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Os aços inoxidáveis são ligas desenvolvidas para serem utilizadas em aplicações que
exigem elevada resistência à corrosão e alta resistência mecânica. Para atender estas
exigências as ligas são compostas basicamente de Fe- Cr- ou Fe- Cr- Ni.
O Cromo é o principal elemento desta liga quando o objetivo for a elevada resistência
a corrosão, pois em contato com o ar atmosférico, ou outro meio oxidante, forma-se uma
camada de óxido na superfície da liga, tornando à passiva. Esta camada protege o metal
contra o ataque de diversos meios corrosivos. Para que esta camada de óxido seja efetiva é
necessário que o teor mínimo de cromo no aço seja em torno de 11%. Portanto durante o
processo de soldagem devem-se tomar alguns cuidados para não reduzir o teor de cromo
na região da solda dos aços inoxidáveis.
O Níquel é outro elemento que tem função importante na composição química dos
aços inoxidáveis. Ele é um excelente formador de austenita, melhora a resistência à
corrosão em meios não oxidantes, a tenacidade e a soldabilidade.
Além desses elementos principais (Fe, Cr, Ni), há (em menor quantidade) adições de
outros elementos tais como: carbono, manganês e nitrogênio, resultantes do processo de
fabricação ou adicionados intencionalmente para facilitar a fabricação ou para modificar
certas propriedades. Alumínio, molibdênio, cobre, titânio nióbio e cobalto podem ser
adicionados para melhorar as propriedades do aço em casos de aplicações específicas. As
impurezas (oxigênio, fósforo e enxofre) são elementos indesejáveis,pois formam compostos
com baixo ponto de fusão. Com exceção do enxofre que pode ser adicionado para melhorar
a usinabilidade do aço.
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Sendo estes os mais comuns dos inoxidáveis e o de maior utilização, apresentam
uma estrutura predominantemente ferrítica binária, ou seja, liga composta de Fe- Cr com o
teor de Cr entre 11 e 30% e C inferior a 0,2% isento de Ni e são magnéticos.
A temperatura ambiente estes aços são formados por uma matriz de ferrita α, uma
solução sólida de cromo e outros elementos de liga em ferro. Muito utilizado no estado
recozido e raramente na condição laminado a frio. Podem ser facilmente forjados e possuem
boa usinabilidade.
Em relação aos austeníticos este apresenta uma soldabilidade, em geral, baixa. Sua
solda é caracteriza por ductilidade e tenacidade baixas além de sensibilidade à corrosão
intergranular, devido formação de uma estrutura de granulação grosseira, à precipitação de
carbonetos e nitretos e a formação de uma rede de Martensita ao longo dos contornos dos
grãos de ferrita. A sensitização é fator comum se comparando aos austeníticos, tendo como
diferença nestes aços a baixa solubilidade de Nitrogênio na estrutura ferrítica resultando em
um precipitado chamado nitreto de Cromo ou Cr2N. Para evitá-la; a escolha do material
adequado (estabilizado ao titânio ou ao nióbio); reduzir a energia de soldagem são ações
importantes e se for por influência do hidrogênio, utilizar procedimento de soldagem que
introduzam pouco hidrogênio durante a soldagem.
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A resistência ao desgaste dos aços inoxidáveis martensíticos é muito dependente do
teor de carbono. Possui dureza elevada, estrutura cristalina tetragonal de corpo centrado
(martensítica) na condição temperada e são magnéticos.
São úteis para aplicações que requerem resistência à abrasão e arestas de corte, tais
como, rotores de bomba e cutelos.
Na soldabilidade destes aços pode ocorrer a fragilização por hidrogênio onde o ideal
será se precaver, utilizando processos que introduzam pouco hidrogênio durante a
soldagem, como nos ferríticos; utilizar técnicas que reduzam a velocidade de resfriamento
da junta (pré-aquecimento, pós aquecimento).
1.5 - Os aços inoxidáveis Duplex são aços que possuem 50% austenita e 50% ferrita,
Possuem maior porcentagem de cromo, na ordem de 18 a 28% e menores de níquel de 3,5
a 8% apresentando Mo e Ni. O molibdênio e o cromo são forte estabilizador de ferrita,
enquanto o nitrogênio da austenita.
Sua estrutura mostra grãos alongados devido ao processo de laminação e são mais
resistentes a corrosão sob tensão quando comparado aos austeníticos.
São endurecidos por precipitação e possuem designação AISI 600, endurecido pela
precipitação de liga como alumínio, titânio e tântalo, processo conhecido também como
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envelhecimento. Esta classe pode ter composição cristalina austenítica, semi austenítica, ou
martensítica.
O heat input aplicado está associado a cada processo de soldagem e tem que ser
específico para cada tipo de material.Processos de Soldagem oxicombustiveis possui calor
inicial muito alto fazendo a ZTA aumentar de tamanho. Processos como solda a laser e
soldagem por feixe de elétrons dão uma quantidade muito concentrada e limitada de calor,
resultando em uma pequena ZTA. Soldagem a arco está entre esses dois extremos, com a
processos individuais que variam na entrada de calor.
Um dos problemas mais significativos que podem ocorrer na região da ZTA dos aços
inoxidáveis ferríticos é o crescimento de grãos.
A região solda dos aços inoxidáveis ferríticos pode ser separada em dois grupos.
A - Região bifásica: corresponde a região da ZTA que foi aquecida acima do campo
de coexistência da austenita e ferríta. A austenita se forma preferencialmente nos contornos
de grão de ferrita e, após resfriamento transforma-se em martensita.
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2.3 - Formação da região da ZTA de um Aço Inoxidável Austenítico.
Caso o teor de cromo desta região fique abaixo de 11%, será uma região
empobrecida de cromo formando uma zona sensitizada,que terá sua capacidade de
resistência á corrosão reduzida. Esta região empobrecida de cromo, quando exposta a um
meio corrosivo, os carbonetos não são atacados, mas, sim,a fina região empobrecida de
cromo que é menos resistente à corrosão, dando origem a corrosão intergranular.
A ZTA dos aços inox austeníticos também podem ser sensível á trinca de
solidificação, principalmente na região mais próxima ao metal de solda. Em geral o trinca a
quente está associado à segregação (durante a solidificação), que provoca a formação de
fases ainda líquidas (com baixo ponto de fusão) nos contornos de grãos recém-solidificados.
Elementos como boro, fósforo e enxofre são particularmente nocivos neste aspecto, por
favorecerem a formação de fases com baixo ponto de fusão. Entretanto, elementos como
silício, nióbio e manganês também podem provocar a formação dessas fases. Muitos desses
elementos são mais solúveis na ferrita do que na austenita. Por outro lado, o silício aumenta
a resistência à oxidação em altas temperaturas e o nióbio forma carbonetos endurecedores.
Nos aços martensíticos a ZTA apresenta, após resfriamento rápido, martensita, cujo
grau de dureza depende do teor de carbono encontrado na liga.
Esta fase dura e frágil fica com sua resistência mecânica comprometida e sensível à
trinca.
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Nesta condição, um intenso crescimento ocorre (similar ao que ocorre nos aços inoxidáveis
ferríticos).
Durante o resfriamento, a austenita volta a ser formada, nucleando nos contornos de
grão de ferrita. Devido á elevada velocidade de resfriamento, a quantidade de ferrita tende a
ser menor que a originalmente existente no metal base e não é possível a completa difusão
dos átomos de carbono e nitrogênio em solução para a austenita formada. Portanto pode
ocorrer precipitação de nitretos e carbonetos no interior dos grãos de ferrita.
Na figura acima nota-se que a região (B) apresenta aumento do tamanho de grão
ferrítico, redução da quantidade de austenita, modificação de sua morfologia e precipitação
de carbonetos e nitretos. Na região ( C ) a microestrutura será caracterizada por um
crescimento de grão menos intenso do que ocorre na região anterior, uma pequena redução
na quantidade austenita, mas sem mudança na sua morfologia.
3 - Os problemas gerados por alterações nas propriedades mecânicas na região da
ZTA dos aços inoxidáveis.
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soldagem por eletroescória e a arco submerso geram uma região maior de crescimento de
grãos e de granulação mais grossa que a soldagem com eletrodos revestidos.
a)- sem Nb
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Figura 6 - Variação do tamanho de grão médio em função da temperatura e de
tratamento para dois aços inoxidáveis ferriticos com 17% de Cr.
a)- sem Nb
b)- com 0,6% de Nb e 0.08% de (c+n).
Fonte: soldabilidade dos aços inoxidáveis – Acesita.
Nota-se no gráfico acima que nos aços não estabilizados (sem nióbio) a partir de 1000ºC há um
crescimento em demasia no tamanho do grão. Enquanto que nos aços estabilizados a partir de
1000ºC, este tamanho não é tão significativo.
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3.2 - Formação de estrutura martensítica.
Caso o teor de cromo desta região fique abaixo de 11%, será uma região empobrecida
de cromo formando uma zona sensitizada, que terá sua capacidade de resistência á
corrosão reduzida. Esta região empobrecida de cromo, quando exposta a um meio
corrosivo, os carbonetos não são atacados, mas, sim,a fina região empobrecida de cromo
que é menos resistente à corrosão, dando origem a corrosão intergranular.
Uma maneira de restringir a sensitização é adicionar elementos estabilizantes como
: Nb ou Ti. Estes elementos combinam com o carbono e formam carbonetos que se
precipitam aleatório e não nos contornos de grão , evitando assim a sensitização.
Os compostos intermetálicos são fases formadas por dois ou mais metais. Estes
compostos são chamados de fase sigma.
