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Conceito Formal de crime=>(legalidade) Se entende relação com a conduta praticada pelo agente, não se

a)
como crime um comportamento que viola uma norma originou da conduta do agente. E podem ser divididas em:
penal é uma conduta/comportamento contrário a norma Teoria naturalista: A omissão é a1) Preexistente: Quando anteriores a
penal. É a ação ou omissão proibida pela lei, sob ameaça penalmente relevante porque da causa a conduta. Ex “ A” quer matar “B”, e o esfaqueia. Só que
de pena; um resultado ilícito. anteriormente “C” já tinha envenenado “B” que morre em
Conceito Material de crime=> é um comportamento que razão do envenenamento. “A” responde por tentativa de
lesa um bem jurídico penalmente tuteladoConceito
Analítico crime=> Se busca a definir o que é crime
b) Teória normativa: - Art 13 § 2° CP homicidicio, pois tentou matar, e “C” responde por
homicídio por a vitima morreu em conseqüência do
É penalmente relevante porque existe uma
através da analise dos seus elementos constituintes como veneno de “C”
norma que determina a pratica de um
fato típico, ilícito e culpável. b2)Concomitante: E aquela que ocorre
comportamento quando o omitente podia e devia
Conceito. Um comportamento dirigido a um determinado numa relação de simultaneidade com a conduta do agente.
agir
fim acontece no mesmo instante e paralelamente ao
FATO TIPICO – Na visão finalistica, é o comportamento comportamento do agente. Ex. Uma pessoa esta sendo
OS CRIMES OMISSIVOS PODEM SER:
humano (doloso ou culposo, omissivo ou comissivo )que envenenando a vitima, quando entram bandidos no local e
Omissão é a não realização de um comportamento exigido
provoca, em regra, um resultado, sendo previsto pela lei matam a vitima com disparo de arma de fogo.
quando o sujeito tem possibilidade de concretizar. Assim,
como infração penal. c3)Supervenientes: Quando posterior a
a caracterização da Omissão depende de:
ILICITUDE – (ou, mais adequadamente, antijuricidade) - conduta do agente: Ex Após o envenenamento, cai um
a) Dever de agir; art 13
contrário às normas jurídicas e encontrada por exclusão, lustre na cabeça da vitima, que morre por traumatismo
b) Possibilidade de realização da conduta.
ou seja somente será licita a conduta se o agente houver craniano.
atuado amparado por uma das causas de excludente de Em todas as hipóteses em que há causa
Crimes omissivos próprios: São aqueles que configura
ilicitude absolutamente independente, rompe-se o nexo causal , já
com a abstenção de uma conduta devida quando podia e
CULPABILIDADE - É o juízo de reprovação pessoal que o resultado decorre de causa independente e não da
devia agir independente do resultado, neste caso o dever
que se faz sobre a conduta ilícita do agente . São conduta do agente, nas duas ultimas hipóteses o agente
agir se refere a generalidade das pessoas ( qualquer um)
elementos que integram a culpabilidade ( autor do envenenamento) responde apenas por tentativa
basta a ausência da ação para consumação do crime, não
1) Imputabilidade;( é a possibilidade de se atribuir, de homicídio, pois o fato que provocou efetivamente a
importa o resultado naturalístico. ex art. 135, Omissão de
imputar o fato típico é ilícito ao agente morte foi causa absolutamente independente e não da sua
socorro, se consuma no momento em que o agente poderia
2)Potencial consciência da ilicitude; conduta
socorrer a pessoa em perigo e não o fez
3)Exigibilidade de conduta diversa.
crimes omissivos impróprios: são aqueles que se
Imputabilidade= capacidade de ser o indivíduo a) causas relativamente independentes
configuram com a omissão de um comportamento POR
responsabilizado criminalmente. Antecedentes que por
QUEM TEM O DEVER DE EVITAR O RESULTADO
a)Crime=>infração penal a que a lei comina pena de si só produzem o resultado, mas que se originam na
LESIVO ao bem jurídico protegido, assumindo o papel de
Reclusão ou Detenção, quer isoladamente, quer conduta do agente. E podem ser divididas em:
garantidor da não ocorrência da lesão. A posição de
alternativa ou cumulativamente, com pena de multa; a1) Preexistente: E aquela que já existia
garantidor decorre das situações previstas no art. 13, §2°
b)Contravenção=> infração penal a que a lei comina, antes mesmo da conduta do agente, e quando e quando
do Código Penal. Ex Bombeiro, Salva vidas, Medicos etc
isoladamente, pena de Prisão Simples ou Multa, ou com ela conjugada numa relação de complexidade produz
ambas, alternativa ou cumulativamente. o resultado . Nessa hipótese , o agente responde pelo
CONCEITO
Existe uma corrente, porém, para a qual o crime crime, pois não se rompe o nexo causal Ex: Autor sabia
Resultado é a conseqüência externa derivada da
corresponde às condutas que causam Lesão ou Perigo de da condição hemofílica da vitima, aplicou-lhe um
manifestação da vontade
Lesão, ao passo que a Contravenção resultaria em Perigo simples golpe de faca, e este veio a falecer por hemorragia
TEÓRIAS:
de Lesão = autor responde por:
Do resultado Naturalistico: Provoca uma modificação
c) Infração “Sui generis” => Não é punida, nem com a) se a intenção era apenas lesionar a vitima responde de
no mundo exterior decorrente da conduta do agente
pena privativa de liberdade, nem com com multa. ex: acordo como com Art. 129, § 3º Lesão corporal seguido
( existe crimes sem resultados) Nem toda conduta traz
art. 28 da Lei 11.343/2006 (nova lei de de morte
modificação no mundo exterior; se divide em crimes de
drogas), que prevê tão-somente penas b) se a intenção do agente era causar a morte da vitima o
mera conduta, materiais e formais
alternativas para o agente que tem a posse de agente: responde de acordo com Art 121 caput
Do resultado normativo: Resultado e a lesão ou perigo
drogas para consumo pessoal. Autor não sabia da condição hemofílica da vitima
de lesão ao bem jurídico tutelado pela norma, Obs.
Conduta=> é um comportamento humano, voluntário, a a) Se a intenção era lesionar a vitima o agente responde
Principio da lesividade Não há crime sem resultado
ação ou omissão humana consciente dirigida a uma de acordo com Art 129 Caput Lesão corporal
normativo : Ex:
finalidade. (primeiro elemento integrante do Fato Tipico) b)Se a intenção era causar a morte da vitima - responde
Art 163 CP– crime de dano –
Teoria Causal => ação ou conduta é o efeito da vontade e de acordo com Art 121 homicidio doloso.
Art 130 CP –Perigo de contagio
causa do resultado, consistindo num fazer voluntário que venéreo - expor a vitima ao risco de contagio,
atua sobre o mundo exterior. Essa teoria, orientada pela b2)Concomitante: E aquela que ocorre
independente da contaminação. Não exige dano basta
aplicação das leis naturais ao fenômeno penal, prescinde numa relação de simultaneidade com a conduta do agente.
expor a situação de risco
do exame do conteúdo da vontade para a caracterização da acontece no mesmo instante e paralelamente ao
Obs: consumação e tentativa
conduta, bastando que se tenha certeza de que o comportamento do agente. Ex. Juca saca uma arma e
Consuma-se o crime com a destruição,
comportamento do agente foi voluntário para imputar-lhe dispara contra Manoel, que ao ver a arma sofre um ataque
inutilização ou deterioração da coisa ainda que parciais,
o resultado. do coração, provando-se que a lesão contribui para o
tratando-se porém, de crime plurissubsistente, é admissível
b)Teoria Social=> é a realização de um resultado resultado morte, se Juca não tivesse sacado a arma a
a tentativa, quando, apesar do inicio da execução não
socialmente relevante, questionado pelos requisitos do vitima não teria apavorado e morrido, assim a conduta de
chegue a ocorrer a resultado lesivo
Direito e não pelas leis naturais. Juca e o colapso cardíaco, são conjuntamente, causadores
c)Teoria Finalista - é a atividade final humana e não um do resultado morte, Juca irá responder pelo delito de
RELAÇAO DE CAUSALIDADE.
comportamento simplesmente causal. Implica homicídio doloso consumando.
Relação de causalidade
necessariamente numa finalidade. Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do
FASES DA REALIZAÇÃO c3)Supervenientes: É aquela ocorrida
crime, somente é imputável a quem lhe deu causa.
A direção final da ação tem duas fases: INTERNA E posteriormente a conduta do agente, e que com ela tenha
Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o
EXTERNA ligação. Ex. a) João atira em Mario, este fica internado no
resultado não teria ocorrido
Interna- ocorre na esfera do pensamento (inclui a escolha hospital por dois dias e morre de infecção hospital. João
do fim, a relação dos meios, aceitação dos efeitos responderá por homicídio doloso consumando, pois tal
CONCEITO.
secundarios da concretização da ação. É irrelevante, resultado decorreu dos ferimentos provocado por João.
Elo necessário que une a conduta
principio da lesivida B) João atira em Mario, a vitima por sua
praticada pelo agente ao resultado por ele produzido
Representação mental do resultado a ser alcançado: O vez e socorrida ao hospital por uma ambulância, e no
agente Antecipa mentalmente e reflete sobre aquilo que caminho choca-se contra um ônibus e Mario morre por
obs: Do resultado que trata Art. 13° CP
deseja alcançar com a pratica da sua conduta. traumatismo, João não responde por homicídio por
homicídio consumado e sim por homicídio tentado, a
Teórias
InternaEscolha dos meios: Escolha dos meiose dos morte Mario não se encontra na linha de desdobramento
métodos que irá utilizar para pratica do crime, ou seja qual físico da conduta pratica por João.
A- CAUSALIDADE ADEQUADA: Causa é o
instrumento necessário para a execução do fim pretendido
antecendente MAIS EFICIENTE para a produção do
Conceito de Tipo: Modelo abstrato que descreve
resultado
Considerações dos efeitos colaterais e concomitantes: um comportamento proibido ou imposto por uma
B–CAUSALIDADE PROXIMA: Causa é a ação ou
ou seja, reflete o agente se sua conduta poderá dar causa a norma penal, que descreve uma conduta
omissão mais contemporânea para existência do resultado
outros resultados penalmente sancionável com o fim de proteger
lesivo. Ex. Para todos os antecedentes e comparado o mais
determinado bem jurídico.
próximo = Disparar a arma
Externa – O agente exterioriza tudo aquilo que havia
C- EQUIVALÊNCIA DOS ANTECEDENTES: Causa
arquitetado mentalmente, colocando em pratica o plano Tipicidade: É o nome que se dá ao enquadramento
é a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria
criminoso, procedendo a uma realização no mundo da conduta concretizada pelo agente na norma
ocorrido
exterior. Manifestação da ação dominada pela finalidade. penal descrita em abstrato. Para que haja crime é
(relevante para direito) necessário
Obs: PROCESSO DE ELIMINAÇÃO DO
PROFESSOR SUECO Thyrén
Conduta comissivas: Comportamento humano que se FORMAS DE ADEQUAÇÃO TIPICA
Este processo verifica o que é a causa ou não do
traduz em uma ação ( atuação positiva) que viola normas
resultado
penais incriminadoras proibitivas. A- Imediata ou direta: Quando houver uma
1. Temos de pensar no fato que
Conduta omissivas: A violação de uma norma de não correspondência total da conduta ao tipo. Ela
entendemos como influenciador do
fazer. O agente deixa de realizar um comportamento que decorre da autoria( realização da conduta descrita
resultado
lhe era imposto pela lei, norma penal incriminadora no tipo) e da consumação do ilícito penal. Ex Art
2. Devemos suprimir mentalmente esse
mandamen-tal 121 Matar alguém
fato da cadeia causal;
AUSÊNCIA DE CONDUTA: CONCEITO E CASOS. B- Mediata ou indireta- Quando a materialização
3. Se como conseqüência dessa supressão
da tipicidade exige a utilização de uma norma de
mental, o resultado vier a se modificar, é
Considerando a Vontade um Elemento da Conduta, extensão, sem a qual seria absolutamente
sinal de que o fato suprimido
evidentemente não há Conduta quando o ato é impossível enquadrar a conduta no tipo. Ex É o que
mentalmente deve ser considerado como
Involuntário. ocorre nas hipóteses de concurso de pessoas Art.29
causa deste resultado
Assim, caracteriza-se a Ausência de Conduta nos casos e Art. 14 II – Tentativa , Decorre da morna de
Obs: Regressão em busca da causa: Interrompe a
de: extensão Art 29 CP, “quem de qualquer modo
regressão quando verificar que não houve dolo ou culpa
Coação física irresistível ou Força irresistível ; É aquilo concorre para o crime, incide nas penas a este
Obs:Ocorrência do resultado: Art. 13 - O resultado, de
que atua diretamente sob o corpo do individuo, fazendo o cominada” ocorre a adequação típica mediata ou
que depende a existência do crime, somente é imputável a
agir com mera massa atua mecanicamente, sem opor indireta de participação ao tipo do Art 121 CP
quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou
resistência , atua sem vontade .
omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido.
atos reflexos- São movimentos ou ausência de momentos TIPICIDADE FORMAL
determinados por estímulos internos ou externos que É a subsunção perfeita do fato praticado
CAUSA DEPENDENTES E CAUSAS
atuam diretamente sob o sistema nervoso. Ex choque á norma proibitiva. Se o delito se enquadrada no
INDEPENDENTE
eletrico tipo penal
I – Causa dependentes : São as os antecedentes que tem
Estados de inconsciência (sonambulismo, hipnose etc.). TIPICIDADE CONGLOBANTE
origem na conduta do sujeito e se insere dentro da linha
São circunstâncias nas quais não funcionam plenamente as Quando comprovado no caso concreto,
do desdobramento causal natural, essas causas jamais
funções mentais que a conduta praticada pelo agente é considerada
rompem o nexo causal. Ex Uma facada provoca uma
antinormativa, isto é contrária a norma penal, e não
perfuração em um órgão vital da vitima, que provoca uma
OMISSÃO PENALMENTE RELEVANTE imposta ou formentada por ela, bem como ofensiva a bens
hemorragia aguda, que provoca a sua morte
de relevo para o direito penal.
II- Causa dependentes: São os antecedentes originados
Relevãncia da omissão Antinormatividade: Quando a conduta praticada pelo
ou não da conduta, produzem por si só o resultado ou
È preciso a existência de uma norma, só é penalmente agente é contrária a norma penal, e não imposta ou
contribuem para o mesmo
relevante quando houver dever de agir imposto pela formentada por ela.
norma. Art 135 CP Omissão de socorro Tipicidade material. Não havendo lesão ao bem jurídico,
a) causas absolutamente independentes
Natureza jurídica da omissão ainda que a conduta do agente se amolde a um tipo penal
Antecedentes que por
Natureza imperativa ou mandamental ( vale dizer que as (tipicidade forma), ela não é típica. Em virtude do
si só produzem o resultado, não possuindo qualquer
pessoas devem agir de uma maneira especifica, punindo conceito de tipicidade material, excluem-se dos tipos
criminalmente quem não o fizer
penais aqueles fatos reconhecidos como de bagatela, nos Há concorrência de culpas quando duas ou mais pessoas A finalidade da desistência voluntária é
quais tem aplicação o principio da significância agem de forma culposa dando causa ao resultado, hipótese fazer com que o agente jamais responda pela tentativa,
em que todas respondem pelo crime culposo, Ex João ocorrendo a interrupção da execução por ato voluntário do
ELEMENTOS ESTRUTURAIS DO TIPO dirigia na contramão e Pedro com excesso de velocidade, mesmo este não responderá pelo crime tentado, mas
dando causa a uma colisão da qual decorre a morte de apenas pelas infrações consideradas até então como delito-
A)Objetos descritivos - São aqueles que são Lucas, Nesse caso, João e Pedro respondem pelo crime. meio para a consumação do delito-fim.
identificados pelas simples constatação sensorial, isto é
podem facilmente ser compreendidos somente com a “ ITER CRIMINIS” Arrependimento eficaz:
percepção dos sentidos. e cujo significado não demanda Há, no entanto, outros casos em que o
nenhum juízo de valor Ex; Art 121 matar alguém, Art Conjunto de etapas que se sucedem cronologicamente no agente, após esgotar os atos de execução adota medidas
155, Subtrai coisa alheia móvel. desenvolvimento do delito capazes de impedir que o resultado aconteça. Ou seja, o
B) Normativos – São aqueles cujo significado não se sujeito volta atrás e age impedindo a superveniência do
extrai da mera observação, dependendo de uma FASES DO “ iter criminis” resultado. Assim, fala-se em arrependimento eficaz
interpretação, isto é de um juízo de valor. Ex art 140- quando o agente, depois de esgotar todos os meios de que
Dignidade ou decoro, é um elemento normativo moral, a) Cogitação: É a fase de iter criminis que se passa na dispunha para chegar à consumação da infração penal,
Art 297 – Documento publico é um elemento normativo cabeça do agente. arrepende-se e atua em sentido contrário, evitando a
jurídico b) Preparação : Selecionar os meios aptos a chegar ao produção do resultado inicialmente por ele pretendido.
C) Elemento subjetivo- Existem quando o tipo penal resultado por ele pretendido Ex.: João, querendo matar Pedro, dá-lhe um tiro que o
exige alguma finalidade especifica por parte do agente ao c) execução: Quando efetivamente ingressa na fase de atinge no peito, ao ver este sangrando, arrepende-se de seu
cometer o crime, É portanto a finalidade especial descrita lesão do bem jurídico tutelado ato, levando-o ao hospital, onde o mesmo é medicado e
no tipo. Ex Atribuir falsa identidade para obter vantagem d)consumação: quando se reúne todos as fases do Iter não vem a morrer.
em proveito próprio ou alheio ( art 307) a intenção de criminis – art 14 Obs.: Tentativa imperfeita x arrependimento eficaz:
obter alguma vantagem é o elemento subjetivo do crime é e) exaurimento: É a fase que se situa após a consumação Em ambos há o esgotamento dos atos de
a finalidade especial do autor da falsa identidade. do delito esgotando plenamente ( nos crimes formais) execução e o resultado, todavia, não ocorre. Na tentativa
seqüestrar pessoa com o fim de obter qualquer vantagem perfeita, tal se dá por circunstâncias alheias à vontade do
como condição ou preço do resgate (art 159) A intenção CONSUMAÇÃO – Nele se reúne todos os elementos de agente, no arrependimento eficaz por ato deste.
de obter um resgate em troca da libertação da vitima é o sua definição legal. Art 14 CP Diferença entre desistência voluntária
elemento subjetivo do crime de extorsão mediante e arrependimento eficaz:
seqüestro. Não punibilidade da cogitação e dos atos preparatórios Na desistência voluntária o agente
TIPO DOLOSO - fato É penalmente irrelevante voluntariamente interrompe os atos de execução quando
Dolo – Consciência e vontade dirigida a realizar a ainda poderia continuar (o processo de execução do crime
conduta prevista em um tipo penal Diferença entre atos preparatórios e execução ainda está em curso), no arrepen
ESPECIES DE DOLO A preparação termina e a execução dimento eficaz o agente, após esgotar todos os meios que
A) Dolo direto- (Teoria da vontade) É a vontade livre e começa com a pratica do primeiro ato idôneo e entende como suficientes à produção do resultado,
consciente de praticar a infração penal dirigindo sua inequívoco que pode levar a consumação. ato idôneo é arrepende-se e impede a produção do mesmo (a execução
vontade de forma voluntaria e consciente. art 18 I aquele apto a produzir o resultado consumativo. o ato já foi encerrada). Assim, em ambos não há tentativa,
B) Dolo eventual- (teoria do consentimento) o agente não inequívoco e aquele indubitavelmente ligado a porque a não-consumação do crime se deveu à vontade do
deseja diretamente o resultado, mas assume o risco de consumação. EX. efetuar o disparo de arma de fogo contra agente. A distinção está em que na desistência o agente
produzi-lo. O agente prevê o resultado de sua conduta em a vitima e ato idôneo e inequívoco, pois pode levar a interrompe a fase executória e no arrependimento eficaz o
ao desejar diretamente esse resultado, Mas diz para si morte, o simples ato de apontar a arma para vitima e mero sujeito age de novo evitando o resultado.
