente utilizados na tomada de deci- 2 Ges relativas a colocagao de alunos em escolas e as universidades que deverdo frequentar. > Mais de um século de trabalho deixou-nos com trés questées por resolver: A inteligéncia * € composta por uma ou vérias coisas?A inteligéncia ¢ herdada? E, a inteligéncia pode ser 2 medida com exactidao? i Muitos educadores acreditam, hoje em dia, que os testes de QI e os testes de comheci- s mento geral tém pouco a ver com a aptidio ou capaciciade de um individuo para aprender, e ‘mas, em vez, disso, reflectem o passado social e cultural dessa pessoa. Por exemplo, as ° criangas provenientes de familias e comunidades que reflectem a cultura dominante tém 8 uitas vezes melhores resultados neste tipo de testes do que os filhos de pais pobres, ou 8 ‘que emigraram para os EUA e cuja a lingua materna nao 6 0 inglés, 8 Por diltimo, alguns psieslogos contemporaneos como Howard Gardner (1983, 1993) e s Robert] Sternberg (1985, 1999) desafiaram a ideia de que existe uma inteligéncia geral. Esta Pesquisa mostrou que, em vez disso, a inteligéncia e a aptidao so muito mais do que uma ° nica dimensio de utilizagao de linguagem e pensamento l6gico, tal como sio medidos 4, pela maioria dos testes de inteligéncia e de aptidées. No Capitulo 2 iremos analisar esta é questo mais detalhadamente & Ensino ¢ escolha. Quando comesamos a questionar a nocgao de curriculos e formas de in conhecimentos, podemos igualmente questionar a eficécia da escola estandardizada, Por re exemplo, sera que todos os alunos necessitam de ser expostos As mesmas ideias, em cer- a fascdisciplina, ao mesmo tempo ¢ da mesma forma? Deve exigir-se a todos os akinos que te frequentem o mesmo tipo de escolas, com os mesmos programas e por peridos de tempo 2%, ‘denticos? Um niimero crescente de legisladores e educadores comeca a tesponcler nega os. tivamente a este tipo de questées, procurando activamente alternativas & escola piiblica padrao. Hoje em dia é possfvel encontrar alternativas a escola ado em muitas regides dos EGA Normalmente, estas consistem em escola piloto ott de ensino direccionado, com | GiiFfailos direccionados para as artes performativas ou ciéncias e tecnologia. Este tipo de | aiternativa ¢ financiado por fundos publicos, podendo 08 alunos € os pais optar por ela, em trimento das escolas mais tradicionais da comunidade. Uma tendéncia mais pronunciada em escolas localizadas nas grandes cidades dos EUA, Fas duals as populacoes de estudantes so mais diversificadas e onde os recursos que em a educacio puiblica si0 mais escassos, € a privatizacio e a entrega de escolas a Bes externas. Por exemplo, vérios sistemas escolares urbanos de grande dimensao Florida & Califenia, contrataram empresas privadas para gerirem algumas das suas ® com o objectivo de obter lucros. Na Primavera de 1992, 0 presidente da Yale Uni- iemutiu-se para assumir a direcgao do Whittle Industries’ Edison Project. Hoje em on gere escolas clestinadas & obtengio de lucros em todos os EUA. As empresas ‘online, com fins lucrativos, estao também a causar impacto, e muitos pais tiram » esta Variedade de opcdes agora disponivel. A Apollo Management Company, pot Ueto a Connection Academy (escolas virtuais) nos estados do Arizona, California, se at Minesota, Ohio, Pennsilvania e Wisconsin. A K12, fundada pelo o antigo FU tts da Educacio William Bennett, € outro exemplo de escolas privades {Bina das carateristicas destas empresas orientadas para 0 lucro (Carter, 3008) ¢ a 10 dos curriculos a cada estado e a criagio e di a és a cada estado e a criagao e distribuicdo de aulas e planos através taba? 2 Pais € professores. Algumas destas empresas registam a assidui © até as viagens de estudo através da Internet. ee 444 Pare 1 Ensinar e aprender nossals de aula de hoje + wwwumbhe-com/orends7e | swan aerate se ora populares om ee rans ent a 8 excelne "Vittais” a0 escolhidas por alunos de zonas rurais e de dificil acesso do pais: OF seceltados deste tipo de educagao permanecem relativamente desconhecidos, Os criticos west tem se cépticos quanto a eficcia da educagio “virtual” e defendem que a educacio aan ns