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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO


ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E ENGENHARIAS

Curso de Pós Graduação Lato Sensu em Engenharia de Segurança do


Trabalho

ALEXANDRE RENATO TURRA

A IMPLANTAÇÃO DA NR 33 – ESPAÇOS CONFINADOS NO SETOR


PRODUTIVO DE UMA INDÚSTRIA DE LATÍCINIOS

Santa Rosa/RS
2013
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ALEXANDRE RENATO TURRA

A IMPLANTAÇÃO DA NR 33 – ESPAÇOS CONFINADOS NO SETOR


PRODUTIVO DE UMA INDÚSTRIA DE LATÍCINIOS

Monografia do Curso de Pós Graduação Lato Sensu em


Engenharia de Segurança do Trabalho apresentado como requisito
parcial para obtenção de título de Engenheiro de Segurança do
Trabalho

Orientador: Fernando Wypyszynski

Santa Rosa/RS
2013
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ALEXANDRE RENATO TURRA

A IMPLANTAÇÃO DA NR 33 – ESPAÇOS CONFINADOS NO SETOR


PRODUTIVO DE UMA INDÚSTRIA DE LATÍCINIOS

Monografia defendida e aprovada em sua forma final pelo professor orientador e pelo
membro da banca examinadora

Banca examinadora

________________________________________
Fernando Wypyszynski, Engenheiro de Segurança do Trabalho - Orientador

________________________________________
Cristina Eliza Pozzobon, Engenheira de Segurança do Trabalho

Santa Rosa, 19 de fevereiro de 2013


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Dedico este trabalho a meus pais e minha esposa, que sempre me apoiaram em todos os
momentos, através de palavras de incentivo para concretização deste sonho e a todos aqueles
que de alguma forma contribuíram para o desenvolvimento dos estudos. Em especial dedico a
minha filha Thalia Alessandra Turra.
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AGRADECIMENTOS

Agradeço inicialmente a Deus, Criador do Universo, por nos conceder a vida e


saúde, possibilitando assim a busca de nossos objetivos.
A Direção da empresa Tabajara S.A, por disponibilizar as dependências da
empresa para a execução do Trabalho de Conclusão de Curso.
Aos colaboradores da empresa Tabajara, Engenheiro de Segurança do Trabalho e
ao Técnico de Segurança que acompanharam a realização do trabalho e colaboraram de todas
as formas para o bom andamento da Monografia de Conclusão de Curso;
Ao Curso de Pós Graduação de Engenharia de Segurança do Trabalho da
Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul - Íjui;
Ao professor orientador Fernando Wypyszynski da Unijuí, pelo total e irrestrito
apoio demonstrado durante suas orientações e pelas palavras de incentivo nas horas difíceis
para o desenvolvimento e conclusão do trabalho;
Enfim, agradeço a todos que, de forma direta ou indireta, colaboraram para a
realização deste trabalho.
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RESUMO

Este estudo foi desenvolvido em uma empresa da área de laticínios, localizada na


região Noroeste do estado do Rio Grande do Sul – RS e tem como principal objetivo cadastrar
e implantar o POP – Procedimento Operacional Padrão na câmara de secagem de leite em pó,
durante a entrada no Bag Mix e nos Pug Flows, para esvaziamento e limpeza da câmara de
secagem de leite em pó. Para o desenvolvimento do trabalho foi utilizada como principal
fonte de pesquisa a NR 33 – Norma Regulamentadora sobre Segurança e Saúde nos Trabalhos
em Espaços Confinados, visando prevenir acidentes do trabalho, melhores condições de
organização, qualidade de vida e produtividade aos trabalhadores. Num primeiro momento,
apresenta-se o tema da pesquisa, delimitação do tema, objetivos, justificativas e um breve
histórico da empresa. Logo em seguida aborda-se a revisão da literatura, através da
importância da indústria leiteira na região, estudo amplo da NR 33 – Norma Regulamentadora
sobre Segurança e Saúde nos trabalhos em Espaços. Após menciona-se o PPR – Programa de
Prevenção Respiratória, a NR-10 Norma Regulamentadora para trabalhos em eletricidade, a
PET – Permissão de Trabalho e a importância do cadastramento dos espaços confinados. Na
seqüência relata-se com ênfase o POP – Procedimento Operacional Padrão e cadastramento
do Espaço Confinado e a e importância do método 5W1H para planejar as ações. Logo em
seguida descreve-se a metodologia utilizada, através do método de abordagem qualitativo,
procedimentos de pesquisa exploratória, estudo de caso, pesquisa-ação e técnicas de
observação através de levantamento fotográfico e entrevista não estruturada com
trabalhadores. O próximo momento marca o cadastramento e Implantação do POP –
Procedimento Operacional Padrão na câmara de secagem de leite em pó, durante a entrada no
Bag Mix e nos Pug Flows, para esvaziamento e limpeza da câmara de secagem de leite em pó,
através da observação visual, registro fotográfico do Espaço Confinado, entrevista informal
com os trabalhadores para verificar o método anterior utilizado para entrada na câmara de
secagem e aplicação da NR 33. Na seqüência do trabalho utiliza-se o método 5W1H para
planejar as ações sugeridas a empresa, a fim de complementar o cadastramento e o POP da
Câmara de Secagem de leite em pó, bem como adequar os setores de produção conforme rege
a NR 33.

Palavras chaves: Espaços Confinados, laticínios, câmara de secagem.


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LISTA DE SIGLAS E SÍMBOLOS

CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes


EPI – Equipamento de Proteção Individual
PET – Permissão de Entrada e Trabalho
POP – Procedimento Operacional Padrão
SESMT – Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do
Trabalho
ASO – Atestado de Saúde Ocupacional
EPI’s – Equipamentos de Proteção Individual
EPC’s – Equipamentos de Proteção Coletiva
5W1H – Método para mapeamento e padronização de processos
NBR 14787 – Norma Brasileira referente a Espaço Confinado – Prevenção de
Acidentes, procedimentos e medidas proteção.
NR 07 – Norma Regulamentadora sobre o PCMSO – Programa de Controle
Médico de Saúde Ocupacional
NR 31 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho na
Agricultura, Pecuária Silvicultura, Exploração Florestal e Aqüicultura
NR 33 – Norma Regulamentadora sobre Segurança e Saúde nos trabalhos em
Espaços Confinados
BAG MIX – Leito estático da torre de secagem
PUG FLOW - Fluidizador da torre de secagem
BVs - Bocas de visita
CCM – Central de Comando de Motores
FILME STRECH - Plástico usado para envolver os pallets de produto
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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 10
1. REVISÃO DA LITERATURA ...................................................................................... 12
1.1 IMPORTÂNCIAS DA INDÚSTRIA LEITEIRA PARA REGIÃO .................................. 12
1.2 NR 33 - NORMA REGULAMENTADORA SOBRE SEGURANÇA E SAÚDE NOS
TRABALHOS EM ESPAÇOS CONFINADOS ...................................................................... 13
1.2.1 Principais riscos de acidentes nos espaços confinados .................................................... 13
1.2.2 Responsabilidades ........................................................................................................... 14
1.2.3 Ações técnicas de prevenção ........................................................................................... 14
1.2.4 Medidas administrativas .................................................................................................. 15
1.2.5 Medidas pessoais ............................................................................................................. 15
1.2.6 Supervisor de entrada ...................................................................................................... 16
1.2.7 Vigia ................................................................................................................................ 16
1.2.8 Trabalhador autorizado .................................................................................................... 17
1.2.9 Resgate e emergência ...................................................................................................... 17
1.2.10 Detecção e monitoramento de espaços confinados ............................................ 18
1.2.11 Epi’s e epc’s para espaços confinados ........................................................................... 18
1.3 PPR – PROGRAMA DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA ................................................ 19
1.4 NR 10 - NORMA REGULAMENTADORA PARA TRABALHOS EM ELETRICIDADE
.................................................................................................................................................. 19
1.5 PET – PERMISSÃO DE TRABALHO ............................................................................. 19
1.6 CADASTRAMENTO DOS ESPAÇOS CONFINADOS .................................................. 20
1.7 POP – PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO ................................................... 20
1.8 MÉTODO 5W1H ............................................................................................................... 21
2. METODOLOGIA ........................................................................................................... 23
2.1 IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA ................................................................................... 23
2.2 MÉTODO DE ABORDAGEM .......................................................................................... 23
2.3 PROCEDIMENTOS ........................................................................................................... 24
2.3.1 Pesquisa exploratória ....................................................................................................... 24
2.3.2 Estudo de caso ................................................................................................................. 24
2.3.3 Pesquisa-ação .................................................................................................................. 25
2.4 TÉCNICAS ......................................................................................................................... 25
2.4.1 Observação ...................................................................................................................... 25
2.4.2 Entrevista não estruturada ............................................................................................... 25
3. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS .............................................. 27
3.1 CADASTRAMENTO DO ESPAÇO CONFINADO ......................................................... 28
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3.2 POP - PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO PARA ENTRADA NO BAG