mesmo: ”Seja como for, dê no que der, eu não deixo de ato preparatório, pois apenas apontando a arma não leva a Obs: Não impedimento do resultado –
agir”. O resultado para ele é indiferente, mas não o afasta morte Se, embora o agente tenha desistido
da conduta. Se ocorrer dano, para vitima “ FAMOSO TENTATIVA ( Art 14 II cp) voluntariamente de prosseguir na execução ou, depois de
“FODA-SE” . Ex Iniciada a execução, não se consuma por tê-la esgotado, tenha atuado no sentido da produção do
:a) Um medico para fins cientifico, experimenta uma circunstancia alheias a vontade do agente resultado, se este vier a ocorrer, o agente não será
substancia química que pode matar o paciente, e o A) ELEMENTOS QUE CARACTERIZA A beneficiado pelos institutos da desistência voluntária e do
resultado letal vem a ocorrer. TENTATIVA arrependimento eficaz.
b) O individuo sabendo ser portador do vírus HIV, Arrependimento Posterior (Art. 16,
mantém relação sexual com outra pessoa. I. Conduta dolosa CP):
II. Pratica do ato de execução Ocorre o arrependimento posterior
TIPO CULPOSO (Elemento subjetivo do tipo) Art 18 II III. Não atingimento do resultado quando o agente, após consumado o crime,
CULPA: Inobservãncia do dever objetivo de cuidado voluntariamente restitui a coisa alheia ou repara o dano,
manifestada em uma conduta produtora de um resultado B) CLASSIFICAÇÃO DA TENTATIVA antes do recebimento da denúncia. Somente se pra crimes
não querido, mas objetivamente previsível. que não envolvam violência ou grave ameaça contra
ELEMENTOS DO TIPO CULPOSO a)Perfeita – Quando o agente esgota pessoa,
A) Conduta – Resultado naturalístico – culposo. Se da todos os atos de execução e o resultado não ocorre por Natureza Jurídica:
conduta do agente houve um modificação no mundo circunstancia alheia a vontade do agente , o arrependimento posterior é uma causa
exterior, o mais importante na culpa é a analise do b)Imperfeita – O agente e interrompido geral de diminuição de pena. É um instituto criado com a
comportamento e não do resultado. durante a execução reforma de 1984 e tem como finalidade estimular a
B)Inobservância de um dever objetivo de cuidado- c) incruenta _ quando não houve lesão reparação do dano, amenizando, para a vítima, as
Significando que o agente deixou de seguir as regras ao bem juridico tutelado. conseqüências da infração penal.
básicas e gerais de atenção e cautela, exigíveis de todos Momento para a reparação do dano
que vivem e sociedade C) PUNIBILIDADE DO CRIME TENTADO ou restituição da coisa:
C) Resultado danoso involuntário: ou seja, é Segundo o art. 16 do Código Penal tal
imprescindível que o evento lesivo jamais tenha sido Teória subjetiva- Punição igual ao do crime consumado, deve ocorrer antes do recebimento da denúncia. Assim,
desejado ou acolhido pelo agente. pois ambos houve a intenção de produzir o resultado pode o agente restituir a coisa ou reparar o dano no curso
D) Nexo de causalidade:É preciso que aja uma uma Teória objetiva – Punição menor, pois na tentativa a das investigações, mesmo depois de encerrado o inquérito
relação de causa e efeito lesão ao bem jurídico é menor ou mesmo inexistente policial e até mesmo após o oferecimento da denúncia
E) Previsibilidade – Que é a possibilidade de prever o ( sentado no resultado ou ausência do mesmo) pelo Ministério Público.
