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Noções introdutórias
Quando alguém sente necessidade de se dirigir a um tribunal para pedir ajuda, tem
alguma coisa que pretende ver resolvia, que se chama litígio, uma parte já terá falado
com a outra e pretende qualquer coisa que não está a conseguir ver ser resolvida,
dirigindo-se ao tribunal, esta pessoa é o réu.
O autor dirige-se ao tribunal e pretende qualquer coisa. O tribunal pode decidir isto de
duas maneiras: atribui razão ao autor – condena o réu no pedido – ou pode entender
que o autor não tem razão – absolve o réu do pedido.
Existe uma situação que é aquela em que o juiz olha para as condições que tem para
decidir e repara que não estão preenchidas, isto é, condições a nível formal, por
exemplo: um tribunal de família não é competente para decidir uma situação que
deveria ser tratada num tribunal comercial. Nestas situações o juiz tem de meter fim ao
processo, não pode condenar nem absolver o pedido. Assim, faz uma terceira coisa,
absolve o réu da instância, neste caso o juiz não se está a pronunciar sobre o que está
pedido, não está a dizer nada em relação ao mesmo.
A absolvição da instância faz com que o problema continue sem estar resolvido.
A secretaria, depois disto, faz a citação, que está na fase dos articulados, MAS NÃO É
UM ARTICULADO, é uma espécie de carta registada. É a forma através da qual se
informa o réu de que está a decorrer um processo contra ele.
Recebendo a citação o réu tem 30 dias para apresentar uma contestação, o réu não é
obrigado a contestar, nem tem o dever de o fazer, a contestação é um ónus, se não se
defender perde a oportunidade de dizer que o que o autor pediu é mentira.
Quando o réu não contesta, em regra, TODOS os factos que o autor alegou são
dados como verdadeiros.
O réu pode defender-se de duas maneiras que têm sempre de vir separadas da
contestação:
-Impugnação – existe sempre que o réu diz que um ou mais factos alegados pelo autor
são mentira.
-A exceção é uma forma de defesa que não implica dizer que determinado facto é falso,
neste caso está a alegar-se algo que faz com que, se o juiz der razão ao réu, este seja
absolvido do pedido ou da instância.
Por exemplo: o tribunal pode não ser competente, isto é uma exceção que nada tem a
ver com o mérito da causa, isto é uma exceção dilatória que é uma circunstância que
impede o juiz de conhecer o mérito da causa, conduzindo à absolvição do réu da
As exceções perentórias fazem com que o réu seja absolvido do pedido, o réu tem
razão. O réu pode fazer outra coisa que não é uma defesa, mas sim um contra-ataque
que é uma reconvenção, isto é, um pedido também contra o autor na contestação, o
autor põe uma ação em que pede alguma coisa e o réu para contra-atacar faz também
um pedido. O réu pede qualquer coisa ao autor.
Em 2013, o legislador reduziu as situações em que há réplica para dois casos: a regra
encontra-se no 584º que diz que depois do réu contestar, o autor pode apresentar outro
articulado de resposta (réplica) em duas situações: se o réu tiver feito um pedido
convencional ou se a ação for passível de apreciação negativa.
Até à citação apenas estão na instancia o tribunal e o autor. Só com a citação é que se
encontram os três.
Se o juiz se apercebesse que era incompetente antes da citação, não podia absolver o réu
porque não havia réu na instância, essa situação era um indeferimento da petição inicial,
LEONOR DE MATOS PEREIRA
indeferimento preliminar que era o juiz dizer que este processo não reúne as
condições necessárias para conhecer o mérito da causa e o juiz dissesse isso antes do réu
ser sequer citado.
Em regra, a secretaria cita sem perguntar ao juiz, mas há situações em que a secretaria
continua a enviar a peça processual ao juiz para este ler e decidir. Mas a regra é a
secretaria citar sem informar, em regra a citação é feita oficiosamente, sem ninguém
mandar, por sua própria iniciativa.
Despacho pré-saneador
Audiência Prévia
Despacho do 596º
Nos termos do disposto no artigo 608º/2 o juiz deve resolver todas as questões
que as partes tenham submetido à sua apreciação.
Depois de o autor rer proposto a ação, o réu tem de ser citado para a contestar,
sendo-lhe proporcionada a oportunidade de se defender – 569º/1.
Espécies de ações
Nos termos do artigo 10º do CPC, as ações são declarativas ou executivas, consoante o
seu fim.
