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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO

DA ____ VARA DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA CO-


MARCA DE SOROCABA-SP.

Fulano de Tal, brasileiro,


solteiro, supervisor, portador da Cédula de Identidade RG
00.000.000-0-SSP/ZZ e CPF/MF n° 000.000.000-00 (doc. 02)
e Ciclana de Tal, brasileira, fisioterapeuta, portadora da
Cédula de Identidade RG 00.000.000--SSP/ZZ e inscrita no
CPF/MF sob o nº 000.000.000-00 (docs. 03 e 04), ambos
residentes e domiciliados à Rua Monteiro Lobato, 333, Vila
da Felicidade, CEP 00000-000, nesta cidade de SÃO
PAULO, Estado de São Paulo (doc. 05), por seu advogado
infra-assinado (doc. 01), vem respeitosamente à presença de
Vossa Excelência, propor

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS C/C


DANOS MORAIS

em face de:

- DIAS & DIAS PARADOS LTDA., estabelecida à Rua José


Martiniano de Alencar , 953, Parque das Amoreiras,
CEP 00000-000, SÃO PAULO-SP, inscrita no CNPJ sob nº
00.000.000/0001-00 (doc. 06 a 08), pelos motivos de fato e
de direito a seguir expostos.

I - CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES
1. DO PEDIDO DE DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONA-
LIDADE JURÍDICA DA EMPRESA DIAS & DIAS PARADOS
LTDA.

Os Requerentes, com supedâneo nos artigos 133 a


137 do Código de Processo Civil e nos argumentos de fato e
de direito a seguir aduzidos, REQUEREM seja desconside-
rada a personalidade jurídica da empresa Requerida.

Para que haja a desconsideração da personalidade


jurídica, deverá ocorrer uma das hipóteses constantes no
artigo 50 do Código Civil.

No caso em tela, em simples análise aos Registros da


sociedade perante a Junta Comercial do Estado de São Paulo,
constata-se a confusão patrimonial e o abuso de personali-
dade jurídica, em razão da DISSOLUÇÃO EMPRESARIAL,
ocorrida em 19/12/2015, ou seja, 180 dias da altera-
ção contratual arquivada na Jucesp em 19/06/2015,
sob o nº 000.000/00-0 (doc. 08). Referido prazo para
que a legislação permita que a empresa fique UNIPES-
SOAL, portanto, já se esgotou a mais de 3 (três) anos.

Observe-se que a sócia FULANA DE TAL se retirou da


sociedade no dia 19/06l2000, permanecendo apenas a sócia
CICLANA DE TAL (doc. 08).

O artigo 1.033, do Código Civil é claro ao dispor que:

“Art. 1.033. Dissolve-se a sociedade quando ocorrer:

IV - a falta de pluralidade de sócios, não reconstituída


no prazo de cento e oitenta dias;”

Assim sendo, inconteste que houve dissolução legal


da empresa 1ª Requerida e, fatidicamente, o patrimônio da
pessoa jurídica confundiu-se com o patrimônio de seus só-
cios, vez que continuou a atuar no mercado de forma
dissolvida.
Nesses casos, havendo continuidade das atividades
pela sócia remanescente, prevalece o entendimento de que a
sociedade passa a operar de forma irregular, respondendo
seu único sócio de forma pessoal e ilimitada.

Nesse sentido, recente julgado do Egrégio Tribunal de


Justiça do Estado de São Paulo:

“AGRAVO DE INSTRUMENTO. Recurso contra decisão


que acolheu o incidente de desconsideração da perso-
nalidade jurídica, incluindo o sócio, ora agravante, no
polo passivo da demanda. Incidente de desconsidera -
ção de personalidade jurídica. Sociedade que se tornou
unipessoal, não reconstituída no prazo de 180 dias
(artigo 1.033, inciso IV do Código Civil). Sócio rema-
nescente que deve ser integrado no polo passivo da
lide diante da confusão patrimonial entre a pessoa ju -
rídica e seu único sócio. Justiça Gratuita (artigo 98 do
Código de Processo Civil). Pessoa Física. Indícios de
capacidade financeira. Recurso desprovido, com obser-
vação.”