resultado lesivo, inerente a qualquer ser humano normal, DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA E Infrações penais que possibilitam a
ausente a previsibilidade, afastada , estará a culpa ARREPENDIMENTO EFICAZ aplicação do instituto:
F) Tipicidadade – O crime culposo precisa estar Como foi visto, o crime tentado é aquele Todas as infrações que não prevejam
expressamente previsto no tipo penal. Ex Não existe em que o resultado não se verifica por circunstâncias como circunstâncias elementares a violência ou grave
menção no art. 155 CP a culpa de forma que não há alheias à vontade do agente. A legislação e a doutrina, no ameaça, desde que reparado o dano ou restituída a coisa
“furto culposo” entanto, tratam de outros institutos, chamados de tentativa até o recebimento da denúncia por ato voluntário do
IMPRUDÊNCIA, IMPERICIA E NEGLIGÊNCIA abandonada, já que a legislação quer estimular a não- agente.
Imprudência – É uma conduta positiva, uma ação. Ocorre consumação do delito, oferecendo ao sujeito uma “ponte Ato voluntário do agente:
por exemplo, quando o agente toma uma atitude com falta de ouro” para voltar para ilicitude. Basta para a diminuição da pena que o
de cuidado, sem as cautelas necessárias. Desistência Voluntária (art. 15, CP): ato seja voluntário, não se exigindo que o mesmo seja
ex: Dirigir com excesso de velocidade, brincar com Segundo se percebe da leitura do art. 15 espontâneo. Não há necessidade, portanto, que o próprio
revolver municiado etc do Código Penal, para que se possa falar em desistência agente tenha tido a idéia de restituir a coisa ou de reparar o
voluntária, é preciso que o agente já tenha ingressado na dano para se beneficiar com a redução da pena. E se a
Impericia – Incapacidade ou falta de conhecimento fase dos atos de execução. Caso ainda esteja praticando coisa for restituída e o dano reparado por terceira pessoa?
técnico no exercício de arte ou oficio. A imperícia atos preparatórios, sua conduta será considerada um Parte da doutrina entende inaplicável o instituto, já que o
pressupõe sempre a qualidade ou habilitação legal pra arte indiferente penal. Ocorrerá, dessa forma, a chamada ato deve ser pessoal (só pode ser levado a efeito pelo
ou oficio. desistência voluntária quando o agente interromper, próprio agente). Parte entende aplicável, já que o prejuízo
Ex. dirigir em alta velocidade, etc voluntariamente, os atos de execução, impedindo, por ato da vítima foi ressarcido.
Negligência – É uma conduta negativa, uma omissão seu, a consumação da infração penal. Para Nucci, trata-se Arrependimento posterior x
( quando o caso impunha uma ação preventiva) Na da desistência no prosseguimento dos atos executórios do arrependimento eficaz:
negligência Há uma inércia psíquica, uma indiferença, crime, feita de modo voluntário, respondendo o agente Eles distinguem-se cronologicamente,
do agente que podendo tomar as cautelas exigíveis, não o somente pelo que já praticou. Ex.: João, querendo matar assim, enquanto o arrependimento eficaz ocorre antes da
faz por preguiça: ex: Não providenciar a manutenção dos Pedro, dá-lhe um tiro que o atinge no braço, e, em seguida, produção do resultado, o posterior requer que se produza o
freios, não providenciar equipamentos de segurança no podendo disparar outras vezes, desiste de continuar resultado (consumação). Assim, naquele o resultado já foi
trabalho para seus empregados ( propiciando acidente de atirando e vai embora, deixando a vítima apenas ferida. produzido e neste último o agente impede a sua produção.