Ações declarativas – Conforme resulta do nº2 desse mesmo artigo, estas ações
declarativas podem ser:
b) De Condenação;
c) Constitutivas
As ações de simples apreciação são aquelas que têm por fim obter
unicamente a declaração da existência ou inexistência de um direito ou
de um facto. Estas ações podem ser positivas ou negativas. São
positivas quando tiverem por fim obter a declaração de existência de um
direito ou de um facto. São negativas as que têm por fim obter a
inexistência de um direito ou de um facto.
Ações executivas – 10º/4 CPC – são ações executivas aquelas em que o credor requer
as providencias adequadas à realização coativa de uma obrigação que lhe é devida.
LEONOR DE MATOS PEREIRA
Formas de Processo
O processo especial é aquele que se aplica aos casos expressamente designados na lei e
o processo comum é aquele que é aplicável a todos os casos a que não corresponda
processo especial (546º/2). O processo especial é a forma de processo, cujo âmbito de
aplicação está definido na lei.
- A injunção também aprovada por esse DL visa conferir força executiva a requerimento
destinado a exigir o cumprimento das obrigações pecuniárias emergentes de contratos
de valor não superior a 15000€.
O valor da causa
Um dos requisitos da petição consiste em exigir que o autor indique o valor da causa –
artigo 552º/1-f) CPC. Torna-se, por isso, indispensável conhecer os critérios legais a que
o autor se deve reportar para atribuição de tal valor. O artigo 296º/1 estabelece que a
toda a causa deve ser atribuído um valor certo, expresso em moeda legal, o qual
representa a utilidade económica imediata do pedido; nenhuma petição inicial é
O artigo 297º determina os critérios gerias para a fixação do valor da causa nos
seguintes termos:
- Se pela ação se pretende obter qualquer quantia certa em dinheiro, é esse o valor da
causa, se pela ação se pretende obter um benefício diverso, o valor da causa é a quantia
em dinheiro equivalente a esse benefício;
Se a ação tiver por objeto qualquer quantia certa em dinheiro, o valor da causa
corresponde a esse montante (297º/1 1ª parte);
Se a ação tiver por fim fazer valer o direito de propriedade sobre uma coisa, o
valor desta será o valor da causa (302º/1);
Se a ação versa sobre o estado das pessoas ou sobre interesse imateriais, o valor
da causa é o equivalente à alçada da Relação e mais 0,01€ (303º/1);
O artigo 303º fixa o valor das ações sobre o estado das pessoas ou sobre interesses
imateriais ou difusos.
O nº1 do artigo determina que as ações sobre o estado das pessoas ou sobre interesses
imateriais se consideram sempre no valor equivalente à alçada da Relação e mais 0,01€.
O nº2 estende esta mesma regra às ações para atribuição da casa de morada da família,
constituição ou transferência do direito de arrendamento.
O nº3 do mesmo preceito dispõe que nos processos para a tutela de interesses difusos, o
valor da ação corresponde ao do dano invocado, com o limite máximo do dobro da
alçada do tribunal da relação.
Por força do artigo 44º/1 da Lei nº62/2013 de 26 de agosto, em matéria cível a alçada
dos tribunais da Relação é 30000€.
As ações sobre o estado das pessoas têm sempre o mesmo valor que é, portanto, de
30000,001€. Sendo este valor superior à alçada do Tribunal da relação em 0,01€,
permite que da sentença se possa recorrer até ao STJ. Esta possibilidade traduz a
importância que é atribuída a estas ações.
Quanto aos interesses imateriais estão neles compreendidas as ações que visam
alcançar um interesse não patrimonial, ou seja, que não é suscetível de se quantificar em
dinheiro. Estão nesse caso, as ações em que se pretende a inibição ou limitações ao
exercício das responsabilidades parentais.
O nº1 do 299º estabelece a regra geral que para a fixação do valor da causa se deve
tomar em conta o momento em que a ação é proposta. Aponta, porém, duas exceções:
1) Pedido reconvencional
Tribunal e Competência
Os sujeitos do processo civil são o tribunal e as partes. O tribunal pode ser definido
como o órgão de soberania investido especificamente na função jurisdicional (202º/1
CRP). Os tribunais são órgãos imparciais que utilizam, em regra, o direito substantivo
como critério de decisão e que têm competência para proferir decisões dotadas de
valores próprios, como são os de caso julgado.
