1. CONFORTO TÉRMICO:
O homem é um animal homeotérmico, de sangue quente que, para sobreviver,
necessita de manter a temperatura interna do corpo (cérebro, coração e órgãos
do abdómen) dentro de limites muito estreitos, a uma temperatura constante de
37 ºC, obrigando a uma procura constante de equilíbrio térmico entre o homem
e o meio envolvente que tem influência nessa temperatura interna, podendo um
pequeno desvio em relação a este valor indiciar a morte;
HOMEOTÉRMICO: Manter a temperatura do corpo constante, ou seja, sem
variação. Esta função é controlada pelo hipotálamo (termostato biológico);
O controle e estabilidade da temperatura corpórea (37 ºC) se dá através de termo
receptores distribuídos por todo o corpo, capazes de perceber a temperatura
epitelial, temperatura corpórea e nível de suor;
De acordo com a American Society of Heating, Refrigeration and Air Conditioning
Engineers (ASHRAE), “conforto térmico é o estado da mente que expressa
satisfação do homem com o ambiente térmico que o circunda”;
É por tanto, uma sensação subjetiva que depende de aspectos biológicos, físicos
e emocionais dos ocupantes, não sendo desta forma, possível satisfazer a todos
os indivíduos que ocupam um recinto, com uma determinada condição térmica;
Se configura como a insatisfação com o ambiente térmico, que pode ser gerada
basicamente pela sensação de frio ou calor, quando o balanço térmico não é
estável, ou seja, quando há diferenças entre o calor produzido pelo corpo e o calor
perdido para o ambiente;
AMBIENTE TÉRMICO: O ambiente térmico pode ser definido como o conjunto
das variáveis térmicas, do posto de trabalho, que influenciam o organismo do
trabalhador, sendo assim um fator importante que interveem, de forma direta ou
indireta na saúde e bem estar do mesmo, e na realização das tarefas que lhe
estão atribuídas;
BALANÇO TÉRMICO: Capacidade calorífica (Capacidade térmica) quando dois
ou mais corpos cedem ou absorvem quantidades iguais de calor. A variação de
temperatura por eles sofrida é, em geral, diferente uma da outra;
O Nível de CONFORTO TÉRMICO pode ser subdividido em três pilares de
importância:
o A satisfação dos colaboradores permitindo que eles se sintam
termicamente confortáveis;
o A performance humana melhora: as atividades intelectuais, manuais e
perceptivas geralmente apresentam um melhor rendimento quando
realizadas em conforto térmico;
o A conservação de energia: ao conhecer as condições e os parâmetros
relativos ao conforto térmico dos ocupantes do ambiente, evitam-se
desperdícios com aquecimento e refrigeração, muitas vezes
desnecessários;
3. NEUTRALIDADE TÉRMICA:
Se configura como um estado físico no qual todo o calor gerado pelo organismo
através do metabolismo é trocado na mesma proporção com o ambiente ao redor.
Aqui não há nem acúmulo, nem perda excessiva do mesmo, sendo possível
manter a temperatura corporal constante;
Esta condição é necessária, mas não suficiente para que se esteja em conforto
térmico, uma vez que pode haver algum desbalanceamento provocado por ex.:
assimetria de radiação significativa, corrente de ar localizada, estar sobre algum
tipo de piso frio ou aquecido, etc;
Esta troca ou dissipação se dá através de mecanismos de troca térmica:
o Através da pele:
Perda sensível de calor (Qs), por convecção e radiação.
OCORRE QUANDO A TEMPERATURA DO AR É
MENOR DO QUE A TEMPERATURA DA PELE,
OCASIONANDO A PERDA DE CALOR SENSÍVEL
PARA O AR;
NOTA: Se a temperatura do ar for superior a temperatura da
pele o corpo ganha calor sensível para o ar.
