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Doencas suinos

1. Diarreia Neonatal do Leitão

Na criação de leitões várias causas de carácter zootécnico, nutricional e sanitário podem determinar
um aumento na taxa de mortalidade antes do desmame, que se não controladas adequadamente,
podem comprometer substancialmente o sucesso económico desta actividade.

No aspecto sanitário, a diarreia neonatal considera-se mundialmente a principal causa


infecciosa de mortalidade de leitões no período de aleitamento.
A etiologia da diarreia neonatal é multifactorial. Factores determinantes, relacionados com
microrganismos entéricos patogénicos, e factores predisponentes, ligados ao tipo de maneio
zootécnico e sanitário, em associação, determinam tanto a frequência de ocorrência como a
intensidade dos episódios de diarreia na maternidade.
Vários tipos de microrganismos como bactérias, parasitas e vírus podem ocasionar enterites
em leitões. A colibacilose (Escherichia coli K88, K99, 987P e F41) e a clostridiose (Clostridium
perfringens tipo C) são as infecções bacterianas mais frequentes em leitões lactentes. Relativamente
às doenças parasitárias, a isosporose (Isospora suis) e a criptosporidiose (Criptosporidium sp) são
as de maior prevalência. Actualmente, com o desenvolvimento de técnicas e diagnóstico mais
sensíveis e específicas, particularmente os métodos moleculares, um número cada vez maior de
episódios de diarreia têm sido atribuídos á etiologia viral.

1.1. Causas
A baixa imunidade das mães, principalmente das primíparas, leva a que os leitões não
estejam protegidos, o que se associa a outros factores como:
o Falta de higiene ou desinfecção da maternidade;
o Os partos assistidos por pessoas com más condições de higiene (mãos sujas);
o Disseminação do agente (E.Coli) pela utilização do mesmo material de limpeza em várias
maternidades;
o Humidade dos solos;
Principalmente por deficiência imunitária da porca, leitão pode adquirir a Colibacilose através
da mãe.

1.2. Sintomas
Observa-se febre e diarreia amarelada nos leitões que ficam desnutridos e surge a morte
entre 4 a 24 horas. Na necrópsia observa-se congestão e inflamação do intestino com parede
flácida, alimento não digerido e grande quantidade de líquido não absorvido de coloração que varia
de clara a amarelada, com a presença de leite coagulado no Intestino Delgado (ID). Normalmente o
Intestino Grosso (IG) apresenta-se vazio e não existe reacção inflamatória.

1.3. Prevenção
A prevenção passa por medidas higiénicas nas pocilgas e vacinação das porcas, mesmo
sendo animais com boas condições sanitárias.
Existem várias vacinas no mercado destinadas às porcas (ex: Colisuin TP, Gletevax 6,
Neocolipor, Porcilis Porcoli, etc).

1.4. Tratamento
O tratamento dos leitões é feito com recurso a antibioterapia com oxitetraciclina, enrofloxacina
ou associação de trimetroprim com sulfadiazina, das quais existem inúmeras marcas no mercado.

2. Doenças Respiratórias dos Suínos


As doenças respiratórias dos suínos são as principais responsáveis por perdas económicas.
Os factores predisponentes estão relacionados com a higiene e o maneio, pelo que a manutenção
da saúde destes animais passa pela melhoria ds condições de produção.

2.1. Pneumonia Enzoótica


Causada pela bactéria Mycoplasma hyopneumoniae. É uma doença infecciosa de carácter
crónico, muito contagiosa, cuja infecção é respiratória. Confere alta morbilidade mas baixa
mortalidade.

Sinais Tratamento Profilaxia


Tosse seca, corrimento nasal mucoso, Vacinação.
Antibioterapia.
complicações broncopulmonares Vacinas mais
Medicamentos mais
purulentas, atraso no crescimento e utilizadas:
utilizados: Tenaline
baixo desenvolvimento corporal. Hyoresp,
L.A., Depotyl L.A.,
O quadro clínico é influenciado por Ingelvac M.
Tylan, Tiamutin.
infecções respiratórias secundárias. Hyo, M+PAC.

2.2. Rinite atrófica


Provocada pela acção de duas bactérias: Bordetella bronchiseptica e Pasteurella multocida,
com transmissão por contacto directo ou aerossóis. É mais frequente nos leitões em lactação.

Sinais Tratamento Profilaxia


Espirros, corrimento nasal mucoso, Antibioterapia. Vacinação.
formação de placas escuras nos Medicamentos mais Vacinas mais
ângulos internos dos olhos, atraso no utilizados: Clamoxyl, utilizadas:
crescimento, hipoplasia dos cornetos Micotil 300, Tenaline Porcilis AR-T,
nasais e deformação da tromba. L.A.. Rinipravac-DT,
Ingelvac
DART.

2.3. Gripe Suína


Transmitida por um vírus de carácter zoonótico (H1N1), é responsável por elevada morbilidade
e baixa mortalidade.

Sinais Tratamento Profilaxia


Febre, anorexia, prostração, dispneia, Expectorantes e Vacinação.
espirros, tosse, descarga nasal antibióticos para as Vacinas mais
seromucosa, conjuntivite e perda de infecções utilizadas:
peso. Quando associada a infecções secundárias. Geskygrip,
bacterianas oportunistas, causa sinais Medicamentos mais Akiport Flu,
mais severos. utilizados: Eres, Gripork.
Quentan,
Compropen,
Depoclina,
Vetrimoxin L.A.,
Coopertet L.A..

2.4. Pleuropneumonia
Causada pela bactéria Actinobacillus pleuropneumoniae.

Sinais Tratamento Profilaxia


Febre, anorexia, prostração, dispneia, Antibioterapia. Vacinação.
fluxo sanguinolento naso-bucal, pele Medicamentos mais Vacinas mais
cianótica, vómitos. Os animais utilizados: utilizadas:
permanecem nos cantos das Longamox, Cobactan Porcilis APP.
instalações em posição de “cão 2,5%, Eficur,
sentado” ou em decúbito ventral. Draxxin, Spectam,
Nuflor.

2.5. PRRS (Síndrome reprodutivo e respiratório suíno)


Infecção viral, cujos sinais respiratórios antecedem os reprodutivos.
Sinais Profilaxia
Febre, anorexia, pneumonia, infertilidade, aborto, parto Vacinação. Vacinas
prematuro ou tardio, cianose ou hiperémia dos pavilhões mais utilizadas:
auriculares, tetos e vulva. Nascimento de leitões fracos amervac-PRRS,
e/ou nados-mortos, sintomatologia respiratória nos Ingelvac PRRS,
leitões. Porcilis PRRS.

2.6. Profilaxia das doenças respiratórias


 Boas condições de maneio – evitar o sobrepovoamento e outras formas de stress
imunológico, ambiental e social.
 Temperatura e ventilação adequadas – favorecer o arejamento das instalações e o
isolamento térmico das paredes. Evitar as correntes de ar.
 Higiene e desinfecção das instalações – produtos mais utilizados: Alkedol DES VA,
Bradofen, D39, Despadac, Halamid, Iosan.

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