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Relações entre as personagens:

Mãe Inês solteira (recusa Pero Marques) – influência de Lianor Vaz.


Inês casa (com o Escudeiro) – influência dos Judeus e o Moço.
Inês viúva (do Escudeiro).
Inês casada (com Pero Marques) – influência de Lianor Vaz.

As personagens:

A Mãe é prudente, conselheira, confidente, atenta à realidade e um pouco


interesseira. Manifesta a sua discordância em relação ao casamento com o Escudeiro.
Aceita a decisão da filha. Esta aprenderá às suas custas.

Inês é uma rapariga solteira, preguiçosa, alegre e sonhadora. Para ela, o casamento
representa liberdade. Julga os pretendentes pela aparência mas a vida vai mostrar-lhe
que a aparência pode ser enganadora. Esta vai tornar-se mulher desiludida e calculista.

Pero Marques é uma personagem rústica, ridicularizada e rejeitada por Inês. Oriundo
de um espaço rural, cai no ridículo pela forma como fala e se comporta. É uma
personagem cómica (de carácter ou de personagem). Representa o papel de “asno”.

O Escudeiro é interesseiro, dissimulado e astuto. É um homem fraco que apenas se


mostra cruel com Inês. A elegância e a “cultura” do Escudeiro contrastam com a
simplicidade e ignorância de Pero Marques. Representa o papel de “cavalo”.

Lianor Vaz é a alcoviteira, adjuvante de Pero Marques. Traz a sua carta a apresentação
a Inês. Revela grande experiência de vida e capacidade de persuasão.

Judeus casamenteiros (Latão e Vidal), empenham-se em encarecer os méritos do


escudeiro, a troco de compensação material. Aparentemente bajuladores, criticam
com muita subtileza Inês e o Escudeiro.

O Ermitão é um amigo pretendente de Inês e é a personagem necessária à


concretização da liberdade e vingança de Inês.

Tipos de cómico:

Cómico de personagem: com Pero Marques.


Cómico de situação: encontro de Pero Marques com Inês e a cena final.
Cómico de linguagem: linguagem de Pero Marques e falas dos Judeus casamenteiros.
Farsa vicentina:

Põe em cena o triângulo amoroso, desenvolve a ideia de um provérbio.


As personagens são oriundas da vida quotidiana rural e citadina e agem segundo um
esquema repetitivo, próximo da caricatura.

A farsa ilustra uma situação.

Dimensão crítica:

A farsa é um divertimento sério, orientado por uma intenção moral.


É preciso fazer rir para instruir, respeitar a família e o trabalho.
Tem um carácter edificante: Inês casa com um homem da sua condição.

A farsa partilha com a moralidade o tema da representação e do desconcerto.

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