MIX E NOS PUG FLOW PARA ESVAZEAMENTO E LIMPEZA DA CÂMARA DE
SECAGEM ............................................................................................................................... 31
3.3 FLUXOGRAMA: ...................................................................................................... 45
3.4 PLANO DE AÇÃO - MÉTODO 5W1H ........................................................................... 46
CONCLUSÃO......................................................................................................................... 50
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 52
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INTRODUÇÃO

Atualmente o mundo passa por um período de mudanças rápidas, porém estas


mudanças são apenas parte da rápida evolução da sociedade. Onde a tecnologia atual propicia
grande capacidade para resolução de problemas, possibilitando crescimento e a sobrevivência
as organizações, neste mercado tão competitivo.
Com o mercado cada vez mais globalizado, as organizações necessitam
prepararem-se para concorrerem em nível mundial, pensar além de suas fronteiras, agregando
qualidade e valor a sua marca e portfólio de produtos, tendo como principal pilar o
seguimento das normas de segurança no trabalho, a fim de proteger seu maior bem que é a
vida dos seus colaboradores.
Cada vez mais novas idéias devem ser instigadas, aproveitando a criatividade,
resultando no aperfeiçoamento das pessoas, para a solução dos problemas, embasados em
normativas que regem o país. É fundamental que as organizações percebam a importância de
saber ouvir idéias e sugestões dos colaboradores, pois somente exigir produção, minimiza o
potencial do grupo, favorecendo a ocorrência de acidentes do trabalho.
O momento atual revela às organizações a grande importância de ter em seu
quadro funcional, colaboradores e não somente empregados. Esta nova visão estratégica
possibilita ao trabalhador demonstrar sua importância na organização, desenvolver seu
potencial, através de sua participação, com sugestões de melhorias e oportunidades para um
crescimento mútuo da organização e do colaborador.
Para auxiliar as organizações na busca do atendimento as normas de segurança,
são necessárias a aplicação das normas de segurança no trabalho. Nos dias de hoje é
fundamental o atendimento das normas de segurança, não somente para atender a legislação
vigente, mas sim buscar um alto padrão de segurança, através das melhores tecnologias
existentes. Na fase de implantação dos programas de segurança, a empresa terá um custo
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considerável, mas com o passar do tempo este custo será diluído, tamanho retorno obtido pela
não ocorrência e/ou minimização da ocorrência de acidentes do trabalho.
Para a implantação de programas de segurança, é fundamental a participação de
todos os colaboradores da empresa, desde a alta gerência até o chão de fábrica. É necessário
num primeiro momento implantar as políticas de segurança e saúde no trabalho, na busca da
promoção e melhoria contínua dos processos, visando a padronização dos procedimentos.
Na busca pela prevenção e/ou minimização dos acidentes de trabalho, através de
melhores condições de trabalho em espaços confinados, será mencionado possíveis riscos aos
colaboradores, presentes nos espaços confinados, com ênfase na câmara de secagem de leite
em pó e silou os de leite.
Os espaços confinados são causadores de acidentes graves ou fatais, através da
ocorrência de explosão, incêndio, engolfamento ou asfixia, devido à falta de procedimentos,
treinamentos e técnicas de segurança. Todos os espaços confinados devem ser considerados
inseguros, até que sejam providos condições mínimas de segurança e saúde. Este trabalho tem
como tema principal a implantação da NR 33 – Espaços Confinados no setor produtivo de
uma indústria de laticínios.
Partindo desse pressuposto a delimitação do tema se dá através do cadastramento
e implantação do POP – Procedimento Operacional Padrão durante a entrada no Bag Mix e
nos Pug Flow para esvaziamento e limpeza da câmara de secagem de leite em pó, numa
indústria de laticínios, localizada na região noroeste do estado do Rio Grande do Sul, no
período de Outubro de 2012 á fevereiro de 2013.
Os objetivos do trabalho junto à indústria de laticínios buscam prevenir os
acidentes de trabalho, durante acesso a câmara de secagem de leite em pó e melhores
condições de organização, qualidade de vida e produtividade aos trabalhadores durante a
entrada no espaço confinado, através do estudo e aplicação da NR 33.
Durante o cadastramento e implantação do POP – Procedimento Operacional
Padrão na câmara de secagem de leite em pó, na busca pelo trabalho seguro, a NR 33 –
Espaços Confinados traz todos os passos a serem seguidos para a concepção do trabalho. A
adoção deste programa propicia técnicas para a entrada nos ambientes confinados, com
segurança.
Para a confecção do cadastramento e do POP - Procedimento Operacional Padrão,
será utilizado como principal fonte de pesquisa a Norma Regulamentadora NR 33 - Segurança
e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE),
aprovada pela PORTARIA MTE Nº 202, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2006.
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1. REVISÃO DA LITERATURA

1.1 IMPORTÂNCIAS DA INDÚSTRIA LEITEIRA PARA REGIÃO

A economia brasileira e mundial tem passado por várias transformações nas


últimas décadas. Entre as mudanças mais marcantes, destacam-se a abertura dos mercados
com a globalização, que trouxeram importantes implicações no âmbito nacional e regional.
Este novo cenário acirra a competitividade na cadeia produtiva, na busca por novos mercados.
Conforme site FAPERGS, é possível identificar que a Região Fronteira Noroeste
do Rio Grande do Sul possui disposição para o agronegócio da cadeia produtiva primária.
Essa caracterização deve-se mediante as condições climáticas, propícias para o
desenvolvimento da pecuária leiteira, bem como o uso de um sistema de produção racional,
que permita o manejo do solo e dos demais recursos naturais, de forma equilibrada.

A Região Sul caracteriza-se por bacias leiteiras


tradicionais e por um modo de produção peculiar e diverso dos que
ocorrem nas demais áreas leiteiras brasileiras. A produção regional
baseia-se em pequenas propriedades familiares que combinam a
pecuária leiteira com outras atividades agrícolas. (Bressan Cunha,
Vilela, 2001.p. 267)

Neste contexto, a indústria leiteira na Região Fronteira Noroeste do estado do Rio


Grande do Sul vem constituindo-se, como um dos mais importantes produtos da agricultura
familiar. Toda está cadeia proporciona a diminuição do êxodo rural, proporcionando segurar a
mão-de-obra produtiva no campo, com a geração de vários postos de trabalho, de forma direta
e indireta.
Cada vez mais os pequenos e médios produtores, que produziam exclusivamente
grãos, estão percebendo a importância de estarem inseridos na cadeia produtiva do leite,
através dos incentivos que o setor oferece. Nos dias de hoje, são várias as empresas que
adquirem o leite, que constitui-se como um dos mais importantes produtos da agricultura
familiar da região garantindo a renda mensal dos produtores.
Conforme Bressan, Cunha, Vilela (2001), para analisar os avanços sócio-
econômicos em sistemas de produção deve ser avaliado o complexo agroindustrial do leite.
Há necessidade de examinar a produção de leite de forma sistêmica e numa visão macro, deve
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se considerar suas relações para frente e para traz, contemplando os segmentos de insumos e
serviços necessários na produção até o consumidor final.
Evidencia-se a necessidade de investimentos, através de parcerias entre todos os
elos envolvidos na cadeia produtiva do leite, para aumentar a produtividade e qualidade do
leite. Porém a região possui excelentes condições e potencial para buscar a auto-suficiência
em sua bacia leiteira e atender a demanda exigida pela indústria, tornando o leite como a
melhor opção para o agronegócio regional.

