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Educação a Distância
S237p
Santos, Isabelle C. C. Domingos dos.
Preservação de Documentos: Curso Técnico em Biblioteconomia: Educação a distância /
Isabelle C. C. Domingos dos Santos, David Oliveira de Carvalho. – Recife: Escola Técnica Estadual
Professor Antônio Carlos Gomes da Costa, 2019.
80p.: il.
4.6 Requisitos para implementação do Plano de Gerenciamento de Riscos: Salvaguarda e Emergência .... 44
4.7 Critérios para identificação de acervos e peças prioritárias para ações de tratamento de riscos, em
especial nas emergências............................................................................................................................... 45
Conclusão ............................................................................................................................................. 53
Referências ........................................................................................................................................... 54
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Competência 01
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Competência 01
diferente de você, mesmo sabendo que RESPEITO NÃO É OPÇÃO, MAS SIM UMA OBRIGAÇÃO
SOCIAL.
“A ética estuda as relações entre o indivíduo e o contexto em que está situado. Ou
seja, entre o que é individualizado e o mundo a sua volta [mundo moral]. Procura
enunciar e explicar as regras [sobre as quais se fundamenta a ação humana ou razão
pela qual se deve fazer algo], normas, leis e princípios que regem os fenômenos
éticos. São fenômenos éticos todos os acontecimentos que ocorrem nas relações
entre o indivíduo e o seu contexto”. (KORTE, 1999).
Quando falamos em Ética em Biblioteconomia, estamos aplicando a ética ao universo
biblioteconômico, portanto. Isso inclui todas as atividades do(a) Técnico(a) ou do(a) Bibliotecário(a):
políticas institucionais, acesso, disseminação da informação, metodologias, tratamento documental,
etc.
A ética pode ser estudada sob dois aspectos: Axiológico e Deontológico. O Axiológico
dedica-se aos valores que movem o ser humano nas suas ações e comportamento, por exemplo, os
valores de igualdade e liberdade. Já o Deontológico destina-se às regras que orientam as ações e
comportamentos do ser humano, por exemplo, o “CÓDIGO DE ÉTICA E DEONTOLOGIA DO
BIBLIOTECÁRIO BRASILEIRO”, aprovado em sete de novembro de 2018 pelo Conselho Federal de
Biblioteconomia, que tem por objetivo fixar as normas orientadoras de conduta no exercício das
atividades profissionais.
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Competência 01
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Competência 01
Sabendo que em geral as coisas materiais se acabam com o tempo, pois é natural que
tudo tenha um prazo de vida, o grande desafio do(a) Técnico(a) em Biblioteconomia é auxiliar o(a)
Bibliotecário(a) a minimizar os danos causados pelo tempo. Assim, intervindo de forma necessária e
pontual naquilo que precisa, seguindo a estrutura deontológica para com a atividade.
Importa saber que a “missão” não é impedir que os materiais se acabem, pois isso pode
ser inevitável – e provavelmente seja –, mas sim promover alternativas que prolonguem a vida útil
deles enquanto possível.
Para você acionar os métodos, técnicas ou procedimentos que lhe guiarão no auxílio ao
Profissional em Biblioteconomia ou mesmo lhe conduzirão para executar alguma ação de preservação
ou conservação (quando for o caso, devidamente orientado (a)), você precisa conhecer tudo que
envolve este cenário.
Conheça tudo o que for possível. Por exemplo:
• Acervo geral (assuntos e divisões espaciais);
• Suportes que compõem o acervo (físicos e digitais, como computadores, tablets, e-
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Competência 01
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Competência 01
Lembre-se que você não precisa decorar os conceitos, mas sim entendê-
los. O que lhe guiará na atividade efetiva como Técnico em
Biblioteconomia não serão as definições, conceitos ou textos decorados,
mas sim o conhecimento gerado a partir do estudo deles. Por isso
aprenda e não decore!
Depois de ter contato com os conceitos básicos, podemos entender que a PRESERVAÇÃO
é um conjunto de diretrizes que auxiliará a administração, seja em forma de lei, regra, política
institucional ou outro. A preservação é uma articulação para com a vida útil dos documentos. Muitas
instituições, infelizmente, não criam as suas diretrizes e acabam adotando regras gerais, por exemplo,
Políticas da Biblioteca Nacional (BN) ou Resoluções do Conselho Nacional de Arquivos (Conarq) que,
embora sejam importantes referências, não abrangem as características únicas de cada lugar, cada
unidade de informação, cada biblioteca “espalhada” pelo país.
A importância em criar políticas (documentos com regras específicas para ações e
necessidades especiais) está na peculiaridade de cada unidade de informação/biblioteca. Perceba
que uma Biblioteca de (ou ligada a) uma universidade funcionará de modo diferente de uma
Biblioteca de (ou ligada a) um Museu ou Centro de Documentação. Em uma o usuário provavelmente
utilizará os itens do acervo (e tomará emprestado) até que eles se acabem naturalmente com este
uso, ao passo que na outra o empréstimo pode ser restrito ao local e com instrumentos especiais
para o manuseio, pois há uma preocupação maior com a vida útil destes itens. Por isso é importante
conhecer o local onde trabalha e as suas variáveis, para lidar de forma adequada com o acervo e com
os usuários.
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Competência 01
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Competência 01
1) Diagnóstico Geral do Acervo: representa o passo inicial para o processo de construção das políticas
de preservação e também para a conservação. Ele deve ser estruturado com a finalidade de extrair o
máximo possível de informações e características gerais, como o próprio nome indica, para auxiliar a
compor as normas, processos, procedimentos, plano de emergência, (re)ordenação do espaço, etc.
2) Estrutura Básica Direcional: assim como o Diagnóstico Geral do Acervo, este é um passo
igualmente importante, pois, após o conhecimento aprofundado do acervo, dedica-se a coletar
informações de instituições e materiais bibliográficos de referência adequados à realidade da
estrutura e do acervo para funcionar como direcionador. É importante compreender que não há uma
estrutura única que se tome como verdadeira ou absoluta. O mais importante é conseguir cumprir a
missão de preservar e conservar, e isso pode variar de instituição para instituição ou de local
geográfico para outro. Por exemplo, uma Biblioteca de estrutura metálica próximo ao litoral onde a
salinidade é bem maior pode estabelecer diretrizes diferentes de uma Biblioteca em estrutura de
concreto dentro de uma universidade no interior.
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Competência 01
Além de promover melhor e maior condição para o tratamento adequado para com os
documentos, o risco de contrair doenças por fungos e bactérias é outro grande fator para justificar a
necessidade de utilizar Equipamentos de Proteção Individual (EPI).
Geralmente se utilizam os EPIs apenas no trato com documentos especiais, em situações
que podem promover riscos à saúde do profissional, ou riscos à estrutura do suporte. Por isso não é
comum utilizar em acervos circulantes (acervos passíveis de empréstimo e contato contínuo com os
usuários).
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Competência 01
Os EPIs são:
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Competência 01
Mesmo que você sempre utilize os EPIs, deve ter atenção para manter o local de trabalho
sempre higienizado, lavar as mãos, braços e rosto, utilizando álcool também para limpar
equipamentos que possam ter sido contaminados com os micro-organismos (como mesa, espátulas,
óculos, etc.).
Agora nos vemos na próxima Competência. Até lá!
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Competência 02
Os papéis são constituídos por celulose, o que representa uma estrutura vulnerável
inclusive até no contato com a água, que rompe as fibras facilmente. A questão da acidez também
representa uma grande preocupação, pois quando é fabricado muitas vezes o papel recebe ácido em
sua composição, o que pode acelerar a degradação e também pode passar a acidez para outro papel
que esteja em contato.
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Competência 02
Antes de partirmos para o assunto de degradação dos suportes em papel, se você tiver
curiosidade de conhecer como é feita a fabricação deles, basta acessar os links abaixo. É bem legal e
interessante saber sobre isso também.