Perda latente de calor (Ql), por evaporação do suor e por
dissipação da umidade de pele;
o Através da respiração:
Perda sensível de calor (Qs): convecção;
Mesmo sendo uma condição necessária, ela não é suficiente para se afirmar que
uma pessoa esteja em conforto térmico;
Para pessoas nuas: zona de conforto para que se mantenha o equilíbrio térmico
situa- se entre 29ºC e 31ºC;
Para pessoas vestidas com vestimenta normal de trabalho: zona de conforto para
que se mantenha o equilíbrio térmico situa-se entre 22º e 27ºC;
Cada indivíduo possui uma temperatura corporal neutra, isto é, que melhor
traduz o conceito de conforto:
NOTA: Podemos então dessa forma dizer, que existam 3 condições para que se possa
atingir o conforto térmico:
a) Que a pessoa se encontre em neutralidade térmica;
b) Que a temperatura de sua pele, e sua taxa de secreção de suor, estejam dentro de
certos limites compatíveis com sua atividade;
c) Que a pessoa não esteja sujeita a desconforto localizado.
4. FORMAS DE TRANSFERÊNCIA DE CALOR ENTRE HOMEM E MEIO AMBIENTE:
Quando dois corpos estão na presença um do outro, a temperaturas diferentes,
há transferência de calor do corpo mais quente para o corpo mais frio até se
estabelecer a igualdade de temperaturas. Esta transferência pode dar-se através
de um ou mais dos seguintes modos:
o CONDUÇÃO: Quando a transferência de calor se realiza através de
sólidos ou líquidos que não estão em movimento (ex.: contato entre um
corpo quente e um frio);
o CONVECÇÃO: Quando a transferência de calor se realiza através dos
fluidos em movimento, e por isso só tem lugar nos líquidos e nos gases
(ex.: o movimento do ar);
o RADIAÇÃO: Todas as substâncias radiam energia térmica sob a forma de
ondas eletromagnéticas. Quando esta radiação incide sobre outro corpo,
pode ser parcialmente refletida, transmitida ou absorvida. Apenas a fração
que é absorvida surge como calor no corpo;
o EVAPORAÇÃO: Uma via de grande importância em fisiologia é a
evaporação, que constitui uma perda de calor. Esta evaporação, através
da sudação, dá-se a nível da pele e arrefece a sua superfície. A sensação
de conforto térmico depende do equilíbrio térmico entre a produção de
energia pelo corpo somado dos ganhos de energia do meio e as perdas
para o mesmo, com o objetivo de manter a temperatura interna do corpo
em cerca de 37 ºC;
PMV DE CONFORTO = 0
PMV PARA O FRIO = VALORES NEGATIVOS
PMV PARA O QUENTE = VALORES NEGATIVOS
Nota: A ISO 7730 considera que para espaços de ocupação humana termicamente
moderados, o PPD deve ser menor que 10%, o que corresponde a uma faixa de PMV
de ~ -0,5 a +0,5.
Nota: A NBR 16401-2 e a ASHREA 55, consideram que para espaços de ocupação
humana termicamente moderados, o PPD deve ser menor que 20%, o que
corresponde a uma faixa de PMV de ~ -1,2 a +1,2.
6. FONTES DE CONTAMINAÇÃO:
Entrada de ar externo – janelas, portas, pontos de tomada de ar externo;
Jardim: pólen, poeira, esporos de fungos;
Vento: poeira, poluentes externos;
Gases emitidos por veículos;
Esgoto a céu aberto;
7. LEIS:
7.1. LEI Nº13589 de 04 de janeiro de 2018
Dispõe sobre a manutenção de instalações e equipamentos de sistemas de
climatização e ambientes;
Art 1º- Todos os edifícios de uso público e coletivo que possuem ambientes
de ar interior climatizado artificialmente devem dispor de um Plano de
Manutenção, Operação e Controle - PMOC dos respectivos sistemas de
climatização, visando à eliminação ou minimização de riscos potenciais à
saúde dos ocupantes;
§ 1º- Esta Lei, também, se aplica aos ambientes climatizados de uso restrito,
tais como aqueles dos processos produtivos, laboratoriais, hospitalares e
outros, que deverão obedecer a regulamentos específicos.
Art 2º Para os efeitos desta Lei, são adotadas as seguintes definições:
I - Ambientes climatizados artificialmente: espaços fisicamente
delimitados, com dimensões e instalações próprias, submetidos ao
processo de climatização por meio de equipamentos;
II - Sistemas de climatização: conjunto de instalações e processos
empregados para se obter, por meio de equipamentos em recintos
fechados, condições específicas de conforto e boa qualidade do ar,
adequadas ao bem-estar dos ocupantes; e
III - Manutenção: atividades de natureza técnica ou administrativa destinadas
a preservar as características do desempenho técnico dos componentes dos
sistemas de climatização, garantindo as condições de boa qualidade do ar
interior.