1.2 NR 33 - NORMA REGULAMENTADORA SOBRE SEGURANÇA E SAÚDE NOS


TRABALHOS EM ESPAÇOS CONFINADOS

A NR 33, cujo título é ―Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços


Confinados‖, estabelece os requisitos mínimos para identificação de espaços confinados e o
reconhecimento, avaliação, monitoramento e controle dos riscos existentes, de forma a
garantir permanentemente a segurança e saúde dos trabalhadores que interagem direta ou
indiretamente nestes espaços. (Legislação Comentada: Normas Regulamentadoras de
Segurança e Saúde do Trabalho, 2008)
Conforme a Norma Regulamentadora NR 33 – Segurança e Saúde nos
Trabalhos em Espaços Confinados,―Espaço confinado é qualquer área ou ambiente não
projetado para ocupação humana contínua, que possua meios limitados de entrada e saída,
cuja ventilação existente é insuficiente para remover contaminantes ou onde possa existir a
deficiência ou enriquecimento de oxigênio‖.
Em contrapartida a NBR 14787, define o Espaço confinado, sendo qualquer
área não projetada para ocupação contínua, a qual tem meios limitados de entrada e saída e na
qual a ventilação existente é insuficiente para remover contaminantes perigosos e/ou
deficiência/enriquecimento de oxigênio que possam existir ou se desenvolver.
Através desta definição, vários locais que anteriormente não eram julgados como
perigosos, passaram a ser classificados como espaços confinados, sendo exemplos típicos na
indústria de laticínios: câmaras de secagem, silos de leite, tanques, tubulações, caixas d’água,
torres, galerias subterrâneas, caldeiras e demais equipamentos.

1.2.1 Principais riscos de acidentes nos espaços confinados


14

- Concentração de oxigênio atmosférico abaixo de 19,5% ou acima de 23% em


volume;
- Intoxicação devido a presença de gases, vapores, poeiras tóxicas;
- Irritação na pele, olhos e mucosas do sistema respiratório;
- Incêndios e /ou explosão devido concentração de gases e vapores inflamáveis;
- Afogamento;
- Engolfamento, causando asfixia por sólidos particulados;
- Aprisionamento do trabalhador no interior do espaço confinado;
- Asfixia por deficiência de oxigênio devido a presença de gases inertes;
- Choque elétrico;
- Ruído;
- Umidade;
- Calor;
- Animais peçonhentos;
- Poeiras explosivas;
- Choque mecânico;
- Medo ou pânico;
- Queimaduras;

1.2.2 Responsabilidades

Através da avaliação da norma, verificam-se as responsabilidades do empregador


e dos colaboradores, onde se delimita as obrigações de ambos perante a norma.
Evidenciam-se através de uma avaliação macro da NR 33, vários dispositivos de
segurança, através de medidas preventivas, administrativas, através da participação direta dos
setores administrativos, de engenharia, que buscam a prevenção da saúde e integridade física
dos colaboradores.

1.2.3 Ações técnicas de prevenção

Através das ações e/ou medidas técnicas de prevenção de acidentes nos espaços
confinados, alguns pontos tem destaque especial, como a identificação do espaço, sinalização,
isolamento, etiquetagens, travas, lacres e válvulas de alívio.
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Diante desse pressuposto, também vale salientar a importância de equipamentos


para ventilação, exaustão, resgate e iluminação, bem como instrumentos de avaliação e
monitoramento da atmosfera dos espaços confinados antes e durante a execução dos
trabalhos, nunca esquecendo a verificação quanto a calibração e testes dos instrumentos.

1.2.4 Medidas administrativas

As principais medidas administrativas da NR 33 voltadas a gestão dos espaços


confinados, visa manter os cadastros atualizados dos espaços confinados inclusive os
desativados e seus riscos, definir medidas para isolar, sinalizar, controlar ou eliminar os riscos
do espaço confinado, manter sinalização permanente junto à entrada do espaço confinado,
implementar procedimento para trabalho em espaço confinado, adaptar o modelo de
Permissão de Entrada e Trabalho, às peculiaridades da empresa e dos seus espaços
confinados, preencher, assinar e datar, em três vias, a Permissão de Entrada e Trabalho antes
do ingresso de trabalhadores em espaços confinados, disponibilizar os procedimentos e
Permissão de Entrada e Trabalho para o conhecimento dos trabalhadores autorizados, seus
representantes e fiscalização do trabalho.
As medidas administrativas citadas na norma possuem como principais
determinações a elaboração de um procedimento para entrada e trabalho. Os procedimentos
para trabalho em espaços confinados e a Permissão de Entrada e Trabalho devem ser
avaliados no mínimo uma vez ao ano e revisados sempre que houver alteração dos riscos, com
a participação do Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho - SESMT e da
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA.

1.2.5 Medidas pessoais

As medidas pessoais estão diretamente relacionadas à saúde e a capacitação dos


trabalhadores envolvidos, direta ou indiretamente com os espaços confinados, sobre seus
direitos, deveres, riscos e medidas de controle, conforme previsto na NR 33.
Através dos exames médicos específicos obrigatórios, para a função que o
trabalhador irá desempenhar, conforme estabelece as NRs 07 e 31, respectivamente, Programa
de Controle Médico e Saúde Ocupacional e Segurança E Saúde No Trabalho Na Agricultura,
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Pecuária Silvicultura, Exploração Florestal E Aqüicultura, incluindo os fatores de riscos


psicossociais com a emissão do respectivo Atestado de Saúde Ocupacional - ASO.
A norma deixa claro a carga horária sobre a capacitação dos trabalhadores
autorizados e vigias, devendo ser de no mínimo de dezesseis horas e para supervisores de
entrada de quarenta horas, durante horário de trabalho. Os trabalhadores autorizados, Vigias e
Supervisores de Entrada devem passar por reciclagem periódica a cada 12 meses, com carga
horária mínima de 8 horas
O treinamento deve possuir informações sobre definição e identificação de
espaços confinados, reconhecimento e avaliação de riscos, orientação sobre o uso de
equipamentos, identificação dos espaços confinados , legislação de segurança e saúde,
procedimento e utilização da PET (Permissão de Entrada e Trabalho), noções e operações de
salvamento e primeiros socorros.
Diante desse pressuposto a NR 33 - Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços
Confinados instituem três funções para os trabalhadores envolvidos nesta atividade:
supervisor de entrada, vigia e também o trabalhador autorizado que é o executante do
trabalho.

1.2.6 Supervisor de entrada

A função do Supervisor de entrada é importantíssima no contexto geral da gestão


direta é prática dos trabalhos relacionados a entrada em espaço confinados. Conforme relata a
NR 33, o supervisor de entrada deverá emitir a Permissão de Trabalho antes do início das
atividades, testar e conferir equipamentos, procedimentos, verificar as medidas de primeiros
socorros, salvamento e meio de comunicação, cancelar os procedimentos de entrada e
trabalho se necessário, finalizar a Permissão de Entrada e Trabalho após a conclusão dos
trabalhos e também poderá exercer a função de vigia.

1.2.7 Vigia

A função do vigia retrata de certa maneira a figura do ―anjo da guarda‖ do


trabalhador autorizado que está dentro do espaço confinado. Neste sentido o vigia é
responsável por manter a contagem precisa do número de trabalhadores no espaço confinado e
assegurar que todos saiam ao término do trabalho, permanecer do lado de fora, junto a entrada
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em contato permanente com os trabalhadores, acionar a equipe de salvamento se necessário,


ordenar o abandono do espaço devido alguma situação de risco. O vigia não poderá
desempenhar outra função que não seja o monitoramento e a proteção da vida dos
trabalhadores autorizados, conforme relata a NR 33.

1.2.8 Trabalhador autorizado

A função do trabalhador autorizado pode ser definida como a de executante do


trabalho proposto, através do ingresso no espaço confinado a fim de realizar limpezas,
manutenções, pinturas, inspeções e outras inúmeras situações que o fazem realizar a entrada
nestes locais.
Neste sentido é de fundamental importância ter-se todo um aparato conforme rege
a NR 33, a fim de garantir totais condições de segurança para esse profissional que esta
realizando um trabalho diferenciado, de alto risco a sua vida se as normas não foram seguidas.