Veremos a partir de então alguns dos possíveis fatores que podem provocar danos
estruturais aos documentos. A nossa expectativa é você aprecie bastante estas informações, pois são
essenciais na formação profissional de cada indivíduo.
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Competência 02
• Radiação da luz: mesmo que não pareça, a incidência de luz é um dos mais graves fatores
de aceleração da degradação dos documentos, ainda mais para o papel. Seja luz natural
ou artificial, sempre haverá radiação que provoque dano aos documentos. A radiação
mais nociva é a Ultravioleta (UV), encontrada no Sol e também em fontes de luzes
artificias.
Estes agentes biológicos podem surgir em qualquer ambiente que não promova a
proteção adequada. Geralmente são ocasionados por falta de uma política de conservação e sua
aplicação. Por isso é muito importante a participação cotidiana de todos(as) os(as) funcionários(as)
da unidade. Baseando-se em Cassares (2000), destacam-se:
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Competência 02
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Competência 02
Certamente não se espera que você, estudante técnico(a) em Biblioteconomia, saiba tudo
sobre o assunto conhecendo cada um destes agentes a fundo. O que se espera é que saiba, mais ou
menos, os possíveis panoramas de problemas e, caso haja uma necessidade específica, possa estudar
mais detalhadamente cada um deles em materiais auxiliares.
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Competência 02
Alguns agentes químicos também são responsáveis pelo processo de degradação dos
documentos, em especial o papel. São alguns deles: Acidez, pois o papel de uso comercial contém
altos níveis de ácidos, geralmente utilizados na fabricação para o branqueamento da celulose;
Poluição atmosférica, que são altamente ácidos e podem alterar o pH do documento em papel,
sobretudo em locais próximos a carros e avenidas e outras fontes de gases; e Tintas, pois são
fabricadas com elementos químicos que podem provocar a aceleração do desgaste do papel, a
exemplo da tinta ferrogálica que foi muito utilizada desde a Idade Média.
Embora possa parecer que os demais agentes provoquem imenso risco ao acervo, as
questões que envolvem seres humanos podem ser classificadas como as mais agressivas.
Vejamos juntos: imagine que um livro esteja sujeito a condições inadequadas de luz,
umidade relativa do ar, temperatura, e ainda esteja num ambiente próximo a alimentação e gases,
este documento certamente será degradado rapidamente com o passar do tempo. Agora imagine
que outro livro similar seja manuseado de forma desleixada por algum humano, sujeito ao contato
direto com alimentos, rasgos, furto ou mesmo descarte equivocado, isso certamente provocará a
eliminação imediata do documento ou mesmo a sua degradação bem mais acelerada do que
comparada aos demais agentes. Por isso parece que o agente humano é o mais nocivo aos
documentos.
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Competência 02
São considerados pequenos reparos algumas pequenas ações que são desenvolvidas para
evitar maiores danos aos documentos. Como a lógica nos propõe, os pequenos reparos são feitos em
documentos que foram, de alguma forma, atingidos por algum dos agentes potenciais, conforme
vimos anteriormente.
É importante lembrar que Bacharéis(las) e Técnicos(as) em Biblioteconomia não estudam
a fundo as técnicas de conservação e restauração, assim, as atividades que necessitarem de
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Lista de cuidados com informações coletadas do Manual Técnico de preservação e conservação: documentos
extrajudiciais CNJ – Ministério da Justiça, Arquivo Nacional e Ministério da Cultura, Fundação Biblioteca Nacional
(SPINELLI; BRANDÃO; FRANÇA, 2011, p. 30-31).
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Competência 02
intervenção nos documentos devem ser destinadas a profissionais altamente capacitados, ainda mais
quando se trata de obras raras ou coleções especiais, pois são de valor permanente.