trabalho) etc Obs: Voluntariedade –
A lei só exige que o sujeito desista Crime Impossível
CULPA CONSCIENTE – Significa que o agente tem voluntariamente, não exige que seja espontânea, basta que (Art. 17, CP): Chamado de tentativa
não somente a previsibilidade do resultado, mas a efetiva não seja feita por coação. Assim, não importa se a idéia de inidônea ou tentativa inadequada, isto porque a
previsão ( ato de prever) do resultado, esperando desistir no prosseguimento da execução criminosa partiu consumação delitiva é impossibilitada em face da absoluta
sinceramente que não aconteça. do agente, ou se foi ele induzido a isso por circunstâncias ineficácia do meio empregado ou da total impropriedade
CULPA INCONSCIENTE – Significa que o agente tem externas que, se deixadas de lado, não o impediriam de do objeto sob o qual recai a ação. A leitura do art. 17 deixa
a previsibilidade (possibilidade prever) do resultado, mas consumar a infração penal. Basta que ele continue sendo claro que somente se pode falar em crime impossível
na pratica não o previu (ausência de previsão dono de suas decisões, ou seja, desistiu porque assim o quando o agente ingressa na fase dos atos de execução e a
quis e não porque foi coagido ou impedido por terceiro. consumação da infração não se dá por circunstâncias
CULPA CONSCIENTE x DOLO EVENTUAL Fórmula de Frank: alheias à sua vontade.
Diz FRANK: “A desistência é voluntária
Em ambos as situações o agente tem a previsão do quando o agente pode dizer: não quero prosseguir, embora Absoluta ineficácia do meio:
resultado que sua conduta pode causar, embora na pudesse fazê-lo. (...) É voluntário quando o autor diz a si Inicialmente cabe ressaltar que meio é
CULPA CONSCIENTE não admita o resultado como mesmo: não quero, mas posso; não voluntário, quando diz tudo aquilo utilizado pelo agente para produzir o resultado
possível e, no DOLO EVENTUAL, admita a a si mesmo: não posso, mas quero.” Assim, fica afastada a por ele pretendido. Meio absolutamente ineficaz é aquele
possibilidade de se concretizar sendo-lhe indiferente o possibilidade da punição pela tentativa do ato por ele que, no caso concreto, não possui a menor aptidão para
resultado. almejado, pretendido inicialmente. Assim somente produzir os efeitos pretendidos, ou seja, não há qualquer
ocorrerá a desistência voluntária quando a interrupção da possibilidade de vir a produzir o resultado pretendido pelo
CULPA IMPRÓPRIA- Art. 20 § 2º CP execução fique ao exclusivo critério do agente. agente. Ex.: pretender matar alguém utilizando-se de um
Obs.: Tentativa imperfeita x desistência voluntária: revólver desmuniciado, ou de uma arma de brinquedo.
Também chamada culpa por extensão, Tanto na tentativa imperfeita quanto na Absoluta impropriedade do objeto:
por assimilação, por equiparação, e aquela em que o desistência voluntária há interrupção da execução do objeto é a pessoa ou a coisa contra qual
agente supõe esta agindo acobertado por uma excludente crime e não ocorrência do resultado. A diferença entre elas recai a conduta do agente. Objeto absolutamente
de ilicitude( descriminante putativa) e, em razão disso é que na tentativa imperfeita a interrupção se dá por impróprio é aquele sem aptidão para sofrer os resultado
provoca intencionalmente um resultado ilicito. circunstâncias alheias à vontade do agente, enquanto que pretendido pelo agente. Nessas situações, por mais que o
na desistência voluntária tal ocorre por iniciativa do agente quisesse alcançar o resultado por ele pretendido,
CONCORRENCIA DE CULPAS mesmo. jamais conseguiria. Isso até por razões de ordem lógica:
Responsabilidade do agente: não se pode matar quem já está morto; não se pode abortar
quando não há gravidez, etc. A consumação dos crimes
pretendidos, seria, portanto, impossível.

OBS: A ineficácia e a impropriedade devem ser absolutas,


se forem relativas, pode haver tentativa.
Ex.: tentar matar com arma defeituosa,
tentar subtrair veículo com trava de
segurança.

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