1.2.9 Resgate e emergência

Para auxiliar durante o resgate e emergências em espaços confinados, a NR 33,


retrata no que tange a emergência e salvamento, a obrigação do empregador na
implementação de procedimentos de emergência e resgate contendo no mínimo: a descrição
dos possíveis cenários de acidentes; medidas de salvamento e primeiros socorros; técnicas
para uso dos equipamentos de comunicação, iluminação de emergência, busca, resgate,
primeiros socorros e transportes de vítimas.
Partindo desse pressuposto, é fundamental a rápido acionamento da equipe
responsável e/ou brigada de emergência da própria empresa, pública ou privada, pela
execução das medidas de resgate e primeiros socorros. Também é necessário programar
exercícios simulados nos diversos espaços confinados, para que a equipe esteja preparada,
bem como seus membros possuir aptidão física e mental compatível com as atividades a
serem desempenhadas.
É muito importante que as empresas disponibilizem equipamentos de proteção
individual, principalmente relacionados ao trato respiratório e de resgate para adentrar os
espaços confinados, aliado a capacitação teórica e prática para o uso adequado dos mesmos. A
capacitação deve incluir sistemas de resgates verticais, horizontais, uso de rádios,
18

equipamentos para o transporte das vítimas, favorecendo a retirada dos trabalhadores que
estão dentro dos espaços confinados.

1.2.10 Detecção e monitoramento de espaços confinados

Para a detecção e monitoramento do ambiente confinado se faz uso de um


equipamento chamado Multi-Gases. Este equipamento permite quantificar a atmosfera,
fazendo leituras relacionadas a concentração de oxigênio, presença de gases tóxicos, limite
inferior e superior de explosividade e temperatura ambiente.
Segue abaixo modelo de equipamento de verificação e detecção de gases para
espaços confinados.

Detector Multi-gases

1.2.11 Epi’s e epc’s para espaços confinados

Para realização de trabalhos em Espaços Confinados, torna-se fundamental a


aquisição de equipamentos de proteção e individual e coletiva para a maior segurança dos
trabalhadores.
Os Epi’s vão desde botinas, botas, luvas, óculos de segurança, protetor facial,
protetor auricular, aventais, macacão, cintos de segurança, máscaras e respiradores.
Quanto aos Epc’s, existem no mercado vários equipamentos, muitos deles com
um custo considerável, porém necessários, que vão desde detectores de gás, cilindros de
oxigênio, sistemas de exaustão e ventilação para manter uma atmosfera dentro do espaço
confinado em condições seguras. Para os trabalhos em altura nos espaços confinados utilizam-
se dispositivos para movimentação vertical/horizontal, tripés, trava quedas, mosquetões,
cordas, macas, colar cervical, e demais equipamentos para salvamento e emergências. É
importante salientar que alguns equipamentos como rádios de comunicação, lanternas e
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demais dispositivos elétricos devem ser especificados e avaliados para seu uso, levando em
conta os riscos existentes no espaço confinado, evitando assim possíveis riscos de explosão ou
choque elétrico.
Os equipamentos de comunicação nesses locais devem ser especificados para
operarem de acordo com os riscos existentes e serem intrinsecamente seguros, o que também
deve acontecer com os equipamentos e dispositivos elétricos para utilização interna,
intrinsecamente seguros, ou seja, que não ofereçam risco de choque elétrico e explosão.

1.3 PPR – PROGRAMA DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA

Outra determinação da NR33 é garantir que todos os trabalhadores sejam


informados dos riscos e medidas de controle existentes no local de trabalho, bem como
implementar um Programa de Proteção Respiratória de acordo com a análise de risco,
considerando o local, a complexidade e o tipo de trabalho a ser desenvolvido.

1.4 NR 10 - NORMA REGULAMENTADORA PARA TRABALHOS EM ELETRICIDADE

A eletricidade é fundamental para o progresso e desenvolvimento do país, porém


devem ser tomadas todas as medidas de segurança para sua utilização, devido os riscos de
acidentes e danos materiais que ela oferece.
Os riscos de acidentes que os trabalhadores envolvidos nas etapas de geração,
transmissão, distribuição e consumo de energia elétrica, apresentam-se na dispostos na Norma
Regulamentadora Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade – NR 10 do
Ministério do Trabalho e Emprego - MTE.
De acordo com o Manual do Curso Básico de Segurança em instalações e
Serviços em Eletricidade - Senai 2005, há diferentes tipos de riscos devido aos efeitos da
eletricidade no ser humano. Os principais são: o choque elétrico, o arco elétrico, a exposição
aos campos eletromagnéticos e o incêndio.

1.5 PET – PERMISSÃO DE TRABALHO

A elaboração, preenchimento, organização e arquivamento das PET´s (Permissão


de Entrada e Trabalho) ocorrerá conforme os riscos e formas de gestão da empresa, de acordo
20

com a NR 33. É muito importante que nenhum trabalho seja realizado sem a existência da
PET, onde todos os trabalhadores tenham o conhecimento, comunicação e autorização para a
realização do trabalho.
A Permissão de Entrada e Trabalho (PET) deve ser preenchida, assinada em três
vias, sempre deve ser realizada antes do ingresso dos trabalhadores nos espaços confinados.
Uma cópia deverá ficar com o trabalhador autorizado ―Executante‖, e a outra cópia com o
vigia.
Quando os trabalhos no espaço confinado forem concluídos a PET deverá ser
encerrada, bem como quando ocorrer uma condição imprevista ou quando houver um
intervalo ou a interrupção dos trabalhos.

1.6 CADASTRAMENTO DOS ESPAÇOS CONFINADOS

A NBR 14787 Espaço confinado – Prevenção de acidentes, procedimentos e


medidas de proteção em seu item 7 – Medidas de proteção, afirma a necessidade do
reconhecimento, cadastro e sinalização de todos os espaços confinados existentes.
No item 33.3.3, Medidas Administrativas, da NR 33, identifica-se a necessidade
das empresas manterem cadastro atualizado de todos os espaços confinados, inclusive dos
desativados e todos os respectivos riscos.

1.7 POP – PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO

De acordo com a NR 33 - Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços


Confinados, o procedimento de trabalho para entrada em espaços confinados deve conter
todos requisitos necessários para as atividades a serem realizadas no interior dos espaços
confinados, com as seguintes orientações aos trabalhadores:
• Objetivo;
• Campo de aplicação;
• Base técnica;
• Responsabilidades;
• Competências;
• Preparação;
• Emissão, uso e cancelamento da permissão de entrada;
21

• Capacitação para os trabalhadores;


• Análise de riscos;
• Medidas de Risco;
• Medidas de Controle;
Conforme a NR 33, nas empresas e/ou estabelecimentos que possuam espaços
confinados, devem ser observadas, de forma complementar atos administrativos, de acordo
com a NBR NBR 14787 – Espaço Confinado – Prevenção de Acidentes, Procedimentos e
Medidas de Proteção.
Outra determinação da norma reforça a importância da revisão dos procedimentos
para trabalho em espaços confinados, permissão de entrada e trabalho, serem avaliados e
revisados uma vez ano e/ou quando houver alteração dos riscos, com a participação do
SESMT e da CIPA.
Já o item 33.3.3.5 da NR 33, cita as circunstâncias que levam a revisão imediata
dos procedimentos de entrada: ou seja, devido entrada não autorizada um espaço confinado,
identificação de riscos não relatados na permissão de trabalho, acidente e/ou incidente,
mudança de atividade, solicitação do SESMT ou da CIPA e identificação de condições mais
seguras para a realização do trabalho.

