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Racionalismo de Descartes

ESCT – 2019/20
Racionalismo de Descartes

Condições prévias:
• Porque os sentidos já nos enganaram no passado, não
devemos fundar o conhecimento na experiência.

• A única origem segura para todo o conhecimento possível só


pode estar na razão.

• Porque já descobrimos inúmeras vezes que o conhecimento


que temos está errado, não podemos guiar-nos por ele.

• Devemos duvidar de tudo pelo menos uma vez na vida,


inclusivamente do mundo físico e da nossa própria existência.

Partindo da dúvida devemos seguir um método que assegure o


conhecimento verdadeiro.

Racionalismo de Descartes
Racionalismo de Descartes

As quatro regras do método cartesiano

Só devemos aceitar como verdadeiro o que se


EVIDÊNCIA
apresenta à razão como absolutamente evidente.
Na análise dos problemas devemos dividi-los em
ANÁLISE
elementos simples para os compreendermos melhor.
Depois de divididos os problemas, devemos ordená-los
SÍNTESE
do mais simples para o mais complexo.
Por fim, devemos proceder a uma enumeração
ENUMERAÇÃO completa do problema para nos certificarmos de que
não houve qualquer omissão.

Racionalismo de Descartes
Racionalismo de Descartes

A dúvida cartesiana
• O primeiro passo na procura da verdade consiste em partir de um
ceticismo provisório para assegurar a inexistência de erros.
Descartes duvida:
• Dos sentidos – porque já nos iludiram no passado;
• Do conhecimento anterior – porque inúmeras vezes se mostrou
errado;
• Do mundo físico – pois, tal como os sonhos, pode ser uma ilusão.

Quando sonhamos, misturamos diversas experiências do mundo


físico, que, mesmo que sejam enganosas, se baseiam na existência de
um mundo exterior. Desta forma, as realidades físicas deveriam existir.

PORQUE DUVIDA DESCARTES DO MUNDO FÍSICO?

Racionalismo de Descartes
Racionalismo de Descartes

A dúvida cartesiana – a hipótese do génio maligno


• Nada nos garante que todas as ideias que temos do mundo
exterior não sejam obra de um ser mal-intencionado que
nos ilude com perceções inexistentes.

• Não temos forma de saber se as realidades sensíveis


existem de facto.

• Não podemos sequer ter a certeza da existência do nosso


próprio corpo.

A dúvida de Descartes vai até às últimas consequências. Procura eliminar


toda a possibilidade de erro. Este é o ponto de partida para se obter o
primeiro conhecimento seguro.

Racionalismo de Descartes
Racionalismo de Descartes

Características da dúvida cartesiana

A dúvida põe em causa, de forma universal, tudo o que


SISTEMÁTICA
possa gerar a mínima incerteza.
Assume como falso tudo o que seja duvidoso. Nenhuma
HIPERBÓLICA
realidade é imune à dúvida, nem o próprio sujeito.

METÓDICA É um método utilizado para vencer o ceticismo.

Depois de cumprido o papel da dúvida, ela visa


PROVISÓRIA
ultrapassar o ceticismo e chegar à primeira certeza.

Racionalismo de Descartes
Racionalismo de Descartes

A primeira certeza – o cogito

Mesmo que duvide de tudo, há uma coisa de que não posso duvidar. Se
duvido é porque penso, e se penso existo, ainda que seja apenas uma
substância pensante.

DUVIDO PENSO EXISTO

PENSO, LOGO EXISTO.

Racionalismo de Descartes
Racionalismo de Descartes

Características e funções do cogito


• Primeira certeza de Descartes.

• Permite ultrapassar o ceticismo e demonstrar que é possível


conhecer.

• Constitui-se como a primeira verdade clara e distinta.

• Estas características servem de critério para todo o conhecimento


racional.

• Funda na razão a origem do conhecimento seguro.

Apesar de o cogito se assumir como modelo de verdade, saber que existimos não é
ainda suficiente para fundarmos o conhecimento de outras verdades claras e
distintas. Como se fundamenta, por exemplo, a existência do mundo exterior?

Racionalismo de Descartes
Racionalismo de Descartes

A existência de Deus – a segunda ideia clara e distinta

Se duvido sou imperfeito, logo não posso ser a causa da ideia de perfeição.

Um ser imperfeito torna necessária a existência de um ser perfeito.

A um ser perfeito não pode faltar o atributo da existência.

LOGO, DEUS EXISTE.

Racionalismo de Descartes
Racionalismo de Descartes

Consequências da existência de Deus no cartesianismo

• A existência de Deus permite ultrapassar a hipótese do génio


maligno, pois um ser perfeito não pode ser enganador.

• Se Deus não engana, então o mundo físico existe.

• As provas da existência de Deus constituem-se como um passo


importante para a sustentação do conhecimento a outras
realidades.

• A existência de Deus permite a Descartes vencer definitivamente


o ceticismo inicial.

• Descartes ultrapassa o ceticismo provisório fixando-se no


dogmatismo metafísico.

Racionalismo de Descartes
Racionalismo de Descartes

Que realidades é possível conhecer pelo método?

SUBSTÂNCIA O conhecimento do sujeito enquanto ser que pensa


PENSANTE (cogito).
SUBSTÂNCIA
O conhecimento da existência de Deus.
DIVINA
SUBSTÂNCIA O conhecimento da existência do mundo físico (nas suas
EXTENSA características objetivas – comprimento, largura e altura).

Conclusões:

Descartes destacou-se pelo rigor com que se propôs analisar o


conhecimento humano, salientando a importância do método e
alertando-nos para o risco das primeiras impressões.

Racionalismo de Descartes

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