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Competência 02
Segundo Norma Cassares (2000, p. 34) “basicamente, os materiais usados para execução
de pequenos reparos em documentos de biblioteca e de arquivo se resumem a adesivos e papéis
especiais”. Isso porque para procedimentos mais complexos talvez sejam necessários materiais que
só podem ser utilizados por especialista, como é o caso de procedimentos aquosos (procedimentos
que utilizam água deionizada).
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Competência 02
Esta técnica é utilizada para preencher espaços nos documentos. Por isso é importante
Enxerto que seja utilizado um papel de gramatura semelhante. Há possibilidade de utilizar o papel
japonês, ou mesmo fabricar o papel no laboratório da unidade.
Geralmente pessoas especializadas fazem esta ação, pois qualquer deslize pode
comprometer o documento num todo.
Reforço de Como área de proteção imediata dos documentos a capa sofre os primeiros impactos
da degradação, pois isso é importante considerar o reforço com o uso de tecido na parte
capa
interior.
É uma técnica seca que tem por objetivo a minimização da camada de sujeira que se
Limpeza com assenta sobre o documento. Muito utilizada em livros, periódicos, mapas, quadros, por
pó de borracha exemplo.
De fabricação artesanal, faz-se um tipo de “boneca”: utiliza-se gaze ou mesmo TNT
branco, com algodão dentro, amarrada por fora com cordão de algodão cru.
Paralelamente rala-se (em ralador de inox higienizado) certa quantidade de borracha látex
branca macia. Após teste em área determinada do documento, aplica-se o pó de borracha
sobre a área e com movimentos leves e circulares retiram-se as manchas das áreas
atingidas.
Quadro 3 – Algumas ações possíveis para pequenos reparos.
Fonte: os autores, com base em Oliveira (2017).
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Competência 02
Figura 13 – Profissional da informação realizando ação de intervenção para ajustes em pequenos rasgos.
Fonte: Spinelli; Brandão; França (2011).
Descrição: Um profissional usando bata branca com luvas, sentada; fazendo ajustes em folhas de livros rasgados, em
cima de uma mesa branca, com pincéis, borrachas, lupa.
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Competência 03
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Competência 03
conservação, estruturas, suportes, etc.), assim como conhecer bem as suas necessidades como
estruturas individuais (dos documentos e coleções) e estruturas no todo (o prédio, as instalações
elétricas, ventilação, temperatura, umidade relativa, filtros anti-UV, etc.).
Conhecer todas as variáveis parece não ser opcional. A história da instituição, por
exemplo, é importante para saber se o prédio foi acometido anteriormente por infestações, desastres
naturais ou roubo. Por essas razões o diagnóstico se faz necessário. Nós até já discutimos isso antes,
lembra?
Podem ser estruturados dois diagnósticos: Diagnóstico Geral do Acervo e o Diagnóstico
de Preservação.
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Competência 03
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Competência 03
Diagnóstico Geral
IDENTIFICAÇÃO
NOME DA INSTITUIÇÃO
ENDEREÇO
ENTORNO DA INSTITUIÇÃO
INSTALAÇÃO FÍSICA
CONDIÇÕES AMBIENTAIS
TIPO DE ACERVO
CONDIÇÕES DE ARMAZENAMENTO
ESTADO DE CONSERVAÇÃO
ESPAÇO FÍSICO
VOLUME DOCUMENTAL
FERRAMENTA DE GESTÃO
POLÍTICA DE EMPRÉSTIMO
CONCLUSÕES DO DIAGNÓSTICO
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Competência 03
Diagnóstico de Preservação
TÍTULO:
AUTOR:
Nº DE CHAMADA:
ANO: LOCAL:
TIPO DE DOCUMENTO:
( ) Livro ( ) Periódico ( ) Revista ( ) Obra rara ( ) Jornal ( ) Documento avulso
DETERIORAÇÃO DA OBRA
( ) Acidez acentuada
( ) Perda de Pigmentos
( ) Fita adesiva oxidada
( ) Rasgos nas páginas
( ) Materiais metálicos
( ) Outros
Descrever: __________________________________________________________
___________________________________________________________________
_
TRATAMENTO RECOMENDADO:
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Competência 03
É possível que você inicie as suas atividades profissionais como Técnico(a) em unidades
que já possuam Políticas de Preservação e Conservação, contudo, é mais provável (infelizmente) que
as unidades não tenham ainda.