lucrarivos nao se enquadra na resolucao nacional de manter um sistema de eSco'a- tad publica fore, As escolas pablicas de gestao privada também foram alvo de ated tin algummas partes dos EUA. Os eritfcos dest sistema argumentam que o ques cio foi sim sistema duplo, com graves disparidades demograficas ¢ econ6micas, AS escolas Pris. aera nsescplas pilot, financiadas pelos dstrtos, ciam um sistema de escolas privadas publicamente financiadas, que favorecem familias abastadas que {6m 2 possibilidade de rocurar opeqoes eduicacionais e disponibilizar um meio de transporte propre Como tal, resis capacitados e abastados frequentam escolas privatizadas e escoles pio%o, fazendo com que as escolas vizinhas sejam maiositariamente frequentadas por alunos oriundos de familias com menos possibilidades financeiras. wh tina tendéncla nas escolas alternativas tem sido o movimento das escolas Priva- de itinanciamento publico (charter schools) Estas escolas so financiadas por fuindos publicos mas conccbidas e iiciadas por pais, cidados ou professores: de Seria forma elas Eperam como escolas privadas, pois sio independentes dos distritos escolahes piblicos € cee ates de muitas das regras locas ¢ estaduais impostas as escolas puiblicas. Depois cao eet vio ou tum grupo ter obtido tuma autorizagio por parte de um distrito escolar Guido governo estadual, s-Thes atribuidos fundos publicos para fazer funcionoe 2 escola, or Sibidas responsabilidades inerentes ao cumprimento de crtérios de qualidade prede- caerades, Actualmente, mais de 25 estados emitiram leis relacionadas com este ipo de ‘escolas, e mais de 1700 destas escolas foram criadas. pumity que on pis enc: A-esclta de escolas ea privatizacio tém crticos e defensores, Ets \itimos defendem Permit aun ceJgoseaue que as escola privadas eorientadas para o lucro irdo introduzie wm elemento de competi: fox dsnia cones Gig no sistema educad onale que, uma vez libertas das estraturas burocraticas e process bade ace, pollens qu aractszam musta da esol as grandes éreas urbanas, poderdo oferecer pep nivel superior de educagio a0s alunos, pelo mesmo custo ou menor, airavés de PUBS. aaa dures ¢ uma utilizagao eficaz dos recursos humanos. Muites pessoas esto dis- posta 2 permitic que estas experiéncias prossigam, devido & crenca que as escolas publicas indo esto a funcionar como deveriam. roatuero lado, muitos professores ¢ cidados preocupados receiam que as escolss privados nao aceitem os alunos mais dificeis de ensinar,transformando assiny ¢ cada vez era ae eacolas piblicas em casas para os jovens mais necessitados ¢ desesperados da so: caaide Outros preocupamse com os valores ¢ o sistema moral refletides, formal ou ty dacactmente pelas escolas orientadas para o lucro. Outros ainda, receiar que os melhores professores do pas sejam atraidos pelas escolas com fins lucrativos eas escolas de selecgio, rierendo os professores menos aptos a ensinar para aqueles alunos que mais necessitam de professores competentes. cepmisunes donee Ensino eresponsabilidade. Atéhé pouco tempo ats, preparagto dos professors 4 On rear ee eine pouce se esperava doseu desempenho, No entanto,o movimento do século OY pate peosceumendos de acriagho de padres de exigencia dev mon ‘enfase a preparacio em humanidades ealgums, Srcnseecmoamss Spon pedagogi. ta teri ems scent dramas os primes aoe a ecele XXL Aos professores em inicio de carreira seré exigido que demonstrem & ares Oe ecimentos em pedagogia € na matéria das disciplinas, antes da certificaio © sees cChonsivels pela uiizacio das melhores praticas ao longo das suas careias, Noa 12000, por exemplo, apenas um estado dos EUA nao requeria ‘algum tipo de teste antes 4& a Por primero ertficado de habilitagdo para oensino. A matoria dos estados ula Bows B2% 8 Re aie teste Praxis, desenvolvido pelo Educational Testing Service (ETS), contudo alguns deles estio a considerar testes alter- nativos mais baseados no desempenho, £ provavel que as actuais tendéncias relacionadas com a avaliagao dos professores se mantertham e orientem progra- ‘mas de formacio alargada para professores. Muitos dos lei- tores deste livro podem