1.8 MÉTODO 5W1H

A ferramenta 5W + 1H é muito utilizada no âmbito gerencial que repassa


responsabilidades a todos os envolvidos no processo, definindo através de um check list
(tabela padrão), como se chegar até os objetivos pré-definidos.
Segundo Peinaldo e Graeml (2007), outro instrumento da qualidade de muita
importância é o método 5W 1H, que recebeu este nome devido as letras iniciais de algumas
perguntas em inglês que auxiliam para resolver situações, eliminando dúvidas prejudiciais a
qualquer ramo empresarial. Este método é um check list utilizado para garantir que as
atividades sejam operacionalizadas sem nenhuma dúvida pelas chefias ou subordinados. No
check list,consta as tarefas e os responsáveis pelas tarefas a serem executadas, para que o
projeto de melhoria não caia no descaso.
Após uma análise sucinta, com posterior definição do plano de ação, o mesmo
deve ficar exposto em local visível para que todos os envolvidos possam realizar as ações em
cumprimento do plano de ação. Este método origina-se de seis palavras em inglês: WHAT –
22

WHEN – WHO – WHY - WHERE – HOW, que em português significam respectivamente: O


QUE – QUANDO – QUEM – PORQUE – ONDE – COMO.
23

2. METODOLOGIA

2.1 IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA

A empresa Tabajara atua no segmento de laticínios, localizada na região noroeste


do estado do Rio Grande do Sul-RS - atua exclusivamente na produção de leite em pó.
O parque fabril conta com uma área construída de 5000 m², possuindo atualmente
149 trabalhadores.
A empresa está inserida no enquadramento - grau de risco 3 - possuindo na sua
estrutura CIPA e SESMT.
A finalidade deste trabalho em questão é aplicar a NR 33 – Espaços Confinados e
cadastrar e implantar o POP – Procedimento Operacional Padrão na câmara de secagem de
leite em pó, durante a entrada no Bag Mix e nos Pug Flows, para esvaziamento e limpeza da
câmara de secagem de leite em pó, visando proporcionar as melhores condições de segurança,
organização, qualidade de vida, produtividade, aos colaboradores durante a entrada em
espaços confinados e prevenir acidentes de trabalho na empresa.
Através da metodologia da pesquisa serão estudados os métodos que auxiliam nos
passos a serem seguidos, para atingir os objetivos propostos da pesquisa. Segundo,
Evangelista, Güllich, Lovato (2007, p.34) a metodologia abrange um conjunto de etapas
reconhecidas pelo assunto a ser abordado, explicitando o que, como, quando e onde vai ser
realizada.

2.2 MÉTODO DE ABORDAGEM

Para Lakatos e Marconi (2007, p.223) o método se caracteriza por uma


abordagem mais ampla, em nível de abstração mais elevado, dos fenômenos da natureza e da
sociedade.
Para resolução deste problema será utilizado o método qualitativo.
A utilização deste método de pesquisa possibilita avaliar o problema que está
sendo estudado.
As pesquisas que se utilizam da abordagem qualitativo possuem a facilidade de
poder descrever a complexidade de uma determinada hipótese ou problema, analisar a
interação de certas variáveis, compreender e classificar processos dinâmicos experimentados
24

por grupos sociais, apresentar contribuições no processo de mudança, criação ou formação de


opiniões de determinado grupo e permitir em maior grau de profundidade, a interpretação das
particularidades dos comportamentos ou atitudes dos indivíduos (OLIVEIRA 2004 p.117).
A utilização do método qualitativo se fez necessário para interagir com os
colaboradores para entender o procedimento que estava sendo adotado para a entrada nos
espaços confinados, possibilitando assim um maior entendimento, para o desenvolvimento
dos novos Procedimentos Operacionais Padrões.

2.3 PROCEDIMENTOS

Segundo Lakatos e Marconi (2007), métodos de procedimento são etapas sólidas


da investigação, com finalidade mais limitada em termos de explicação geral dos fenômenos
menos abstratos.
Para desenvolver este trabalho serão utilizados os procedimentos: pesquisa
exploratória, estudo de caso e pesquisa-ação.

2.3.1 Pesquisa exploratória

Para Gil (2002), este tipo de pesquisa, proporciona maior entendimento sobre o
problema, com intenção de explicitá-lo ou a formar hipóteses. Está pesquisa busca o
aperfeiçoamento de idéias ou a descoberta de percepções.
Nesta pesquisa exploratória, buscar-se-á através do estudo de bibliografias
referentes a NR 33 – Espaços Confinados, conhecimentos necessários para a elaboração de
Procedimentos Operacionais Padrão.

2.3.2 Estudo de caso

Segundo Gil (2002), é uma forma de pesquisa vastamente utilizada nas ciências
biomédicas e sociais. Relata o estudo amplo e extenuante de um ou escassos objetos, de tal
forma que consinta seu amplo e particularizado conhecimento.
A pesquisa caracteriza-se como estudo de caso, pois a intenção é obter um
conhecimento profundo da realidade dos Espaços Confinados para elaboração dos
Procedimentos Operacionais Padrão.
25

2.3.3 Pesquisa-ação

Segundo Lovato, Evangelista, Guillich (2007), é uma forma de pesquisa que


envolve a participação do pesquisador, interagindo com os envolvidos no processo para a
solução do problema.
A pesquisa caracteriza-se como pesquisa-ação, pois é necessário conhecer as
condições que estão sendo realizadas as entradas nos espaços confinados para confrontar com
a NR-33 e realizar as alterações necessárias.

2.4 TÉCNICAS

Segundo Oliveira (2004, p. 58), a técnica é a parte material, é a parte prática pela
qual se desenvolve a habilidade de ensinar, aprender, produzir, descobrir e inventar.
Foram utilizadas técnicas de observação e entrevista não estruturada com os
colaboradores da produção que acessam os espaços confinados.

2.4.1 Observação

Para Lakatos e Marconi (2007, p.224), utiliza os sentidos na obtenção de


determinados aspectos da realidade. Não consiste apenas em ver e ouvir, mas também sem
examinar fatos ou fenômenos que se deseja estudar.
Utilizou-se a observação visual, através do registro fotográfico da câmara de
secagem de leite em pó, com o acompanhamento dos colaboradores do setor de produção,
para fim de verificação das condições apresentadas.

2.4.2 Entrevista não estruturada

―É uma conversação efetuada face a face, de maneira metódica proporcionando ao


entrevistador, verbalmente a informação necessária. Pode ser classificada: padronizada ou
estruturada, ou não estruturada.‖ (LOVATO, EVANGELISTA, GUILLICH, P.36, 2007).
26

Utilizou-se a entrevista não estruturada com os colaboradores do setor de


produção que acessam os espaços confinados, para fim de verificar o método que estavam
utilizando para acessar o interior da câmara de secagem, comparando-o com a NR-33.
27

3. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

Num primeiro momento para o início dos trabalhos foi utilizado como principal
fonte de pesquisa a NR 33 – Norma Regulamentadora sobre Segurança e Saúde nos trabalhos
em Espaços Confinados. Logo após ocorre o cadastramento e Implantação do POP, através do
levantamento fotográfico e entrevista não estruturada com trabalhadores, avaliando o método
anterior de entrada.
Após o cadastramento, identificação e confecção do POP para entrada no Bag
Mix e nos Pug Flows para o esvaziamento e limpeza da câmara de secagem, percebe-se a
importância da aplicação da NR 33, tamanho são os riscos existentes e toda a gestão que se
faz necessária para administrar os espaços confinados da empresa.
Na seqüência do trabalho utiliza-se o método 5W1H para planejar as ações
sugeridas a empresa, a fim de complementar o cadastramento e o POP da câmara de secagem
de leite em pó, bem como adequar os setores de produção conforme rege a NR 33. Através do
cadastramento e da confecção do POP, os objetivos são atingidos quanto a prevenir acidentes
do trabalho, melhores condições de organização, qualidade de vida e produtividade aos
trabalhadores.
28

3.1 CADASTRAMENTO DO ESPAÇO CONFINADO


CADASTRO DE ESPAÇOS CONFINADOS E CONTROLADOS 1.CLASSIFICAÇÃO
CONFINADO
CONTROLADO
5. PRODUTO CONTIDO / 6. NÚMERO DESTE
2. DENOMINAÇÃO 3. LOCALIZAÇÃO 4. TAG
ESTOCADO CADASTRO
TORRE DE
CAMARA DE SECAGEM
SECAGEM - 2° 677 – PRO - SEC LEITE EM PÓ 1
DE LEITE
ANDAR
10. PERFIL DE
7. CARACTERIZAÇÃO DO ESPAÇO
RISCOS
(DIMENSÕES E CARACTERÍSTICAS) 8. ACESSO AO ESPAÇO 9. PRODUTO
ASSOCIADOS
(TRABALHO) CONTIDO/ESTOCADO
15 METROS ÁREA
ALTURA:
CLASSIFICADA
15 METROS ENTRADA PELO TOPO ATMOSFERA IPVS CHOQUE
DIÂMETRO:
ELÉTRICO
20 METROS ENTRADA P BAIXO / GASES/LÍQUIDOS AFOGAMENTO
COMPRIMENTO: LATERAL INFLAMÁVEIS ENGOLFAMENTO