Art 3º Os sistemas de climatização e seus Planos de Manutenção, Operação
e Controle - PMOC devem obedecer a parâmetros de qualidade do ar em
ambientes climatizados artificialmente, em especial no que diz respeito a
poluentes de natureza física, química e biológica, suas tolerâncias e métodos
de controle, assim como obedecer aos requisitos estabelecidos nos projetos
de sua instalação.
Parágrafo Unico. Os padrões, valores, parâmetros, normas e procedimentos
necessários à garantia da boa qualidade do ar interior, inclusive de
temperatura, umidade, velocidade, taxa de renovação e grau de pureza, são
os regulamentados pela Resolução no 9, de 16 de janeiro de 2003, da Agência
Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA, e posteriores alterações, assim
como as normas técnicas da ABNT - Associação Brasileira de Normas
Técnicas.
Art 4º Aos proprietários, locatários e prepostos responsáveis por sistemas de
climatização já instalados é facultado o prazo de 180 (cento e oitenta) dias, a
contar da regulamentação desta Lei, para o cumprimento de todos os seus
dispositivos;
Art 5º Esta Lei entra em vigor na data da sua publicação. Brasília, 4 de janeiro
de 2018; 197o da Independência e 130o da República. MICHEL TEMER
7.2. ANVISA – RESOLUÇÃO 9;
7.3. ANVISA – RESOLUÇÃO 17;
PASSO 01
Determinar dimensões da sala que se que calcular a carga térmica (altura
e tamanho das paredes);
Altura(s) e Tamanho(s) da(s) janela(s);
Altura e tamanho da(s) porta(s);
No caso de edificação térrea determinara penas a área e coberta ou laje;
No caso de edificações com mais e um pavimento, excetuando o térreo,
determinar a área da laje de piso e de teto;
PASSO 02
Determinar parede(s) exposta(s) ao sol;
Determinar parede(s) com Janela(s);
PASSO 03
Determinar o tipo de vidro da(s) janela(s);
Determinar se esta(s) janela(s) possui(em) isolamento;
Calcular área da(s) janela(s) - Aj;
Usar tabela 1 para determinar o fator de insolação através da janela –
E1 = K * Aj (Kcal/h);
Usar tabela 2 para determinar fator de transmissão através da janela –
E2 = K * Aj;
Tab. 01
Tab. 02
PASSO 04
Determinar o TIPO da construção;
Calcular área das paredes: caso exista, subtrair da(s) parede(s) a área
da(s) respectiva(s) janela(s) e porta(s) – Ap1, Ap2, Ap3, Ap4....... Apn;
Determinar o tipo de material/revestimento das paredes;
Determinar o tipo de material/revestimento das lajes de teto;
Usar tabela 3 para determinar o fator de transmissão através das
paredes externas janela – E3 = K * ΣAp(externa) (Kcal/h);
Usar tabela 3 para determinar o fator de transmissão através das
paredes externas janela – E4 = K * ΣAp(interna) (Kcal/h);
Usar tabela 4 para determinar o fator de transmissão através do teto –
E5 = K * Ateto (Kcal/h);
Usar tabela 4 para determinar o fator de transmissão através do piso –
E6 = K * Apiso (Kcal/h);
Tab. 03
Tab. 04
Tab. 05
PASSO 05
Determinar o tipo de utilização;
Determinar a quantidade de pessoas que estarão utilizando;
Tab. 06
PASSO 06
Determinar as fontes de calor (equipamentos);
Determinar o TIPO de ILUMINAÇÃO e quantos W/m² - P = Ateto * W/m²;
Tab. 07
PASSO 07
Determinar a área de portas ou vãos abertos de forma contínua para áeas
não condicionadas;
Tab. 08
PASSO 08
Considerar o fator geográfico: Multiplicar por uma constante o sub-total
encontrado no PASSO 07;
PASSO 09
CARGA TÉRMICA TOTAL: Somatória e toda a cargas calculada nos
PASSOS anteriores;
1 Kcal/h = 3, 968 BTU/h = 3,3067x10-4 TR´s = 0,0011628W;