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Figura 9 - Curvas de Temperaturas iso-criticas para um aço AL-6XN ( UNS N08367)
mostrando a diminuição da resistência ao pitting em função da precipitação de fase
sigma. Fonte: entendendo a ZTA dos aços inoxidáveis.
A tenacidade dos aços inoxidáveis ferríticos pode ser reduzida quando estes forem
expostos a uma faixa de temperatura entre 820 e 320ºC durante longos períodos de tempo.
Esta redução de tenacidade é causada pela formação de fase sigma, que ocorre entre 820 e
510ºC e fase alfa que ocorre entre 540 e 320ºC e é conhecida como fragilização a
475ºC.Fase sigma e fase chi podem precipitar na ZTA em aços ferríticos, particularmente em
graus com alto teor de molibdênio. A fase sigma é um composto intermetálico, de
composição nominal Fe Cr, que é duro não magnético e apresenta uma célula tetragonal. A
precipitação desta fase é acompanhada por um aumento da dureza e intensa perda de
ductilidade. A fase alfa é uma fase rica em Cr e com uma estrutura CCC que se forma com
precipitados extremamente finos.
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Figura 10- Cinética de Isotermas de precipitação de fases intermetálicas em um aço
inoxidável ferrítico 26%
Cr4% Mo, note o enorme período necessário para a precipitação de alfa primário.
Fonte: entendendo a ZTA dos aços inoxidáveis.
Estes compostos intermetálicos reduzem a tenacidade nos aços ferríticos e nos aços
austeníticos reduzem à resistência a corrosão. A figura abaixo mostra a influencia do tempo
e temperatura na fragilidade por fratura frágil de um ao inox 29% Cr – 4% Mo.
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Figura 11- Comportamento de fragilidade por impacto de um aço inoxidável ferrítico
29% Cr 4% Mo em intervalos de 25 C e 100 C ( 77 e 212 F) com corpo de prova em
chrpy entalhe em V. As curvas Indicam onde o corpo de prova obteve 50% de
superfície fraturada frágil.
Fonte: entendendo a ZTA dos aços inoxidáveis.
Nos aços duplex com maior porcentagem de liga , como o 2507 e 2205 podem sofre a
formação de fase sigma , relativamente após pouco tempo na faixa de temperatura de 800 a
930ºC. Dependendo do aporte térmico e da taxa de resfriamento a formação de fase sigma
poderá ocorrer na ZTA de aços duplex soldados.
A fase chi que forma nos contornos de grão entre 750 e 950ºC, após períodos de
tempo menores que a fase sigma. É uma fase dura e frágil que contém Mo e pode
comprometer as propriedades mecânicas do aço.
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3.8 - Desbalanceamento de fases.
4 - Mecanismos de corrosão.
4.2 - Sensitização.
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A figura acima apresenta um esquema da sensitização ocorrendo na zona afetada
pelo calor de um cordão de solda. Este fenômeno ocorre tanto nos aços inoxidáveis
austeníticos como nos ferríticos. Para evitar este problema deve-se utilizar um aço inox com
teor mais baixo de carbono (os aços grau L); utilizar elementos que possuam uma afinidade
maior com o carbono que o cromo (aços inoxidáveis estabilizados ao titânio e ao nióbio) ou
um tratamento de solubilização dos carbonetos, após a soldagem.
Para que ocorra a corrosão intergranular nos aços austeníticos primeiro a liga tem que
estar no estado sensitizado, ou seja, com precipitação de carboneto de cromo em contornos
de grãos da austenitas e expostos em meios corrosivos.
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A figura acima mostra a precipitação de carbonetos de cromo em uma faixa de
temperatura entre 500 a 700ºC. Neste patamar de temperatura os carbonetos de cromo
precipitam-se nos contornos de grão. A linha cheia mostra os carbonetos precipitados nos
contornos de grão, a linha pontilhada mostra a região empobrecida de cromo.
A Figura acima indica níveis de cloreto de resistência ao pite, o aço inoxidável AL-6XN
é muito superior ao tipo de aço inoxidável 316L. Estes dados foram obtidos a partir de
ensaios de polarização anódica.
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4.6 Mecanismo de Corrosão nos Aços Inox Ferríticos.
5 – Discussão
Nos aços martensíticos o principal problema é a trinca por hidrogênio, para restringir
este tipo de trinca é necessário controlar introdução de hidrogênio durante a soldagem,
tensão e estrutura martensítica.
6 – Conclusão
7 – Bibliografia
*Padilha, A.F., Guedes, L.C ( Angelo Fernando Padilha e Luiz Carlos Guedes- 1994- Aços
Inoxidáveis Austeniticos- Microestrutura e Propriedades).
* ACESITA: www.acesita.com.br
*John wiley & - Welding Metallurgy and Weldability of Stainless Steels: handbook.
* Joseph R. Davies- ASM Specialty Handbook : Stainless Steels ( ASM Specialty Handbook)
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