Para que no cotidiano o acervo se mantenha conservado, algumas ações são possíveis de
realizar mesmo sem a existência de tais regras, mas é absolutamente preferível que tudo seja
orientado e documentado. Algumas delas são: limpeza do ambiente, higienização de documentos,
entrefolhamento e acondicionamento.
A limpeza do ambiente não é opcional e vai desde o recolhimento regular de lixo das
lixeiras até a limpeza das estantes, piso, teto. Recomenda-se delicadeza e precisão para que ao limpar
o ambiente, a sujeira/poeira não alcance o acervo. Pode haver isolamento, se extremamente
necessário, contudo, recomenda-se o uso de aspirador de pó, tecido de algodão e uma solução de
água com álcool (50% + 50%).
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Competência 03
A higienização de documentos deve ser uma ação frequente na busca pela durabilidade
do documento. Utilizando os EPIs corretamente (o que vimos na Competência 1) deve-se fazer uso
de aspirador de pó, trincha média, espátulas, bisturis e tecidos de algodão (flanelas). Como a sujeira
geralmente se aloja nas páginas iniciais e finais, o recomendado é intervir nas 10 ou 15 páginas de
ambos os lados.
É importante saber que geralmente se utiliza uma Mesa de Higienização (Figura 14) com
sucção própria para poeiras e remoção de insetos mortos, mas é igualmente importante lembrar que
nem sempre há verba para aquisição deste material, o que é facilmente substituído por uma mesa
(criativamente improvisada) de papel alcalino ou material alternativo. Lembrando que ao abrir o
documento sobre mesa todos os movimentos de higienização devem ser empurrando para frente, de
si para frente.
O entrefolhamento é uma técnica que consiste em utilizar folhas de papel neutro para
isolar uma folha ácida de outra em um determinado documento. Isso auxilia a prolongar a vida útil
do acervo, mas como a acidez do papel do documento passa ao papel neutro, é preciso que seja
periodicamente trocado, e o tempo para isso será determinado em cada situação específica.
Diz-se de acondicionamento a técnica de armazenar de forma adequada os documentos
de um acervo. Compreende cada unidade e suas particularidades, e as coleções num todo.
Geralmente os documentos que são acondicionados de forma individual e com grande proteção são
os mais frágeis e com histórico de degradação.
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Competência 03
Acondicionar bem os documentos é uma atividade intelectual, para além de técnica, pois
a avaliação de cada unidade determinará a sua melhor alternativa, inclusive se serão alocados nas
estantes em posição vertical ou horizontal. Também visualiza a necessidade de uso de envelope em
papel neutro ou caixa com material mais duro e resistente (também com pH neutro).
Para efetivar um bom acondicionamento devem-se compreender bem alguns pontos
como a frequência de uso do documento, a existência de cópia de segurança (pois é preferível
disponibilizar a cópia quanto estiver muito frágil), iluminação (se os raios têm contato direto), e
temperatura (para utilizar o material mais adequado).
Como cada acondicionamento é estruturado de modo individual, respeitando as
necessidades de cada unidade, recomendamos o acesso aos MATERIAS COMPLEMENTARES para
visualizar algumas técnicas possíveis. E quando for praticar, lembre-se de higienizar o local de
produção antes e depois para que os materiais não sejam contaminados por sujidades, assim,
reduzindo a possibilidade de transmissão.
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Competência 03
tintura, pontas afiadas que podem danificar as fibras ou fotografias com flashes), uso de materiais de
proteção (luvas, máscaras, óculos, etc.), delicadeza ao manusear (local adequado, tempo de
exposição fora dos invólucros de acondicionamento, posição, suporte), dentre outras instruções
necessárias.
Essa nossa Competência foi bem interessante, não é mesmo? Nos veremos na próxima.
Até breve!