(Agravo de Instrumento nº 2058780-


69.2018.8.26.000, TJSP, 15ª Câmara de Direito Pri -
vado, Rel. Des. Elói Estevão Troly, j. 21.07.2018, publ.
21.07.2018)

No mesmo sentido:

(TJSP; Agravo de Instrumento 2237429-90.2017.8.26.0000;

Relator (a): Jovino de Sylos; Órgão Julgador: 16ª Câmara

de Direito Privado; Foro de Birigui - 2ª Vara Cível; Data do

Julgamento: 27/03/2018; Data de Registro: 27/03/2018);

(TJSP; Agravo de Instrumento 2035655-14.2014.8.26.0000;

Relator (a): Castro Figliolia; Órgão Julgador: 15ª Câmara de

Direito Privado; Foro de Boituva - 1ª V. CÍVEL; Data do Jul-

gamento: 08/04/2014; Data de Registro: 09/04/2014).

Assim sendo, na esteira dos precedentes acima trans-


critos, verifica-se que houve dissolução irregular da
sociedade, sem que ela tivesse cumprido com as obrigações
decorrentes do exercício da empresa (conforme se compro-
vará na instrução processual), caracterizando, assim, o uso
abusivo de seus direitos, bem como ânimo de fraudar credo-
res, o que justifica a desconsideração de sua personalidade
jurídica a fim de que, com vistas à satisfação do crédito dos
Requerentes, a responsabilidade recaia sobre os bens perten-
centes a seu sócio remanescente na época, bem como do Sr.
FULANO DE TAL, que se declarou proprietário da
empresa DIAS & DIAS PARADOS LTDA., que não consta
de seu quadro societário, mas foi a pessoa que contratou
toda a venda das mercadorias e realização dos serviços com
os Autores, também se declarando como proprietário da
empresa (doc. 11)

Portanto, requer-se o deferimento do pedido de


desconsideração da personalidade jurídica da Requerida, com
a inclusão dos sócios trazidos a este processo como
Requeridos, ANGELA DE TAL e FULANO DE TAL (que não
consta na sociedade, mas contrata e se declara proprietário
da empresa).

II - DOS FATOS

No início do mês de janeiro do presente ano, os


Requerentes pesquisaram, através da Internet, empresas
sediadas em São Paulo, que realizassem venda e instalação
de telhados de policarbonato e encontrou a empresa
Requerida (doc. 12), entrando em contato por telefone, com
o Sr. Fulano de Tal, que se disse proprietário da empresa.

Entretanto, não existe na Jucesp, empresa em nome


de DIAS & DIAS PARADOS LTDA. e também em nome de
Fulano de Tal (docs. 12a e 12b).

O Sr. Fulano de Tal, então, dirigiu-se até a residência


dos Requerentes para verificar o que deveria ser feito e,
tendo conhecimento, apresentou fotos demonstrativas de
trabalhos equivalentes (doc. 13).

Consciente dos serviços que deveriam ser efetuados,


referido senhor fez as medições necessárias para a colocação
de um telhado de telha sanduiche na área da churrasqueira e
um telhado de policarbonato em um corredor ao lado.

Em seguida apresentou um orçamento. Depois de


algumas considerações sobre preço e condições de
pagamento, os Requerentes concordaram em contratar
os serviços, através de um pedido, elaborado no dia 24
de fevereiro de 2000 (doc. 14) * Obs. Referido documento
está praticamente ilegível, em virtude da péssima qualidade do
carbono usado pela empresa. Entretanto, os Requerentes se pron-
tificam a apresentar o original em audiência, se assim entender
Questionado sobre a elaboração de um
necessário esse Juízo.
contrato, o Sr. Fulano de Tal disse que já tinha contrato
pronto na empresa, somente para preencher os dados e
que, se houvesse alguma cláusula a ser incluída, faria um
adendo. Entretanto, nunca foi apresentado esse contrato.

O prazo para entrega das telhas e inicio das instala-


ções foi determinado para 15 dias úteis após a assinatura
desse pedido e o pagamento, no importe de R$ 12.000,00
(doze mil reais) representados por 5 (cinco) cheques de R$
2.400,00 (dois mil e quatrocentos reais) cada um, vencível o
primeiro no dia 10 de março de 2000 e os demais na mesma
data dos meses subsequentes.