estar a frequentar esses programas de formagao. A maioria dos programas alargados dos EUA sio caracterizados pela obtencao de uma licenciatura numa determinada disciplina (maior), seguida de um mestrado em pedagogia ‘Antes de obter uma licenca para ensinar, os candidatos sio obrigados a demonstrar 0 seu conhecimento e compe- téncia para o fazer mediante um exame. A competéncia re- Jativa a matérias escolares jé nao é suficiente, especialmente para ensinar em salas de aula culturalmente diversificadas e seguida toves desorigdes sobre os objectos de estudo e os procedimentos utilizados. Nas sity consideradas necessérias, si0 dadas indicagbes que auxiliam na leitura da investigasst co erica de lnvestigagao termina com ima descrigao dos resultados mais impor afl ideragdes sobre as implicagbes da investigagao para a pratica } { ‘Sumario de Investigacéo O bom professor e o bom ensino Murphy, P. K,, Delli, L. M.,e Edwards, M. N. (2004). The good teacher and good teaching: Comparing beliefs of second-grade students, preservice teachers, and inser- vice teachers. Journal of Experimental Education, 72, 2, 9-93. Problema @ abordagem: A maioria dos alunos, pais e pprofessores querem bons professores,e os programas re- lacionados com ensino esforcam-se por ensinar como se um bom professor. No entanto, quais sio exactamente ascaracteristicas que definem um bom ensino, e que tipo de consenso existe entre os varios membros do sistema ‘educacional? Neste estudo nico e de grande interesse, Karen Murphy e os seus colegas exploraram as opiniGes individuais sobre as caracteristicas de um bom ensino e compararam as ideias de alunos do 2° ano, estudantes universitérios do curso de formagao de professores e professores com experiencia. Amostra: A investigadora seleccionou trés grupos (alu- ‘nos do 2.° ano, futuros professores e professores com ex- periéncia) para participar no estudo. O grupo de alunos da 2° ano consistia em trinta e duas raparigas e vinte e oito rapazes de uma escola de 1.°ciclo do centro do pais. (Os sessenta e um futtros professores (cinquenta mu~ Bes ncetives foram pons ao conto para sere comparadss com ae craters postivs, Copitulo 1 As bases centifcas da arte de ensinar 34 heres e onze homens) estavam inscritos em mestrados em educagio de uma grande universidade do centzo do pais. Vinte e dois professores (dezanove mulheres e trés homens) de escolas do 1.”e 2ciclos localizadas em cida- des e subtirbios do centro do pafs formavam a amostra dos professores com experiéncia. Métodos e procedimentos: Foi utilizado 0 formulé- rio Tuckman Teacher Feedback Form (Tuckman, 1995) para medir as opiniGes sobre o ensino competente. Este formulério apresenta uma lista de caracteristicas, e é edido as pessoas que avaliem em que medida uma de- terminada caracteristica contribui para um bom ensino. As caracteristicas de dificil compreensao para os alunos do 2° ano foram eliminadas do questionario original. Na versdo destinada ao 2.” ano, a escala de 4 pontos de Likert foi modificada, sendo utilizadas “caras sorriden- tes”. Ao mesmo tempo, foi pedido aos trés grupos que desenhassem uma imagem que representasse bons pro- fessores e um bom ensino. Indicagées para ler a investigagao: A apresentacio dos dados na Tabela 1.2 segue a representacdo convencio- nada para as tabelas das investigacdes educacionais. Os, investigadores compararam as médias e os desvios pa- ‘Alunos do ‘Grupo de Professores segundo futuros ‘com Geral ‘ano. professores, ‘experiéncia pp MDP MDP MDP 1408 0,44 105 0,99 110. 0.47 114 047 1,20» 0.58: 127 0,68 113 056 118 0.66 1.21 059 140 044 1,25 065 141 0,73 1.27 0.58) 112 087 1,98 0,66 11 073 1,36 0,65: 1.25 081 1,98 0,69) 1,59 0,80 151 0,79 137 0,69 1,64 0,86 155 0,86 1,81 068 120 055 1.83 0.63, 1,82 0,59 1,62 0,89) 162 094 154 083 1,86 0,89 1.67 077, 145 077 1,74 070 209 075 213 080 4193 1,06 225 054 282 0.48 282 097 197 1,16 284 0,68 241 073 287 093 293° 1,21 298 052 214 0,56 82 Parte 1 Ensinar € aprender nas excolasde hoje + igura 1.8 Deseniho de um professor com experiencia ‘de uma aula dada no recreio

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