INOX ACESSO P/ ESCADAS GASES/LÍQUIDOS TÓXICOS QUEDAS


MATERIAL DE
FIXAS
CONSTRUÇÃO:

TEMPERATURA AMBIENTE ACESSO P/ ESCADAS SÓLIDOS ATINGIDO POR


INTERNA: MÓVEIS EQUIPAMENTOS

BOCAS DE VISITA - 1,25M ACESSO POR GAIOLAS EXPLOSIVOS


DIÂMETRO: APRISIONAMENTO
BOCAS DE VISITA - ACESSO POR LÍQUIDOS NÃO TÓXICOS INUNDAÇÕES
11
QUANTIDADE: CADEIRINHA
ALIMENTAÇÃO DO AR QUENTE, ACESSO POR ANDAIMES LÍQUIDOS S/ RISCO INCÊNDIO
ESPAÇO: LEITE INCÊNDIO

AR QUENTE, –––––––––––––––––– SÓLIDOS SEM RISCO SOTERRAMENTO


DESCARGA DO
ESPAÇO: LEITE EM PÓ ––––––––––––––––––– GASES SEM RISCO CHOQUE
29

MECÂNICO
11. FOTOS

Espaço confinado antes do cadastramento Espaço confinado identificado e cadastrado

Fonte: Turra, 2013 Fonte: Turra, 2013

12. ATIVIDADES TÍPICAS QUE PODERÃO SER REALIZADAS NO ESPAÇO


Medidas de
Descrição Local Fotos Descrição do Serviço Riscos
Proteção/Controle
- Asfixia por deficiência de
oxigênio; - Emissão da PET;
- Choque mecânico; - Uso de EPIs conforme PET;
- Aprisionamento nas BV; - Bloqueio conforme PET e
Esvaziamento e limpeza do
Câmara de secagem de leite - Queda de trabalhador no POP
Bag Mix e dos Pug Flows
em pó - Bag Mix e Pug acesso e saída das BVs; Medição de gases;
junto a câmara de secagem
Flows - Cortes e/ou escoriações; Treinamento NR-33;
de leite em pó.
- Trabalhador entrar em Medição de Temperatura;
estado de pan ico; Verificação de Pressão
- Desmaios; Arterial;
- Poeiras proveniente de
particulados de leite em pó;
30

Fonte: Turra, 2013

13. CONTROLE DE ENERGIAS E BLOQUEIO


EQUIPAMENTO A SER EQUIPAMENTO A SER RESPONSÁVEIS PELO
TAG TAG
BLOQUEADO BLOQUEADO BLOQUEIO
Motores que alimentam os
Válvulas e linhas de vapor
ventiladores no - CCM do
na caldeira colocando o
Supervisório do Setor de - Operador de Geração de
cadeado de bloqueio no setor
Secagem, colocando o Vapor
Geração de Vapor, conforme NA
cadeado de bloqueio - Eletro-Técnico com
POP - Entrada no Bag Mix e 677 – PRO - SEC
conforme POP - Entrada no certificação conforme NR 10
nos Pug Flow para
Bag Mix e nos Pug Flow - Supervisor de Entrada
esvazeamento da câmara de
para esvazeamento da câmara
secagem
de secagem

14. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO NECESSÁRIOS PARA INGRESSO NO ESPAÇO


CAPACETE C/ PROTETOR LINHAVIDA/CABO CADEIRINHA/
------------------------
JUGULAR AURICULAR AÇO BALANCIN
CINTO DE ÓCULOS DE LINHAVIDA: CORDA MÁSCARA
------------------------
SEGURANÇA SEGURANÇA 12 mm AUTÔNOMA
TALABARTE DUPLO PROTETOR FACIAL TRAVA-QUEDAS BOTAS DE PVC
------------------------
EPI QUÍMICOS EPI SOLDA TRIPÉ OU MONOPÉ Respirador Semi-facial -----------------------
LUVAS VAQUETA LUVAS PVC / DUPLICAÇÃO
---------------------- -------------------------
NITRÍLICA FORÇAS
31

3.2 POP - PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO PARA ENTRADA NO BAG MIX E NOS PUG FLOW PARA ESVAZEAMENTO
E LIMPEZA DA CÂMARA DE SECAGEM

POP- PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO


PROCEDIMENTO PARA ENTRADA NO BAG MIX E NOS PUG FLOW PARA ESVAZIAMENTO E LIMPEZA DA CÂMARA DE
SECAGEM

1. DESCRIÇÃO DE PROCESSOS / ATIVIDADES: Apresenta a descrição geral de cada processo e seus requisitos.
32

PRINCIPAIS RISCOS E MEDIDAS DE


ATIVIDADE COMO FAZER
CONTROLE
Após o término da produção, fazer inspeção visual na câmara retirando
todas as tampas das BVs do Bag Mix e do Pug Flow, a fim de avaliar a Riscos:
quantidade de resíduo de leite em pó que ficou no interior do câmara. 1) Choque mecânico
2) Queda de colaborador
3) Escoriações
4) Torções
5) Queda das tampas
1 - Inspeção visual e
abertura das BVs Medidas de Controle:
1) Uso correto dos EPIs
2) Epis em boas condições de uso
3) Utilização do corrimão
4) Atenção e comunicação

Organizar todos os materiais necessários (pá de inóx, vassoura,


sacarias) para fazer a remoção do pó e limpeza da câmara. O material é
de uso exclusivo para remoção de pó e limpeza interna do Bag Mix e Riscos:
dos Pug Flow. 1) Choque mecânico
2) Queda de colaborador
3) Escoriações
4) Torções
5) Queda de materiais
1.2 - Organizar
materiais Medidas de Controle:
1) Uso correto dos EPIs
2) Epis em boas condições de uso
3) Utilização do corrimão
4) Atenção e comunicação
33

Realizar o isolamento da área utilizando fita zebrada e/ou cones de


sinalização.
Riscos:
1) Choque mecânico
2) Queda de colaborador
3) Escoriações
4) Torções
1.3 - Isolamento da área
Medidas de Controle:
1) Uso correto dos EPIs
2) Uso correto do corrimão
3) Atenção e comunicação

Fazer a solicitação para a elaboração da PET

1.4 – Solicitar a
abertura da PET – Riscos: Não detectados
Permissão de Trabalho
para acesso ao BM e
PFs.
34

Deve ser realizada por trabalhador devidamente capacitado e treinado,


sendo preenchida somente no local do trabalho com a presença de
todos os envolvidos no trabalho.

Assinatura da PET por todos os trabalhadores envolvidos na execução


do trabalho e definição de quem será o vigia.
1.5 Prenchimento da - Aprovação da PET só poderá ser realizada por profissional certificado Riscos: Não detectados
PET com curso de Supervisor de Entrada em espaços confinados no local
onde será efetuado o trabalho ,
Abaixo imagem ilustrativa do Bag Mix e dos Pug Flows.
35

Realizar o bloqueio nas válvulas e linhas de vapor na caldeira,


colocando o cadeado de bloqueio, por operador do setor geração de
vapor.
Riscos:
1) Choque mecânico
2) Queimaduras por contato contra
partes quentes da tubulação
3) Choque elétrico

Medidas de Controle:
1) Uso correto dos EPIs
2) Epis em boas condições de uso
1.6 – Bloqueios de 3) Utilização de Epis conforme NR 10
energias (luvas Baixa tensão, luva de
Realizar o bloqueio dos motores que alimentam os ventiladores no – cobertura em vaqueta, uniforme e
CCM, colocando o cadeado de bloqueio, por eletro-técnico com balaclava para riscos de arco
certificação conforme NR-10. elétrico, óculos de proteção,
capacete, botinas sem biqueira de
aço
4) Profissional habilitado, capacitado
conforme NR 10, com o ASO
vigente,
5) Atenção e comunicação
36

- Todos os trabalhadores que adentrarem no Bag Mix e nos Pug Flows


devem estar devidamente capacitados, treinados e certificadas para
trabalhos em espaços confinados conforme norma regulamentadora NR
33.
- Deslocar a escada de apoio junto as BVs do Bag Mix e dos Pug
Flows para facilitar o acesso dos trabalhadores.