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Competência 04
Figura 18 – Capa do Plano de gerenciamento de riscos: salvaguarda & emergência da Biblioteca Nacional.
Fonte: http://objdigital.bn.br/acervo_digital/div_obrasgerais/drg_plano_risco_por/drg_plano_risco_por.pdf
Descrição: Capa de um livro que tem a foto da biblioteca nacional; uma construção antiga com cincos andares, tendo
escadarias na frente e árvores na calçada.
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Competência 04
Pois bem, ele observa aspectos que são relevantes para um bom planejamento e desenvolvimento
do Plano de Gerenciamento de Riscos, pois se observa aspectos humanos, estruturais e situacionais:
estrutura física do prédio, histórico de eventualidades, equipe e suas funções e procedimentos,
divisão espacial e circulação, formato de empréstimo e acesso geral. Isso contribui substancialmente
para o planejamento das estratégias.
Uma vez coletadas as informações por meio do Diagnóstico Geral do Acervo, avaliadas,
refletidas e discutidas as situações por comissão especial multiprofissional, e com isso construído o
Documento Diagnóstico, uma das etapas posteriores compreende as criações das estratégias para
combater sinistros.
O princípio da preocupação com a salvaguarda e emergência de acervos em uma unidade
de informação deve ser o bem humano. As pessoas são os bens mais preciosos e devem configurar
prioridade em qualquer esquema de segurança e emergência. Vidas humanas sempre em primeiro
lugar.
Quanto ao plano propriamente dito, ele deve ser construído com linguagem de fácil
leitura e compreensão. Deve conter plantas do edifício com indicações de localização das coleções de
obras raras (prioritárias para salvamento), saídas de emergência, localização dos extintores,
equipamentos de primeiros socorros, caixa de energia, sistema de supressão de incêndios, alarmes,
dentre outros.
Para que os objetivos de salvaguarda sejam alcançados é preciso conhecer bem os riscos
que envolvem a instituição e o seu acervo. Deve-se investigar, portanto, os potentes agentes de
deterioração, suas estruturas, e as possibilidades técnicas de intervenções que provoquem o melhor
resultado sem pôr em risco a integridade dos documentos.
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Competência 04
De forma mais detalhada, apresenta-se o quadro a seguir com tipologia de riscos, com
dados coletados do Plano de Gerenciamento de Riscos: Salvaguarda & Emergência, da Fundação
Biblioteca Nacional (SPINELLI; PEDERSOLI JUNIOR, 2010).
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Competência 04
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Competência 04
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Competência 04
Até pouco tempo atrás era comum o uso de materiais químicos em unidades de
informação, contudo, observados os riscos à saúde das pessoas e também aos documentos,
ampliaram-se as possibilidades de tratar algumas questões de infestações sem química. Hoje se dá
preferência a essas alternativas. Algumas delas são:
• Desinfestação por congelamento: a técnica consiste em uma alteração brusca da
temperatura com a introdução do objeto em um freezer a -20ºC. Podem ser utilizados
freezers tipo frost‐free verticais que inibem a formação de cristais de água. Os modelos
verticais são mais utilizados porque possibilitam uma visualização e um acomodamento
melhor dos materiais a serem tratados.
•
• Desinfestação por anóxia: a técnica consiste em substituir ou remover, em ambiente
fechado e controlado, o oxigênio necessário à ativação e ao desenvolvimento dos esporos
e dos insetos. Esse microambiente deve ser mantido estável, ou seja, sem a presença do
oxigênio (índice menor de 0,3%) por um período de 21 dias, no mínimo.
Salientamos que tais alternativas são direcionadas, geralmente, para cenários com
diagnóstico apontando avanço das infestações nos documentos. E como as instituições devem se
precaver contra tais sinistros, é possível que, em meio à necessidade, contrate alguma empresa para
aplicar tais estratégias.