Chama-se tribunal comum àquele que pertence a uma ordem de tribunais a que, no seu
conjunto, é atribuída competência genérica, isto é, competência para dirimir todos os
litígios, salvo os que, por lei, estejam reservados a tribunais de outra ordem (art. 211º/1
CRP; 40º/1 LOSJ).
Chama-se tribunal especial àquele que pertence a uma ordem de tribunais cuja
competência é delimitada por lei.
LEONOR DE MATOS PEREIRA
Há uma ordem de tribunais comuns – a ordem dos tribunais judiciais – art. 209º/1-a)
CRP e uma ordem de tribunais especais – a ordem dos tribunais administrativo e fiscais
– art. 209º/1-b) e 212º CRP e 29º/1-b) LOSJ.
Competência Interna
A LOSJ estabelece quais as causas que, pelo seu valor se inserem na competência da
instância central e da instância local – art. 66º. Já o 41º LOSJ determina a competência
em razão do valor, entre os juízos centrais cíveis e juízos locais cíveis.
A) Em razão do território:
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Se o tema da ação for uma das matérias que entra nas regras especiais do 70º
ao 89º aplicamos essa.
Exceção: Casos em que, em abstrato nada têm a ver com Portugal, mas em que existe
um pacto de jurisdição pelo art. 25º do regulamento, atribuindo competência a
Portugal – nessa situação temos mesmo de ser competentes.
Vamos à competência territorial e nada indica que possa ser em Portugal que se
venha a propor a ação.
Aplicamos o 80º/3 – se mais nada tiver ligação a Portugal vamos utilizar aqueles
critérios e se mais nenhum der, propõe-se a ação em Lisboa. Se já sabemos que
os tribunais portugueses são competentes TEMOS MESMO DE APLICAR
O 80º/3. Este art. utiliza-se SÓ quando os tribunais portugueses são
competentes – o 80º/3 NÃO É UTILIZADO PARA DESCOBRIR SE
PORTUGAL É COMPETENTE.
A) Em razão da matéria:
1ª Coisa a fazer: Ver se há, para o caso em concreto, algum tribunal de competência
territorial alargada competente. Dizer que, em razão da matéria, esta ação não é de
2ª Coisa a fazer: Juízos de competência especializada – não são nem o juízo cível
central nem o juízo cível local, são os outros todos. Começamos por afastar todos
aqueles que não são o local cível e o central cível: trabalho, família, etc.
3ª coisa a fazer: Vamos ver o juízo central cível – 117º. Vão para o juízo central cível
as ações de matéria civil.
-Para seguir para o central cível: tem de ter a forma de um processo comum e um
valor superior a 50000€ - não esquecer que se houver mais que um pedido temos de
juntar os valores.
-Para seguir para o local cível: forma de processo especial e valor inferior a 50000€.
Tem competência residual – fica com todos os processos que não são dos outros juízos.
Incompetência
Antes de propor a ação, deve o autor procurar saber qual o tribunal competente para a
mesma, tendo em conta as diversas regras enunciadas.
A incompetência absoluta pode ser arguida pelas partes e deve ser suscitada
oficiosamente pelo Tribunal.
A incompetência relativa pode ser arguida pelo réu, sendo o prazo de arguição
fixado para a contestação, oposição ou resposta, ou não havendo lugar a estas,
para outro meio de defesa que tenha a faculdade de deduzir.
Fases Incompetência:
Art. 28º - se o réu não comparecer, pode ser de conhecimento oficioso mas tem
de se verificar determinadas condições: o lugar onde a ação foi proposta não
pode ser o domicilio do réu; o réu não pode ter comparecido, não praticando a
contestação.
Trata-se de saber se uma determinada questão deve ser resolvida pelos tribunais
portugueses ou pelos tribunais de um Estado estrangeiro. Se a situação não
revelar qualquer conexão com ordens jurídicas estrangeiras, tudo se passa no
âmbito da competência interna.
Preenchimento de 3 âmbitos:
Diz que temos de aplicar a lei do nosso estado membro sempre que o réu não
tem domicilio no estado membro. Se o réu tiver domicílio num estado
membro aplica-se o regulamento.
18º/1 – consumo
Temos de passar pelos 4 artigos para ver qual se aplica no caso concreto.
25º - competência exclusiva a não ser que as partes escolham outro tribunal.
3- Artigo 25
Não pode ser substantivamente nulo nos termos da lei do estado que
as partes escolheram para regular o seu conflito.