Riscos:
1) Choque mecânico
2) Queda de colaborador
3) Escoriações
4) Torções
1.7 – Preparação do 5) Queda de materiais
local e medição dos - Utilizar o equipamento ―Detector Quatro Gases‖, e realizar as
gases no interior da medições necessárias para a execução dos trabalhos e fazer o registro
câmara no formulário PET. Medidas de Controle:
OBS: Se as medições apresentarem concentrações de oxigênio 1) Uso correto dos EPIs
atmosférico abaixo de 19,5% ou acima de 21% o Supervisor de 2) Utilização do corrimão
Entrada deverá ser comunicado imediatamente para avaliar a 3) Postura correta
continuação ou suspensão do trabalho. 4) Atenção e comunicação
37

Riscos:
1) Choque mecânico
2) Queda de colaborador
3) Aprisionamento
4) Escoriações
5) Torções
6) Queda de materiais
7) Riscos Ergonômicos para remoção
das sacarias
8) Asfixia por deficiência ou
Com o auxílio dos trabalhadores que fazem parte da equipe de ingresso enriquecimento de oxigênio e/ou
em espaço confinado, adentra-se nas BVs do Bag Mix e nos Pug presença de outros gases
Flows, para realização da remoção do resíduo de leite em pó e limpeza. 9) Poeiras proveniente de particulados
de leite em pó
10)Trabalhador entrar em estado de
panico;
11) Desmaios
1.8 - Entrada no Bag Medidas de Controle:
Mix e nos Pug Flows 1) Uso correto dos EPIs
2) Utilização do corrimão
3) Postura correta
4) Atenção e comunicação através da
utilização de rádio de comunicação entre
os executantes e vigia
5) Realizar alongamentos (ginástica
laboral)
6) Medição dos gases com equipamento
―Detector 04 Gases‖ antes da entrada e
monitoramento contínuo
7) Verificação da pressão arterial antes
da entrada no espaço confinado
8) Disponibilizar máscara facial com
cilindro de oxigênio, sistema de
exaustão/ventilação e maca móvel.
9) Os colaboradores devem estar aptos
38

através de ASO emitida por médico do


trabalho e psicóloga.
39

Riscos:
Logo após a retirada das sacarias com resíduo de leite em pó, deverá
1) Choque mecânico
ser realizada a retirada dos utensílios utilizados.
2) Queda de colaborador
3) Escoriações
4) Torções
1) Queda de materiais
1.9 – Remoção de
materiais Medidas de Controle:
1) Uso correto dos EPIs
2) Epis em boas condições de uso
3) Utilização do corrimão
4) Atenção e comunicação

- Com o auxílio de dois trabalhadores na parte externa da câmara o Riscos:


trabalhador que está saindo pela BV, deverá ficar na posição em que os 1) Choque mecânico
membros superiores saiam primeiro (conforme fotos abaixo descritas). 2) Queda de colaborador
Desta forma, os trabalhadores da parte externa sustentarão este pelos 3) Aprisionamento
membros superiores e inferiores a fim de evitar choques mecânicos, 4) Escoriações
lesões e/ou escoriações e possíveis lesões. 5) Torções
6) Queda de materiais
- Realizar o mesmo procedimento para os demais trabalhadores que 7) Riscos Ergonômicos para remoção
1.10 – Saída do Bag Mix das sacarias
ainda permanecem no interior do Bag Mix e nos Pug Flows, mantendo
e dos Pug Flows 8) Asfixia por deficiência ou
sempre a comunicação com o vigia.
enriquecimento de oxigênio e/ou
presença de outros gases
9) Poeiras proveniente de particulados de
leite em pó
10)Trabalhador entrar em estado de
panico;
11) Desmaios
Medidas de Controle:
1) Uso correto dos EPIs
40

2) Utilização do corrimão
3) Postura correta
4) Atenção e comunicação através da
utilização de rádio de comunicação entre
os executantes e vigia
5) Realizar alongamentos (Ginástica
Laboral)
6) Medição dos gases com equipamento
―Detector 04 Gases‖ antes da entrada e
monitoramento contínuo
7) Verificação da pressão arterial antes
da entrada no espaço confinado
8) Disponibilizar máscara facial com
cilindro de oxigênio, sistema de
exaustão/ventilação e maca móvel

Após a saída de todos os trabalhadores do interior do Bag Mix e dos


Pug Flows, deverá ser realizado uma nova inspeção visual, para
posterior fechamento das BVs. Riscos:
1) Choque mecânico
OBS: Segue abaixo foto do interior do Pug Flow e respectivamente do 2) Queda de colaborador
fechamento de uma das BVs. 3) Escoriações
4) Torções
5) Queda das tampas
1.11 – Inspeção visual e
fechamento das BVs
Medidas de Controle:
1) Uso correto dos EPIs
2) Epis em boas condições de uso
3) Utilização do corrimão
4) Atenção e comunicação
41

Riscos:
1) Choque mecânico
2) Queda de trabalhador em mesmo nível
- Remover as sacarias de resíduo de leite em pó, acondicionadas ao lado da 3) Escoriações
câmara junto a plataforma de acesso as BVs, para o primeiro andar utilizando 4) Torções
as escadarias de acesso. 5) Risco ergonômico
6) Atropelamento de pessoas
7) Colisão
8) Tombamento de sacarias
1.12 - Remoção dos
Medidas de Controle:
materiais
1) Uso correto dos EPIs
2) Uso correto do corrimão;
3) Atenção ao descer as
Escadas
- Acondicionar as sacarias de resíduos de leite em pó sobre um pallet de 4) Erguer uma sacaria por vez
madeira junto ao corredor principal de acesso as escadas da secagem . 5) Realizar alongamentos
6) Operador da empilhadeira qualificado
através de curso de capacitação em
entidade credenciada, com o ASO
vigente
42

7) Empilhadeira com laudo de inspeção


8) Correta aplicação do filme strech nas
sacarias

- Através da utilização de empilhadeira motriz, realizar a retirada do pallet


encaminhando para a máquina envolvedora de filme strech, identificando o
pallet como leite em pó para nutrição animal.

- Após a conclusão de todas as atividades deverá ser realizado o


fechamento/encerramento da PET, onde o requisitante preenche os
dados pertinentes no documento e solicita a presença do Supervisor de
Entrada em Espaços Confinados para fazer avaliação dos trabalhos e a
Riscos:
respectiva assinatura de encerramento da PET.
1) Choque mecânico
2) Queda de colaborador
1.13 – Fechamento/
encerramento da PET, Medidas de Controle:
retirada do isolamento 1) Uso correto dos EPIs
2) Atenção e comunicação durante o
trabalho
Uso correto do corrimão
43

- Realizar a retirada do isolamento da área onde foi efetuado o


trabalho.

- O operador do setor de geração de vapor deverá realizar o Riscos:


desbloqueio nas válvulas e linhas de vapor na caldeira, retirando o 1) Choque mecânico
cadeado de bloqueio. 2) Queimaduras por contato contra
OBS: Somente realizar o desbloqueio através da comunicação e partes quentes da tubulação
liberação do Supervisor de Entrada em Espaço Confinado. 3) Choque elétrico e/ou arco elétrico
4) Risco ergonômico

Medidas de Controle:
1.14 – Desbloqueio das
1) Uso correto dos Epis
energias
2) Atenção e comunicação constante
durante a realização das atividades
3) Epis em boas condições de uso
4) Utilização de Epis conforme NR 10
(luvas Baixa tensão, luva de
cobertura em vaqueta, uniforme e
balaclava para riscos de arco
- O eletro- técnico deverá realizar o desbloqueio dos motores que elétrico, óculos de proteção,
alimentam os ventiladores no – CCM, retirando o cadeado de bloqueio. capacete, botinas sem biqueira de
OBS: Somente realizar o desbloqueio através da comunicação e aço
44

liberação do Supervisor de Entrada em Espaço Confinado. 5) Profissional habilitado, capacitado


conforme NR 10, com o ASO
vigente,
6) Realizar alongamentos
45

3.3 FLUXOGRAMA:
Procedimento para entrada no Bag Mix e nos Pug Flows para esvaziamento e
limpeza da câmara de secagem de leite em pó, de acordo com a figura apresentada a seguir:

Inspeção visual Desbloqueio de


inicial energias “vapor e
elétrica” e liberação
da área

Organização dos
materiais Retirar o isolamento

Isolamento da área
Resíduos de leite em pó
encaminhados para
segregação final

Solicitação e
preenchimento da Fechamento e
PET Encerramento da PET

Bloqueios energias
vapor e elétrica Saída dos colaboradores do
Bag Mix e dos Pug Flows

Realizar medições Remover os resíduos


dos gases para fora da câmara

Entrada dos Realizar a remoção do


colaboradores no Bag residual de leite em pó e
Mix e nos Pug Flow limpeza da câmara
46

3.4 PLANO DE AÇÃO - MÉTODO 5W1H

Para complementar o POP – Procedimento Operacional Padrão para entrada no Bag


Mix e nos Pug Flow durante o esvaziamento e limpeza da Câmara de secagem de leite em pó,
utilizou-se o Método 5W1H. Neste sentido foram sugeridas ações necessárias para
complementar o cumprimento da NR 33, este plano de ação, devido sua simplicidade,
possibilitará a definição das atividades a serem executas e implementadas, de forma
organizada pela empresas acima citada.
Através da utilização de um check list, contemplando 06 colunas, com perguntas
simples: o que, quando, quem, porque, onde e como, definiu-se o plano de ação conforme NR
33, a fim de complementar o POP.
47

Plano de ação para adequação dos setores de produção conforme NR 33

O quê? Quem? Quando? Onde? Por quê? Como?

Treinamento de Supervisor de 2013 Entidade Atender a NR 33 em seu Através de capacitação específica


Supervisores de Produção, Gerente, credenciada item 33.3.5.6 - por entidade credenciada, com
Entrada em Espaços SESMT e Recursos Capacitação para trabalhos carga horária mínima de quarenta
Confinados para o Humanos em espaços confinados, horas para a capacitação inicial.
setor de produção para realizar toda a gestão
durante os trabalhos em
espaços confinados

Elaboração do SESMT da 2013 Sala de Atender a NR 33 em seu Através de treinamento teórico e


Treinamento de Unidade Treinamento da item 33.3.5.4 - prático de 16 horas proferido pelo
Ingresso para a empresa e nos Capacitação para trabalhos SESMT da unidade.
Equipe de Espaço espaços confinados em espaços confinados e
Confinado - 16hs do setor de NBR 14787, para capacitar
produção os trabalhadores através de
conhecimentos e
habilidades necessárias
para o desempenho seguro
no espaço confinado.

Levantamento e Supervisor de 2013 Espaços Atender a NR 33 - em seu Inspeção ―in loco‖ de todos os
cadastramento de Produção e SESMT Confinados do item 33.3.3 - Medidas setores da produção e utilização de
todos os Espaços da Unidade Setor de Produção administrativas. máquina fotográfica.
Confinados com
registro fotográfico
48

Elaboração de POP Supervisor, 2013 Espaços Atender a NR 33 em seu A confecção do POP se dará
para todos os Espaços Técnicos de Confinados do item 33.3.3.3 – Medidas através de uma equipe
Confinados Produção, Setor de Produção Administrativas. multidisciplinar formada pelo
colaboradores do Supervisor de Produção, Técnicos
setor e SESMT da de Produção, colaboradores do
Unidade setor, com apoio técnico do
SESMT da unidade, através da
aplicação da NR 33

Elaboração e SESMT da 2013 Na própria empresa Atender a NR 33, em seu Através de análise de risco,
Implantação do PPR Unidade item 33.3.3, letra p Considerando o local, a

complexidade e o tipo de trabalho a


ser desenvolvido

Confeccionar maca Supervisor de 2013 Manutenção Melhorar a mobilidade Através do desenvolvimento de


articulada em inóx Produção, Interna da própria para o acesso e saída do uma maca articulada em inóx, com
com guarda – corpo e Supervisor de empresa e/ou espaço confinado, guarda-corpo e escada de acesso,
escada para acesso ao Manutenção, empresa garantindo melhores levando em conta todas as
Bag Mix da Câmara Gerente e SESMT terceirizada condições de segurança e dimensões do espaço confinado.
de Secagem de leite da unidade ergonomia aos
em pó trabalhadores

Elaboração de Supervisor de 2013 Espaços Atender a NR 33 em seu Através da implantação de


Procedimento de Produção, Técnicos Confinados do item 33.4.1 – Emergência procedimentos de emergência e
emergência e resgate de Produção, Setor de Produção e Salvamento. resgate adequados aos espaços
para os espaços Supervisores de confinados.
confinados nos Entrada em
49

setores de produção Espaços


Confinados,
Trabalhadores
Autorizados,
Vigias, Brigada de
Emergência e
SESMT da
Unidade

Programar exercícios Supervisor de 2013 Sala de Para treinar a equipe, Através de treinamento teórico e
simulados na câmara Produção, Técnicos Treinamento da proporcionando estar prático proferido pelo SESMT da
de secagem de Produção e empresa e na preparada para realização unidade e simulação no espaço
SESMT da unidade câmara de secagem do trabalho, bem como em confinado
no interior do Bag situações de emergência,
Mix e nos Pug salvamento, primeiros
Flows socorros.
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CONCLUSÃO

A elaboração da NR 33 - Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados,


marca variados conhecimentos por parte de uma equipe multidisciplinar e nos conhecimentos
das NBRs 14787 Prevenção de acidentes, procedimentos e medidas de proteção e NBR 14606
Postos de Serviço – Entrada em Espaço Confinado.

Várias empresas e organizações já faziam uso de procedimentos e técnicas referente


aos espaços confinados, antes mesmo do surgimento da NR 33. Em contrapartida muitas
empresas, principalmente as de pequeno porte implantaram somente ações de segurança após
a publicação da norma, trabalhando até então praticamente sem nenhuma orientação de
segurança.

Após a publicação da NR 33, as empresas que investem em segurança, passaram a


implantar a gestar seus espaços confinados, através de adequações, adaptações, capacitação de
seus trabalhadores para a formação da equipe de ingresso aos espaços confinados. Muitas
ações foram realizadas, porém a muita a avançar até chegar a um índice aceitável que resulte
na minimização e/ou neutralização dos acidentes de trabalho envolvendo espaços confinados.

Na empresa em questão, já existe uma cultura muito grande na gestão de segurança do


trabalho. Quanto aos espaços confinados, vários equipamentos foram adquiridos, já é
realizado a emissão e cumprimento da PET, antes do acesso ao espaço confinado, existe uma
equipe de ingresso, porém ainda falta a capacitação através de treinamentos, cursos,
cadastramento e elaboração dos demais POP nos demais espaços confinados, conforme
relatado no plano de ação para adequação da NR 33.
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Através do cadastramento e implantação do POP para entrada no Bag Mix e nos Pug
Flows para o esvaziamento e limpeza da câmara de secagem, se dá início a um vasto trabalho
na busca pelo levantamento, cadastramento, identificação e a realização de procedimentos
para todos os espaços confinados nos setores produtivos e demais setores da empresa. Este
trabalho sem dúvida vai proporcionar um grande salto no quesito gestão de segurança para os
espaços confinados.

A implantação do cadastramento e confecção do POP na câmara de secagem marca


um importante momento para dar início ao processo de mudança e na introdução de uma
importante norma de segurança, pois proporciona uma mudança comportamental de todos os
envolvidos e transmite de forma simples os conceitos de segurança do trabalho. A
implantação do cadastro e confecção do POP para os espaços confinados trazem ganhos
imensuráveis a toda a organização, pois está se trabalhando com o maior bem que são as vidas
dos trabalhadores. Ao final do presente estudo acredita-se que os objetivos do trabalho foram
plenamente atingidos, e fica como sugestão o desafio de dar-se continuidade aos trabalhos
iniciados, de modo a avançar cada vez mais na busca pelo atendimento as normas de
segurança vigentes no país e no mundo.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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acidentes, procedimentos e medidas de proteção

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Trabalho/ Serviço Social da Indústria - SESI. Departamento Regional a Bahia. _ Salvador,
2008.

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Editoração. Três de Maio: SETREM, 2007.

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Atualizada em 2012.
53

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Ed. 62. São Paulo, 2008.

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&ie=UTF-
8&tbm=isch&source=og&sa=N&tab=wi&ei=FSUYUaX4KcXu0gGQ_YCICA#imgrc=zrE8
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zone-0-c-33_78.html%3B494%3B852/Acessado em 10/02/2013

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