Infelizmente, entretanto, os problemas iniciaram-se


logo no mês de março, com o atraso na entrega dos telhados
e da consequente instalação. Somente no mês abril foi entre-
gue 2 (duas) vigas de ferro que deveriam ficar por cima do
telhado. Porém apenas deixaram as vigas e não instalaram as
mesmas.

Para não perder mais tempo, os Requerentes


providenciaram para que os pedreiros que estavam
trabalhando na obra colocassem as vigas, serviço que deveria
ser das Requeridas. Assim, o mês de abril foi totalmente de
cobranças com o Sr. Fulano de Tal (docs. 15 e 15a) * Obs.
Esse documento é uma conversão do Whatsapp para txt e
posteriormente para pdf, mas o celular contém todas as conversas
realizadas e que será apresentado em Juízo na audiência, se assim
esse Juízo entender necessário.
Nas poucas vezes que atendia, tinha sempre uma des-
culpa: “o fornecedor só iria entregar as telhas, com carga
fechada”; “as telhas chegaram, mas vieram erradas”; “os
funcionários não vieram trabalhar”; “não pudemos porque
estávamos com problemas em outra obra”, e assim por
diante, sempre adiando para amanhã.... amanhã.....
amanhã....

Depois de mais ou menos um mês de contatos por


telefone e prevendo que a empresa não iria entregar os
materiais, o Requerente, em 29 de maio de 2000, sustou
os dois últimos cheques juntos ao Banco X (cheques
0001 e 0002), de R$ 2.400,00 cada um (doc. 16) e
avisou imediatamente o Sr. Fulano sobre esse fato.

As desculpas do Sr. Fulano ainda continuaram, mas


mediante o fato da sustação dos cheques, a empresa
entregou parte do telhado no dia 31 de maio. Alguns dias de-
pois vieram 2 (duas) pessoas para instalarem as peças que
foram entregues.

No início das conversações, o Sr. Fulano enviou fotos


de telhados equivalentes aos dos Requerentes, informando
que ficariam iguais (doc. 13). Entretanto as pessoas que
vieram para instalar as telhas não tinham nenhuma noção do
que deveria ser feito.

Além de a instalação ficar muito mal feita, imediata-


mente após a colocação já apresentou uma curvatura nas
telhas, formando uma “barriga” e criando um vão na parte
que deveria ficar rente às paredes. Na tentativa de conserta-
rem, ainda amassaram algumas telhas. No corredor foi ainda
pior, pois o telhado veio em tamanho menor do que o neces-
sário, criando um vão de mais ou menos 2 a 3 cm., o que vai
obrigar a colocação de uma calha, nesse vão, que não estava
prevista e cujo valor, orçado por VOTO CALHAS, fica em R$
1.140,00 (um mil, cento e quarenta reais), conforme docu-
mento anexo (doc. 21).

Nessa mesma data, os Requerentes solicitaram


encarecidamente ao Sr. Fulano, para comparecer no local e
verificar a péssima qualidade dos serviços.
Ficaram acordados, então, que a empresa do Sr.
Fulano não realizaria mais a instalação e seria contratada
outra empresa para a realização desse trabalho, e, em
consequência, o Sr. Fulano devolveria os 2 (dois) cheques de
R$ 2.400,00 cada um, que foram sustados, além de entregar
o restante do material faltante (8,00 x 0,80 mts) de
policarbonato alveolar na cor branco leitoso.

O Sr. Fulano se recusou a assinar um termo de


compromisso desses fatos, dizendo que era uma pessoa
honesta e poderiam confiar, que até na próxima semana,
devolveria os 2 (dois) cheques e entregaria o material
faltante.

Entretanto, além de não devolver os cheques, o


Sr. Fulano ainda os apresentou ao Banco, mesmo
sabendo que estavam sustados (doc. 29).
Posteriormente, quando contatado alegou que não
poderia devolver os cheques e iria levá-los a protesto.

Nos dias seguintes, foi contatada a empresa GRANDE


SERRALHEIRO para retirada e recolocação do telhado, agora
por cima das vigas e caibros, tendo em vista que não era
possível colocar por baixo, conforme as fotos apresentadas
inicialmente pelo Sr. Fulano (doc. 13). O Serralheiro também
avisou que, após a retirada e recolocação do telhado, os Re-
querentes deveriam contratar um gesseiro, para colocar um
forro e cobrir os caibros e vigas e um outro para pintá-los.

Evidentemente a apresentação do telhado não


ficaria como fora apresentado pelo Sr. Fulano, mas
infelizmente é o que se poderia fazer, nessas circuns-
tâncias. (docs. 17 e 18).

No dia 25 de julho foi apresentado um orçamento, pela


empresa GESSOS LTA., CNPJ 00.000.000/0001-00, para
colocação do gesso, incluindo materiais e serviços, no importe
de R$ 2.700,00 (dois mil e setecentos reais), que foi
realizado e pago no dia 06 de agosto de 2018. (docs. 19 e
20). Esse gesso requer ainda uma pintura, que foi orçada em
R$ 400,00 (quatrocentos reais) e mais o material, orçado em
R$ 304,50 (trezentos e quatro reais e cinquenta centavos),
totalizando R$ 704,50 (setecentos e quatro reais e cinquenta
reais) (doc. 22).

Em virtude da colocação do telhado por cima das vigas


e caibros, foi necessário ainda aumentar o muro. Referido
serviço foi realizado pelo Sr. José de Tal, pelo valor de R$
350,00 (trezentos e cinquenta reais), conforme recibo anexo
(doc. 23).

Por fim, os Requerentes cotaram o telhado faltante, de


policarbonato, de 8,0m x 0,80m e a empresa Toldos e
Coberturas apresentou um valor de R$ 2.400,00 (doc. 30).

III - DA RELAÇÃO DE CONSUMO

A presente ação fundamenta-se principalmente à luz


do Código de Defesa do Consumidor, que prevê os direitos
básicos do consumidor, garante a indenização por danos pa-
trimoniais e morais decorrentes das relações de consumo.
“Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica
que adquire ou utiliza produto ou serviço como desti -
natário final.”

(...)

”Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica,


pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como
os entes despersonalizados, que desenvolvem ativi -
dade de produção, montagem, criação, construção,

transformação, importação, exportação, distribuição


ou comercialização de produtos ou prestação de servi -
ços.”

(...)

“Art. 6º São direitos básicos do consumidor:

(...)

VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patri-


moniais e morais, individuais, coletivos e difusos;

VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrativos


com vistas à prevenção ou reparação de danos patri -
moniais e morais, individuais, coletivos ou difusos,
assegurada a proteção Jurídica, administrativa e téc-
nica aos necessitados;
Não há dúvidas acerca da relação de consumo entre as
partes, muito menos que os Requerentes/consumidores são
partes vulneráveis nessa relação.

IV - DOS DANOS MATERIAIS

Conforme discriminado linhas atrás, os Requerentes ti-


veram inúmeros prejuízos financeiros em virtude dos
procedimentos condenáveis das Rés.

Assim, tendo em vista a não entrega de parte do


material adquirido e ainda também pela não instalação do
telhado, inclusive tendo que modificar a posição do mesmo,
as despesas que foram e serão ainda suportadas pelos Re-
querentes, são os seguintes:

1) Calha - Voto Calhas (doc. 21)=


1.140,00
2) Retirada e recolocação do telhado (docs. 17/18)=
2.160,00
3) Colocação de gesso (docs. 19/20)=
2.700,00
4) Pintura do gesso + material (doc. 22)=
704,50
5) Aumento e reboco do muro (doc. 23)=
350,00
6) Telhado não entregue (material e instalação)=
2.400,00
Subtotal=
9.454,50
-
Desconto ref. 2 cheques sustados (doc. 16)=
4.800,00
Total Líquido= 4.654,50

Assim, os danos materiais montam a R$ 4.654,50


(quatro mil, seiscentos e cinquenta e quatro reais e cinquenta
centavos).

V - DO DANO MORAL

Quanto ao dano moral, não há dúvidas de sua


ocorrência na espécie.
Inicialmente, os Autores buscaram solucionar a
controversa de forma amigável, através de inúmeros conta-
tos, inúmeras mensagens e conversas no Whatsapp e
também pessoalmente com o Sr. Fulano, para que fosse
providenciada a correta instalação e entrega da mercadoria
faltante.

O descaso das Rés supera ao mero aborrecimento. As-


sim, evidente que o ato ilícito decorrente do descumprimento
contratual por parte das Rés atingiu a esfera patrimonial e
extrapatrimonial dos Autores, que não puderam usufruir do
referido telhado até a presente data, ou seja, mais de 6
(seis) meses após o prazo estipulado. pelos transtornos
decorrentes da inadimplência, mostrando-se patente à confi-
guração dos danos morais sofridos pelos Requerentes.

A moral é reconhecida como bem jurídico, recebendo


dos mais diversos diplomas legais a devida proteção, inclu-
sive amparada pelo art. 5º, inciso V, da Carta Magna/1988:
“Art. 5º (omissis): V – é assegurado o direito de res-
posta, proporcional ao agravo, além da indenização
por dano material, moral ou à imagem;”

Outrossim, o art. 186 e o art. 927, do Código Civil de


2002, assim estabelecem:
“Art. 186 – Aquele que, por ação ou omissão voluntá-
ria, negligência ou imprudência, violar direito e causar
dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, co-
mete ato ilícito”.

..........................................................

“Art. 927 – Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e


187), causar dano a outrem, fica obri gado a repará-
lo”.

Também, o Código de Proteção e Defesa do Consumi-


dor, no seu art. 6º, protege a integridade moral dos
consumidores:
“Art. 6º - São direitos básicos do consumidor: VI – a
efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e
morais, individuais, coletivos e difusos.”
Portanto se faz necessário à reparação do dano moral
suportado pelos Autores, visto que estão devidamente am-
parados pela legislação.

Assim, reputa-se configurado o dano moral, uma vez


que a situação extrapola o mero dissabor cotidiano, notada-
mente considerando que o investimento foi relativamente alto
e quem o faz espera qualidade e pronto atendimento em ca-
sos de problemas com o que foi adquirido.

Há inegável direito à reparação. Nesse sentido, segue


decisões proferidas pelo Tribunal de Justiça de São Paulo:
“Ação de indenização por danos materiais e morais.
Compra e instalação de móveis. Defeito na prestação
do serviço. Responsabilidade solidária da fabricante e
revendedora. Aplicação do Código de Defesa do Con -
sumidor. Descaso no atendimento do consumidor e
restrição à utilização do imóvel. Dano moral configu -
rado. Indenização bem arbitrada em R$ 20.000,00.
Recurso desprovido.”

(Apelação 0102052-87.2008.8.26.0004, Relator(a):


Pedro Baccarat, Data do julgamento: 27/06/2013)

Os danos morais deverão ser ressarcidos pelas Rés,


pois tidas tinham a responsabilidade de agirem de boa-fé,
com os Autores, pois a responsabilidade pelo descumpri-
mento dos deveres de boa-fé, transparência, informação e
confiança recaem sobre todas elas.

Não há dúvida, portanto, que os Requerentes sofreram


danos morais em decorrência de sucessivos atos ilegais co-
metidos pelas Rés.

a) Ora, a entrega e montagem dos telhados deveriam ini-


ciar-se no início do mês de março de 2000, mas
somente foi entregue parte do material, em 31 de
maio, ou seja, praticamente 2 (dois) meses de atraso;

b) como o serviço apresentado apresentou defeitos insanáveis,


obrigando a contratação de profissionais para desfazer e
refazer esse trabalho, na realidade ainda hoje, no mês
de agosto, passados aproximadamente 180 (cento e
oitenta) dias após a contratação, a obra permanece
inacabada;
c) todos os dias de folgas do Autor eram comprometidos a es-
perar os montadores, e nos dias que o mesmo estava
trabalhando, suportou o transtorno de solicitar a alguns
amigos que fossem à casa acompanhar a montagem do
telhado, na esperança de ver a obra finalizada; e, por
diversas vezes marcavam e não compareciam;

d) conforme relatado acima, em virtude da medição errônea do


telhado do corredor efetivada pela Ré, as medidas do te-
lhado ficaram menor do que deveria, obrigando a colocação
de um calha para evitar escorrimento de água nas paredes;

e) o projeto original apresentado pela primeira Ré foi fator


decisivo para os Requerentes optarem pela contratação;

f) os Autores, desde a data de assinatura do contrato, realiza-


ram incontáveis ligações telefônicas e mensagens no
Whatsapp, sem resposta das Requeridas;

g) resta evidente a imprestabilidade do serviço. A insatisfação


dos Autores pode ser corroborada pelos problemas ilustra-
dos pelas fotos em anexo. Além disso, o infortúnio
representado pela impossibilidade de utilização da área ob-
jeto dos serviços certamente configuram dano moral, que
devem ser ressarcidos no valor moderado de R$
5.000,00 (cinco mil reais) ou, através do arbitramento
de indenização que deverá ser fixada por esse Juízo,
em consonância com o princípio da razoabilidade e
com a condição financeira dos envolvidos.

VI - DA ANTECIPAÇÃO DA TUTELA (Somente para sus-


tar que os cheques sustados sejam apresentados a
protesto)

Nos termos dos Artigos 294 e 300 e seguintes do CPC,


existindo a probabilidade do direito e o perigo de dano, assim
como pela prova conducente à verossimilhança das alega-
ções, o Juiz poderá antecipar os efeitos da tutela pretendida.

Além do fumus boni juris demonstrado pelo inadimple-


mento contratual das Rés, onde se verifica sua impossibili-
dade em dar cumprimento aos contratos firmados com os
Autores, há também a possibilidade de dano irreparável à
esfera jurídica desse, pois, caso sejam protestados os che-
ques sustados, estará o 1º Requerente com seu nome ex-
posto indevidamente como mau pagador.

O receio ao dano irreparável se infere pelo fato de que


se o 1º Autor tiver o nome indevidamente protestado e ins-
crito nos cadastros de inadimplentes (SERASA e SPC/SP),
cujas informações são públicas, de fácil acesso por qualquer
pessoa física ou jurídica, ficará impossibilitado de realizar ati-
vidades comerciais muito importantes, tais como pedidos de
empréstimos, financiamentos, compras à prazo, entre ou-
tras operações essenciais no cotidiano do Autor.

A presente ação possui o fito de, ao final, ver decla-


rado rescindido o contrato verbal com as Requeridas e o
ressarcimento dos danos materiais já explicitados linhas
acima.

Assim, resta demonstrado o periculum in mora decor-


rente da não antecipação dos efeitos da tutela no presente
caso.

Portanto, busca-se aqui a antecipação da tutela


para determinar a suspensão dos pagamentos de 2
cheques no valor de R$ 2.400,00 cada um, conforme
argumentação no item “II - Dos Fatos”, como para que
empresa Ré se abstenha de protestar referidos cheques
e incluir futuramente o nome do Autor em cadastros de
inadimplentes (SERASA e SPC/SP).

VII – DOS REQUERIMENTOS

Diante do exposto, requer se digne Vossa


Excelência, em determinar:

a) o deferimento do pedido de DESCONSIDERAÇÃO DA


PERSONALIDADE JURÍDICA DA EMPRESA DIAS & DIAS
PARADOS LTDA. em razão da existência da confusão
patrimonial e do abuso de personalidade, de acordo com a
fundamentação trazida na causa de pedir;
b) a citação de todos os Requeridos POR CARTA (COR-
REIOS), para que, querendo, respondam aos termos da
presente, sob pena de confissão e revelia;

c) a declaração da RESCISÃO CONTRATUAL POR CULPA


EXCLUSIVA DAS REQUERIDAS, ante a perda de confiança
por todo o acima demonstrado, devendo também ser con-
denadas, DE FORMA SOLIDÁRIA CONFORME DETERMINA
O CDC.

d) a condenação em danos material no importe de R$


4.654,50 (quatro mil, seiscentos e cinquenta e quatro
reais e cinquenta centavos);

e) a condenação em danos morais no importe de R$ 5.000,00


(cinco mil reais).

f) a inversão do ônus da prova, nos exatos termos do Artigo


6º, VIII, do Código de Defesa do Consumidor;

g) a condenação das Rés ao pagamento das custas processu-


ais e honorários advocatícios no importe de 20% (vinte por
cento), sob o valor da causa corrigido;

VIII – DAS PROVAS

Requer provar o alegado por todos os meios de


prova em direito admitidas, durante a instrução processual,
pugnando-se pela inversão do ônus da prova, conforme per-
missivo do Art. 6º VIII, do CDC.

IX – DO VALOR DA CAUSA

Dá-se à causa o valor de R$ 9.654,50 (nove mil,


seiscentos e cinquenta reais e cinquenta centavos).

Termos em que pede deferimento.

São Paulo, 17 de agosto de 0000

ADVOGADO
OAB/SP nº 00.000

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