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Competência 04
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Competência 04
4.7 Critérios para identificação de acervos e peças prioritárias para ações de tratamento de
riscos, em especial nas emergências
No material institucional que aqui adotamos como referência para elucidação (Plano de
gerenciamento de riscos: salvaguarda & emergência), a Biblioteca Nacional estabeleceu alguns
critérios para identificação de acervos e peças preferenciais para ações de tratamento de riscos,
especialmente nas emergências.
Os critérios, que atendem emergencialmente em situações, tais como inundações,
incêndios e colapsos estruturais, abrangem peças do acervo bibliográfico e documental e demais
itens do patrimônio. A importância de se manter as políticas e estratégias atualizadas deve ser uma
prática contínua. Percebemos isso ao ler o material da FBN, que ainda descreve quais são alguns dos
aspectos:
“Procedimentos específicos para a localização, sinalização, segurança e acesso a esses
itens serão estabelecidos e continuamente atualizados, de forma a otimizar o tratamento de riscos
ao patrimônio cultural da instituição”. (SPINELLI; PEDERSOLI JUNIOR, 2010, p. 99).
Alguns aspectos a serem considerados:
• Valor econômico ou raridade do documento.
• Ser insubstituível.
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Competência 04
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Competência 05
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Competência 05
Inúmeros são os documentos que já nascem em estrutura digital, a exemplo dos e-books
do nosso curso. Isso é tão comum hoje em dia e faz parte do nosso cotidiano de forma tão contínua
que parece ser estranho que ainda estejamos afirmando como novidade ou curiosidade. De fato a
sociedade mundial têm feito uso da composição digital para diversos fins, seja para trabalho, estudos
ou lazer.
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Competência 05
PRESERVAÇÃO DIGITAL
Quer ter acesso a um artigo superinteressante sobre PRESERVAÇÃO
DE DOCUMENTOS DIGITAIS?
Então clica no link e se joga na artigo de Miguel Angel Arellano:
http://www.scielo.br/pdf/ci/v33n2/a02v33n2.pdf
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Competência 05
b) Emulação: na intenção de preservar o objeto lógico original, sua integridade e finalidade de uso,
utiliza-se um software chamado emulador para “substituir” um software ou hardware que já se
encontra inconciliável, possibilitando assim, a interpretação dos objetos digitais em sua concepção
original (SANTOS; FLORES, 2010).
A emulação esbarra num dos maiores pontos de atenção de unidade de informação: o
financeiro. “A emulação pode apresentar aspectos negativos como a questão financeira, quanto à
necessidade de desenvolver um emulador ou mesmo para aquisição de licenças de uso”. (SANTOS;
FLORES, 2010). Numa visão geral, o que tende ao sucesso de uma emulação está na construção da
Política de Preservação e Conservação, onde devem constar direcionamentos para escolha do
software emulador, seu custo, aplicação e demais aspectos relevantes.
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Competência 05
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Competência 05
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Conclusão
Depois de estudar todo esse conteúdo incrível pudemos perceber que pensar sobre
Preservação, Conservação e Restauração não é apenas uma ação técnica, mas também intelectual,
de gestão, de articulação de estrutura humana e material. A reflexão deste universo dá indicativos de
que pouco se sabe sobre todo assunto e por isso é assertivo nos munirmos cada vez mais de
informações especializadas e atualizadas.
Cuidar dos documentos, dos acervos, das coleções, de cada unidade de documento, é
uma ação de respeito para com a história e a memória; uma ação de honestidade com a identidade
coletiva; uma ação social. Os documentos têm história e vida; e isso merece ser protegido por pessoas
capazes, profissionais distintos.
Como profissionais da informação, Técnicos(as) em Biblioteconomia, caberá a cada
um(uma) o melhoramento e desenvolvimento das capacidades, dominando os conhecimentos
teóricos e aplicando na prática. Caberá a cada um(uma) prosseguir nessa jornada que apenas
indicamos o caminho.
Com a certeza de que contribuímos um pouco com a sua formação, não despedimos com
muita satisfação e contentamento.
Até a próxima disciplina!
Tchau!
53
Referências
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Minicurrículo do Professor
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