Mesmo que o contrato seja nulo não fica a validade do pacro afetada
automaticamente – a sua validade tem de ser avaliada à parte.
Duas hipóteses:
-63º (exclusiva)
-94º (pactos)
-62º + território
Partes do Processo
Noções gerais
Noção de parte – para além do tribunal, os outros dois sujeitos da relação jurídica são
as partes ou litigantes. Parte é aquele que pede em próprio nome a atuação duma
vontade da lei, e aquele frente à qual ela é pedida. Assim, parte é aquele que pede em
juízo uma determinada forma de tutela jurídica e aquele contra o qual essa forma
de tutela é pedida.
-Sentido formal – as partes processuais são aquele ou cada um daqueles que pede a
tutela jurisdicional e aquele ou cada um daqueles frente aos quais tal tutela é pedida.
Dualidade de partes – todo o processo exige duas partes, isto é, uma ou mais partes
ativas e uma ou mais partes passivas: é o que pode ser designado pelo princípio da
dualidade de partes. Assim decorre a proibição dos processos “consigo próprio”, isto é,
dos processos em que o autor e o réu sejam a mesma pessoa.
Nos termos do 552º/1-a), as partes devem ser identificadas pelo autor através da
indicação dos seus nomes, domicílios ou sedes e, sempre que possível, números de
identificação civil e de identificação fiscal, profissões e local de trabalho.
O réu é corretamente identificado pelo autor, mas é citada uma pessoa diferente
da indicada pelo demandante, por ex: na petição inicial, o réu é identificado
como sendo “João Maria Silva”, mas é citado alguém com o nome de “José
Maria Silva”, nesta hipótese, a citação é inexistente (188º/1-b)).
Pode dizer-se que a legitimidade pode pertencer quer a quem é o alegado titular,
ativo ou passivo, da situação subjetiva alegada em juízo, quer a quem, apesar de
não ser esse titular está autorizado a estar em juízo como parte.
A parte terá legitimidade como autor se for ela quem juridicamente pode fazer
valer a pretensão.
A parte terá legitimidade como réu se for ela a pessoa que juridicamente se pode
opor à pretensão do autor.
2) O poder de produção, pela parte, dos efeitos que podem decorrer da decisão de
procedência ou improcedência da ação, isto significa que para se ser parte
legítima não basta ter interesse em demandar ou em contradizer, pois que é ainda
necessário que a parte, ativa ou passiva, possa produzir os efeitos substantivos
que decorrem da procedência ou improcedência da ação.
O que torna uma parte ilegítima? Ilegitimidade singular: Uma parte pode ser
ilegítima porque em função do pedido e da causa de pedir há alguém que não tem nada
a ver com aquele processo, ou seja, este é o tipo de legitimidade que se afere em função
do objeto. Olha-se para o objeto do processo e para a pessoa e vê-se que relação existe.
Se concluo que alguém está naquele processo e não tem nada a ver com o que é pedido,
a única solução é afastá-la do processo – absolvição do réu da instância por falta de um
pressuposto processual. Esta falta de legitimidade é insanável.
Na sua forma mais simples o processo tem apenas duas partes em confronto:
demandantes e demandado, autor e réu.
Às vezes, porém, a ação é proposta por vários autores ou contra vários réus. Nestes
casos existe uma pluralidade de partes.
A pluralidade pode ser ativa ou passiva, consoante se verifica do lado dos autores ou
do lado dos réus. E pode ser mista quando a ação é instaurada por vários autores contra
vários réus.
Nota: nem sempre a intervenção de terceiros pode dar origem a litisconsórcio. Para
haver litisconsórcio é necessária a formação de uma pluralidade de partes principais.
Por isso não se formará litisconsórcio no caso de assistência, visto que o assistente é
parte acessória.
Modalidades de litisconsórcio
Litisconsórcio Necessário
Se faltar alguém os que estão na ação são parte ilegítima. Sempre que este
litisconsórcio legal é preterido, a parte que está na ação e que devia estar
acompanhada, mas não está é parte ilegítima. Para haver legitimidade eles têm
de lá estar os dois.
Quanto aos bens próprios: cada cônjuge administra esses bens (1678º/1 CC) e
pode aliená-los livremente (1682º/2 CC). Por isso, o cônjuge tem legitimidade
para propor sozinho ações referentes a esses bens e contra ela podem ser
propostas ações com o mesmo objeto. Contudo, há algumas exceções como:
móveis utilizados por ambos na vida do lar ou como instrumento comum de
trabalho (1682º/3-a)); estabelecimento comercial, salvo vigorando o regime de
separação de bens; casa de morada da família própria pi arrendada.
Bens comuns: (1717º e ss.) Há que distinguir entre bens comuns administrados
por um só dos cônjuges ou bens comuns administrados por ambos. Os
administrados apenas por um dos cônjuges são os do 1678º/2- b) a e) do CC.
Verifica-se, portanto, quando a ação diz respeito a um facto praticado por ambos
os cônjuges, quando respeita a dividas comunicáveis (1691º e 1695º).
99% das vezes, se o artigo não instituísse o litisconsórcio necessário legal, ele
existiria como natural.
Como é que se faz este juízo? Temos de imaginar uma situação em que estão
apenas na ação alguns sujeitos e que o juiz decide essa ação.
No futuro, aquele que esteve de fora da ação é parte numa nova ação em que o
pedido é o mesmo. Aquilo que temos de ver é se esta circunstância causa algum
problema em termos de coexistência na ordem jurídica de duas decisões
incompatíveis.
Há LN natural sempre que uma ação não possa produzir o seu efeito útil normal
– tornar-se definitiva.
A, B e C têm um terreno;
A farta-se e quer a divisão de coisa comum e propõe ação só contra B e diz que o
terreno é dos 3, quer que o tribunal o divida pelos 3, mas a única pessoas que
demanda é B.
Mais tarde, C decide que não quer mais ter a coisa em propriedade comum e
propõe ação com o mesmo pedido que já tinha sido feito por A.
Mas a sentença na altura não era oponível a C, uma vez que ele não fez parte do
processo.
Se o C propuser a ação contra eles, nenhum vai poder dizer nada contra isso. O
juiz vai voltar a dividir o terreno. A primeira ação não teve qualquer efeito
útil. Era um litisconsórcio necessário natural.
2º) Imaginar uma segunda ação com os mesmos sujeitos e o 3º que não esteve na
primeira ação;
- Se a lei ou contrato permitirem que por menos que todos ou contra menos que
todos seja formulado o pedido por inteiro (32º/2), por ex: A é credor de B, C e D
LEONOR DE MATOS PEREIRA
por 6000€, pede essa quantia só a B e C; se a obrigação for conjunta, o tribunal
condena-os a pagar 4000€, se for solidária, 6000€ (512º/1 e 519º/1 CC). Em
qualquer caso, o litisconsórcio é voluntário – se A quisesse, demandava só B, ou
só C, ou só D, ou propunha três ações separadas.
Dois devedores que me devem 10000€, posso pedir o mesmo quer apenas a um,
quer aos dois – forma de ver sempre o meu crédito pago.
Art. 6º/1 – o juiz tem o dever de ajudar as partes a sanar exceções dilatórias.
Mas o juiz não pode ele próprio chamar a parte que falta, apenas pode chamar
ambas as partes à atenção no despacho pré-saneador. As partes trocam
articulados, o processo vai concluso ao juiz, se há preterição de litisconsórcio
necessário, o juiz deve dizer que identificou a preterição de litisconsórcio
necessário e diz às partes que se quiserem chamar a parte que falta o devem
fazer.
Este caso é a única situação em que o autor também é citado, tem de estar na
ação mesmo que não queira. A pessoa que é chamada, quer seja o autor quer seja
réu, mesmo que não diga nada no processo, a partir do momento em que é
citado, está no processo, o processo continua na mesma quer ele se pronuncie ou
não.
O autor ou o réu pede para que seja citada a outra parte que falta – o juiz depois
disso fá-lo, mas o pedido tem de partir do autor ou do réu.
Notas:
Art. 30º/3 – admite que a legitimidade possa ser reconhecida a quem não seja o
titular do objeto da ação. A parte legitimada que não é titular desse objeto é o
substituto processual; o seu titular é a parte substituída.
A substituição processual pode ser voluntária – pode ter por fundamento um ato
processual de caráter negocial. Só se pode verificar quanto à parte ativa e com
exceção da transmissão ou cessão do direito litigioso na pendência de causa
(63º/1), não é admitida a substituição voluntária de uma parte por outra, essa
substituição só é eficaz se for autorizada antes da propositura da ação.
Intervenção de terceiros: